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AO MM. JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE OSASCO – SP.

HOSPITALIS NÚCLEO HOSPITALAR DE BARUERI LTDA., pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 59.042.622/0001-25, com sede na Rua Campos
Sales, 1.160, Vila Boa Vista, Município de Barueri – SP, CEP 06411-150, por sua advogada que
esta subscreve, vem ajuizar

AÇÃO DE COBRANÇA em face de

JOSIAS CARVALHO DA SILVA, brasileiro, nascido aos 12/04/1967, portador da cédula


de identidade RG 20.224.531-7, inscrito no CPF/MF 079.299.448-59, residente e domiciliado na
Rua das Bananeiras, nº 1113, Parque Santana, Santana de Parnaíba – SP, CEP 06515055

SILVIA ROSANA CARNEIRO DO NASCIMENTO DA SILVA , brasileira, nascida


aos , portadora da cédula de identidade RG 25.307.577-4, inscrita no CPF/MF 155.675.938-05,
residente e domiciliada na Rua das Bananeiras, nº 1113, Parque Santana, Santana de Parnaíba –
SP, CEP 06515055

I. Do Pedido de Segredo de Justiça


Requer inicialmente seja autorizado que o presente feito tramite em segredo de justiça, na
medida em que, estes autos digitais serão instruídos com prontuário médico do réu, Josias
Carvalho da Silva, documentos necessários para comprovação da prestação do serviço
médico e hospitalar.

O artigo 189, inciso III do Código de Processo Civil estabelece que tramitam em segredo de
justiça os processos em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade,
sendo que as informações sobre a saúde dos pacientes e a assistência médica por ele recebida se
caracterizam como informações da vida privada.

E neste sentido, a jurisprudência dos nossos Tribunais:

“Responsabilidade Civil Autarquia Dano Moral Requisição judicial e oferecimento, pelo hospital
acionado, de prontuário médico da paciente, em sede de ação penal Remessa do prontuário médico-
TJSP
Apelação 9104995-09.2003.8.26.0000
psiquiátrico na sua integralidade. com informações pertinentes à vida intima e pessoal da paciente Relator José Santana –
8ª Câmara de Direito Público
Decretação, pelo juízo, do segredo de justiça em razão da vinda dessa documentação Ausência de Julgamento: 04/03/2009
nexo entre a conduta do hospital e o sofrimento moral que a autora diz ter experimentado Ação
improcedente. Recurso improvido”.

Ademais, o artigo 79 do Código de Ética Médica também impõe ao médico e as empresas que
atuam no setor de assistência médica o dever de guardar sigilo profissional na cobrança de
honorários por meio judicial ou extrajudicial.

II. Audiência de Conciliação: x

Em razão do valor da causa, bem como, da ausência de demonstração pelo réu de pagamento da
conta médica e hospitalar, nos termos do artigo 319, inciso VII do Código de Processo Civil,
informa o autor que não opta pela designação de audiência de conciliação.
III. Da Prestação de Serviços Hospitalar

Em 20/06/2018, o réu Josias, deu entrada ao pronto socorro do hospital com dor de dente que
seguia há dias, seguida de tremores e calafrios no corpo. Após receber os primeiros
atendimentos, o paciente precisou ser encaminhado a UTI, por suspeita dos médicos de um
possível abscesso dentário.

Desta forma, a internação de Josias seguiu, com tratamentos, acompanhamentos médicos e de


enfermagem, como demostrado no prontuário anexo a esta petição. O réu permaneceu em UTI
por 6 dias, 20/06/2018 à 26/06/2018.

Ao contatar o convênio do paciente, ficou claro que não seria coberto o valor de internação na
UTI por exclusão contratual de doença declarada. Sendo assim, o convenio se pôs a disposição
de transferir o paciente até o SUS, porém os réus recusaram a proposta e seguiram com a
internação de forma particular.

Para tanto, a ré SILVIA, esposa do paciente, assinou CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES como sua responsável.
Felizmente, o quadro do paciente obteve significativa melhora, o que fez com que fosse
encaminhado de volta aos cuidados da enfermaria no dia 27/06/2018, onde permaneceu até o dia
de sua alta 01/07/2018.

Em novo contato com o convenio, reforçaram a negativa à cobertura do período em UTI, e


autorizaram tão somente a cobertura dos gastos em enfermaria.

Os 06 dias de internação de Josias geraram uma conta hospitalar de R$58.800,16 (Cinquenta e


oito mil, oitocentos reais e dezesseis centavos) e gerou as seguintes Notas Fiscais de
prestação de serviços:

Notas Fiscais de Prestação de Serviço

103386 R$3.235,94 15/07/2021


103387 R$55.564,22 15/07/2021

Notas Fiscais não adimplidas por nenhum dos réus, Jhonny e sua mãe Greice.

IV. Da Obrigação de Pagamento

Conforme se comprova pelo Instrumento Particular de Contrato de Prestação de Serviços


Médico-Hospitalares firmado entre as partes, os réus se obrigaram a:

2. Neste ato O PACIENTE E O RESPONSÁVEL contratam o HOSPITALIS para que este


preste os serviços especializados que forem solicitados pelo médico responsável pela admissão
do PACIENTE e pelos demais profissionais que venham a participar do atendimento em
ambulatório, cirurgias, serviços de diagnóstico, internação, remoção e/ou pronto socorro ao
PACIENTE, assumindo toda responsabilidade por todas as despesas decorrentes do
atendimento do PACIENTE desde sua admissão até sua saída do HOSPITALIS.

3. Nessas condições, fica expressamente autorizada a realização de todos os serviços e


procedimentos diagnósticos terapêuticos, clínicos e/ou cirúrgicos que forem indicados pelos
médicos e que forem considerados necessários e indispensáveis ao tratamento do paciente,
independentemente de qualquer outra autorização suplementar, inclusive internação. (...)

Com relação ao pagamento, bem como a responsabilidade solidária da Responsável, foi


acordado em contrato que:

7. Os pagamentos das despesas havidas em decorrências dos serviços efetivamente prestados


serão feitos da seguinte forma:

7.1 Não sendo o paciente associado de empresa de convênio médico, as obrigações contraídas
na forma deste instrumento serão consideradas de caráter rigorosamente particular e serão
pagas integralmente pelo RESPONSÁVEL.
7.2 O RESPONSÁVEL declara assumir neste ato e em caráter principal e solidário com o
próprio paciente a obrigação de pagar todas as despesas decorrentes do atendimento prestado
nos termos deste instrumento, autorizando o HOSPITALIS a promover os atos necessários
para recebimento dos valores que forem apurados, inclusive com emissão de boletos e
duplicatas de prestação de serviços.”

Assim, comprovada a existência de contrato firmado entre as partes, a efetiva prestação de


serviço, e a ausência de pagamento, deverão os réus serem condenados ao pagamento da conta
médica e hospitalar, acrescido dos encargos previstos na Cláusula 7.10

7.10 Ocorrendo a hipótese de falta de pagamento na forma ajustada nesta cláusula, incidirá
multa de 2% (dois por cento) sobre a quantia total vencida, mais juros de mora a razão de 1%
(um por cento) ao mês, correção monetária segundo os índices oficiais que vem sendo
adotados pelo Poder Judiciário do Estado de São Paulo, e em caso de procedimento judicial,
serão acrescidas as custas processuais e honorários advocatícios de 20% (vinte por cento)
sobre o valor total do débito.”

Assim, requer que sejam os réus condenados ao pagamento de R$77.272,54 (setenta e sete mil,
duzentos e setenta e dois reais e cinquenta e quatro centavos), conforme demonstrativo de
débito atualizado até novembro de 2022, devendo os encargos incidirem até a data do efetivo
pagamento.

DEMONSTRATIVO DE DÉBITO:

Natureza NF103386 NF103387

Vencimento 15/07/2021 15/07/2021

V. Principal R$ 3.235,94 R$ 55.564,22

Multa (2%) R$ 3.300,66 R$ 56.675,50

Índice Época 80,027535 80,027535


Correção Monetária
Índice Atual 88,884891 88,884891
Valor Corrigido R$ 3.665,97 R$ 62.948,28

Juros 16% 16%

SUB-TOTAL R$ 4.252,53 R$ 73.020,01

TOTAL R$ 77.272,54

V. Do Pedido

Pelo exposto, comprovada a existência de contrato firmado entre as partes, a efetiva prestação de
serviço, e a ausência de pagamento, requer a V. Excelência:

a) A citação dos réus, por Correio, para que apresentem defesa no prazo legal, sob
pena de revelia e presunção de veracidade sobre a matéria de fato;

b) Contestada ou não, requer seja a presente ação julgada TOTALMENTE


PROCEDENTE, condenando os réus ao pagamento das Notas Fiscais de prestação
de serviços Nº 103386 e Nº 103387 no valor atualizado até novembro/22 de
R$77.272,54 (setenta e sete mil, duzentos e setenta e dois reais e cinquenta e quatro
centavos), devendo os encargos incidirem até a data do efetivo pagamento;

c) A condenação dos réus ao ônus da sucumbência, reembolsando o autor as custas e


despesas processuais incorridas, bem como, ao pagamento de honorários de
sucumbência;

d) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$77.272,54 (setenta e sete mil, duzentos e setenta e dois reais e
cinquenta e quatro centavos).

São Paulo, 8 de novembro de 2022.


KARINA SUMIE MOORI FUKAO | OAB/SP 196.285

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