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Filósofo suíço
Influenciou a Revolução Francesa
Defendeu o fim da escravidão
Foi importante para o desenvolvimento de pensadores como Karl Marx e Hannah Arendt.
Desenvolveu o conceito do "Bom selvagem"
Advertências
- Levando em conta a natureza do homem e as características das leis: Como
estabelecer a “ordem civil”?
- A resposta para essa pergunta é teórica. Rousseau se apresenta não como um político
– ou legislador – mas como um filósofo.
Advertências
- A obediência precisa ser concebida como dever e a força deve ser transformada em
direito.
§2 – O “Direito do mais forte” é uma falácia: a força pode alcançar obediência, mas não
garante um direito.
§1 – O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor, se não transformar
sua força em direito e a obediência em dever.
§ 2 – Suponhamos por um momento esse pretenso direito. Digo que dele só resulta um
galimatias inexplicável. Pois, tão logo seja a força que gera o direito, o efeito muda com
a causa; toda força que sobrepuja a primeira há de sucedê-la nesse direito. Tão logo se
possa desobedecer impunemente, torna-se legítimo fazê-lo, e, como o mais forte
sempre tem razão, basta agir de modo a ser o mais forte. Ora, o que é um direito que
perece quando cessa a força? Se é preciso obedecer pela força, não há necessidade de
obedecer por dever, e, se já não se é forçado a obedecer, também não já se é obrigado a
fazê-lo. Vê-se, pois, que a palavra direito nada acrescenta à força; não significa, aqui,
absolutamente nada.
Capítulo 4 – Da Escravidão
§2: Se um particular, diz Grotius, pode alienar sua liberdade e converter- se em escravo
de um senhor, por que todo um povo não poderia alienar a sua e tornar-se súdito de um
rei? Há aqui muitas palavras equívocas que exigem explicação, mas atenhamo-nos ao
termo alienar. Alienar é dar ou vender. Ora, um homem que se faz escravo de outro não
se dá, vende-se, pelo menos em troca de sua subsistência; mas um povo, por que se
vende? Longe de prover à subsistência de seus súditos, o rei apenas tira a sua deles, e,
segundo Rabelais, um rei não vive com pouco. Os súditos, por conseguinte, dão suas
próprias pessoas sob a condição de que se tomem também os seus bens? Não vejo o
que lhes resta para conservar.
§3: Dir-se-á que o déspota assegura aos súditos a tranquilidade civil. Seja. Mas que
ganham eles com isso, se as guerras que sua ambição lhes acarreta, se sua insaciável
avidez, se os vexames de seu ministério os desolam mais que as próprias dissensões?
Que ganham eles, se essa mesma tranquilidade é uma de suas misérias? Vive-se
tranquilo também nas masmorras, e isto bastará para que nos sintamos bem nelas? Os
gregos encerrados no antro do Ciclope viviam tranquilos ali, esperando a vez de serem
devorados.
§10: A guerra não é, pois, uma relação de homem para homem, mas uma relação de
Estado para Estado, na qual os particulares só são inimigos acidentalmente, não como
homens, nem mesmo como cidadãos, mas como soldados; não como membros da pátria,
mas como seus defensores. Enfim, cada Estado só pode ter por inimigos outros Estados,
e não homens, porquanto não se pode estabelecer nenhuma verdadeira relação entre
coisas de diversa natureza.
§10 – RESPOSTA: guerras não são entre indivíduos, mas entre estados.
§13: Mesmo admitindo-se como possível esse terrível direito de tudo matar, digo que um
escravo feito na guerra ou um povo conquistado não tem nenhuma obrigação para com
seu senhor, salvo obedecê-lo enquanto a isso é forçado. Ao tomar um equivalente a sua
vida, o senhor não lhe concedeu graça alguma: em vez de matá-lo sem proveito, matou-o
utilmente.
§1 – Situação limite.
§2 – Saída: acordo.
§3-4: O acordo precisa superar um desafio: garantir a obediência, mas sem prescindir da
liberdade
§3: Essa soma de forças só pode nascer do concurso de muitos; mas, sendo a força e a
liberdade de cada homem os primeiros instrumentos de sua conservação, como as
empregará sem prejudicar e sem negligenciar os cuidados que deve a si mesmo? Essa
dificuldade, reconduzindo ao meu assunto, pode enunciar-se nestes termos:
§4: “Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja com toda a força comum
a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só
obedeça, contudo, a si mesmo e permaneça tão livre quanto antes”. Este é o problema
fundamental cuja solução é fornecida pelo contrato social.
§2: Reduzamos todo esse balanço a termos de fácil comparação. O que o homem perde
pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto deseja e
pode alcançar; o que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que
possui. Para que não haja engano a respeito dessas compensações, importa distinguir
entre a liberdade natural, que tem por limites apenas as forças do indivíduo, e a
liberdade civil, que é limitada pela vontade geral, e ainda entre a posse, que não passa
do efeito da força ou do direito do primeiro ocupante, e a propriedade, que só pode
fundar-se num título positivo.
Posse Propriedade
§3: Em geral, para autorizar o direito do primeiro ocupante sobre um terreno qualquer,
são necessárias as seguintes condições: primeiro, que esse terreno não esteja ainda
habitado por ninguém; segundo, que dele só se ocupe a porção de que se tem
necessidade para subsistir; terceiro, que dele se tome posse, não por uma cerimônia vã,
mas pelo trabalho e o cultivo, únicos sinais de propriedade que, na ausência de títulos
jurídicos, devem ser respeitados pelos outros.
- Ocupar um terreno não habitado.
§8: “em vez de destruir a igualdade natural, o pacto fundamental substitui, ao contrário,
por uma igualdade moral e legítima aquilo que a natureza poderia trazer de
desigualdade física entre os homens, e, podendo ser desiguais em força ou em talento,
todos se tornam iguais por convenção e de direito” (ROUSSEAU)