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Cosmovisão Reformada
d) Heráclito de Éfeso (c. 540-480 a.C.): Todas as coisas provêm do fogo – que é
eterno – e para lá retornarão (Frags., 30,31,90, Dox., 2).
1
Doxografia, 1-4. A concepção da água como elemento primordial já estava presente nos escritos de Homero.
(Vejam-se Homero, Ilíada, XIV. 200, 244 e 301; Platão, Crátilo, 402 b; Platão, Timeu, 40 D-E). “Certamente,
a ideia da água como princípio primordial deriva de uma vasta tradição mitológica, comum a todas as
teogonias ou cosmogonias do Oriente antigo, sumérico, caldeu, egípcio, hebreu, fenício, egeu: todos
representando o mito de um Caos aquoso primordial de que seria gerado o cosmos” (R. Mondolfo, O
Pensamento Antigo, 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1971, v. 1, p. 40. Veja-se: G.S. Kirk; J.E. Revan, Os
Filósofos Pré-Socráticos, 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 4-12; 86-89).
2
Plutarco, Os mistérios de Ísis e Osíris, São Paulo: Nova Acrópole do Brasil, 1981, 34, 364 D.
3
“Homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de
necessidade, é, em suma, uma síntese” (S.A. Kierkegaard, O Desespero Humano, Doença Até à
Morte, São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores, v. 31), 1974, p. 337).
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partir de uma referência material. “O homem é um enigma cuja solução só pode ser
encontrada em Deus”, conclui Bavinck.4
4
Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 24.
5
Veja-se: Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 259.
6
Emil Brunner, Dogmática: A Doutrina Cristã da Criação e da Redenção, v. 2, São Paulo: Fonte Editorial,
2006, p. 107.
7
Calvino desenvolve com clareza e profundidade a relação causal entre conhecer a Deus e o nosso
conhecimento (João Calvino, As Institutas, I.1.1ss). Temos um sumário da posição de Calvino em: W. Gary.
Crampton, A epistemologia de Calvino: In: Felipe Sabino, ed., Calvino: Mestre da Igreja, Brasília, DF.:
Monergismo, 2009, p. 153-159.
8
“O homem perdeu o verdadeiro autoconhecimento desde que perdeu o verdadeiro conhecimento de Deus”
(Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 265). Veja-se: R. Albert
Mohler Jr., O modo como o mundo pensa: Um encontro com a mente natural no espelho e no mercado. In:
John Piper; David Mathis, orgs. Pensar – Amar – Fazer, São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 51.
9
“Que é o homem, que dele te lembres (rk;z”) (zakar)? E o filho do homem, que o visites (dq;P') (paqad)?”
(Sl 8.4).
10
Vejam-se entre outros: Andrew Bowling; Thomas E. Mccmiskey, Zakar: In: R. Laird Harris, et. al. eds.
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 389-393; Leslie
C. Allen, Zkr: In: Willem A. VanGemeren, org. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do
Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 1073-1079; H. Eising, Zakhar: In: Helmer
Ringgren, Elohim: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren, eds., Theological Dictionary of the Old
Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1980 (Revised edition), v. 4, p. 64-82; A.G. Hebert, Memory, In:
Alan Richardson, ed. A Theological Word Book of the Bible, 13. ed. London: SCM Press LTD., 1975, p. 142-
143; Colin Brown; K.H. Bartels, Lembrar-se: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de
Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 3, p. 54-62 (especialmente). (Estas obras
em geral indicam ampla bibliografia especializada).
11
“Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão,
o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenho visitado (dq;P')
(paqad) e visto o que vos tem sido feito no Egito” (Êx 3.16).
12
Vejam-se entre outros: Victor P. Hamilton, Paqad: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional
de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1228-1230; W. Schottroff, Pqd: In: E.
Jenni; C. Westermann, eds., Diccionario Teologico Critico Manual del Antiguo Testamento, Madrid:
Ediciones Cristiandad, 1978, Tomo II, p. 589-613; Tyler F. Williams, Pqd: In: Willem A. VanGemeren, org.,
Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011,
v. 3, p. 655-661; G. André, Paqad: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren; Heinz-Josef Fabry, eds.
Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 2003, v. 12, p. 50-63. (Do
mesmo modo estas obras indicam ampla bibliografia especializada).
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Deus considera tanto o homem que tem o seu coração nele, cuidando,
protegendo e guardando. Ainda que na intensidade da angústia de Jó isso o
incomode circunstancialmente − visto que o cuidado, dentro desta perspectiva soa
como uma “inspeção” − o fato é que Deus cuida atentamente de seu povo (Sl
144.3,4,15).
a) Que entre os versos 4 e 5, ainda que o salmista não diga isso explicitamente,
está em questão o problema do pecado. 14 O lembrar de e visitar de Deus (verso 4)
não é algo tão admirável considerando a posição do homem descrita no verso 5.
Contudo ela é espantosa se levarmos em conta o pecado humano e a consequente
alienação de Deus.
13
“Visitou (dq;P') (paqad) o SENHOR a Sara, como lhe dissera, e o SENHOR cumpriu o que lhe havia
prometido” (Gn 21.1). “Disse José a seus irmãos: Eu morro; porém Deus certamente vos visitará
(dq;P') (paqad) e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó.
25
José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará (dq;P') (paqad), e fareis
transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.24-25). “Também levou Moisés consigo os ossos de José,
pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará
(dq;P') (paqad); daqui, pois, levai convosco os meus ossos” (Êx 13.19). “E o povo creu; e, tendo
ouvido que o SENHOR havia visitado (dq;P') (paqad) os filhos de Israel e lhes vira a aflição, inclinaram-
se e o adoraram” (Êx 4.31). “Tu visitas (dq;P') (paqad) a terra e a regas; tu a enriqueces
copiosamente; os ribeiros de Deus são abundantes de água; preparas o cereal, porque para isso a
dispões” (Sl 65.9). “Lembra-te de mim, SENHOR, segundo a tua bondade para com o teu povo; visita-
me (dq;P') (paqad) com a tua salvação” (Sl 106.4).
14
Bosma, entre outros, enfatiza que o assunto pecado não aparece no salmo 8. Não consigo acompanhar o seu
raciocínio exegético, inclusive no que diz respeito ao seu ponto missiológico a partir do Salmo 8. (Veja-se:
Carl J. Bosma, Os Salmos: Porta de Entrada para as Nações. Aspectos da base teológica e prática
missionária no Livro dos Salmos, São Paulo: Fôlego, 2009, p. 76-86). Acredito que tomar, por exemplo, os
salmos de 3 a 7 como lamentos, é uma simplificação exagerada (Vejam-se: Sl 3.5; 4.7-8; 5.11-12; 7.17).
15
Leupold intitula o Salmo 8 de “A glória de Deus revelada na dignidade do homem” (H.C. Leupold,
Exposition of The Psalms, 6. impressão, Grand Rapids, MI.: Baker, 1979, p. 100).
16
Calvino comentou: “Por esta causa, alguns dos filósofos antigos chamaram, não sem razão, ao homem,
microcosmos, que quer dizer mundo em miniatura; porque ele é uma rara e admirável amostra do grande
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devido ao pecado que ainda que não tenha aniquilado esta imagem, deformou-a
gravemente.
A ideia básica então, conforme interpreto, é que o homem foi criado, em certos
aspectos pouco abaixo dos anjos. O pecado, no entanto, trouxe a inversão sugerida
no verso 4. Contudo em Jesus Cristo temos a verdadeira restauração de nossa
humanidade e, segundo creio, aperfeiçoada na eternidade, em nosso estado
definitivo de glória quando não haverá mais a possibilidade da queda.21
para sempre com o Senhor, os anjos terão cumprido o seu papel (Hb 1.14). 25 Todas
as coisas recriadas estarão plenamente sujeitas ao Senhor (1Co 15.26-28).26
A Bíblia atesta que Deus faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade
(Ef 1.11), conforme o seu santo prazer e deliberação (Sl 115.3;135.6). Todos os
seus atos, livres como são, constituem-se em manifestações do seu soberano poder
e da sua infinita sabedoria (Pv 3.19; Rm 11.33).
Jeremias escreve: “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo
por sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). No livro de
Jó lemos: “Eis que Deus se mostra grande em Seu poder!” (Jó 36.22). A Criação é
resultado da vontade e do poder criador de Deus, revelando aspectos da grandeza
de Deus. (Gn 1.1,26,27; Sl. 148.5; Is 44.24; Jr 32.17; Rm 1.20; 4.17; 2Co 4.6; Hb
11.3; Ap 4.11).
Casa Editora Presbiteriana, 1988, p. 209). Seja qual for a nossa atividade, o fato bíblico que devemos
ressaltar, é que o Soberano Juiz compartilhará conosco de alguma forma, esta responsabilidade. Este
compartilhar de Deus será feito com os Seus filhos. Por sermos filhos, e não simplesmente anjos, é que Deus
nos incumbirá deste privilégio e responsabilidade (Cf. David M. Lloyd-Jones, O Supremo Propósito de Deus,
São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 112).
25
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a
salvação?” (Hb 1.14).
26
“26 O último inimigo a ser destruído é a morte. 27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E,
quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. 28
Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele
que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1Co 15.26-28).
27
“Qualquer ensino no Saltério tem de ser considerado em relação ao fato de que os Salmos são cânticos de
adoração. A apresentação do ensino sobre Deus e seus caminhos é feita no contexto de adoração a Ele”
(Allan M. Harman, Comentários do Antigo Testamento ‒ Salmos, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 35).
28
Veja-se: Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 24.
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Diante dessa afirmação temos o decreto Trinitário que antecede o tempo e, que
agora, se executa historicamente conforme o eternamente planejado.
O fato de Deus ter criado o homem após deliberação, tem dois objetivos na
concepção de Calvino: 1) nos ensinar que o próprio Deus se encarregou de fazer
algo grande e maravilhoso; 2) dirigir a nossa atenção para a dignidade de nossa
natureza.34 Assim, ele conclui:
Comentando Gênesis 5.1, Calvino diz que Moisés repetiu o que ele havia dito
antes porque:
O homem foi formado por Deus de acordo com a sua sábia e soberana vontade
(Gn 2.7; Rm 11.33-36).39 “Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram
criados” (Sl 148.5).40 O Poder de Deus “é a primeira coisa evidente na história da
35
John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 1.26), p. 92.
36
John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, v. 1, (Gn 5.1), p. 227-228. Veja-se:
João Calvino, As Institutas, II.1.1.
37
João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 4.24), p. 142.
38
Ernest F. Kevan, Gênesis: In: F. Davidson, ed. O Novo Comentário da Bíblia, 2. ed. São Paulo: Vida Nova,
1976, p. 84.
39
“A origem da humanidade não é, de acordo com o nosso texto [Gn 1.26], o resultado de acontecimentos
fortuitos que ocorreram por meio de eras prolongadas de tempo” (Gerard van Groningen, Criação e
Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 76).
40
Como indicativo histórico do conceito judeu referente à criação do mundo como sendo proveniente do nada,
citamos o livro apócrifo de Macabeus, que diz: “Suplico-te, meu filho, que olhes para o céu e para a terra e
para todas as coisas que há neles, e que penses bem que Deus as criou do nada, assim como a todos os
homens” (2Mac 7.28).
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criação (Gn 1.1)”.41 E a criação do nada nos fala de seu infinito e incompreensível
poder.42
Embora a Bíblia não declare o método usado por Deus, a ideia de uma evolução
teísta está fora de questão. O texto de Gn 1.26,27 implica na criação do homem não
a partir de seres criados, nem como resultado de uma suposta evolução de seres
inferiores. O verbo )frfB, usado em Gn 1.26,27, no qal é sempre teológico,
apresentando Deus como o sujeito da ação, que do nada, pelo seu poder, faz vir à
existência algo novo, que antes não existia (Cf. Gn 1.1; 2.4; Sl 51.10;102.18; 148.5;
Is 41.20; 48.6-7; 65.17, Am 4.13, etc.), 43 contrapondo-se também, aos deuses
pagãos (Ez 28.13, 15).44
41
Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, 9. ed. Michigan: Baker Book
House, 1989, v. 2, p. 36.
42
Cf. Stephen Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, v. 2, p. 38.
43
Cf. William Gesenius, Hebrew-Chaldee Lexicon to the Old Testament, 3. ed. Michigan: WM. Eerdmans
Publishing Co. 1978, p. 138-139; Thomas E. McComiskey, )frfB: In: R. Laird Harris, ed. Theological
Wordbook of the Old Testament, 2. ed. Chicago: Moody Press, 1981, v. 1, p. 127b; H.H. Esser, Criação: In:
Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 1, p. 536; C.F.
Keil; F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, [s.d.], v. 1, (Gn
1.1), p. 47; G.L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1974, p. 208;
William G.T. Shedd, Dogmatic Theology, 2. ed. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980, v. 1, p. 465-466;
A.H. Strong, Systematic Theology, p. 374-376; Walter C. Kaiser Jr. Teologia do Antigo Testamento, São
Paulo: Vida Nova, 1980, p. 76; Millard J. Erickson, Christian Theology, 13. ed. Grand Rapids, Michigan:
Baker Book House, 1996, p. 369. Outras características do verbo e seu emprego no AT., podem ser
encontradas em W.H. Schmidt, )frfB: In: Ernst Jenni; Claus Westermann, Diccionario Teologico Manual del
Antiguo Testamento, Madrid: Ediciones Cristiandad, 1978, v. 1, p. 489-490; Herman Bavinck, Dogmática
Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 425; François Turretini, Compêndio de Teologia
Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 548; Bruce K. Waltke; Cathi J. Fredericks, Gênesis, São
Paulo: Cultura Cristã, 2010, (Gn 1.1), p. 67-68. Quanto ao costumeiro exagerado peso dado ao verbo, veja-
se: Raymond C. Van Leeuwen, Br': In: Willem A. VanGemeren, org. Novo Dicionário Internacional de
Teologia e Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 705-711 (especialmente,
p. 707ss.).
44
W.H. Schmidt, )rb: In: Ernst Jenni; Claus Westermann, Diccionario Teologico Manual del Antiguo
Testamento, v. 1, p. 489; Veja-se também: In: W. Foerster, kti/zw: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological
Dictionary of the New Testament, v. 3, p. 1005-1028.
45
Veja-se: Derek Kidner, Gênesis: introdução e Comentário, São Paulo: Vida Nova; Mundo Cristão, 1979, (Gn
2.7), p. 57.
46
Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 73.
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47
Agostinho, Confissões, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 6), 1973, XI.5-6. p. 238-239.
48
S. Charnock, Discourses Upon The Existence and Attributes of God, 9. ed. Michigan: Baker Book House,
1989, v. 2, p. 47ss.
49
Devo esta expressão ao teólogo luterano Philip J. Hefner. No entanto, deve ser observado que o autor
emprega a expressão numa acepção distinta da minha. (Veja-se: Philip J. Hefner, A Criação: In: Carl E.
Braaten; Robert W. Jenson, editores, Dogmática Cristã, São Leopoldo, RS.: Sinodal, 1990, v. 1, p. 327).
50
Ver: Gerard van Groningen, revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o Caminho,
1995, p. 97.
51
É muito interessante a abordagem deste exercício de Adão analisado pelo campo da semiótica. Veja-se:
Umberto Eco, A Busca da Língua Perfeita na Cultura Européia, 2. ed. Bauru, SP.: EDUSC, 2002, p. 25ss.
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poderes para cultivar (db;[') (‘abad) (lavrar, servir, trabalhar o solo) e guardar (rm;v')
(shãmar) (proteger, vigiar, manter as coisas)52 o jardim do Éden (Gn 2.15/Gn 2.5;
3.23), validando a sua relação de domínio, não de exploração e destruição, antes,
um cuidado consciente, responsável e preservador da natureza:53
6
Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe
puseste: 7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; 8 as aves
do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. (Sl
8.6-8).
Mas o homem ‒ isto é nós mesmos ‒ deve dominar a natureza de tal modo
que seja também seu servo. Devemos preservar os recursos naturais e
fazer o melhor uso possível deles. Devemos evitar a erosão do solo, a
destruição temerária das florestas, o uso irresponsável da energia, a
poluição dos rios e dos lagos e a poluição do ar que respiramos. Devemos
ser mordomos da terra e de tudo o que há nela e promover tudo o que
55
venha a preservar a sua utilidade e beleza para a glória de Deus.
Todavia, todas essas atividades envolvem o trabalho compartilhado por Deus com
o ser humano. O nomear, procriar, dominar, guardar e cultivar refletem a graça
providente e capacitante de Deus.56 É neste particular – domínio – que o homem foi
bastante aproximado de Deus pelo poder que lhe foi outorgado.
52
Vejam-se: Gn 3.24; 30.31; 2Sm 15.16; Sl 12.7; Is 21.11-12.
53
Vejam-se: Francis A. Schaeffer, Poluição e a Morte do Homem, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p.
48-50; Gerard van Groningen, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 90.
54
Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 95.
55
Anthony A. Hoekema, Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 96.
56
Ver: Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o
Caminho, 1995, p. 97.
57
É muito interessante a abordagem deste exercício de Adão analisado pelo campo da semiótica. Veja-se:
Umberto Eco, A Busca da Língua Perfeita na Cultura Europeia, 2. ed. Bauru, SP.: EDUSC, 2002, p. 25ss.
Tentando pensar e viver como um Reformado: Reflexões de um estrangeiro residente - Rev. Hermisten – 02/11/2023 – 11
O salmista escreve: “Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele
aos filhos dos homens” (Sl 115.16).
Nesse sentido, ainda que o nosso domínio seja validado, especialmente pelo
avanço da ciência, novos desafios surgem. A plenitude desse domínio é encontrado
em Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
58
Cf. Abraham Kuyper, Sabedoria & Prodígios: Graça comum na ciência e na arte, Brasília, DF.:
Monergismo, 2018, p. 47-62.
59
Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 18.
60
Rollo May, Poder e Inocência, Rio de Janeiro: Artenova, 1974, p. 57-58.
61
Veja-se, conforme já indicado: Stuart Olyott, Jonas - O missionário bem-sucedido que fracassou, São José
dos Campos, SP.: Fiel, 2012, p. 75.