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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E


TECNOLOGIA BAIANO- CAMPUS SANTA INÊS CURSO
TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

DIOGO OLIVEIRA DE JESUS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


BOVINOCULTURA DE LEITE

Santa Inês – BA
Agosto de 2023
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DIOGO OLIVEIRA DE JESUS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


BOVINOCULTURA DE LEITE

Relatório de estágio supervisionado


apresentado ao Núcleo de Relações
Instituições (NRI) do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia
Baiano – Campus Santa Inês.

Área de atuação: Bovinocultura de


Leite

Professor orientador: Renata Santos


Frões

Santa Inês – BA
Agosto de 2023
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DIOGO OLIVEIRA DE JESUS

RELÁTORIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório para obtenção de aprovação do curso técnico em agropecuária do Instituto


Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Santa Inês

Renata Santos Frões

Professor Orientador do IF Baiano

Nota do professor Orientador do IF Baiano:_________________

Data________/ __________/ _________


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AGRADECIMENTOS

Gostaria de aproveitar este momento para expressar meus sinceros agradecimentos a


todas as pessoas que estiveram presentes e contribuíram para o sucesso do meu
estágio supervisionado no setor de bovinocultura do Instituto Federal Campus Santa
Inês, BA.

Em primeiro lugar, sou grato à minha orientadora, Renata Santos Fróes, pela
paciência, dedicação e orientação ao longo de todo o estágio. Suas instruções foram
fundamentais para o meu aprendizado e crescimento profissional durante essa
jornada.

À equipe do setor de bovinocultura, agradeço por me acolherem tão calorosamente e


por compartilharem seus conhecimentos e experiências comigo. Cada um dos
colaboradores contribuiu de forma significativa para o meu desenvolvimento prático na
ordenha manual e no manejo dos animais.

Agradeço também aos demais funcionários e colegas do Instituto Federal Campus


Santa Inês, que de alguma forma colaboraram para o meu enriquecimento pessoal ao
longo desse estágio.

À minha família e amigos, meu agradecimento especial por seu constante apoio,
incentivo e compreensão durante todo o período do estágio. Seus encorajamentos
foram essenciais para que eu persistisse e me dedicasse ao máximo nessa
experiência.

Por fim, agradeço ao Instituto Federal Campus Santa Inês, BA, pela oportunidade de
realizar este estágio em suas instalações e pelo ambiente de aprendizado
enriquecedor que proporcionaram.

Cada pessoa que fez parte dessa jornada contribuiu para a minha formação
acadêmica, e sou grato por cada ensinamento, conselho e gesto de amizade que
recebi ao longo do caminho.
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EPÍGRAFE

“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.”


(Robert Collier)
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RESUMO

O presente relatório descreve as atividades realizadas durante o estágio supervisionado,


requisito para a conclusão do curso Técnico em Zootecnia, no IF Baiano-Campus Santa
Inês. O estágio foi conduzido no período de 10/07/23 a 18/08/23, totalizando 150 horas, e
teve como foco a área de Bovinocultura, mais especificamente, a técnica de ordenha
manual.

A Bovinocultura é uma área essencial da zootecnia que estuda a criação e o manejo de


bovinos para a produção de leite e carne. A ordenha manual é uma das práticas
fundamentais nesse contexto, sendo uma técnica tradicional utilizada para extrair o leite
dos animais de forma cuidadosa e higiênica.

O objetivo principal do estágio foi aprofundar o conhecimento na técnica de ordenha


manual em bovinos e aplicar os conhecimentos teóricos aprendidos em sala de aula.
Durante o período de estágio, foram desenvolvidas diversas atividades relacionadas à
ordenha manual, tais como: Preparação das vacas para a ordenha, garantindo a higiene
adequada das tetas e do úbere; Execução da ordenha manual, utilizando as técnicas
corretas para evitar danos às tetas e garantir a qualidade do leite; Observação do
comportamento dos animais durante a ordenha, buscando identificar sinais de
desconforto ou problemas de saúde; Registro e análise dos dados de produção de leite
obtidos durante a ordenha manual; Cuidados com a limpeza e higienização dos
equipamentos utilizados na ordenha.

Através da realização do estágio, pude vivenciar na prática a importância da ordenha


manual na produção leiteira e sua influência na qualidade do leite obtido. Além disso, a
experiência proporcionou uma compreensão mais profunda sobre o manejo adequado
dos animais e os cuidados necessários para garantir seu bem-estar durante o processo
de ordenha.

Palavras-chave: Agrícola; bovinocultura leiteira; manejo alimentar.


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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 15

2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................................15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................................15

3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO..................................................16

3.1 LOCAL.........................................................................................................................................16

3.2 PERÍODO.....................................................................................................................................17

3.3 SUPERVISÃO...............................................................................................................................17

3.4 ÁREA DE ATUAÇÃO.....................................................................................................................17

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................17

4.1 MANEJO NUTRICIONAL..............................................................................................................17

4.2 MANEJO SANITÁRIO...................................................................................................................18

4.3 MANEJO REPRODUTIVO.............................................................................................................19

4.4 RAÇAS.........................................................................................................................................19

4.4.1 Girolando.....................................................................................................................................20

4.5 ORDENHA MANUAL....................................................................................................................21

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.........................................................................22

5.1 MANEJO NUTRICIONAL..............................................................................................................23

5.2 MANEJO SANITÁRIO...................................................................................................................24

5.2.1 Limpeza do curral........................................................................................................................24

5.2.2 Aplicação de medicamentos........................................................................................................27

5.3 Manejo Reprodutivo...............................................................................................................27

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................29
13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................30

1.INTRODUÇÃO

A bovinocultura brasileira, assim como outras atividades do agronegócio, tem


experimentado um significativo crescimento nos últimos anos. Esse avanço é
notável quando se analisam diversos indicadores econômicos e sociais, como a
produção de leite, a participação no mercado nacional e internacional, a geração
de empregos diretos e indiretos, entre outros. A bovinocultura histórica também
evoluiu em termos de técnicas e modelos de manejo, visando aprimorar a
produção de leite com maior qualidade. A ordenha manual tem se destacado
como uma prática fundamental nesse contexto, proporcionando uma abordagem
cuidadosa e higiênica para extrair o leite dos animais.

Apesar da importância da ordenha manual na bovinocultura e sua relevância para


a produção leiteira, muitas vezes, essa prática é pouco conhecida tanto pelo
público em geral quanto por alguns atores do setor. Assim, a formulação do
problema deste trabalho reside na falta de conhecimento acerca da técnica de
ordenha manual na bovinocultura e de sua importância para a cadeia produtiva. A
ausência de informações precisas sobre os benefícios da ordenha manual pode
comprometer a tomada de decisões, tanto no âmbito do setor público, que inclui
governos e órgãos reguladores, quanto no setor privado, como produtores rurais e
cooperativas.

Este trabalho tem como objetivo principal ampliar a divulgação do conhecimento


sobre a ordenha manual na bovinocultura, destacando sua relevância para a
produção de leite de qualidade. Ao disseminar informações atualizadas e precisas
sobre essa técnica, busca-se conscientizar a sociedade sobre sua importância e
os benefícios que ela pode proporcionar em termos de eficiência na produção
leiteira.
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Através do estudo detalhado da ordenha manual, pretende-se identificar suas


vantagens em relação a outras técnicas de ordenha, sua contribuição para a
saúde do rebanho e a qualidade do leite produzido. Além disso, será possível
compreender melhor o manejo adequado dos animais durante o processo de
ordenha, garantindo seu bem-estar e minimizando possíveis impactos negativos.

Ao tornar a ordenha manual mais conhecida e valorizada, espera-se incentivar


sua adoção por mais produtores e melhorar a qualidade do leite produzido no
país. Dessa forma, a bovinocultura poderá alcançar um novo patamar de
excelência, consolidando-se como uma atividade essencial para a economia
brasileira e para o abastecimento de leite de qualidade para a população.

Por meio deste estudo, almejamos contribuir para o fortalecimento da


bovinocultura, estimulando práticas sustentáveis e eficientes que beneficiem tanto
os produtores quanto os consumidores, promovendo uma cadeia produtiva mais
competitiva e comprometida com a qualidade do leite oferecido ao mercado.
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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Aplicar e aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos durante o curso Técnico


em Agropecuária, na área da bovinocultura de leite, visando obter experiência para
atuar no mercado de trabalho.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Complementar a formação técnica;


• Colaborar no manejo sanitário dos animais;
• Realizar o manejo alimentar;
• Estabelecer a troca de experiências entre estagiário e funcionários.
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3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

3.1 LOCAL

O estágio foi realizado no IF BAIANO CAMPUS SANTA INÊS,


localizado no município de SANTA INÊS-BA. A cidade faz parte do vale do
Jiquiriçá, está a 309,5km da capital Salvador e possui em 2021 uma população
estimada de 10.583 pessoas, segundo o IBGE. O Campus é direcionado pela
Diretora geral Genilda Souza Lima a 1 ano. O Campus possui vários setores
animais voltado para a zootecnia, entre eles encontra-se a Bovinocultura, onde
o sistema de criação dos animais é intensivo.

Na Figura 1 está apresentado o Setor de bovinocultura, localizado no


município de Santa Inês BA.

Figura 1. Setor de bovinocultura


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3.2 PERÍODO

O estágio foi realizado no período de dez de julho de dois mil e vinte e


três a dezoito de agosto de dois mil e vinte e três, totalizando 150 horas,
dividido em 30 horas semanais

3.3 SUPERVISÃO

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio foram


supervisionadas pelo gerente da propriedade, o Sr. Fabio.

3.4 ÁREA DE ATUAÇÃO

. No setor de bovinocultura de leite a propriedade dispõe de um curral de


50m x 10m, uma área de confinamento com a metragem de 10 m 2 por animal e
7 piquetes, sendo que no curral acontece a ordenha manual.
Também, apresenta um depósito destinado para guardar medicamentos,
concentrado e equipamentos para limpeza do curral, todos próximos ao curral.
No setor havia 20 animais e 7 vacas estavam em lactação, 5 bezerros
(machos) e 1 touro.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 MANEJO NUTRICIONAL

Para ser implantado um sistema de alimentação para vacas lactantes é


necessário conhecer todos os aspectos da propriedade onde vai ser instalado o
sistema de produção leiteira. Observar dados como disponibilidade de água,
pluviosidade, clima, avaliação do solo dentre outros, para que seja feito um
manejo nutricional de qualidade com sistemas de produção sustentáveis com
as culturas disponíveis para o local, garantindo a produção de leite e qualidade
das vacas, possibilitando que as mesmas expressem seu potencial produtivo e
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genético. É preciso levar em consideração o nível de produção, o estágio da


lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de matéria seca, o escore
corporal, trazendo assim uma produção eficiente (ALVIM; CARVALHO;
PACIULLO, 2003).
Segundo Valentini (2015) para vacas lactantes é dada mais atenção pelo
fato do seu retorno financeiro ser imediato. Na fase da lactação, acontecem as
maiores exigências nutricionais de uma vaca, sendo exigido proteínas,
vitaminas, energia e minerais devido à produção de leite, que só é possível
quando existe uma alimentação adequada. Se a alimentação for
nutricionalmente insuficiente para atender as exigências, ocorre uma maior
mobilização de reservas corporais, ocasionando incapacidade de expor seu
potencial produtivo e genético, podendo causar perda de peso.

Na mesma linha de pensamento Valentini (2015) diz que manejo


nutricional é fundamental para a atividade leiteira. Com a nutrição adequada ao
estágio de produção que a vaca se encontra, aumenta seu potencial produtivo
e genético proporcionando maior produtividade ao rebanho e bem-estar ao
animal, trazendo um maior retorno financeiro.

4.2 MANEJO SANITÁRIO.

O momento de maior desafio sanitário para vacas em lactação é durante o


préparto até o pós-parto imediato, conhecido como período de transição, que
vai do
21º dia antes do parto até o 21º dia posterior ao parto. No mesmo, o risco de

ocorrência de doenças infecciosas como as miíases e enfermidades

metabólicas é intenso (ALVARENGA, 2000).

Cerca de 75% das enfermidades acontecem no primeiro mês após o


parto, associado principalmente às mudanças que ocorrem das três últimas
semanas de gestação até as três semanas posteriores ao parto. A transição da
vaca gestante não lactante para não gestante lactante é marcada por diversas
e intensas mudanças hormonais e metabólicas, associadas à redução da
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ingestão de alimentos, ao grande desenvolvimento do concepto e


consequentemente ao balanço nutricional negativo (energético, proteico,
mineral e vitamínico). Todas estas mudanças deste período apresentam
profunda relação entre si e impactam na saúde, produção e rentabilidade da
produção leiteira provinda das vacas (ALVARENGA, 2000).

4.3 MANEJO REPRODUTIVO

Um manejo reprodutivo de qualidade é indispensável para se obter um


maior desenvolvimento do rebanho trazendo uma alta produtividade acarretada
com a genética, trazendo rentabilidade (FERREIRA, 2009). Segundo
Vasconcelos (2005) a produção de leite está diretamente ligada com o
desempenho reprodutivo e os técnicos podem auxiliar o produtor na melhoria
de sua rentabilidade aumentando o desempenho reprodutivo.
Portanto Santos (2005), na mesma linha de pensamento, diz que o
manejo reprodutivo é parte importante na saúde do rebanho leiteiro. Produções
de leite ideais vêm de intervalos entre partos de 12 a 13 meses, intervalos entre
partos curtos aumentam a produção de leite por dia de vida útil das vacas e
resultam em maior número de bezerras nascidas. Portanto, melhorias no
sistema de reprodução resultam na maximização da produtividade.

4.4 RAÇAS

Quando o produtor pensa em iniciar e ou melhorar um rebanho de vacas


leiteiras, é muito importante atentar para a escolha da raça, o que depende
diretamente do sistema de produção e das condições climáticas. Em relação
aos sistemas de produção, existem o extensivo, intensivo, semi-
intensivo, ciclo completo, venda de matriz, bezerro ou novilha, sistema de dupla
aptidão, forma de recebimento pelo leite entregue entre outros (PEREIRA,
2018).
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Em um sistema mais intensivo, ou seja, confinado, geralmente o objetivo


é a produção máxima dos animais ou qualidade do leite, por isso a escolha é
pautada em vacas com alta produção. Mas se o sistema for menos intensivo,
em que o animal tem que caminhar até o alimento, a preferência é por vacas
medianas, em que a produção é um pouco menor que a do confinado, porém
apresenta uma rusticidade maior, tolerando melhor a equívocos de manejo e
adversidades climáticas sem grandes prejuízos (ALVIM, 2005).

As raças mais comuns, no Brasil, para se investir na atividade leiteira,


são a Gir, Sindi, Guzerá, Girolando, Jersey, Pardo Suíço e Holandesa
(PEREIRA, 2018). De acordo com Barbosa (2002), existem várias opções de
raças e cruzamentos para produção de leite. As raças europeias puras,
especialmente selecionadas para produção de leite, são a Holandesa, a Pardo-
Suíça ou Schwyz, a Jersey, a Guernsey e a Ayrshire. Dessas, a mais
conhecida e difundida é a Holandesa, raça europeia de aptidão para produção
de leite. Temse também as raças zebus leiteiras (Gir; Guzerá e Sindi) e vacas
mestiças, derivadas do cruzamento de raça europeia com uma raça zebuína,
como exemplo de mestiça tem-se a Girolando que já é considerada uma raça
em vários graus de sangue.

4.4.1 Girolando

Os primeiros animais dessa raça surgiram em 1940. Pelos anseios dos


criadores brasileiros, que começaram a fazer o cruzamento da raça Gir com a
raça Holandesa intensamente, já que as duas raças tendem a ter desempenho
muito satisfatório A raça Holandesa atinge picos maiores de produção, nesses
cruzamentos os criadores brasileiros buscavam um animal rústico e que tivesse
uma alta produção de leite, já que o Gir produz bem o leite e é muito rústico,
mas não é tão bom quanto a raça holandesa que produz muito bem, mas
apresenta uma baixíssima rusticidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS
CRIADORES DO GIROLANDO, 2016).
Ao final do cruzamento se obteve um resultado excelente, um mestiço
que apresentava alta rusticidade, pelo fato do Brasil ser predominante tropical,
com uma alta produção de leite, sendo uma das raças mais presentes nas
21

propriedades leiteiras. Atualmente o Ministério da Agricultura, juntamente com


as associações representativas traçaram as normas para a formação do
Girolando - Gado Leiteiro Tropical (5/8 hol + 3/8 gir - Bi Mestiço) -
transformandoo em prioridade nacional (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS
CRIADORES DO GIROLANDO, 2016).
Sua capacidade de auto regulação do calor corporal, sua conformação
muscular e esquelética, aprumos e pés fortes, hábito de pastejo, capacidade
ruminal etc., são condições que lhe atribuem grande resistência e adequação
ao meio ambiente. Longevidade, fecundidade e precocidade estão bem
evidentes no Girolando, virtudes que resultam uma ótima produção vitalícia e
uma prole numerosa, que se inicia normalmente aos 30 meses de idade na
primeira cria, o pico de produção leiteira chega até os dez anos com excelentes
resultados durante esse tempo não só pela produção leiteira, mas pelas
bezerras que consequentemente tem alto valor genético, sendo que a mesma
produz satisfatoriamente até aos 15 anos de idade (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DOS CRIADORES DO GIROLANDO, 2016).

4.5 ORDENHA MANUAL

De acordo com a Embrapa, é considerado ordenha, a ação de realizar a


extração do leite da glândula mamária, podendo ser realizada de forma manual
quando realizada pelo ordenador e mecânica quando for utilizada ordenhadeira
ou então pelo bezerro no caso da amamentação.

É uma prática que deve ser desenvolvida com cuidados, pois


dependendo de como que é executada, proporcionará a obtenção de maior
quantidade e qualidade do produto. Dentro da unidade produtiva, o produtor
deve dar uma importância muito grande para a ordenha porque é nesta fase
que a vaca dará o retorno esperado à exploração leiteira, contudo os cuidados
de higiene devem ser intensos e muito rígidos para que os gastos sejam os
menores possíveis.

A ordenha manual pode ser feita de diversas maneiras, dependendo do


aprendizado do ordenhador ou do método selecionado na unidade produtora.
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Punho fechado é o método mais comum, que consiste em colocar o teto entre
os dedos polegar e indicador, assim formando um anel, fechando o teto de
cima para baixo, evitando o retorno do leite do canal para o interior do úbere;
com os demais dedos, pressiona-se com suavidade de cima para baixo,
forçando a saída do leite.

Quando se trata de tetos muito curtos, este método torna-se deficiente, porque
seguram-se os tetos numa posição muito elevada, provocando o escorrimento
do leite entre os dedos, contaminando-o.

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No Setor de bovinocultura, o rebanho destinado a produção leiteira era


composto por 20 animais, todos da raça Girolando (7 delas estavam em
lactação), 5 bezerros (machos) e 1 touro da raça Gir. As atividades eram
realizadas de acordo com o supervisor e com as necessidades do manejo geral
do rebanho. Pela manhã antes da ordenha eram realizadas atividades de
manejo sanitário, como limpeza do curral, e sim, após a limpeza era realizada a
ordenha (Figura 2).

Figura 2. Ordenha
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A raça presente na propriedade é a Girolando, onde a produção média


diária do Setor é de 45 litros de leite. O leite captado pelo Setor é considerado
de categoria C, por ter contato com o ambiente.

5.1 MANEJO NUTRICIONAL

Pela manhã, após a ordenha, era disponibilizado aproximadamente 2


baldes (que correspondia a aproximadamente 10 a 15kg) de ração de vaca. No
período da tarde era fornecido 2 fardos de feno (um fardo de feno correspondia
a aproximadamente de 10kg), e 2 caixas (que correspondia a
aproximadamente 10 a 15kg) de capim-açu picado (Figura 3). O gado que
ficava na parte exterior do setor, era fornecido pela manhã um fardo de feno e
outro pela tarde. O
gado era solto a pasto
e não era

disponibilizado outro tipo de alimentos. Para os bezerros com 5 meses de


nascido eram fornecidos ração de bezerro e feno.
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Figura 3. Capim-açu
triturado

O Capim era retirado


apenas uma vez na
semana. O fornecimento
de nutrientes de forma adequada em cada fase de desenvolvimento, é de
fundamental importância para maior desempenho na produção.

Figura 4. Retirado o Capim-açu

5.2 MANEJO SANITÁRIO

Como o sistema de criação utilizado no Setor era o sistema semi


intensiva, higienizava-se todo o setor, tanto a parte interior do setor quanto a
parte exterior, onde fica os outros animais. O processo este que era realizado
todos os dias com a utilização de vassouras, pás e carros de mão.
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5.2.1 Limpeza do
curral

A limpeza era
feita diariamente,
com a utilização
vassouras, pás, rodos,
carros de mão (Figura 5), o piso do curral era de concreto, o telhado de telhas
de cerâmica e como melhoria poderiam providenciar um lanternim para o
curral, pois ele ajudaria na ventilação e iluminação natural do ambiente.
Utilizando uma vassoura varria-se todo o curral, logo em seguida era retirado
todo o esterco com a pá e o carro de mão era utilizado para transportar esses
resíduos para fora.

Figura 5. Retirada do esterco com a pá


26

Figura 6. Depois da
retirada do esterco

Figura 7. Limpeza da baia


dos bezerros
27

Figura 8. Limpeza de uma baia maior

Os resíduos coletados são destinados a um local específico para o esterco


(Figura 9 - Local de descarte do esterco), situado fora das instalações.
28

Figura 9. Local de descarte de esterco

5.2.2 Aplicação de medicamentos

Na minha experiência na bovinocultura, a ordenha manual desempenha um


papel fundamental, pois vai além de simplesmente extrair o leite. Além de ser
uma técnica tradicional que me conecta intimamente com as vacas leiteiras, ela
também desempenha um papel importante na aplicação de medicamentos.

Quando estou realizando a ordenha manual, tenho a oportunidade de


observar minuciosamente a saúde de cada animal, o que facilita a detecção de
possíveis doenças. Quando é necessário administrar medicamentos, a ordenha
manual me permite aplicar os tratamentos de forma cuidadosa e precisa,
garantindo que os medicamentos sejam eficazes.

Além disso, a relação próxima que estabeleço durante a ordenha


manual também é crucial para o bem-estar das vacas. A atenção
individualizada que ofereço durante o processo de ordenha contribui para criar
um ambiente de confiança entre mim e os animais. Isso, por sua vez, pode
influenciar positivamente na resposta delas ao tratamento.

Portanto, na minha perspectiva, a ordenha manual na bovinocultura não


se resume apenas à produção de leite, mas também desempenha um papel
fundamental na aplicação responsável de medicamentos e na promoção da

saúde geral do rebanho leiteiro.

5.3 Manejo Reprodutivo

No contexto do manejo reprodutivo na bovinocultura do Instituto Federal


Campus Santa Inês, destaca-se a presença de um touro da raça Gir como
parte fundamental do processo de reprodução. O manejo reprodutivo, nesse
caso, assume particularidades que visam otimizar a utilização desse touro para
garantir o sucesso da produção de leite e carne.
29

A raça Gir é conhecida por suas características peculiares, incluindo a


adaptação a diferentes climas e a qualidade de seu leite, que é valorizado pela
indústria. Nesse contexto, a abordagem reprodutiva precisa estar alinhada com
as especificidades dessa raça, visando a obtenção de resultados positivos.

O manejo reprodutivo com o touro da raça Gir envolve uma série de


considerações práticas. Dado que o touro desempenha um papel central na
reprodução natural, é essencial monitorar cuidadosamente o cio das fêmeas
para determinar o momento ideal para a monta. Essa observação atenta
possibilita a maximização das chances de sucesso na concepção.

Um aspecto importante é garantir a boa saúde e condição física do touro.


Exames regulares de saúde e avaliações veterinárias são essenciais para
certificar-se de que o touro está em plenas condições reprodutivas. Além disso,
a disponibilidade de água fresca e uma dieta equilibrada contribuem para
manter o touro em boas condições de desempenho.

A escolha das fêmeas para a monta é outro ponto crucial. Vacas saudáveis,
em idade reprodutiva adequada e que tenham passado pelo período de
puerpério são candidatas ideais. Esse cuidado na seleção contribui para a
obtenção de uma taxa de sucesso reprodutivo mais elevada, impactando
positivamente na produtividade da propriedade.

Vale ressaltar que o manejo reprodutivo com touro da raça Gir também pode
ser complementado com técnicas de inseminação artificial em casos
específicos, buscando potencializar os resultados. A combinação dessas
abordagens pode permitir uma maior flexibilidade e controle sobre a
reprodução, contribuindo para a otimização dos resultados.

Em conclusão, o manejo reprodutivo na bovinocultura do Instituto Federal


Campus Santa Inês, com a presença de um touro da raça Gir, apresenta
particularidades que requerem atenção especial. A seleção cuidadosa de
fêmeas, a observação rigorosa do cio, a manutenção da saúde do touro e a
combinação estratégica com técnicas de inseminação artificial, quando
apropriado, são fatores que desempenham um papel vital na obtenção de
resultados satisfatórios. A integração dessas práticas no manejo reprodutivo
30

contribui para a excelência na produção de leite e carne, alinhada aos objetivos

da propriedade.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio possibilitou o complemento e aperfeiçoamento da formação


técnica, através das experiências profissionais e pessoais desenvolvidas nesse
período. Permitiu também a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos
em sala de aula. Além, de vivenciar práticas que serão fundamentais para a
inserção no mercado de trabalho, como exemplo, atividades relacionadas ao
cotidiano da fazenda, formas de realização do manejo nutricional e sanitário na
área da bovinocultura de leite e o trabalho em equipe.
A realização de todas as práticas desenvolvidas no estágio requereu
empenho, responsabilidade, dedicação e compromisso, com o intuito de obter
sucesso em cada prática realizada, foi possível lidar com diversas situações
que até então só tinha o conhecimento teórico e entender na pratica como atua
o sistema de produção na propriedade além de conhecer e contribuir com base
na teoria um manejo adequado para auxiliar na produtividade. Dessa forma, o
período de estágio supervisionado é primordial no curso Técnico em
Agropecuária, pois, é nesse momento que o estudante aplica todos os
conhecimentos adquiridos durante os três anos de formação, realizando ainda
o desenvolvimento pessoal e profissional.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DELPRETE, SÂMILA. Inseminação Artificial em Bovinos: aprenda a cuidar


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32

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