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APELAÇÃO CÍVEL Nº 5054487-61.2016.4.04.

7100/RS
RELATORA : Des. Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO RIO
APELANTE :
GRANDE DO SUL - CRMV/RS
APELADO : GERSON AMAURI FENSTERSEIFER
ADVOGADO : TAÍS FENSTERSEIFER

RELATÓRIO

Trata-se de ação em que o autor pretende a declaração de inexistência de relação jurídica que o
obrigue a se registrar perante o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul -
CRMV/RS e a contratar médico veterinário para atuar como responsável técnico. Busca, ainda, a anulação dos
débitos constituídos pelo órgão fiscalizador.

Sentenciando o feito, o MM. Juízo a quo ratificou a decisão que antecipou os efeitos da tutela e
julgou procedente o pedido para reconhecer a inexistência de relação jurídica que obrigue a parte autora a
manter registro perante o CRMV/RS e a contratar profissional da área, bem como a inexigibilidade das multas
impostas, consubstanciadas nos autos de infração 130/2014, 132/2015, 133/2015 e 134/2015. Condenou a parte
ré ao ressarcimento das custas adiantadas pelo autor e ao pagamento de honorários advocatícios, que foram
fixados em R$ 1.000,00, corrigidos monetariamente pelo IPCA-E, com fundamento no art. 85, § 8º, do
CPC/2015, considerando a natureza da causa e a ausência de instrução probatória, além da documental.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul - CRMV/RS


apela, sustentando que a exigência de registro da parte apelada está fundamentada no exercício de atividade
com entreposto de mel, havendo, assim, subsunção ao rol disposto na Lei 5.517/68. Alega que a relevância da
questão objeto da lide não diz respeito apenas aos interesses particulares da apelada, mas de saúde pública,
humana e animal. Assevera que a Lei nº 1.283/50 e os Decretos 467/69 e 505/2004 estabelecem que nenhum
produto de origem animal pode ir a consumo sem fiscalização. Refere que houve alteração no art. 4º da referida
lei, estabelecendo as competências para a realização da fiscalização no âmbito federal, estadual e municipal.
Argumenta que o médico veterinário possui competência privativa para realizar o planejamento e a execução da
defesa sanitária animal dentro das indústrias que exercem as atividades de entreposto de mel e de produtos de
origem animal. Assevera que a anotação de responsabilidade técnica - ART se dá nos termos da Resolução nº
02/2005 do CRMV/RS. Em suma, pugna pelo reconhecimento de relação jurídica entre as partes que obrigue a
apelada a se registrar no Conselho, com os respectivos pagamentos de anuidade e a contratar médico
veterinário como responsável técnico. Postula o provimento do recurso.
Com contrarrazões, vieram os autos a este Tribunal.

É o relatório.

Desembargadora Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA


Relatora

Documento eletrônico assinado por Desembargadora Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, Relatora, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de
2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9033429v9 e, se
solicitado, do código CRC 1938A8B1.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): Vânia Hack de Almeida
Data e Hora: 23/08/2017 19:17

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