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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E SOCIAS APLICADAS/CAMPUS VII

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MATEMÁTICA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO II

NOTURNO

VICENTE ALEXANDRE DOS SANTOS FELIX


FUNÇÕES MARGINAIS

PATOS-PB

2023

DEFINIÇÃO:
Funções marginais são um conceito da teoria econômica, administrativa e matemática
que descrevem a taxa de variação de uma variável em relação a uma mudança
infinitesimal em outra variável, mantendo todas as outras constantes.

“Em todas as análises, será necessário ter a clareza do significado económico da palavra
marginal” (MUROLO; BONETTO, 2004, p. 258), pois bem o objetivo da análise marginal é
comparar custos com resultados na perspectiva de aumentar a lucratividade de uma
empresa a partir dessa estratégia.

O surgimento da análise marginal na obra do economista Gregory Mankiw, “Princípios da


Economia” está associada ao terceiro princípio citado pelo autor.

Segundo Mankiw, um dos princípios fundamentais da economia racional é pensar na


margem, pois essa seria a melhor forma de tomar decisões acertadas. Em uma empresa,
espera-se que sejam tomadas decisões racionais para que a lucratividade seja cada vez
maior dado investimento em certas atividades.

APLICAÇÕES:

Em Administração e Economia, dada uma função f(x), costuma-se utilizar o conceito de


função marginal para avaliar o efeito causado em f(x) por uma pequena variação de x.
Chama-se função marginal de f(x) a função derivada de f(x). Assim, a função
custo marginal é a derivada da função custo, a função receita marginal é a derivada da
função receita, e assim por diante. Nesta seção veremos algumas funções marginais.

- Função custo marginal

Suponha que C(x) seja o custo total de produção de x unidades de certo produto, com x
≥ 0 e C(x) ≥ 0. A função C é chamada de função custo total e temos a seguinte
definição.

Se C(x) é o custo total de produção de x unidades de um produto, então o custo


marginal, quando x=x0 , é dado por C’(x0 ), caso exista. A função C’(x) é chamada
função custo marginal.

Assim, pela seção anterior, C’(x0 ) ≅ ΔC = C(x0 +1) – C(x0 ).

Portanto, o custo marginal é aproximadamente igual à variação do custo, decorrente da


produção de uma unidade adicional a partir de x0 unidades.

Na definição acima, C’(x0 ) pode ser interpretada como a taxa de variação do custo total
quando x=x0 unidades são produzidas.
- Função receita marginal

Suponha que R(x) seja a receita total obtida pela venda de x unidades de um produto e
temos a seguinte definição.

Se R(x) é a receita obtida quando x unidades de um produto são demandadas, então a


receita marginal, quando x=x0 , é dado por R’(x0), caso exista. A função R’(x) é
chamada função receita marginal. R’(x0) pode ser positiva, negativa ou nula e pode
ser interpretada como a taxa de variação da receita total quanto x=x0 unidades são
demandadas.

Assim, pela seção anterior, R’(x0) ≅ ΔR = R(x0 +1) – R(x0).

Portanto, a receita marginal é aproximadamente igual à variação da receita decorrente


da venda de uma unidade adicional, a partir de x0 unidades.

-Função produtuvidade marginal

Função produtividade marginal Consideremos uma função de produção P que dependa


da quantidade x de um fator de produção variável. Chama-se função produtividade
marginal do fator a derivada da função P em relação a x.

EXEMPLOS:

01 - Suponha que C(x) seja o custo total de fabricação de x pares de calçados da marca
WW dado pela equação C(x) = 110+4x+0,02x². Determinar o custo marginal quando x =
50.

Resolução

Vamos calcular a derivada da função C(x) = 110+4x+0,02x², ou seja.

C’(x) = 4+0,04x e C’(50) = 4+0,04 * 50 = 6.


Assim sendo, a taxa de variação do custo total, quando 50 pares de calçados da marca
WW são fabricados, é R$ 6,00 por par fabricado.

O custo de fabricação do qüinquagésimo primeiro par de calçado é:

C’(50) ≅ ΔC = C(51) – C(50)

C(51) – C(50) = 110+4*51+0,02*(51)² – (110+4*50+0,02*(50)²)

C(51) – C(50) = 366,02 – 360 = 6,02

Assim, C’(50) ≅ ΔC = C(51) – C(50) = 6,02. Logo, C’(50) é o custo aproximado da


produção do qüinquagésimo primeiro par de calçado da marca WW.

Portanto, o custo marginal quando x = 50 é C’(50) = 6.

02 - Suponha que R(x) seja a receita total recebida na venda de x cadeiras da loja BBC,
e R(x) = – 4x²+2000x. Calcular a receita marginal para x = 40.

Resolução

Inicialmente, vamos calcular a derivada da função R(x) = –4x²+2000x, ou seja.

R’(x) = – 8x+2000 e R’(40) = – 8*40+2000 = 1.680.

Como, R’(40) ≅ R(41) – R(40) ≅ – 4*(41)²+2000*41 –(–4*(40)²+2000*40) ≅ 75.276 –


73.600 = 1.676.

Logo, R’(40) é a receita efetiva da venda da quadragésima primeira carteira.


Portanto, a receita marginal, quando x = 40, é R’(40)= 1.676.

03 - A quantidade P (em toneladas) produzida por mês de certo produto e x o trabalho


mensal envolvido (medido em homens-hora) são dados pela função produção P(x) =
1016x . Determinar a produtividade marginal quando x = 64. Resolução. Vamos calcular
a derivada da função em relação a x, que é a função produtividade marginal do fator
trabalho mensal. Logo ou seja, . Calculando a produtividade marginal quando x = 64,
temos . Assim, se o número de homens-hora passar de 64 para 65, o aumento na
produção mensal será, aproximadamente, 63,5 toneladas. Portanto, a produtividade
marginal da função produção , quando x = 64, é 63,5 toneladas.
.

Assim, segundo a teoria do economista, a forma mais inteligente de aumentar a


lucratividade é ter a ideia de que os benefícios adquiridos devem ser maiores do que os
lucros.

Desse modo, se a expectativa não é cumprida a decisão mais racional é a mudança para
novos caminhos que gerem o resultado esperado. A teoria da análise marginal de
Mankiw, amplamente estudada e praticada no mundo da economia, ficou conhecida
como marginalismo.

Para o marginalismo, o importante é fazer análises e tomar decisões sempre partindo da


margem e pensando em mudar para adquirir maiores benefícios a partir dos custos.

Mas aqui é preciso deixar claro que o marginalismo não é uma teoria nativa da gestão
financeira, mas da economia em si.

Portanto, quando falamos em custo-benefício estamos nos referindo ao pensamento


marginal em economia. Já quando pensamos em gestão financeira, a expressão mais
recorrente é análise marginal.

O surgimento da análise marginal na obra do economista Gregory Mankiw, “Princípios da


Economia” está associada ao terceiro princípio citado pelo autor.

Segundo Mankiw, um dos princípios fundamentais da economia racional é pensar na


margem, pois essa seria a melhor forma de tomar decisões acertadas. Em uma empresa,
espera-se que sejam tomadas decisões racionais para que a lucratividade seja cada vez
maior dado investimento em certas atividades.

Assim, segundo a teoria do economista, a forma mais inteligente de aumentar a


lucratividade é ter a ideia de que os benefícios adquiridos devem ser maiores do que os
lucros.

Desse modo, se a expectativa não é cumprida a decisão mais racional é a mudança para
novos caminhos que gerem o resultado esperado. A teoria da análise marginal de
Mankiw, amplamente estudada e praticada no mundo da economia, ficou conhecida
como marginalismo.

Para o marginalismo, o importante é fazer análises e tomar decisões sempre partindo da


margem e pensando em mudar para adquirir maiores benefícios a partir dos custos.

Mas aqui é preciso deixar claro que o marginalismo não é uma teoria nativa da gestão
financeira, mas da economia em si.

Portanto, quando falamos em custo-benefício estamos nos referindo ao pensamento


marginal em economia. Já quando pensamos em gestão financeira, a expressão mais
recorrente é análise marginal.
MUROLO, Afrânio; BONETTO, Giácomo. Matemática Aplicada à Administração,
Economia, Contabilidade. 1 ed. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2004.

https://maisretorno.com/portal/termos/a/analise-marginal em 07/11/2023

Miranda, Clarice Borges de

Matemática nas ciências sociais : livro didático / Clarice Borges

de Miranda, Joseane Borges de Miranda ; design instrucional Rafael

da Cunha Lara.– Palhoça : UnisulVirtual, 2013.

192 p. : il. ; 28 cm.

Guerra, Fernando Matemática para administradores / Fernando Guerra e Inder Jeet


Taneja. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2008.

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