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INFANTICÍDIO

E
EUTANÁSIA
INFANTICÍDIO E EUTANÁSIA
Trataremos da discussão em relação ao fim de uma vida humana
através do infanticídio e da eutanásia, seja esta a vida a de um
infante, ou até mesmo a vida de um idoso, se é moralmente
correto, quais os meios e em que circunstâncias se é permitido tais
métodos?
Embora tais procedimentos não sejam permitidos no Brasil, com
algumas exceções, abordaremos o assunto de uma forma
globalizada, haja vista ser uma prática permitida em vários países.
Mais uma vez trataremos de duas visões distintas, de um lado a
visão humanista secular e do outro a visão cristã sobre o assunto.
Infanticídio: A expressão
Dentre suas bases podemos destacar: infanticídio, vem do
latim infanticidium, que significa a morte de uma criança,
 A humanidade é responsável pela sua qualidade de vida;
especialmente de um recém-nascido. No decorrer da história
 Os indivíduos são soberanos sobre sua própria vida;
referia-se a matança de bebês nos primeiros meses de vida (Mt
 O dever de criar uma raça (ser humano) melhor, superior;
2.16-18). Na legislação brasileira (Art. 123 do CPB) tem uma
 O fim justifica os meios.
particularidade, pois só pode ser cometido pela mãe contra o
próprio filho sob o estado puerperal (Art. 123 do CPB).
A PERSPECTIVA CRISTÃ: SERVIR A DEUS
Infanticídio ativo:
 A soberania de Deus (Ef 1.11 e Ap. 3.14);
É quando se tirada
A dignidade a vida
vidado infante
(Ez. 18.4 de
e 3forma
João deliberada.
1.2);
 A santidade
Infanticídio da vida (Rm 12. 1-2; Hb. 12.4 e 1 Pe 1. 15-16);
passivo:
É quando
A mortalidade da vida
se permite (Hb.de9.27;
a morte Sl 89.48 epor
um nascituro, 90.10);
abstenção do
 Amor para
tratamento com a vida
necessário parahumana (Rm 13.8 e Hb 13 1-3).
sua sobrevivência.
ARGUMENTO FAVORÁVEIS AO INFANTICÍDO ATIVO:
PRINCIPAIS PERSPECTIVAS SOBRE
 Crianças recém-nascidas com risco iminente de morte e quem deve
fazer a escolha;
QUESTÕES BIOMÉDICAS
 Crianças com risco de morte não são pessoas;
 A qualidade de vida de uma criança;
Judaico-Cristã
 A qualidade X Humanista
de vida dos que assistem ao doente. Secular
RESPOSTA AOS
Existe ARGUMENTOS A FAVOR
um criador. Não existeDO INFANTICÍDIO
um criador.
A humanidade foi especialmente criada.
ATIVO: A humanidade evoluiu dos animais
Deus é soberano sobre a vida. A humanidade e soberana sobre a vida
 Direito dos pais não implica direitos absolutos;
A santidade da vida é um princípio-chave. A qualidade de vida é um princípio-chave
 Crianças com risco iminente de morte ainda
O fim não justifica os meios
são pessoas;
O fim justifica os meios
 Matar um sofredor não é um ato de misericórdia;
 Não é misericordioso matar o outro para aliviar o peso da minha
responsabilidade.
O AVANÇO DA TECNOLOGIA
ARGUMENTOS E AS NOVAS
CONTRA QUESTÕES ÉTICAS:
O INFANTICÍDIO
• Transplante de órgãos;
 É moralmente errado matar intencionalmente
• Edição um ser
(cirurgia) genética;
humano inocente; • Manipulação genética;
 Seres humanos são feitos à • imagem
Cirurgiade
Transgenital;
Deus (Gn 1.26);
 O sexto mandamento diz• explicitamente:
Detecção e seleção
“Nãodo sexo do bebê;
matarás”
(Êx. 20.13); • Inseminação artificial;
• Barrigas de Aluguel;
 Somente Deus é soberano sobre a vida (Dt. 32.39 e Jó
• Fertilização “in vitro”;
1.21);
• Coleta de tecidos e órgãos;
 O fato de uma criança não • ser plenamente desenvolvida
Cura pelas células tronco;
não significa que ela não seja plenamente humana.
• Criogenia;
• Clonagem.
EUTANÁSIA
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Em termos etimológicos, eutanásia significa "morte boa, serena,
• Centenas
indolor". É umde pessoas
método detiveram suas da
interrupção vidas prolongadas
vida por esse
de um paciente que não
procedimento,
possui hipóteses deprincípio do amor
recuperação e se ao próximo
encontra em(Jo. 15.13);
sofrimento.
• Questionável em idosos: pouca chance de dar certo e pouca
No Brasil, a eutanásia é proibida por lei. O procedimento é classificado como
necessidade;
homicídio
• Envolve privilegiado (Art 121,
consentimento §1 e 122
prévio, casodocontrário
CPB), movido
não é pelo sentimento
permitido;
de• piedade; ou auxílio para o suicídio, no caso do próprio paciente solicitar a
O Corpo é templo do Espírito e dever ser tratado com respeito;
interrupção de sua vida.
• Se causar risco de morte deve ser evitado;
• É da
Além justificável
eutanásia,a ajuda de aparelhos
há também para manter
outra medida o corpo
conhecida comovivo para
"suicídio
assistido", quandodos
preservação o órgãos;
paciente de uma doença incurável e que cause
sofrimento
• Só pode pede
ser pela interrupção.
retirado Esse doente
após ausência recebe
de sinais medicamentos que
vitais.
podem antecipar o processo de morte e opta pelo momento de sua
administração.
TIPOS DE REALIZAÇÃO DA EUTANÁSIA
Edição genética
Corrigir e restaurar ou modificar e criar?:
Eutanásia ativa:
É
Oquando seserá
resultado provoca a morte
de correção do paciente
ou criação?
 Manutenção da vida ou fabricação da vida?
Eutanásia passiva:
Se o procedimento é para reparar, e não criar
Éoquando se permite a morte do paciente
procedimento e moralmente aceito dentro
(natural
da perspectiva e não natural)
cristã.
Argumentos apresentados pelos defensores
Manipulação genética: de eutanásia:

ÉHá um dever
o processo moral de morrer
de manipulação comnum
dos genes dignidade;
organismo, geralmente fora do
processo
O direito constitucional
normal à Envolvem
reprodutivo deste. privacidade inclui a omorte
frequentemente com
isolamento,
a dignidade;
manipulação e a introdução do DNA num ser vivo, geralmente para
expressar um gene. O objetivo é introduzir novas características num ser vivo
para
A eutanásia é um ato de misericórdia para com aquele que
aumentar a sua utilidade, tal como aumentando a área de uma espécie
sofre;
deAcultivo,
eutanásia é umuma
introduzindo atonova
de característica,
misericórdiaou para com uma
produzindo a família
nova
sofredora;
proteína ou enzima.
 A eutanásia alivia a família de um grande esforço financeiro;
 A possibilidade desses novos organismos criarem novas doenças;
 AFere
eutanásia alivia
o princípio a sociedade
natural da criação; de um grande peso social;
 ARepresenta
eutanásiaa étentativa
um atodohumano
homem em a ser feito; sobre a vida;
ser soberano
 Argumento
É uma negaçãoda do criador e uma tentativa de redesenhar a natureza;
autonomia;
 A autoridade sobre a criação não incluía nem a destruição ou reconstrução
 Argumento da vida biográfica e vida biológica.
A ordem é servir em meio a criação e não ser soberano sobre ela.
Eutanásiagenética:
Manipulação Ativa
Aqueles que estão sujeitos a um processo de morte
É o processo de manipulação dos genes num organismo, geralmente fora do
iniciado por intervenção
processo normal reprodutivo deste.humana, podem ser ojovens
Envolvem frequentemente ou
isolamento,
a manipulação e a introdução do DNA num ser vivo, geralmente para
idosos. No caso de jovens, trata-se de infanticídio,
expressar um gene. O objetivo é introduzir novas características num ser vivo
no
caso de idosos,
para aumentar geralmente,
a sua utilidade, tal como usa-se
aumentando o atermo
área de eutanásia.
uma espécie
de cultivo, introduzindo
Faremos uma análise uma nova característica,
primeira ou produzindo ativa,
da eutanásia uma nova
ou
proteína ou enzima.
no ato intencional de tirar a vida de um ser humano,
seja por determinação
 A possibilidade própria, criarem
desses novos organismos seja pornovasdeterminação
doenças;
 Fere o princípio natural da criação;
de outro. aNenhuma
 Representa dessas
tentativa do homem mortessobre
em ser soberano resulta
a vida; de um
processo
 É uma negação natural,
do criadormas são de
e uma tentativa mortes
redesenhariniciadas
a natureza; por
 A autoridade sobre a criação não incluía nem a destruição ou reconstrução
intervenção
 A ordem é servirhumana.
em meio a criação e não ser soberano sobre ela.
UMA AVALIAÇÃO
Manipulação
DA EUTANÁSIA
genética: ATIVA
ÉNão
o processo de manipulação
há nenhum dos genes
direito moral de num organismo,
se permitir a geralmente
morte de fora um do
ser
processo normal reprodutivo deste. Envolvem frequentemente o isolamento,
humano (Êx. 20.13; Dt. 32.39; Jó 1.21; Gn 1.27; Hb 9.27);
a manipulação e a introdução do DNA num ser vivo, geralmente para
expressar
A Constituição
um gene. não nos dá oé introduzir
O objetivo direito danovas
matar;características num ser vivo
para
Nãoaumentar
é misericórdia matar um
a sua utilidade, talsofredor (Êx. 20.13;a Lc
como aumentando área10de25-37);
uma espécie
deOcultivo,
sofrimento é pedagógico
introduzindo (Tg característica,
uma nova 1.2-4; Rm 5.3-4);
ou produzindo uma nova
proteína
Não háou enzima.com preço em uma vida humana (Mc 8.36; Mt. 6.26);
etiqueta
 O fim não justifica os meios;
 A possibilidade desses novos organismos criarem novas doenças;
 Seres
Fere ohumanos não são
princípio natural da animais;
criação;
 Autonomia
Representanão significa
a tentativa do ter direito
homem emdesermatar a si sobre
soberano mesmo (At. 17.24-26);
a vida;
 Não
É umasão as ações
negação quee uma
do criador determinam
tentativa deum ser humano,
redesenhar mas sua
a natureza;
 essência.
A autoridade sobre a criação não incluía nem a destruição ou reconstrução
 A ordem é servir em meio a criação e não ser soberano sobre ela.
TIPOS DE EUTANÁSIA PASSIVA
Cirurgia transgenital (mudança de sexo):
Eutanásia passiva não natural: É aquela que se
Na visão
permite cristã
a morte é um
de um procedimento
indivíduo totalmente
mediante a suspensão
reprovável,depois
deliberada atenta
meios contra
naturais queasustentam
natureza adavida,
criação
tais
de vida
como, do homem
comida, e da mulher, tanto no sentido
água e ar.
biológico, psicológico
Eutanásia passiva como
natural: sociológico,
É aquela que se homens
permite ae
mulheres
morte de umforam criados
indivíduo por aDeus
mediante e temdos
suspenção papeis
meiosa
serem desempenhando
não naturais, no propósito
ou seja, artificiais divino. tais
de subsistência, (Gn
1.27;
como Drespiradores,
22.5; Lv 18. balão
22-24dee Rm 1. 26 ecoração
oxigênio, 27). artificial,
máquina de hemodiálise e etc.
Detecção
Argumentos e seleção
contra do passiva
a eutanásia sexo do bebê:
não natural:

 Ela
Comé contrária
relação a soberania de Deusdo
a detecção sobre a vidado
sexo (Gn bebê
1.27; Sl
24.1 e Dt 32.39);
(sexagem fetal), a partir da 8 semana de
 Ela é contrária à santidade da vida humana (Gn 9.6 e Mt 5.48);
gestação, não existe nenhum problema,
 É uma forma de suicídio ou assassinato (Êx 20.13); desde
 Éque se aceite
condenada a criança
de forma com
específica naso Escrituras
sexo em(1Sm que31.4;
viráJz
ao mundo,
9.56 e Ef 5.29);porém quando se seleciona o sexo do
 Está baseada
bebê, é a naúnica
ética humanista;
maneira de se fazer isso é
 Deprecia o valor da vida humana (Rm 14.7-8);
através do aborto, fica evidente que existe uma
 Produz sentimento de culpa na família e na sociedade.
proibição divina (Ex 20.13).
Inseminação
Discussão acerca artificial:
da eutanásia passiva natural
Há duas formas de inseminação artificial: inseminação artificial por
Tirar
cônjugeuma vida
(IAC) e humana
inseminação através
artificial da eutanásia
por doador ativaa
(IAD), com relação
primeira forma não existe objeção moral, já com relação a segunda existe
ou passiva não natural é um ato moralmente errado,
algumas questões morais a serem analisadas e que causam discussão:
e isso independe se as intenções ou os motivos
• Alguns acreditam que seria uma espécie de traição, devido ao sêmem
para
ser detal ato
outro sãomesmo
homem, bons semou justificáveis.
a conjunção carnal; É sempre
errado tirar a vida
• Outros acreditam que o de um deser
princípio humano
“uma só carne”inocente de
se opõe a essa
prática e que seria uma quebra de aliança.
forma intencional. Entretanto, nem sempre é
• Outros acreditam que o filho seria verdadeiramente da esposa com
errado permitir que uma pessoa morra,
outra pessoa.
especialmente em casos
• O autor fecha a questão respeitandoque a morte ocorre
as considerações e dando de
sua
opinião de que biblicamente não existe proibição para tais formas de
forma natural.
concepção.
Inseminação
Diretrizes artificial:
para uma decisão
Há duas formas de inseminação artificial: inseminação artificial por
cônjuge (IAC) e inseminação artificial por doador (IAD), com relação a
Manter uma pessoa viva de forma artificial,
primeira forma não existe objeção moral, já com relação a segunda existe
alguém commorais
algumas questões uma doença
a serem analisadas eincurável e está
que causam discussão:

destinado a que
• Alguns acreditam uma morte
seria uma espécieirreversível
de traição, devido é algo
ao sêmem
desnecessário. De fato,
ser de outro homem, mesmo sem amanter
conjunçãouma
carnal; pessoa viva
• Outros acreditam que o princípio de “uma só carne” se opõe a essa
nessas condições pode ser visto como algo
prática e que seria uma quebra de aliança.
antiético, umaquevez
• Outros acreditam o filhoque se opõe ao
seria verdadeiramente próprio
da esposa com
outra pessoa.
processo natural da morte que tem sido
• O autor fecha a questão respeitando as considerações e dando sua
ordenado porbiblicamente
opinião de que Deus (Gn não2.16-17; Rm para
existe proibição 5.12).
tais formas de
concepção.
Fatos Coleta
a serem considerados
de tecidos e órgãos:
 Só deve ser feita com prévia autorização (Mt. 22.39);
 Não
Quemse deve manter
dever umacorpo
tomar vivo, somente para retirada de órgãos;
decisão?
 OAdesenvolvimento
doença precisade serembriões e a manutenção de corpos vivos para
irreversível;
retirada de tecidos ou órgãos é uma degradação da dignidade humana.
O paciente tem o poder de vetar a decisão;
Cura pelas
 Uma decisão coletiva, células
quando tronco:
o indivíduo não está consciente;
 OOuso
quede écélulas-tronco
um “quadro não embrionárias (adulto) é aceitável;
irreversível”?
 O uso de células embrionárias não é aceitável pois resulta na morte do
embrião;
O que são meios artificiais?
 OÉfim
falta
nãode misericórdia
justifica os meios;não aliviar a dor pela morte?
 O poder de fazer não implica o dever de fazer;
 O que fazer quando o tratamento acelera a morte?
 A morte não deve ser provoca com o intuito de prolongar a vida (Ex
20.13).
Existe um direito de recusa ao tratamento?
ORTOTANÁSIA
Coleta de tecidos NO BRASIL
e órgãos:
 Só deve ser feita com prévia autorização (Mt. 22.39);
 Ortotanásia: Ortotanásia,
Não se deve manter (eutanásia
um corpo passiva),
vivo, somente para éretirada
a omissão de uma
de órgãos;
 indicação terapêutica
O desenvolvimento de para determinado
embriões caso.[1]de
e a manutenção Também
corpos pode ser
vivos para
definida como
retirada de a omissão
tecidos de étoda
ou órgãos umaintervenção
degradação que possa prolongar
da dignidade humana. a
vida de forma artificial.[2]
Cura pelasComplementam-se
células tronco: os conceitos
afirmando que “é a atuação correta frente à morte. É a abordagem
 O uso de células-tronco não embrionárias (adulto) é aceitável;
adequada diante de um paciente que está morrendo”.[3]
 O uso de células embrionárias não é aceitável pois resulta na morte do
Em nosso país, em 2006, foi publicada, pelo Conselho Federal de
embrião;
 Medicina, a Resolução
O fim não justifica nº 1.805, visando a regulamentação de tal
os meios;
 prática
O podernodeBrasil. Elaimplica
fazer não foi autorizada,
o dever depelo Ministério Público Federal,
fazer;
 somente
A morte emnão2010:
deve ano
ser em que acom
provoca ortotanásia
o intuitofoidecontemplada
prolongar a no novo
vida (Ex
código
20.13).de ética médica.
Coleta de tecidos e órgãos:
Glossário:
 Só deve ser feita com prévia autorização (Mt. 22.39);
 Não se deve manter um corpo vivo, somente para retirada de órgãos;
 O desenvolvimento
Infanticídio: Morte dede embriões e a manutenção
um recém-nascido oudedecorpos
uma vivos para
criança
retirada de tecidos ou órgãos é uma degradação da dignidade humana.
Distanásia: Prolongamento da morte (obstinação terapêutica)
Cura pelas células tronco:
Eutanásia: Antecipação
 O uso de células-tronco nãoda morte, abreviação
embrionárias da vida
(adulto) é aceitável;
 O uso de células
Ortotanásia: Morteembrionárias
no temponão é aceitável
certo pois resulta na morte do
embrião;
Mistanásia: Morteossocial,
 O fim não justifica meios; causada pela falta de atendimento
médico.
 O poder de fazer não implica o dever de fazer;
 A morte não deve ser provoca com o intuito de prolongar a vida (Ex
20.13).

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