Você está na página 1de 7

PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

6 ª Aula

MOTIVAÇÃO OU VONTADE?

Nesta aula, vamos aprender sobre uma energia psíquica que nos movimen-
ta, que nos faz ter vontade para as ações, ou seja nossos desejos, motivos
e paixões, e a importância disso no ambiente de trabalho. A motivação é
responsável pela produtividade. Então, turma, vamos entender melhor esse
processo e, também, conhecer como podemos ser motivados pelos fatores
externos.

Boa aula!

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao término desta aula vocês serão capazes de:

• compreender a importância da motivação;


• identificar os componentes da motivação;
• definir vontade ou motivo.

SEÇÕES DE ESTUDO

SEÇÃO 1 - Motivação
63
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

SEÇÃO 2 - Atividade voluntária


SEÇÃO 3 - Atividade voluntária e involuntária

SEÇÃO 01 MOTIVAÇÃO

Como aprender implica mudar e a maior parte das mudanças em nossa memória
precisa de uma certa quantidade de prática, aprender, principalmente, de modo explícito ou
deliberado, supõe um esforço que requer altas doses de motivação, no sentido mais literal ou
etimológico, de “mover-separa” a aprendizagem. Pozo (2016) aponta que “na aprendizagem,
como nos romances policiais, é preciso procurar sempre um motivo”. Por que as pessoas,
embora cansados depois de um dia de trabalho, ainda vão estudar e assistir aula na faculdade?
Por que um professor continua sempre estudando e realizando pesquisas?
Aprender de modo explícito costuma ser algo difícil, algo em que gastamos energia,
tempo, às vezes dinheiro, e sempre uma boa parte de nossa autoestima, por isso os motivos
para aprender devem ser suficientes para superara inércia de não aprender. Muitos professo-
res, especialmente, na educação obrigatória, costumam atribuir o fracasso de seus alunos a
uma ausência de motivação.
Na realidade, tal como sugere Pozo (2000, p. 80-89), seria mais adequado pensar na
motivação em termos “newtonianos” e dizer que o problema não é que os alunos se movam,
mas mudar “sua quantidade de movimento”. Pozo (2016) afirma ainda, segundo a mecânica
newtoniana, um objeto em repouso necessita de uma força para se pôr em movimento, da
mesma forma que um objeto em movimento necessita de uma força para se deter.
Pozo (2000) estuda que na aprendizagem humana não é possível, nem recomendável,
utilizar as necessidades básicas como incentivo, como acontece com os sofrido ratos, pois
é preciso recorrer a necessidades socialmente construídas, que funcionam tais como valores
ou desejos, cuja influência sobre a aprendizagem é bem diferente e cuja eficácia depende do
grau com que o aluno as interioriza, quer dizer que as assuma como próprias. A aprovação
social (na forma de aprovado ou notável) ou a escapada de situações sociais desagradáveis
(mostrar as notas aos pais) são valores que podem afiançar certas aprendizagens, mas que não
funcionam do mesmo modo com todos os alunos. Para Pozo (2000), na Psicologia Cognitiva
e nos processos volitivos, a volição (do latim volitione) é o processo cognitivo pelo qual um
indivíduo se decide a praticar uma ação em particular. É definida como um esforço delibera-
do e é uma das principais funções psicológicas humanas (sendo as outras afeto e cognição).
Processos volitivos podem ser aplicados conscientemente e podem ser automatiza-
dos como hábitos no decorrer do tempo. As concepções mais modernas de volição expres-
sam-na como um processo de controle da ação que se torna automatizada (CORNO; KAN-
FER, 2000).
64
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

A motivação pode ser intrínseca ou extrínseca, vamos saber mais quais são elas:

A motivação intrínseca é aquela que depende exclusivamente


do indivíduo e está associada aos afetos, sentimentos, gostos,
vontades e, desejos. Então, está relacionada às questões inter-
nas.

A motivação extrínseca está relacionada às ações que acontecem


de fora para dentro. É bastante utilizada pelas empresas como for-
ma de manter os funcionários engajados. Então, está relacionada
aos fatores externos, prêmios, promoções, entre outros.

Abdo (2008) explica que “força de vontade” é a expressão coloquial e volição é o


termo científico para um mesmo estado mental, ou seja, uma “preferência eletiva”. Quando
“nos decidimos” (como dizemos) por uma coisa, isto é, determinamos uma escolha sobre ela,
este estado é chamado de volição imanente; quando colocamos em prática qualquer ato de
escolha em particular, este ato é denominado de volição emanente, executiva ou imperativa.
Quando uma escolha imanente ou determinada controla ou governa uma série de atos volun-
tários, chamamos este estado de volição predominante; enquanto, volições subordinadas
são aqueles atos de vontade que colocam em prática o objeto desejado pela volição predomi-
nante ou governante.

SEÇÃO 02 ATIVIDADE VOLUNTÁRIA

Inicialmente, temos de nos preocupar em saber o que, exatamente, é uma atitude vo-
luntária. Podemos dizer que um ato é voluntário quando é intencional, previsível, consciente
tem uma determinada finalidade. Assim sendo, a atividade voluntária comporta uma série de
processos psíquicos conscientes, tais como a percepção, representação, ideias e sentimentos
que determinam a direção e a intensidade da ação. Inicialmente o ponto de partida do ato
voluntário é constituído por uma representação intrapsíquica de finalidade, cujo objetivo será
alguma modificação em nós mesmos ou no ambiente.

2.1 Desejo, vontade e afeto

Essa representação inicial é acompanhada de sentimentos que se transformam em


estímulos para a realização do ato. Se voluntário é alguma coisa que decorre da vontade,
então será imprescindível saber antes algo sobre a vontade (BALLONE, 2001, p. 190-194).
65
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

Embora, desde Aristóteles, a vontade fosse reconhecida como uma categoria psico-
lógica autônoma, sempre foi confundida com a afetividade na filosofia. Descartes, ao elabo-
rar sua Teoria das Paixões, dizia que a vontade se encontra em íntima e estreita relação com a
vida instintivo-afetiva, e, por outro lado, ela também se liga à esfera intelectual (BALLONE,
2001, p. 190-194).
Como se vê, a filosofia sempre se preocupou em estabelecer divisões funcionais do
aparelho psíquico. Condillac pleiteou, em seu Tratado das Sensações, uma total independên-
cia da afetividade, colocando-a à par das duas categorias aristotélicas tradicionais, o intelecto
e a vontade e, no século XVIII se origina a chamada Teoria Intelectualista da atividade volun-
tária, segundo a qual a vontade faria parte da inteligência. O que gerava uma certa confusão
entre a vontade a decisão. Dizia-se, na época, que ao homem sedento diante de uma fonte
ocorria: “É preciso beber, diz-lhe o apetite; eis aí algo potável, adverte-lhe a inteligência;
logo, bebamos” (BALLONE, 2001, p. 190-194).
Mas, refletindo melhor, quem assim procedesse não estaria executando, a rigor, ne-
nhum ato de vontade. Estaria, simplesmente, intelectualizando um impulso natural instintivo-
-impulsivo, um desejo imperioso ao qual só nos resta obedecer. Equivaleria, enfim, a identifi-
car a vontade ao desejo. Diante dessa situação, o verdadeiro ato de vontade seria a abstenção,
contrário à pulsão natural e biológica da qual os animais não conseguem safar-se. Nesse
caso, a vontade seria mais um prolongamento da afetividade que da inteligência (BALLONE,
2001, p. 190-194).
Esse raciocínio obriga a admitir que o desejo ou a repulsa em relação a algo há de
ser, necessariamente, precedido de um juízo de valor. Dessa maneira, querer ou não querer
alguma coisa seria o mesmo que formular a conclusão de que tal coisa nos seria agradável ou
desagradável, útil ou nociva, o que vem a colocar à vontade sob o domínio, tanto de fatores
intelectuais quanto afetivos (BALLONE, 2001, p. 190-194).
O desejo, por sua vez, pertence bem mais à esfera afetiva que volitiva, pois todo
desejo pressupõe um certo interesse, o qual pode ser positivo ou acaba por transformar atos
volitivos em atos automáticos, portanto, todos atos automáticos foram antes atos volitivos.
Em nosso dia a dia pragmático, doméstico, social ou ocupacional, normalmente pensamos,
sentimos e agimos de maneira automática, sem a participação da deliberação e da reflexão e
entre a atividade voluntária e a atividade automática não há limites bem definidos. A natureza
e a direção do ato volitivo dependem do conteúdo da representação na consciência, mas a in-
tensidade da ação está subordinada à afetividade, já que a energia da ação está sempre ligada
à intensidade dos sentimentos (BALLONE, 2001, p. 190-194).

SEÇÃO 03 ATIVIDADE VOLUNTÁRIA E INVOLUNTÁRIA

Ballone (2008) acredita que somente são ações voluntárias quando há possibilidades
66
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

de escolha, de reflexão e de decisão. Caso não haja esse conjunto circunstancial o ato será
impulsivo, isto é, será mera descarga motora, sem direção e sem conteúdo ou será ainda ins-
tintivo, sem considerações conscientes, embora dotadas de finalidade. Para se formar uma
ideia geral do verdadeiro processo volitivo, temos que delimitar e identificar quatro etapas:
1. intenção ou propósito: fase onde se esboçam as inclinações ou tendências de
ação, geralmente, vivenciadas sob a forma de algum interesse e, normalmente, polarizando
nossa atenção sobre determinado objeto;
2. deliberação: etapa que corresponde à ponderação consciente dos motivos men-
cionados acima, analisando-se o que será favorável ou desfavorável (apreciação), levando
forçosamente a uma opção, isto é, a fazer ou deixar de fazer;
3. decisão: momento culminante do processo volitivo, instante que demarca o come-
ço da ação, resultado da vantagem consciente dos motivos favoráveis;
4. execução: quando surgem as atitudes necessárias à consumação dos propósitos,
dependente da performance da pessoa sob o ponto de vista global e sua capacitação à eficácia
da ação.

RETOMANDO A AULA

Chegamos, assim, ao final da aula. Espera-se que agora tenha


ficado mais claro o entendimento de vocês sobre motivação e
vontade. Vamos, então, recordar?

SEÇÃO 1 - MOTIVAÇÃO

Motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a
vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Segundo Abraham Maslow
(1908-1970), psicólogo norte-americano, o homem se motiva quando suas necessidades são
todas supridas de forma hierárquica. Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:
autorrealização, autoestima, sociais, segurança e fisiológicas.

SEÇÃO - ATIVIDADE VOLUNTÁRIA

Os atos voluntários são aqueles que a pessoa conhece e não ignora nenhuma circuns-
tância da ação. Já os atos involuntários são aqueles realizados com ignorância sem conheci-
mento por parte de quem o realiza.

67
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

SEÇÃO 3 - ATIVIDADE VOLUNTÁRIA E INVOLUNTÁRIA

Atividade voluntária é aquela que se dispõe, por opção, a exercer. Comportamento


voluntário. Este ato eticamente adequado, juntamente com o sucesso continuado são indis-
sociáveis.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES:

LEITURAS

PACHA, A. A vida não é justa. Rio de Janeiro: Intrinseca, 2012.

SITES

Site: https://outboundmarketing.com.br/melhores-filmes-de-motivacao-profissio-
nal/.

FILMES

8 Mile. Rua das Ilusões.

MINHAS ANOTAÇÕES:
_____________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
68
PSICOLOGIA APLICADA - Sandra Haerter Armoa

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

69

Você também pode gostar