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Nacala, 2023
Paulino Vasco Jone
Nacala, 2023
ÍNDICE
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
1.1 Contextualização....................................................................................................................4
1.2 Objectivos da pesquisa...........................................................................................................6
1.3 Justificativa.............................................................................................................................7
1.4 Definição de problema...........................................................................................................8
1.5 Hipóteses................................................................................................................................9
1.6 Delimitação de estudo............................................................................................................9
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................10
2.1 Alguns Conceitos Básicos....................................................................................................10
2.2 Gestão Participativa..............................................................................................................11
2.2.1 Fundamentos básicos da gestão participativa................................................................11
2.2.2 Conceitos da gestão participativa..................................................................................12
2.2.3 Objectivos da gestão participativa.................................................................................13
2.2.4 Características da gestão participativa...........................................................................15
2.2.4 Benefícios da gestão participativa.................................................................................16
2.2.5 Metodologias de Participação........................................................................................19
2.2.6 Desafios de gestão participativa....................................................................................20
2.2.6 O papel da gerência na gestão participativa..................................................................21
2.2.6 Gestão Participativa no mundo......................................................................................23
2.2.7 Gestão participativa em Moçambique...........................................................................24
2.8 Gestão participativa no sector da saúde............................................................................25
CAPÍTULO 3: ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................................26
3.1 Descrição do campo de estudo.............................................................................................26
3.2 Classificação da Pesquisa.....................................................................................................27
3.3 Processos de amostragem................................................................................................28
3.4 População e amostra........................................................................................................28
3.5 Métodos de colecta de dados...........................................................................................29
3.6 Critérios de inclusão e exclusão.......................................................................................29
3.7 Aspectos Éticos................................................................................................................29
3.8 Cronograma..........................................................................................................................30
3.9 Orçamentação.......................................................................................................................30
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................................31
5. APÊNDICE................................................................................................................................35
5.1 Questionário.........................................................................................................................35
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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Segundo Vergara e Mascarenhas (2007, 2008, cit. em Schreiber, 2013), dentre diversas
alternativas que surgiram na literatura científica, para administrar as relações intra-
organizacionais, em especial as insatisfações e conflitos no ambiente organizacional, destacou –
se, nas últimas décadas, o processo de gestão participativa. Concebida originalmente para atender
necessidades específicas de mudança de gestão, tendo se constatado que a adopção deste modelo
de gestão resultava, na maioria das vezes, no aumento do nível de envolvimento e
comprometimento de colaboradores. Por conseguinte, a gestão participativa passou a ser
adoptada, em definitivo, por organizações de várias partes do mundo e de todos tipos, algumas
das quais oportunizaram, inclusive, a inserção de representantes de colaboradores em esferas
decisórias mais altas da organização.
O facto é que, esse período segundo Johann et al. (2015), foi marcado pelo modelo
autocrático de gestão, de estrutura hierárquica rígida, piramidal, com decisões tomadas a portas
fechadas no topo da pirâmide. As pessoas eram consideradas recursos de produção, da mesma
forma que máquinas e equipamentos, trabalhando sob a égide da burocracia e das padronizações,
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Só nos anos 1990 que de acordo com O´Dell (2000, cit. em Johann et al., 2015), assistiu
– se um ritmo crescente de mudanças, em que novos conhecimentos e tecnologias começaram a
determinar prioridade na vida das pessoas e das organizações. Nessa nova era, as empresas
passaram a enfrentar a realidade da economia globalizada. A tecnologia da informação
conectando pessoas no planeta, criando um ambiente de intensa compectitividade. Assim, os
departamentos, até então estáveis foram alterados para dar surgimento às equipas multifuncionais
de trabalho e os colaboradores foram convocados a participar de projectos específicos.
Entretanto, o grande desafio dos gestores, actualmente, conforme explica Dagrava (2017),
tem sido lidar com pessoas de diversos perfis, expectativas e experiências, pois são elas que
produzem os resultados nas organizações. Os indivíduos são os principais actores e têm papel
fundamental no processo de mudança organizacional. São eles que impulsionam todo processo de
transformação.
adoptadas pouco permitem assegurar o espaço para a expressão dos colaboradores. Para esta
situação Johann et al. (2015) demonstra que a atitude de comodismo ou conveniência ainda é
comum nas organizações. Contudo é preciso mais das pessoas, é preciso favorecer o despertar de
uma consciência cooperativa, pois já não basta participar, ou seja, estar presente nos eventos
organizacionais, é preciso, de facto contribuir.
1.2.1 Geral:
O principal objetivo deste trabalho é de analisar a contribuição da gestão participativa no
desempenho das actividades desenvolvidas no Hospital Rural de Mocimboa da praia.
1.2.2 Específicos:
1.3 Justificativa
A escolha deste tema é sustentado por seguintes razões que podemos observar a seguir.
No Hospital encontramos pessoas cuidando pessoas num ambiente de exposição de riscos à
saúde, ambiente de alta pressão, de estresses constantes, de escasso de recursos tanto material e
financeiro, pouco recurso humano e pessoal especializado, que precisam trabalhar em equipe e
com rápida capacidade de resposta, e num ambiente de harmonia. Tudo isso torna oportuno a
necessidade de pesquisar sobre a importância da gestão participativa, justamente por ser um
modelo que propõe a colaboração de todos nas tomadas de decisão, para uma gestão de forma
eficiente e oportuna, buscando pelos melhores resultados.
Para o HGN e a sociedade em geral, tratando – se de um estudante que fez o seu estágio
nesta Instituição, achou pertinente desenvolver o seu estudo neste campo, com expectativa de que
o Hospital pode utilizar os resultados obtidos na pesquisa para analisar eficiência do seu modelo
participativo ou então, servir-se destes como uma linha de base para aprofundar seus estudos de
modo a proporcionar as pessoas que estão ligadas a área de gestão do Hospital mais ferramentas
para lidar ou entender os problemas que surgem ao longo do seu processo de gestão. Uma vez
que a participação dos colaboradores na gestão pode exercer uma influência significativa no
desempenho das equipes, gestão dos recursos escassos, impulsionar motivação dos
colaboradores, comprometimento, e permitir desenvolver um conjunto de acções e serviços de
saúde que possam responder às necessidades de cuidados de saúde que se apresentam na nossa
comunidade.
O grande desafio da gestão nos Hospitais, segundo Gonçalves (2006) é a própria natureza
da actividade hospitalar que usa intensivamente o trabalho humano. Mais do que isso: reúne
grupos profissionais de origens e especificações diversas, que precisam, mais do que em qualquer
outro sector, trabalhar conjuntamente e de forma coesa e harmoniosa. Assim, as organizações de
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saúde, à semelhança dos outros tipos de organização, têm de lidar com constrangimentos
relacionados com produção, aquisição de recursos, manutenção de identidade, adaptação à
envolvência e globalização.
Outro sim, conforme argumenta o autor, é de que o Hospital vem sendo atingido
claramente por factos e factores que interferem na assistência que o doente espera receber. Por
tanto, abalado pela doença que o aflige, esse doente espera encontrar pessoas e equipamentos em
condições de lhe prestar todo o amparo de que necessita. Por tais razões, o hospital precisa estar
suficientemente organizado para atingir plena condição de recuperação do doente.
Segundo Perreira (1996), uma gestão participativa deve permitir envolvimento de todos
nas tomadas decisões e contar com o efectivo esforço de todos, para que os serviços prestados
sejam da melhor qualidade possível. Isto exige que os gestores tenham competência comunicativa
e ainda postura ética para lidar com os problemas dos funcionários.
Vale considerar que o período em estudo, foi caracterizado por ocorrência da Pandemia
Covid – 19, que colocou o país numa situação difícil por conta de sistemas de saúde precário, e
em muitos casos pouco equipado e reduzido número de funcionários. Para o combate e o
gerenciamento do vírus foi necessário o envolvimento de todos, desde os governantes, a
população e funcionários da área de saúde em geral, tornando mais visível a importância da
gestão participativa. Diante das exposições acima procura se compreender: Quais forma as
principais contribuições da gestão participativa, no desempenho das actividades
desenvolvidas pelos profissionais de saúde do Hospital Geral Nacala, nos períodos 2020 –
2022?
1.5 Hipóteses
De acordo com Martins (2007), a gestão participativa é um modelo de gestão que surgiu
por volta dos anos 90, que se baseia no comprometimento com metas, na confiança mútua entre
empresa e os funcionários, bem como entre os próprios funcionários, e na capacidade de se
adaptar rapidamente a situações inesperadas, na flexibilidade para mudanças e no
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Para Chiavenato (2014), a gestão participativa pressupõe que as pessoas devam estar
envolvidas no processo decisório e, portanto, nada mais lógico que as próprias equipes tenham a
responsabilidade de decidir a respeito de seus futuros membros e colegas. O importante é agregar
talento humano à organização e dotá-la das competências essenciais necessárias.
Na mesma linha de pensamento, Pessoa (2022) avança que a gestão participativa destaca a
participação e o empoderamento das pessoas em todos os aspectos da gestão, empregando o
envolvimento significativo de todas as partes interessadas relevantes da instituição no processo
de tomada de decisão. O autor explica que neste modelo de gestão, há consulta aos colaboradores
e consideração séria de suas opiniões antes de tomar uma decisão, tratando – se de uma
abordagem da liderança que leva à descentralização do poder. A participação de tais
colaboradores na gestão das instituições é fundamental para que os objectivos da instituição
sejam alcançados.
Diante das exposições acima apresentadas, pode – se comprender claramente que a gestão
particpativa nas organizações surge como uma nova forma de gerir, passando a envolver os
colaboradores na tomada de decisão, e assim influenciar positivamente para sua motivação,
envolvimento e comprmetimento convista o alcance dos objectivos da organização. Como aponta
Maximiano (2000, cit. em Schreiber, 2013), ao referir que a gestão participativa baseia – se no
pressuposto de que um ser humano, ao fazer parte de um grupo social, de uma organização,
independentimente do objectivo desta, também procura realizar – se como pessoa e como
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profissional. Assim, a organização deve pautar a sua relação com o individuo baseada no
atendimento às suas necessidades, quando estas são manifestadas, de modo que as pessoas
possam se envolver mais com os processos e com os objectivos organizacionais, em níveis
elevados de comprometimento.
Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010, p.249), a gestão participativa é “um processo no
qual os subordinados compartilham algum poder de decisão com seus chefes imediatos”.
Já, Luck (1996, citado em Pessoa, 2022) conceitua a gestão participativa, como sendo um
processo no qual os subordinados compartilham um grau significativo de poder de decisão com
seus superiores imediatos.
Por sua vez Maximiano (2006, cit. em Schreiber, 2013), diz que a gestão participativa
representa uma filosofia, que se caracteriza pela valorização da participação das pessoas nos
processos decisórios da administração da empresa. As pessoas deixam de ser tratadas apenas
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É uma motivação que vem de dentro de cada indivíduo. É uma motivação interna e está alinhada com o seu interior,
seus valores, propósitos, objectivos de vida (Rezende, 2020).
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como um recurso operacional, passando a assumir um perfil mais colaborativo, construindo para
o processo de gestão, através da activa participação relacionada às actividades realizadas pela
organização, visando, melhorias em processos organizacionais.
Enfim, existem inúmeros conceitos sobre o que seja realmente a gestão participativa.
Entretanto, todos esses conceitos convergem nitidamente em seus enunciados para a inclusão dos
colaboradores na tomada de decisão, tendo em conta que suas ideias e opiniões são levados em
conta na decisão a ser tomada. Desta forma, dentre os conceitos apresentados acima, Alarcão
(2004) é que apresenta o conceito mais claro e simples de compreensão, ao referir da gestão
participativa como sendo a oportunidade oferecida aos colaboradores de participarem nos
processos de tomada de decisão.
Na visão do Robbins (2003, cit. em Schreiber, 2013), a gestão participativa tem por
objectivo fazer com que cada colaborador sinta – se importante e útil para a empresa, com pleno
aproveitamento de suas capacidades e competências. Também visa fazer com que os gestores da
alta cúpula percebam o colaborador como alguém, que no momento em que se sente valorizado,
desencadeia uma relação de comprometimento maior com a organização. No momento em que
esta relação de cumplicidade passa a existir dentro de uma organização, ela tende a proporcionar
ganhos para ambas às partes.
Para que esse objectivo seja alcançado com sucesso, é preciso que a participação ocorra
de forma adequada. Para isso, Schreiber (2013) sugere a clara demonstração do interesse dos
níveis superiores da organização, dando oportunidade para a manifestação a todos os
colaboradores em processo reflexivo subjacente às decisões institucionais. Esta demonstração
tem papel simbólico relevante, pois apenas a direcção tem poder para dar a forma ao processo de
gestão participativa, através de atitudes interativas com os colaboradores, fazendo com que eles
sintam – se importantes no decorrer do processo de gestão. No momento em que as empresas
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Por sua vez, Souza e Silva (2022) demonstram algumas características básicas de uma
correcta gestão participativa, dentre as quais destacam – se: o incentivo à autoestima; motivação e
empenho dos trabalhadores para seus próprios processos de trabalho. Desse modo, os
trabalhadores se inserem como autores propondo acções de fortalecimento do processo de
trabalho fazendo aumentar a sua responsabilidade social com os serviços, com suas práticas e,
sobretudo, com os resultados.
Como é dito em Navarro (2013), que não existe profissionais descartáveis e sim pessoas
que acabam por se descartar. O autor defende que para corresponder à estrutura do modelo
participativo é necessário potencializar competências e colocá – las à disposição de toda empresa.
Deste modo, de cada profissional é esperada a iniciativa para o desenvolvimento do todo. Entre
as diversas vantagens da gestão participativa está a participação eficaz dos colaboradores nos
objectivos da empresa.
funcionários precisam ter capacitação e conhecimento para oferecer contribuições relevantes, sem
contar a necessidade de existir confiança entre as partes envolvidas.
Realmente para que a participação dos colaboradores seja proveitosa é preciso para além
de capacitação, a valorização de opiniões de modo que cada qual possa expor suas ideias sem
medo de repreensão, crítica ou mesmo de zombaria. Isto, Souza e Silva (2022) explicam muito
bem ao dizerem que a gestão participativa requer que se reconheça o direito de participar da
construção e escolhas de soluções. Requer ainda, que sejamos capazes de respeitar e compreender
o modo de pensar de cada participante e de conviver com relações democráticas. Isto implica em
reconhecer os limites dos espaços em relação aos direitos de “outro” e ao mesmo tempo,
estabelecer liberdade nas relações e interações em relação aos direitos do “nós”, nosso grupo, e
do que compreende por liberdade no espaço do “colectivo”.
Por outro lado, Piassa (2013) comenta que quando as decisões são feitas em conjunto com
a equipe, existe menos suspeita de decisões feitas de forma ilegal ou imoral em circunstâncias
obscuras.
Robbins, Judge e Sobral (2010) informam que foram realizados vários estudos sobre a
relação entre a participação e o desempenho, os resultados mostraram que as organizações que
instituem a gestão participativa de facto apresentam maior retorno em acções, menores índices de
rotactividade e maior produtividade estimada, embora os efeitos não sejam muito significativos.
Uma revisão cuidadosa das pesquisas no nível individual mostra que a participação exerce uma
influência sobre variáveis como produtividade, motivação e satisfação dos colaboradores.
Concernete a área da saúde, no seu artigo entitulado saúde em Debate realizado em Brasil,
Deus e Melo (2015) sobre o tema, avaliação de uma experiência de gestão hospitalar participativa
no âmbito do SUS (Sistema único de saúde), os trabalhadores inqueridos reconheceram que a
adopção da gestão participativa melhorou o relacionamento entre colegas, o entusiasmo e a
motivação. Os depoimentos dos trabalhadores apontaram qualidades na gestão participativa,
qualificando - a inclusive como direito de cidadania. Para eles, a participação propicia um
sentimento de pertencimento, aumenta o grau de adesão e execução das actividades planejadas e
qualifica o trabalho.
Ainda no que tange aos benefícios da gestao participativa, Furbino (2022) no seu artigo
entitulado Gestão Participativa: o que é, como aplicar e benefícios, publicado em 22 de Agosto de
2022, alista alguns benefícios da gestão participativa, que podemos conferir a baixo:
Diante de todas exposições colocadas acima, podemos compreender que realmente são
vários benefícios que uma organização pode ter ao adoptar o modelo participativo de gestão,
desde a motivação dos colaboradores, comprometimento, maior assertividade nas decisões
tomadas, maior envolvimento, maior dinamismo nos trabalhos em equipe, melhor gestão dos
recursos evitando desperdícios, e entre outros benefícios que vão influenciar positivamente no
desempenho da organização. Mas em tudo isso precisa – se lembrar os argumentos de Bonome
(2009), ao considerar que a gestão participativa pressupõe um amadurecimento cultural que não é
obtido sem dificuldade, deve ser continuamente acompanhado e actualizado para que os
funcionários não caiam na mesma acomodação que existe nas empresas rígidas. A participação
não é uma fórmula mágica, isso requer um trabalho paciente. Nenhuma das formas de
participação que foram aplicadas até agora resolveu completamente os problemas e é muito
possível que esses problemas, como tantos outros de relações humanas, nunca sejam resolvidos
de forma definitiva. Mais importante que buscar totais é reconhecer que se trata de um processo
prolongado de aprendizagem.
A Participação directa orienta a pessoa de forma individual e está voltada para aspectos
relacionados a estilo de liderança. Já a participação indirecta orienta as pessoas de forma
colectiva e está relacionada ao sistema de gerenciamento da empresa.
Importa referir que em termos práticos todos os métodos referênciados possuem um certo
grau de relevância, o que significa que nenhum método é exclusivamente melhor que os outros, a
sua aplicabilidade vai depender da realidade e especificidades de cada organização. Porém
independentimente do método escolhido implica necessariamente que o gestor tenha habilidades
de saber ouvir a sua equipa, pedir e considerar opiniões, manter respeito com seus colaboradores,
para que estes também possam respeitar o gestor, os membros de equipe e tenham consideração
pela organização.
Outro sim, para que o processo de gestão participativa seja um sucesso, de acordo com
Robbins (2003) e Dutra (2008) citados em Schreiber (2013), envolve alguns aspectos:
Assim, com base nos argumentos dos autores, podemos afirmar que o sucesso de uma
gestão participativa vai depender de cada uma dessas variáveis (estrutura, cultura e o clima
organizacional), isto por que, uma implementação bem-sucedida deste modelo numa organização
não se sustenta sem o apoio e o comprometimento de todos os envolvidos da organização.
lealdade da sua equipe ele obterá. O mais eficiente será a organização, mais sucesso o gestor
obterá.
O autor acrescenta que neste modelo de gestão, o gestor designado ainda tem a
responsabilidade final pela tomada de decisões e responder por estas, mas os membros da equipe
afetados pelas decisões estão aptos a prover o processo com observações, análises, sugestões e
recomendações na tomada de decisões executiva.
Por sua vez, Nascimento (2014) avança que o gestor precisa gerar entusiasmo, motivacao
e comprometimento nos seus colaboradores, para isso, precisa desenvolver alguns requisitos:
Realmente falando do papel do gestor não se pode esquecer que o modelo participativo
depende muito do gestor, ou seja, é o gestor que vai incentivar à participação de forma
convidativa, justa e segura, ao ponto de incentivar a pessoa mais tímida a participar.
De acordo com Nguenha (2009), nos últimos anos a África tem avançado de forma
objectiva na formalização e institucionalização da participação dos cidadãos na governação. A
Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), que representa o maior exemplo de
consenso dos países africanos sobre a boa governação, numa das suas acções focaliza a
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De referir que as ideias de participação na gestão nos sectores públicos abrangem vários
sectores desde o sector de educação, sector de saúde e entre outros. Falando do sector de saúde,
vimos vários esforços que visam incluir a população e o pessoal desta área na gestão dos serviços
de saúde, como forma de contribuir para o melhoramento dos cuidados prestados à população e o
desempenho das unidades sanitárias. Ao exemplo de criação de grupo de humanização, onde os
representantes da população e profissionais da saúde discutem soluções para melhoria do
atendimento dos seus utentes. Tendo em conta que a própria Constituição da República de
Moçambique (2004), prevê a participação na gestão pública, ao estabelecer no seu artigo116, que
o Estado Moçambicano promove a participação dos cidadãos e instituições para elevação do nível
da saúde da comunidade. (Governo de Mocambique, 2004)
Bem, em todos passos o trabalho dos profissionais de saúde é complexo e desgastante, por
conseguinte, pensar na participação dos profissionais na gestão neste ramo de actividades é o
mesmo que pensar no bem-estar do próprio profissional e dos pacientes que buscam pela
melhoria da sua condição de saúde. Nesta perspectiva de pensar e agir em conjunto conforme
descrevem os autores supracitados, ao exemplo do Hospital Geral de Nacala, várias foram as
acções implementadas para melhorar os processos do hospital. Desde as ditas reuniões de
ocorrência gerais ou sectoriais, reuniões de planificação, reuniões de discussão de óbitos,
avaliação de processos, balanços anuais, semestrais e trimestrais, discussão de relatórios mensais,
criação caixas de reclamações e do gabinete do utente para acomodar as preocupações dos
utentes incluindo funcionários, e entre outras estratégias implementadas para melhorar o
desempenho do Hospital e consequentemente melhorar a assistência prestada aos seus utentes.
Aliado a isso, Souza e Silva (2022) informam que a gestão participativa é vista como uma
maneira de agir em saúde, com o potencial de criar espaços compartilhados de poder e de
envolvimento dos trabalhadores para apreender, decidir e ter maior compromisso tanto com o
processo com os resultados. São possibilidades para construção colectiva do trabalho assim como
estratégias para lidar com a competitividade, complexidade e com o trabalho em equipe.
Prodanov e Freitas (2013) explica que nas pesaquisas quantitativas considera que tudo
pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las. Já na qualitativa, considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade
do sujeito que não pode ser traduzido em números
Assim, nesta pesquisa far-se-á descrição das características e relação das variáveis de cada
resposta obtido nos instrumentos de colecta de dados.
A população em estudo é composta por 336 funcionários que fazem parte do quadro de
pessoal do Hospital Geral de Nacala.
Em relação a nossa mostra, esta será composta por 34 funcionários, que corresponde a
10% da população, destes, 14 são de sexo masculino e 20 de sexo feminino. Amostra segundo
Prodanov e Freitas (2013), refere-se ao subconjunto do universo ou da população, por meio do
qual estabelecemos ou estimamos as características desse universo ou dessa população.
Para o alcance dos objectivos da pesquisa, será utilizada como instrumento de colecta de
dados o Questionário, contendo algumas perguntas abertas e outras fechadas. Este questionário
será preenchido por funcionários que farão parte da nossa amostra e que estão aptos a participar
na pesquisa, depois de uma clara e prévios esclarecimentos dos objectivos de pesquisa e dos
critérios de anonimato.
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Por sua vez, como o principal objectivo desta pesquisa é de gerar conhecimentos, e
tratando – se de uma pesquisa com seres humanos, o pesquisador vai – se posicionar de forma
neutro e mantendo – se distante sem interferir nas respostas do grupo pesquisado. Também, antes
de inicio do processo de colecta de dados, os participantes serão esclarecidos sobre os objectivos
da pesquisa, liberdade de participar ou desistir se achar necessário, sem prejudicar os destinos da
pesquisa e nem o ambiente de trabalho dos participantes. Não só, será devidamente observado o
respeito aos valores culturais dos participantes, sigilo da informação fornecida, o s direitos
autorais sendo fiel às fontes bibliográficas utilizadas.
3.8 Cronograma
Formulação de Hipóteses X X
Determinação de objectivos X X
Revisão de Literatura X X
Definição de metodologias X X
Revisão de Projecto X
Colecta de dados X
Tabulação e apresentação de
X X
dados
Análise e interpretação de
X
dados
Conclusão e considerações
X
finais
Revisão do trabalho X
Fonte: Autor
3.9 Orçamentação
Itens Quantidade Preço unitário Preço total
Crédito (Mega bytes) 30G 1000.00 1000.00
Esferográfica 1 10.00 10.00
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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e Gestão de Projectos. Brasil: Somas.
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5. APÊNDICE
5.1 Questionário
Obs: este questionário serve de instrumento para o trabalho final do curso, e os resultados
obtidos serão exclusivamente usados para objectivos científicos. E de modo algum serão
divulgados os nomes dos participantes na pesquisa. Cada participante tem o direito de
participar e desistir se assim o quiser, e isso não trará prejuízos para o seu trabalho e nem
mesmo a pesquisa.
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Por favor responda com clareza as questões abaixo apresentadas, marcando com “X” para
questões múltiplas escolhas e dando detalhes para as questões abertas.
3. Nos encontros ou reuniões havia abertura ou liberdade para cada qual partilhar suas
experiências, expor opiniões ou sugestões sobre como as actividades deviam ser conduzidas?
Muitas vezes ( ) Poucas Vez ( ) Nenhuma vez ( )