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UNIDADE CURRICULAR: PROBLEMÁTICA DO CONHECIMENTO

HISTÓRICO

CÓDIGO: 31103

DOCENTE: Adelaide Millán da Costa

A preencher pelo estudante

NOME: Leonel Dinis Dias Barbosa

N.º DE ESTUDANTE: 2100133

CURSO: Licenciatura de História

DATA DE ENTREGA: 07/12/2021

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TRABALHO / RESOLUÇÃO: Através da disposição das imagens mencionadas, irei
analisar a relação que o historiador faz com a multiplicidade de fontes que existem para
a manutenção do seu trabalho e da análise historiográfica. As quatro imagens
apresentadas, o manuscrito, o tear, a fotografia e o conjunto de vestígios de pedras
polidas/utensílios, sendo fontes históricas, são observadas pelos historiadores,
oferecendo informações históricas, que vão permitir conhecer melhor as ações humanas,
as vivências sociais passadas e como essas fontes chegaram até nós. A partir das fontes
podemos escrever história, ou seja, o historiador ao estudar os vestígios do passado vai
analisa-los, reconstruí-los, usando métodos para o ajudar a percebe-los e, depois revela-
os à sociedade com a possível veracidade e credibilidade.

O historiador usa uma diversidade de fontes históricas para a realização das suas
pesquisas. Segundo o historiador 1José D’Assunção Barros irei apresentar a maneira
como organiza as fontes históricas, dividindo-as em quatro tipos. O primeiro tipo são as
fontes materiais, onde subdivide em fontes naturais (paisagens) e em fontes de cultura
material (objetos, monumentos, cerâmicas, fósseis, teares, pedras polidas e utensílios –
estes três últimos nas imagens em análise). O segundo tipo são as fontes de conteúdo,
em que divide em fontes verbais e não-verbais. Nas verbais, subdivide em fontes orais
(entrevistas, depoimentos) e fontes textuais (livros, jornais, cartas, documentos e
manuscritos - este ultimo em análise). Nas não-verbais, subdivide em fontes
iconográficas (como é o caso da fotografia em análise, e mapas, postais, pinturas), e em
fontes sonoras (músicas e gravações). O terceiro tipo são as fontes imateriais em que se
incluem as manifestações lúdicas, rituais religiosos, celebrações, crenças, tradições,
lendas e mitos. Algumas são designadas por património cultural e imaterial da
humanidade. E, por fim, as fontes virtuais, onde se destacam textos e imagens criados
na internet. É através do trabalho de análise historiográfica destas imagens, feito pelo
historiador, que nos vai ajudar a entender a realidade, e isso só é possível a partir desses
vestígios, designados de fontes e documentos históricos. Uma questão pertinente é a de
saber como é que o historiador obtém estas informações. A história começou a ser feita
através de documentação, designadas por fontes. Contudo, esses documentos, por vezes,
são escassos e difíceis de analisar. Em alguns casos, não há a versão original dos
documentos, só cópias, e os historiadores ficam na dúvida em saber o que foi
verdadeiramente reproduzido ou não, originando discussão e várias interpretações, entre
1
José D’Assunção Barros, Fontes Históricas - uma introdução aos seus usos historiográficos.
Para aceder: 1569693608_ARQUIVO_bd3da9a036a806b478945059af9aa52e.pdf (anpuh.org)

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si, sobre as fontes. O historiador quando está na fase da recolha documental, das fontes
e da bibliografia para a investigação, e após essa recolha, deve ter presente a crítica.
Analisar e apreciar os documentos, saber distinguir o verdadeiro do falso, usando
métodos críticos e operações de análise. Esse método é dividido pelos historiadores por
crítica externa e interna. Sendo através delas que melhor se selecionam e classificam as
fontes, e que se poderá atingir a proximidade da verdade histórica. Como refere o
historiador 2António da Silva Rego “A crítica é a parte da ciência histórica que tem por
fim determinar o valor dos documentos e dos seus testemunhos.” Na crítica externa, o
historiador avalia os objetos e documentos (como nas imagens mencionadas) e verifica
se está perante uma cópia, original ou falsificação, averiguando a sua autenticidade e os
seus aspetos formais. Nesta crítica há também a crítica de proveniência, onde o
historiador vai questionar quem elaborou os documentos e objetos, como, onde e
quando, e que caminhos existiram até chegarem às suas mãos. Ao nível de datação,
autor e local, às vezes, há dificuldades na sua obtenção pela falta de elementos
concretos. Podem existir várias datas e incorretas, pode haver um ou mais autores,
assinaturas incompletas e inexistentes, e até haver dificuldade na sua localização. Se o
historiador possuir estes três dados completos, irá facilitar a sua investigação. O
historiador também fará a crítica de restituição, isso quando não tem o original e se
depara com cópias de documentos, de objetos e de outros vestígios. No caso do
manuscrito e de outros documentos, o historiador vai reconstruir e analisar os aspetos
voluntários e involuntários do copista no ato da sua realização, ele pode ter cometido
erros ao acaso, por omissão, negligência, e até interpolar informação. Na crítica interna,
o historiador avalia o conteúdo, vê o que é ou não verdadeiro, realizando cinco
procedimentos: na crítica de interpretação, averigua os pensamentos do autor, considera
a evolução histórica de vocábulos e conhecer a língua da época; na crítica de
competência analisa a qualidade dos testemunhos de que se trata o autor; na crítica de
veracidade analisa o grau de isenção do autor e se ocultou informações; a crítica de
rigor vai detetar erros involuntários; e na verificação de testemunhos avalia a sua
credibilidade e compara com outros. Para Marc Bloch, a observação histórica deve ser
uma cuidada análise dos documentos sobre os factos antigos que existiram. O
conhecimento que a humanidade tem é fundamentado em vestígios do passado e em
testemunhos escritos e não-escritos, que nos oferecem história e é isso que os
historiadores pretendem revelar.
2
A. da Silva Rego, Lições de metodologia e crítica históricas, Porto, Portucalense Editora, 1969, p. 151.

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BIBLIOGRAFIA

BARROS, José D’Assunção – Fontes históricas. Uma introdução aos seus usos
historiográficos. [em linha]. [consult. 2021-12-01]. Disponível na Internet: <URL:
1569693608_ARQUIVO_bd3da9a036a806b478945059af9aa52e.pdf (anpuh.org) >

BLOCH, Marc - Apologia da História ou o Oficio de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar Editor Ltda., 2002.

MATTOSO, José – A Escrita da História – Lisboa: Temas e debates. Círculo de


Leitores, 2019.

MENDES, José M. Amado - A História como Ciência. Fontes, Metodologia e


Teorização. 3ª Ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1993. pp. 123-134.

RAMOS, Jefferson Evandro Machado – Fontes históricas. [em linha]. 26-09-2019


[consult. 2021-12-02]. Disponível na Internet: <URL: Fontes Históricas - o que são,
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RAMOS, Rui; TAVARES, João Miguel - Programa de Rádio do Observador "E o resto
é História: Passear férias no Algarve e passear nos dois Algarves " [em linha]. 14-
08-2019. [consult. 2021-11-30]. Disponível na Internet: <URL: Passar férias no
Algarve e passear pelos dois Algarves – Observador>

SILVA, Daniel Neves – Fontes Históricas [em linha]. [consult. 2021-12-02].


Disponível na Internet: <URL:Fontes históricas: o que são, tipos, importância -
História do Mundo (historiadomundo.com.br).>

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