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2009
Periodização do Treino
Componentes da Periodização
Para por na prática este modelo simples de periodização é fundamental identificar, definir e
saber como se devem organizar os componentes da periodização. Estes correspondem a períodos
de tempo distintos nos quais se deve trabalhar (e.g., a sessão de treino, a semana de treino, o ciclo
de treino, o bloco de treino e o ano de treino).
Em primeiro lugar, a organização destes componentes permite ter uma progressão para o
desenvolvimento do cliente; isto faz com que o treino seja efectivo e seguro. Em segundo lugar, a
organização destes componentes mantém a variabilidade no treino, o que o torna mais
interessante e motivante. Por último, a organização dos diversos componentes da periodização
permite direccionar o treino para a obtenção do pico de forma, o que torna o treino óptimo.
Embora a maioria dos livros prefira ter outro tipo de nomenclatura para estes componentes
(microciclos, mesociclos, macrociclos), no IHP, Juan Carlos Santana prefere‐se dividir a periodização
em ano de treino, bloco de treino, ciclo de treino, semana de treino, dia de treino e sessão de
treino. As definições operacionais para estes componentes são descritas abaixo:
• Sessão de treino = um grupo de exercícios
• Dia de treino = uma/várias sessões de treino
• Semana de treino = uma semana de treino
• Ciclo de treino = várias semanas de treino
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O Ano de Treino
O Ano de Treino é o grande quadro que consiste em vários Blocos de Treino. Este é
normalmente um ano académico completo. No entanto, em alguns casos (e.g., alguém cujo o
objectivo estabelecido para o casamento foi perder 10kg, em 4 meses) podemos cosiderar outro
espaço temporal.
No fundo o Ano de Treino é o representa perguntar‐nos a nós próprios, “Onde estamos e
para onde quero ir?
O Bloco de Treino
Foi referido que o ano treino é composto por vários blocos de treino. O objectivo de cada
bloco é organizar os ciclos de treino numa ordem sequencial, de tal forma que cada ciclo seja
construído com base no prévio. Estamos sempre a desenvolver a fundação e gradualmente a
aumentar a intensidade.
Dentro de cada bloco, os ciclos têm um objectivo principal, no qual deve se concentrar o
foco de cada um. De seguida são apresentados exemplos de ciclos típicos, quando se fala de treino
em contexto do ginásio/health club.
O Ciclo de Treino
• Duração: 3‐4 semanas (pode ser encurtada se o tempo for mais apertado)
• Modalidades: treino com o peso do corpo e “modalidades de treino mais integrado”
• Métodos: circuitos de 2 a 4 exercícios
• Tipo de exercício: movimentos compostos (combinação de movimentos complexos) com
exigências acrescidas
• Frequência: 2‐4 vezes por semana
• Número de exercícios por sessão: 6‐12 exercícios, 2‐4 séries por exercício (variável)
• Número de reps por sessão: 10‐20 reps ou 10‐30 seg para exercícios de equilíbrio e
isométricos
• Duração: 4‐5 semanas (pode ser encurtada se o tempo for mais apertado)
• Modalidades: treino com o peso do corpo, pesos livres e máquinas
• Métodos: treino com séries múltiplas, velocidade de execução lenta e trabalho até próximo
da fadiga muscular (até à falha técnica)
• Tipo de exercício: movimentos compostos e movimentos mais analíticos
• Frequência: 3‐4 vezes por semana
• Número séries por semana e por parte do corpo: 12‐20 séries por semana/parte do corpo
• Número de reps por exercício: 8‐15 reps
Força
Esta fase tem como preocupação o aumento da força através de um maior recrutamento
das unidades motoras. Deve ter as seguintes características:
• Duração: 3‐4 semanas (pode ser encurtada se o tempo for mais apertado)
• Modalidades: treino com o peso do corpo, pesos livres e máquinas
• Métodos: treino com séries múltiplas, velocidade de execução máximas, aumentar a carga
até quase o máximo, com poucas reps
• Tipo de exercício: movimentos compostos
• Frequência: 3‐4 vezes por semana
• Número séries por semana e por parte do corpo: 10‐12 séries por semana/parte do corpo
• Número de reps por exercício: 3‐6 reps
Potência
O principal objectivo desta fase é a melhoria da capacidade de desenvolver a força o mais
rápido possível. Para tal, deve ter as seguintes características:
• Duração: 3‐4 semanas (pode ser encurtada se o tempo for mais apertado)
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Potência Resistência
Fase exclusiva para atletas que necessitam de desenvolver esforços potentes por um
período de tempo prolongado, isto é repetir movimentos explosivos várias vezes durante uma
situação desportivo, mesmo na presença de fadiga. Por essa razão, o ciclo de potência resistência,
também é conhecido por ciclo de potência metabólica. Este ciclo utiliza circuitos de treino, que
permitem melhorar a capacidade de continuar a gerar força mesmo quando o atleta já se encontra
fatigado. Somos da opinião, que este estágio do treino é o mais específico para o atleta, bem como
o mais exigente pela sua natureza.
As suas características são as seguintes:
Aquecimento
Treino de Transferência
Unloading
O Sistema de Unloading pode ser implementado numa secção específica de treino, ou pode
ser utilizado como uma modalidade de transição entre séries e exercícios (descanso activo). Se for o
caso de uma secção específica do treino, então são realizados primeiro os exercícios tradicionais
para o agonista desse dia e só depois os “exercícios integrados”. Se, por outro lado, for o caso do
unloading funcionar como um exercício de transição, então é efectuado no intervalo das séries de
um exercício ou no intervalo do próprio exercício.
O Treino em Circuito
O treino em circuito é uma cada vez mais popular entre personal trainers que treinam
pequenos grupos e professores de fitness em grupo. O peso corporal e pequenos utensílios podem
proporcionar excelentes resistências para a preparação para a parte principal dos treinos. Iremos
sugerimos‐lhe algumas ideias para poder optimizar esta parte da aula, de uma forma segura, eficaz
e divertida, sem recurso a muitos e dispendiosos materiais.
Teremos de assumir, à partida que qualquer pessoa que entre num programa com tão
elevado grau de integração está habilitada a fazê‐lo e que tal foi averiguado por uma adequada
avaliação da sua aptidão funcional. Para tal, sugerimos que os participantes consultem um médico,
que lhes considere apta a prática de exercício físico regular, mas também que estes sejam alvo de
uma prévia e adequada avaliação da aptidão física e da função do aparelho musculo‐esquelético.
Para este último aspecto, sugerimos que os desequilíbrios musculares sejam identificados e
eliminados à priori da entrada em qualquer programa de exercício, através de uma avaliação com
recurso às Técnica de Activação Muscular (MAT), por profissionais devidamente formados.
De seguida apresentamos‐lhe uma sugestão de exercícios e progressões para diversos
“alongamentos dinâmicos” ou “encurtamentos dinâmicos” como preferimos chamar. Estes poderão
constituir uma boa forma de preparar as suas aulas em circuito.
Organização do Aquecimento:
• Introdução com actividades aeróbias de baixa intendidade (e.g., poucos minutos de corrida)
• Utilização de movimentos semelhantes aos que compõem a parte principal da aula, mas
com intensidades menores. O volume de treino (número de repetições) pode ser maior,
visto que o objectivo é preparar o corpo para parte principal da aula. É fundamental que os
movimentos realizados no final do aquecimento sejam os mais próximos daqueles que
compõem a sessão.
• Mobilização articular através de alongamentos dinâmicos
o De pé com ou sem deslocamento
Swing com a perna – sagital (para a frente) + frontal (para o lado) – (em
pares)
O Retorno à calma
• Actividades aeróbias de baixa intensidade (e.g., caminhar)
• Treino de Mobilidade articular através de “alongamentos activos” ou, mais correctamente,
“encurtamentos”.
A sessão de treino
Parte Principal
• Treino de agilidade com drills em cones, obstáculos e escadas (intensidade média a
elevada); e/ou
• Treino da força de estabilização mais analítico; e/ou
• Circuitos de treino da força com exercícios mais integrado; e/ou
• Treino da força em regimes de acelerações elevados (“potência muscular”) – a utilizar em
fases mais avançadas do treino – e.g., no final de cada macrociclo.
Retorno à Calma
• Actividades de baixa intensidade envolvendo grandes massas musculares (regime aeróbio);
• Mobilidade articular activa e/ou dinâmica de baixa intensidade
Considerando uma época típica num health club/ginásio, deverão ser criados 2 macrociclos
durante o ano: 1º macrociclo entre Setembro e Dezembro; 2º macrociclo entre Janeiro e Julho. As
férias deverão ser agendadas para Agosto. Esta proposta tem como base o calendário académico.
Por esse motivo, deve ser ajustado em função do calendário do health club/ginásio.
Nota: normalmente, numa periodização de treino desportivo são consideradas fases
preparação, melhoria e manutenção/estabilização dos ganhos. Aqui apenas apresentaremos as
duas primeiras fases dado que a assiduidade típica da maioria dos clientes é irregular, o que torna
difícil a concretização da última fase.
1º macrociclo:
• “Fase de Preparação I” – objectivos: adaptação anatómica, melhoria da resistência
muscular, preparação do corpo para as cargas das fases consequentes, melhorar a técnica
de execução dos exercícios; foco na melhoria da “força de estabilização”; agendada para os
meses de Setembro e Outubro.
• “Fase de Melhoria I” – objectivos: melhoria da força geral, aumento da capacidade de
suportar esforços mais exigentes a nível articular, melhoria do controlo sobre os exercícios
de treino, tentar aproximar os exercícios de actividades da vida diária (AVD); foco no
incremento da “força máxima”; agendada para o mês de Novembro.
• “Fase de Melhoria II” – objectivos: desafiar o controlo sobre o exercício aumentando a
aceleração nos exercícios, treinar desafios em vários planos do movimento, os exercícios
devem ter um elevado nível de transferência para as AVD; foco no incremento da “potência
muscular”; agendada para o mês de Dezembro.
Organização Global
1. Utilize 6 exercícios
• Repouso Activo (e.g., Split Lunges no Step, drills em escadas, equilíbrios)
• Pilar #1 (manutenção da postura de pé e locomoção; e.g., Reach à Frente com BM)
• Pilar #2 (mudanças de nível; e.g., Chop com BM no plano sagital)
• Pilar #3a (empurrar; e.g., Press com BE)
• Pilar #3 b(puxar; e.g., Puxada com BE)
• Pilar #4 (produção de forças rotacionais e mudanças de direcção; e.g., Skiers na BS)
A filosofia que está por detrás dos mesmos é o treino dos 4 Pilares do Movimento. Este
assenta na ideia de que o corpo desempenha determinadas funções, que são “deveres”,
características, em suma aquilo que ele realmente faz. Em última instância esta designa que o
treino da condição física, seja a que nível for, deve ter como objectivo treinar o corpo humano para
este realizar a função para a qual foi concebido.
Na verdade, todos os corpos são iguais e fazem o mesmo – eles apenas parecem diferentes.
Quando se tem esta perspectiva, o treino da condição física torna‐se um processo simples. Desta
forma, todas as pessoas devem treinar da mesma forma, diferindo entre elas apenas no nível de
progressão no treino. O cliente progride e treina de acordo com os seus objectivos específicos e o
seu nível de desenvolvimento motor.
É função do treinador pessoal dirigir e controlar a progressão do atleta, assegurando sempre
a segurança e o sucesso do mesmo. POR VEZES, PODE SER NECESSÁRIO RECORRER A ESTRATÉGIAS
CORRECTIVAS ANTES DE INICIAR O CLIENTE EM PROGRAMAS COM UM NÍVEL DE INTEGRAÇÃO
TÃO ELEVADO COMO O DAQUELES QUE APRESENTÁMS ATRÁS.
9 Mudanças de nível.
o Necessárias para subir e baixar o centro de massa, o que permite elevar ou baixar o
corpo ou trazer algum objecto de um plano inferior (através da flexão e extensão do
tronco).
9 Utilizando a extremidade inferior do corpo
• O treino deve incluir agachamentos, lunges, subidas de degraus e
escalada.
• O treino deve proporcionar trabalho com cargas simétricas e
assimétricas, em várias posições.
9 Utilizando o tronco
• O treino deve incluir flexões e extensões do tronco em várias posições
(e.g., peso morto).
• O treino deve permitir realizar isto em vários planos do movimento.
9 Utilizando uma combinação
• O treino deve reflectir a utilização eficiente de movimentos da
extremidade superior do corpo e do tronco, para subir e baixar o
centro de massa.
9 Puxar e empurrar.
o Puxar – é necessário para juntar objectos ao corpo, segurar objectos, escalar, é a
primeira fase do lançamento.
• Os exercícios devem ser seleccionados para que todos os pilares do movimento humano
sejam solicitados durante o microciclo semanal. A variação estratégica (conceito criado por
Tom Purvis – www.resistancetrainingspecialist.com) é um princípio fundamental no
processo de desenvolvimento do seu cliente.
A carga não é mais do que uma parte da resistência global. Outros factores biomecânicos
interferem na resistência global que é criada em cada articulação. Eis alguns exemplos de como
manipular a resistência:
Abreviaturas
• BE – bandas elásticas
• BM – bolas medicinais
• BS – bolas suíças
• Cook, G. (2003). Atlhletic Body in Balance. Optimal movement skills and conditioning for
performance. Human Kinetics. Champaign, IL.
• Foran, B. e col. (2001). High‐performance Sports Conditioning. Modern Training for Ultimate
Athletic Development. Human Kinetics. Champaign, IL.
• Santana, J.C. (2004). The Essence of Program Design – The Ultimate Guide for Trainers and
Coaches. Institute of Human Performance, Boca Raton, Florida.
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• Santana, J.C. (2000). Functional Training – Breaking the Bonds of Tradicionalism. Companion
Guide. Institute of Human Performance, Boca Raton, Florida.
• www.ihpfit.com
• www.ptonthenet.com
• www.sportspecific.com
• www.fitnessgenerator.com
• www.resistanceinstitute.com
• www.resistancetrainingspecialist.com
• www.muscleactivation.com
Protocolos de Exercícios
Como realizar?
• Realizar em circuito
• 10‐15 reps de cada exercício
• 3‐4 séries em cada treino
• Movimentar‐se dinamicamente, mas com controlo
• Utilizar a amplitude total para o movimento – fora da zona de dor
• Manter o Core forte durante os movimentos
• Controlar os movimentos efectuados pelos músculos do Core
• Realizar um pivot sobre o pé de suporte quando se tratam de movimentos rotacionais
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Fab Five (The Fabulous Five) – circuito com bolas suíças para aquecimento ou melhoria da
força no Core. Embora este circuito solicite o corpo todo, o foco está na zona de potência – O CORE!
1 – Push‐ups com BS
2 – Hiperextensões do Tronco com BS
3 – Hiperextensões da Coxo‐femural com BS
4 – Jack Knife
5 – Skier
Como realizar?
• Realizar em circuito
• 10‐15 reps de cada exercício
• 3‐4 séries em cada treino
• Movimentar‐se lentamente e com controlo
• Utilizar a amplitude total para o movimento – fora da zona de dor
• Manter o Core forte durante os movimentos
• Controlar os movimentos efectuados pelos músculos do Core
Fight Circuit – circuito de treino da potência metabólica de nível avançado. Este protocolo
envolve a realização de movimentos específicos, misturando várias artes marciais. Foi desenhado
para atletas de artes marciais que precisam combater durante rounds de 5 minutos, realizando
tarefas com elevado grau de transferência (especificidade dos movimentos, intensidade e duração)
para os combates. O número de séries pode ser prescrito consoante o número de rounds do
combate.
Como realizar?
• Realizar em circuito
• Fazer coincidir o número de séries com o número de rounds do combate
• Repetir o circuito 1‐3 vezes por semana, consoante a fase do treino.
• Reduzir gradualmente o intervalo de recuperação entre os circuitos
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Fight Circuit
Mattrix – este protocolo foi elaborado por Gary Gray (e modificado por JC Santana). Permite
treinar a globalidade do corpo nos 3 planos do movimento. É composto por uma sequência de
presses (3 exercícios), uma sequência de curls (3 exercícios), uma sequência de lunges (3 exercícios)
e uma sequência de lunges para presses (3 exercícios). Cada exercício é realizado 6 vezes (3 para
cada lado). No final do circuito foram efectuadas 72 reps, em cerca de 1:45 min a 2:00 min.
Como realizar?
• Começar a aprendizagem realizando cerca de 8‐16 reps de cada movimento
• Realizar um sequência completa de movimentos (6 reps de cada exercício)
• Realizar 2 séries com um intervalo de recuperação completo entre elas
• Realizar 3 séries com um intervalo de recuperação completo entre elas
• Realizar 3 séries com um ratio de tempo em esforço:repouso de 1:2
• Realizar 3 séries com um ratio de tempo em esforço:repouso de 1:1
• Quando o atleta conseguir realizar 3 séries com um ratio de tempo em esforço:repouso de
1:1, em 1:45 min a 1:55 min, a dicionar carga (5‐10%)
Metabolic Back – forma rápida e eficaz de fatigar toda a musculatura da cadeia posterior.
Este protocolo ajuda a melhorar a força, a potência e a resistência muscular num único exercício.
Como em qualquer situação com objectivos múltiplos, não cumpre efectivamente nenhum destes.
Como realizar?
• Realizar em circuito