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Questões – Epistemologia

Itens de seleção

1. De acordo com a definição tradicional de conhecimento proposicional, uma crença é


conhecimento…
(A) se for verdadeira.
(B) só se for verdadeira.
(C) só se for justificada de forma infalível.
(D) se for justificada de forma infalível.

2. Uma proposição que não corresponda aos factos não constitui conhecimento porque…
(A) pode saber-se que algo é falso.
(B) é um facto que há conhecimento.
(C) em de ser muito bem justificada.
(D) só se conhece o que é verdadeiro.

3. Qual das seguintes afirmações expressa conhecimento a priori?


(A) Um círculo não é quadrado.
(B) O Sol vai nascer amanhã.
(C) A relva é verde.
(D) O céu é azul.

4. De acordo com o ceticismo, …


(A) nenhuma das nossas crenças é verdadeira.
(B) nenhuma das nossas crenças está justificada.
(C) nem todas as nossas crenças se justificam com base noutras.
(D) o conhecimento não precisa de justificação.

5. Considera as afirmações seguintes.

1. Tanto Hume como Descartes admitem haver conhecimento a priori e conhecimento a


posteriori.
2. Descartes defende que as ideias claras e distintas são certas.
3. De acordo com Hume, nenhuma crença verdadeira pode ser justificada apenas pelo
pensamento.

(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.


(B) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(C) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(D) 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.

EN 2020 1F

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Questões – Epistemologia

6. Qual dos seguintes enunciados seria considerado mais evidente por Descartes?
(A) Eu existo.
(B) Deus existe.
(C) O Génio Maligno existe.
(D) O mundo exterior existe.

7. Qual dos seguintes enunciados seria considerado mais evidente para Hume?
(A) Eu existo.
(B) Deus existe.
(C) O mundo exterior existe.
(D) Tenho uma impressão de vermelho.

8. Hume defendeu que todas as nossas ideias têm origem em…


(A) pensamentos.
(B) hábitos.
(C) impressões.
(D) sentimentos.

9. Segundo Hume, um cego de nascença…


(A) pode ter uma ideia da cor azul e, por conseguinte, nem todas as ideias são cópias de
impressões.
(B) não pode ter uma ideia da cor azul e, por conseguinte, nem todas as ideias são cópias de
impressões.
(C) pode ter uma ideia da cor azul e, por conseguinte, todas as ideias são cópias de impressões.
(D) não pode ter uma ideia da cor azul e, por conseguinte, todas as ideias são cópias de
impressões.

10. Segundo Hume, a nossa ideia de causalidade…


(A) não tem origem na experiência, pois trata-se de uma relação de ideias.
(B) tem origem na experiência, pois observamos uma conexão necessária entre dois
acontecimentos.
(C) não tem origem na experiência, pois nunca observamos uma conexão necessária entre dois
acontecimentos.
(D) tem origem na experiência, apesar de nunca observarmos uma conexão necessária entre
dois acontecimentos.

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Questões – Epistemologia

11. Considera as afirmações seguintes.

1. Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados


dos catetos.
2. Pitágoras estudou as propriedades do triângulo retângulo.

De acordo com Hume, …


(A) 1 exprime uma relação de ideias; 2 exprime uma questão de facto.
(B) 1 exprime uma questão de facto; 2 exprime uma relação de ideias.
(C) 1 e 2 exprimem questões de facto.
(D) 1 e 2 exprimem relações de ideias.
EN 2020 2F

12. De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca de regularidades futuras devem-se…
(A) ao intelecto ou razão.
(B) ao hábito ou costume.
(C) à uniformidade da natureza.
(D) à ideia inata de causalidade.
EN 2020 2F

13. Imagina que submetias as tuas opiniões ao teste da dúvida proposto por Descartes. Qual das
opiniões seguintes seria a mais resistente à suspeita de falsidade?
(A) Existem outras pessoas no mundo.
(B) Neste momento, ouço uma voz grave.
(C) Neste momento, não estou a sonhar.
(D) Dois vezes seis é igual a treze menos um.
EN 2019 1F

14. Considera as frases seguintes.

1. A relva é verde.
2. Se a relva é verde, é colorida.

É correto afirmar que…


(A) ambas exprimem conhecimento a priori.
(B) ambas exprimem conhecimento a posteriori.
(C) 1 exprime conhecimento a priori; 2 exprime conhecimento a posteriori.
(D) 1 exprime conhecimento a posteriori; 2 exprime conhecimento a priori.

EN 2019, 2F

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Questões – Epistemologia

15. De acordo com a análise tradicional do conhecimento, …


(A) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha
nascido nesse ano.
(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para
que tenha nascido nesse ano.
(C) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa
nasceu nesse ano.
(D) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu
nesse ano.
EN 2018, 1F

16. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção, …
(A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência.
(B) as verdades matemáticas são questões de facto.
(C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias.
(D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.
EN 2018 1F

17. Imagina que Descartes era forçado a concluir que, afinal, Deus pode ser enganador; nesse
caso, para ser coerente, ele teria de aceitar que…
(A) apenas as sensações corporais podem ser falsas.
(B) as ideias claras e distintas podem ser falsas.
(C) é falsa a ideia de que ele próprio existe enquanto pensa.
(D) os sentidos são mais importantes do que a razão.
EN 2018 2F

18. A principal finalidade do método proposto por Descartes é…


(A) descobrir quais são as ideias claras e distintas.
(B) estabelecer os fundamentos do conhecimento.
(C) provar que os sentidos nos enganam.
(D) mostrar que existe um ser perfeito.
EN 2016 2F

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Questões – Epistemologia

19. Considera as frases seguintes.

1. O italiano é a língua oficial da Itália.


2. Todos os sólidos ocupam espaço.

É correto afirmar que…


(A) ambas exprimem conhecimento a priori.
(B) ambas exprimem conhecimento a posteriori.
(C) 1 exprime conhecimento a priori; 2 exprime conhecimento a posteriori.
(D) 1 exprime conhecimento a posteriori; 2 exprime conhecimento a priori.
EN 2016 1F

20. Hume considera que…


(A) as impressões são cópias das ideias.
(B) as ideias são cópias das impressões.
(C) não há distinção entre impressões e ideias.
(D) não há relação entre impressões e ideias.
EN 2016 1F

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Questões – Epistemologia

Itens de resposta restrita

1. Lê com atenção o texto que se segue.

Depois disto, tendo refletido sobre o que duvidava e que, por consequência, o meu ser
não era inteiramente perfeito, pois via claramente que conhecer é uma maior perfeição
do que duvidar, lembrei-me de procurar de onde me teria vindo o pensamento de
alguma coisa mais perfeita do que eu; e conheci, com evidência, que se devia a alguma
natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita. […] De maneira que restava apenas que
ela tivesse sido posta em mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais
perfeita do que eu, e que até tivesse em si todas as perfeições de que eu podia ter
alguma ideia, isto é, para me explicar com uma só palavra, que fosse Deus.
René Descartes (1637). Discurso do Método. Trad. João Gama.
Lisboa: Edições 70, 2013, pp. 52-53 (adaptado)

1.1 Formula uma objeção ao argumento apresentado no texto.

2. Lê com atenção o texto que se segue.


E por mais que os melhores espíritos estudem isto, tanto quanto lhes agradar, não creio
que possam apresentar alguma razão que seja suficiente para eliminar essa dúvida, se
não pressupuserem a existência de Deus. Pois, primeiramente, aquilo mesmo que há
pouco tomei como regra, isto é, que são inteiramente verdadeiras as coisas que
concebemos muito clara e distintamente, só é certo porque Deus é ou existe, e porque é
um ser perfeito e tudo o que existe dele nos vem. Donde se segue que as nossas ideias
ou noções, sendo coisas reais e que provêm de Deus em tudo aquilo em que são claras e
distintas, unicamente podem ser verdadeiras.
René Descartes (1637). Discurso do Método. Trad. João Gama.
Lisboa: Edições 70, 2013, p. 59 (adaptado)

2.1 Qual é a importância da ideia de Deus no racionalismo cartesiano?


2.2 Partindo do texto, formula uma objeção ao racionalismo cartesiano.

3. Lê com atenção o texto que se segue.

A mesa que vemos parece diminuir à medida que dela mais nos afastamos, mas a mesa real,
que existe independentemente de nós, não sofre qualquer alteração; não era, pois, nada a
não ser a sua imagem o que estava presente ao espírito. Estes são os óbvios ditames da
razão; e ninguém capaz de refletir jamais duvidou de que as existências que consideramos
quando dizemos esta casa e aquela árvore não passam de perceções na mente, cópias ou
representações transitórias de outras existências que permanecem uniformes e
independentes.
David Hume (1748). Investigação sobre o Entendimento Humano.
Trad. João Paulo Monteiro. Lisboa: INCM, 2002, p. 164

3.1 Compara as conclusões de Descartes e de Hume no que diz respeito à nossa possibilidade de
conhecer o mundo exterior.

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Questões – Epistemologia

4. Lê com atenção o texto que se segue.

Depois disto, tendo refletido que duvidava e que, por consequência, o meu ser não era
inteiramente perfeito, pois via claramente que conhecer é uma maior perfeição do que
duvidar, lembrei-me de procurar de onde me teria vindo o pensamento de alguma coisa
mais perfeita do que eu; e conheci, com evidência, que se devia a alguma natureza que
fosse, efetivamente, mais perfeita. […] De maneira que restava apenas que ela tivesse sido
posta em mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais perfeita do que eu, e que
até tivesse em si todas as perfeições de que eu podia ter alguma ideia, isto é, para me
explicar com uma só palavra, que fosse Deus.
René Descartes, Discurso do Método, Trad. João Gama,
Lisboa, Edições 70, 2013, pp. 52-53

4.1 Este argumento de Descartes é a priori ou a posteriori? Justifica a tua resposta.


4.2 Será que Hume concorda com Descartes acerca da origem da ideia de Deus? Porquê?

5. Lê com atenção o texto que se segue.


Para Hume, a ideia de causa [segundo a resposta tradicional] é a ideia de “conexão
necessária”. O seu argumento aponta em duas direções: primeiro, para a demolição da ideia
de que existem conexões necessárias na realidade; segundo, para uma explicação do facto
de nós termos, não obstante, a ideia de conexão necessária. […]
A ideia de conexão necessária não se pode derivar de uma impressão de conexão
necessária, pois tal impressão não existe. […] Não podemos observar nada da relação entre
os acontecimentos particulares A e B, a não ser a sua contiguidade no espaço ou no tempo e
o facto de A preceder B. Dizemos que A causa B apenas quando a conjunção de
acontecimentos do tipo A e do tipo B é constante ‒ ou seja, quando há uma conexão regular
de acontecimentos do tipo A e do tipo B, levando-nos a esperar B sempre que observamos
um caso de A. Tirando esta conjunção constante, nada mais há que observemos, e nada
mais que pudéssemos observar, na relação entre A e B que pudesse constituir um vínculo de
“conexão necessária”.
Roger Scruton (1982). Breve História da Filosofia Moderna.
Lisboa: Guerra & Paz, 2010, pp. 165-166

5.1 Hume mostra que "a ideia de conexão necessária não se pode derivar de uma impressão de
conexão necessária, pois tal impressão não existe". Qual é, então, para Hume, a origem da
ideia de conexão necessária?

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Questões – Epistemologia

6. Lê com atenção o texto que se segue.

Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas sensíveis
antes que tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento da
verdade por muitos preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser
que, uma vez na vida, nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a
mínima suspeita de incerteza. Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas
coisas de que duvidamos, para que assim encontremos mais claramente o que é certíssimo e
facílimo de conhecer.
René Descartes (1644). Princípios da Filosofia. Lisboa: Editorial Presença, 1995, p. 51

6.1 A partir do texto, esclarece o papel da dúvida cartesiana no "conhecimento da verdade".

7. Lê com atenção o texto que se segue.

Estabelecemos [...] que todos os corpos […] são compostos de uma mesma matéria,
indefinidamente divisível em muitas partes [...], as quais se movem em direções diferentes
[…]; além disso, estabelecemos [...] que continua a haver a mesma quantidade de
movimentos no mundo. No entanto, não podemos determinar apenas pela razão o tamanho
dos pedaços de matéria, ou a que velocidade se movem […]. Uma vez que há inumeráveis
configurações diferentes de matéria, […] apenas a experiência pode ensinar-nos que
configurações realmente existem.
René Descartes (1644). "Les principes de la philosophie". Oeuvres de Descartes, IX.
Paris: Vrin, 1996, p. 124 (adaptado)

7.1 Identifica os factos referidos no texto que, de acordo com Descartes, são determinados a
priori e os que são determinados a posteriori.
EN 2021 1F
7.2 Colocando-te na perspetiva de Hume, como avaliarias a distinção exposta no texto por
Descartes? Na tua resposta, considera os factos referidos no texto.
EN 2021 1F

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Questões – Epistemologia

Itens de resposta extensa

1. Lê com atenção o texto que se segue.

Suponhamos então que a mente seja, como se diz, uma folha em branco, sem quaisquer
carateres, sem quaisquer ideias. Como é que a mente recebe as ideias? […] De onde tira
todos os materiais da razão e do conhecimento? A isto respondo com uma só palavra: da
experiência.
John Locke (1690). Ensaio sobre o Entendimento Humano, Vol. I.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, p. 106 (adaptado)

1.1 O texto parece sugerir que não há conhecimento a priori acerca do mundo. Concordas com
essa perspetiva? Porquê?

2. Lê com atenção o texto que se segue.

Resolvi supor que todas as coisas que até então tinham entrado no meu espírito não eram
mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo a seguir, notei que,
enquanto assim queria pensar que tudo era falso, era de todo necessário que eu, que o
pensava, fosse alguma coisa. E notando que esta verdade: penso, logo existo era tão firme e
tão certa que todas as extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de a abalar,
julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que
procurava.
René Descartes (1637). Discurso do Método. Trad. João Gama.
Lisboa: Edições 70, 2013, pp. 50-51

2.1 Será que Descartes conseguiu alcançar aquilo que se propôs fazer no seu projeto? Porquê?
Na tua resposta deves:
– indicar qual é o objetivo do projeto cartesiano; e
– apresentar, justificadamente, a tua opinião sobre o sucesso ou insucesso deste projeto.

3. De acordo com Descartes, a ciência teria de se basear em princípios irrefutáveis, que seriam
verdades evidentes e conhecidas a priori, por intuição intelectual. Essas verdades incluem os
factos básicos da realidade física. Concordas com esta perspetiva de Descartes?
Na tua resposta, deves:
− clarificar o problema da justificação do conhecimento;
− apresentar inequivocamente a tua posição;
− argumentar a favor da tua posição, recorrendo a aspetos que considerares relevantes da teoria
empirista ou da teoria racionalista do conhecimento.
EN 2021, 2F (adaptado)

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