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Podcast
Disciplina: Introdução à teoria psicanalítica: gênese e
estrutura da Psicanálise
Título do tema: O modelo topográfico do aparelho psíquico: Primeira
Tópica
Autoria: Isadora Di Natale Nobre
Leitura crítica: Karla Cristina Gaspar

Abertura:

Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar de uma curiosidade no


desenvolvimento da teoria psicanalítica, no que se refere ao início dos estudos
sobre sexualidade.

O caso considerado o primeiro caso de Psicanálise, o de Anna O., fora


atendido por Josef Breuer e não por Freud. Nele, já estava presente a temática
da sexualidade, porém não foi explorada e descrita por Breuer na ocasião.

Quando ele e Freud escrevem o livro “Estudo sobre a Histeria” (1893-95), no


capítulo em que Breuer apresenta o caso, não é pontuada a existência da
sexualidade na origem dos sintomas apresentados por sua paciente.

A partir de alguns escritos de Freud posteriores ao livro de 1893-95, podemos


encontrar novas informações sobre o caso de Anna O., principalmente sobre o
seu desfecho.

Após um período sem sintomas, Anna O. apresenta uma nova crise. Breuer é
chamado para sua casa às pressas, onde a mesma se encontra contorcida na
cama, como se estivesse em trabalho de parto. Quando o médico chega, ela
faz referência ao “filho do doutor B.” que estava chegando.

Nesse momento, Breuer, muito constrangido pela situação, decide encaminhar


o caso a outro médico e não mais se encontrar com Anna O.

Freud avalia tal acontecimento como um importante elemento às suas


hipóteses, o qual ele mesmo reencontrou e confirmou pelos seus próprios
atendimentos clínicos. A sexualidade estava sim na base da origem da
formação dos sintomas histéricos, ou seja, a origem dos sintomas histéricos
comporta forças pulsionais de origem sexual. E isso já estava presente desde
Anna O.

Além disso, esse caso também traz a semente do desenvolvimento posterior


da transferência amorosa, sua existência e relação fundamental da análise.

Podemos até concluir que alguns conceitos que formaram a base da teoria
psicanalítica nasce da censura do próprio médico que reprime conteúdos
sexuais do caso que acompanha. Claro, pensando nos valores culturais da
época – Europa do final do século XIX – assumir a existência da sexualidade
na base dos sintomas neuróticos e estudá-la a fundo como Freud o fez, exige o
enfrentamento de muitas barreiras e duras críticas. Imaginem então falar e
explorar a sexualidade infantil?

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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