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Prof.

Hugo RESUMO FREQUÊNCIA CRÍTICA • Novas tecnologias


• Atualização de algoritmos

1. Pessoa em situação crítica: conceito
Novos protocolos
• Atualização constante dos conhecimentos
→ Pessoa em situação crítica:
De acordo com o artigo 9º da REPE, Os Enfermeiros
* Pessoa que tem a vida ameaçada por falência ou eminência devem “… em situação de emergência, agir de acordo com
de falência de uma ou mais funções vitais a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como
finalidade a manutenção ou recuperação das funções
* Pessoa que para sobreviver depende de meios avançados vitais.”
de vigilância, monitorização e terapêutica

→ Urgência: 3. Sistema Integrado de Emergência Médica


* Urgências são todas as situações clínicas de instalação → Sistemas Nacionais de Atuação em Proteção Civil:
súbita, desde as não graves até às graves, com risco de
* Sistema de integração de Operações de Proteção e Socorro
estabelecimento de falência de funções vitais. Emergência.
* Sistema de Busca e Salvamento Aéreo
→ Emergência:
* Sistema de Busca e Salvamento Marítimo
* Emergências são todas as situações clínicas de instalação
súbita, em que existe, estabelecido ou eminente, o * Sistema de Autoridade Marítima
compromisso de uma ou mais funções vitais.
* Sistema de Segurança Interna
→ Serviços de Urgência:
* Sistema Integrado de Emergência Médica
* Serviços de urgência básicos
→ Sistema integrado de Emergência médica:
* Serviços de urgência médico-cirúrgicos

* Serviços de urgência polivalentes Conjunto de ações coordenadas, de âmbito extra-hospitalar,


hospitalar e inter-hospitalar, que resultam da intervenção
ativa e dinâmica dos vários componentes do sistema
2. Pessoa em situação crítica: cuidados de nacional de saúde, de modo a possibilitar uma atuação
rápida, eficaz e com economia de meios em situações de
enfermagem emergência médica.

* Coordenação do SIEM: INEM


Cuidados de enfermagem à PSC:
* Objetivo: garantir às vítimas de doença súbita a correta
* Cuidados que previnem complicações prestação de cuidados de saúde no pré-hospitalar
* Cuidados que limitam incapacidades * INEM envia meios para o local - transporte e equipa
profissional
* Cuidados com vista à recuperação total da PSC

Exigem → Estrela da Vida:

Composta de seis pontas tendo localizado ao centro, ao alto,


- Observação e colheita de dados contínua, sistemática e
um bastão com uma serpente enrolada.
sistematizada
Estas seis pontas constituem um ciclo completo de ações em
- Conhecer continuamente a situação da pessoa alvo dos
termos de emergência médica:
cuidados
* Deteção – corresponde ao momento em que alguém se
- Prever e detetar precocemente as complicações
apercebe da existência de uma ou mais vítimas de doença
- Assegurar uma intervenção precisa, concreta, eficiente e súbita ou acidente
em tempo útil
* Alerta – é a fase em que se contactam os serviços de
E incluem: emergência através do 112

• Exigência da população * Pré-socorro – conjunto de gestos simples que podem e


• Capacidade de adaptação e resiliência devem ser efetuados até à chegada do socorro
• Aumento da esperança média de vida
* Socorro – corresponde aos cuidados de emergência
• Complexidade de multipatologias
iniciais efetuados às vítimas de doença súbita ou acidente,
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como objetivo de as estabilizar, diminuindo assim a
morbilidade e a mortalidade 5. Comunicação, Qualidade e segurança

* Transporte – consiste no transporte assistido da vítima


numa ambulância com características, tripulação e carga
bem definidas, desde o local da ocorrência até à unidade de
112
Informar:
saúde adequada, garantindo a continuidade de cuidados de
emergência necessários ➢ Localização exata e pontos de referência do local
➢ Número de telefone de contacto
* Tratamento unidade saúde – esta fase corresponde ao ➢ Acontecimento
tratamento no serviço de saúde mais adequado ao estado ➢ Número de vítimas
clínico da vítima ➢ Condição das vítimas
➢ Primeiros socorros prestados

4. TRIAGEM DE MANCHESTER
Outros dados relevantes / solicitados
➢ Desligar a chamada apenas quando lhe for indicado

→ Processo de tomada de decisão na Triagem de Técnica de Comunicação ISBAR:


Manchester:
• Identify (Identificar)
✓ Identificação do Problema • Situation (Situação Atual)
✓ Colheita e Análise de Informação • Background (Antecedentes)
✓ Avaliação das Alternativas e Seleção • Assesment (Avaliação)
✓ Implementação da Alternativa Selecionada • Recommendation (Recomendações)
✓ Monitorização e Avaliação dos Resultados

→ Erros:

o Pode ocorrer por ação


o Pode ocorrer por omissão
o Pode, ou não, causar eventos adversos

→Evento adverso:

* São situações indesejáveis, habitualmente inesperadas;


decorrentes da prestação de cuidados; não decorrem da
patologia ou doença subjacente

* Podem ter origem em:

o Falhas na comunicação;
o Falhas na formação;
o Falhas na integração;
o Falhas na supervisão;
o Falhas na clarificação de papéis e responsabilidades;
→ Vias Verdes – Sistemas de Resposta Rápida:
→ Áreas de maior risco:
• Via Verde AVC
• Medicação
• Via Verde Coronária • Cirurgia e Anestesia
• Transfusões
• Via Verde Sépsis
• Infeções e quedas
• Via Verde Trauma

•Via Verde Reanimação

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➢ Extensão da cervical
Plano Nacional para a segurança dos Doentes 2021-2026 ➢ Quando a via não está permeável:
▪ Obstrução da via aérea (OVA) parcial

Pilar 1: Cultura de segurança ligeira: vitima reativa; eventual ruido
• Pilar 2: Liderança e governança
respiratório na inspiração; reflexo de tosse
• Pilar 3: Comunicação
• Pilar 4: Prevenção e gestão de incidentes de eficaz.
segurança do doente
• Pilar 5: Práticas seguras em ambientes seguros INCENCITVAR A TOSSIR

▪ OVA total/grave: ruido agudo alto à inspiração ou


total ausência; Cianose + incapacidade de falar;
agarra o pescoço com as mãos; incapacidade de
movimentar o ar; Reflexo de tosse ineficaz ou
6. avaliação da psc ausente.

6.1 avaliação das condições de segurança CONSCIENTE: Manobra de Heimilch, Pancadas


interescapulares
Avaliar a possibilidade de perigo de vida INCONSCIENTE: SBV

✓ Profissional de saúde B. Ventilação e oxigenação


✓ Pessoa em situação crítica ➢ V (VOS) – 10 Segundos
▪ Assegurar que não irá correr nenhum risco ➢ Frequência Respiratória
➢ Sinais de Dificuldade Respiratória: Adejo nasal,
Tiragem intercostal
Riscos ambientais ➢ Sinais de Má Perfusão Periférica: Cianose
✓ Choque elétrico
✓ Derrocadas C. Circulação e controlo de hemorragias
✓ Explosão ➢ Controlo de Hemorragias: escalpes, pele fria, palidez,
✓ Tráfego cianose, periférica, taquicardia, hipotensão
➢ Presença de pulso: pulso carotídeo, pulso radial e
femoral; características dos pulsos; tempo de
Riscos Tóxicológicos preenchimento capilar (emergente reavaliar de 5 em 5
minutos, urgentente reavaliar de 15 em 15 minutos)
✓ Exposição a gás
D. Disfunção Neurológica
✓ Exposição a fumo ➢ AVDS:
✓ Exposição a tóxicos • A - Alerta
• V – resposta verbal
Riscos Infecciosos • D – Resposta dolorosa
• S – Sem resposta
✓ Tuberculose ➢ Escala de coma de Glasgow: maximo=15, ≤8
✓ Hepatite inconsciente
✓ HIV ➢ Estado Neurológico:
✓ SARS-COV-2 • Lateralização motora
• Mobilidade
• Força
6.2. Avaliação Primária da vítima • Sensibilidade
• Glicémia capilar
* ABCDE (90 Segundos) • Resposta pupilar:
- Tamanho: miose ou midríase
A. Permeabilização da via aérea com controlo - Simetria: isocóricas ou anisocóricas
cervical - Reatividade: reativas ou não reativas
➢ Manter a permeabilidade da via aérea
➢ Desapertar a roupa e expor o tórax E. Exposição e controlo ambiental
➢ Verificar presença de corpos estranhos na boca ➢ Controlo da hipotermia
➢ Verificar presença de próteses dentárias ➢ Feridas
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7. alterações respiratórias agudas
Deformidades
➢ Lesões visíveis
➢ Avaliação posterior
7.1. Alterações Respiratória Agudas
6.3. Avaliação secundária da vítima
→ Processo do Sistema Respiratório:
✓ Identificar e corrigir situações ✓ Contínuo
✓ Situações que não colocam em perigo de vida imediato ✓ Troca de oxigénio com dióxido de carbono
✓ Mas podem agravar o estado da vítima ✓ Regulado pelos centros cerebrais da respiração,
recetores brônquicos e aórticos
Sinais vitais (SV) + CHAMU + Exame físico (EF):
✓ Regulado pelo mecanismo de difusão
* Sinais Vitais:
→ Doenças Respiratórias com apresentação agudas:
Embolia Pulmonar; Edema Agudo do Pulmão

→ Doenças Respiratórias com apresentação insidiosa e


prolongada: DPOC; Doenças do interstício pulmonar

7.2. Fisiologia das Trocas Gasosas


* CHAMU:
Principais funções da respiração:
• Circunstâncias da ocorrência
• História Pessoal * Ventilação pulmonar
• Alergias
* Difusão de O2 e de CO2 entre alvéolos e o
• Medicação Habitual
sangue
• Última refeição
* Transporte de O2 e de CO2 no sangue de e
* Exame Físico: para os tecidos
• Cabeça, face, pescoço * Regulação da ventilação
• Tórax
• Abdómen
→ Ventilação:
• Pélvis
• Membros ✓ Processo através do qual o ar atmosférico chega aos
• Região posterior alvéolos
✓ Litros / Minuto
✓ Espaço morto versus ventilação alveolar
6.4 Emergência interna

→ Ativação da Equipa de Emergência Médica Intra-


hospitalar Alterações podem ser
provocadas por:
* Sinais Vitais e Nível de Consciência:
o Alterações da elasticidade pulmonar;
• Compromisso da via aérea
o Obstrução das vias aéreas;
• Paragem respiratória
o Alterações do espaço morto anatómico e/ou
• Frequência respiratória <6 ou> 35 ciclos/minuto SaO2 fisiológico;
<85% com oxigénio suplementar o Modificações da expansibilidade (derrame pleural);
• Paragem cardiorrespiratória (PCR) o Hipoventilação secundária a depressão do SNC ou
• Frequência circulatória <40 ou> 140 caixa torácica;
batimentos/minuto
• Pressão arterial sistólica <90 mmHg
• Escala de Coma de Glasgow – diminuição> 2 pontos
• Crise convulsiva prolongada ou repetida
• Perda súbita de consciência

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→ Perfusão:
Insuficiência Respiratória Insuficiência Respiratória
✓ Processo pelo qual o sangue venoso, proveniente do
coração, chega aos capilares alveolares Tipo I: Tipo II:
✓ Fluxo de sanguíneo da circulação pulmonar
• PaO2 < 60 mmHg • PaO2 < 60 mmHg
• PaCO2 dentro dos • PaCO2 > 50 mmHg
valores normais (35-45 • Overdose
Alterações podem ser mmHg) • Doenças
provocadas por: • Compromisso da neuromusculares
difusão da membrana • Limitação da
o Obstrução intraluminal alvéolo-capilar ou na expansão torácica
o Redução do leito vascular relação Ventilação / • Doenças obstrutivas
o Hipotensão Perfusão crónicas
o Choque
o Compressão vascular

→ Difusão:

✓ Processo de transporte passivo dos gases através da 7.4. Edema Agudo do Pulmão
membrana alvéolocapilar
✓ Ocorre através da diferença de concentrações de O2 e → Fisiopatologia:
CO2 entre os alvéolos e o sangue venoso
• Disfunção cardíaca
→ Relação ventilação/ perfusão: • Insuficiência cardíaca congestiva
• Edema pulmonar
✓ Influenciam a PaO2 e a PaCO2 alveolar
✓ Relação entre a taxa de ventilação alveolar e o respetivo • Hipoxia
fluxo sanguíneo

Insuficiência respiratória súbita e progressiva →


7.3. Insuficiência Respiratória correspondente ao extravasamento de liquido seroso para o
espaço intersticial → Extravasamento de líquido seroso para
* Dificuldade do sistema respiratório em manter as os alvéolos pulmonares
funções das trocas gasosas
→ Pode ter origem:
• Hipocapnia = Hiperventilação
Cardiogénica
• Hipercapnia = Hipoventilação
• Acidose Respiratória ➢ Enfarte Agudo do Miocárdio
• Acidose Metabólica ➢ Insuficiência Valvular
• Alcalose Respiratória ➢ Doença cardíaca isquémica
• Alcalose Metabólica ➢ Disritmias
➢ Cardiomiopatias

Situações emergentes: Miocardite

• PaO2 < 60 mmHg Não cardiogénica


• Podendo ou não estar associada
PaCO2 > 50mmHg ➢ SDRA
➢ Hemorragia intracraniana
* Ocorre quando há alterações de: ➢ Drogas
➢ Inalação de químicos
✓ Da ventilação (hipoventilação )
➢ Inalação de fumos
✓ Da difusão
➢ Pré-afogamentos
✓ Da relação ventilação/perfusão
✓ Inspiração com baixa concentração de O2

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Estadios: *ABCDE:

1 A ➢ Avaliar e permeabilizar a via aérea

➢ Monitorizar FR e SatO2
B ➢ Administrar oxigenoterapia
➢ Levantar cabeceira da cama ou sentar em
cadeirão

➢ Monitorizar electrocardiograficamente
C
➢ Monitorizar tensão arterial
➢ Avaliar turgência jugular
➢ Canalizar acesso venoso periférico
Distensão e recrutamento de pequenos vasos pulmonares
➢ Colher sangue para análises (hemograma +
bioquímica + coagulação)
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➢ Administrar medicação prescrita (diuréticos e
vasodilatadores)
➢ Restringir a administração de fluidos e sódio

D ➢ Administrar medicação prescrita (analgésicos


opioides)

E ➢ Colocar sonda vesical e registar diurese


➢ Colocar membros inferiores em declive
Edema intersticial

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* Conectar a ventilação mecânica não invasiva – CPAP
(pressão positiva):

✓ Coração: melhoria da contratilidade do ventrículo


esquerdo
✓ Pulmão: aumenta a complience pulmonar com
recrutamento dos alvéolos colapsados
Quando todas as medidas
anteriores não surtiram
resultados positivos

* Conectar ventilação mecânica invasiva:


Inundação Alveolar
✓ Entubação orotraqueal e ventilação invasiva
→ Sinais e sintomas: ✓ Deterioração do estado de consciência
✓ Taquipneia / Dispneia ✓ Sinais clínicos de fadiga da musculatura respiratória
✓ Taquicardia ✓ Hipoxémia
✓ Hipertensão ✓ Acidose respiratória
✓ Ansiedade → Tratamento Medicamentoso:
✓ Cianose
✓ Tosse com expetoração espumosa e rosada o Nitratos: Dinitrato de Isossorbido (quando TAS > 90
(hemoptises) mmHg) 1mg/1ml → causa venodilatação (com
✓ Incapacidade de completar frases diminuição da pré-carga) e vasodilatação (com
✓ Sudorese diminuição da pós-carga, melhorando função do
✓ Palidez e Frio ventrículo esquerdo)
✓ Auscultação pulmonar com fervores bilaterais difusos o Diuréticos: Furosemida 0,5 a 1mg por Kg
o Analgésicos estupefacientes: Morfina 1 a 3 mg a cada
→ Cuidados de enfermagem 5 min (deve-se monitorizar estado de consciência, FC e
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TA) → promove a vasodilatação, reduz a dor e o retorno o Broncodilatadores:
venoso; diminui a ansiedade; reduz a descarga ▪ Salbutmol 100ug / dose:
adrenérgica (com diminuição da pré-carga) - Primeiras 4 horas: 2 a 12 doses em cada 20
minutos
- Depois: 2 a 12 doses em cada 1 a 4 horas, se
7.5. Asma necessário
▪ Brometo de Ipatrópio 20ug / dose:
→ Fisiopatologia: - 4 a 8 doses em cada 20 minutos, até 3 horas
o Corticosteroides inalatórios/orais/EV
• Inflamação crónica das vias aéreas
o Sulfato de Magnesio EV
• Sibilância expiratória / broncoconstrição
o Adrenalina SC
• Dispneia e Opressão torácica
• Tosse
• Aumento da reatividade brônquica 7.6. Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
Com sensibilização Adrenérgica
→ Fisiopatologia:
➢ Predomínio do início na infância
• Limitação crónica progressiva e não completamente
➢ Boa resposta aos corticosteroides inalados
reversível do fluxo aéreo
Sem sensibilização Adrenérgica • Edema do parênquima pulmonar
• Infeção / bronquite
➢ Diagnosticada em adultos
• Broncoespasmo
➢ Menor resposta aos corticosteroides inalados
• Broncoconstrição
→ Sinais e sintomas: • Perda de elasticidade pulmonar / enfisema

✓ Saturação periférica de oxigénio inferior a 90% com → Causas mais comuns de exacerbação da DPOC:
oxigenioterapia
✓ Taquipneia ➢ Infeções da vias aéreas
✓ Taquicardia ➢ Poluição
✓ Cianose ➢ Frio
✓ Pulso paradoxal ➢ Interrupção da terapêutica
✓ Diaforese ➢ Quanto mais grave é a doença, maior o número de
✓ Tiragem intercostal, infraclavicular ou supraclavicular exacerbações
✓ Incapacidade de completar frases ➢ Quanto maior a frequência das exacerbações, mais
✓ Obstrução grave ao fluxo de ar grave é a doença
✓ Diminuição do estado de consciência → Sinais e sintomas:
→ Cuidados de Enfermagem: ✓ Dispneia e/ ou Taquipneia
✓ Tiragem intercostal, infraclavicular ou supraclavicular
A ➢ Avaliar e permeabilizar a via aérea
✓ Aumento e alterações nas caraterísticas das secreções
➢ Monitorizar FR e SatO2 brônquicas
➢ Administrar oxigenioterapia para saturações ✓ Cianose
periféricas > 90% ✓ Hipercapnia (Acidose Respiratória)
B ✓ Intolerância à atividade
➢ Sentar em cadeirão debruçado sobre uma
superfície → Cuidados de Enfermagem:
➢ Administrar inaloterapia prescrita
➢ Avaliar e permeabilizar a via aérea
A
(broncodilatadores)

➢ Monitorizar electrocardiograficamente
C
➢ Monitorizar tensão arterial ➢ Monitorizar frequência respiratória e saturação
B
➢ Canalizar acesso venoso periférico periférica de oxigénio
➢ Administrar medicação prescrita ➢ Administrar oxigenioterapia para saturações
(corticosteroides) periféricas de oxigénio entre os 88-92%
(atenção à hipercapnia)
→ Tratamento medicamentoso:
➢ Administrar inaloterapia prescrita
o Oxigenoterapia: Oxigénio para saturações periféricas (corticosteroides e broncodilatadores)
de oxigénio > 90%
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➢ Conectar ventilação mecânica não invasiva ✓ Cianose
(BiPAP) ✓ Tosse
✓ Taquipneia (70%)
✓ Taquicardia e Hipotensão
➢ Monitorizar electrocardiograficamente ✓ Ingurgitamento jugular

C ➢ Monitorizar tensão arterial e frequência Síncope
cardíaca ✓ PCR com AESP (Atividade elétrica sem pulso)
➢ Canalizar acesso venoso periférico
→ Cuidados de Enfermagem (ABCDE):
➢ Administrar medicação prescrita
(corticosteroides e antibioterapia, se prescrita) A ➢ Avaliar e permeabilizar a via aérea

→ Tratamento Medicamentoso:
➢ Monitorizar frequência respiratória e saturação
o Oxigenoterapia: Oxigénio para saturações periféricas B periférica de oxigénio
de oxigénio 88-92% ➢ Administrar oxigenioterapia entre 6 a 8 L/min C
o Broncodilatadores:
▪ Salbutamol 100ug / dose ➢ Monitorizar electrocardiograficamente
C ➢ Monitorizar tensão arterial e frequência cardíaca
- 4 a 6 doses de 4/4 horas ou 6/6 horas
▪ Aminofilina EV ➢ Canalizar acesso venoso periférico
- 1ª dose: 6mg/Kg em 20 minutos • Dose ➢ Colher sangue para análises (bioquímica e
manutenção: 0,2 a 0,9mg/Kg/h coagulação)
o Corticosteróides: ➢ Administrar medicação prescrita
- Prednisolona EV 25mg 8/8h (Hipocoagulantes)
o Antibióticos ➢ Acompanhar, avaliar e monitorizar doente na
realização de exames complementares de
diagnóstico (Angio-TC torácica)
7.7. Tromboembolismo Pulmonar → Tratamento Medicamentoso:

→ Fisiopatologia: o Oxigenoterapia entre 6 a 8 L/min: Oxigénio para


saturações periféricas de oxigénio > 95%
• Obstrução do fluxo sanguíneo nas artérias pulmonares
• Por trombo, êmbolo ou corpo estranho o Hipocoagulante:
- Enoxaparina 1mg/Kg/12h SC
- Varfarina 5 a 7,5mg/dia até 7º dia com INR > 2,0 PO
- Dabigatrano 150mg 12/12h PO

o Trombolítico / Fibrinolítico: Alteplase 100mg EV em


2 horas

o Embolectomia

7.8. Aspiração Pulmonar / Obstrução da Via Aérea


→ Causas:

❖ Associado a longos períodos de imobilização → Fisiopatologia:


❖ Viagens prolongadas confinadas a uma mesma posição
• Aspiração de conteúdo sólido ou líquido para as vias
❖ Fraturas de ossos com consequente imobilização aéreas
❖ Trombose Venosa Profunda (56%)
→ Causas:
Ventilação sem Perfusão = Hipoxémia com consequente
❖ Depressão do estado de consciência, TCE, AVC
hipoxia
❖ Overdose
→ Sinais e sintomas: ❖ Convulsões
❖ Sedação
✓ Dispneia súbita (73%) ❖ Baixos reflexos de tosse e / ou vómito
✓ Dor torácica aguda e localizada, com caraterísticas ❖ Pessoas alimentadas por SNG
pleuríticas (66%)

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→ Sinais e sintomas: ✓ Dor que pode ter irradiação para o membro superior
esquerdo ou região epigástrica
✓ Dispneia decorrente de asfixia
✓ Incapacidade de falar → Diagnóstico:
✓ Tiragem intercostal, infraclavicular e supraclavicular
❖ Eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações
✓ Cianose
❖ Análises Clínicas com Marcadores de Necrose do
✓ Lipotímia ou síncope
Miocárdio (MNM)
✓ Morte
- Creatinoquinase com Enzima MB (CK-MB)
→ Cuidados de Enfermagem (ABCDE):
- Troponina
➢ OVA Parcial/ligeira: Incentivar a tossir
A ➢ OVA Total/Grave: ❖ Angina instável
- Consciente: manobra de heimlich; Pancadas ❖ EAM sem Supra-desnivelamentoST (SST)
interescapulares ❖ EAM com Supra-desnivelamentoST(SST)
- Inconsciente: SBV

7.9. RESUMO

→ Critérios de avaliação da resposta ao tratamento /


monitorização:

• Diminuição da intensidade da dispneia

• Redução da frequência respiratória

• Melhoria dos sinais de dificuldade respiratória

• Redução da frequência cardíaca

• Melhoria do estado de consciência

• Normalização da Oxigenação

• Correção da acidémia

8. alterações Cardíacas agudas

8.1. Síndrome Coronário Agudo

ECG – 12 + Análises clínicas


→ Fisiopatologia:

- Rotura ou erosão de placa de aterosclerose com:

• Hemorragia local e edema


• Contração do músculo liso arterial Com SST Sem SST
• Ativação e agregação plaquetar
• Formação de trombos na superfície da placa
• Obstrução do lúmen arterial (trombo) ou fenómenos
embólicosdistais (embolia) EAM c/ MNM

→ Sinais e sintomas: SST

✓ Dor ou desconforto torácico Positivos Negativos


✓ Dor localizada no centro do tórax
✓ Dor tipo opressivo/aperto
✓ Dor correlacionada com esforço
EAM s/ SST Angina Instável

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Angina Instável:

• Episódio prolongado de dor torácica


• Episódio transitório
• Associado a obstrução de artéria coronária
• Sem evidência alterações de SST no ECG ou nos MNM

→ EAM s/ SST:

• Dor ou desconforto torácico


• Dor geralmente localizada no centro do tórax
• Descrita como perto
• Duração igual ou superior a 20 minutos *Fibrinólise:
• Troponinas positivas
Vantagens
→ EAM c/ SST:
✓ Não necessita de Unidade de Hemodinâmica
• Dor ou desconforto torácico ✓ Pode ser administrada em contexto Pré-Hospitalar
• Dor geralmente localizada no centro do tórax ✓ Eficácia maior logo no início dos sintomas
• Descrita como perto
• Duração igual ou superior a 20 minutos
• Troponinas positivas e ECG-12 com SST em 2 ou mais Desvantagens
derivações contíguas (≥2mm)
✓ Incapacidade de obter reperfusão em todos os casos
✓ Limitação na confirmação da reperfusão
✓ Risco de hemorragia

* EAM c/ SST– Angioplastia Coronária / Intervenção


Coronária Percutânea (ICP):

Vantagens

✓ Primeira linha de intervenção (resultados superiores)


✓ Reabertura da artéria com enorme grau de
*Cuidados a prestar no EAM C/SST: fiabilidade
✓ Comprovação visual do efeito terapêutico
➢ Avaliação primária da Pessoa em Situação Crítica – ✓ Menor risco de hemorragia
ABCDE
➢ Avaliação secundária da Pessoa em Situação Crítica – Desvantagens
Sinais vitais + CHAMU + Exame físico da região
torácica ✓ Exige uma Unidade de Hemodinâmica disponível
➢ ECG-12 até 10 minutos após admissão 24h/dia
➢ Análises clínica com doseamento de MNM
➢ Administrar medicação prescrita
➢ Escolher método de reperfusão arterial coronária 9. Suporte Avançado de Vida
*Tratamento Medicamentoso:
→ Cadeia de Sobrevivência:
Morfina 3 a 5mg EV(a cada 3 a 5 min até alívio de dor)
Ligar 112 → Renimar → Desfibrilhar → Estabilizar
Oxigenoterapia para saturações periféricas > 90% ou PaO2
< 60mmHg

Nitroglicerina 0,5mg PO (quando TAS >90mmHg) →SBV Precoce:

Acido Acetilsalicílico 300mg PO (Antiagregante plaquetar) • Tem como função ganhar tempo até à chegada: do
desfibrilhador + da equipa SAV
Ticagrelor 180mg PO ou Clopidogrel 300mg PO • Compressões de elevada qualidade, minimamente
(Antiagregantes plaquetares) ou HNF(Anticoagulante) interrompidas e desfibrilhação precoce são a prioridade

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→ SAV: ✓ Não está preconizada como rotina – Compressores
Mecânicos
* Inclui todas as intervenções avançadas que complementam
o SBV e o DAE:

▪ Abordagem avançada da via aérea


9.1. Algoritmo do Suporte Avançado de Vida
▪ Monitorização de capnografia (EtCO2)
▪ Desfibrilhação manual
Segurança → Consciência → Via Aérea → Ventilação +
▪ Uso de pacemaker transcutâneo
▪ Administração de fármacos ou fluidos Pulso → 112/Equipa de reanimação → 30 compressões: 2
▪ Identificação de candidatos a Reanimação Extracorporal
insuflações → NACO - PPP
(eCPR) e respetiva abordagem com recurso a
compressores mecânicos

1. Abordagem avançada da via aérea: Ligar Pás / Monitor / Desfibrilhador

✓ VA básica (oro ou nasofaríngea) → VA avançada


(dispositivo supraglótico ou EOT)
✓ FiO2 deve ser o mais elevado possível
✓ VAbásica→ 2 ventilações para 30compressões Analisar Ritmo Cardíaco
✓ VA avançada → 10 ventilações/ minuto com
compressões ininterruptas (1 ventilação a cada 6
segundos)
Ritmo Ritmo Não
2. Monitorização de capnografia (EtCO2):
Desfibrilhável Desfibrilhável
✓ Permite confirmar a localização do dispositivo na EOT
✓ Permite monitorizar a qualidade da RCP
✓ Permite identificar a Recuperação da Circulação
Espontânea (RCE)
- Assistolia
3. Desfibrilhação manual: - Fibrilhação Ventricular
✓ Utilizar elétrodos multifunções (FV) - Atividade Elétrica sem
✓ Desfibrilhar precocemente (quando indicado) pulso (AESP)/
✓ Pausas pré e pós-choque devem durar <5 segundos - Taquicárdia Ventricular
✓ Dissociação
Choque único ou administração de até 3 choques Sem Pulso (TVSP)
seguidos numa PCR presenciada (ritmo desfibrilhável) Eletromecânica (DEM)
✓ Primeiro choque sempre com carga ≥ 150J

4. Uso de pacemaker transcutâneo:

✓ Indicado apenas na presença de ondas P em ritmo de 30 Compressões: 2 insulfações


assistolia (PCR em assistolia ventricular)

5. Administração de fármacos ou fluidos:


→ FV/ TVSP
✓ Acesso vascular endovenoso (EV) – preferencial
✓ Considerar acesso intraósseo(IO)–alternativa Desfibrilhar a 200j → SBV de alta qualidade – 2 minutos
✓ Adrenalina 1 mg EV ou IO → Reavaliar ritmo → Desfibrilhar DE 200 J A 360 J →
✓ Amiodarona 300mg EV/IO (1ªdose) e 150mg EV/ IO
SBV de alta qualidade – 2 minutos →Reavaliar Ritmo →
(2ªdose)
✓ Fluidos indicados na hipovolémia Desfibrilhar a 360 J → SBV de Alta Qualidade – 2 minutos
→ Adrenalina 1mg + Amiodarona 300 mg
6. Identificação de candidatos a Reanimação
Extracorporal (eCPR) e respetiva abordagem com
recurso a compressores mecânicos:

eCPR:

✓ De acordo com os critérios dos centros de ECMO


locais

11
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Assistolia/ AESP
9.2. Algoritmo do SAV - Bradicardia
SBV de alta qualidade – 2 minutos → Adrenalina 1mg EV
ou IO → Reavaliar ritmo → SBV de alta qualidade – 2
minutos →Reavaliar Ritmo → SBV de alta qualidade – 2
minutos → Adrenalina 1mg a cada 3 a 5 minutos →
Reavaliar Ritmo → Identificar e tratar causas
reversíveis

→ Tratamento Farmacológico:

o Adrenalina:
✓ Ritmo não desfibrilhável: administrar assim que
possível (1mg EV/IO)
✓ No ritmo desfibrilhável: administrar apóso 3ºchoque
(1mg EV/IO)
✓ Após primeira administração em ambos os ritmos:
repetir adrenalina (1mg EV/IO) a cada 3 a 5 min (a
cada 2 ciclos)

o Amiodarona:
✓ Deve ser administrada após 3 choques: 300 mgEV/IO
✓ Após 5 choques devem ser administrados 150mg
EV/IO 10. trauma
→ Causas potencialmente reversíveis:
→ Trauma:
• 4 H’s: Hipóxia, Hipovolémia, Hipo e Hipercaliémia/
alterações metabólicas, Hipotermia • Lesão ou ferida
• 4 T’s: Tromboemboliacardíaca ou pulmonar, • Ação violenta física ou química
Tamponamento Cardíaco, Tóxicos/ iaTrogenia, • Alteração estrutural ou fisiológica
Pneumotórax hiperTensivo • Parte ou totalidade do corpo
• Resultante da exposição excessiva a uma energia
9.2. Algoritmo do SAV - Taquicardia • Ou resultante da privação de uma energia essencial

* Principais causas de morte por trauma:

✓ Acidentes de viação
✓ Lesões intencionais
✓ Suicídio
✓ Quedas
✓ Lesões relacionadas com o SNC
✓ Lesões com elevadas repercussões hemorrágicas →
Choque hemorrágico (Hemorragia Maciça)

Prevenção eficaz + tratamento adequado = redução da


morbilidade e mortalidade

* Transfusão maciça:

• Perda de sangue equivalente a 100% da volémia em


24horas
• 50% da volémia em 3 horas
• Perda de sangue a uma velocidade de 150ml/minuto no
adulto
12
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Período de Ouro: ✓ Há vítimas encarceradas? Que tipo? Têm lesões
visíveis?
• Período de tempo disponível antes que o choque seja ✓ Há derrames de matérias perigosas, fumos,
irreversível (idealmente inferior a 1 hora) incêndio?
• Tempo no qual o choque é quase sempre reversível, se ✓ Há sinais de uso de drogas, álcool ou outros?
existir o atendimento adequado ✓ Agressores ou responsáveis pelo acidente ainda no
o Transferência inter-hospitalares local?
o Tempo de espera no atendimento nos SU
o Falta de formação na área do trauma → Colisões no trauma:
o Demora na tomada de decisão

→ Período de platina:

• Abordagem de todas as ações de suporte de vida


• Deve ser inferior a 10 minutos

→ Cinética do Trauma:

• Forças de Aceleração
• Forças de Desaceleração
• Ambas as forças juntas
• Informação a reter perante uma colisão:
• Tem em consideração: velocidade, peso, distância de
➢ Deformidades do Veículo
paragem e compressibilidade
➢ Deformidades das Estruturas Interiores
➢ Deformidades da Vítima (Lesões)
Cinemática: Processo de avaliação do cenário para
• Tipos de colisões:
determinar quais são as lesões que podem ter ocorrido, ❖ Colisão Frontal:
através da aplicação das forças físicas envolvidas - contra o para-brisas: cabeça, tecidos moles, coluna
cervical)
- contra o volante: torax, tecidos moles, coluna
Cavitação: Quando um objeto sólido colide contra o cervical)
corpo humano ou quando o corpo humano atinge um - Contra o painel/guiador: Face, Cabeça, Coluna
objeto estacionário, formam-se espaços transformados cervical, Pélvis, Anca e Joelho
em cavidades ❖ Colisão Lateral:
- Menor Proteção
- Verificar lado do impacto
- Verificar lesões contralaterais
- Verificar lesões por chicote
Permanente Temporário ❖ Colisão Traseira:
- Deslocamento posterior brusco
• Trauma penetrante • Trauma Contuso - Hiperextensão da coluna cervical
- Desaceleração rápida
❖ Capotamento:
Fragmentação: Divisão de determinado objeto
- Impactos de qualquer direção
- maior número de partículas de tecido - Probabilidade de lesões maior
❖ Colisão Rotacional:
- lesões distribuídas sobre uma maior área - Para-brisas, painel, volante, lateral
- Lesões de todos os mecanismos
• Informações a colher:
→ Tipos de lesões
✓ Como é a aparência do local?
✓ Quem atingiu, o quê e com que velocidade? • Lesões Penetrantes:
✓ Existem marcas de derrapagem? Que distância? - Arma Branca
✓ O air-bagestá aberto? - Arma de Fogo: Tipo de arma, Calibre do projétil,
✓ As crianças estavam contidas nos dispositivos Distância de disparo, Fragmentação do projétil, Tipo de
respetivos ou foram projetadas dentro do veiculo? ponta do projétil e rotação do projétil
✓ Os adultos traziam cinto de segurança? • Lesões por explosão:
✓ Os ocupantes foram ejetados do veículo? - Primárias: provocadas pela onda de choque
- Secundárias: estilhaços e fragmentos de explosão
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
- Terciárias: impacto do corpo num objeto estático • Hemotórax Massivo
- Quaternárias: colapso de estruturas, queimaduras ou • Rutura Diafragmática
inalação • Disseção da Aorta
- Quinquenárias: contaminação química, biológica ou
radiológica
A. Pneumotórax Hipertensivo

10.1. Traumatismo Crânio-Encefálico • Entrada de ar atmosférico para o espaço pleural


• Ar entra à inspiração, mas não sai expiração
* Lesões de couro cabeludo • Aumento o volume e pressão no espaço pleural
* Fraturas de crânio: • Desvio do mediastino na forma mais grave

• Otorragia e/ou rinorragia – Laceração da Dura Mater → Sintomas:


• Equimose na região mastoideia – Sinal de Battle ✓ Hiper ressonância à percussão
• Sangue na membrana timpânica – Hemotímpano ✓ Desvio da traqueia para o lado oposto à lesão
• Equimose periorbitária – Raccoon Eyes ✓ Turgescência das jugulares
✓ Enfisema subcutâneo
* Contusão Cerebral:
→ Intervenção imediata:
• Decorrentes das forças de inércia
• Mais fortes que as que provocam hematoma subdural ➢ Descompressão imediata com inserção de uma agulha
• Golpe e contra-golpe CH-14 no segundo espaço intercostal, na linha média
• Mais graves em vítimas hipocoaguladas clavicular, do hemitórax afetado

* Hemorragia intracraniana: → Intervenção definitiva:

• Hemorragia Meníngea: ➢ Colocação de uma drenagem torácica


- Hematoma Epidural ➢ Inserção no quinto espaço intercostal (a nível do
- Hematoma Subdural mamilo)
➢ Na linha média axilar do hemitórax afetado
• Hemorragia Cerebral: Hematoma Intracerebral
B. Tamponamento Cardíaco
→ Avaliação da PSC vítima de TCE:
• Compressão cardíaca
- Avaliação Primária
• Resultante da acumulação de sangue na cavidade
- Avaliação Secundária pericárdica
• Impedindo o correto preenchimento ventricular
- Sinais de gravidade:
• Consequente redução do débito cardíaco e retorno
✓ Assimetria de pupilas venoso
✓ Assimetria motora • Levando ao colapso circulatório
✓ Fratura de crânio com perda de LCR ou exposição do
→ Sintomas:
tecido cerebral
✓ Deterioração neurológica queda de 2 ou mais pontos ✓ Tríade de Beck: Aumento da pressão venosa central /
na ECG ingurgitamento jugular; Hipotensão: Hipofonese
✓ Aumento do diâmetro pupilar unilateral Cardíaca
✓ Diminuição de força muscular num hemicorpo
✓ Fratura com afundamento craniano → Intervenção:

➢ Fluidos EV para correção de hipotensão


10.2. Traumatismo Torácico ➢ Pericardiocentese

* Lesões torácicas que exigem atuação imediata: C. Volet Costal/ Retalho Costal:

• Pneumotórax Hipertensivo
• Tamponamento Cardíaco • Fratura de várias costelas
• Volet Costal/Retalho Costal • Fraturas esquirolosas
• Pneumotórax Aberto • Possibilidade de perfuração pulmonar
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Trauma Abdominal – Fígado:
D. Pneumotórax Aberto
• Lobo direito está parcialmente localizado por baixo das
costelas inferiores à direita
• Ferida aspirativa
• Suspeitar de lesão sempre que esteja presente trauma da
• Compromisso ventilatório
grelha costal inferior à direita
→ Intervenção Imediata: • Órgão extremamente vascularizado particularmente
suscetível à hemorragia
➢ Fechar orifício torácico
➢ Oxigenar / ventilar → Trauma Abdominal – Baço:
➢ Load-and-Go
• Parcialmente localizado por baixo das costelas
inferiores à esquerda
E. Hemotórax Massivo • Órgão extremamente vascularizado particularmente
suscetível à hemorragia
• Acumulação rápido de sangue no espaço pleural • Dor no quadrante superior esquerdo ou que irradia para
• Volume igual ou superior a 1500 ml o ombro esquerdo - Sinal de Kehr

→ Intervenção imediata: → Trauma Abdominal – Rins:

➢ Colocação de uma drenagem torácica • Localizados no retroperitoneu – nível de D12 a L3


➢ Inserção no quinto espaço intercostal (a nível do • Avulsão do pedículo renal com hemorragia massiva
mamilo) • Suspeitar quando:
➢ Na linha média axilar do hemitórax afetado - Dor lombar
- Dor no flanco
F. Rutura Diafragmática - Hematúria

→ Trauma Abdominal – Evisceração:


• Formação de hérnica dos conteúdos abdominais • Conteúdo eviscerado → coberto com compressas
• Lesão potencialmente crítica esterilizadas, embebidas em SF
• Não recolocar na cavidade abdominal
• Risco Acrescido de causar mais hemorragia
G. Dissertação da Aorta
→ Trauma Abdominal – Empalamento:
• Colisão frontal
• Quedas em altura • Objeto “in situ” não deve ser removido
• Rutura pacial ou total da artéria aorta • Remoção realizada no bloco operatório
• Hipotensão • Objeto pode estar a comprimir ou tamponar vasos que
sangrariam profusamente caso fosse removido

10.3. Traumatismo Abdominal


10.4. Traumatismo Pélvico
* Trauma fechado de difícil identificação
* Aumenta na fratura exposta da bacia
* A cinética permite suspeitar de cerca de 90% das lesões
* Hemorragia ao nível da bacia associdada a hemorragia
* Suspeitar de presença de trauma torácico envolvido intra-abdominal

* A fratura dos últimos arcos costais (9º ao 12º) está


frequentemente associada a lesão de órgãos abdominais

→ Trauma abdominal fechado:

• Compressão de um órgão ou víscera contra a coluna, a


bacia ou parede abdominal
• Impacto direto causado pelo aumento da pressão e
consequente lesão de órgão sólido ou víscera oca
• Desaceleração abrupta, com laceração / estiramento do
órgão
• Hemoperitoneu / Pneumoperitoneu
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
10.5. Traumatismo Vertebro-Medular

→ Imobilização da vítima:

• Colar cervical
• Plano Duro
• Estabilizadores de Cervical
• Cintas de Imobilização
→ AVDS
• Maca de Vácuo
• Talas de imobilização A – Alerta
• Colete de Extração
V – Responde a estímulos Verbais
• Maca de levantamento – Pluma
• Maca de resgate D – Responde a estímulos Dolorosos

S – Sem resposta
10.6. Traumatismo dos Membros

Avaliação das Pupilas

Prof. Alexandre

1. Alterações Neurológicas Agudas

* D – Disfunção Neurológica:

✓ Avaliar estado de consciência: AVDS / GCS


• Se GCS≤8 assumir que vítima não consegue
proteger a VA
✓ Excluir condições que influenciam o nível de
consciência:
• Hipóxia, Hipotensão, Hipoglicemia
• Potenciais depressores do SNC: Fármacos, drogas
ou álcool Escala de Cincinnati
✓ Avaliar Pupilas: Tamanho, simetria e reatividade
✓ Avaliar mobilidade, força e sensibilidade de ambos os Pedir à vítma para fechar os olhos e
membros manter os braços estendidos com as
✓ Critérios para VVAVC? palmas das mãos voltadas para cima (até
Debilidade 10segundos):
• Normal: ambos os braços movem-se
GCS versus AVDS dos braços
igualmente ou não se movem
• Anormal: Um braço não se move ou
→ Escala de coma de Glasgow
apresenta queda, quando comparado
com o outro
Solicitar à vítma que sorria ou mostre os
dentes
Queda
• Normal: ambos os lados da face
facial movem-se igualmente (simetria
facial mantida)
• Alteração:Um lado da face não se
move tão bem quanto o outro
(assimetria facial)
Fala Pede-se para a vítima repetir: “o rato
roeu a rolha do rei de Rússia”
anormal
Normal: usa as palavras corretas, com
pronuncia clara
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
Alteração: pronuncia palavras inteligíveis, → Coma – Causas mais frequentes:
usa palavras incorretas ou é incapaz de falar
• Causas traumáticas – TCE ou outras situações
(disartria, afasia, afasia de expressão)
decorrentes do trauma (choque hipovolémico e
hipóxia);
Situações com risco de vida • Causas metabólicas – Hipoglicemia, hiperglicemia,
alterações iónicas, encefalopatia hepática;
✓ Tóxicos
• Causas tóxicas – Álcool, benzodiazepinas, opióides,
✓ Alterações Metabólicas (Hipoglicemia)
monóxido de carbono;
✓ GCS ≤8
• Causas neurológicas – AVC e as Convulsões;
✓ Convulsões (grande mal)
• Causas médicas – Insuficiência respiratória com
✓ Em vítimas de Trauma: TVM com lesão cervical
hipercápnia, choque, BAVcompleto;
alta

1.1. Alteração do estado de consciência Crise convulsiva

* Generalizadas: crises com descargas sincronizadas


→ Consciente: Estado de conscientização do próprio e
provenientes de ambos os hemisférios cerebrais em
ambiente envolvente
simultâneo.
→ Inconsciente: Estado de não reatividade após
- Generalizadas Convulsivas:
estimulação e/ou ausência de percepção da vítima, em
relação ao próprio e/ou ambiente envolvido • Tónico-clónico ou Grande Mal: caracterizada por
→ AEC: Todos os estados em que a consciência normal está perda de consciência, seguida de fase:
alterada, quer qualitativa quer quantitativamente 1. Tónica (supra-versao do olhar, hipertonia motora
generalizada com extensao e rotacao externa dos
membros); +- 10 a 20’’
AEC – Definições 2. Clónica (caraterizada por relaxamento do tónus
muscular de forma intermitente, criando espasmos dos
Alerta: estado normal músculos flexores da face, do tronco e dos membros).
Sonolento (letárgico): necessita de estimulação ligeira +- 30 ‘’
para despertar e quando desperte a resposta está 3. Fase pós-ictal, com hipotonia generalizada,
lentificada mas é adequada; recuperação dos ciclos respiratórios e aparecimento de
incontinência;
Estupor: necessita de estimulação vigorosa para o 4. Segue-se a recuperação gradual da consciência,
despertar, sendo que recupera temporária ou geralmente com confusão mental transitória, fadiga e
parcialmente a resposta. Assim que é removido o cefaleias.
estímulo retorna ao estado prévio;
- Generalizadas Não Convulsivas:
Coma: perda completa da capacidade de despertar
apesar da estimulação. • Ausência ou Pequeno Mal: episódios de 5 a 10
Lipotímia: sensação de desmaio segundos de alteração da consciência, com o indivíduo
a ficar irresponsivo ao meio que o rodeia. Durante este
Síncope: desmaiar (perda de consciência repentina, período podem aparecer automatismos ou o indivíduo
reversível e de curta diminuição). Formais mais pode continuar a realizar uma tarefa motora como
comuns: conduzir ou caminhar
- Síncope vasovagal: pode ser desencadeada por * Parciais ou Focais: quando as crises têm origem em áreas
exemplo por um susto, medo, histeria, ou por uma corticais localizadas: os focos epilépticos. As manifestações
emoção. Os indícios mais frequentes são astenia,
vão depender da área afetada: lobos frontais, temporais,
sensação de frio, alterações de visão e tonturas.
ocipitais, parietais. Geralmente não há perda de consciência.
- Síncope Ortostática: surge mais frequentemente nas Com sintomas motores, sensoriais (auditivos, olfativos,
mulheres jovens com PA baixa, após terem visuais), psíquicos; (ex. movimentos involuntários de parte
permanecido em pé durante longos períodos de tempo do corpo; alucinações; vertigens; sensação de estar fora do
ou quando se levantam repentinamente. corpo;

* Crises atónicas: (ou drop attacks) são caraterizadas por


perda súbita do tónus muscular, resultando em quedas, com
perda transitória da consciência.
17
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Fibrinólise
Estado de Mal
→ Trombectomia mecânica: mostrou-se benéfica (é capaz
de reduzir a mortalidade em cerca de 6% e permitir que
* Verdadeira emergência médica
cerca de 50% dos doentes fiquem independentes).
* crise com duração superior a 5 minutos ou, em alternativa,
→ RACE – Rapid Arterial Occlusion Evaluation Scale:
mais do que uma crise sucessiva, sem recuperação completa
do estado de consciência entre as crises). * pode avaliar de forma precisa a gravidade do AVC e
detetar os doentes com AVC agudo e suspeita de oclusão de
* Deve ser interrompido com a maior brevidade, já que a
um grande vaso.
mortalidade aumenta à medida que se prolonga a crise.
* Pontuação ≥ 5, existe 85% de probabilidade de oclusão de
→ A morbilidade e mortalidade das convulsões decorre
um grande vaso
dos seguintes aspetos:
→ Via Verde AVC - Atuação
• Hipóxia por obstrução da via aérea ou por paralisia dos
músculos respiratórios; Cincinnati +race = CODU
• Encefalopatia por elevado consumo metabólico dos
* O CODU deve privilegiar o contacto prévio com as
neurónios em descarga durante a crise (particularmente
Unidades de AVC a fim de encaminhar o doente, sempre
nos estados de mal);
que adequado, diretamente para Centros com capacidade de
• Lesões traumáticas durante a crise convulsiva;
realizar trombectomia mecânica.
• Complicações decorrentes da terapêutica.
* Outros aspetos:
→ Se em período convulsivo:
• Tempo máximo no local <20 minutos
✓ Proteção da cabeça e das extremidades do doente
• Transportar familiar (exceto se contra-indicado)
para evitar lesões traumáticas;
• Nº telemóvel de familiar/cuidador
✓ Se possível administração de O2 suplementar por
• Definir hora precisa (e não aproximada)
máscara;
✓ Com acesso venoso: Diazepam 0,2mg/Kg EV • Tentar saber a hora da última toma dos
✓ Sem acesso venoso: Midazolam 0,2mg/Kg IM ou anticoagulantes
Diazepam Rectal 5mg (<5anos),10mg(> 5anos) * Abordagem e transporte: Cincinnati → Race → CODU
- Ou outros fármacos alternativos ex. Fenitoína → UAVC (Trombólise/ Trombólise e Trombectomia
20mg/Kg EV em 30-40 min; Propofol bólus inicial 1- (protocolo misto))
2mg/Kg
✓ Observar as características e duração da crise
AVC
Nota: convulsão febril – diagnóstico de exclusão
Abordagem ABCDE
1.2. Acidente Vascular Cerebral
Manutenção da via
* Pode ser Isquémico (mais frequente) ou Hemorrágico
Garantir spo2 ≥ 95%
* As manifestações clínicas de um e outro grupo são muito
semelhantes, pelo que é mandatório fazer uma tomografia
Cabeceira elevada 30 º
computorizada cerebral para os diferenciar.

→ Via Verde AVC – Critérios de Inclusão: Acesso VP + Soroterapia (Nacl 0,9%)


• Independência prévia (particularmente relevante)
• Sinais e sintomas mais frequentes: Corrigir hta apenas se: tas > 220 mmHg
✓ Hemipáresia / Hemiplegia ou TAD > 120 mmHG
✓ Disartria / Afasia
✓ Parésia facial
Tratar Convulsões
• Até 24h de evolução (desde início de sintomas)
• Idade ≥ 18 anos (sem limite superior de idade)
Corrigir hipoglicemia e hipertermia

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
escuro), que exige admissão hospitalar e avaliação clínica
imediata.

2. Alterações Gastrointestinais Agudas * Causas mais comuns: hemorroidas; diverticulite;


angiectasias do cólon; pólipos colónicos; colite isquémica.

2.1. Hemorragia Digestiva Alta * Outras causas: Neoplasias; Colite inflamatória, infeciosa;

* Tratamento:
* Hemorragia com ponto de partida no tubo digestivo
➢ Abordagem ABCDE – alteração encontrada = alteração
proximal ao ângulo de Treitz (perda de sangue entre a parte
corrigida;
superior do esófago e o duodeno, no ligamento de Treitz).
➢ Tratamento pode passar por:
* Manifestações: as hematemeses (vómito de sangue vivo ✓ SNG; Colonoscopia; Endoscopia (no caso de
ou digerido), e as melenas (fezes negras, viscosas e com Colonoscopia negativa);
cheiro característico), são os principais sinais. ✓ Dependente da causa e se sucesso terapêutico,
iniciar fármaco vasoativo: terlipressina, octeótrido,
* Causas mais frequentes: somatostatina, e outras;
✓ Profilaxia antibiótica se indicada;
• Úlcera péptica – (corresponde a cerca de 50% das
✓ Sangue para análises, incluindo Hemograma e
causas de HDA);
tipagem;
• Varizes esofágicas – em doentes com cirrose
✓ SNG para lavagem e proteção de VA;
hepática;
✓ Reposição volémica, transfusão sanguínea;
• Síndrome de Mallory-Weiss (laceração não
✓ Dieta 0
penetrante das mucosas do esófago distal e
✓ Vigilância em UCI;
estômago proximal, causada por vómitos, ânsia ou
✓ Exames complementares: RX; ECG; ECO;
soluços);
• Erosões gastruodenais;
3. Alterações Renais e Geniturinárias Agudas
* Tratamento:

➢ Abordagem ABCDE – alteração encontrada = alteração


corrigida; 3.1. Litíase Renal
➢ Tratamento pode passar por:
✓ Terapêutica endoscópica com injeção de * Na urina normal existe um balanço entre substâncias
adrenalina ou fármaco alternativo nos bordos da promotoras de cristalização (cálcio, ácido úrico, oxalato etc.)
lesão (hemóstase endoscópica) ou tentativa de e as inibidoras de cristalização (citrato, pirofosfato,
remoção do coágulo; magnésio, etc. → Quando esse equilíbrio é
✓ Dependente da causa e se sucesso terapêutico, comprometido, pode ocorrer a formação de cálculos
iniciar fármaco vasoativo: terlipressina, renais.
octeótrido, somatostatina, e outras;
✓ Profilaxia antibiótica se indicada; * Principal sintoma: cólica renal (que surge quando há
✓ Sangue para análises, incluindo Hemograma e encravamento do cálculo; o doente apresenta dor severa que
tipagem; evolui por acessos recidivantes).
✓ SNG para lavagem e proteção de VA;
* 80% dos cálculos são eliminados espontaneamente,
✓ Reposição volémica, transfusão sanguínea;
porém se assim não acontecer, e dependendo da sua
✓ Dieta 0
localização podem ser extraídos com a ajuda de pinças ou
✓ Vigilância em UCI;
sondas especiais (se encravados na porção inferior do
✓ Exames complementares:RX; ECG; ECO;
ureter) ou por litotrícia (“ondas de choque”), caso estejam
localizados na porção superior do ureter.
2.2. Hemorragia Digestiva Baixa
* Diagnóstico:

* Hemorragia que se origina abaixo do ângulo de Treitz, de o Análises Sanguíneas –determinação dos valores de
duração recente (menos 3 dias de evolução) e que resulta em creatinina e ureia, a fim de confirmar a lesão
anemia, necessidade transfusional e / ou instabilidade renal,bem como de cálcio, fosfato e ácido úrico;
hemodinâmica. o Análise Urina – para detetar eventuais infeções
urinárias;
* Manifestação: a apresentação clínica mais comum é a
hematoquézia (dejeção de sangue vermelho vivo ou
19
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
o Ecografia – os cálculos a partir de 0,5 -1 cm são * Diminuição rápida da capacidade dos rins em eliminarem
visíveis na ecografia; substâncias tóxicas do sangue, levando a uma acumulação
de produtos metabólicos residuais no sangue, como a ureia,
* Tratamento:
creatinina, potássio e outros.
➢ Avaliação e alívio da dor–analgésicos em associação
* Principal sintoma: oligúria ou anúria.
com espasmolíticos (ex. buscopan);
➢ ATB se infeção urinária associada; * Causas:
➢ Procedimentos de desobstrução/remoção do cálculo;
• Desidratação grave;
• Hipotensão;
3.2. Hematúria
• EAM;
• Doenças Cardiovasculares;
* Presença de sangue na urina; • Infeções e Sépsis;
• Insuficiência Hepática;
* Causas: tumores; cálculos; nefrites; cistites, alterações de
• Queimaduras Graves;
coagulação ou outras.
• Toxinas (metais pesados, cocaína);
* Tipos: • Uso de alguns medicamentos (ATB, anti-
inflamatórios, anti-hipertensivos);
• Hematúria macroscópica: sangue visível a olho nu
• Cancro da bexiga, do colo do útero, da Próstata; ...
(a partir de 1ml de sangue/1l de urina);
• Hematúria microscópica: presença de sangue * Tratamento:
comprovada com avaliação microscópica da urina,
➢ Descobrir a causa;
tiras de teste ou outros (não visível a olho nu); Todo o
➢ Administrar diuréticos EV;
tipo de hematúria deve ser esclarecido, mesmo que
➢ Reposição de fluídos;
tenha cessado espontaneamente
➢ Correção de alterações eletrolíticas;
*Nem sempre a coloração avermelhada da urina coincide ➢ Para contrariar a acidose, administrar bicarbonato de
com a presença de sangue. Alguns alimentos como a sódio EV;
beterraba e medicamentos tb coram a urina de vermelho. ➢ ATB no caso de infeção;
➢ Diálise (temporária) através de cateter venoso central,
caso as medidas apontadas não sejam eficazes;
3.3. Retenção Urinária

* Incapacidade de urinar, apesar de a bexiga estar repleta; 3.4. Terapia de Substituição Renal

* Sintomas: À medida que a bexiga vai ficando mais


* Procedimento terapêutico que inclui métodos de
preenchida, o doente pode ficar mais agitado e com queixas
depuração do sangue extracorpórea, cujo propósito é
álgicas a nível do abdómen inferior.
substituir a função renal por períodos longos.
* Causas:
Príncipios Gerais
• Obstrutivas: Cálculos renais ou na bexiga; Nos
homens idosos, a causa de retenção pode coincidir • Remoção de sangue por um acesso vascular;
com um aumento dovolume da próstata ou com • Uso de um filtro (Oxíris, ST150…..)
tumores da uretra ou da bexiga; • Formação de “efluente” (urina)
• Não Obstrutivas: AVC; Parto vaginal; Lesão ou • Devolução do sangue filtrado ao organismo por
trauma pélvico; Lesões no cérebro ou medula “outro” acesso venoso (retorno)
espinhal;

* Tratamento (é importante descobrir a causa):

➢ Colocação de sonda vesical para esvaziamento 4. Queimaduras


vesical;
➢ Análise à urina. A. Profundidade da queimadura:

3.4. Insuficiência Renal Aguda (IRA) ➢ 1º grau – espessura epidérmica:


• Eritema da pele
• Pele intacta

20
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
• Não deve ser considerada no cálculo da superfície
queimada

➢ 2º grau – espessura parcial:


• Envolve a epiderme e parte da derme papilar
➢ 3º grau – profunda de espessura parcial:
• Envolve a epiderme, toda a camada papilar da derme
até à derme reticular C. Gravidade das Queimaduras

→ Queimaduras ligeiras ou minor:


➢ 3º grau – espessura profunda completa:
• Envolve toda a espessura da pele • Queimaduras de 2º Grau < 15 % da superfície
corporal total (SCT)
➢ 3º grau – espessura total: • Queimaduras de 3º Grau < 2 % da SCT
• Envolve também tecidos, músculos ou ossos
→ Queimaduras Moderadas:
adjacentes

B. Extensão da Queimadura • Queimaduras de 2º Grau em 15 a 25 % da SCT


• Queimaduras de 3º Grau em 2 a 10 % da SCT
→ Regra dos Nove
→ Queimaduras graves ou críticas:

• Queimaduras de 2º Grau em > 25 % da SCT


• Queimaduras de 3º Grau em > 10 % da SCT
• Queimadura da via aérea
• Atingimento da face, mãos, pés ou períneo
• Associadas a fracturasou lesões importantes dos
tecidos moles
• Queimaduras elétricas ou químicas
• Em doentes com patologias associadas importantes
(por ex., diabetes ou doença coronária)
• Nas crianças e nos idosos (são considerados grupos de
risco doentes com < 10 e > 50 anos)

4.1. Abordagem Geral

Palmas + dedos = 1%
* Avaliar a vítima conforme Protocolo da Abordagem ao
→ Classificação de Lund and Bowder Traumatizado

* Interromper o processo de queimadura

* Despir a vítima e procurar lesões associadas

* Avaliar extensão e gravidade da queimadura

* Monitorização

* Fluidoterapia

* Analgesia

A. Permeabilização da via aérea com controlo da


cervical se indicado
• Risco de queimadura da via aérea: queimadura por fogo
da face e/ou pescoço, dispneia, estridor laríngeo ou
rouquidão, existência de pelos da face ou do nariz
chamuscados e tosse com expetoração fuliginosa
• Considerar apoio para VA definitiva se:
✓ Índice de Clark > 2
✓ Intoxicação por CO
21
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
✓ Queimadura circunferencial do tórax ✓ Aquecer célula sanitária
✓ Administrar soros aquecidos
B. Ventilação e Oxigenação ✓ Proteger zonas queimadas com lençol de queimados,
• Pesquisar sinais de hipoxia cobrindo com manta isotérmica (preserva humidade
• Administrar O2 100% (15L/min) humidificado a todas e calor)
as vitimas com queimaduras extensas
independentemente da SpO2 4.2. Critérios Referência: Centro de Queimados

Atenção na intoxicação por CO ❖ Idade < 5anos e > 65anos


! O monóxido de carbono difunde-se
❖ Queimaduras em mais de 10% da superfície corporal
❖ Queimaduras superficial de espessura parcial (antigo
rapidamente pela membrana capilar pulmonar
2º grau) >5% em lactentes
e liga-se à hemoglobina com 240x mais
afinidade que o oxigénio. Não confiar nos ❖ Queimaduras profundas de espessura parcial (antigo
valores de SPO2 do oxímetro., pois não 3º grau) em mais de 2% da superfície corporal
destingue oxi-hemoglobina da carboxi- ❖ Queimaduras da face, pescoço, tórax, períneo, mãos e
hemoglobina. pés
❖ Queimaduras circulares do tórax e/o umembros
❖ Queimaduras 3º grau em qualquer grupo etário
C. Assegurar a circulação com controlo de hemorragia ❖ Queimaduras elétricas
• Acesso venoso versus IO ❖ Queimaduras químicas
• Analgesiar ❖ Carboxihemoglobina > 10%
• Se CHOQUE pesquisar outras causas ❖ Queimaduras com lesões associadas
• Se queimaduras >15% da SCT, Fluidoterapia com ❖ Inalação de fumo e/ou substâncias tóxicas
Lactato de Ringer pela fórmula de Parkland (sem ❖ Traumatismo crânio-encefálico
trauma associado) ❖ Traumatismo músculo-esquelético;
❖ Queimaduras com doenças associadas: Diabetes
mellitus; Doença hepática; Doença renal; Doença
Adulto: 2 – 4 mL x Kg x % Área queimada
cardíaca; Doença psiquiátrica e/ou neurológica;
Criança: 3 – 4 mL x Kg x % Área queimada Neoplasias e situações de imuno depressão
❖ Suspeita de lesão por maus tratos
❖ Necrose epidermólise tóxica (síndrome de Lyell)
A infundir em 24H, sendo metade nas primeiras 8H ❖ As queimaduras sem cicatrização entre o 10º-14º dia
❖ As pessoas com cicatrizes, de alguns meses, após uma
→ Queimaduras elétricas:
queimadura
✓ Vigiar sinais de edema muscular: síndrome ❖ Queimaduras em pessoas que requerem intervenção
compartimental social, emocional ou de reabilitação
✓ Lesão do miocárdio com arritmias?
✓ Lesões músculo-esqueléticas? → Na eletrocussão há
possibilidade de lesões musculares relevantes. Devido 4.3. Considerações Especiais
à mioglobina libertada pela rabdomiólise, é
fundamental promover um débito urinário adequado • Lavagem na queimadura química (pode ser necessário
para prevenira IRA. (ex.Manitol100-200cc EV; SF mesmo durante transporte)
20ml/Kg durantea 1ª Hora). • Membros queimados podem ser elevados para
minimizar edema
→ Queimaduras químicas: • Se olhos envolvidos devem ser cobertos e
✓ Suspeitar de toxicidade sistémica humedecidos com penso ocular
✓ Identificar se existem lesões inalatórias • NÃO REMOVER ROUPA ADERENTE À PELE
• Algaliar se queimadura envolver o períneo ou se
transporte for superior a 30 minutos
D. Disfunção Neurológica • Considerar Helitransporte
• Pesquisar alterações neurológicas • Atenção à possibilidade de lesões traumáticas
associadas, particularmente no caso de explosões e
E. Exposição com controlo de temperatura queimaduras por corrente elétrica de alta tensão
• Possibilidade de intoxicação por CO em incêndios em
• Prevenir hipotermia:
espaços fechados
✓ Não irrigar continuamente a vítima
22
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
• O quadro clínico da intoxicação por CO depende da % Prof. Catia
de Carboxi-Hemoglobina (CO-Hb)
1. Alterações Metabólicas e Endócrinas Agudas

1.1. Hipoglicemia
• Nas queimaduras por substâncias químicas que
reagem com a água, a remoção mecânica prévia * É caracterizada pela Tríade de Whipple:
(limpeza com compressas secas) é particularmente
importante (exceção: queimaduras oculares) • Valor de glicose baixo no sangue;
• A lavagem de queimaduras químicas deve ser feita de • Sintomas associados à diminuição da concentração
modo a que a água (potável) não arraste a substância sanguínea de glicose;
química para zonas não atingidas • Reversão ou melhoria desses sintomas com a
reversão da hipoglicemia (após administração de
solução de glucose).

* Limiar glicémico para sintomas de hipoglicemia pode


variar, mas assume-se como valor de corte para
hipoglicemia de ≤60 mg/dl na concentração plasmática.

* Instalação rápida e súbita.

* Potencialmente fatal.

* Complicação frequente em doentes diabéticos.

* Suspeitar sempre que um doente chega inconsciente ou


com alteração neurológica à urgência.

→ Sinais e sintomas:

Autonómicos (Resultantes Neuroglicopénicos (Resultam do


dos efeitos das hormonas défice de glicose a nível cerebral e
contrarreguladoras o seu aparecimento implica a
libertadas em resposta à entrada numa fase de risco de
diminuição da glicemia) lesões cerebrais irreversíveis)

• Tremores • Dificuldade de
• Taquicardia concentração
• Sudorese • Alterações no
comportamento
• Ansiedade
• Fraqueza muscular
• Semsação de fome
• Sonolência
• Parestesias
• Alterações da visão
• Dificuldade em falar
• Cefaleias
• Tonturas, Náuseas e dor
abdominal
• Confusão
• Convulsões
• Coma hipoglicémico
→ Causas:

o Jejum prolongado e desnutrição


o Em caso de vómitos e diarreia
o Induzida por fármacos: doses de insulina ou
antidiabéticos orais demasiado elevadas
o Situações de maior consumo de açúcar (ex. esforço
físico, emoções fortes, febre,…)
o Induzida por álcool
23
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
o Insuficiência hepática • A hiperglicemia ocorre nos doentes com diagnóstico
o Tumores produtores de insulina prévio de diabetes (por falta de cumprimento da terapêutica
o Intoxicações voluntárias e/ou involuntárias com prescrita ou em caso de não cumprimento da dieta) e
antidiabéticos orais e/ou insulina naqueles em quem a diabetes ainda não tinha sido
diagnosticada.
→ Fatores de risco para hipoglicemias em diabéticos:
→ Sinais e Sintomas:
Fatores clínicos: Controlo glicémico rigoroso; História
anterior de hipoglicemia grave; Tratamento inadequado ✓ Sede excessiva
de hipoglicemias anteriores; Monitorização inadequada ✓ Poliúria
da glicemia; Terapêutica hipoglicemiante (insulina ou ✓ Fome
secretagogos de insulina); Lipodistrofias; Primeiro ✓ Falta de força
trimestre da gravidez, parto e pós- parto; Amamentação; ✓ Apatia
Diminuição da sensibilidade às hipoglicemias; ✓ Fadiga mental
Disfunção hepática grave; Fases tardias da doença ✓ Pele seca
renal; Disfunção cognitiva/Demência; Polimedicação ✓ Prurido
✓ Sonolência
Estilo de vida: Desajuste entre a atividade física e a
* Em casos mais avançados:
ingestão de hidratos de carbono ou da medicação; Estilo
de vida irregular; Perda de peso acentuada sem ajustes ✓ Cefaleias
da medicação ✓ Náuseas
✓ Vómitos
Nutricionais: Má absorção de alimentos; ✓ Hipotensão
Omissão/atraso das refeições; Ingestão de bebidas ✓ Hálito cetónico
alcoólicas; Vómitos ou diarreia ✓ Respiração Kussmaul
✓ Confusão mental
✓ Alterações Consciência…
→ Classificação: ✓ Estupor
✓ Coma Hiperglicémico
I. Se glicemia < 70 mg/dl e ≥ 54mg/dl
II. Se glicemia < 54 mg/dl → Doente Crítico:
III. Adulto não cooperante e/ou sem capacidade de * A glicemia nos valores normais (abaixo de 110mg/dl)
deglutição ou inconsciente associa-se a morbilidade e mortalidade mais baixas.
→ Atuação: • Sistema Cardiovascular:
✓ Assegurar o ABCDE A conexão entre os eventos cardiovasculares agudos e a
✓ Administração de oxigénio para obter sat. O2 ≥ 95% (se diabetes é, talvez, devido às alterações inflamatórias da
grávida ≥ 97%; se DPOC ≥ 92 %) parede do vaso induzidas pela hiperglicemia, que inibe a
✓ Acesso venoso periférico vasodilatação.
✓ Monitorização de sinais vitais (atenção às
características da respiração) e estado de consciência (se • Sistema Neurológico:
inconsciente PLS)
A hiperglicemia diminui o fluxo sanguíneo cerebral e
✓ Monitorização da glicemia
aumenta a produção encefálica de lactato.
✓ Em caso de convulsão atuar em conformidade
✓ Prosseguir com restante exame à vítima → Tratamento:

o Controlo frequente de glicemia


o Infusão contínua de insulina
1.2. Hiperglicemia
→ Atuação:

❖ ABCDE
* Resulta habitualmente da insuficiente quantidade de
❖ Administração de oxigénio para obter sat. O2 ≥ 95% (se
insulina em relação ao açúcar no sangue – valor de açúcar
grávida ≥97%; se DPOC ≥ 92 %)
no sangue capilar > 200 mg/dl.
❖ Acesso venoso (se possibilidade)
• É normalmente de instalação lenta e progressiva. ❖ Monitorização de sinais vitais (atenção às
características da respiração) e estado de consciência (se
inconsciente PLS)
24
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
❖ Monitorização da glicemia ✓ Mau estado geral
❖ Em caso de convulsão atuar em conformidade ✓ Pele e mucosas secas
❖ Prosseguir com restante exame à vítima ✓ Respiração profunda e difícil
✓ Turgor cutâneo diminuído
1.3. Hiperglicemia VS Hipoglicemia → Sinais Característicos:

✓ Hálito cetónico (frutado/acetona)


Quando a vítima se encontra consciente e após reversão
✓ Confusão
do caso, pode não ser necessário deslocação ao hospital
✓ Coma
(decisão exclusivamente médica);
✓ Dor/defesa abdominal (pode simular abdómen agudo)
A distinção entre hipo e hiperglicemia nem sempre é
fácil tendo em conta apenas os sinais e sintomas; → Avaliação Inicial
A determinação da glicemia capilar é fundamental para
esclarecer a situação; • Avaliar e assegurar as funções vitais seguindo a
Em caso de impossibilidade de medição da glicemia, sequência “ABCDE”
deve-se atuar como se de uma hipoglicemia se • Identificar os problemas principais do doente,
tratasse pois: nomeadamente em relação ao cumprimento terapêutico
- A hipoglicemia tem uma evolução mais rápida; recente
- A hipoglicemia conduz mais rapidamente à morte • Antecipar as alterações metabólicas prováveis
celular. • Avaliar o estado de hidratação e de volémia
• Rastrear os principais focos de infeção
1.4. Cetoacidose Diabética
Todos os doentes devem ter: Acesso vascular;
Monitorização dos sinais vitais e diurese; Realizada
* Complicação potencialmente mortal da diabetes mellitus. gasometria do sangue arterial com iões e colheitas para
hemo-leucograma, glicemia, função renal, ionograma,
* Os diabéticos de tipo 1 dependentes de insulina são
urina sumária e sedimento urinário
tipicamente afetados.

* Critérios de diagnóstico:

- glicemia > 250mg/dl → Tratamento:

- pH< 7,3 o Repor o défice de volume;


o Corrigir o défice de insulina – perfusão de insulina com
- Bicarbonato 15mEq/L (normal 22-26mEq/L) vigilância da caliemia;
- Cetonúria e/ou Cetonemia o Corrigir os desequilíbrios eletrolíticos (K+; HCO3-;
PO43-; Mg2+;
→ Causas mais frequentes: o Iniciar de imediato o tratamento da causa
(nomeadamente com recurso à antibioterapia se houver
• Infeção (40% - a infeção urinária é a mais frequente)
suspeita de infeção);
• Interrupção de tratamento com insulina (25%) o Estabelecer um plano de monitorização
• Diabetes inaugural (15%)
• Outras Causas (20% - Enfarte do miocárdio ou AVC;
Gravidez complicada, Trauma, Cirurgias ou consumo
2. Sobredosagem, Intoxicações e Envenenamento
cocaína)
* CIAV: centro médico de consulta telefónica na área das
→ Fisiopatologia:
intoxicações, 24H/dia todos os dias do ano
Poliúria + Nauseas e vómitos → Desidratação → Choque,
* Consiste num quadro clínico decorrente do contacto ou
coma ou morte
exposição (acidental, intencional ou profissional) a uma
→ Sinais vitais: substância ou produto, por via:

✓ Taquicardia • oral (digestiva)


✓ Hipotensão • parentérica (injeção)
✓ Polipneia (resp. de Kussmaul) • inalatória
✓ Hipotermia • através da superfície corporal (pele, olhos, mucosas)
✓ Febre, se infeção
* Simbolos – perigo:
→ Sinais Gerais:
25
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
Exame Físico

Constelação de sinais e sintomas :

• Sinais vitais
• Estado de consciência
• Pupilas
• Pele
• Sistema gastrointestinal
• Sistema urinário


Toxídromas

Tóxico com efeito:

• Anticolinérgico
• Simpaticomimético
• Opióide
• Colinérgico
• Hipnótico sedativo

Nota: ver tabela slide 14 ppt intoxicações

C. Laboratório: situações específicas

→ Critérios de gravidade:

• Falência cárdio respiratória


→ Diagnóstico: • Arritmias
• Coma/convulsões
A. Informação clínica: doente, testemunha, evidência • Toxicidade inerente à natureza do tóxico
• QUEM – idade, sexo, gravidez, peso…? • Dose ingerida
• O QUÊ – nome do tóxico (medicamento, planta, • Diagnóstico tardio
produto, ...); para que serve? • Idade (criança ou idoso)
• QUANTO – quantidade de produto (ingerido ou • Antecedentes patológicos
exposição)?
• QUANDO - tempo decorrido desde a exposição? → Tratamento:
• ONDE – local da exposição ao produto? ✓ Segurança: necessidade de utilização de equipamento
• COMO – ingeriu? com bebidas alcoólicas? em de proteção individual (óculos, máscara, luvas, avental)
jejum? com alimentos?... no manuseamento da vítima.
✓ ABCDE
✓ Baseiam-se em 3 princípios:
B. Exame físico: sinais e sintomas – Toxídromas • descontaminação:
• aumento da eliminação;
• Informação clínica indisponível: • administração de antídotos específicos.
- ... únicos elementos sobre a intoxicação
• Toxídromas fornece elementos sobre: ✓ Descontaminação/Diminuição da Absorção:
– gravidade da intoxicação
– natureza do tóxico ➢ Via cutânea: Remover a roupa contaminada. Lavagem
• Exame objetivo orientado: da pele com água e sabão - excepto metais alcalinos
- Constelação de sinais e sintomas ➢ Via ocular: Lavar com soro fisiológico ou água
- classe de tóxico corrente durante 10 a 15 minutos, abrindo as pálpebras.
- diagnóstico e terapêutica, incluindo antídoto

26
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
➢ Via inalatória: Remover o doente do local. Tirar libertação prolongada ou ingestão de grandes
roupas contaminadas. Manter a vítima aquecida e quantidades de produto muito tóxico.
administrar O2 • Colocar o doente em posição de Trendlenburg ou
➢ Picada de animal: Imobilizar a área atingida. decúbito lateral esquerdo para diminuir o risco de
Desinfeção do local da picada. Se viável aplicar gelo aspiração e aumentar a eficácia da lavagem
(exceção: picada de peixe aranha - devedeve- se
aplicaaplicar calor localmente Contraindicações:
➢ Via digestiva: Tem por objetivo evitar ou diminuir a
absorção dos tóxicos ingeridos, através dos seguintes ✓ Ingestão de produtos cáusticos e hidrocarbonetos
procedimentos:
• Esvaziamento gástrico por indução mecânica do Complicações:
vómito ou lavagem/ aspiração gástrica.
• Administração de carvão ativado. ✓ Pneumonia de aspiração, perfuração
➢ Não está recomendada a lavagem gástrica por rotina.
• Pode ser realizada em situações conhecidas de
ingestão recente e deve ser realizada por ✓ Administração de Carvão Ativado:
profissionais experientes. • Adsorve a maioria dos tóxicos impedindo a sua
• Pode ter como potenciais complicações: aspiração, absorção para o sangue
perfuração esofágica ou gástrica, alterações • Tem uma eficácia tanto maior quanto mais precoce for
eletrolíticas, arritmias. a sua administração
• Está contraindicada se a via aérea não está • Administrar através da SG após a lavagem gástrica
protegida ou houve ingestão de hidrocarbonetos ou (diluído em água – não usar soro fisiológico ou por
corrosivos; via oral
➢ O método preferido para diminuição da absorção GI é • Administrar em doses múltiplas em intoxicações com
administração de carvão ativado e é mais eficaz na 1º fármacos com ciclo entero hepático entero entérico ou
hora após a ingestão. de libertação prolongada (ex carbamazepina teofilina
• Não inibe a absorção de lítio, metais pesados e valproato de sódio, fenobarbital, digoxina)
álcoois tóxicos. • Sem indicação nas intoxicações por álcoois/glicóis,
• Os efeitos secundários mais frequentes são a lítio, ferro, flúor, cianeto e hidrocarbonetos uma vez
obstipação e vómitos. que não são absorvíveis pelo carvão ativado
• Não há evidência de que melhore o prognóstico;

✓ Indução mecânica do vómito


• Consiste na estimulação mecânica da úvula com uma
espátula ou cabo de uma colher
• Para que seja eficaz é fundamental aumentar o conteúdo
gástrico, administrando previamente 2 ou 3 copos de
água Contraindicações:
• Para evitar a aspiração do vómito, a técnica deve ser
executada com a vítima sentada e inclinada para a frente ✓ Ingestão de produtos cáusticos;
✓ Ingestão de petróleo ou derivados ( gasóleo,
Contraindicações: gasolina);
✓ Doentes com depressão do estado de consciência
✓ Vítima sonolenta ou inconsciente sem proteção da via aérea;
✓ Ingestão de produtos cáusticos; ✓ Quando há risco de hemorragia ou perfuração
✓ Ingestão de produtos que façam espuma; gastrointestinal; obstrução intestinal; íleos.
✓ Ingestão de derivados do petróleo (ex. gasóleo,
gasolina).
Apenas induzir após Complicações:
indicação do
✓ Pneumonia de aspiração
CODU/CIAV/Médico
✓ Obstipação

→ Administrar Catártico – Sulfato de sódio ou sulfato de


✓ Lavagem/ aspiração gástrica:
magnésio
• Eficácia comprovada quando efetuada na primeira hora
após a ingestão Nas primeiras 2 horas, se tóxicos com

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
✓ Aumento Eliminação ✓ Tratamentos Específicos (Exemplos):

Uma vez absorvido o tóxico, há que forçar a sua


eliminação:

• Doses múltiplas de carvão ativado administrado ao


longo de várias horas podem ajudar a eliminar certos
tóxicos (carbamazepina, dapsona, teofilina,
fenobarbital). A dose inicial é de 50g-100g em adultos;
• Alcalinização da urina (pH urinário≥7,5) através da
perfusão de bicarbonato de sódio. É comum utilizar-se
em intoxicações por salicilatos quando não é necessário
a diálise. A complicação mais comum é a hipocaliemia;
• Hemodiálise remove os tóxicos ou seus metabolitos de
baixo peso molecular, baixa ligação proteica, pequenos
volumes de distribuição e elevada hidrossolubilidade.

✓ Administração de antídotos específicos:


• Substâncias utilizadas para anular ou diminuir os efeitos
de um tóxico no organismo.
• A sua utilização assenta fundamentalmente em critérios
clínicos e laboratoriais.
• Antídoto é útil se reverte efeito do tóxico e por si não é
tóxico
• Poucos tóxicos dispõem de antídoto específico
• Mais útil quando usados precocemente
• Não dispensam nunca o tratamento sintomático
• Não representam o essencial do tratamento da
intoxicação

✓ Coma Coktail:
• É uma combinação de substâncias administradas em
uma emergência a indivíduos em coma quando a causa
do coma ainda não foi determinada.
• A intenção é trabalhar contra várias causas de coma
vistas em um cenário de emergência, incluindo
overdoses de drogas e hipoglicemia.

Naloxona

Dextrose

Tiamina

Flumazenil

Deve ter-se especial cuidado na administração de Flumazenilo em


casos de sobredosagem de múltiplos agentes, pois os efeitos
tóxicos (ex: convulsões e disritmia cardíaca) dos outros fármacos
ingeridos em excesso (especialmente os antidepressivos cíclicos)
podem manifestar-se na sequência da neutralização dos efeitos
benzodiazepínicos.
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
o Aumenta a FC e contratibilidade cardíaca para aumentar
o DC - libertação de catecolaminas, adrenalina e
noradrenalina, para aumentar a PA.
o Aumenta as resistências vasculares sistémicas
(redistribuição do fluxo sanguíneo para os órgãos
nobres)
o Aumenta a FR, para otimizar a oxigenação

- Sistema da Renina-Angiotensina-Aldosterona:

o Retenção de água e sódio para aumentar o volume


intravascular para aumentar a PA.

Choque com disfunção cardio-respiratória

• Uma vez esgotados os mecanismos de compensação


surgem as manifestações clínicas do choque:
✓ Hipotensão (PAS < 90 mmHg ou diminuição de valor
PAS basal do doente em + 40 mmHg)
✓ Sinais de má perfusão periférica (pele marmórea e
Prof Lioneta aumento da reperfusão capilar)
✓ Diminuição do DC
1. Choque ✓ Acidose metabólica
✓ Inicio de disfunção orgânica
* Síndrome caracterizado pela má perfusão tecidual com ✓ Disfunção múltipla de orgãos:
repercussões hemodinâmicas sistémicas. o Alteração do estado de consciência (agitação,
obnubilação e coma)
* A lesão celular ocorre ainda devido a: o Hipoperfusão alveolar (murmúrio ausente)
o Arritmia cardíaca
• Oferta de nutrientes insuficiente
o Lesão renal aguda (oliguria e aumento de
• Redução da depuração de substâncias tóxicas
creatinina)
• Maior afluxo de substâncias nocivas aos tecidos
o Hiperbilirrubinemia (diminuição da capacidade
• Ativação de mecanismos agressores
hepática de metabolizar fármacos e metabolitos)
• Enfraquecimento do sistema imunitário o Alterações de coagulação e trombocitopenia
→ Fases do Choque: o Intolerância digestiva (diminuição dos ruídos
abdominais e úlcera de stress)
o Outras manifestações que surgem isoladamente
Choque Clinicamente Compensado

Choque Refratário
• Ativação dos mecanismos de compensação da hipoxia
celular e da circulação, sem colapso cardio-circulatório
- tentativa de manter a PA dentro dos valores normais. • Situação em que apesar de instituído o tratamento
• Catecolamina endógenas: Inotropismo e cronotropismo adequado não se consegue reverter o choque.
• Valores de lactacidemia que se mantêm aumentados
• Manifestações Clínicas: (incapacidade de utilizar O2 = lesão celular).
✓ Polipneia
✓ Taquicardia 1. 1 Tipos de choque
✓ Má perfusão tecidual → Tipos de Choque:
✓ Pele fria e pálida (excepto no choque distributivo a pele
A. Choque Hipovolémico
fica quente e rosada)
• Caracterizado por um volume intravascular diminuído,
* Reversão do quadro de forma efetiva
frequentemente secundária a uma hemorragia, perda de
• Mecanismos de compensação: fluidos e eletrólitos.
• PRIORIDADE ABSOLUTA: Controlar Hemorragia
- Sistema Adrenégico: (capilar, venosa e/ou arteriak)

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
• Perda de volume acompanhada por perda de - PVC
hemoglobina: - Débito Cardíaco: SwanGanz vs não invasivo
- Hemorragia secundária a politraumatismos, (ex:PICO)
hemorragia digestiva, fraturas
• Perda de volume mas sem perda de hemoglobina: • Laboratório:
- Hipovolémia por perdas de fluidos (desidratação) – - Hemograma
Diarreia, vómitos, queimaduras - Função Renal + eletrólitos
• Fisiopatologia: Tem inicio com diminuição da volémia - Função Hepática: agudo vs crónico
→ Chega menor quantidade de sangue ao coração → - Troponina + BNP
Diminuição da pré-carga → Diminuição DC → • Ecocardiograma:
Diminuição da perfusão tecidual - Função sistólica, fração de ejeção, strain rate
• Manifestações Clínicas: - Disfunção diastólica, E/E’
✓ Taquicardia - Complicações mecânicas
✓ Hipotensão - Função do VD e hipertensão pulmonar
✓ Alteração do estado de consciência • Quando o choque é associado a SCA (Síndrome
✓ Pele fria e pegajosa coronário Agudo) → Reperfusão precoce
✓ Enchimento capilar lento • Tratamento:
• Tratamento: ➢ Oxigenioterapia / Ventilação Mecânica Invasiva
o Transfusão de sangue e administração de componentes ➢ Otimizar a pré carga ventricular
derivados de sangue, de acordo com a perda de volémia. ➢ Otimizar o inotropismo, se compromisso da
o Administração de fluidos (preferencialmente aos circulação coronária
cristalóides) ➢ Administração de fármacos vasoativos ex.:
o Oxigenioterapia – administrar O2 a todos os doentes noradrenalina e dobutamina e Levosimendan
em choque ➢ Colocação de balão de contrapulsação aórtico
(assegurar a pressão de perfusão coronária)
B. Choque Cardiogénico ➢ Correção da acidose metabólica
• É consequência da falência da bomba cardíaca, que → Enfarte Agudo do Miocárdio
resulta na diminuição do débito cardíaco.
• Causas: a) EAMSSST: Promover a reperfusão precoce com
➢ Enfarte agudo do miocárdio fármacos anti trombóticos: artéria está parcialmente
➢ Insuficiência ventrículo esquerdo ocluída por “trombos brancos” constituídos essencialmente
➢ Miocardiopatia por plaquetas.
➢ Miocardite
- Objetivo: Prevenir trombose e permitir a dissolução do
➢ Lesões valvulares
trombo pela fibrinólise, reduzindo o grau de estenose da
➢ Arritmias
artéria coronária.
➢ Aneurisma ventricular
➢ Alterações de condução elétrica - Dor característica de isquemia miocárdica: Aperto,
• Sinais e Sintomas: peso, pressão, esmagamento, constrição, a nível retro
✓ Hipotensão esternal ou precordial, habitualmente em
✓ Taquicardia sinusal crescendo/decrescendo, irradiando frequentemente para o
✓ Palidez cutânea pescoço, mandíbula ou ombro e braço esquerdos
✓ Extremidades frias influenciará positivamente a decisão diagnóstica.
✓ Hipersudorese
- ANAMNESE (Permite diagnóstico diferencial):
✓ Polipneia/ Insuficiência respiratória
✓ Náuseas/Vómitos ▪ Natureza dos sintomas “anginosos”
✓ Oliguria ▪ História de SCA
✓ Fadiga inexplicável / Sincope ▪ Sexo masculino
✓ Turgência jugular ▪ Idade avançada
✓ Ruídos adventícios nas bases pulmonares ▪ Fatores de risco presentes:
✓ Alteração do estado de consciência (agitação, - Hipertensão arterial
confusão, sonolência e coma) - Dislipidemia
• Monitorização Hemodinâmica: - Hábitos tabágicos
- Diurese - DM História familiar de EAM prematuro
- Gaso e lactato
- PAM b) EAMCSST: Promover a reperfusão precoce com
- SvO2 trombólise ou por intervenção coronária percutânea:
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Artéria está totalmente ocluída por “trombos vermelhos” C. Choque obstrutivo
ricos em fibrina, que resultam da ativação da cascata da
coagulação. • Ocorre pela diminuição do DC por causas extra
cardíacas, ou seja, advém de uma obstrução mecânica
- Objetivo: A reperfusão imediata (farmacológica ou por do débito cardíaco com consequente hipoperfusão dos
cateterismo) é a estratégia inicial para restabelecer o fluxo tecidos.
sanguíneo normal. • Causas:
➢ Tamponamento Cardíaco – Periocardiocentese
c) Exames Complementares de Diagnóstico:
➢ Trombo embolismo Pulmonar – Fibrinólise
o Troponina I ou T (enzima libertada pelas células ➢ Pneumotorax Hipertensivo – Drenagem torácica
cardíacas necrosadas)
→ Tamponamento Cardíaco
o Marcadores de eleição para a determinação de necrose
miocárdica * Aumento da pressão intrapericardica - Acumulação
o CK-MB aguda(200ml) ou subaguda (2000ml) de liquido, sangue,
o PCR (marcador de inflamação) coágulos, pus
o Fibrinogénio o BNP (Peptídeo natriurético cerebral tipo
B) * Compressão das cavidades cardíacas comprometendo a
-Informação sobre a disfunção ventricular diástole ventricular com redução do débito cardíaco.
-Marcador de compromisso hemodinâmico * Causas: Trauma, infeção, neoplasia, cirurgia cardíaca,
o Creatinina e ureia drogas, uremia
o Citocina CGF-15
* Tratamento: Periocardiocentese Oxigenioterapia / suporte
Nota: ver figura slide 27, do ppt choque
ventilatório Fluidoterapia Suporte do DC
d) Complicações de Condução
* Tríade de Beck: Hipotensão; Diminuição ou ausência de
• FA sons cardíacos; Distensão venosa jugular
• TV ou FV → Tromboembolismo Pulmonar (TEP)
• BAV
* Sintomas: Dor torácica, Dispneia, dor pleurítica.
e) Complicações Mecânicas Apreensão, tosse, hemoptise, diaforese, síncope
▪ Rutura da parede livre * Sinais: taquipneia, estertores, hiperfonese, taquicardia,
▪ Rutura do septo interventricular febre, flebite, cianose
▪ Insuficiência mitral aguda
▪ Pseudoaneurisma ventricular * Tratamento: Monitorização Hemodinâmica Invasiva;
▪ Trombo intracardíaco Ventilação Mecânica Invasiva; Fármacos vasoativos;
▪ Insuficiência Mitral Aguda Fármacos Trombóticos (Reteplase / Alteplase); Fármacos
▪ Choque cardiogénico (maior mortalidade intra anticoagulantes (enoxaparina / varfarina)
hospitalar)
→ Pneumotorax Hipertensivo
f) Exames
* Sinais e sintomas:
➢ ECG, na admissão
✓ Agitação / ansiedade
o Supra ou infra desnivelamento de ST (transitória ou
✓ Hipotensão oDificuldade respiratória
persistente)
✓ Cianose
- SST (0,1 mV ou mais) presente em, pelo menos, duas
✓ Taquicardia
derivações contíguas
✓ Assimetria torácica (tórax pode parecer híper
o Inversão da onda T (inversão for marcada (superior ou
insuflado no lado afetado) Ausência de sons
igual a 0,3 mV)
auscultatórios no lado afetado
o Presença de ondas Q patológicas)
✓ Hiperressonância à percussão do lado afetado
➢ Ecocardiograma
✓ Distensão das veias jugulares oDesvio da traqueia
➢ AngioTAC
para o lado contra lateral à lesão
➢ Cateterismo com coronariografia ou angiografia:
- Cirurgia de Revascularização Coronária * Introdução de uma agulha de grande calibreno 2°. espaço
- Intervenção Coronária Percutânea intercostal na linha hemiclavicular. A agulha é introduzida a
90 graus do plano da parede torácica.

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
D. Choque Distributivo ✓ Dispneia
✓ Sinais de vasodilatação periférica
• Divide-se em Choque séptico, anafilático e neurogénico ✓ Diminuição das resistência vascular periférica
• Caracterizado pela inadequação entre a necessidade e a ✓ Alteração do estado de consciência
oferta de oxigénio e nutrientes por uma alteração do
fluxo sanguíneo. - Variáveis Inflamatórias:

✓ Leucocitose > 12.000 mm-3


• Assim acontece:
✓ Leucopenia < 4.000 mm-3
1. As células necessitam de O2 e nutrientes ✓ Neutropenia
✓ Elevação da PROTEÍNA C-REATIVA
2. Diminuição do aporte - produção de energia pelo sistema ✓ Elevação da Calcitonina Plasmática
anaeróbico
- Variáveis Hemodinâmicas:
3. Acidose metabólica
✓ Hipotensão Arterial Sistémica
4. Na tentativa de aumentar o aporte de glicose para a ✓ Edema significativo (balanço > 20ml/Kg/24h)
produção de energia, decorre o fenómeno de glicólise e ✓ Aumento do débito cardíaco
glicogenólise ✓ Aumento do consumo de O2 / SatO2 < 70 %
5. Libertação de mediadores inflamatórios com ação: ✓ Índice Cardíaco elevado (> 3,5 l/min/m-2)
✓ Hiperglicemia (PGC > 120 mg/dl , na ausência de DM)
- Vasodilatadora de veias e artérias
- Disfunção de Orgãos:
- Aumento da permeabilidade capilar com extravasamento
de fluidos ✓ Hipoxia Arterial
✓ Oliguria (DU < 0.5 ml/Kg/h)
- Ação inotrópica negativa (ex: choque séptico) ✓ Aumento Creatinina > 0,5 mg/dl
✓ Hiperbilirrubinémia > 4 mg/dl
• Estabilização do utente ✓ Alterações Coagulação
✓ Coagulação intravascular disseminada
- Critérios de avaliação da resposta ao tratamento: ✓ Trombocitopenia < 100.000
✓ Ileos (ausência de sons intestinais)
❖ Monitorização da Pressão Arterial
❖ Oxigenioterapia - Indicadores de perturbação de perfusão tecidual:
❖ Recuperação da função dos órgãos nobres
❖ Correção da acidemia e normalização da ✓ Hiperlacticidémia > 1mmol/L
lactacidémia ✓ Pele marmórea e atraso no preenchimento capilar (> 2
❖ Correção dos valores de hemoglobina seg)
❖ Controlo da causa de choque.
• Fatores de Risco:
➢ Cirurgia recente - abdominal presença de cvc
E. Choque Séptico ➢ EOT
➢ Nutrição parentérica
• Diferente de bacteriemia, sépsis, septicémia, SRIS ➢ Antibioterapia
(Síndroma de resposta inflamatória sistémica)

Nota: ver o que cada um significa slide 54 ppt choque


• Fisiopatologia:

• Situação clinica de sépsis grave com hipotensão Agressão local e resposta anti inflamatória → Extensão
persistente mesmo após a reposição adequada de sistémica da inflamação com tradução clínica → Excesso de
volémia. mecanismos anti inflamatórios expressos pela manifestação
do SIRS → Predomínio de mecanismos de contra regulação
• Taxa de mortalidade: 60%
compensatórios → Falência da resposta imunológica
• O tratamento precoce e adequado é determinante para o
prognóstico do doente. • Tratamento:
• Manifestações Clínicas: o monitorização continua do doente e adequar
resposta
- Variáveis inespecíficas:
o optimização da ventilação / valores gasimétricos
✓ Febre ou Hipotermia o fluidoterapia
✓ Taquicardia o administração de drogas vasoativas
✓ Hiperventilação o administração de hidrocorticoides
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o tratamento da causa: antibioterapia / intervenção ▪ Rouquidão / Estridor: Presença de ruído inspiratório
cirurgica se necessário como tradução da obstrução da via aérea superior
o suporte de disfunção de orgãos (técnica de
substituição renal) ✓ Taquipneia
o suporte nutricional (nutrição parentérica com ✓ Sibilos
suporte nitrogenado adequado) ✓ Cansaço / Exaustão
✓ Cianose ( sinal tardio)
F. Choque Anafilático
✓ Confusão (pela hipoxia)
* Anafilaxia: Reação de hipersensibilidade grave sistémica ✓ Paragem respiratória
ou generalizada associada a risco de vida. Aparecimento
rápido de compromisso da via aérea e/ou circulação
→ Compromisso Circulatório:
associada a alterações cutâneo-mucosas.

* É necessário diagnóstico diferencial, mas a ✓ Manifestações de choque com a pele húmida e


probabilidade de diagnóstico depende da existência de fria
critérios: ✓ Taquicardia
✓ Hipotensão (tonturas ao levantar ou sentar)
- Inicio súbito e progressão rápida de sintomas ✓ Alteração do nível de consciência – Perda de
- Compromisso da via aérea e/ou circulatória com risco de
consciência
vida ✓ Alterações eletrocardiográficas e isquemia do
miocárdio
- Alterações cutâneas ou a nível de mucosas (ex: exantema, ✓ Paragem cardíaca
angioedema, urticária)

* A probabilidade de diagnóstico aumenta se ocorreu → Alterações da pele e mucosas:


exposição a um alergénio conhecido.
✓ Discretas ou exacerbadas
* As alterações cutâneo-mucosas , só por si não
✓ Manifestações pele, mucosas ou em ambas
diagnosticam reação anafilática
✓ Eritema macular ou papular com ou sem
* REAÇÕES ANAFILÁTICAS PODEM OCORRER generalização
APÓS EXPOSIÇÃO: ✓ Eritematosas, róseas ou pálidas, ou aparentar
picadas de insetos
- Após vacinação ✓ Formas diversas
- Picadas de insetos ✓ Angioedema idêntico à urticária mas com
envolvência de tecidos como pálpebras, lábios,
- Alimentos mucosa oral, faringe / laringe
- Após administração de fármacos EV: Agentes anestésicos,
Beta bloqueantes, Produtos de contraste
* Tratamento prioritário: Afastar alergénio conhecido ou
provável

A – Permeabilizar Via Aérea: Oxigenoterapia FiO2 de


40% a 100%

B - Entubação traqueal (se necessário): Via aérea cirúrgica


se sinais de obstrução completa
* Critérios de Diagnósticos C - Acesso intravenoso e administrar adrenalina 0.5mg
(adulto) – 0.01mg/kg/dose
Pesquisar e sistematizar as manifestações que podem
constituir risco de vida nomeadamente: - IM (0.5 mg sem diluição 1:1000) e repetir a cada 5 min
até ao máximo de 3 administrações
→ Compromisso da via aérea:
- EV (diluição 0.5 mg/10ml SF 1:10000) com administração
▪ Edema das estruturas da via aérea ex: edema da língua e
lenta e monitorização e fluidoterapia (500ml SF infusão
faringe/laringe: O doente tem dificuldade em respirar e sente
rápida)
a sua obstrução
D - Avaliação do estado de consciência

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E – Exposição: Avaliação pele • É sinal de bom prognóstico a presença de “Beevor” -
movimento do umbigo quando o abdómen é tocado.
* Tratamento subsequente:
• Este choque poderá permanecer durante dias.

✓ Administração de clemastina 2mg EV


✓ Administração de hidrocortisona 200mg EV → Suspeita de lesão medular perante:
✓ Administração de Ranitidina 50mg EV ou
Ranitidina 150mg PO (compensação da ✓ Acidentes de viação
vasodilatação mediada pela histamina) ✓ Acidentes de mergulho em águas rasas
✓ Administração de salbutamol solução ✓ Quedas ou saltos de altura 3 vezes superior à
nebulização (em caso de broncoconstrição) da vítima
✓ Traumatismo acima das clavículas
✓ Soterramento
Medidas Gerais: ✓ Eletrocussão
✓ Agressão por armas de fogo ou armas brancas;
➢ Posicionar o doente – Decubito lateral de segurança ✓ Politraumatismo
se doente inconsciente e ou vómitos ✓ TCE
- Decubito dorsal e elevação MI(s) se hipotensão ✓ Queda de qualquer veículo motorizado
(melhora a perfusão cerebral) ✓ Traumatismo direto sobre a coluna
- Decubito semi sentado se dificuldade respiratória
- Decubito lateral esquerdo se grávida (reduz
compressão na veia cava inferior) → Indicadores que sugerem a existência de Lesão
➢ Monitorização do doente Medular
➢ Colheita de sangue para Triptase
➢ Hipotensão
➢ Vigilância por 8h a 24h
➢ Bradicardia
➢ Arreflexia flácida
➢ Respiração diafragmática
G. Choque Neurogénico ➢ Parestesias
➢ Ausência de resposta à dor abaixo de um determinada
* Tipo de choque que surge por traumatismo com lesão do
região
sistema nervoso simpático.
➢ Diminuição da força muscular a nível dos membros
* Como consequência a perda do tónus vasomotor, e se a ➢ Ausência de reflexos abaixo de determinada nível
lesão for suficiente para comprometer a enervação simpática ➢ Priapismo
cardíaca, resulta vasodilatação periférica acompanhada de ➢ Pele quente e rosada
hipotensão, bradicardia e perda de controlo de temperatura. • ➢ Incontinência de esfíncteres

* É o resultado da cessação abrupta dos impulsos simpáticos → Tratamento:


com origem nos impulsos do sistema nervoso central com
A.
perda do tónus vascular.
• Alinhamento e mobilizações em bloco / plano duro e
* Decorrente de uma lesão medular, originando intensa
se necessário colar cervical
vasodilatação periférica, com diminuição do retorno venoso
• Abertura da boca com ante projeção da mandibula
e débito cardíaco.
• Aspiração de conteúdo se necessário, evitar vómito
→ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (ponderar a administração de atropina antes de
estimular a faringe / laringe)
• É importante o seu diagnóstico para o tratamento
• Oxigenioterapia em alto débito
adequado. A hipotensão não é consequência de
• EOT se necessário - ventilar eficazmente
hipovolémia, logo a fluidoterapia administrada deve
acontecer de forma cuidadosa. Logo que assegurada permeabilidade via aérea
• A perda do tónus simpático irá exacerbar o efeito vagal, inspecionar pescoço:
logo a estimulação da faringe poderá induzir bradicardia
• Tumefações ou feridas que permitam identificar locais
→ Choque Medular da lesão
• Vasos sangrantes
• O doente apresenta: Paralisia flácida generalizada;
• Sinais de enfisema subcutâneo
Respiração diafragmática; Priapismo; Dilatação gástrica
• Desvio da traqueia e ingurgitamento jugular

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B. * Acinectobacter Baumannii

• Avaliar a eficácia de ventilação e oxigenação e * Acinectobacter Haemolyticus


considerar que existem situações que influenciam
* Pseudomonas Aeruginosa
diretamente a eficácia da ventilação, e podem colocar
em risco a vida do doente: * Klebsiella Pneumonae
- Obstrução da via aérea
- Pneumotorax Hipertensivo * Escherichia Coli
- Tamponamento cardíaco * Proteus
- Ferida torácica aberta-Hemotorax maciço
- Retalho costal móvel
1.4. Virus
Considerar:
Lesão do esterno está associado muitas vezes a lesão * Herpes
vertebral
* Influenza

C. Controlo da Hemorragia
1.5. Fungos
• Se hemorragia visível comprimir o local sangrante
• Assegurar acesso vascular periférico e fluidoterapia * Candida Albicans
moderada + vasopressores?
• Avaliar sinais vitais * Aspergillus
• Colheitas de sangue para análise para H + Bioq. + TC +
Grupagem 1.6. Parasitas
• Administração precoce de altas doses de
Metilprednisolona:
* Plasmodium (Malária)
✓ 30 mg/kg na primeira hora
✓ > 5,4 mg/kg/h nas restantes 23 horas (se início
precoce - < 8 horas)
✓ > 5,4 mg/kg/h nas restantes 47 horas (se início tardio
2. Fármacos Vasoativos
- > 8 horas < 12 horas)

D. Disfunção Neurológica * Administração em cuidados intensivos:


• Exame neurológico detalhado • Bólus: administração de um fármaco EV realizada < a 1
• Avaliar nível de consciência (Escala de Comas de min
Glasgow) + simetria e reatividade pupilar • Infusão Rápida: É a administração de um fármaco EV
• Avaliar assimetrias de movimentos e alterações de realizada entre 1 a 30 min
sensibilidade • Infusão Lenta: É a administração de um fármaco EV
E. realizada entre 30 a 60 min
• Perfusão Contínua: É a administração de um fármaco
É proibida mobilização que possa agravar situação do EV num período de tempo superior a 60 min
doente ininterruptamente
• Perfusão intermitente: É a administração de um
1.2. Bactérias Gram - Positivas fármaco EV num período de tempo superior a 60 min
mas periodicamente

* Enterococcus Faecium Nota: ver slides 4-9 ppt farmacos vasoativos

* Staphylococcus Aureus (MRSA) * São substâncias farmacológicas que atuam estimulando os


recetores adrenérgicos Alfa e Beta e recetores
* Streptococus Pneumoniae dopaminérgicos celulares.
* Streptococus Pyogenes B-Hemolitico * Objetivo de manter a homeostase orgânica e tecidular
durante as mais diversas situações clínicas, evitando assim o
1.3. Bactérias Gram - Negativas agravamento do doente / disfunção multiorgânica, ou seja,
equilibrar a relação entre a quantidade de O2 disponível e o
seu consumo.
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* Restauram e mantêm a perfusão tecidular efetiva dos
órgãos vitais nos doentes hemodinamicamente instáveis
→ Beta adrenérgicos
* Atuam nos parâmetros que regularam o débito
cardíaco • Beta1:Presente no músculo cardíaco - aumento da
contratibilidade do miocárdio, aumento do inotropismo
DC = FC X FE e cronotropismo (aumento da frequência cardíaca)
• Beta 2: Presente no musculo liso (pulmão) –
vasodilatação e broncodilatação
* Aquando da sua administração é necessário
→ Recetor Dopaminérgico: Promove a vasodilatação
monitorização hemodinâmica invasiva continua para
coronária, renal, cerebral e mesentérica
avaliar se o efeito pretendido com a sua utilização foi
alcançado, ou se há produção de efeitos indesejáveis, no → Recetores Simpáticos (adrenérgicos)
sentido de os poder controlar/eliminar/evitar, sem prejuízo
para o doente. • Alfa 1 – olhos, vasos sanguíneos, bexiga e órgãos
reprodutores masculinos.
* Tipos de fármacos vasoativos Estimulação dos recetores alfa1 – constrição
• Alfa 2 - sistema digestivo e terminações nervosas
• Fármacos vasodilatadores ex.: nitroprussiato de
Estimulação dos recetores alfa2 – diminuir o
sódio
peristaltismo e de secreção
• Fármacos vasopressores ou fármacos
simpaticomiméticos ou adrenérgicos (aminas • Beta 1 - coração e rins
simpaticomiméticas) Estimulação dos recetores beta1 – aumento FC,
• Fármacos inotrópicos ionotropismo, libertação de renina angiotensina
(poderoso vasoconstritor) •
• Beta 2 - pulmões, arteríolas, sistema
• Dividem-se atendendo à sua estrutura química: musculoesquelético
- Catecolaminas Estimulação dos recetores beta2 - vasodilatação,
- Não Catecolaminas ex: clonidina dilatação brônquios
• Dividem-se ainda quanto ao seu tipo de ação nos • Dopaminérgicos - vasos sanguíneos renais, viscerais e
recetores: mesentéricos
- Ação direta Estimulação dos recetores dopaminérgicos – dilatação
- Ação indireta ex: anfetamina
- Ação mista ex: efedrina
Adrenalina

➢ Catecolaminas de ação direta: • Potente vasoconstritor / Alfa 1 – Aumento da pressão


✓ Isoproterenol arterial / Beta 1 – Aumento da frequência cardíaca
✓ Dopamina • Indicações:
✓ Dobutamina ✓ PCR: Pelo efeito inotrópico e de vasoconstrição →
✓ Dopexamina primeiro a ser usado em PCR (Algoritmo SAV)
✓ Adrenalina ✓ Choque Cardiogénico: Pelo efeito Inotrópico
✓ Noradrenalina ✓ Choque Anafilático: Pelo efeito de broncodilatação
✓ Fenilefrina
• Efeitos Adversos:
Catecolaminas: Estimulam os recetores alfa- ➢ Taquiarritmia
adrenérgicos, beta-adrenérgicos e dopaminérgicos ➢ Oligúria (pela vasoconstrição renal)
➢ HTA

• Modo de Administração:
❖ PCR: Administrar 1 mg ev a cada 3 minutos até que
→ Alfa adrenérgicos manobras de reanimação tenham sucesso ou sejam
abandonadas
• Alfa 1: Presente no musculo liso – aumenta a pressão ❖ Na ausência de acesso venoso : Administrar 3
arterial pela vasoconstrição arterial e venosa e aumento mg/10 ml água destilada pelo TET(em desuso)
da contractibilidade do miocárdio
• Alfa 2: Presente nos terminais pré-sinápticos e inibe a • Forma disponível hospitalar: 1 ampola - 1mg/1ml
produção de noradrenalina (autoreceptor) e insulina
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✓ Insuficiência Cardíaca
✓ Choque Séptico
Noradrenalina ✓ Choque Cardiogénico
✓ Hipotensão ( na ausencia de hipovolemia)

• É uma catecolamina agonista alfa e beta. Efeitos da dopamina variam com a dose administrada.
• Mecanismo de ação: • Efeitos Adversos:
- Agonista alfa 1 : Vasoconstrição (aumenta a pressão ➢ Disritmia
arterial) ➢ Isquemia vasos cardíacos e renais (aumento do
consumo de O2 pelo miocárdio)
- Agonista beta 1: Inotrópico positivo - Melhora a
contratibilidade cardíaca • Modo de administração:
❖ Perfusão contínua : dose inicial de 1 a 2 ug//Kg/min e
- Aumento do débito Cardíaco
aumento progressivo necessário
- Produzida nas glândulas suprarrenais e a nível neural ❖ Para aumento do DC e PA: a dose 5 a 10 ug//Kg/min
(estimulação do SNAutonomo) ❖ Doses baixas 1 a 2 ug//Kg/min, provocam dilatação da
artéria renal com aumento da taxa de filtração
- O efeito alfa sobrepõe-se ao efeito beta pelo que é menos glomerular e de eliminação de sódio
taquicardizante que a adrenalina. ❖ Doses intermédias 2 a 10 ug//Kg/min, provocam
• Indicações: aumento do DC, PAS e da resposta renal
✓ Choque Séptico - Hipotensão Grave (não devida a ❖ Doses elevadas >10 ug//Kg/min, provocam vaso
hipovolémia) constrição generalizada
✓ Choque Cardiogénico
• Forma disponível Hospitalar: 1 AMP.: 200 mg / 2 ml
• Efeitos Adversos:
➢ Diminuição do Fluxo sanguíneo renal (diminuição da Dobutamina
diurese) e diminuição do fluxo sanguíneo hepático
➢ Isquemia do miocárdio (pela vasoconstrição
• É uma catecolamina sintética.
prolongada)
➢ Disritmia • Mecanismo de Ação:
- Agonista Beta 1: Aumento da contratibilidade e
frequência cardíaca (maior efeito inotrópico que
• Modo de Administração:
cronotrópico)
Perfusão contínua: Menor dose eficaz inicial: 0,1 - Aumento do DC
ug//Kg/min (aumento gradual segundo PAM) (Deve - Aumento da pressão arterial mas de forma não muito
perfundir em seringa e sistema opaco) significativa
-A nível vascular periférico – Vasodilatação e
• Forma disponível hospitalar: 1 AMP.: 5 mg / 5 ml diminuição da resistência vascular periférica
- A nível arterial – Diminuição da pressão de oclusão da
artéria pulmonar
Dopamina
- A nível renal – Aumento do fluxo sanguíneo
- Aumento de consumo de O2 pelo miocárdio mais
• O seu efeito depende da dose administrada.
marcado, comparativamente com outros fármacos
• Mecanismos de Ação:
inotrópicos (contraindicada em caso de isquemia do
- Agonista alfa 1: Vasoconstrição (aumenta a pressão miocárdio)
arterial) - Também tem efeito vasodilatador (dose) – Choque
cardiogénico pode-se associar a noradrenalina (iniciar
- Agonista beta 1: Inotrópico positivo - Melhora a 1º)
contratibilidade cardíaca

- Agonista dopaminérgico (D1 a D5): Aumento do fluxo • Indicações:


renal (aumento da diurese) ✓ Hipotensão na ausência de hipovolémia (perfusão
tecidular insuficiente/ DC baixo)
Necessita de doses mais elevadas para produzir efeito de ✓ Insuficiência Cardíaca (precedente ao Choque
vasoconstrição. Cardiogénico)
✓ Período pós PCR
• Indicações: ✓ Choque Cardiogénico
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✓ Edema Agudo do Pulmão Se > 0,25 - Pela diminuição da CPT (Doença Pulmonar
✓ Hipertensão Pulmonar Restritiva ex.: deformidades da parede torácica,
• Efeitos Adversos: cefoescoliose, por alterações do parênquima pulmonar ou
➢ Taquicardia doença pleural) podem induzir insuficiência respiratória
➢ Disritmia hipercápnica pela diminuição do volume pulmonar ex.:
sarcoidose, ELA).
• Modo de administração:
❖ Perfusão contínua : dose 5 a 20 ug//Kg/min e
aumento progressivo necessário ajustado aos valores
de PA ou DC
❖ Redução das doses de forma progressiva (Desmame
gradual)
• Forma disponível hospitalar: 1 AMP.: 250 mg / 20 ml

3. Ventilação Mecânica Invasiva

* Manter a via aérea permeável

* Dispositivos supraglóticos:

- Tubo de Guedel
* Complacência Pulmonar: Capacidade de distensão
- Máscara laringea
pulmonar. É definida pela variação do volume pulmonar o
- Tubo Laringeo que implica uma variação na pressão intrapulmonar /
cmH2O ( 1cmH2O = 0,735mmHg)
* Dispositivos infraglóticos:
Cp = variação de volume / variação de pressão
- TOT
* Pressão Alveolar:
- Cânula Traqueostomia

Ciclo Respiratório

Inspiração:

• Aumento do volume intratorácico


• Pressão intrapulmonarar fica mais negativa (entrada
de ar para os pulmões)

Expiração:
* Pressão pleural: retração pulmonar, expansão da caixa
• Redução do Volume Intratorácico torácica e força adesiva
• Aumento da pressão Intrapulmonar (saída de ar dos * Pressão Transpulmonar:
pulmões para o exterior)
- É a diferença entre a pressão alveolar (pressão interna do
* Capacidade Pulmonar Total (CPT) – É a quantidade pulmão) e a pressão pleural (pressão externa do pulmão,
máxima de ar que os pulmões comportam. Sendo constituída realizada pela caixa torácica).
por:
- Controla a quantidade de ar que entra ou sai do pulmão.
- Capacidade vital (CV) - É o volume máximo de ar que Quanto maior a pressão transpulmonar, maior a quantidade
pode ser eliminado pelos pulmões na expiração. de ar que entra no pulmão.
- Volume residual (VR) - A quantidade de ar que.
permanece dentro dos pulmões após a expiração.

A razão VR/CPT é um indicador da funcionalidade


pulmonar - tem como valor médio aceitável 0,25

Se > 0,25 - Pelo aumento VR (Doenças Pulmonar


Obstrutivas ex.: DPOC)

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* Pneumotórax: presença de ar entre as duas camadas da
• Disparo: Indicação ao ventilador que pode abrir a
pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que
válvula de fluxo e iniciar a inspiração
reveste os pulmões e o interior da parede torácica),
• Ciclagem: Indicação ao ventilador que pode fechar a
resultando em colapso parcial ou total do pulmão.
válvula inspiratória e abrir a válvula expiratória para
iniciar a expiração.

* Volumes e Capacidades pulmonares: • Disparo:

• Volume Corrente (Vc) – 500ml Tempo → Frequência Respiratória → Modo Controlado


• Volume de Reserva Inspiratória (VRI) – 3000ml (além
Fluxo de Pressão → Sensibilidade → Modo Espontâneo e
do Vc)
Modo Assistido/ Controlado
• Volume de Reserva Expiratória (VRE) – 1100ml
• Volume Residual (VR) – 1200ml • Modos Ventilatórios:

→ Suporte Ventilatório Total:


3.1. Ventilação mecânica - conceitos
❖ VC - volume controlado
❖ PC - pressão controlada
*Ventilação Mecânica: aumento de pressão (pressão
❖ PRVC - volume controlado regulado por pressão
positiva) na via aérea no sentido de aumentar a ventilação
alveolar. Ventilador está conectado : → Suporte Ventilatário Parcial:

➢ Rampa de O2 ❖ PA - pressão assistida


➢ Rampa de ar comprimido ❖ SIMV - ventilação mandatória intermitente
➢ Corrente elétrica sincronizada

→ Modos Ventilatórios controlados


• Circuito doente/ventilador:
➢ Filtro HEPA ➢
Ventilação em volume controlado: a alternância
➢ Filtro Humidificador entre a fase inspiratória e a expiratória acontece
quando um dado volume é atingido.
• Parâmetros Ventilatórios: ➢ Ventilação em pressão controlada: a mudança
ocorre quando uma dada pressão é atingida.
Ajustáveis no Valores de ➢ Ventilação controlada em volume e regulada em
Equipamento Monitorização pressão: a mudança ocorre quando é atingido
determinado volume com a menor pressão possível.
✓ Modo Ventilatório ✓ Ppico (Pressão na • Consequências da Ventilação Controlada:
✓ FiO2 via área = FR + ➢ Barotrauma
✓ PEEP PEEP) ➢ Aumento da pressãointratorácica e diminuição do
✓ FR ✓ FR retorno venoso
✓ PC acima PEEP(6 a ✓ Relação I:E ➢ Necessidade de sedação e curarização
8 ml /kg = VC) ✓ Vcorrente
➢ Atrofia dos músculos respiratórios
✓ VCInsp.
✓ VCExp.
• Intervenções de Enfermagem:
FiO2 e PEEP –
Monitorizar sinais vitais
Parâmetros Respiração
Monitorizar parâmetros ventilatório (modo, FiO2, FR,
FR e PC acima PEEP – Volume minuto, volume corrente, pressão pico na via
Parâmetros Ventilação aérea, PEEP)
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
Monitorizar a sedação (escala de RASS e BIS) ✓ Monitorização do débito urinário (algaliar se ainda
Aspiração de secreções e higiene oral não…)
Monitorizar a pressão do cuff do TET e nível e fixação ✓ Monitorização Volume Residual Gástrico se presença de
do TET SNG em drenagem (entubação se doente EOT)
Monitorizar valores gasométricos e laboratoriais ✓ Avaliação do conteúdo e características de drenos
Prevenção das úlceras de pressão ✓ Avaliação das características de pensos
Vigiar funcionalidade de acessos centrais ✓ Pesquisa de outras lesões (Úlceras de pressão e notificar
Monitorizar a presença de dor no sistema informático)
Apoiar a família ✓ Preparação do material para colocação de Cateter
Venoso Central (CVC), Cateter Arterial e Cateter de
4. Monitorização Hemodinâmica Invasiva e Não Hemodiálise (se necessidade de iniciar técnica de
substituição renal)
Invasva
* Acesso Venoso Periférico:
4.1. Monitorização Hemodinâmica Não Invasiva
➢ Administração de fluidos
➢ Transfusão e administração de hemoderivados
• Temperatura Corporal (Timpânica e Axilar) (Temp. ➢ Administração de fármacos em bólus e/ou em perfusão
Timpânica + 0,5ºC) contínua
• Pressão Arterial Não Invasiva (PNI) ➢ Colheita de sangue para análise / hemoculturas
• Respiração / Frequência Respiratória / Oximetria – ➢ Administração de terapêutica fibrinolítica
Saturação de Oxigénio
Na admissão no SMI:
• Pulso / Frequência Cardíaca
• Dor (Escalas EVA, Escala Numérica) ➢ Cateterização de outro acesso venoso periférico se
necessário (situação de emergência)
Pulsos Arteriais ➢ Se presença de vários, selecionar os de maior calibre e
rejeitar os restantes
- Temporal - Braquial - Pedioso
* Cateter Venoso Central:
- Carotídeo - Femoral
• Dispositivo tubular inserido num acesso venoso central.
- Radial - Tibial Posterior
• A posição correta da ponta do cateter situa-se na porção
- Axilar - Poplíteo proximal da transição da veia cava superior e a aurícula
direita.
• Poderá ser de mono lúmen, duplo lúmen, ou ainda de 3
ou mais lumens.
4.2. Monitorização Hemodinâmica Invasiva

* Acolhimento do doente no SMI:

✓ Transferir o doente para a sua cama na unidade já


preparada
✓ Acompanhar e acomodar o doente na sua unidade
✓ Conexão do doente à rampa de O2 ou ao ventilador se • Indicações:
EOT (parâmetros pré definidos) ✓ Recurso privilegiado quando o CVP é insuficiente
✓ Preparação do material para EOT, se indicação para a atitude terapêutica pretendida
✓ Monitorização sinais vitais: ✓ Administração de fármacos, fluidos em grande
✓ Colocação de elétrodos (posição correta) e volume e de forma mais rápida, ex: choque, no
monitorização do pulso e ritmo cardíaco e pulso tratamento de hipovolémia grave
✓ Monitorização de PNI (5/5 min), se doente instável ✓ Administração de fármacos vasoativos
✓ Monitorização de Oximetria de Pulso ✓ Administração de diferentes fármacos em perfusão
✓ Monitorização temperatura timpânica simultânea (atenção compatibilidades farmacológicas)
✓ Avaliação glicémia capilar ✓ Administração de soluções hipertónicas (ex.: cloreto
✓ Colocação dos soros e outras perfusões em infusão de sódio hipertónico, correção de hipocaliemia…)
controlada (atenção aminas…)

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
✓ Administração de fluidos por longo período de tempo ❖ Lúmen médio – Perfusão de fármacos (ex.: sedo
que requerem um acesso venoso eficaz, ex.: nutrição analgesia), soluções eletrolíticas e nutrição parentérica
parentérica ❖ Lúmen proximal – Perfusão de fármacos, soluções
✓ Transfusão e administração de hemoderivados eletrolíticas, bólus de medicação e avaliação de
✓ Colheita de sangue para análise / hemoculturas Pressão Venosa Central (PVC).
✓ Monitorização da Pressão Venosa Central

• Colocação CVC segundo o protocolo do SMI • Cuidados manipulação de CVC:


(médico e enfermeiro)
➢ Confirmar se a unidade está limpa e arrumada - Desinfeção de terminais (obturadores) e conexões com
➢ Preparar material do KIT de CVC e acondicionar na solução de clorohexidina 2%
unidade do doente
- Compatibilidades medicamentosas (obstrução de
➢ Lavar as mãos com água e sabão
lumens…)
➢ Vestir o equipamento de proteção individual (bata +
barrete + máscara + luvas) - EPI não esterilizado para - Realização de penso com assepsia
o Enfº
➢ Posicionar o doente em decúbito dorsal com rolo na - Vigiar presença de sinais inflamatórios no local de inserção
região interescapular, se se pretender puncionar a veia - Não heparinizar os lumens não utilizados
subclávia
• Complicações na colocação de CVC:
• Cuidados de enfermagem na colocação de CVC: ➢ Hemorragia
✓ Fazer tricotomia, com máquina, da área corporal a ➢ Punção acidental de artéria-Disritmia (durante o
puncionar (se necessário) e higienizar o local e trocar procedimento - cateter muito introduzido)
de luvas ➢ Pneumotórax
✓ Desinfetar o local que se pretende puncionar bem ➢ Hemotórax
como a área adjacente (com solução de clorohexidina ➢ Hematoma Subcutâneo
corada) e deixar secar 30´´ (locais secos) ou 2´ (locais ➢ Enfizema Subcutâneo
húmidos) ➢ Trombose venosa profunda
✓ Preparar a mesa de apoio com o material ➢ Infeção (quebra da barreira de segurança)
✓ Confirmar se não se encontra nenhum profissional ➢ Migração do cateter
sem máscara a 2 m de distância ➢ Obstrução lúmen
✓ Colocar o PEEP do ventilador a zero, voltar a ajustar o ➢ Exteriorização do cateter
valor após terminar a técnica de punção ➢ Remoção Acidental
✓ Trocar de luvas
✓ Colaborar na anestesia local (se o doente não estiver
sedoanalgesiado) * Pressão Venosa Central:
✓ Iniciar a técnica, dando o apoio necessário, preparar as
perfusões com novos sistemas • Refere-se à pré-carga do ventrículo direito, ou seja, a
✓ Quando colocado o CVC, obturar todos os lumens capacidade de enchimento do ventrículo direito ao final
✓ Confirmar se o médico retirou todos os cortantes / da diástole. Indica a capacidade do lado direito do
perfurantes da mesa de apoio coração em suportar uma sobrecarga de líquidos.
✓ Limpar a pele do doente, desinfetar, e realizar o • O valor da PVC é avaliado através de um sistema de
penso com pelicula translucida datada medição (valores em mmHg) que está ligado a um
✓ Posicionar confortavelmente o doente monitor e que apresenta o valor encontrado, e já muito
✓ Colocar as perfusões no débito prescrito e (atenção raramente com uma coluna de água (valores em
obturar todos os lumens ) cmH2O).
✓ Solicitar à AO que leve todo o material para a área de • Representa a capacidade relativa do coração em
sujos e limpe e arrume a unidade do doente bombear o sangue venoso.
✓ Providenciar confirmação radiológica do • Valores de referência de PVC: 3 a 8 mmHg
posicionamento do cateter • É um parâmetro de avaliação hemodinâmica,
✓ Efetuar registos no processo do doente (atualizar o frequentemente utilizado no SMI, e tem como função:
plano de cuidados de enfermagem) ✓ Avaliar a volémia do doente -Volume sanguíneo que
chega ao coração
• Perfusões nos diferentes lumens (SMI): ✓ Avaliar a pré-carga do ventrículo direito do coração
❖ Lúmen distal – Perfusão de fármacos vasoativos ex: - Eficácia do coração
noradrenalina, dobutamina… ✓ Avaliar o tónus muscular cardíaco

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
✓ Ponderar o volume de líquidos a administrar ao sinal elétrico cujo valor é apresentado em numeração
utente digital.
• Procedimento – Avaliação de PVC: • Indicações:
➢ Posicionar o doente: Decúbito dorsal (sem almofadas
- Monitorização continua de pressão arterial:
e os braços ao longo do corpo)
➢ Identificar o quarto espaço intercostal (Eixo ✓ Pressão Arterial Sistólica (PAS)
flebostático) - Linha Média Axilar (ponto de ✓ Pressão Arterial Diastólica (PAD)
referência fundamental) ✓ Pressão Arterial Média (importante dado sobre a
➢ Colocar o ponto zero do transdutor do sistema ao perfusão tecidular)
nível da linha média axilar – Calibrar o sistema PAM = PAS + (PADX2) /3
➢ Colocar a linha de PVC livre, desde a manga de - Múltiplas colheitas de sangue (gasometrias) e outras
pressão do sistema ao lúmen do CVC análises
➢ Fazer a leitura do valor de PVC (atenção: quando o • Procedimento de colocação de cateter arterial:
doente está ventilado há um aumento da pressão - Preparação do doente e material segundo as normas
intratorácica pela presença PEEP, pode aumentar existentes no serviço
falsamente o valor de PVC). - Manutenção adequada do equipamento
➢ Colocar o doente confortavelmente - Prevenção de complicações
➢ Registar o valor de PVC no processo do doente. - A posição do paciente e do transdutor de pressão
influencia a alteração dos valores de pressão arterial
Valores de PVC mais baixos podem indicar: - Para tal deve-se calibrar o sistema “zerar”, conforme o
posicionamento do doente.
▪ Hipovolémia
▪ Vasodilatação induzida por fármacos
▪ Aumento da contractibilidade cardíaca *Monitorização contínua da pressão arterial central:
(inotropismo)
• Contra-indicações:
Hipovolémia → volume tele-diástole ventricular ➢ Fibrinólise
insuficiente → FC aumenta (para manter débito cardíaco ➢ Coagulopatia
adequado) → Aumenta a necessidade de oxigenação do ➢ Celulite e infeção local
miocárdio ➢ Traumatismo
➢ Queimaduras
➢ Fraturas próximas da região a puncionar
Valores de PVC mais elevados podem indicar:
• Complicações:
▪ Sobrecarga Hídrica ❖ Lesão vascular (ex.: trombose, hematoma, espasmo
▪ Insuficiência Cardíaca Congestiva (diminuição do vascular)
retorno venoso) ❖ Desconexão acidental – hemorragia grave
▪ Vaso constrição induzida por fármacos ❖ Infeção no local de punção
❖ Lesão nervos adjacentes (neuropatia compressiva)
Hipervolémia → Sobrecarga hídrica → Aumento da
❖ Fistula arteriovenosa
contratibilidade e trabalho cardíaco → Maior consumo
de oxigénio por parte do miocárdio ❖ Necrose das extremidades do membro puncionado
❖ Embolia arterial
❖ Injeção acidental de medicamentos injetáveis na via
• Falsos valores de PVC devem-se a: de acesso arterial
✓ Posicionamento incorreto do doente
* Monitorização da pressão arterial pulmonar:
✓ Existirem outras soluções a perfundir no sistema de
medição • Introdução de um cateter central pela veia jugular
✓ Obstrução do CVC interna até à artéria pulmonar
✓ Dobra em qualquer parte do sistema de infusão • Cateter de Swan-Ganz: cateter de termodiluição,
✓ Ponta do CVC mal posicionada Cateter da Artéria Pulmonar
• Lúmens:
* Cateter Arterial:
- Via proximal (azul): seu orifício situa-se a 29 cm da
• Punção de uma artéria, mais frequente a artéria radial,
extremidade distal. Permite a injeção de líquidos para as
colocação de um cateter arterial, que por sua vez é
medidas hemodinâmicas e é utilizado também para a medida
conectado a um transdutor de pressão calibrado, que
da pressão venosa central (PVC) e coleta de amostras de
transforma o sinal mecânico de pressão arterial num
sangue para exame
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
- Via distal (amarela): seu orifício situa-se na ponta do - Avaliação hemodinâmica intracardíaca para decisão de
cateter, permitindo a medida das pressões nas câmaras diagnóstico e tratamento do doente, nomeadamente:
cardíacas direitas, pressão arterial pulmonar e pressão
✓ Choque Cardiogénico
capilar pulmonar e coleta de sangue venoso misto, misto, na
✓ Choque Séptico
artéria pulmonar
✓ Enfarte Agudo do Miocárdio
- Via do balão (vermelha): situado a 1 cm do orifício distal, ✓ Insuficiência Cardíaca Refratária
com capacidade para 1,5 ml, auxilia na migração do cateter ✓ Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS)
pela flutuação dirigida pelo fluxo, permitindo o ✓ Síndrome Resposta Inflamatória Sistémica(SIRS)
encravamento do cateter e a medida da pressão capilar ✓ Hipertensão Pulmonar Aguda e Embolia Pulmona-
pulmonar, quando insuflado em um ramo da artéria ✓ Pancreatite necro-hemorrágica
pulmonar ✓ Doente Politraumatizado Grave

- Termistor: consiste em dois finos fios isolados, * Avaliação do Débito Cardíaco – Qual recurso utilizar?
estendendo-se pelo comprimento do cateter e finalizando em
um termistor embutido na parede do cateter (a
aproximadamente 6 cm da ponta do cateter), que mede
continuamente a temperatura sanguínea na artéria pulmonar
e o débito cardíaco por termodiluição.

* Monitorização da pressão da artéria pulmonar:

• Permite a avaliação simultânea de vários parâmetros


hemodinâmicos:
➢ Pressões do lado direito do coração
➢ Avaliação contínua do débito cardíaco
➢ Oximetria venosa contínua
➢ Fração de ejeção do ventrículo direito → PICCO (Pulse Induced Contour Cardiac Output):
➢ Volume diastólico final do ventrículo direito para a
monitorização contínua do equilíbrio entre a oferta e - Utiliza um método combinado de termodiluição e análise
consumo de oxigénio da curva de pressão arterial para a avaliação do débito
cardíaco, bem como, de índices de função cardiovascular
Está indicado nos doentes em que se pretende (índice cardíaco)
informações sobre:
- Monitorização de variáveis cardiopulmonares e
➢ Pré-Carga cardíaca circulatórias.
➢ Pós-Carga cardíaca
➢ Contratibilidade Cardíaca ➢ Cateter de acesso arterial
➢ Consumo e oferta de oxigénio ➢ Cateter de acesso venoso
➢ Não há transposição das estruturas cardíacas
• Conceitos:

- Pré-carga: É a pressão exercida nas paredes do ventrículo


no final da diástole pelo estiramento das fibras do músculo
cardíaco = volume sanguíneo no ventrículo no final da
diástole (volume diastólico final).

- Pós-carga: É a resistência ou pressão que os ventrículos


tem de exercer para ejetar o volume sanguíneo, é a pressão - Determinação do Débito Cardíaco:
exercida nas paredes do ventrículo durante a sístole.
Depende da resistência vascular periférica • O conceito de débito cardíaco refere-se ao volume de
sangue ejetado pelo ventrículo direito na artéria
- Contractilidade ou inotropismo: É capacidade de pulmonar e pelo ventrículo esquerdo na artéria aórtica
encurtamento muscular a níveis determinados de pré-carga e durante um minuto.
de pós-carga. Capacidade de contração das células cardíacas. • A monitorização do débito cardíaco visa manter
- Automatismo ou cronotropismo: É a capacidade das adequada perfusão dos tecidos. •
células cardíacas gerarem os seus impulsos elétricos • O valor de débito cardíaco depende da frequência
(frequência cardíaca) cardíaca e fração de ejeção ventricular
DC = FC X FE
• Indicações:
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
• Fração de ejeção ventricular - É a diferença entre o
volume ventricular diastólico e o volume ventricular Parâmetros avaliados de forma Intermitente – Avaliação
sistólico
por Termodiluição
- Débito Cardíaco:
▪ Débito Cardíaco
• No final da diástole ventricular cada ventrículo está ▪ Volumediastólico final
totalmente cheio de sangue = volume diastólico final . ▪ Volumesanguíneo intratorácico
• No final da sístole ventricular ainda permanece uma ▪ Água pulmonar extravascular
certa quantidade de sangue nos ventrículos = volume ▪ Índice de resistencia vascular pulmonar
sistólico final. ▪ Índice de funçãocardíaca
• Cada ventrículo contém aproximadamente 120 ml de ▪ Fração de ejeção global
sangue no final da diástole e 50ml de sangue no final da
sístole.
* Cateter balão intra-aórtico:
FE = VDF - VSF em média de 70 ml por batimento
• cateter central com balão que insufla e desinsufla entre
cardíaco no adulto em repouso
os movimentos de diástole e sístole cardíaca,
Fração de ejeção: 120ml - 50ml = 70ml proporcionando um aumento da perfusão coronária e
também um recuperação do débito cardíaco do doente.
DC = FC X FE → DC = 75 X 70 = 5250 ml / min. • Função:
- Parâmetros obtidos da Análise de Contorno de Pulso: ✓ Aumentar a pressão de perfusão da artéria coronária e
o fluxo sanguíneo durante a fase diastólica do ciclo
• Pressão Arterial Invasiva (ART) cardíaco pela insuflação de um balão na artéria aorta
• Pressão Arterial Sistólica (ARTs) torácica.
• Pressão Arterial Diastólica (ARTd) ✓ Diminuir o trabalho ventricular esquerdo, pelo
• Pressão Arterial Média (ARTm) esvaziamento do balão antes da ejeção sistólica
• Débito cardíaco contínuo (CCO) ✓Melhorar da função do miocárdio com consequente
• Volume Sistólico (SV) aumento do débito cardíaco.
• Variação do volume Sistólico (SSV) ✓ Aumentar o fornecimento de oxigênio para o
• Variação da Pressão de Pulso (PPV) miocárdio
• Resistência Vascular Sistémica (SVR) • É composto por 2 partes: dois lumens + uma consola
• Índice de contratibilidade ventricular (dPmx) móvel com um painel de controlo dos ciclos de
• Potência Cardíaca (CPO) insuflação e desinflação, bem como, monitorização da
pressão arterial.
- Objetivos da monitorização PICCO:
• O cateter é introduzido através da artéria femural e sua
✓ Quantificar os diferentes volumes das diferentes ponta distal deverá ser posicionada na aorta
cavidades e compartimentos intratorácicos descendente, em geral 1cm abaixo da origem a artéria
✓ Medir em tempo real o débito cardíaco subclávia (a ponta do cateter deve estar ao nível da
✓ Avaliar a permeabilidade vascular pulmonar carina).
✓ Estimar a possível resposta à administração de fluídos • Indicações:
✓ Enfarte Agudo do Miocárdio
Parâmetros avaliados de forma contínua – Análise ✓ Suporte profilático na preparação para cirurgia
Contínua da onda de pulso: cardíaca
✓ Choque Cardiogénico
▪ Pressão Arterial ✓ Insuficiência Ventricular
▪ Débito Cardíaco Contínuo ✓ Suporte para procedimentos percutâneos de
▪ Frequência Cardíaca diagnóstico ou de revascularização
▪ Volume sistólico final ✓ Desmame de Circulação Extra-Corpórea
▪ Variação de pressão de pulso ✓ Choque séptico
▪ Resistência vascular sistémica
▪ Índice de contratibilidade esquerda • Contra-indicações:
➢ Insuficiência aórtica grave
➢ Suspeita de dissecção aórtica
➢ Aneurisma de aorta
➢ Doença arterial periférica grave

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
* Dispositivo de assistência venticular (DAV): • HCO3- (bicarbonato)
• SatO2
• Ajuda o coração com insuficiência a bombear de forma
• IÕES (Na+, K+, Mg2+, Ca2+…)
eficaz o sangue para todo o corpo.
• Função:
➢ Restabelecer o débito cardíaco efetivo total ou
parcialmente
➢ Garantir a perfusão sistêmica, com restauração do
débito cardíaco e aumento da pressão arterial
• Indicação de ponte:
➢ Podem ser utilizados para recuperação cardíaca
evitando assim o transplante
➢ Para manter os doentes com vida até ser encontrado
um dador para transplante. Se for este o caso, o Ácido - É toda a substância capaz de fornecer iões de
DAV é utilizado como uma ponte para o transplante. hidrogénio (H+) em solução
➢ Utilização de suporte mecânico circulatório em
Base - É toda a substância que aceita iões de hidrogénio
doentes com colapso circulatório agudo e risco
em solução
elevado de mortalidade imediata, até à avaliação
clínica completa e utilização de opções terapêuticas Moléculas Tampão – São moléculas capazes de aceitar
adicionais. ou ceder H+ para equilibrar o PH
• Tipos de DAV:

- PT: DAV para suporte a curto prazo como ponte para


*Avaliar valores de pH:
transplante
- Se pH < 7,35 → acidémia
- TD: DAV como terapia de destino (TD), que permite
assistência a longo prazo a doentes que não têm indicação - Se pH > 7,45 → alcalémia
para transplante cardíaco.
- Acidose e Alcalose:
• Contra indicações de DAV:
- Coagulopatias • Acidose metabólica: Diminuição de HCO3
- Doença hepática • Alcalose metabólica: Aumento de HCO3-
- Doença pulmonar grave • Acidose respiratória: Aumento de CO2
- Doença renal • Alcalose respiratória: Diminuição de CO2

* Avaliar PaO2 (pressão de oxigénio que se encontra no


• Complicações: plasma)
➢ Falha mecânica
➢ Infeção
➢ Eventos Trombóticos (AVC)
➢ Hemorragia
➢ Insuficiência do VD

5. Interpretação de valores de gasimetria arterial

* Gasimetria Arterial: procedimento de colheita de sangue


arterial, realizado através da punção arterial, que permite
avaliar o estado de oxigenação, ventilação e condições
ácido-base do doente

* Parâmetros a avaliar: * Avaliar SatO2:

• pH (concentração de iões de hidrogénio de uma Corresponde à proporção de O2 ligado â hemoglobina-


solução) Avaliação pela oximetria transcutânea (oxímetro).
• PaO2 (Pressão parcial de oxigénio no sangue arterial)
* Avaliar PaCO2 (Pressão parcial de dióxido de carbono
• PaCO2 (Pressão parcial de dióxido de carbono no
presente no sangue arterial – Distúrbio ventilatório)
sangue arterial)
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
• Tratamento:
- Aumentar o CO2 inspirado por reinalação (ex.:
respirar para um saco de papel)
- Oxigenioterapia
* Avaliar HCO3 - (Distúrbio metabólico): - Analgesia
- Correção iónica
- Correção da causa

5.3. Acidose Metabólica

5.1. Acidose Respiratória • Causas:


S
- Vómitos
• Causas: - Diarreia (Hiperclorémia)
- Hipoventilação (consumo álcool, drogas) e hipoxia
- Inadequada perfusão pulmonar ex.: PCR, TEP… - Cetoacidose diabética
- Ventilação inadequada ex. edema agudo pulmão
- Pancreatite / Drenagem pancreática
- Aumento das resistências da via aérea (asma..)
- Distúrbios de trocas gasosas (Pneumonia, obstrução - Insuficiência Renal
via aérea, fibrose, enfizema…)
- Distensão abdominal - Alcoolismo crónico
- Febre - Intoxicações (Ac. Orgânicos, metanol…)
- TCE/ Lesão Cerebral
- Intoxicação por salicilatos - Fármacos (acetozolamida)...
• Sintomas: Dispneia, bradipneia, taquicardia, cefaleias,
• Sintomas: Hipoventilação, diminuição da
agitação, confusão, tremores, narcose (acumulação de
contratibilidade e aumento da frequência cardíaca,
CO2)
arritmia, alteração estado de consciência
• Tratamento:
• Tratamento:
-Oxigenioterapia (doente crónico atenção!)
- Tratamento da causa
-Ventilação Não Invasiva (se hipercapnia grave)
- Oxigenioterapia-Administração de fluídos
- Ventilação Mecânica Invasiva (se hipercapnia grave)
- Administração de bicarbonato de sódio
- Administração de diuréticos
- Correção iónica
-Colocação de dreno torácico (situações de
- Técnica de Substituição Renal (Diálise)
pneumotorax)

5.2. Alcalose Respiratória 5.4. Alcalose Metabólica

• Causas:
• Causas:
- Vómitos prolongados
- Hiperventilação
- Hipercalcémia, Hipocaliémia, Hipomagnesémia
- DPOC
- Desidratação (aumento da diurese)
- Dor
- Consumo excessivo de bicarbonato (anti ácidos)-
- Sedação excessiva
Drenagem gástrica de grande volume
- Doenças neuromusculares
- Fármacos diuréticos (furosemida…), pela reabsorção de
- Altitude Na+ ligada à excreção de H+

- Pneumonia • Sintomas: Arritmia, alteração estado de consciência,


confusão, contrações musculares, convulsões, caimbras
- Deformações torácicas
• Tratamento:
• Sintomas: Polipneia, taquicardia, arritmia, tonturas, - Tratamento da causa primária do distúrbio
parestesias, sincope, convulsão - Oxigenioterapia
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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
- Fluidoterapia (soro fisiológico)-Correção iónica * Feixe de His: bifurcado no ramo direito e ramo esquerdo
(sódio, potássio, cloro…) (ventrículo direito e esquerdo) até ao ápice cardíaco. Do
ramo direito e esquerdo estendem-se as Fibras de Purkinje
5.5. Alteração primária/ Alteração Compensada em ambos os ventrículos.

6.2. Sistema de Condução Cardíaco

* ECG – Representação gráfica da atividade elétrica do


coração.

* Derivações dos membros ou periféricas:

- Derivações bipolares periféricas: I, II e II

→ Valores de compensação (Equilibrio acido-base)

- Equação de Henderson-Hasselbalch:

Nota: Considera-se como valor de referência pH=7,4 (se pH se


encontrar no intervalo de normalidade) - Derivações Periféricas Aumentadas: AVR (Braço DRT),
AVL (Braço ESQ), AVF (Perna esquerda)
→ Identificação do distúrbio ácido-base:
- Derivações précordiais:
1. Acidose / Alcalose

2. Distúrbio ventilatório (respiratório) / distúrbio • V1 – 4º espaço intercostal linha esternal direita


metabólico • V2 - 4º espaço intercostal linha esternal esquerda
• V3 – entre V2 e V4
3. Compensação: • V4 – 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular
- Distúrbio Compensado • V5 – 5º espaço intercostal linha axilar anterior
• V6 - 5º espaço intercostal linha axilar média e ao
- Distúrbio em Compensação ou Distúrbio Parcialmente mesmo nível que V4 e V5
Compensado

- Distúrbio Descompensado 6.3. Condução Elétrica Cardíaca

6. Interpretação de Ritmos Cardíacos


* Interpretação de traçados cardíacos:

- Papel de ECG:
6.1. Irrigação Cardíaca

A doença arterial coronária (DAC) consiste na


insuficiência do fornecimento sanguíneo causada pela
estenose do lúmen das artérias coronárias, devido a
processos ateroscleróticos os quais obstruem o fluxo
sanguíneo e consequentemente reduzem o aporte de
oxigênio ao coração.

* Nó ou Nódulo Sinusal (SA): Dispara o impulso elétrico


que se propaga por ambas as aurículas

* Nódulo Aurículo Ventricular (AV): Garante a


propagação do impulso elétrico para os ventrículos. Envia o
impulso elétrico para o Feixe de His.
47
Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
1 quadrado – unidade de Ashman ✓ Identificar as derivações
✓ Observar a qualidade do traçado (interferências elétricas
- Os impulsos elétricos são traduzidos em ondas expressos
ou tremores do doente)
graficamente no ECG.
✓ Identificar a onda P, Complexo QRS e onda T
- Representações ECG: ✓ Identificar o ritmo cardíaco (onda P precedente a cada
QRS)
✓ Calcular a frequência cardíaca
✓ Identificar alterações ondas e intervalos representados

Regra dos 300 (se ritmo sinusal):

• Observar a primeira onda R que coincide com a


linha do papel milimétrico (A da figura)
• Observar a segunda onda R
• Contar quadrados grandes entre as duas RR
observadas
• Dividir 300 por esse número encontrado
anteriormente
➢ Onda P: Corresponde à despolarização auricular.
Comprimento de 0.08 s a 0.12 s ou 2 a 3 quadrados Outro método: contar as linhas tal como demonstra a
pequenos. Amplitude de 2-3 mm. É uma onda com figura.
elevação positiva na derivação I, II, aVF e negativa em
aVR. Onda arredondada e simétrica.
➢ Complexo QRS: Corresponde à despolarização
ventricular, pelo disparo do nódulo aurículo ventricular.
➢ Onda Q: quando existe é onda negativa em DII
(Despolarização do septo interventricular) Muitas vezes
não é visível. É patológica de o tamanho superior a
0,04s e amplitude superior a 1/3 QRS.
➢ Onda R: a onda positiva (Despolarização da massa
principal ventricular esquerda)
➢ Onda S: onda mais negativa (despolarização 6.4. Ritmos Cardíacos
ventricular direito)
➢ Onda T: Reflete a repolarização ventricular
→ Ritmo Sinusal
(imediatamente antes da diástole ventricular).Onda
positiva Onda T < 0.16 s ou < a 4 quadrados pequenos. FC: 60-100 bpm
Amplitude inferior a 5 mm
➢ Segmento PR/ Intervalo PR: corresponde ao tempo
de condução entre o NS e NAV. Segmento PR normal
é um segmento isoelétrico. Intervalo PR é o intervalo
que tem inicio da onda P e inicio do QRS. O Intervalo
PR é importante para o estudo da comunicação
aurículo-ventricular. Normal: tem a duração 0,12 – 0,20 → Bradicardia Sinusal
seg.
-Atraso na estimulação do nódulo sinusal – FC < a 60 bpm
➢ Segmento ST: Reflete o inicio da repolarização
ventricular. Linha isoelétrica. Importante para o estudo - Necessitam de tratamento se acompanhada por
SCA É importante para o estudo patologia isquémica. sintomatologia frequente como tonturas, sincope, dispneia
Intervalo ST < a 0,20 seg.
➢ Intervalo QT: Reflete o plateau de potencial de ação
do miocárdio (contração ventricular com ejeção de
sangue) e repolarização ventricular – duração do
processo completo de despolarização / repolarização
ventricular. Atividade elétrica ventricular. Deve ser
Nota: Ver algoritmo de bradicardia
inferior a metade de um intervalo RR. Valores QTc (QT
corrigido pela FC): 450 a 470ms → Taquicardia Sinusal:
* Parâmetros a considerar na interpretação de ECG: FC > 100 bpm
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- Taquicardia Sinusal que surgem em situações fisiológicas → Fibrilhação Auricular (Arritmico):
como febre, gravidez… (vigilância). Ansiedade, dor,
- Despolarização auricular caótica. Provoca tremores nas
alcoolismo, hipertiroidismo – tratamento da causa.
aurículas e não contração eficaz.
- Reposição hídrica, alivio da dor e febre e ansiedade.
- Tratamento:
- Se taquicardia mantida com sintomatologia - Algoritmo
✓ Monitorização e oxigenioterapia
taquicardia.
✓ Administração de fármacos anti- arrítmicos (digoxina
Nota: Ver algoritmo ou amiodarona)
✓ Se o doente apresentar sinais de choque - Cardioversão
→ Extrassistole ventricular:
elétrica e por vezes ablação de foco.
- Despolarização ventricular antecipada – Batimento
ectópico

- QRS largo e bizarro que não é precedido por onda P.

- Quando isolada não requer tratamento imediato.


Identificação da causa subjacente. É frequente em jovens, → Fluter Auricular:
em situações de stress.
- As ondas P perdem a sua individualização, fundem-se
umas nas outras originando padrão dentado.

- Frequência auricular poderá chegar aos 250bpm e FC: >


100bpm

→ Bigeminismo - O nódulo AV não consegue conduzir todos os estímulos


para os ventrículos.

- Pode surgir por doença orgânica, alteração iónica,


intoxicação medicamentosa

- Tratamento: Correção das causas precipitantes,


administração de digoxina ou amiodarona, Cardioversão
→ Trigeminismo
elétrica (se o doente com sinais e sintomas de choque)

→ Extrassistole Supraventricular: → Taquicardia ventricular monomorfica:


- Onda P prematura, que surge antecipadamente ao esperado. - Situação grave. QRS alargado > de 0.12 s FC: >100bpm
Poderão ser seguidas por QRS estreito.
- Trajeto de condução ventricular não é utilizado, a onda de
- Quando pouco frequentes não necessitam de tratamento, despolarização propaga-se célula a célula.
apenas vigilância. Surgem com o consumo de cafeína,
nicotina, fármacos digitálicos… - Não há contração ventricular eficaz – Redução do DC de
forma severa (hipotensão e sincope)
→ Taquicardia Supraventricular:
- Se doente instável e sem pulso: Desfibrilhação elétrica e
- Complexos QRS estreitos, ondas P distintas Algoritmo PCR
- Tratamento: Manobras vagais e massagem no seio - Se doente com pulso e instável: Cardioversão elétrica
carotídeo

- Adenosina (cardioversão química) e cardioversão elétrica


(se o doente com sinais e sintomas de choque)

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→ Assistolia

→ Taquicardia ventricular polimorfica: - Cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos


ventrículos Surge um traçado isoelétrico e ocasionalmente
Ex: TORSADE DE POINTS
pode surgir onda P.
- Pode evoluir para FV, se doente instável e sem pulso:
- Tratamento: Algoritmo de PCR
Desfibrilhação elétrica e Algoritmo PCR
- ATENÇÃO: Verificar a posição dos elétrodos; Aumentar a
- Se doente com pulso e instável: Cardioversão
amplitude das ondas;Mudar a derivação
- Administração de sulfato de magnésio 2gr (para encurtar o
intervalo QT) + betabloqueantes (Labetalol ev)

- Pode haver necessidade de corrigir a hipocaliemia se


associada
Nota: ver algoritmo SAV adulto

→ Bloqueio Auriculo Ventricular 1º Grau

- Aumento do tamanho do intervalo P-R, > 20 seg ou > 4


quadrados pequenos

- Lentificação na condução nódulo AV ou Feixe de His

- Tratar causa subjacente. Ex: Efeito secundário a alguns


medicamentos, doença cardíaca
→ Fibrilhação Ventricular:

- Não existe contração ventricular apenas a vibração dos


ventrículos

-Os ventrículos não impulsionam o sangue para a circulação

- Tratamento: Desfibrilhação elétrica e Algoritmo PCR → Bloqueio Auriculo-Ventricular 2º Grau

- Mobitz Tipo I – Wenckebach

• Aumento progressivo do intervalo P-R até que um QRS


não é conduzido (não há contração ventricular)
→ Atividade Elétrica sem pulso: • Geralmente assintomático
• Tratar causa subjacente (miocardiopatia, toxicidade
- O termo Atividade Elétrica sem Pulso (AEsP) traduz, como de fármacos beta bloqueantes, aumento tónus
o nome indica, e existência de atividade normal ou quase parassimpático…)
normal, mas com queda grave do débito cardíaco, o que na
• Administração Atropina (ponderar)
prática, equivale a uma paragem cardíaca – SEM PULSO
(Algoritmo PCR)

- Está habitualmente associado a uma das seguintes causas


reversíveis:

- Mobitz Tipo II

• P-R constante
• Algumas ondas P não são seguidas por QRS
• Pode, no entanto existir uma relação fixa entre as ondas
P conduzidas e as não conduzidas, do tipo 2:1 ou 3:1.
• Tratamento: Necessidade de estimulação elétrica –
pacemaker

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Patrícia D’Anunciação Enfermagem à pessoa em situação crítica
→ Bloqueio Auriculo-Ventricular 3º Grau • Enzimas: A creatinaquinase (CK) a desidrogenase
láctica (LDH) e a aspartato transaminase (AST) são
• Interrupção completa do estimulo aurículo ventricular,
todas libertadas pela desagregação da membrana dos
estímulos supraventriculares incapazes de propagar
miócitos mortos. Mais atuais e mais específicas são os
estimulo para a contração dos ventrículos
enzimas mioglobina, troponinas (I e T) e isomorfas de
• Marcapasso auricular e ventricular distintos CK-MB.
• QRS alargado oFC <30-50 bpm , marcapasso do • Os objetivos do tratamento: Aliviar a dor aguda,
ventrículo incapaz de manter débito cardíaco (assistolia) reduzir o trabalho cardíaco, prevenir e tratar disritmias e
• Geralmente associado a EAM minimizar a área de enfarte.
• Tratamento: Pacemaker Transcutâneo / transvenoso / • Tratamento:
definitivo
Os fármacos a utilizar são:

o Ácido acetilsalicílico (250mg ou 500mg EV )


o Anti agregantes plaquetários (Inibidores P2Y12):

-Ticagrelor 180mg dose (carga) + 90mg 2id (manutenção)


→ Ritmo de Pacemaker
- Clopidogrel

o Nitratos, (não administrar se TA sistólica for inferior a


90 mmHg, EAM inferior e suspeita de envolvimento do
ventrículo direito) o
o Morfina 3-5mg
o Antitrombínicos . Heparina (HBPM)
6.5. Cardioversão Elétrica vs Disfibrilhação o Oxigénio – apenas se hipoxemia PaO2<60mmHg ou
SatO2<90%
o ICP < 60min se na unidade hospitalar/ até 120min se
necessário transferência
• Técnica de utilização de energia elétrica para converter
o Fibrinólise o mais breve possível se impossibilidade de
uma disritmia e ritmo hemodinâmicamente estável
ICP
• De preferência ritmo sinusal
• A cardioversão difere da desfibrilhação pelo facto da
descarga elétrica estar sincronizada com a onda R.
(selecionar o modo sincronizado ou desfibrilhação do
aparelho conforme a situação distinta)

6.6. Enfarte Agudo do Miocárdio

• Duas derivações contiguas alteradas


• Derivações alteradas – local enfarte:
✓ I, aVL, V5 e V6 – parede lateral VE
✓ V1 e V2 – Septo interventricular
✓ V3 e V4 - Parede anterior VE
✓ II, III e aVF – Parede inferior VE

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