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Como surgiu ?

Durante toda a história do Brasil observamos as desigualdades no tocante ao


acesso à educação escolar, à permanência e à sua aprendizagem, seja por raça,
gênero ou classe social. Tendo em vista esse quadro na educação Brasileira, foram
desenvolvidos alguns documentos que pudessem diminuir essa desigualdade,
documentos esses que atualmente norteiam a Educação. Com base nesses
documentos foi elaborado um outro que servisse de referência para a formulação e
adequação dos currículos das redes de ensino, visando um patamar comum de
aprendizagem a todos os estudantes, a BNCC.

Tudo começa na constituição federal de 1988 que prevê no artigo 210 que
“fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e
regionais” (BRASIL, 1988).

A Constituição, em seu Artigo 205, reconhece a educação como direito fundamental


compartilhado entre Estado, família e sociedade.
Com base nesses marcos constitucionais a lei de diretrizes e bases no seu Artigo
9º, afirma que cabe à União
“estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a
assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996)”

A lei de diretrizes e bases de 1996 reforça a definição das aprendizagens


essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a ser ensinados no seu artigo 26,
falando da relação entre o que é básico-comum e o que é diversos;

os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio


devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino
e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos(BRASIL, 1996).”

Essas orientações induziram à concepção do conhecimento curricular


contextualizado pela realidade local, social e individual da escola e do estudante, o
que norteou, ao longo da década de 1990, as diretrizes curriculares traçadas pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE).

Então já em 1997 nós temos os parâmetros curriculares nacionais que


representaram um grande avanço, sendo um referencial para um padrão de
qualidade da educação brasileira. Neles estava previsto o desenvolvimento de
competências e habilidades através de um ensino transversal e interdisciplinar.

Em 2014 temos o plano nacional de educação, em que reforça a necessidade de


superar as desigualdades sociais e educacionais no Brasil além de melhorar o
ensino através de uma base Nacional comum curricular.
Ainda em 2014 começa a acontecer conferências, encontros e audiências públicas
para discutir sobre a BNCC.
E só em 2018 temos finalmente o documento completo, a sua homologação, que
começa a ser divulgado para sua implementação.

O que é a BNCC?

Segundo BRASIL (2018 : 9) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um


documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE).
Notamos anteriormente que a BNCC nasce vinculada a outros documentos
normativos, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano
Nacional de Educação (2014) e, principalmente, com a Constituição Federal de
1988, no seu artigo 210.

Ela vem com o intuito de unificar os currículos educacionais das esferas federal,
estadual e municipal, garantindo que um mesmo conteúdo seja ministrado
comumente, de acordo com a seriação e o período que está sendo disponibilizado
para os alunos, de forma que um estudante que frequenta a escola no sudeste do
país possa estar recebendo o mesmo conteúdo de um aluno da região nordeste,
desde que estejam matriculados na mesma série/ano, conforme cita BRASIL (2018).
Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é necessário que
sistemas, redes e escolas garantam um patamar comum de aprendizagens a todos
os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo


que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais visam à
formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva, visando à formação humana integral e à construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva. Ela é uma nova organização para o processo de
ensino e aprendizagem. Portanto, de maneiras diferentes e intercambiáveis para
designar algo comum, ou seja, aquilo que os estudantes devem aprender na
Educação Básica, o que inclui tanto os saberes quanto a capacidade de mobilizá-los
e aplicá-los.

Nesse sentido, consoante aos marcos legais anteriores, o PNE afirma a importância
de uma base nacional comum curricular para o Brasil, com o foco na aprendizagem
como estratégia para fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas
e modalidades.

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