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UNIDADE 1

O QUE É HISTÓRIA ORAL?


Nesta unidade, abordaremos o que é a História Oral a partir do olhar das Ciências Sociais e da História,
procurando perceber o seu processo de criação nos EUA e a sua inserção e o seu desenvolvimento no Brasil.

Abordaremos, igualmente, as relações da metodologia em questão com os avanços tecnológicos nos


processos de captação e gravação de áudio e de vídeo.
OBJETIVOS

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

 discutir o que é História Oral e


 compreender o que é a metodologia de História Oral, as suas origens e o seu desenvolvimento ao longo do
tempo.

1.1 CONCEITO DE HISTÓRIA ORAL

LEITURA

Leia o texto a seguir, em que a professora Marta Gouveia e o professor Fagno da Silva Soares comentam
obras clássicas sobre História Oral, destacando, em linhas gerais, os elementos-chave para compreendermos
os debates que movimentam o campo.

História Oral: uma bibliografia introdutória


22 de agosto de 2015

Marta Gouveia de Oliveira Rovai e Fagno da Silva Soares

Nesta edição, dois historiadores apresentam sua bibliografia comentada sobre o campo da História Oral.

Por Marta Gouveia de Oliveira Rovai e Fagno da Silva Soares

O que é história oral? Diversos pesquisadores apresentam concepções diferenciadas sobre a


história oral, podendo ser considerada uma metodologia, uma técnica ou uma disciplina. Para
os que a concebem como metodologia, ela implicaria numa série de procedimentos que vão
desde a forma de elaboração das entrevistas, à condução e à transcrição delas, o que teria
efeitos sobre a pesquisa historiográfica. Entendê-la como técnica acaba por restringi-la à
preocupação com o aparato tecnológico na execução da entrevista e na criação de acervos de
conservação, sem a preocupação mais profunda de seus efeitos sobre a pesquisa e o
entendimento da própria relação entre história e memória. A ideia de disciplina parte do
pressuposto de que a história oral não é apenas uma técnica, mas um conjunto de
procedimentos ligados a uma teoria, que articularia conceitos, problemas e soluções bem
singulares, que não estariam limitados ao campo da história somente, mas levaria em conta a
interdisciplinaridade. Ela envolveria a construção de projetos de pesquisa cuja reflexão abarcaria
os procedimentos e suas implicações nos estudos sobre a chamada história do tempo presente,
a memória e a identidade. Nesse sentido, algumas questões seriam essenciais ao historiador ou
também ao chamado oralista: onde, quando, o que, de que, para quem e para que desenvolver
a história oral? Na definição do historiador José Carlos Sebe Bom Meihy (2006), trata-se de um
conjunto de procedimentos de caráter interdisciplinar que se iniciaria com a elaboração de um
projeto e que se concretizaria com o estabelecimento de um grupo de pessoas a serem
entrevistadas por meio dos meios eletrônicos (gravadores, filmadoras e, cada vez mais, a
internet) e do contato humano direto e dialógico. Um projeto de história oral, ainda, deve prever
o planejamento da condução das gravações, o estabelecimento da passagem do oral para o
escrito (códigos diferentes), a conferência e autorização pelo entrevistado, os cuidados éticos
com a publicização das narrativas e a devolução, de uma forma negociada, do produto à
comunidade. Você se interessa pelo tema? Confira, abaixo, a bibliografia comentada que
preparamos para quem deseja conhecer mais o campo.

Se você trabalha com história oral ou pretende trabalhar com ela, bons livros de introdução não
lhe faltarão.
VAMOS PRATICAR?
A partir dos seus aprendizados, explique o que é a História Oral.

A História Oral é uma metodologia de pesquisa relacionada à produção de entrevistas gravadas com pessoas que
testemunharam direta ou indiretamente acontecimentos variados.

CONCLUSÃO
Nesta unidade, conceituamos o que é a História Oral, discutindo as suas origens. Observamos ainda as
questões que docentes que se envolveram com essa metodologia de produção de fontes buscavam
responder ao adotá-la.

Além disso, percebemos que é impossível compreender a disseminação da História Oral sem compreender
a popularização dos gravadores.

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