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O lobolo
Em Moçambique lobolar constitui uma prática honrosa, funciona como contrato para
matrimonio e estabelece harmonia social.
O lobolo desenha um papel muito importante na vida das famílias Moçambicanas, tendo
se tornado indispensável.
O lobolo como costume cultivado ate hoje em Moçambique, principalmente na zona sul,
a família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o seu casamento e a ida
para outra casa, antigamente era feito de esteiras, serreais, grandes anéis de ferro que
eram possíveis de serem obtidos por trocas comerciais, assim como o gado.
Uma criança, na qual o lobolo da mãe não foi pago, não é considerada um membro
integral da família.
No entanto das poucas vezes que acompanho as cerimonias do lobolo noto que nessas
relações, nunca se constatam simples trocas de bens, de riqueza e de produtos entre
indivíduos de forma com que estes proveitos sejam vistas apenas de forma utilitaristas,
ou seja não são indivíduos, mais sim colecticvidades que trocam e que contratam e na
verdade um rito não individual mas sim em dois grupos, onde de um lado ocorrerá a
perda e do outro um acréscimo e para compensar essa perda o primeiro grupo exige o
lobolo.
Por outro lado, a mulher adquirida pela família do noivo não se tornara uma escrava,
mas sim uma propriedade de um grupo familiar, mais uma vez colectividade, pratica
essa que não torna menos opressora a situação da mulher, que ainda vive sob um regime
de caracter patrilinear, mas essas trocas, mesmo sendo voluntarias, são profundamente
obrigatórias.