Você está na página 1de 24

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO NORDESTE

ÉTICA CRISTÃ

PROF. João Fernandes

ESTUDANTES:
José Carlos Lopes Ferreira
Nivoneide de Souza

Infanticídio e Eutanásia
Infanticídio
Introdução
Infanticídio Passivo
Infanticídio Ativo
Argumentos Favoráveis ao infanticídio ativo
Resposta aos Argumentos Favoráveis ao infanticídio ativo
Introdução

O infanticídio e a Eutanásia, tanto um quanto o


outro, lidam com o mesmo objeto e giram em
torno do mesmo ato, o de matar.

O infanticídio diz respeito ao ato de matar um


ser humano depois do nascimento.

A Eutanásia significa “boa (ou feliz) morte”


Infanticídio Passivo

O infanticídio passivo diz respeito ao ato de matar um ser vivo


(humano), depois do nascimento.

O infanticídio passivo simplesmente permite a morte de um infante


por abstenção do tratamento necessário.
Infanticídio Ativo

Em alguns casos, não é apenas a morte das crianças que é


permitida; procedimentos são realmente adotados para tirar-
lhes a vida.

Há também vários casos de abortos malfeitos que resultam no


nascimento decum bebê vivo.
Argumentos Favoráveis aos
Infanticídio Ativo
Crianças recém-nascidas com risco iminente de morte:
Os pais tem o direito de escolha. Assim, se os pais não querem
uma criança nessas condições, ela não deve nascer.
Argumentos:

A. Crianças com risco iminente de morte não são pessoas.


Devido ao fato de eles não expressarem autoconsciência ou outras funções
humanas.

B. A qualidade de vida de uma criança


É mais misericordioso matar uma criança do que consentir em seu sofrimento.

C. A qualidade de vida dos que assistem o doente:


Se a criança atrapalha a qualidade, ela deve ser sacrificada, para não se tornar um
peso, para os pais, para a equipe médica, para o governo etc.
Resposta aos Argumentos
Favoráveis aos Infanticídio Ativo

1. Direitos dos pais não implicam em direitos absolutos.

Os médicos e o sistema legal tem a obrigação de sobrepujar a


decisão dos pais em tais casos;
Eles ainda são seres humanos e possui os direitos morais de um
ser humano;
Uma vez que a criança com risco iminente de morte é uma
pessoa humana, também seria infanticídio impedir seu
tratamento quando se sabe que uma intervenção médica
corrigiria o problema.
Resposta aos Argumentos
Favoráveis aos Infanticídio Ativo

2. Crianças com risco iminente de morte ainda são pessoas

Primeiro, há uma diferença entre ser um ser humano e


funcionar como um ser humano.

Um indivíduo é um ser humano que exerce ações humanas, e


não um pacote de ações reunidas que se torna um ser humano.
Resposta aos Argumentos
Favoráveis aos Infanticídio Ativo

3. Matar um sofredor não é um ato de misericórdia

Tem pessoas que concordam e dizem ser moralmente admissível


praticar a eutanásia (passiva ou ativa) com uma criança com risco
iminente de morte se esta não apresentar certa “qualidade de vida”.

Contudo, qualidade de vida é algo definido de maneira imprecisa. Trata-


se de uma definição subjetiva, que terá resultados subjetivos.
Resposta aos Argumentos
Favoráveis aos Infanticídio Ativo
4. Não é misericórdioso matar o outro para aliviar o peso de
minha responsabilidade

O segundo argumento referente à qualidade de vida sustenta que é


moralmente admissível praticar a eutanásia em uma criança com risco
iminente de morte, se o sofrimento dela prejudicar os pais e os outros.

Primeiro, essa perspectiva se desfaz diante da crítica à visão da


qualidade de vida mencionadas anteriormente;

Segundo, de forma errada, essa perspectiva vê as crianças como


um meio para alcançar- se um fim, e não como fim em si mesmas;
Resposta aos Argumentos
Favoráveis aos Infanticídio Ativo
Terceiro, Essa perspectiva falha quando reconhecemos que
devemos proteger aqueles que não pode se proteger,
certamente crianças enfermas são necessitadas nessa área;

Quarto, se for aceitável matar uma criança só porque ela se


torna um peso que pode vir a prejudicar a qualidade de vida das
pessoas e órgãos, então qualquer criança, em qualquer tempo
seria candidata ao infanticídio.

Por fim...

Os argumentos contra o infanticídio são os mesmos que são usados contra o homicídio.
Fomos feito a imagem de Deus (Gn9.6) Vejamos êxodo (20.13) é muito claro. "não
matarás ";
A segunda razão para não matar um ser humano inocente é que Deus é soberano sobre
a vida.
Eutanásia
Introdução
Argumentos favoráveis à eutanásia
Uma avaliação da eutanásia ativa

Tipos diferentes de eutanásia passiva

Argumentos contra a eutanásia passiva não natural

Resumo e Conclusão
Introdução
A Eutanásia significa “boa (ou feliz) morte”. Existem
dois tipos de eutanásia. Ativa e passiva. A primeira
implica tirar a vida para evitar o sofrimento, e a
segunda apenas permite a morte para evitar o
sofrimento. A eutanásia tanto pode ser voluntária
como involuntária.

A própria palavra “eutanásia” atribui a e esse um


ato de conotação positiva. Trata-se da tentativa de
alcançar uma boa morte ou uma morte sem dor,
derivada de um sofrimento geralmente de origem
física.
Argumentos favoráveis à
eutanásia
Há um dever moral de morrer com dignidade. Uma morte
lenta, dolorosa e sem misericórdia não pode ser
considerada uma morte digna;
A eutanásia é um ato de misericórdia para com aquele que
sofre. Quando não permitimos a eutanásia estamos apenas
alongando o sofrimento;
A eutanásia é um ato de misericórdia para com a família
sofredora. O paciente não é único que sofre, a família também
sofre;
A eutanásia é alivia a família de grande esforço financeiro. Além do
fardo social e psicológico, a família também pode carregar um pesado
fardo financeiro;
Argumentos favoráveis à
eutanásia
A eutanásia alivia a sociedade de um grande peso social.
À medida que os custos médicos aumentam e o número
de pessoas idosas se multiplica na sociedade o peso da
responsabilidade de cuidar dos que sofrem aumenta;
A eutanásia é um ato “humano” a ser feito. Semelhante ao
argumento da misericórdia, sacrificar para livrar de uma morte
lenta e dolorosa;
Argumento da autonomia. A pessoa tem o direito de tomar suas
próprias decisões em todas as áreas, esse direito inclui determinar
o tempo e o tipo de morte que deseja;
Argumento da distinção de vida biológica e biográfica. Uma vez que o
indivíduo não tem mais autonomia para viver a vida ativamente,
tomando decisões pessoais, devem ser submetidos à eutanásia.
Não há nenhum direito moral em que se permita
Uma avaliação matar um ser humano inocente. “Não matarás”
(Ex 20.13). Não é o homem, mas, Deus quem é
da eutanásia soberano sobre a vida (Dt 32.39; Jó 1.21; Gn 1.27; Hb
9.27)
ativa Não é um ato de misericórdia matar um sofredor.
Matar um inocente é um ato perverso (Ex 20.13),
diminui o valor da vida humana, tornando-o um objeto
descartável.
Pode-se aprender muito através do sofrimento. Veja Tg
1. 2-4 e Rm 5. 3-4;
Não há uma etiqueta de preço em uma vida humana.
Argumentar que devemos tirar uma vida para economizar
dinheiro é uma visão materialista e distorcida sobre o valor
da vida humana. Ver Mc 8.36; Mt 6.26.
O fim não justifica os meios. Pratica eutanásia para aliviar o
fardo social é uma visão utilitarista da vida, que pode se
tornar uma ferramenta tirânica.
Seres humanos não são animais. Uma vez que nós
Uma avaliação reduzimos os seres humanos a meros animais, o
resultado será, logicamente, uma multidão de
da eutanásia maldades perversas, incluindo experiências
científicas, até mesmo genocídio.
ativa Resposta ao argumento da autonomia. Esse
argumento ignora a soberania de Deus sobre a vida,
ver Jó 1.21 e Dt 32,39. A revelação geral nos informa
que não somos criadores de nossas vidas. Portanto
ela não nos pertence (At 14.17; 17.24-25). Nós não
criamos a vida ; logo, não temos direito algum de tirar
a vida de um inocente, até mesmo a nossa própria
vida.
Resposta ao argumento da distinção entre vida biográfica
e vida biológica. Não são ações que determinam a
humanidade, mas a essência. A definição de vida biográfica
é subjetiva, não há padrões universais. A perda da condição
de humanidade, significa a perda de direitos morais.
Eutanásia passiva não
natural

É aquela em que se permite


a morte de um indivíduo
mediante a suspensão Eutanásia passiva
deliberada de meios naturais
que sustentam a vida. Nesse
natural
caso são todos os métodos
que sustentam a vida, tais Suspensão de meios Uma questão de
como comida, água e ar. artificiais que preservam a cosmovisão
vida. somente em casos de
doenças irreversíveis, O debate da eutanásia é
mediante a suspensão de constituído basicamente de
equipamentos artificiais de um confronto de duas
manutenção da vida. cosmovisões. Da perspectiva
humanista e secular, a
prática da eutanásia tem
sentido; mas de um contexto
judaico-cristão, essa prática
é moralmente inaceitável.
Contraste das cosmovisões

Cosmovisão não judaico-cristã Cosmovisão judaico-cristã

Sem criador Existe um Criador

Seres humanos não são criados Seres humanos são criados

Não existem valores dados por Deus Existem valores dados por Deus

A humanidade determina o que é certo A humanidade descobre o que é certo


Argumentos contra a A eutanásia passiva não natural é contrária à
soberania de Deus. São mortes causadas
eutanásia passiva diretamente por uma ação humana, tentativa de
usurpar o direito de Deus sobre a vida e a morte.
não natural A eutanásia passiva não natural é contrária à
santidade da vida humana. A vida humana é sagrada e
feita à semelhança de Deus. Por isso, é errado, até
mesmo, amaldiçoar outro ser humano (Tg 3.9)
A eutanásia passiva não natural é uma forma de suicídio ou
assassinato. “Não matarás” (Êx 20.13). A penalidade por
violar esse mandamento é a morte (ÊX 21.12,13). Tirar a
própria vida é, portanto, uma rejeição tanto da soberania de
Deus sobre a vida, quanto um ataque contra a santidade da
vida.
A eutanásia passiva não natural é condenada de forma específica
nas Escrituras. Nem mesmo o crente mais desesperado na Bíblia,
que chegou a desejar a morte, cogitou a possibilidade de tirar a
própria vida, ver Jn 4.3; Jó 3. Os poucos casos de suicídio,
registrados na Bíblia, são condenados por Deus. Ver 1 Sm 31; 2 Sm 1
(o suicídio de Saul).
Argumentos contra a A eutanásia passiva não natural está baseada na
ética humanista. O Segundo Manifesto Humanista
eutanásia passiva recomenda, de forma específica, o aborto, o
suicídio e a eutanásia. São posições oriundas da
não natural rejeição dos valores concedidos por Deus, em
conformidade com a ética situacional.

A eutanásia passiva não natural deprecia o valor da vida


humana. A eutanásia é ainda mais desumanizadora que o
aborto, pois a morte real do paciente não é normalmente
presenciada por médicos ou enfermeiras.

A eutanásia passiva não natural produz sentimento de culpa


na família e na sociedade. Quando alguém age de modo
deliberado para extinguir uma vida que Deus em sua
soberania não decidiu tirar, bem como, uma sociedade que
permite o massacre de inocentes sejam eles crianças ou
velhos, terá sempre que carregar um fardo pesado de culpa.
Resumo
Eutanásia significa boa morte ou morte sem dor. A eutanásia ativa é
o ato de tirar uma vida humana enquanto a eutanásia passiva
apenas permite que o ser humano morra. Na perspectiva cristã, a
primeira é moralmente errada, mas a segunda pode ser moralmente
aceitável, desde que seja uma morte natural e irreversível.

Eutanásia Ativa Tirar uma Vida

Eutanásia Passiva Permitir a morte mediante suspensão de

Meios Naturais Meios Artificiais


Eutanásia passiva natural é o ato de permitir a ocorrência
da morte, de modo natural, mediante a suspensão de
meios artificiais de manutenção da vida, tais como
equipamentos que substituem a função do coração e dos
pulmões. Meios naturais de manutenção da vida incluem
comida, água e ar. A suspensão deliberada destes últimos
Conclusão constitui o que chamamos de eutanásia passiva não
natural; esta prática, na perspectiva cristã é moralmente
inaceitável.
Obrigado!

Referência:

GEISLER, Norman L. Ética Cristã:


opções e questões contemporâneas -
2ª edição - São Paulo: Vida Nova, 2010.

Você também pode gostar