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O Acordo de Estocolmo foi criado a partir de uma série reuniões protagonizadas pelos grupos

conflitantes, entre os dias 6 e 13 de dezembro de 2018, na cidade de Estocolmo, Noruega.

Sobre a tutela das Nações Unidas, o Acordo de Estocolmo tinha como principal objetivo de
discussão da situação humanitária do Iémen e a criação de um mecanismo para garantir a
segurança, subsistência e sobrevivência dos civis. Destas reuniões, concluiu-se três pontos-
chave que necessitavam de intervenção urgente:

 Havia a necessidade de chegar a um acordo sobre a situação da cidade de Hodeidah,


com visa a proteger o porto Hodeidah, maior porto do Iémen e principal forma de
importar alimentos e bens necessários, assim como proteger os portos de Salif e Ras
Issa.
Para isto, as partes conflitantes concordaram num cessar-fogo imediato nestes locais,
redistribuição das forças militares, retirando-as destes pontos, aumento da segurança
nos portos, o estabelecimento de um Comité Conjunto de Coordenação de
Redistribuição (joint Redeployment Coordination Committee) presidido pelas Nações Unidas
e o uso dos lucros dos portos para suportar o pagamento dos serviços civis prestados.
Este aumento da presença da ONU nas cidades de Hodeidah e nos portos permitiu o
“peacekeeping”, isto é, manter a paz nestas áreas.

 O segundo ponto essencial a se rever era a existência de indivíduos presos, detidos,


raptados e desaparecidos em ambos os lados do conflito. Para isto, ambas as partes
concordaram em fornecer ao Escritório do Enviado Especial das Nações Unidas (Office
of the Special Envoy) e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha - CICV (International
Committee of the Red Cross - ICRC) uma lista de todos os indivíduos que foram presos,
raptados ou detidos no meio do conflito, para assim ser possível começar-se a focar
na logística e parte técnica da retirada/extração dos indivíduos.

 O terceiro e último é a resolução do caso de Taiz. As partes concordaram em criar um


comité conjunto para se debater a questão de Taiz, com a inclusão de membros
representativos tanto dos militares como dos civis, assim como a participação da
ONU.

Resultados:

 O cessar-fogo em Hudaydah e nos portos, implantado a 18 de dezembro de 2018,


contribuiu para a criação de um ambiente mais seguro para os civis. Estimasse que
150mil pessoas que haviam saído da cidade devido aos conflitos retornaram após o
cessar-fogo. Este também permitiu um aumento das organizações de ajuda
humanitária, permitindo o aumento da sua área de atuação. Foi instalado um Centro
de Operações Conjunta para o controle e manutenção do cessar-fogo, centro este o
único local onde ambas as partes trabalham diretamente em conjunto para um
objetivo. Para além disso foram criados cinco Postos de Observação Conjunta para
monitorar a situação e prevenir futuras escaladas de conflitos, o que resultou numa
significativa redução da violência e números de conflitos nas fronteiras da cidade.
Sobre os lucros vindo dos portos, ambas as partes acordaram em criar um mecanismo
onde estes lucros iriam para um depósito numa conta especial em um Banco Central
supervisionado pela ONU.
 Sobre os prisioneiros, começou logo após o acordo um processo de estabelecimento
de acordos e iniciativas a fim de libertar centenas de prisioneiros, incluindo menores.

https://osesgy.unmissions.org/year-after-stockholm-agreement-where-are-we-now

https://osesgy.unmissions.org/sites/default/files/stockholm_agreement_-.pdf

https://osesgy.unmissions.org/sites/default/files/hodeidah_agreement_0.pdf

https://osesgy.unmissions.org/sites/default/files/taiz_agreement.pdf

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