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Depois de termos uma ideia acerca do paradoxo no âmbito punitivo brasileiro, é

possível analisar a questão carcerária à luz da corte interamericana de direitos humanos.

Nós utilizamos o texto “Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de


22 de novembro de 2018. Medidas Provisórias a respeito do Brasil. Assunto no Instituto
Penal Plácido de Sá Carvalho.” como uma das bases para fazer o trabalho. Mas antes de
falar dele, especificamente, gostaria de ressaltar o livro “Invenção dos direitos humanos, de
Lynn Hunt”. Em seu livro, Hunt trata sobre o paradoxo dos chamados “direitos do homem”.
Para a autora, desde a Revolução Francesa, ápice da luta dos direitos humanos, foi aberto
um espaço para conflitos, discussão e mudanças acerca desses direitos. A autora entende
que a promessa de direitos pode ser negada, suprimida ou simplesmente não cumprida, no
entanto, jamais morre.

Quando falamos sobre a promessa dos direitos humanos de nunca morrer, podemos
relacionar com o texto da Corte Interamericana. Essa corte faz parte do sistema
interamericano de direitos humanos, composto pela corte e comissão IDH. Essa
organização foi acionada no Brasil devido ao desrespeito do estado brasileiro ]á alguns
direitos básicos como a vida e à integridade física(mostrar artigos no slide)

Durante a presença da Corte IDH no Brasil, no Instituto Penal Plácido de Sá


Carvalho, foi determinado que o governo brasileiro interviesse na situação caótica.

"deve tomar as medidas necessárias" para que, "a partir da presente resolução,
novos presos não ingressem no IPPSC". A determinação também é expressa ao "requerer
ao Estado que adote imediatamente todas as medidas que sejam necessárias para proteger
eficazmente a vida e a integridade pessoal de todas as pessoas privadas de liberdade no
Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, bem como de qualquer pessoa que se encontre
nesse estabelecimento, inclusive os agentes penitenciários, os funcionários e os
visitantes(slide)

O instituto foi denunciado por superlotação, abrigando cerca de 190% a mais do


que o suportado pelo local. A situação foi piorando e as condições de higiene( envolvendo,
principalmente água e alimentação) e também condições psíquicas das pessoas ali dentro
foram sendo afetadas.

O que nós queremos trazer é esse não é um problema só desse instituto,


especificamente. Mas sim em todo o sistema carcerário, tanto do Estado do Rio quanto do
Brasil. Exemplo disso é a situação do Presídio Evaristo de Moraes, localizado em São
Cristóvão, na Zona Central do estado. *As medidas impostas visam proteger a integridade
física, a vida e o acesso à saúde e alimentação dos presos. Foi o segundo estabelecimento
prisional do estado do Rio de Janeiro que teve a atuação direta da Corte IDH, o que
evidencia a precariedade e vulnerabilidade das políticas prisionais do estado.*

Atualmente, além da superlotação das Unidades Prisionais, temos sérios problemas


na área da alimentação, com relatos de comida azeda ou em estado de putrefação, tortura
praticada por Policiais Penais.

O Brasil, sendo um Estado Democrático de Direito, precisa prezar não só pelo


estabelecimento dos direitos humanos, mas também pelo cumprimento das medidas
determinadas pela Corte IDH.
Apesar de tudo, já são vistos alguns esforços para mudar essa realidade(mesmo
que pequenos).Já é discutido acerca da instauração de penas mais brandas e recorrer a
cadeia apenas se o infrator oferece risco à sociedade nos casos de crimes de grave
ameaça e contra a vida, por exemplo.

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