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Universidade Save – Extensão Maxixe

Faculdade de Educação e Psicologia


Licenciatura em Ensino Básico
Cadeira: Técnica de Expressão em língua Portuguesa
Tópico: Texto expositivo argumentativo

Discente ꓽ Marta Boaventura Macie

O lobolo

Em Moçambique lobolar constitui uma prática honrosa, funciona como contrato para
matrimonio e estabelece harmonia social.

O lobolo torna a mulher uma propriedade de um grupo familiar e o não pagamento


implica em casamento incompleto.

O lobolo desenha um papel muito importante na vida das famílias Moçambicanas, tendo
se tornado indispensável.

Efetivamente, funciona como meio de casamento desde a antiguidade e criando o


restabelecimento da harmonia social.

O lobolo como costume cultivado ate hoje em Moçambique, principalmente na zona sul,
a família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o seu casamento e a ida
para outra casa, antigamente era feito de esteiras, serreais, grandes anéis de ferro que
eram possíveis de serem obtidos por trocas comerciais, assim como o gado.

Em uma sociedade patrilinear com Moçambique os filhos nascidos acabam por


pertencer a família do pai.

Uma criança, na qual o lobolo da mãe não foi pago, não é considerada um membro
integral da família.
No entanto das poucas vezes que acompanho as cerimonias do lobolo noto que nessas
relações, nunca se constatam simples trocas de bens, de riqueza e de produtos entre
indivíduos de forma com que estes proveitos sejam vistas apenas de forma utilitaristas,
ou seja não são indivíduos, mais sim colecticvidades que trocam e que contratam e na
verdade um rito não individual mas sim em dois grupos, onde de um lado ocorrerá a
perda e do outro um acréscimo e para compensar essa perda o primeiro grupo exige o
lobolo.

Ora vejamos, nos últimos tempos lobolo é sinonimo de cobrança de valores


exorbitantes, facto que leva vários amantes a nunca chegar ao altar, pois tais valores dão
de antemão peso na consciência da mulher casa seja pago o lobolo de possível
dissolução do casamento, pois jamais terá como fazer o reembolso, vêm-se questões de
colectividade e regulação social do preço da noiva.

Por outro lado, a mulher adquirida pela família do noivo não se tornara uma escrava,
mas sim uma propriedade de um grupo familiar, mais uma vez colectividade, pratica
essa que não torna menos opressora a situação da mulher, que ainda vive sob um regime
de caracter patrilinear, mas essas trocas, mesmo sendo voluntarias, são profundamente
obrigatórias.

Em suma, o não cumprimento do lobolo pode acarretar diversos problemas e


desavenças sociais e o não pagamento do lobolo implica em um casamento incompleto.

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