Você está na página 1de 6

Testes de avaliação (Para)Textos • 8.

° ano

Teste de Avaliação de Português n.° 5

Escola: 8.° ano de escolaridade


Nome: N.°: Turma:
Duração do teste: 90 minutos Data:
Professor: Encarregado de Educação:
Classificação:

Grupo I
(50 pontos)
Parte A
Lê atentamente o texto.

Jovens de bairros sociais são um


“Bando à parte” no Teatrão
Projeto de quase dois anos chega ao fim com um espetáculo onde cada um dos
atores apresenta a personagem por si criada.

Margarida Alvarinhas

Dez jovens, oriundos de bairros sociais e municipais de Coimbra, aceitaram o desafio


proposto pelo Teatrão. Com isso, mudaram um pouco as suas vidas. Passaram a ter
5 novas rotinas, a sentir a necessidade de gerir melhor o tempo, porque esse tempo passou
a ser também necessário para os ensaios, para a preparação, para todo o processo que
envolveu a produção do espetáculo. Porque ser artista requer esforço. De hoje a sábado,
esses jovens são um “Bando à parte” que se apresenta no palco da Oficina Municipal de
Teatro. São atores, músicos e bailarinos; são personagens que eles próprios idealizaram e
10 construíram, após um longo processo de aprendizagem que começou há 22 meses.
O projeto “Bando à parte: culturas juvenis, arte e inserção social” é um processo de
formação específica em teatro, música e dança, que implicou um trabalho continuado
desde janeiro de 2010 até ontem, último dia dos ensaios. Pelo meio houve todo um longo
processo de aprendizagem, que foi muito além dos ensaios e da criação das personagens.
15 Os jovens, conta Cláudia Pato Carvalho, coordenadora do projeto, “começaram por vir
assistir a espetáculos de formação para perceberem que há diferentes coisas”. Ou seja,
aos participantes foi permitida uma interligação com as atividades do Teatrão e,
inclusivamente, participar nos espetáculos da companhia. Houve também espaço para
intercâmbios, nomeadamente com projetos semelhantes de Itália e Holanda.
Experiência de crescimento
20 Ao envolver jovens de bairros sociais e municipais de Coimbra, o Teatrão pretendeu o
desenvolvimento do raciocínio e da capacidade de reflexão sobre o mundo. E os jovens
sentem que o conseguiram. “Todos nós crescemos muito. Nota-se a diferença na nossa
maneira de pensar, de agir. Hoje sou uma Maria João muito mais preenchida, porque todo
este processo nos foi enriquecendo”, contou a Maria João, uma jovem oriunda da
25 Urbanização Fonte do Castanheiro, uma das participantes.

1 PT8 © Porto Editora


Testes de avaliação (Para)Textos • 8.° ano

Maria João, que optou pela área do teatro, fala da personagem, idealizada e
trabalhada por si.
“Sou uma exploradora, ando sempre à procura de alguma coisa, à procura de um
caminho”, explica a jovem de 16 anos, visivelmente entusiasmada com o projeto que,
30 admite, lhe tem roubado muito tempo. E explica também como chegou à personagem final:
“começámos com sessões individuais, a falar sobre o que achávamos que era importante
e interessante mostrar às pessoas. Trabalhei com textos para chegar à “Exploradora”.
Houve uma espécie de processo que nos levou às personagens”.
No final, juntaram-se as personagens e criou-se o espetáculo. Leonor Picareto, por
35
exemplo, baseou-se na sua vida para criar algo e levar ao público. “Sou cigana e tento
mostrar às outras pessoas a outra faceta dos ciganos, que não os feirantes que não
querem outra vida”.
O projeto chega ao fim, com os espetáculos de hoje a sábado, às 21:30, mas é
40
intenção dar-lhe seguimento, através de novos ciclos, em que se possam integrar outros
jovens. Aliás, interessados em participar não faltaram, garante Cláudia Pato, recordando
que a divulgação do projeto começou em finais de 2009, nos bairros sociais da cidade,
onde foram estabelecidos contactos com as associações locais, no sentido de se perceber
quem poderiam ser os potenciais participantes. “Encontrámos muitas pessoas
interessadas”, garante a coordenadora do projeto.
in Diário de Coimbra, 13 de outubro de 2011

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Indica se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F). (5 pontos)

a. O projeto denomina-se “Bando à parte”.

b. O projeto foi desenvolvido durante um ano.

c. A meta final do projeto é a criação de um espetáculo teatral.

d. Participaram no projeto jovens oriundos de todo o país.

e. Este projeto beneficiou de intercâmbios com projetos análogos em Itália e na Bélgica.

f. Pretende-se dar continuidade ao projeto.

2. Para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), seleciona a única opção que te permite obter
uma afirmação adequada ao sentido do texto.
2.1. Este projeto visou desenvolver nos jovens participantes… (3 pontos)

a. a capacidade de reflexão.

b. o conhecimento de dramaturgos portugueses.

c. o contacto com a língua italiana.

2.2. O espetáculo teatral levado a público baseia-se… (3 pontos)

a. num texto dramático definido.

b. em personagens criadas pelos atores.

c. num facto real, passado na Urbanização Fonte do Castanheiro.

2.3. A personagem representada por Leonor Picareto tem patente uma dimensão… (3
pontos)

2 PT8 © Porto Editora


Testes de avaliação (Para)Textos • 8.° ano

a. coletiva.

b. interativa.

c. estética.

2.4. Os organismos cujo papel foi essencial para divulgar o projeto e chegar a potenciais
interessados foram as associações… (3 pontos)
a. locais.

b. municipais.

c. nacionais.

3. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido
do texto. (3 pontos)
a. “isso” (l. 4) refere-se a “aceitaram o desafio proposto pelo Teatrão”.
b. “lhe” (l. 30) refere-se a “jovem de 16 anos”.
c. “onde” (l. 42) refere-se a “da cidade”.

Teste de avaliação n.° 5

Grupo I

Parte A

1. a. V; b. F; c. V; d. F; e. F; f. V.

2.1. a.; 2.2. b.; 2.3. a.; 2.4. a.

3. c.

3 PT8 © Porto Editora


Testes de avaliação (Para)Textos • 8.° ano

GRUPO I
Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Texto A
E vão 150 anos de Alice no País das Maravilhas

Foi há 150 anos, mas não desapareceu no tempo. Pelo contrário, perpetuou-
-se1. A história que encantou o público infantil, e não só, marcou uma mudança na
sua época na forma como se passava a mensagem.

Rebobinemos até 1865. Lewis Carroll, professor matemático, apresentava o livro


5 Alice no País das Maravilhas. Conscientemente ou não de que o iria fazer, marcou o início
de uma nova era na escrita infantil. A obra tornou-se intemporal: personagens como o
chapeleiro louco, o coelho branco e a rainha de copas fazem parte do imaginário de
muitos leitores e perdurarão no tempo. A história celebra este ano um século e meio de
existência.
10 O impacto desta história foi tão notório, que se criou o “dia de Alice” que ainda hoje
é comemorado em todo o mundo. Começou a ser pensada a 4 de julho de 1862, durante
uma viagem de barco, na qual estavam presentes três irmãs, uma delas de nome de Alice
Lidell. Inicialmente o livro começou por se chamar Alice Adventures Under Group, saindo
em julho de 1865. Hoje é conhecido em todo o mundo por Alice no País das Maravilhas.
15 Confessa o investigador de estudos anglo-portugueses, da universidade Nova de
Lisboa, Rogério Puga, esta foi uma obra “que foi inovadora numa época em que os livros
para crianças tinham uma voz moralizadora. E sobreviveu aos tempos”. De facto a obra
continua a inspirar muitos artistas, como é o caso de Damon Albarn que se prepara para
estrear no Reino Unido o musical Wonder Land, com base no livro de Carroll.
20
O investigador acrescenta que esta é uma obra que tem sido amplamente
estudada “É todo um imaginário cultural que sobrevive àquela obra: a figura do chapeleiro

4 PT8 © Porto Editora


Testes de avaliação (Para)Textos • 8.° ano

louco, da lagarta, do buraco da toca do coelho onde Alice cai e descobre um mundo de
non sense2 e absurdo. É uma obra estranhíssima e ambígua3”.

Puga reforça ainda a intemporalidade e o caráter revolucionário do livro


relativamente ao que era feito até então “É um livro intemporal, ambíguo porque esbate as
25 classificações entre o que é literatura para crianças e para adultos. Na época até havia
uma discussão entre o que era realidade e fantasia na literatura e diziam que a fantasia
era má para crianças. Foi revolucionário porque fala de loucura e de sonho.”
Esta data não passou despercebida em Portugal. A nove de outubro realiza-se na
Biblioteca Nacional, em Lisboa, uma conferência dedicada à obra e ao seu século e meio
30 de existência. Contará com a presença da tradutora da obra Margarida Vale de Gato e as
investigadoras Ana Margarida Ramos, Sara Reis da Silva, Dora Batalim Sottomayor,
assim como Blanca-Ana Roig Rechou e Isabel Mociño González, da universidade de
Santiago de Compostela.
A obra foi, mais tarde, adaptada para cinema pela Disney e por Tim Burton, para
35
peças de teatro e musicais.
Em 150 anos, o livro teve centenas de adaptações, versões, traduções e
ilustrações. Portugal não é exceção e estão disponíveis no mercado várias edições, desde
ilustrações originais de John Tenniel, que deu corpo à figura de Alice, do gato de
Cheshire, da lebre de Março ou da tartaruga fingida.
40
Jornal Expresso, edição online de 3 de julho de 2015 (consultado em 10 de outubro de 2016).
Vocabulário
1
imortalizou-se, eternizou-se; transmitiu-se por gerações sucessivas.
2
sem sentido.
3
que tem mais de um sentido; que permite duas ou mais interpretações diferentes.

1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada, de acordo com o
sentido do texto.
1.1. Na frase “Rebobinemos até 1865.” (linha 4) está presente uma
a) metáfora.
b) personificação.
c) enumeração.
d) anáfora.

1.2. Segundo Rogério Puga (linhas 15-19), Alice no País das Maravilhas é uma obra
a) para crianças de caráter moralizador.
b) inovadora, com uma vertente moralizadora.
c) que introduziu inovações na literatura infantil.
d) intemporal, uma vez que retrata a época do seu autor.

5 PT8 © Porto Editora


Testes de avaliação (Para)Textos • 8.° ano

1.3. Rogério Puga considera o livro de Lewis Carroll “ambíguo” (linha 25) porque
a) o seu assunto é indefinido.
b) trata um tema absurdo.
c) tanto pode ser lido por uma criança como por um adulto.
d) é muito fantasioso.

1.4. A Disney e Tim Burton apresentaram versões de Alice no País das Maravilhas
a) no teatro e em musicais.
b) no cinema e no teatro.
c) no cinema e em musicais.
d) no cinema.

2. Identifica a única opção em que a palavra “que” é uma conjunção.


(A) “A história que encantou o público”. (linha 2)
(B) “O impacto desta história foi tão notório, que se criou o ‘dia da Alice’”. (linha 10)
(C) “[...] esta foi uma obra que foi inovadora”. (linha 16)
(D) “É todo um imaginário cultural que sobrevive àquela obra”. (linha 21)

1.1. a)
1.2. c)
1.3. c)
1.4. d)
……………………………………………………………………………………............................................................
2. (B)

6 PT8 © Porto Editora

Você também pode gostar