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Características Morfológicas
A Bertholletia excelsa é uma grande árvore, chegando a medir entre 30 e 50
metros de altura e 1 ou 2 metros de diâmetro no tronco; está entre as maiores
árvores da Amazônia. Há registros de exemplares com mais de 50 metros de
altura e diâmetro maior que 5 metros, no Pará. Pode viver mais de 500 anos, e,
de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1 000 ou 1
600 anos.
Seu tronco é reto e permanece sem galhos por mais da metade do
comprimento da árvore, com uma grande coroa emergindo sobre a folhagem
das árvores vizinhas. Sua casca é acinzentada e suave.
Fruto aberto
A maioria das sementes são "plantadas" pelas cutias em lugares escuros, e as
jovens árvores acabam esperando por anos, em estado de hibernação, até que
alguma árvore caia e a luz do sol possa alcançá-las. Micos já foram vistos
abrindo os frutos da Bertholletia excelsa utilizando-se de uma pedra como
uma bigorna.
Ecologia
Vive preferencialmente nas florestas de terra firme, e cresce apenas onde a
estação seca é de 3 a 5 meses.
A densidade da espécie varia muito ao longo de toda a Amazônia, indo de 26
árvores reprodutivas por hectare a apenas um exemplar em 100 hectares.
Cogita-se que alguns grupos de árvores devam sua existência a indígenas pré-
colombianos.
Produção
Cerca de 20 mil toneladas de Bertholletia excelsa são colhidas a cada ano, da
qual a Bolívia responde por 50 por cento, o Brasil por 40 por cento e o Peru por
10 por cento (estimativas do ano 2000). Em 1980, a produção anual era de
cerca de 40 000 toneladas por ano somente no Brasil e, em 1970, o país
registrou uma colheita de 104 487 toneladas de Bertholletia excelsa.
A produção brasileira caiu a menos da metade entre 1970 e 1980, devido ao
desmatamento da Amazônia.
Efeitos da colheita
As Bertholletia excelsa destinadas ao comércio internacional vêm inteiramente
da colheita selvagem, e não de plantações. Este modelo vem sendo estimulado
como uma maneira de se gerar renda a partir de uma floresta tropical sem
destruí-la. As castanhas são colhidas por trabalhadores migrantes conhecidos
como "castanheiros".
A análise da idade das árvores nas áreas onde houve extração mostram que a
colheita de moderada a intensa coleta tantas sementes que não resta um
número suficiente para substituir as árvores mais antigas à medida que elas
morrem. Sítios com menos atividades de colheita possuem mais árvores
jovens, enquanto sítios com atividade intensa de colheita praticamente não as
possuem.
Experimentos estatísticos foram feitos para se determinar quais fatores
ambientais podem estar contribuindo para a falta de árvores mais jovens. O
fator mais consistente foi o nível de atividade de colheita em determinado sítio.
Uma simulação por computador que previa o tamanho das árvores em que
pessoas pegavam todas as castanhas coincidiu com o tamanho das árvores
encontradas nos sítios onde havia uma colheita intensa das castanhas.
Usos
Castanha: descascada e comida fresca, bombom, sorvete ,doce, farinha e leite para
temperar comida.
Óleo: sabonete,creme, xampu .
Ouriço: artesanato, brinquedos (pés de ouriço), remédio, carvão, pilãozinho, tigela
para coletar seringa.
Casca: remédio (chá) para diarréia.
Madeira: historicamente muito utilizada para estacas e construção, mas hoje é ilegal
derrubar castanheiras silvestres.
Alimentação
Nutrição
A castanha, rica em proteínas e calorias, é considerada por muitos uma carne
vegetal. Possui 12% a 17% de proteína nos frutos e 46% de proteína na farinha
sem gordura, enquanto a carne de gado possui 26% a 31% de proteína. A
castanha possui mais ou menos metade da proteína e 2 vezes mais calorias
que as contidas num bife. Sua proteína é quase equivalente à do leite de vaca,
contendo aminoácidos completos. Você pode até substituir o leite de vaca
na culinária. Para obter o leite da castanha basta ralar os frutos e adicionar
água. A castanha tem minerais como fósforo, potássio e vitamina B. Em
adição, 100 gramas de castanha contêm: 61 gramas de gordura; 2,8
miligramas de ferro; 180 miligramas de cálcio; 4,2 miligramas de zinco. A
castanha também contém grandes quantidades de metionina, que é um dos
elementos nutritivos mais limitados na dieta amazônica.
Economia no Brasil
Em 1945 no Brasil, o fim do ciclo da borracha na Amazônia abalou a economia
da região, então a venda de castanhas (amêndoas) auxiliou na manutenção da
economia de exportação nos estados do Amazonas e Pará.[13] Este último
liderava a extração devido possuir o polígono das castanheiras (castanhal),
concentrado no município de Marabá (no sudeste do Pará), tornando o Brasil o
então maior exportador mundial, que era apreciada na Europa desde o século
XVII. Porém, na década de 1960 com a chegada da nova política de incentivos
fiscais do governo federal brasileiro para a criação de pastagens com uso de
fogo para à agropecuária, resultou no desmatamento e destruição de boa parte
do polígono das castanheiras, que foi transformado no cemitério de
castanheiras.
Castanhais: manejo indígena?
Na mata do Trombetas, castanheiras demonstram grandes variações de
densidades. Numa área de 789 hectares, a densidade média foi de 1,5 árvore
por hectare, com alguns hectares com 13 árvores. Essa concentração de
castanheira é conhecida como “bolas” ou castanhais. Em uma área próxima de
1.500 hectares ocorreram apenas 7 castanheiras em toda a área. As duas
áreas estavam distantes 30 quilômetros uma da outra e tinham a mesma
intensidade de chuvas, luminosidade e tipo de solo. Arqueólogos estão
trabalhando junto com ecólogos para explicar o fenônemo dessas “bolas”.
Muita gente acredita que essas áreas foram manejadas por indígenas centenas de
anos atrás. As “bolas” são bem conhecidas pelos moradores da região que até dão
nomes como “Veado Grande”, “Veado Pequeno” e “Bola do Chico”.