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Sumário
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5.2 Situações passíveis de medida de segurança .................................................................... 17
5.3 Prazo de cumprimento ...................................................................................................... 17
5.4 Desinternação ................................................................................................................... 18
5.5 Sistemas: Duplo binário x Vicariante................................................................................. 19
6. Ação penal ............................................................................................................................... 20
6.1 Ação penal pública ............................................................................................................ 20
6.2 Ação penal privada ............................................................................................................ 22
6.3 Decadência do direito de queixa ou de representação .................................................... 23
6.4 Renúncia do direito de queixa .......................................................................................... 24
6.5 Perdão do ofendido........................................................................................................... 24
6.6 Algumas exceções quanto à identificação do tipo de ação penal .................................... 24
7. Prescrição ................................................................................................................................ 26
7.1 Prescrição da pretensão punitiva ..................................................................................... 26
7.2 Prescrição da pretensão Executória ................................................................................. 31
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1. Teorias da pena
Positivas
Teorias da pena
Retributivas Gerais
Declaradas Negativas
Preventivas
Positivas
Materialistas Especiais
Críticas Negativas
Agnósticas
Representam a ideia de que a pena tem como função retribuir o mal causado
pelo agente à vítima e à sociedade em geral em decorrência de um ato tipificado pelo
direito penal.
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crimes aconteçam, ou seja, voltam-se, ao contrário das teorias declaradas, para o
futuro e não para o passado.
Dividem-se, primeiramente, em gerais e especiais. As preventivas gerais
relacionam-se com a sociedade como um todo, podendo ser dividas em dois aspectos,
um positivo e outro negativo. Neste a pena é vista como intimidação – teoria da
coação psicológica – ou seja, pune-se para mostrar que as normas penais são
cumpridas. O aspecto positivo das teorias gerais preventivas retoma a ideia de Hegel,
no sentido de que a punição tem como finalidade que a norma possua valor e eficácia
perante a sociedade como um todo, punindo o agente que descumpre o denominado
contrato social, ferindo os bens jurídicos mais importantes.
Proteção bens
Positivas
jurídicos
Gerais Sociedade
Negativas Intimidação
Preventivas
Positivas Ressocialização
Especiais Indivíduo
Negativas Encarceramento
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quando o julgador avalia determinada situação de conflito, ele o faz em
conformidade com essa bagagem de experiência de vida.
Com base nas teorias de Karl Marx, as teorias materialistas pressupõem que a
finalidade do sistema criminal é a manutenção do modo de produção
capitalista, por meio da intimidação seletiva das massas, através da utilização
das forças estatais. Embora exista uma série de crimes que não atingem as
massas, o aparato é utilizado, em grande medida, para conter as massas.
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Regime Fechado
Cumpre os requisitos
Regime Semiaberto
Cumpre os requisitos
Regime Aberto
Não é possível, através do incidente de progressão, a passagem direta do regime fechado para
o regime aberto.
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Lei 7210/ 84. Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de
movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as
condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. VII – tiver em sua
posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo.
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Se condenado por crime hediondo: Precisa ter cumprido:
Se for primário 2/5 da pena
Se for reincidente 3/5 da pena
Para ser considerado reincidente o sujeito terá de ter sido condenado com
trânsito em julgado por crime hediondo e, posteriormente, cometer novo
crime hediondo em prazo não superior a 5 anos, contados do trânsito em
julgado do primeiro crime hediondo.
Para todos os casos, exige-se o bom comportamento, já que os requisitos são
cumulativos.
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Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2
(dois) anos, desde que:
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Outra corrente, entretanto, entende que a mencionada expressão
significa que o bem juridicamente protegido deve ser o mesmo, ainda
que previsto em tipos legais distintos:
Lei 7210/84. Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o
Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e
o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional,
cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
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GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral, V1, 17. Ed. p. 723 .
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HC 118533
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Art. 33, §4º da lei 11.343/06 – Tráfico Privilegiado
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O livramento condicional será revogado quando o beneficiado for condenado
por novo crime a pena privativa de liberdade com trânsito em julgado. Duas situações
podem ocasionar a revogação:
Revogação do livramento
Não poderá ser concedido livramento condicional novamente
Perde o período que cumpriu em livramento condicional, sendo esse período
somado ao da nova condenação.
Revogação do livramento
PODERÁ ser concedido livramento condicional novamente, se preenchidos os
requisitos legais.
NÃO perde o período que cumpriu em livramento condicional.
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2.2.5 Soma x Unificação
[...]
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
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CP, Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois
terços.
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Condenado em regime fechado ou semiaberto
Atividade Quantidade Remição
Trabalho 3 dias 1 dia
12 horas (mínimo 3
Estudo 1 dia
dias da semana)
3 dias de trabalho
com 12 horas de
Trabalho e Estudo 2 dias
estudo (mínimo 3
dias da semana)
Detração:
2.3.1 Indulto
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São diversas as possibilidades e requisitos para concessão do indulto, os quais,
geralmente, alteram-se a cada nova publicação do decreto.
Uma das situações previstas no último decreto natalino (decreto 8615/15) para
concessão do indulto é:
Requisito subjetivo:
Requisitos Objetivos:
Caso o condenado não tenha cumprido os requisitos até essa data, não terá direito ao
indulto, mesmo que posteriormente os preencha.
Pena de até 8 anos: Precisa ter sido condenado a pena menor ou igual a
8 anos. Esse requisito é relativizado no inciso IV do artigo 1º, o qual traz
hipóteses que, mesmo com condenação a pena superior a 8 anos, o
condenado poderá ter direito ao indulto.
Não pode ter sido condenado por crime hediondo ou equiparado.
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Bom comportamento carcerário: Atestado pelo diretor da casa prisional.
Não preencher os requisitos para indulto
Não ter sido beneficiado com a comutação no decreto anterior
Não ter sido condenado por crime hediondo ou equiparado.
Ter cumprido:
A) Se for primário: 1/4 da pena até 25/12/2015 Para comutar 1/4 da pena
B) Se for Reincidente: 1/3 da pena até 25/12/2015 Para comutar 1/5 da pena
3. Efeitos da condenação
Certos tipos penais possibilitam uma ação de reparação civil. Por exemplo:
crime de lesão corporal praticado na direção de veículo automotor – atropelamento –
causando a debilidade permanente na vítima, com culpa do agente causador. A
condenação na esfera penal constituirá um título executivo que, na esfera civil não
poderá ser discutido novamente. Na esfera penal se condena, determinando a
existência de culpa, e na esfera civil decide-se o quantum da indenização.
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,
porte ou detenção constitua fato ilícito;
Ex.: A arma do crime. As armas utilizadas em crimes ficam em favor da união, sendo,
entretanto, incineradas devido a numeração estar raspada.
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.
Produto do crime é o que foi furtado ou roubado, ou o lucro que se obteve com a coisa
roubada ou furtada (confisco).
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Ex.: Dinheiro ilícito, decorrente de um crime de colarinho branco, é depositado em
contas no exterior. Comprovado que o réu realmente tem conta no exterior, não
sendo acessível por meio de cooperação internacional, o §1º do artigo 91 autoriza que
seja confiscado patrimônio do réu equivalente ao dinheiro não acessível no exterior.
Se o juiz não fundamentar na sentença, não são aplicados. (Art. 92. Parágrafo único)
Quando:
OU quando:
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.
Obs.: O efeito previsto no inciso III é automático para os crimes previstos no Código de
Trânsito Brasileiro.
4. Reabilitação criminal
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É a possibilidade de solicitar que os registros de condenação criminal sejam
excluídos da folha corrida, atestados ou certidões do condenado que teve sua pena
extinta há mais de 2 anos e tenha tido, no período de 2 anos mencionado:
domicílio no País
bom comportamento
Todavia, os registros continuam nos bancos de dados do poder judiciário, apenas não
aparecerão em eventuais pesquisas públicas, a exemplo quando o sujeito for procurar
um emprego e o empregador buscar seus antecedentes criminais.
Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido
seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. (Art.
93, parágrafo único).
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5. Medidas de segurança
5.1 Modalidades
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anualmente o sujeito deverá ser submetido a nova perícia para avaliar a sua
periculosidade. A regra é que a perícia seja realizada anualmente, no entanto, o juízo
de execuções pode solicitá-la a qualquer tempo. Exemplo:
Nos termos do artigo 97, §1º do código penal, a internação será por tempo
indeterminado, entretanto, alguns doutrinadores entendem essa previsão como uma
condenação perpétua e, portanto, inconstitucional. Nesse sentido, parte da doutrina
aponta como prazo máximo para o agente:
5.4 Desinternação
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5.5 Sistemas: Duplo binário x Vicariante
Condenado a 10 anos
Cumpriu 2 anos em regime fechado
Permaneceu 2 anos em medida de segurança
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Absolvição do inimputável, sendo-lhe aplicável medida de segurança (Art. 26,
CP) – Sentença absolutória imprópria.
Redução de pena do semi-inimputável de 1/3 a 2/3 (Art. 26, parágrafo único,
CP)
6. Ação penal
São tipos ou espécies de ação penal: A) ação penal pública; B) Ação penal privada.
Ação penal
Pública Privada
Condicionada à Subsidiária da
Incondicionada Exclusiva
representação ação pública
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AP pública Incondicionada (Art. 100, CP) Representam grande parte dos
casos. A apuração do crime pelas autoridades competentes não depende de
autorização da vítima, ou seja, para que o ministério público inicie a ação ou
requisite a instauração de inquérito policial, não é exigida qualquer condição
especial, basta que existam indícios de autoria e materialidade.
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6.2 Ação penal privada
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5 ou 15 dias 6 meses Enquanto o crime
não prescrever
Apenas MP MP pode oferecer a denúncia ou o
pode oferecer ofendido pode oferecer a queixa- Apenas MP pode
a denúncia crime oferecer a denúncia
6 meses, contados a
AP privada subsidiária da pública
partir do término do
prazo do MP oferecer
denúncia (5d ou 15d)
Os prazos valem tanto para o ofendido (vítima)
quanto para seu representante.
Se a autoria do crime não foi descoberta, o prazo de 6 meses não começa a
correr nos casos de AP pública condicionada a representação e AP privada.
Não existe decadência para o prazo do MP oferecer denúncia, respeitado,
entretanto, o prazo prescricional do crime.
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6.4 Renúncia do direito de queixa
A renúncia ao direito de queixa pode ser expressa ou tácita (Art. 104, CP):
O ofendido não poderá escolher qual dos querelados será beneficiado com o
perdão e seguir a ação contra os demais, pois o perdão a todos alcança.
Se houver mais de uma vítima (ofendidos), o fato de uma conceder o perdão
não prejudica o direito dos demais de prosseguir com a ação.
O querelado (indiciado) possui o direito de não aceitar o perdão e seguir com a
ação para provar judicialmente sua inocência.
Aceitação do perdão tem como consequência a extinção da punibilidade.
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Lesão corporal Leve nos casos de violência doméstica e familiar contra
mulher: Ação pública incondicionada. Súmula 542 STJ (A ação penal relativa ao
crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada) e STF (ADI 4424 e ADC 19). Não se aplica o artigo 88 da
lei 9099/95 por determinação do artigo 41 da lei Maria da Penha (11.340/06)
Lesão corporal dolosa leve ou culposa: O crime de lesão corporal comum leve
ou culposa, por sua vez, segue a regra prevista no artigo 88 da lei 9099/95
AP pública condicionada à representação.
Estupro: O CP determina, no artigo 225, que os crimes sexuais (Art. 213 a 224)
devem ser apurados mediante ação penal pública condicionada a
representação, mas o STF criou uma exceção a esse dispositivo através da
súmula 608: “No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação
penal é pública incondicionada.”
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Indulto: Ao contrário da graça, é coletivo e concedido espontaneamente pelo
presidente da república, ou autoridade delegada dessa função, através de decreto
publicado anualmente no mês de dezembro. Extingue a pena e a punibilidade.
C) Retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso: (Abolítio
criminis) Quando nova lei é editada, abolindo o tipo penal praticado pelo agente.
Extinção da punibilidade, mesmo que o crime já tenha transitado em julgado –
registro de condenação é apagado.
Prescrição (item 7)
Decadência: Ocorre nos casos em que o início ação depende de queixa ou de
representação da vítima, privada ou condicionada a representação – 6 meses – Art.
103).
Perempção: Aplicada aos crimes de ação privada, quando o autor da ação
comete alguma das condutas descritas no artigo 60 do CPP, que caracterizam o
desinteresse na demanda.
7. Prescrição
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Extingue completamente a punibilidade, isto é, tanto a pena quanto os
registros criminais do agente. Divide-se didaticamente (apenas o nome é alterado) em
duas categorias em relação ao momento da ocorrência: A) Abstrata; B) Concreta
(Retroativa e intercorrente).
I) Recebimento da denúncia
A B C
I II III
II
Exemplo: Crime de estelionato (Art. 171), praticado por agente de 20 anos (pena
máxima de 5 anos). De acordo com artigo 109, III, quando a pena máxima for superior
a quatro e não exceder a 8, a prescrição ocorre em 12 anos. Aplicando o artigo 115,
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como o agente é menor de 21 anos de idade, a prescrição é reduzida pela metade,
sendo de 6 anos.
Sentença Absolutória:
A B C
I II
A B C
I II III
II
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A terceira análise da prescrição (C) é a denominada “ concreta intercorrente” ou
“concreta superveniente”, sendo realizada de acordo com a pena atribuída ao agente
na sentença condenatória.
A B C
I II III
II
Se
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Seguindo no mesmo exemplo: Exemplo: Agente é condenado a 1 ano e 6 meses. A
acusação não recorre da sentença, transitando em julgado para a acusação. A defesa
recorre. É preciso aplicar igualmente os artigos 109 e 115 do CP.
I II III IV V
II II II
Observações iniciais:
Conforme artigo 112 do CP, o termo inicial para fins de análise da prescrição em fase
executória pode ser:
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Início da execução: É um marco suspensivo da prescrição, ou seja, enquanto o
condenado cumpre pena, em quaisquer dos regimes, o prazo prescricional
estará suspenso.
Exemplo:
Fuga: 01/08/2013
I II III
II
1 ano 8 meses
7 meses
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