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Políticas Públicas

.Conceitos:

- Política: forma de gestão; instituição de poder; prática do estado


- As teorias psicológicas foram criadas para atender a elite, e não a população em geral;
apresentam baixa resolutividade para as questões sociais.
- Cidadania: “cidadão de bem” foi um termo criado pela religião, burguesia e família. É um
padrão que nos foi ensinado.
- Atendimento diferenciado no público e no privado.
- Elementos socio-culturais influem em conflitos sociais (ex do racismo) -> O Estado cria uma
política pública para isso (lei) -> a educação pode mudar isso

. Política Pública:

- Conjunto de atividades que dizem respeito à ação do governo


- Função de sanar conflitos e estabilizar a sociedade pela ação da autoridade (poder)
- Administrar a convivência pacífica entre diferentes sujeitos com interesses particulares e
que buscam a felicidade, pela ação do estado (inclusão social, diversidade)
- “É o que o governo escolhe ou não fazer” “É feita por atores públicos e privados”
- Não é certa ou errada, pois depende de onde ela seja aplicada, pois locais diferentes tem
necessidades diferentes.

. Estado:

- Conjunto de pessoas e instituições que formam a sociedade juridicamente organizada sobre


um determinado território, determinado pelo governo.
- Formado por um território limitado, sua população e um governo.
- Responsável pela ordem, justiça e bem comum da sociedade.
- Tem acesso a um limitado recurso para atender as demandas sociais; A política pública não
sobrevive sem financiamento
- Pessoas que não são capacitadas ocupando cargos importantes afeta negativamente as
políticas públicas.
- Funções do Estado:

> Definir e manter prioridades entre muitas demandas conflitantes; Inovar quando as políticas
existentes tiverem falhado;

> Direcionar recursos para onde eles sejam mais eficazes (devemos fiscalizar);

> Representar interesses difusos e desorganizados além dos que são bem concentrados e
organizados

> Coordenar objetivos conflitantes num todo coerente; Ser capaz de impor perdas a grupos
poderosos.

> Assegurar a implementação efetiva das políticas governamentais uma vez que elas tenham sido
decididas

> Assegura a estabilidade das políticas para que elas tenham tempo de surtir efeito;

> Assumir e manter compromissos internacionais nas áreas de comércio e defesa nacional;

> Assegurar cisões políticas para que a sociedade não degenere em guerra-civil;
> Assegurar a adaptabilidade das políticas quando as mudanças das circunstâncias exigirem

> Assegurar coerência entre diferentes âmbitos de políticas para que novas políticas sejam
compatíveis com as já existentes.

> Assegurar uma coordenação eficiente das políticas entre os diferentes atores que operam num
mesmo âmbito de políticas.

. Características da Política Pública:

- É necessário que se baseie em programas concretos, linhas de ação, critérios e normas,


planos, previsões orçamentárias, humanas, materiais, disposições constitucionais, leis,
regulamentos, decretos e resoluções administrativas...
- Estabilidade: não significa que elas não podem ser alteradas, mas que as alterações tendem
a responder a mudanças nas condições econômicas ou ao fracasso de políticas anteriores,
não a mudanças políticas. As mudanças devem ser gradativas, aproveitando as realizações
de administrações anteriores.
- Adaptabilidade: Devem ser passíveis de adaptações e ajustes quando as circunstâncias
mudam ou serem alteradas quando for evidente que não estão funcionando.
- Coerência e Coordenação: as políticas tem que ser compatíveis com outras políticas e
resultam de ações bem coordenadas entre atores que participam de sua formulação e
implementação. A falta de comunicação e cooperação podem levar à fragmentação da
formulação de políticas (BALCANIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS)
- Qualidade da implementação e da aplicação efetiva: a política pode ser ineficaz se não for
bem implementada e aplicada, a qualidade de implementação está associada à capacitação
do corpo técnico (ou burocracia)
- Consideração do interesse público: grau em que as políticas promovem um bem-estar geral
e consideram o interesse público, ou tendem a favorecer determinados indivíduos, facções
ou regiões sob a forma de projetos com benefícios concentrados, subsídios ou brechas
fiscais.
- Eficiência: capacidade do Estado de alocar seus recursos à atividades que tenham maiores
retornos sociais; está relacionado à consideração do interesse público.

.Tipos de Políticas Públicas:

- Política social: saúde, educação, habitação e precidência social


- Política macroeconômica: fiscal, monetaria, cambial e industrial
- Política administrativa: democracia, descentralização, participação social
- Política específica ou setorial: meio ambiente, cultura, agrária, direitos humanos...

. Arenas Decisórias:

- Distributivas: financiadas pelo conjunto da sociedade; O governo distribui recursos a uns,


sem que isso afete outros grupos ou indivíduos; São utilizadas para estimular setores e
atividades já existentes como a concessão de subsídios, isenções tarifárias, incentivos ou
renúncias fiscais.
- Regulatórias: há beneficiados e prejudicados, estabelecendo controle, regulamento e
padrões de comportamento de certas atividades políticas; Arena menos estável; Nasce do
conflito entre coalizões políticas de interesses opostos; As regulamentações dos setores
econômicos e de serviços, como as telecomunicações, regras de tráfego aéreo, códigos de
trânsito, leis ambientais, defesa do consumidor.
- Redistributivas: Objetiva redistribuir recursos financeiros, direitos e outros benefícios entre
os grupos sociais, através de mecanismos que diminuam as desigualdades; Para que alguns
ganhem, outros tem que perder; Forma direta (transferências monetárias) ou indiretas
(influenciam a longo prazo a redução das desigualdades); Como programas de previdência,
seguro-desemprego, cotas raciais, bolsa-família, reforma agrária.
- Constitutivas ou políticas reguladoras: estabelecem regras sob as quais outras políticas
públicas são selecionadas; como as regras do sistema político eleitoral, a distribuição de
competências entre os poderes e esferas, regras das relações intergovernamentais, regras
da participação da sociedade civil em decisões públicas.

. Finalidades das Políticas Públicas:

- Preventivas: minimizar ou impedir problemas sociais graves; todos contribuem para o seu
financiamento indireto pelo sistema triibutário; como políticas de emprego, salário, saúde
pública, saneamento, educação e nutrição.
- Compensatórias: programas sociais destinados a remediar desequilíbrios gerados pelo
processo de acumulação e que visam solucionar problemas gerados pela ineficiência do
sistema político; Tem diversas formas de financiamento; Tem impacto reduzido pois o fator
originário do problema não é alterado; como previdência social, de alfabetização,
qualificação profissional, habitação, assistencia ao menor.
- Stricto Sensu: explicitamente orientadas para a redistribuição de renda e de benefícios
sociais; como o bolsa-família, bolsa-escolha, vale-refeição e etc.

. Alcance das ações das Políticas públicas:

- Focalizadas: se destinam a um público ou condição específica; os destinatários são definidos


pelo nível de necessidades, pobreza ou risco; como bolsa-família, programa de alfabetização
de adultos, assitencia ao menor...
- Universalista: se destinam a todos; Como políticas de saúde, de educação, de assistência
social...

. Novas áreas de políticas públicas:

- Necessidades de novas demandas da sociedade moderna; amplia as intervenções do Estado


na realidade social; como o meio ambiente.

Política de Saúde

. Antes do SUS:

- Brasil na colônia império: problemas de higiene eram responsabilidade das autoridades


locais; a assistencia aos pobres era feita pelas casas de misericórdia, pela caridade e
filantropia.
- 1889 – 1930 (República velha): industrialização e crescimento urbano, campanhas sanitárias,
saúde ligada ao Ministério da Justiça, Ley Elboy Chaves (CAPS) (marco da previdência social),
lei contemplava trabalhadores urbanos, era responsável pelos benefícios pecuniários e
médicos dos operários que se organizavas em associações; Estado não participava dos
custeio das Caixas ficando a cargo dos empregados e empregadores;
- 1930 a 1945 (Vargas): Sistema de proteção social no Brasil, Instituto de Aposentadoria e
Pensão (IAP) (organizado por categoria nacional mais dependente do governo); Crescimento
do Estado e entrada de capital estrangeira, criação de órgaos de saúde pública
- Criação do Ministério da saúde (1953): cuidar da Saúde pública e prestar serviços aos
pobres, desempregados e trabalhadores informais
- 1960- Lei Orgânica da Previdência Social; 1964- Fusão dos IAPS no Instituto Nacional de
Previdência Social; 1977- Sistema Nacional de Previdência Social e Assistência Social; 1978 –
Conferência Mundial de Saúde de Alma – Ata;
- 1981 – Criação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP)
que elaborou um novo plano de reorientação da Assistência Médica;
- 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde 1988 – Aprovação da nova Constituição Brasileira;
1990 – Sistema Único de Saúde, Lei n. 8080;
- Transição Democrática: Crise do sistema de saúde; Lei 6.229 Sistema Nacional de

Saúde;

> Antecedentes da Reforma Sanitária Brasileira e do SUS: SBPC, CEBES, ABRASCO

> Movimento Social: Reforma SB;

> 1979 CEBES > proposta do SUS;

. 8° Conferência Nacional de Saúde (1986): Saúde como direito inerente à cidadania; Reformulação
do sistema nacional de saúde ; Financiamento do setor saúde

- Ampliação do conceito de saúde; Reconhecimento da Saúde como direito de todos e dever


do Estado; Criação do SUS; Participação popular; Constituição e ampliação do orçamento
social; CNRS (Comissão Nacional da Reforma Sanitária);

. Reforma Sanitária:

- Movimento sanitário: Fomentou a participação da sociedade civil nas suas demandas pela
redemocratização do país; Buscou conciliar a produção de conhecimento e a prática política.
- “Um movimento que reúne intelectuais, profissionais da área de saúde, organizações e
associações, tendo como referencial ético a saúde como valor universal, o que só pode ser
concretizado através da reformulação do sistema, para atingir a universalização e equidade”

. Artigo 196 ao 200 da CF:

- Acesso Universal ; Acesso igualitário


- Promoção: atuar sobre os determinantes socioambientais, cultivando o bem-estar e a
qualidade de vida / Proteção: Disponibilidade de ações que possam reduzir ou eliminar
riscos / Recuperação: proporcionar diagnóstico precoce, tratamento oportuno e limitação
do dano;
- Rompe com a lógica neoliberal de sujeito individual; CMS ( a população participa)
- A partir das leis orgânicas 8080/90 8142/92 é que o SUS é criado
- Níveis de Atenção à saúde:

> Primário (promoção): atuar sobre determinantes socioambientais, cultivando o bem-estar e


prevenção

> Secundário (proteção): ações que possam diminuir riscos; ambulatórios e centros de
especialidades; setor mais carente
> Terciário (recuperação): promover diagnóstico precoce, tratamento e limitação do dano; centros
de reabilitação; setor mais caro

- RAS (Rede de atenção à saúde): hierarquizada e regionalizada

> Os municípios dividem seu território em regiões de saúde, onde são ofertados 3 níveis; existe uma
UBS em cada região.

> UPA (unidade de próprio atendimento), ambulatório, saúde mental e atenção primária compõem
essa rede;

> A atenção primária é parte central para não sobrecarregar outros níveis.

. Diretrizes Organizativas:

- Descentralização: inverte a pirâmide tradicional que tende a priorizar o nível federal, a


responsabilidade passa a ser dos municípios.
- Regionalização: organização dos serviços de saúde em cada região para que a população
tenha acesso a todos os tipos de atendimento e faça valer as diferenças entre regiões.
- Hierarquização: Uso dos recursos disponíveis de uma forma racional para atender mais e
melhor as pessoas (Baixa, média e alta complexidade); fluxos assistenciais entre níveis de
atenção
- Participação comunitária (controle social): se concretiza por meio de conferências de saúde
e dos conselhos de saúde; Intervenção direta na gestão de sistemas e serviços de saúde.

----------> SUS: conjunto de ações e serviços públicos de saúde, compondo uma rede regionalizada e
hierarquizada organizada a partir das diretrizes de descentralização, integralidade e participação da
comunidade.

. Princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade

- Integralidade: crítica ao modelo biomédico, humanização na saúde e adoção de uma clínica


ampliada em saúde; Construção de diálogo entre gestores e usuários, organização de redes
de atenção a saúde, responsabilização pelo usuário dentro ddo sistema.

> Políticas Especiais: desenhadas para dar respostas a um determinado problema de saúde ou aos
problemas de saúde que afligem um certo grupo populacional”; Essas politicas atuam tanto na
assistência à saúde (com medidas curativas), como na promoção de saúde com medidas que, além
de serem preventivas, possibilitam à população participar ativamente dos processos e melhoria de
qualidade de vida para todos.

. Colaboração dos profissionais de saúde na formulação de políticas especiais:

- Atuando nos canais oficiais de participação (Conselhos de saúde e conferências de saúde);


Identificando necessidades de saúde de grupos específicos; Participando do processo
coletivo de construção de uma pauta política para a busca de soluções para esses
problemas, realizando pesquisas e promovendo conhecimentos que possam subsidiar a
criação de Políticas Públicas;

. Inserção da psicologia nos serviços: incorporação dos determinantes sociais do adoecimento e dos
aspectos subjetivos relacionados à experiência do bem-estar.

. OBS:
- Multidisciplinar: realiza os cuidados entre diferentes profissionais, conversam entre si, mas
cada um segue o planejamento do seu próprio tratamento;
- Pluridisciplinar: é a mesma coisa, porém tem um certo grau de colaboração na execução dos
serviços
- Interdisciplinar: realiza o trabalho integrado, com articulações entre os saberes, trocas
contínuas, menos hierarquização entre os profissionais, comunicação fluida e intervenções
comuns.
- Transdisciplinar: permite o maior trânsito entre as disciplinas, pois não há fronteiras entre
elas.

A psicologia na Saúde Mental

-> Transição do modelo de cuidado em saúde mental final da década de 70: Lei 10216/01 (lei da
reforma e leis orgânicas.

-> RAPS: rede de atenção psicossocial

. O percursor da Reforma Psiquiátrica:

- Grécia antiga: problema familiar e privado; Na idade média: isolamento e risco.


- Séc XVI e XVIII:

> Hospitalização > abrigamento > proteção e guarda (não só dos loucos, mas de qualquer um que
não se encaixasse)

> Desrazão > alienação > doença mental (dispositivos disciplinares da prática médica)

> Loucura > risco de periculosidade social > institucionalização da loucura

> Loucura > tutela > tratamento > punição

- Pinel (1973): “ordem moral” (tratamento disciplinar) > espaço asilar > objetivação da
criança.

> Tomou a loucura para a psiquiatria e disse que o louco teria que ficar isolado da sociedade;
Isolamento > classificação nosográfica; início do processo de hospital psiquiátrico

- Sec XIX hopitalização (psiquiatria): primeiro hospital psiquipatrico (D. Pedro II) foi
inaugurado em 1852 no RJ.
- Até o final da segunda Guerra os manicômios eram inquestionáveis, enquanto instituições
voltadas à cura das doenças mentais.
- Os primeiros movimentos reformistas acontecem ao redor do mundo e tinham como
propostas comuns: à recusa a violência, à privação de liberdade, ao desrespeito aos direitos
humanos;

. Reforma Psiquiátrica:

- ING: Comunidades terapêuticas Psicoterapia Institucional; FRA: Psiquiatria de setor; EUA:


Psiquiatria preventiva/Comunitária; ITA e BRA: Psiquiatria democrática italiana
(desinstitucionalização)
- Desinstitucionalização: Desospitalizar significa apenas identificar transformação com
extinção de organizações hospitalares /manicomiais. Enquanto desinstitucionalizar significa
entender instituição no sentido dinâmico e necessariamente complexo das práticas e
saberes que produzem determinadas formas de perceber, entender e relacionar-se com os
fenômenos sociais e históricos.
- O que mantém manicômios abertos até hoje: exclusão das diferenças, modelo biomédico
predominante, comodismo, perspectiva individual, ausência de produtividade.

. Reforma Psiquiátrica brasileira:

- Contexto de fortes críticas ao modelo assistencial privativa-curativa, orientado pelo lucro e


exclusão; ausência de resultados da prática hospitalocêntrica (Asios, colônias e hospitais);
insatisfação de trabalhadores, usuários e familiares.
- 1940 : surgiram os primeiros movimentos de transformação da assistência encabeçado por
Nize da Silveira, no Centro Nacional do Engenho de Dentro, no RJ; 1970: surgem iniciativas
mais articuladas denominadas MTSM e MNLA; 1980/1990: Reforma sanitária e
Implementação do SUS;
- Marcos: redemocratização; reforma sanitária, Conferência Nacional de Saúde Mental e
Saúde; Articulação Nacional na luta Antimanicomial; PNSM (política nacional de saúde
mental) pela lei 10.216/01 (fechamento gradativo dos manicômios)
- Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM): Tem por objetivo constituir-se em
espaço de luta não institucional, em um locus de debate e encaminhamento de propostas de
transformação de assistência psiquiátrica, que aglutina informações, organiza encontros,
reúne trabalhadores em saúde, associações de classe, bem como entidades e setores mais
amplos da sociedade”
- PNSM (política nacional de saúde mental): está na lei 10216/01, que dispõe sobre a proteção
e os direitos de pessoas portadoras de transtornos mentais; tem como objetivo reduzir
progressivamente os leitos psiquiátricos e avaliar continuamente todos os hospitais
psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares,
qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar, os programas voltados ao usuário de
álcool e drogas, e de reinserção social, bem como as ações primárias; manter um programa
permanente de formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica, promover direitos
a usuários e familiares e garantir tratamento digno.

. Serviços da Rede de Atenção à Saúde Mental:

- Centros de Atenção psicossocial ( CAPS I,II,III, ad e Infanto-juvenil); Serviços Residenciais


Terapêuticos; Centros de Convivência e Cultura; Casa de Acolhimento Transitório; Leitos de
atenção Integral em Hospital Geral e de Emergência; Ações na Atenção Primária à Saúde
(NASF); Consultório de Rua;

> Serviço público, aberto e comunitário do SUS; um lugar de referência e tratamento para pessoas
que sofrem com transtornos mentais, psicoses ,neuroses graves e demais quadros, cujas severidades
e /ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário,
personalizado e promotor de vida

- CAPS I: cidades de pequeno porte, devem dar cobertura durante o dia para toda clientela.
- CAPS II: cidades médias que atendem durante o dia a clientela adulta
- CAPS III: serviços 24h em grandes cidades que atendem adultos
- CAPS AD: para pessoas com problemas de álcool ou drogas, em cidade média pelo dia
- CAPS i: para crianças e adolescentes em cidades médias pelo dia
- Residências terapêuticas: moradias inseridas na comunidade para cuidar de pessoas que
tenham estado internadas por longo período em hospitais psiquiátricos.
. Característica do cuidado no âmbito comunitário (OMS):

- Serviços situados perto do domicílio; Intervenções relacionadas tanto com as deficiências


quanto com os sintomas; Tratamento e outros cuidados específicos para o diagnóstico e
resposta às necessidades de cada indivíduo;
- Ampla gama de serviços que tem em conta as necessidades das pessoas com perturbações
mentais e comportamentais; Serviços que são combinados e coordenados entre
profissionais de saúde mental e organismo da comunidade; Serviços ambulatoriais e não
estáticos, inclusive aqueles que podem oferecer tratamento no domicílio;

. A estratégia de atenção psicossocial:

- Diagnóstico precoce e tratamento de transtornos mentais na atenção primária; Estratégia de


Intervenção à crise, redução de danos, serviços de urgência e hospitalização breve;
- Modelos diversificados de dispositivo residenciais e intervenção domiciliar; Suporte às
famílias e autogestão dos cuidados pelos usuários;
- Ações intersetoriais de reabilitação psicossocial e inclusão social; Continuidade do cuidado e
estratégias multimodais (boas práticas)que integrem dispositivos de cuidado;
- Formação de lideranças no campo, interferência na mídia e forte mobilização política,
visando a construir uma agenda pós-manicomial em tempos de psiquiatrização da vida de
forma generalizada;

A psicologia no Campo da Saúde mental:

- Temos que reconhecer todas as variáveis (psicossocial) que alteram a vida do sujeito, assim como o
psiquíco; Temos que avaliar a singularidade de cada um, e não apenas encaixar o diagnóstico
padronizado, não se deve nomear a classificar tudo

- Que problematização tem operado no campo da Atenção Psicossocial que a faça interrogar o
instituído historicamente e desnaturalizar a realidade da assistência em saúde mental e os nossos
modo de cuidar e gerir? Constitui seu foco de interesse conhecer como e em que condições
determinadas práticas e saberes são produzidos, o que criam e que realidade produzem? É alvo de
suas preocupações colocar em análise as políticas de subjetivação contemporâneas e a produção
cada vez mais forte e sutil de mecanismos de isolamento, controle, exclusão, desmobilização
coletiva, patologização do cotidiano e sua consequente medicalização?

- temos que: Experimentamos modalidades de ação que favorecem novas configurações que
agenciam processos de luta e singularização mesmo que provisória;

- “O modo como foi e vem sendo construída a Psicologia, que a vincula ao projeto de modernidade
focado na regulamentação da existência, nas formas de governo de vida, nos padrões subjetivos
produzidos ao sabor de fluxos e tecnologias disciplinares e biopolíticas tem implicado na forma como
nos tornamos trabalhadores do SUS indagamos sobre a origem, os processos e efeitos desse campo
de saber”

. A inserção do psicólogo no SUS: transvaloração de valores

- Inserção do Psicólogo na saúde Pública (Reforma Sanitária e Psiquiátrica); crítica ao modelo


individual/privatista/curativista; reformulação no campo da saúde mental; crítica a
psicologia clínica e recessão da classe média em 80.
- Não implicou em uma mudança radical na lógica de produção de saberes e atos de saúde
pela própria categoria, bem como no agir diário de outros profissionais;
- Permanece orientada por concepções biologizantes e mecanizadas da vida, por um caráter
prescritivo dos modos de existência, por uma tendência ao trabalho individualizado e
voltados para a remissão dos sintomas;
- Não é somente ampliar a formação profissional para a instrumentalização da atuação no
SUS, mas sim introduzir um questionamento sobre quais as implicações das nossas práticas”
- “Reinventar práticas Psi não diz respeito necessariamente a inventar outros métodos de
intervenção, mas a introduzir outros modos de interrogar e outras interrogações, entre elas,
o que pretendemos e quais as implicações de nossa prática, daquilo que afirmamos como
verdades sobre os que tomamos como nossos sujeitos-objetos

. Desafios da Psi no SUS:

- Colocar em análise a própria cultura; Suspeitar dos valores e de seus fundamentos e propor
uma nova prática da relação do homem com a vida;
- Desconstruir a crença sobre identidade, sujeito, natureza humana, saúde/doença, bem-estar
enraizada pela Psicologia;
- Romper com a repetição de práticas Psi ancoradas em moralismos e dogmatismos e
desenvolver ações que ultrapassam esse repertório;
- Materialização de práticas e processos efetivamente produtores de saúde, causando
impacto nas condições concretas de vida;
- No acesso a uma rede de proteção sócio-sanitária, resolutiva em modalidades de cuidado
culturalmente sensíveis e territorializados que impliquem na desconstrução dos modos
tradicionais de existência;
- Produção de novos modos de atuação condizentes com os princípios e diretrizes do SUS, da
estratégia de atenção Psicossocial e alinhar-se com os saberes que constituem o campo da
saúde coletiva;
- A emergência de um ator político que intervém em um plano ético provocando análises do
que está posto em funcionamento, inclusive das próprias políticas públicas e dos modelos
assistenciais em curso;
- Que ouse promover uma reconfiguração permanente de si mesmo e das relações
interprofissionais; Que reconhece que o cuidar em saúde não se restringe a competências e
tarefas técnicas, mas se prolonga para um nítido deslocamento de horizontes normativos;
- Operar a partir da transvalorização dos valores;

Princípios reguladores das novas práticas segundo os filósofos:

- Sustenta-se o reconhecimento da provisioriedade, finitude e imprevisibilidade dos modos de


vida que vão sendo gestados e a arbitrariedade dos sentidos que vão se produzindo no
cotidiano, devendo ser transformados a partir de sua problematização e do reconhecimento
de forças em ação em um determinado momento e contexto;
- Indica-se que as resistências nunca se dão de modo descontextualizado, mas articulam
elementos presentes na cultura e em um universo existencial específico, sendo portanto
coletivas e singulares;
- Considera-se haver ampliação de nossas possibilidades de intervir, de diferenciar, de suscitar
inconformações, de agenciar forças na direção da ultrapassagem dos nossos limites morais,
de sermos inventivos nos modos de trabalhar e na escolha das táticas e estratégias voltadas
à produção de novas interpretações da vida, o que nos tira do regime do fatalismo e do
imobilismo;
- Aposta-se em modos singulares e criativos de existência que não necessitam ser rechaçados,
ridicularizados, pelo simples fato de escaparem à simplificação das formas únicas e
hegemônicas e nos jogarem no regime de abundância
- A integralidade é uma resposta à proposta psicossocial

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