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renatarodrigues.nutri@hotmail.com
Nutrição e Doença Renal Crônica
➢ Quando e como realizar a adequação de líquidos e alimentos fonte de sódio, potássio e fósforo?
Calcitriol
(metabolismo ósseo)
Endócrina Excretora
Eritropoetina
Metabólitos endógenos
(maturação dos
Ureia, creatinina, ácido úrico...
eritrócitos)
Renina Substâncias exógenas
(hemodinâmica Medicamentos...
sistêmica e renal)
Nefrologia, UNIFESP. Guia ambulatorial.
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
❖ DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO
Alterações na estrutura e função dos rins, por > 3 meses, com implicações à saúde.
KDIGO, 2012
ESTADIAMENTO DA DRC NA PRÁTICA CLÍNICA
GRATUITO
Site da SBN
ou
APP NFK
(eGFR)
Estágio 4
Paciente em tratamento conservador
Medidas clínicas (medicamentos, modificações na alimentação e estilo de vida) que podem ser
utilizadas para retardar a piora da função renal, reduzir os sintomas e prevenir complicações
ligadas à DRC.
EQUIPE INTERDISCIPLINAR
Canziani, et al. Terapia Renal Substitutiva – Diálise. 2013. In: Cuppari. Nutrição na Doença Renal Crônica.
O QUE É TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA?
93,2% 6,8%
Censo SBN, 2019
TERAPIA DIALÍTICA
Definição de diálise
73% 26%
Eritropoetina Calcitriol
Canziani, et al. Terapia Renal Substitutiva – Diálise. 2013. In: Cuppari. Nutrição na Doença Renal Crônica.
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE DRC NO BRASIL
~19 milhões de
pessoas com DRC
no Brasil
Cad. Saúde Colet., 2017
Distúrbios
hidroeletrolíticos Hipertensão
Potássio, sódio DRC Sódio
Anemia Desequilíbrio do
sistema imune
Ferro
Vitaminas e minerais
Avaliar e Detectar,
monitorar diagnosticar, Risco
estado classificar e nutricional
nutricional: apontar
KDOQI, 2020
Avaliação nutricional
TRIAGEM NUTRICIONAL
• Estágios 3 - 5D: realizar 2 vezes ao ano para identificar pacientes em risco de
desnutrição energético-proteica (DEP) (OPINIÃO). DEP: Diminuição de reservas proteicas e energéticas
AVALIAÇÃO DO PESO
• Estágios 1 – 5D: utilizar julgamento clínico devido à ausência de normas de referência padrão
(OPINIÃO).
• Definição de peso seco: peso corporal sem edema periférico
detectável e pressão arterial normal.
Definir peso baseado
no julgamento
Padrões de referência para a
clínico
população geral:
NHANES
Metropolitan Life...
História do peso
% Perda de peso
Edema/ascite (peso seco)
Órgãos policísticos
Generalizados Composição corporal
para DRC Classificação do IMC (OMS)
KDOQI, 2020
Avaliação nutricional
KDOQI, 2020
Censo SBN, 2019
Avaliação nutricional
PERIODICIDADE
• Estágios 1 – 5D (clinicamente estáveis): aferir peso, IMC e composição corporal e monitorar
mudanças conforme necessidade (OPINIÃO).
ESTÁGIO PERÍODO
1a3 6 meses
4 a 5 (conservador) 3 meses
Terapia dialítica (HD e DP) Mensalmente
❖ Avaliar fatores que vão além da ingesta alimentar (uso de medicações, conhecimento prévio
sobre a doença, crenças, atitudes, comportamento, depressão e função cognitiva, entre
outros) para realizar uma intervenção nutricional eficaz.
KDOQI, 2020
Avaliação nutricional
Reduzir o acúmulo de
Reduzir a Retardar o ritmo de
produtos
sintomatologia progressão da doença
nitrogenados e
urêmica (tratamento conservador)
eletrólitos
✓ Acidose metabólica
✓ Manejo glicêmico
Auxiliar na prevenção Auxiliar no controle ✓ Hiperparatiroidismo
ou no controle de de complicações secundário/Hiperfosfatemia
alterações metabólicas e ✓ Hiperpotassemia
nutricionais hormonais ✓ Dislipidemia
✓ Doenças cardiovasculares
✓ Hipertensão
✓ Lipídeos:
✓ Energia
✓ Anemia: deficiência nutricional?
✓ Potássio Suplementação ferro (medicamentosa)
Eritropoetina
✓ Fósforo
✓ Sódio ✓ Hipovitaminose D:
✓ Líquidos Tratamento individualizado
✓ Vitaminas
Metabolicamente estável
AUSÊNCIA: DRC estágios iniciais e rins policísticos:
• Doença inflamatória ou infecciosa ativa há benefício da dieta hipoproteica?
• Hospitalização recente Planejamento individual do consumo
• Diabetes muito descompensado proteico.
• ↓ Peso significante e recente
• Câncer
KDOQI, 2020
Proteína no tratamento conservador
Balanço
DRC e Mecanismos nitrogenado
saudáveis adaptativos e bom estado
nutricional
KDOQI, 2020
Proteína no tratamento conservador
KDOQI, 2020
Proteína no tratamento conservador
Vantagens Desafios
Nº de comprimidos
↓ dos sintomas urêmicos
1 para cada 5Kg
Limita a variedade de
↓ hiperfosfatemia
alimentos
Risco de desnutrição
RECOMENDAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
HD e DP, sem
1,0 a 1,2 g/kg/dia Normoproteica a hiperproteica
Diabetes*
Pacientes com risco de hipoglicemia ou
HD e DP, com
hiperglicemia, níveis maiores de proteína Normoproteica a hiperproteica
Diabetes
podem ser considerados**
*Metabolicamente estáveis, semaminoácidos
Perda de e proteínas
Diabetes e sob supervisão para o
clínica. **Avaliar dialisato a fim de auxiliar no
individualmente,
controle glicêmico. HD = Hemodiálise; DP = Diálise Peritoneal.
KDOQI, 2020
➢ Excreção de nitrogênio
• Equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA)
KDOQI, 2020
PADRÕES ALIMENTARES
KDOQI, 2020
ENERGIA
• Tratamento conservador
• Tratamento dialítico
GASTO ENERGÉTICO NA DRC
KDOQI, 2020
Tratamento conservador
KDOQI, 2020
Tratamento conservador
SUPLEMENTOS ESPECÍFICOS
DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES
De acordo com a
Proteína
recomendação
Carboidratos 50 a 60%
Lipídios 25 a 35%
KDOQI, 2020
Masud T, Mitch WE. Handbook of nutrition and the kidney, 2009
POTÁSSIO
• Tratamento conservador
• Tratamento dialítico
POTÁSSIO SÉRICO NA DRC
Consequências:
Arritmia cardíaca e
Hiperpotassemia geralmente ↑ risco de morte
tem início nos estágios mais
avançados da DRC
✓ Diálise inadequada/insuficiente
❖ Não há recomendação de ingestão para DRC.
✓Elevada concentração de K+ KDOQI, 2020
Cuppari et al. Nutrição clinica no adulto. 2019
Does dietary potassium intake associate with
hyperkalemia in patients with chronic kidney disease?
N = 95. eTFG: 23(18-29) mL/min/1.73m². Potássio → diário alimentar de 3 dias.
95% confidence interval
PARÂMETROS Odds ratio Lower Upper p
Potássio dietético, g/1000kcal/day 0.58 0.10 1.46 0.54
eTFG, mL/min/1.73m² 0.97 0.92 1.03 0.35
Diabetes mellitus 3.55 1.07 11.72 0.04
Uso de inibidores SRAA 1.29 0.39 4.29 0.67
Uso de bicarbonato 0.34 0.09 1.24 0.10
Bicarbonato sérico < 22 mEq/L 4.35 1.37 13.78 0.01
Ajustado para gênero.
Exclusivo
Ramos et al, aceito para publicação. NDT, 2020
PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES DE POTÁSSIO
Teixeira et al, resumo enviado ao CPN 2019. Nutrição na Doença Renal Crônica, 2013
ALIMENTAÇÃO E HIPERPOTASSEMIA NA DRC
• Técnicas culinárias
• Equilíbrio de
Ingestão de porções
potássio
COMO INICIAR O MANEJO DA INGESTÃO DE POTÁSSIO?
Todo paciente
deve ter esse
Descascar e Cozinhar
Desprezar Finalizar a
cuidado com
picar as em hortaliças e
a água preparação
hortaliças bastante leguminosas?
água
NÃO
➢ Por que não é recomendado cozinhar duas vezes para
reduzir conteúdo de potássio?
Cuppari, et al. Nutrire, 2004.
Manejo da ingestão de potássio
Proibido!!!
Soluços intratáveis, confusão mental,
crises epilépticas e morte
➢ Alteração da microbiota?
médico
ESTUDO DE CASO
C.A.N., sexo masculino, 55 anos, peso estável e sem edema (70kg), eutrófico de acordo com avaliação da composição corporal e IMC (24,2
kg/m²), estágio 4 da DRC, etiologia diabética. DM bem controlado, sem constipação, bicarbonato sérico normal, proteinúria discreta, em
uso de enalapril (IECA). Vem a pedido médico para manejo da hiperpotassemia (5,6 mEq/L).
Café da manhã 1º passo:
1 Pão francês com manteiga
- Avaliar causas não alimentares da hiperpotassemia.
300 ml Café com leite – meio a meio (150 ml)
1 banana-nanica
2º passo:
Almoço - Avaliar fontes de potássio consumidas:
3 colheres g de arroz - Carnes
1 concha média de feijão - Leite e iogurte
1 pires de chá de salada crua variada - Feijão
Dia alimentar habitual 2 bifes médios - Salada crua
1 copo de requeijão de suco de laranja-pêra - Frutas e suco de frutas com muito potássio
1 laranja-pêra - 1 fruta com pouco potássio
ESTUDO DE CASO
Dia alimentar habitual
CONDUTA NUTRICIONAL Café da manhã
1º Passo: 1 Pão francês com manteiga
Ver porque o paciente está ali e o que ele sabe sobre o potássio (praticar escuta) 300 ml Café com leite – meio a meio (150 ml)
1 banana-nanica
2º Passo:
Se ele não souber, explicar porque o potássio fica alto no sangue, suas causas e consequências. Almoço
3 colheres g de arroz
3º Passo: 1 concha média de feijão
1 pires de chá de salada crua variada
Explicar que, no caso dele, será importante adequar a alimentação e que criaremos juntos
2 bifes médios
algumas estratégias iniciais:
1 copo de requeijão de suco de laranja-pêra
1 laranja-pêra
➢ Reduziremos o consumo proteico - explicar porque
Lanche da tarde
➢ Fome/saciedade -> será que é necessário aumentar consumo de outros alimentos? 1 iogurte (170ml)
➢ Incluir suco de limão com mais frequência (ou outro de fruta pobre, caso ele não goste do 8 biscoitos maisena
1 maçã
limão) – explicar porque
Jantar
➢ Manter 3 frutas no dia – iniciar conversa sobre tipos de frutas (só para ele saber que não é
3 colheres g de arroz
interessante comer além disso) 1 concha média de feijão
Aumento de hormônios
fosfatúricos (PTH e CAUSAS DA HIPERFOSFATEMIA:
FGF23)
✓ Redução ou ausência de urina;
• Progressão da DRC
• Disfunção endotelial
• Calcificação vascular
• Doença cardiovascular
• Fraturas ósseas
• Aumento do FGF23 e hipertrofia ventricular esquerda Shuto E, et al. J Am Soc Nephrol. 2009.
Goodman WG, et al. N Engl J Med. 2000.
Goodman WG. Lancet. 2001.
Hruska K, et al. Kidney Int Suppl. 2011.
Foley RN. Arch Intern Med. 2007.
TRATAMENTO DA HIPERFOSFATEMIA NA DRC
❖ Estágios 3 a 5 dialítico:
ajustar o consumo de
Ingestão fósforo da dieta a fim de
• Dieta
• Quelante (diálise) manter os níveis de fosforo
Alimentar
sérico dentro da
normalidade (1B).
❖ Considerar a
biodisponibilidade do
fósforo do alimento
Diminuição na Remodelação
(origem animal, vegetal ou
excreção óssea
aditivos), quando tomar
decisões sobre a restrição de
• Adequação da diálise • Tratamento da doença
mineral e óssea da DRC fósforo da dieta (OPINIÃO).
KDOQI, 2020
Carvalho AB, Cuppari L. J Bras Nefrol. 2011.
FONTES E BIODISPONIBILIDADE DO FÓSFORO DIETÉTICO
Orgânico Inorgânico
Alimentos in natura
Alimentos processados
Biodisponibilidade:
Aditivos à base de P
Laticínios: ~90%
Biodisponibilidade:
Cárneos: ~70%
Cereais, Leguminosas, Aditivos à base de fósforo
Oleaginosas: ~30% - 40% ~100%
mg Fósforo / g Proteína
↑ Consumo
proteico Leite 29
diálise
Gema de ovo 29
Queijo 20
↑ consumo de Ovo inteiro 14
fósforo
Peixe 10
Frango 9
Carne Bovina 6
O que fazer? Clara de ovo 1,1
➢ Substituir alimentos com aditivos de fósforo por alimentos similares sem a adição
destes. (n = 134 – 3 meses)
+
Uso adequado de quelantes de P
QUELANTES DE FÓSFORO
PODER
QUELANTE VANTAGENS DESAFIOS
QUELANTE
Carbonato de cálcio
Constipação, hipercalcemia e
(40% de cálcio Baixo Baixo custo
calcificação metastática
elementar)
Maior poder
quelante com
Acetato de cálcio Constipação, náuseas,
oferta de cálcio
(25% de cálcio Moderado hipercalcemia e calcificação
menor que o
elementar) metastática
carbonato de
cálcio
Cloridrato de Não contém
Diarreia ou constipação,
sevelâmer Moderado alumínio ou
flatulência, náusea e dispepsia
(Renagel) cálcio
Assim, atua nos dois principais alvos de tratamento da DRC: Reduzir consumo de
sódio em conjunto
com modificações do
Risco de DCV estilo de vida. KDOQI, 2020
Controle da
ingestão de
líquidos e
eletrólitos
Função
renal
residual
Tempo (horas)
Fim da sessão de HD
Peso
pós-HD
Recomendações:
➢ EBPG, 2007:
✓ 500 a 1000 ml/dia + volume urinário
✓ Necessidades individuais:
Orientações gerais:
▪ Manejo do sal adicional
▪ Utilizar temperos naturais
▪ Evitar embutidos, enlatados...
▪ Não utilizar sais de K+!!!
Tratamento dialítico (HD)
Não há evidência
70% dos pacientes em
suficiente sobre os
HD suplementam
aspectos positivos e
vitaminas e minerais.
negativos dessa prática.
Dialysis Outcomes and Practice Patterns
Study (DOPPS)
❖ Qualidade da evidência dos 80 estudos controlados avaliados pelo KDOQI: Muito baixa a moderada
❖ Limitações encontradas:
✓ A maioria dos estudos não avaliaram os níveis séricos ou consumo alimentar antes de suplementar
✓ Resultados muito variados
✓ Dosagem e tempo de suplementação muito variados
KDOQI, 2020
VITAMINAS
RDA ou
Se necessário recomendação
Individualizar
suplementar de acordo com o
caso
KDOQI, 2020
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS (Dietary Reference Intakes – DRIs)
DIÁLISE
VITAMINAS CONSERVADOR HEMODIÁLISE
PERITONEAL
Tiamina (mg) 1,1 a 1,2* 1,1 a 1,2* 1,1 a 1,2*
Riboflavina (mg) 1,1 a 1,3* 1,1 a 1,3* 1,1 a 1,3*
Vitamina B6 (mg) 1,3 a 1,7* 1,3 a 1,7* 1,3 a 1,7*
Vitamina B12 (mcg) 2,4 2,4 2,4
Ácido fólico (mcg) 400 400 400
Niacina (mg) 14 a 16* 14 a 16* 14 a 16*
Biotina (mcg) 30 30 30
Ácido pantotênico (mg) 5 5 5
Vitamina C (mg) 75 a 90* 75 a 90* 75 a 90*
Valores correspondentes a RDA ou AI (quando RDA não disponível).
*Varia de acordo com sexo e idade (adulto ou idoso)
LIPOSSOLÚVEIS
• A, E, K
•D
KDOQI, 2020
ALIMENTAÇÃO NA DRC:
UM OLHAR ALÉM DO NUTRIENTE
ALIMENTAÇÃO NA DRC: UM OLHAR ALÉM DO NUTRIENTE
DRC PACIENTE
PACIENTE DRC
Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Total
Diet Approach to Healthy Eating
JOURNAL OF THE ACADEMY OF NUTRITION AND DIETETICS, 113(2), 2013.
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