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UNIVERSIDADE CEUMA
CURSO DE NUTRIÇÃO
DIETOTERAPIA INFANTIL
DISTÚRBIOS DA ALIMENTAÇÃO
Profª Ma. Ângela Tâmara Souza Barroqueiro
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Na infância...
• São frequentes na infância principalmente entre as
idades de 1 a 5 anos;
• Afeta de maneira semelhante os dois sexos;
• Geralmente são causados por fatores familiares e
emocionais.
Pica - Definição
• É a ingestão persistente de substâncias não nutritivas,
inadequadas para o desenvolvimento infantil e que não
fazem parte de uma prática aceita culturalmente;
• No período de 1 mês;
• As substâncias mais frequentemente consumidas são:
terra, barro, cabelo, alimentos crus, cinzas de cigarro e
fezes de animais;
Transtorno de Ruminação ou
Mericismo
Inclui episódios de regurgitação (ou “remastigação)
repetidos;
Crianças sadias ou com retardo metal;
Provável fraco vínculo mãe-filho;
As principais complicações médicas podem ser
desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio
hidroeletrolítico, desidratação e morte;
O tratamento envolve o acompanhamento clínico das
complicações e tratamento comportamental.
Diagnóstico diferencial
• Em bebês, anomalias congênitas (por ex., estenose
pilórica ou refluxo gastroesofágico) ou outras condições
médicas gerais (por ex., infecções do sistema
gastrintestinal) podem causar regurgitação do alimento e
devem ser descartadas por exames físicos e laboratoriais
apropriados;
• A ruminação deve ser diferenciada do vômito normal da
primeira infância, pela natureza aparentemente voluntária
da ruminação:
• Observar movimentos preparatórios característicos seguidos de
regurgitação e movimentos de sucção ou mastigação que parecem
agradáveis ao bebê).
Características específicas
• Um início mais tardio (por ex., aos 2 ou 3 anos, ao invés
de no primeiro ano de vida);
• Está associado com menores graus de atraso no
desenvolvimento e desnutrição, embora um retardo do
crescimento possa ser observado;
• Afeta igualmente ambos os sexos.
Diagnóstico diferencial
• Problemas menores na alimentação são comuns na
primeira infância;
• O diagnóstico deve ser feito apenas se o problema com a
alimentação acarreta um fracasso significativo em ganhar
peso ou uma perda importante de peso
Orientações ao pais
Refeições e lanches devem ser oferecidos em horários
fixos, com intervalos suficientes para que a criança sinta
fome (geralmente a cada 2-3 horas);
A sobremesa deve ser oferecida como parte da refeição e
não como recompensa ao consumo de algum alimento;
Salgadinhos, balas e doces não devem ser proibidos
(estimula ainda mais o interesse):
O consumo deve ser restrito à horários e quantidades adequadas,
de forma que não atrapalhe as refeições;
É importante que desde o primeiro ano de vida, a criança
observe outras pessoas de sua família se alimentando de
forma saudável.
Krause et al., 2012
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O 2ª grupo de transtornos
alimentares (Tardio)
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Definição
• Os transtornos alimentares são síndromes psiquiátricas
complexas e ainda relativamente pouco compreendidas,
mostrando-se cada vez mais importantes no cenário da
psiquiatria moderna;
• Várias alterações do apetite e perturbações da imagem
corporal podem ocorrer nas crianças em idade escolar,
embora os quadros mais típicos de transtornos
alimentares sejam mais raros.
• Fatores predisponentes:
• Psicológicos;
• Biológicos – Distúrbios no metabolismo de hormônios;
• Familiares;
• Culturais
Sinais e Sintomas
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Sintomas
• Esfera alimentar:
Recusa em ingerir alimentos ricos em carboidratos;
Medo intenso e inexplicável de engordar;
Tem dificuldade em comer em locais públicos;
• Outras áreas do comportamento além da alimentar:
Interesse especial pelo valor nutritivo de cada alimentos;
Submetem-se a exercícios físicos excessivos;
as horas de sono;
Isolamento social.
Sinais
• Emagrecimento rápido sem causa aparente;
• Vômitos;
Complicações
• Desnutrição:
perda de tecido adiposo;
Perda da massa muscular;
Fraqueza, fadiga;
Cardiovasculares:
Perda de músculo cardíaco;
Bradicardia;
Arritmias;
• Gastrointestinais:
Dor abdominal;
Constipação
Complicações
• Dermatológicas:
Pele e cabelos secos;
Queda de cabelo;
Edema
• Hematológicas:
Anemia;
• Neurológicas:
Depressão;
Atrofias irreversíveis do cérebro;
Tratamento
1. Restauração de peso normal/razoável :
a) Desenvolvimento físico e sexual normal nas crianças e
adolescente;
2. Motivação do paciente para recuperar hábitos e
comportamentos alimentares saudáveis e participar do
tratamento;
3. Corrigir pensamentos, sentimentos e atitudes
disfuncionais relacionadas a desordem;
4. Corrigir sequelas biológicas e psicológicas da
desnutrição:
alterações endócrinas, osteoporose;
Alterações hidroeletrolíticas (especialmente hipocalemia, que pode
levar a arritmia cardíaca e morte súbita), dentre outras
Tratamento
• A internação hospitalar deve ser considerada para as
pacientes:
com peso corporal abaixo de 75% do mínimo ideal;
quando estão perdendo peso rapidamente
ou quando se faz necessária uma monitorização adequada das
suas condições clínicas.
• O tratamento ambulatorial deve ser indicado quando a
paciente:
Tem um bom suporte social, não está perdendo peso rapidamente,
encontra-se metabolicamente estável;
E não apresenta os critérios de gravidade descritos acima e que
indicam a necessidade de uma internação hospitalar.
Tratamento Medicamentoso
• Uso de antidepressivos ou ansiolíticos pode ser
adequado em pacientes:
Que desenvolvem uma comorbidade psiquiátrica associada;
Deve ser cauteloso, tendo em vista as frequentes anormalidades
clínicas associadas.
Os agentes inibidores da recaptação da serotonina (ISRS)
parecem mais seguros;
Existem evidências de que a fluoxetina poderia auxiliar na
manutenção do peso pós-internação em alguns pacientes;
A psicoterapia em suas diversas modalidades (cognitivo-
comportamental, interpessoal e a terapia de família) ainda é um
dos pilares centrais do tratamento.
Bulimia Nervosa
• É extremamente rara antes dos 12 anos;
• Característico das mulheres jovens e adolescentes, com
prevalência de 1,1% a 4,2% neste grupo;
• Fatores de ordem biopsicossocial se encontram
relacionados com sua etiologia;
• Uma pessoa com bulimia (bulímica) ingere uma grande
quantidade de alimentos para em seguida livra-se dele (
Ciclo compulsão alimentar – Purgação)
Características
Momento de voracidade alimentar com frequência de
pelo menos 2 vezes/semana em 3 meses consecutivos;
Exageradas restrições alimentares;
Usam processos químicos de emagrecimentos:
• medicamentos do tipo laxativo, de diuréticos, de hormônios
tireoidianos, de agentes anorexígenos e de enemas;
Exercícios físicos exagerados:
• Geram menos complicações clínicas do que as técnicas
purgativas;
Sinais de automutilação e flagelação.
Fatores Psicológicos
Emotividade e depressão;
Alteração de humor;
Obsessão por dietas;
Dificuldade de controle;
Medo de não conseguir parar de comer voluntariamente;
Necessidade de aprovação dos outros;
Parece haver uma ocorrência aumentada de transtornos
do humor e de transtornos de ansiedade
Critérios de diagnóstico
Episódios de ingestão compulsiva de uma quantidade de
alimentos muito superior à maioria das pessoas “tipo não
purgativo”:
• Sem qualquer seleção de alimentos;
• Com o desaparecimento das sensações de prazer ou da obtenção
da saciedade;
• Sentimento de total falta de controle na ingestão dos alimentos;
Comportamentos compensatórios decorrentes para
perder peso e prevenir o seu ganho “tipo purgativo”:
• Vômito auto induzido;
• Abuso de laxantes e outros medicamentos;
• Jejum e exercício físico prolongados.
As complicações clínicas
• São decorrentes principalmente das manobras
compensatórias para perda de peso:
Erosão dos dentes;
Esofagites;
Hipopotassemia;
E alterações cardiovasculares;
Distúrbios hidroeletrolíticos;
Inchaço e dores de estômago
Tratamento
Tratamento Psicológico
• Analisar e modificar os pensamentos, crenças e
sentimentos que desencadeiam e perpetuam o clico
bulímico;
Aconselhamento Nutricional
Essencial para que o doente saiba exatamente aquilo que
deverá comer;
Objetivos: reconhecimento de verdadeiro valor dos
nutrientes e da sua importância na alimentação
(Comportamento alimentar saudável);
Correção dos erros alimentares e introdução ou
restabelecimento de padrões alimentares adequados;
Ajuda na planificação do guia de refeições, baseada no
conhecimento da história dietética do bulímico (Padrão
de refeições regular e disciplinado)
Tratamento Hospitalar
• A necessidade de internação hospitalar está relacionada
com a presença de:
complicações médico-psiquiátricas;
De ciclos incoercíveis de compulsão alimentar-vômitos;
De abuso de laxativos e/ou outras drogas e de outros
comportamentos de risco.
• Na maioria das vezes, entretanto, o tratamento é extra-
hospitalar;
• Devendo-se tentar um período inicial de abordagens
como a psicoterapia cognitivo-comportamental, o
aconselhamento nutricional e o uso de psicofármacos, o
que pode conduzir a uma melhora das pacientes
Obrigada!!