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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVIL E


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE MACAPÁ

PROCESSO N. 0027375-85.2018.8.03.0001

KENNEDY SIQUEIRA DE SOUSA, já devidamente qualificado nos


autos da presente ação de AÇÃO DE COBRANÇA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER
em desfavor do MUNICÍPIO DE MACAPÁ, por intermédio de seus advogados
que a esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO. requerendo o que segue:

I - DA TEMPESTIVIDADE

Salienta-se que a presente RÉPLICA é devidamente


tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze) dias,
contados do primeiro dia útil seguinte ao da publicação, nos moldes dos
arts. 219, 224 e 350, CPC. Assim, considerando que a intimação positiva foi
feita em 13/08/2018, o termo final ocorre em 31/08/2018. Portanto,
tempestivo o presente recurso.

II- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA


O Autor, não possuindo condições financeiras para arcar com a
custa processual, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido,
foi deferido o pedido pleiteado na exordial, Por tais razões, pleiteiam-se
os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Constituição Federal,
artigo 5º, LXXIV e Lei 1.060/50.

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III – BREVE RELATO

O Requerente é servidor ativo do Quadro de Pessoal Efetivo do


Requerido, admitido por concurso público em 28 de abril de 1999 na categoria
funcional de Inspetor Municipal.

Atualmente está lotado na Guarda Municipal de Macapá –


GMM, sob matrícula 1003356, na classe B, nível 10, do nível de atividade Médio
do Grupo Ocupacional de Segurança Pública.

Em razão do nascimento de sua filha Kauane Heloise Del


Castillo de Sousa, em 04/08/2008, solicitou Auxilio Família, por meio de
processo administrativo nº 199841/2012-GCMM (Código 199841). O
Requerimento foi protocolado em 09/05/2012 instruídos de vida funcional, ficha
financeira, certidão de nascimento, documentos pessoais, e demais despachos
em trâmite no processo.

II- DAS PRELIMINARES

Meritíssimo juiz, as preliminares trazidas e arguidas pela RÉ


não merecem serem acolhidas, vez que desprovida de fundamentos fáticos e
jurídicos, aliado ao fato de que confundem-se com o mérito da causa,
devendo serem julgadas por ocasião da sentença de mérito. Desta forma,
requer O AUTOR, o afastamento das preliminares suscitadas, pelos motivos
expostos, prosseguindo-se o feito em seus ulteriores trâmites processuais, por
medida da mais lídima justiça.

II.1 DA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL, EXISTÊNCIA


DE PROVA DO PROTOCOLO ADMINISTRATIVO

No caso em tela o Autor deu entrada administrativamente


conforme documento juntado em sua exordial do protocolo requerendo o seu
direito liquido e certo, pois tal direito esta expresso em lei. A concessão dos
benefícios de “Auxílio família” é instituto jurídico claramente definido no
artigo 199 da Lei Complementar 014/2000-PMM, sendo totalmente
plausível a concessão, desde que atendidos os seus requisitos fáticos e jurídicos.

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E extremamente importante ressaltar, neste caso concreto, que
o Autor deu entrada requerendo tal direito e o mesmo foi deferido e
encaminhado do gabinete para a folha de pagamento conforme o relatório de
acompanhamento de processo administrativo do município, no dia 27/08/2012
foto do doc. Abaixo, porem o mesmo esta juntado na inicial.

*seta rosa, despacho do gabinete determinando a inclusão da dependente do


Autor na folha de pagamento;

*seta azul, determinando a INCLUSÃO.

Estamos falando de prova cabal da interrupção da prescrição,


pois o Autor além de ter feito o requerimento administrativo o mesmo foi
deferido conforme documento anexo.

A então matéria já sumulada pela respeitável Turma Nacional


de Uniformização, vejamos:

Doc. LEGJUR 136.6191.6000.0000


1 - Súmula 74/TNU - 22/05/2013. Seguridade
social. Previdenciário. Benefício previdenciário.
Prescrição. Prazo prescricional.
Suspensão. Requerimento administrativo.

«O prazo de prescrição fica suspenso pela


formulação de requerimento administrativo e volta a

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correr pelo saldo remanescente após a ciência da
decisão administrativa final.»

No caso concreto nunca foi dado ciência ao Autor, quando


o mesmo procurou o departamento de protocolo do município,
ENTRETANTO o servidor informou que o objeto do requerimento tinha
sido atendido, deferido inclusive pela assessoria jurídica e o próprio
gabinete, relato comprovado na documentação juntada aos autos.

Da análise da norma em foco pode-se extrair que referido


benefício só poderá ser concedido pelo Município, mediante o cumprimento
dos requisitos nela estabelecidos.

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Neste contexto, vejo como equivocado entendimento
esposado na peça de defesa do Município, no sentido de que a concessão do
auxílio família não lhe é devida por perda de prazo , esse direito lhe é
concedido por lei Complementar nº 014/2000 art. 199 direito ao auxilio
família.
O direito ao auxílio-família vem disposto no art. 199, da
Lei Complementar nº 014/2000-PMM, que assim dispõe:

Do Auxílio-Família

Art. 199. O auxílio-família é devido ao servidor para a


subsistência e educação dos filhos sem economia própria,
correspondente a 5% (cinco por cento) do salário mínimo
vigente, por dependente econômico.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos
para efeito de percepção do auxílio-família:
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante,
até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
autorização judicial, viver na companhia e as expensas do
servidor, ou do inativo;

Veja-se que, da simples leitura do artigo 199, da Lei em


comento se pode inferir que o direito ao auxílio-família só poderá ser
concedido àqueles servidores que possuírem dependentes econômicos, na
forma do parágrafo único do mesmo artigo, não podendo, portanto ser pago
indistintamente a todos os servidores, nesse viés de pré requisitos legais o
Autor faz jus ao recebimento do então beneficio, e sendo o mesmo sabedor,
requereu seu direito administrativamente, onde tal direito lhe foi deferido.

II.2 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAPÁ LEI COMPLEMENTAR N.º


014-2000-PMM Dispõe sobre o Estatuto dos servidores públicos do Município
de Macapá, das autarquias e das fundações públicas e dá outras providências.
A comprovação do vínculo estatutário, aliada ao efetivo
exercício das funções alusivas ao cargo público ocupado, enseja ao servidor o
direito à percepção dos direitos sociais alusivos ao salário-família
preconizados pelos incisos XII do artigo 7º da Constituição Federal e, no
âmbito municipal, pela Lei Orgânica do Município e pelo Estatuto dos
Servidores Públicos do Município de Macapá, da Autarquias e das Fundações
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Públicas, nº 014/2000 PMM, sob pena de manifesto enriquecimento ilícito da
Administração Pública Municipal.

A Lei arguida na defesa da Ré , na qual chama de ilegítima sua


responsabilidade também regulamenta o Salário Família onde dispõe que o
pagador é o município que manterá o plano de seguridade social. VALE
SALIENTAR QUE ESTA LEI ABRANGE DE SUA PUBLICAÇÃO PARA FRENTE,
ABARCANDO OS NOVOS SERVIDORES, O AUTOR É REGIDO PELO
ESTATUTO 014/2000 DA PMM.

LEI COMPLEMENTAR N 122/2018-PMM DISPÕE SOBRE O


ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE
MACAPÁ,DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. 0 PREFEITO MUNICIPAL DE
MACAPÁ: Faço saber que a Câmara Municipal de Macapá,
aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR CAPÍTULO I


DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 219. O Município manterá Plano de Seguridade Social
para o servidor e sua família.

CAPITULO II
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 222.
O salário-familia, devido ao servidor de baixa renda para
subsistência e educação dos filhos sem economia própria, será
de cinco por cento em razão de dependente até os catorze
anos, calculados sobre o menor vencimento básico da estrutura
do Município.

Ao ser criada a Autarquia MACAPAPREV pela lei nº 976 de 24


de junho de 1999, instituiu neste ato a previdência social do município de
Macapá, no qual dispõe em seus artigos sua finalidade de criação.

Art. 1º - O Regime de Previdência Social dos Servidores


Públicos do Município de Macapá, organizado nos termos desta
Lei, de caráter contributivo e solidário, de filiação obrigatória,
tem por finalidade assegurar, mediante contribuição, aos seus
beneficiários: (Nova Redação dada pela Lei 1.462/2005-
PMM)

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I – os meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez,


morte, idade avançada;

II – auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de


baixa renda

§1º – O regime de previdência social de que trata esta Lei,


compreende os seguintes benefícios: (

I – quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria compulsória;

c) aposentaria voluntária por tempo de contribuição;

d) aposentaria voluntaria por idade;

e) aposentadoria especial do professor

f) auxílio doença

g) auxílio maternidade

II – quanto ao dependente

a) pensão por morte;

b) auxílio reclusão.

Portanto, a MACAPAPREV não abrange o beneficio que o


Autor esta requerendo.

Art. 12 – Os recursos da MACAPAPREV, auferidos à quaisquer


títulos, com exceção dos recursos mencionados no § 1º deste
artigo, constituirão um Fundo Previdenciário, com a finalidade
exclusiva de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios
previdenciários concedidos no âmbito do Regime instituído nesta
lei, podendo ser constituído da seguinte forma. (Nova Redação
dada pela Lei 987/99-PMM)

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Os benefícios previdenciários são exclusivos para os indivíduos
que contribuem ou contribuíram para a previdência social, ou seja, para
usufruir dos benefícios previdenciários .

Diante de todo a argumentação e principalmente a luz da


legislação esposada, não a que se falar no caso concreto em ilegitimidade
passiva do município, que tem a inteira responsabilidade com seus
servidores.

III- DOS PEDIDOS

Por todo o exposto requer se digne Vossa Excelência em


receber a presente RÉPLICA A CONTESTAÇÃO, a fim de dar pela procedência da
ação , com a condenação da Ré, em todos os pedidos contidos na exordial,
como medida da mais inteira justiça.

Neste Termo
Pede o deferimento

Macapá 22 de Agosto de 2018

CLENIS SIQUEIRA DE SOUSA DE LIMA


ADVOGADA OAB/AP 3999

LUCIVALDO DA SILVA COSTA


ADVOGADO OAB/AP 735

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