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SEMANA 01/12

CADERNO DE REVISÃO
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QUESTÕES
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SEMANA 01
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QUESTÕES

1. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Segundo Aníbal Bruno “o conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra
o crime, através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal”. Com isso, julgue o item abaixo:

Na função de controle social, o direito penal se revela como uma garantia aos cidadãos de que só haverá
punição caso sejam praticados os fatos expressamente previstos em lei como infração penal. Franz von Liszt
dizia: “o código penal é a magna carta do delinquente”.

2. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

A fonte material do Direito Penal é a União e, excepcionalmente, os Estados-membros.

3. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:


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O Direito Penal objetivo é o conjunto de leis penais em vigor. Por outro lado, o Direito Penal subjetivo
representa o direito de punir do Estado, que nasce no momento em que a lei incriminadora é violada.

4. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Direito Penal incriminador tem como fontes formais imediatas a lei, a doutrina e a jurisprudência.

5. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Segundo Claus Roxin, o Direito Penal tem como função a proteção de bens jurídicos imprescindíveis ao
convívio harmônico da sociedade.

6. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA
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Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Prevalece que a utilização de Tipos Penais Abertos viola o Princípio da Legalidade, na sua vertente do
Princípio da taxatividade.

7. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Princípio da Humanidade postula a racionalidade e a proporcionalidade das penas, e está vinculado a um


processo histórico que originou os Princípios da Legalidade, da Intervenção Mínima e até mesmo o da
Lesividade, sob o prisma da “danosidade social” do delito.

8. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:
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O Princípio da Individualização das Penas não deixa de ser um desdobramento do Princípio da Isonomia, na
sua face material.

9. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Um dos desdobramentos de aplicação do Princípio da Vedação ao Bis in Idem é a impossibilidade de uma


pessoa estar submetida a mais de uma execução relacionada à condenação penal pelo mesmo fato.

10. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Princípio da Proporcionalidade Penal é, hoje, visto num duplo enfoque, um positivo e outro negativo.

11. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

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Um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é prevenir e reprimir a prática de


discriminação, em todas suas formas (artigo 3º, inciso IV, da CF). Por isso mesmo, o legislador estabeleceu
normas de natureza penal com essa finalidade. Sobre o tema, julgue o item abaixo:
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Constitui efeito automático da condenação por crimes de Racismo a perda do cargo ou da função pública.

12. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção
da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas
exigências.

13. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos


45119 de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Nos casos em que o crime de preconceito for cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza, após instaurado o inquérito policial, o juiz poderá determinar, ouvido o
Ministério Público ou a pedido deste, o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo.

14. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Constitui crime de preconceito impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
elevadores ou escada de acesso aos mesmos por motivo de discriminação de raça ou de cor.

15. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

João, 60 anos, candidatou-se a um cargo de diretor em uma empresa privada. No entanto, seu currículo
sequer fora analisado em razão da sua idade avançada. Nesse caso, João foi vítima do crime de racismo,
previsto na Lei 7716/89, em virtude da discriminação com sua idade.
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16. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange aos Princípios Constitucionais Processuais Penais, julgue o item abaixo:

O Princípio da Identidade Física do Juiz é uma garantia que impõe a obrigatoriedade de o mesmo magistrado
que tenha presidio a instrução processual seja o signatário da sentença, o que não comporta exceções no
âmbito penal diferentemente do processo civil.

17. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Uma das clássicas características atribuídas ao Direito Processual Penal é a instrumentalidade, ou seja, o
processo é tido como um meio de atuação e aplicação do direito material penal. Sobre o tema e considerando
a doutrina moderna, julgue o item abaixo:

O processo penal deve ser lido à luz da Constituição Federal e da Convenção Americana de Direitos Humanos
e não ao contrário.
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18. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Segundo Frederico Marques, o Direito Processual Penal é o conjunto de normas e princípios que regulam a
aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária e a
estruturação dos órgãos da função jurisdicional e seus respectivos auxiliares. Sobre a aplicação da Lei
Processual Penal, julgue o item abaixo:

No caso de Recursos, é aplicada a Lei Processual Penal vigente ao tempo da decisão proferida que será objeto
de impugnação, mesmo com prazo já iniciado, desde que não estabeleça prazo menor do que a nova lei.

19. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos princípios gerais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas
de processo penal, julgue o item abaixo:

A Constituição Federal e os princípios gerais do direito são considerados fontes formais mediatas do direito
processual penal.

20. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

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De acordo com o Juiz das Garantias, incluído pelo Pacote Anticrime, julgue o item abaixo:

Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por 15 dias, após o que, se
ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.

21. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

A interceptação telefônica será admitida mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis.

22. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo representante do Ministério Público, de ofício,
mediante idônea fundamentação durante a instrução 45119
criminal.

23. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

O juiz deverá decidir, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o pedido de interceptação.

24. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

Somente será admitido o pedido de interceptação telefônica feito por escrito.

25. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei de Interceptação Telefônica (Lei n. 9.296/96), julgue o item abaixo:

Será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir


45119 infração
penal punida com pena de detenção.

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26. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito dos procedimentos processuais penais, julgue o item abaixo:

As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata.

27. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, na interpretação do princípio da dignidade da pessoa


humana, julgue o item abaixo:

A cláusula da reserva do possível pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de inviabilizar
a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição, encontrando superável
limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, ainda que represente, no contexto de nosso
ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pesso a humana.

28. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


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Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

A autorização estatutária genérica conferida à associação é suficiente para legitimar a sua atuação em
juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo dispensável a manifestação individual do associado
ou deliberação em assembleia geral da entidade.

29. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes.

30. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações


telefônicas, salvo, em qualquer caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
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31. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O regime jurídico-administrativo gera apenas prerrogativas para a Administração Pública.

32. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O regime jurídico-administrativo é formado por princípios magnos, dos quais se originam os demais. São eles:
supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público.
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33. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:


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O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado traz como efeito uma relação de
verticalidade, uma preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou
gerais, daqueles interesses defendidos por particulares.

34. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O gestor público não pode livremente transigir sobre os interesses da Administração Pública.

35. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

Eventuais colisões entre o interesse público secundário e o interesse do particular, serão solucionadas
concretamente, mediante ponderação dos princípios e elementos normativos e fáticos do caso concreto.

36. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:


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A doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria da representação para justificar a natureza jurídica
da relação entre o Estado e seus agentes.

37. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais e dotados
de personalidade jurídica.

38. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

Os órgãos públicos são resultado da desconcentração administrativa.

39. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

Conforme a teoria do mandato, o Estado outorga a seus agentes um mandato para agir em seu nome. Porém,
tal teoria recebe crítica doutrinaria por não explicar como o Estado transferiu poderes aos seus agentes.

40. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que concerne à organização da administração pública, julgue o item abaixo:

Existem diversas teorias que tratam da natureza jurídica da relação entre o Estado e seus agentes, sendo que
a doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria da representação.

41. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei 11.340/06 e o entendimento dos Tribunais Superiores, julgue o item:

A prática de violência doméstica e familiar contra a mulher caracteriza dano moral. 45119

42. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


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Acerca da Lei 11.340/06 e o entendimento dos Tribunais Superiores, julgue o item:

Excepcionalmente, é possível a aplicação do princípio da bagatela imprópria em casos de violência doméstica


e familiar contra a mulher.

43. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange
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à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Segundo entendimento do STJ acerca da proteção da Lei Maria da Penha, no caso do crime de ameaça feito
por meio de redes sociais na Internet, o juízo competente para o pedido de medidas protetivas será aquele
onde a vítima tiver tomado conhecimento das intimidações.

44. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:


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O juiz deve assegurar a manutenção do vínculo trabalhista, por até seis meses, à mulher que, por estar em
situação de violência doméstica, necessite se afastar de seu local de trabalho.

45. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro do boletim de ocorrência, a
autoridade policial deverá encaminhar, imediatamente, a ofendida ao competente órgão de assistência
judiciária.

46. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Se constatado que determinada servidora pública está em situação de violência doméstica e familiar, ela terá
direito de acesso prioritário à remoção do órgão em que trabalha para preservação da sua integridade física.

47. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

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SEMANA 01/12

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência e
encaminhado ao juiz, deverá este, ao analisar o registro, verificar se o agressor possui registro de porte ou
posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a
ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte.

48. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

As medidas protetivas de urgência deverão ser concedidas após manifestação do Ministério Público, no prazo
máximo de 48 (quarenta e oito) horas.

49. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:


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A patroa que agride a empregada doméstica que reside no local do emprego está sujeita às regras repressivas
contidas na Lei 11.340/06.

50. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


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Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

O descumprimento de decisão que defere medidas protetivas de urgência configura crime punível com pena
de até 2 (dois) anos de detenção, razão pela qual, na hipótese de prisão em flagrante, a autoridade policial
poderá conceder fiança.

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COMENTÁRIOS

1. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

45119
Segundo Aníbal Bruno “o conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra
o crime, através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal”. Com isso, julgue o item abaixo:

Na função de controle social, o direito penal se revela como uma garantia aos cidadãos de que só haverá
punição caso sejam praticados os fatos expressamente previstos em lei como infração penal. Franz von Liszt
dizia: “o código penal é a magna carta do delinquente”.

COMENTÁRIO
A assertiva traz, na verdade, o conceito da função de garantia do Direito Penal.

Por mais paradoxal que possa parecer, o Direito Penal tem a função de garantia. De fato, funciona como
um escudo aos cidadãos, uma vez que só pode haver punição caso sejam praticados os fatos
expressamente previstos em lei como infração penal.
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No finalismo, o tipo penal desempenha algumas funções. Veja:

Função de garantia - É materializada pelo princípio da legalidade (ou taxatividade). Pois esse princípio,
além de trazer a vertente de instituir o Poder Punitivo criminalizando condutas, também é visto como a
garantia do indivíduo contra possíveis arbitrariedades do Estado entrando na esfera
privada/liberdade/patrimônio sem que tenha um tipo penal prevendo aquela conduta como crime.

Função fundamentadora – Está ligada à ideia de 1ª geração dos direitos fundamentais. Nessa função, o
princípio da legalidade não será considerado como uma garantia do indivíduo, mas sim como um
fundamento a legitimar a atuação estatal. Assim, o Estado, através do tipo penal, vai encontrar o
fundamento para cercear a liberdade do indivíduo. (Fundamento do direito de punir)

Função selecionadora de condutas - Ligada ao princípio da intervenção mínima: através do direito penal
o legislador seleciona as condutas que têm maior lesividade, maior relevância para a proteção dos bens
jurídicos. Logo, o tipo penal é a materialização das escolhas que o legislador fez ao selecionar as condutas.

Função indiciária - Está ligada às teorias que buscam relacionar o fato típico com a ilicitude.

GABARITO: Errado

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2. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

A fonte material do Direito Penal é a União e, excepcionalmente, os Estados-membros.

COMENTÁRIO
Fonte material ou de produção são os órgãos constitucionalmente encarregados de elaborar o Direito
Penal. De acordo com o art. 22, I, da CF/88, essa tarefa é conferida precipuamente à União. Entretanto,
com esteio no art. 22, § único, lei complementar pode autorizar os Estados-membros a legislar sobre
questões específicas.

Fonte: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 23. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2021.

GABARITO: Certo

3. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA
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Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

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O Direito Penal objetivo é o conjunto de leis penais em vigor. Por outro lado, o Direito Penal subjetivo
representa o direito de punir do Estado, que nasce no momento em que a lei incriminadora é violada.

COMENTÁRIO
O Direito Penal objetivo constitui-se das normas penais incriminadoras e não incriminadoras.
Já o Direito Penal subjetivo é o direito de punir do Estado (jus puniendi).
Fontes: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 23. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2021.

GABARITO: Certo

4. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Direito Penal incriminador tem como fontes formais imediatas a lei, a doutrina e a jurisprudência.

COMENTÁRIO

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SEMANA 01/12

O Direito Penal incriminador tem como fonte formal única, exclusiva e imediata a lei, já que para criar ou
ampliar o ius puniendi a única fonte de exteriorização é a lei formal (lei ordinária ou complementar),
escrita, cujo conteúdo é discutido, votado e aprovado pelo Parlamento.
Por força do nullum crimen, nulla poena sine lege nenhuma outra fonte pode criar crimes ou penas ou
medidas de segurança ou agravar as penas (ou seja: nenhuma outra fonte pode criar ou ampliar o ius
puniendi).
A doutrina e a jurisprudência configuram fontes formais mediatas.
Fontes: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 23. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2021.

GABARITO: Errado

5. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca dos aspectos introdutórios do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Segundo Claus Roxin, o Direito Penal tem como função a proteção de bens jurídicos imprescindíveis ao
convívio harmônico da sociedade.
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COMENTÁRIO
Para Roxin, a missão central do Direito Penal é a proteção de bens jurídicos. Apenas os interesses mais
relevantes são erigidos à categoria de bens jurídicos penais, em face do caráter fragmentário e subsidiário
do Direito Penal. Dessa forma, o Direito Penal deve atender aos reclamos da sociedade, levando, por
consequência, a uma finalidade prática (e por isso é teleológico) de proteção dos bens jurídicos mais
relevantes ao convívio social.
Fontes: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 23. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2021.

GABARITO: Certo
45119

6. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Prevalece que a utilização de Tipos Penais Abertos viola o Princípio da Legalidade, na sua vertente do
Princípio da taxatividade.

COMENTÁRIO

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SEMANA 01/12
45119

O Princípio da Taxatividade ou da Máxima Determinação exige que os tipos penais devem ser certos, claros
e determinados de modo a permitir à população o pleno entendimento sobre o que é crime e o que não
é. Isso impede o legislador de criar crimes vagos, ambíguos, indeterminados ou imprecisos, os quais não
protegem o cidadão de arbitrariedade, e habilitam o juiz a realizar a interpretação a ponto de violar a
Separação dos Poderes.

Mas é preciso não confundir essas hipóteses com os chamados Tipos Abertos, que na verdade são frutos
de uma técnica legislativa excepcional e que podem e devem ser valorados pelo magistrado para fins de
tipificação formal e material, já que não é possível o legislador prever todas as formas delitivas.

São exemplos de Tipos Abertos:


• Elementos Descritivos do Tipo - ex.: coisa alheia móvel;
• Elementos Normativos do Tipo: exigem um juízo de valor empírico ou jurídico (ex.: avaliar se o ato é
obsceno ou se a mulher é honesta); e
• Crime Culposo: o juiz deve avaliar se a conduta se amolda aos conceitos de imprudência, negligência ou
imperícia.

Também representam exceção ao Princípio da Taxatividade


45119 as chamadas Normas Penais em Branco, que
exigem uma complementação normativa para a perfeita adequação da conduta ao tipo penal.

GABARITO: Errado

7. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Princípio da Humanidade postula a racionalidade e a proporcionalidade das penas, e está vinculado a um


processo histórico que originou os Princípios da Legalidade, da Intervenção Mínima e até mesmo o da
Lesividade, sob o prisma da “danosidade social” do delito.

COMENTÁRIO
O Princípio da Humanização das Penas veda a utilização de penas cruéis e respostas penais atentatórias à
ideia de Dignidade da Pessoa Humana e contra o intuito ressocializador do Direito Penal.

Tem previsão expressa nos artigos 1º, inciso III, e 5º, inciso XLVII, ambos da Constituição Federal, como
também, na Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão e na Convenção Americana de Direitos
Humanos.

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SEMANA 01/12

DDHC:
Artigo 5. Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

CADH:
Artigo 5º. - Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa tem direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com respeito devido à dignidade inerente
ao ser humano.

Para Nilo Batista, o Princípio da Humanidade postula a racionalidade e a proporcionalidade das penas, e
está vinculado a um processo histórico que originou os Princípios da Legalidade, da Intervenção Mínima e
até mesmo o da Lesividade, sob o prisma da “danosidade social” do delito.

GABARITO: Certo

8. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

O Princípio da Individualização das Penas não deixa de ser um desdobramento do Princípio da Isonomia, na
sua face material.

COMENTÁRIO
O Princípio da Individualização da Pena, estatuído no artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal, é
observado em três momentos, na medida da proporcionalidade:

1º na definição abstrata do crime e da pena pelo legislador (criação da norma);


2º na imposição da sanção pelo magistrado (dosimetria penal); e
2º na fase de execução penal, com a classificação do condenado (artigo 5º da LEP).

Constituição Federal:
Art. 5. [...]
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação
45119 ou
restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou
interdição de direitos;

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SEMANA 01/12

LEP: Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal.

Superior Tribunal de Justiça: “A individualização da pena, princípio haurido diretamente da Constituição


Federal, constitui uma das mais importantes balizas do Direito Sancionador e está prevista, também, no
art. 59 do Código Penal, o qual fixa os critérios norteadores da quantidade e da qualidade da sanção estatal
a ser aplicada em cada caso concreto.” (HC 275.663/SP, DJe 02/03/2015);

“A quantificação dada pelo Juízo sentenciante decorre da estrita observância do princípio da


individualização da pena (art. 5º, XLVI, da CF) e da regra legal contida nos arts. 59 e 68 do Código Penal.”
(HC 220.382/MS, DJe 03/03/2015).

Quanto à aplicação da sanção, a pena deverá ser sempre individualizada para cada infrator. O juiz deve
analisar todas as circunstâncias na quais o crime foi perpetrado, bem como o grau de culpabilidade de
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cada agente, pois nenhuma conduta e/ou criminoso é igual ao outro. O Princípio, portanto, é um puro
desdobramento da Isonomia Material.
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GABARITO: Certo

9. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo:

Um dos desdobramentos de aplicação do Princípio da Vedação ao Bis in Idem é a impossibilidade de uma


pessoa estar submetida a mais de uma execução relacionada à condenação penal pelo mesmo fato.

COMENTÁRIO
Implícito na Constituição Federal, e explícito no Estatuto de Roma, o Princípio “no bis in idem” determina
que ninguém deve ser:

1º submetido a duplo julgamento pelo mesmo fato (aspecto processual);


2º condenado pela segunda vez em razão do mesmo fato (aspecto material); e
3º executado duas vezes por condenações relacionadas ao mesmo fato (aspecto execucional).

Estatuto de Roma:
Artigo 20 (Ne bis in idem):

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SEMANA 01/12

1. Salvo disposição contrária do presente Estatuto, nenhuma pessoa poderá ser julgada pelo Tribunal por
atos constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha condenado ou absolvido.
2. Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro tribunal por um crime mencionado no artigo 5°,
relativamente ao qual já tenha sido condenada ou absolvida pelo Tribunal.
3. O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já tenha sido julgada por outro tribunal, por atos também
punidos pelos artigos 6o, 7o ou 8o, a menos que o processo nesse outro tribunal: a) Tenha tido por objetivo
subtrair o acusado à sua responsabilidade criminal por crimes da competência do Tribunal; ou b) Não tenha
sido conduzido de forma independente ou imparcial, em conformidade com as garantias de um processo
equitativo reconhecidas pelo direito internacional, ou tenha sido conduzido de uma maneira que, no caso
concreto, se revele incompatível com a intenção de submeter a pessoa à ação da justiça.

GABARITO: Certo

10. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Ainda no que tange aos Princípios basilares do Direito Penal, julgue o item abaixo: 45119

O Princípio da Proporcionalidade Penal é, hoje, visto num


45119 duplo enfoque, um positivo e outro negativo.

COMENTÁRIO
O Princípio da Proporcionalidade prega que os tipos penais devem ser adequados e necessários e devem
se abster de utilizar meios ou recursos desproporcionais para os fins perseguidos, com o mínimo de
restrição de direitos fundamentais. Em suma, proporcional é tudo que não é abusivo, arbitrário ou
policialesco.

Atualmente, o Princípio da Proporcionalidade é trabalhado com uma dupla face:

• Proteção Positiva, vinculada ao Garantismo Negativo (Proibição do Excesso): significa diminuir ao


máximo o poder punitivo estatal e aumentar ao máximo as liberdades e garantias do cidadão, ou seja, o
poder punitivo deve ser mínimo e a garantia deve ser máxima; e
• Proteção Negativa contra Omissões Estatais, vinculada ao Garantismo Positivo (Proibição de Proteção
Deficiente): a liberdade individual dos cidadãos deve estar sujeita a condições mínimas e razoáveis a serem
impostas pelo Estado, de modo a não colidir com o interesse público de repressão e prevenção a condutas
que lesionem ou coloquem em risco de lesão os bens jurídicos fundamentais tutelados pelo Direito Penal.

GABARITO: Certo

11. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


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DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é prevenir e reprimir a prática de


discriminação, em todas suas formas (artigo 3º, inciso IV, da CF). Por isso mesmo, o legislador estabeleceu
normas de natureza penal com essa finalidade. Sobre o tema, julgue o item abaixo:

Constitui efeito automático da condenação por crimes de Racismo a perda do cargo ou da função pública.
45119

COMENTÁRIO
A perda do cargo ou da função pública NÃO é um efeito automático da condenação por crime de racismo,
devendo, portanto, haver manifestação do juízo competente:

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a
suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.

GABARITO: Errado 45119

12. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção
da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas
exigências.

COMENTÁRIO
Art. 4º §2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades
de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de
trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não
justifiquem essas exigências.

GABARITO: Certo

13. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Nos casos em que o crime de preconceito for cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza, após instaurado o inquérito policial, o juiz poderá determinar, ouvido o
Ministério Público ou a pedido deste, o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo.

COMENTÁRIO
O procedimento está previsto na lei, contudo, prescinde a prévia instauração de inquérito policial.

Art. 20 § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (...).

GABARITO: Errado

14. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


45119
45119

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

Constitui crime de preconceito impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
elevadores ou escada de acesso aos mesmos por motivo de discriminação de raça ou de cor.

COMENTÁRIO
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada
de acesso aos mesmos: Pena: reclusão de um a três anos.

GABARITO: Certo

15. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito da Lei 7.716/89, “Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, julgue o item abaixo:

João, 60 anos, candidatou-se a um cargo de diretor em uma empresa privada. No entanto, seu currículo
sequer fora analisado em razão da sua idade avançada. Nesse caso, João foi vítima do crime de racismo,
previsto na Lei 7716/89, em virtude da discriminação com sua idade.

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DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

COMENTÁRIO
A conduta é tipificada no Estatuto do Idoso, e não na Lei de Racismo, em razão do princípio da
especialidade.

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
II – negar a alguém, por motivo45119
de idade, emprego ou trabalho;

1) Princípio da especialidade - é especial em relação ao art. 4º da lei 7.716/89, que possui a seguinte
redação: "Negar ou obstar emprego em empresa privada."

2) Elemento subjetivo especial - o tipo penal possui um especial fim de agir, consistente no impedimento
de ocupação de cargo em razão da condição de idoso - ausente o especial fim de agir, a conduta será
atípica.

GABARITO: Errado

16. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

No que tange aos Princípios Constitucionais Processuais Penais, julgue o item abaixo:

O Princípio da Identidade Física do Juiz é uma garantia que impõe a obrigatoriedade de o mesmo magistrado
que tenha presidio a instrução processual seja o signatário da sentença, o que não comporta exceções no
âmbito penal diferentemente do processo civil.

COMENTÁRIO
Princípio da Identidade Física do Juiz: é uma garantia decorrente do Princípio Constitucional do Juiz Natural
que impõe a obrigatoriedade de o mesmo magistrado que tenha presidio a instrução processual seja o
signatário da sentença, nos termos do artigo 399, §2º, do CPP:

Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.
[..]
§2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.

Subprincípios da Identidade Física do Juiz:

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DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

1) Princípio da Oralidade: exige a predominância da palavra falada (depoimentos, debates, alegações); os


depoimentos são orais, não podendo haver a substituição por outros meios, como as declarações
particulares;
2) Princípio da Concentração: impõe a concentração de toda a produção da prova em audiência; e
3) Princípio da Imediatidade: é uma consequência da proximidade do juiz com a prova por ele colhida,
quando procede ao interrogatório do acusado, à tomada de declarações da vítima ou à inquirição de
testemunha; em razão da proximidade que haverá entre eles, o juiz reunirá condições de compreender
melhor a cena em que os fatos se deram, o ambiente em que o delito ocorreu, bem como aferir o nível de
cultura ou simplicidade dos envolvidos, o grau de confiabilidade e segurança das informações colhidas e
etc.

A regra não é absoluta, e a jurisprudência vem flexibilizando nos casos de remoção, licença, férias,
interrogatório mediante precatória e etc., dependendo de cada caso concreto.
Supremo Tribunal Federal: “Este Sodalício possui jurisprudência sedimentada no sentido de que o
princípio da identidade física do juiz não pode ser interpretado de maneira absoluta e admite exceções
que devem ser verificadas caso a caso. O princípio da identidade física do juiz não pode ser interpretado
de maneira absoluta e admite exceções que devem ser verificadas caso a caso, à vista, por exemplo, de
promoção, remoção, convocação ou outras hipóteses
45119 de afastamento justificado do magistrado que

presidiu a instrução criminal.” (AgRg no AREsp 1294801/SP, DJe 01/02/2019);


“É possível a realização de interrogatório por meio de carta precatória, na presença de defensor dativo,
sendo certo que o princípio da identidade física do juiz não tem caráter absoluto e comporta
relativização.” (RHC 129871 AgR, julgado em 24/05/2016);
45119
“O princípio da identidade física do juiz não é absoluto, devendo ser mitigado sempre que a sentença
proferida por juiz que não presidiu a instrução criminal seja congruente com as provas produzidas sob o
crivo do juiz substituído. O artigo 132 do Código de Processo Civil, aplicado analogicamente ao Processo
Penal, conforme autorização prevista no art. 3º, do CPP, veicula exceção à regra prevista no artigo 399 do
mencionado Estatuto Processual Penal, com a redação dada pela Lei 11.719/08, consistente na
possibilidade de o feito ser sentenciado por juiz substituto nas hipóteses de convocação, licenciamento,
afastamento, promoção ou aposentadoria do magistrado que presidiu a instrução criminal. O afastamento
do juiz titular por motivo de férias autoriza a prolação da sentença por seu substituto, nos termos do artigo
132 do CPC.” (RHC 123572, julgado em 07/10/2014);

Código de Processo Civil (Antigo): Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a
lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado,
casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá
mandar repetir as provas já produzidas.

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DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Obs: Para Aury Lopes Jr., o Princípio da Identidade Física do Juiz exige, consequentemente, a observância
dos Subprincípios da Oralidade, da Concentração dos Atos e da Imediatidade; há um “Encadeamento
Sistêmico”, que começa com a necessidade de uma atuação direta e efetiva do juiz em relação à prova
oralmente produzida, sem que possa ser mediatizada através de interposta pessoa.
Obs2: Há precedente do STF que afasta a aplicação do Princípio da Identidade Física do Juiz em
procedimentos do ECA, já que possui rito próprio e a audiência é fracionada.
Obs3: O Novo CPC não prevê mais o Princípio da Identidade Física do Juiz.

GABARITO: Errado

17. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Uma das clássicas características atribuídas ao Direito Processual Penal é a instrumentalidade, ou seja, o
processo é tido como um meio de atuação e aplicação do direito material penal. Sobre o tema e considerando
a doutrina moderna, julgue o item abaixo:

O processo penal deve ser lido à luz da Constituição Federal


45119 e da Convenção Americana de Direitos Humanos
e não ao contrário.

COMENTÁRIO
Segundo Aury Lopes Jr. “O processo penal deve ser lido à luz da Constituição federal e da Convenção
Americana de Direitos Humanos e não ao contrário”.
A Constituição Federal escolheu a estrutura democrática sobre a qual há que existir e se desenvolver um
processo penal que atenda ao devido processo legal substancial, sendo certo que o atendimento também
deve respeitar a CADH, por seu caráter supralegal de proteção aos direitos humanos.
O referido autor faz críticas sobre uma inegável crise da Teoria das Fontes, em que uma Lei Ordinária acaba
valendo mais que a própria Constituição. Ora, o CPP que deveria passar por uma filtragem constitucional.

GABARITO: Certo 45119

18. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Segundo Frederico Marques, o Direito Processual Penal é o conjunto de normas e princípios que regulam a
aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária e a
estruturação dos órgãos da função jurisdicional e seus respectivos auxiliares. Sobre a aplicação da Lei
Processual Penal, julgue o item abaixo:

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

No caso de Recursos, é aplicada a Lei Processual Penal vigente ao tempo da decisão proferida que será objeto
de impugnação, mesmo com prazo já iniciado, desde que não estabeleça prazo menor do que a nova lei.

COMENTÁRIO
Em matéria recursal, é aplicada a lei vigente ao tempo da decisão proferida que será objeto de
impugnação. Contudo, se já iniciado o prazo recursal, deve ser aplicada a Lei Processual Penal anterior, se
esta não estabelecia prazo menor. Ou seja, se a Lei Nova conferir prazo maior, será ela aplicada de
imediato.

Essa é a previsão da Lei de Introdução ao Código de Processo Penal:


45119

Art. 3º O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei
anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal.

GABARITO: Certo

19. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


45119

Acerca dos princípios gerais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas
de processo penal, julgue o item abaixo:

A Constituição Federal e os princípios gerais do direito são considerados fontes formais mediatas do direito
processual penal.

COMENTÁRIO
Fontes formais

Imediatas: Constituição federal; Leis; Tratados; Convenções internacionais.

Mediatas: Princípios gerais do direito; Costumes; Analogia.

Fonte formal ou de cognição: Refere-se ao meio pelo qual uma norma jurídica é revelada no ordenamento
jurídico. Essa fonte é subdividida em fontes primárias ou imediatas ou diretas e em fontes secundárias ou
mediatas ou indiretas ou supletivas.

Fontes primárias ou imediatas ou diretas: São aquelas aplicadas imediatamente. Consideram-se fontes
primárias do Processo Penal: a lei (art. 22, I da CRFB/88), entendida em sentido amplo, para incluir a

24
RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

própria CRFB/88; os tratados, convenções e regras de Direito Internacional (nos termos do art. 1º, I do CPP
e do art. 5º, §3º da CRFB/88, com a redação dada pela EC nº 45/04).

Fontes secundárias ou mediatas ou indiretas ou supletivas: São aquelas aplicadas na ausência das fontes
primárias, nos termos do art. 4º da LINDB. Consideram-se fontes secundárias do Processo Penal: costumes,
princípios gerais do direito e analogia.

Há séria polêmica em definir se a doutrina e a jurisprudência são fontes do Direito. Vem prevalecendo o
entendimento de que, na verdade, elas são formas de interpretação do Direito, pois não possuem efeitos
obrigatórios. Entretanto, quanto à jurisprudência, há de se ressaltar que as súmulas vinculantes do STF e
as decisões proferidas em controle concentrado de constitucionalidade tem força obrigatória,
constituindo-se assim em verdadeiras fontes do Direito.

GABARITO: Errado

20. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

De acordo com o Juiz das Garantias, incluído pelo Pacote


45119 Anticrime, julgue o item abaixo:

Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por 15 dias, após o que, se
ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.

COMENTÁRIO
Ainda que sutil, em provas objetivas é justamente o detalhe que é cobrado.

Art. 3-B, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
45119
relaxada.

GABARITO: Errado

21. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

A interceptação telefônica será admitida mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis.
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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

COMENTÁRIO
Trata-se de medida de ultima ratio, pois, se houver outros meios de prova disponíveis, a interceptação
telefônica não será cabível.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses: II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

GABARITO: Errado

22. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:


45119

A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo representante do Ministério Público, de ofício,
mediante idônea fundamentação durante a instrução criminal.

COMENTÁRIO 45119

A interceptação telefônica só poderá ser determinada de ofício pelo Poder Judiciário OU por requerimento
da autoridade policial ou do MP.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

GABARITO: Errado

23. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

O juiz deverá decidir, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o pedido de interceptação.

COMENTÁRIO
O juiz tem o prazo máximo de 24h para decidir sobre o pedido de interceptação.

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Art. 4° (...) § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

GABARITO: Certo

24. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei de Interceptação Telefônica, julgue o item abaixo:

Somente será admitido o pedido de interceptação telefônica feito por escrito.

COMENTÁRIO
Admite-se excepcionalmente o pedido verbal.

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua


realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que
estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo. 45119

GABARITO: Errado

25. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


45119

A respeito da Lei de Interceptação Telefônica (Lei n. 9.296/96), julgue o item abaixo:

Será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração
penal punida com pena de detenção.

COMENTÁRIO
NÃO SERÁ admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir
infração penal punida com pena de detenção.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

GABARITO: Errado

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12 45119

26. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

A respeito dos procedimentos processuais penais, julgue o item abaixo:

As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata.

COMENTÁRIO
Conforme a literalidade do art. 5, CF/88, § 1º: “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata”.

GABARITO: Certo

27. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, na interpretação do princípio da dignidade da pessoa


humana, julgue o item abaixo:
45119

A cláusula da reserva do possível pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de inviabilizar
a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição, encontrando superável
limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, ainda que represente, no contexto de nosso
ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pesso a humana.

COMENTÁRIO
O erro da assertiva encontra-se na impossibilidade da reserva do possível ser um óbice a implementação
de políticas públicas definidas pela própria Constituição. Realmente as limitações orçamentárias são um
entrave para a efetivação dos direitos sociais. No entanto, é preciso ter em mente que o princípio da
reserva do possível não pode ser utilizado de forma indiscriminada, devendo respeitar ao menos a noção
do mínimo existencial.

Nesse sentido:
Constatando-se inúmeras irregularidades em cadeia pública — superlotação, celas sem condições
mínimas de salubridade para a permanência de presos, notadamente em razão de defeitos estruturais,
de ausência de ventilação, de iluminação e de instalações sanitárias adequadas, desrespeito à
integridade física e moral dos detentos, havendo, inclusive, relato de que as visitas íntimas seriam
realizadas dentro das próprias celas e em grupos, e que existiriam detentas acomodadas
improvisadamente —, a alegação de ausência de previsão orçamentária não impede que seja julgada

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

procedente ação civil pública que, entre outras medidas, objetive obrigar o Estado a adotar providências
administrativas e respectiva previsão orçamentária para reformar a referida cadeia pública ou construir
nova unidade, mormente quando não houver comprovação objetiva da incapacidade econômico-
financeira da pessoa estatal.
STJ. 2ª Turma. REsp 1389952-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/6/2014 (Info 543).
Veja também: STF. Plenário. RE 592581/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/8/2015
(repercussão geral) (Info 794).

GABARITO: Errado

28. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

A autorização estatutária genérica conferida à associação é suficiente para legitimar a sua atuação em
juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo dispensável a manifestação individual do associado
ou deliberação em assembleia geral da entidade.
45119

COMENTÁRIO
Assertiva em desconformidade com a jurisprudência do STF:

A autorização estatutária genérica conferida a associação não é suficiente 45119


para legitimar a sua atuação
em juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo indispensável que a declaração expressa exigida
no inciso XXI do art. 5º da CF ('as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente') seja manifestada por ato
individual do associado ou por assembleia geral da entidade. (STF, Info 746/2014. RE 573.232).

GABARITO: Errado

29. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes.

COMENTÁRIO

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Súmula 629, STF: "A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes".

GABARITO: Certo

30. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA


45119

Considerando o art. 5, CF, julgue o item abaixo:

É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações


telefônicas, salvo, em qualquer caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

COMENTÁRIO
Art. 5º, XII, CF/88: "É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal."
45119

GABARITO: Errado

31. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O regime jurídico-administrativo gera apenas prerrogativas para a Administração Pública.

COMENTÁRIO
A atuação da Administração Pública, em sua atividade administrativa, sofre a influência de um regime
próprio, denominado regime jurídico-administrativo. O referido regime gera um conjunto de prerrogativas
e de restrições, não identificadas comumente nas relações entre particulares, que podem potencializar ou
mesmo restringir as atividades da Administração.

GABARITO: Errado

32. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

O regime jurídico-administrativo é formado por princípios magnos, dos quais se originam os demais. São eles:
supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público.

COMENTÁRIO
Conforme Celso A. B. de Mello, o regime jurídico-administrativo é formado por princípios magnos, em
função dos quais se originam todos os demais princípios que conformam a atividade administrativa. Tais
princípios magnos seriam: a supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público.

GABARITO: Certo

33. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado traz como efeito uma relação de
verticalidade, uma preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou
gerais, daqueles interesses defendidos por particulares.
45119

COMENTÁRIO

Traz como efeito uma relação de


verticalidade, uma preponderância dos
interesses defendidos pela Administração,
tidos como públicos ou gerais, daqueles
interesses defendidos por particulares. Tal
45119
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO supremacia justifica certa posição de
superioridade da Administração na prática
de certos atos e negócios jurídicos, como se
dá na intervenção estatal na propriedade,
nas cláusulas extravagantes dos SERVI,
atributos especiais dos atos administrativos,
etc.
Traz como efeito a impossibilidade de livre
transigência, por parte do Administrador,
dos interesses públicos tutelados. Isso
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO porque os bens e interesses não pertencem

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

ao gestor ou mesmo à Administração,


cabendo aos agentes administrativos
gerenciá-los e conservá-los em prol da
coletividade.

GABARITO: Certo

34. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

O gestor público não pode livremente transigir sobre os interesses da Administração Pública.

COMENTÁRIO
O princípio da indisponibilidade do interesse público impede a livre transigência por parte do
Administrador. Isso porque os bens e interesses não pertencem ao gestor ou mesmo à Administração,
cabendo aos agentes administrativos gerenciá-los e45119
conservá-los em prol da coletividade.

GABARITO: Certo

35. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, julgue o item abaixo:

Eventuais colisões entre o interesse público secundário e o interesse do particular, serão solucionadas
45119
concretamente, mediante ponderação dos princípios e elementos normativos e fáticos do caso concreto.

COMENTÁRIO
O conceito de interesse público envolve duas concepções:
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO Interesse da coletividade
INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO Interesse do Estado, enquanto sujeito de
direito.
Com a concepção de Estado Democrático de Direito, relativiza-se a preponderância do interesse público
secundário, que representa as aspirações da administração, em detrimento dos interesses do cidadão.
A verticalidade, outrora concebida pela doutrina, não pode mais justificar atuações administrativas
autoritárias e arbitrárias, notadamente aquelas que conspurquem direitos individuais consagrados

32
RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

como fundamentais. O controle dos atos administrativos se impõe quanto há atuação do estado em
confronto com os princípios e valores que norteiam o ordenamento jurídico.
Em princípio, somente o interesse público primário se apresenta como superior. Conforme explica Luís
Roberto Barroso, eventuais colisões entre o interesse público secundário e o interesse do particular, são
solucionadas concretamente, mediante ponderação dos princípios e elementos normativos e fáticos do
caso concreto.
Fonte: Direito Administrativo. Vol.9. Fernando F. Baltar Neto e Ronny Charles L. Torres.

GABARITO: Certo

36. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

A doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria da representação para justificar a natureza jurídica
da relação entre o Estado e seus agentes.

COMENTÁRIO 45119

A questão está errada, pois a doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria do órgão ou da
imputação volitiva, e não a teoria da representação.

Os entes da federação possuem personalidade jurídica, sendo sujeitos de direitos e obrigações no nosso
ordenamento jurídico. Dessa forma, surge a necessidade de explicar como uma ficção jurídica pode
expressar sua vontade!
45119

Existem diversas teorias que tentam explicar essa manifestação de vontade por parte do Estado. As
principais teorias apresentadas pela doutrina nacional são as seguintes:

O Estado outorga a seus agentes um


TEORIA DO MANDATO mandato para agir em seu nome.

Críticas:
• Não explica como o Estado transferiu
poderes aos seus agentes.

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

• Retira do mandante a
responsabilidades pelos atos praticados
pelo mandatário.
O Estado seria representado por seus
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO agentes.

Críticas:
• É inconsistente nivelar o estado ao
incapaz, que necessita de representação.
• O representado não responde por atos
45119
que extrapolem os poderes da
representação.
O Estado manifesta sua vontade por meio
TEORIA DO ÓRGÃO dos órgãos que integram sua estrutura, de
(OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA) tal forma que quando os agentes públicos
que estão lotados nos órgãos manifestam a
sua vontade, esta é atribuída ao Estado.
É
45119
a teoria mais aceita no nosso
ordenamento jurídico.

GABARITO: Errado

37. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais e dotados
de personalidade jurídica.

COMENTÁRIO
Segundo Helly Lopes Meirelles, órgãos públicos são centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a
que pertencem. Nenhum órgão possui personalidade jurídica própria.

José dos Santos Carvalho Filho, destaca que apesar dos órgãos serem entes despersonalizados, os órgãos
públicos representativos de poderes (ex: tribunais e casas legislativas) podem defender, em juízo, suas

34
RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

prerrogativas constitucionais. Essa capacidade processual extraordinária é chamada de personalidade


judiciária.

GABARITO: Errado

38. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

Os órgãos públicos são resultado da desconcentração administrativa.

COMENTÁRIO
A organização administrativa, tradicionalmente, se efetiva por meio de duas técnicas: a desconcentração
e a descentralização. Os órgãos públicos são decorrência da desconcentração, e não da descentralização.
Vejamos:

Especialização de funções dentro da própria


DESCONCENTRAÇÃO estrutura estatal, sem que isso implique a
45119

criação de uma nova pessoa jurídica. O


resultado desse fenômeno é a criação dos
órgãos públicos dentro da mesma estrutura
hierárquica.
Representa a transferência da atividade
DESCENTRALIZAÇÃO administrativa para outra pessoa, física ou
jurídica, integrante ou não do
aparelhamento estatal.

Fontes: Direito Administrativo. Vol.9. Fernando F. Baltar Neto e Ronny Charles L. Torres. 2018. Curso de
Direito Administrativo. Rafael Carvalho Oliveira Rezende. 2017.
45119

GABARITO: Certo

39. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Sobre os órgãos públicos, julgue o item abaixo:

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Conforme a teoria do mandato, o Estado outorga a seus agentes um mandato para agir em seu nome. Porém,
tal teoria recebe crítica doutrinaria por não explicar como o Estado transferiu poderes aos seus agentes.

COMENTÁRIO

O Estado outorga a seus agentes um


TEORIA DO MANDATO mandato para agir em seu nome.

Críticas: 45119

• Não explica como o Estado transferiu


poderes aos seus agentes.
• Retira do mandante a
responsabilidades pelos atos praticados
pelo mandatário.
O Estado seria representado por seus
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO agentes.

Críticas:
45119

• É inconsistente nivelar o estado ao


incapaz, que necessita de representação.
• O representado não responde por atos
que extrapolem os poderes da
representação.
O Estado manifesta sua vontade por meio
TEORIA DO ÓRGÃO dos órgãos que integram sua estrutura, de
(OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA) tal forma que quando os agentes públicos
que estão lotados nos órgãos manifestam a
sua vontade, esta é atribuída ao Estado.
É a teoria mais aceita no nosso
ordenamento jurídico.

GABARITO: Certo

40. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que concerne à organização da administração pública, julgue o item abaixo:

36
RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

Existem diversas teorias que tratam da natureza jurídica da relação entre o Estado e seus agentes, sendo que
a doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria da representação.

COMENTÁRIO
A questão está errada, pois a doutrina e jurisprudência brasileiras adotam a teoria do órgão ou da
imputação volitiva, e não a teoria da representação.

Os entes da federação possuem personalidade jurídica, sendo sujeitos de direitos e obrigações no nosso
ordenamento jurídico. Dessa forma, surge a necessidade de explicar como uma ficção jurídica pode
expressar sua vontade!

Existem diversas teorias que tentam explicar essa manifestação de vontade por parte do Estado. As
principais teorias apresentadas pela doutrina nacional são as seguintes:

O Estado outorga a seus agentes um


TEORIA DO MANDATO mandato para agir em seu nome.

Críticas:
45119

• Não explica como o Estado transferiu


poderes aos seus agentes.
• Retira do mandante a
responsabilidades pelos atos praticados
pelo mandatário.
O Estado seria representado por seus
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO agentes.

Críticas:
• É inconsistente nivelar o estado ao
45119
incapaz, que necessita de representação.
• O representado não responde por atos
que extrapolem os poderes da
representação.
O Estado manifesta sua vontade por meio
TEORIA DO ÓRGÃO dos órgãos que integram sua estrutura, de
(OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA) tal forma que quando os agentes públicos
que estão lotados nos órgãos manifestam a
sua vontade, esta é atribuída ao Estado.

37
RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

É a teoria mais aceita no nosso


ordenamento jurídico.

GABARITO: Errado

41. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

45119
Acerca da Lei 11.340/06 e o entendimento dos Tribunais Superiores, julgue o item:

A prática de violência doméstica e familiar contra a mulher caracteriza dano moral.

COMENTÁRIO
“Toda mulher vítima de violência doméstica sofre abalo moral indenizável” (STJ, RESp
1.643.051/MS).
No julgado, a Corte Superior decidiu que se trata de situação de dano moral presumido (in re
ipsa), de modo que a vítima não precisa comprovar o abalo moral propriamente dito, mas tão
somente a existência de situação de violência no âmbito das relações domésticas e familiares.
45119

Sobre o tema, cabe ressaltar, ainda, outros julgados:


“A posterior reconciliação entre vítima e agressor não afasta a necessidade de fixação do valor
da reparação dos danos causados” (STJ, RESp 1.819.504).

“O Ministério Público deve fazer o pedido em favor da mulher vítima de violência (STJ, AgRg
no RESp 1894043).

GABARITO: Certo

42. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei 11.340/06 e o entendimento dos Tribunais Superiores, julgue o item:

Excepcionalmente, é possível a aplicação do princípio da bagatela imprópria em casos de violência doméstica


e familiar contra a mulher.

COMENTÁRIO

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

“Não se admite a aplicação do princípio


45119
da bagatela imprópria em casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, dado o bem jurídico tutelado” (STJ, AgRg no HC 713415,
j. 22/02/2022).

O princípio da bagatela imprópria (irrelevância penal do fato) possui natureza jurídica de


causa supralegal de extinção da punibilidade. Muitos magistrados aplicavam o postulado na
hipótese de reconciliação entre autor e vítima, sendo a circunstância vedada segundo o
entendimento da Corte Superior.

GABARITO: Errado

43. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Segundo entendimento do STJ acerca da proteção da Lei Maria da Penha, no caso do crime de ameaça feito
por meio de redes sociais na Internet, o juízo competente para o pedido de medidas protetivas será aquele
onde a vítima tiver tomado conhecimento das intimidações.
45119

COMENTÁRIO
Nas hipóteses de ameaças por meio de redes sociais como o Facebook e aplicativos como o
WhatsApp, o juízo competente para o julgamento de pedido de medidas protetivas é aquele
de onde a vítima tomou conhecimento das intimidações, por ser este o local de consumação
do crime previsto pelo artigo 147 do CP. (STJ. 3ª Seção.CC 156.284/PR, 28/02/2018.).

GABARITO: Certo

44. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

O juiz deve assegurar a manutenção do vínculo trabalhista, por até seis meses, à mulher que, por estar em
situação de violência doméstica, necessite se afastar de seu local de trabalho.

COMENTÁRIO
Conforme inciso II do § 2.º do art. 9.º da Lei Maria da Penha, o juiz assegurará à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica,

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,


por até seis meses.

GABARITO: Certo

45. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro do boletim de ocorrência, a
autoridade policial deverá encaminhar, imediatamente, a ofendida ao competente órgão de assistência
judiciária.

COMENTÁRIO
A questão está errada porque a ofendida deverá ser encaminhada pelo juiz, e não pela
autoridade policial, conforme dispõe o artigo 18 da Lei Maria da Penha:
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas: 45119

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;


II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando
for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

GABARITO: Errado

46. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

No que tange à Lei n. 11.340/2006, julgue o item:

Se constatado que determinada servidora pública está em situação de violência


45119 doméstica e familiar, ela terá

direito de acesso prioritário à remoção do órgão em que trabalha para preservação da sua integridade física.

COMENTÁRIO
Art. 9 da Lei Maria da Penha: § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência
doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta
ou indireta;

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

GABARITO: Certo

47. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA 45119

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência e
encaminhado ao juiz, deverá este, ao analisar o registro, verificar se o agressor possui registro de porte ou
posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a
ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte.

COMENTÁRIO
A Lei 13.880/19 inseriu no art. 12 o inciso VI-A, que dispõe que em todos os casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
policial adotar, de imediato, dentre outros procedimentos, a obrigação de verificar se há em
nome do agressor registro de posse ou porte de arma de fogo, e, em caso positivo, juntar aos
autos essa informação, bem como notificar a ocorrência
45119 à instituição responsável pela
concessão do registro ou da emissão do porte. Para concursos policiais, é extremamente
necessária a leitura do art. 12 da Lei Maria da Penha.

GABARITO: Errado

48. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

As medidas protetivas de urgência deverão ser concedidas após manifestação do Ministério Público, no prazo
máximo de 48 (quarenta e oito) horas.

COMENTÁRIO
Conforme dispõe o art. 19, §1º, da Lei n. 11.340/06, as medidas protetivas de urgência
poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

GABARITO: Errado

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

49. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

A patroa que agride a empregada doméstica que reside no local do emprego está sujeita às regras repressivas
contidas na Lei 11.340/06.

COMENTÁRIO
Os Tribunais de Justiça já possuem entendimento pacífico sobre a possibilidade de a
empregada doméstica figurar como vítima no âmbito da Lei Maria da Penha. Nesse sentido,
confira-se: “DIREITO PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. JUIZADO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. ESTUPRO. CRIME EM TESE
PRATICADO POR MOTIVAÇÃO DE GÊNERO E CONTRA EMPREGADA DOMÉSTICA. INCIDÊNCIA
DA LEI MARIA DA PENHA. A proteção e os benefícios previstos pela Lei Maria da Penha se
aplicam no âmbito da relação empregatícia da mulher que presta serviços domésticos em
residências de famílias, por força da previsão contida no inciso I do artigo 5o da Lei nº
11.340/2006, que ampara as mulheres "sem vínculo familiar" e "esporadicamente
agregadas". 2. Recurso conhecido e provido” (Acórdão
45119 n.994469, 20160510079955RSE,
Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
09/02/2017, Publicado no DJE: 22/02/2017. Pág.: 818/825). Cabe ressaltar que a violência
deve-se basear no gênero, a ofensa deve evidenciar uma relação de poder e submissão do
patrão sobre a empregada doméstica, devendo ela estar em situação de
vulnerabilidade/dependência econômica e financeira do autor das agressões.

45119
GABARITO: Certo

50. EXCLUSIVO @DEDICACAODELTA

Acerca da Lei Maria da Penha, julgue o item:

O descumprimento de decisão que defere medidas protetivas de urgência configura crime punível com pena
de até 2 (dois) anos de detenção, razão pela qual, na hipótese de prisão em flagrante, a autoridade policial
poderá conceder fiança.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 24-A da Lei n. 11.340/06, descumprir decisão judicial que defere medidas
protetivas de urgência previstas nesta Lei é crime punível com pena de detenção, de 3 (três)

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RETA FINAL

DELEGADO SANTA CATARINA

SEMANA 01/12

meses a 2 (dois) anos. Porém, conforme dispõe o §2º do art. 24-A, na hipótese de prisão em
flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

GABARITO: Errado

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