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ECOSSISTEMA BRASÍLIA EDUCACIONAL


FACULDADE UNIBRÁS RIO VERDE
CURSO DE DIREITO

IVANA MARIA PIRES

INSTITUTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E AS


ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA

RIO VERDE
2022
2

IVANA MARIA PIRES RODRIGUES

INSTITUTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E AS


ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA

RIO VERDE/GO
2022
3

IVANA MARIA PIRES RODRIGUES


INSTITUTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA E AS ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI DE
LIBERDADE ECONÔMICA

Nº de folhas 26

Artigo Científico
. Rio Verde, 2022.

1. PALAVRAS CHAVES Desconsideração da Personalidade


Jurídica, Lei de Liberdade Econômica, Alterações. Lei
Consolidações Trabalhista
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RESUMO

O presente trabalho analisa as mudanças da desconsideração jurídica promovidas


por detrimento da criação da lei de liberdade econômica no âmbito Civil e trabalhista.
Após uma breve abordagem da origem histórica e sociedade personificada da
personalidade jurídica, o ingresso na Legislação Brasileira da Lei da Liberdade
Econômica, estabelece as condições por meio de sua aplicabilidade, atos públicos e
princípios por ela inserido. Quanto as mudanças ocasionadas com a lei de liberdade
econômica serão tratados a desconsideração da personalidade jurídica, instituída no
Código Civil vigente. E algumas mudanças pertinentes a CLT, referente ao registro
de ponto e CTPS.

Palavras-Chave: Desconsideração da Personalidade Jurídica, Lei de Liberdade


Econômica, Alterações. Lei Consolidações Trabalhista

INSTITUTE FOR DISCONSIDERATION OF LEGAL PERSONALITY AND


CHANGES PROMOTED BY THE ECONOMIC FREEDOM LAW

ABSTRACT

The present work analyzes the changes of legal disregard promoted by the economic
freedom law in the Civil and Labor scope. After a brief approach to the historical
origin and personified society of the legal entity, the entry into the Brazilian
Legislation of the Law of Economic Freedom, establishes the conditions through its
applicability, public acts and principles inserted by it. As for the changes caused by
the economic freedom law, the disregard of legal personality, established in the Civil
Code in force, will be treated. And some relevant changes to CLT, referring to the
point record and CTPS.

Keyword Disregard of Legal Personality, Economic Freedom Act, Amendments.


Labor Consolidations Law
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1 INTRODUÇÃO

Ao tratarmos da Desconsideração da Personalidade Jurídica compreende-se


que a personalidade jurídica é um instituto que tem o objetivo de incentivar o
desenvolvimento das atividades econômicas, responsabilizando os que
desenvolvem a atividade empresarial com legitimação de risco de personalidade
específica, diferente da personalidade dos sócios, às fundações jurídicas.
Porém, ao usar inadequadamente a personalidade jurídica, esse ato pode
facilitar situações nas quais sócios e/ou administradores objetivam eximir-se de
quaisquer responsabilidades, desrespeitosamente, com base na soberania
patrimonial das empresas.
Desta feita, o objetivo do presente é analisar as alterações da desestima da
empresarial decorrente da Lei de Liberdade Econômica, trazendo a conhecimento a
personalidade jurídica, que teve seu nascimento para atender os anseios do homem,
assim sua origem histórica decorre do dogma da autarquia patrimonial e a
personificação de seus efeitos.
As sociedades personificadas falarão sobre direitos e obrigações que recai
sobre ela, separando-as com as pessoas de seus membros.
No decorrer será transcrito a Lei de Liberdade Econômica apresentando sua
finalidade, sua aplicabilidade, os atos públicos que a rege e seus princípios. Esta
permeia sobre a declaração dos direitos da liberdade econômica, a qual veio trazer
novos dispositivos para interpretação e integração dos negócios jurídicos, deste
também ocorreu mudanças do Indicador Civil vigente.
Por fim, irá retratar as mudanças ocasionadas com mencionada lei de
Instrução Civil relacionadas a descortesia da personalidade jurídica.
Ao analisar sua aplicação e interpretação, estruturada da Medida Provisória
observou-se que foi direcionada principalmente ao direito civil, empresarial e
trabalhista, e impactos aos direitos econômico e urbanístico acentuando-se nas
relações jurídicas que estejam em sua esfera de aplicação e na estrutura pública
quanto ao desempenho das funções, juntas mercantis, eficiencia, consumo e
salvaguarda ao meio ambiente.
No momento da criação da Media Provisória, a essa, foram referenciadas
duras críticas dos debatedores, pois para eles o texto soma-se um conjunto de
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reformas destinadas a reduzir os direitos dos trabalhadores; ainda afirmam ser a


favor de projetos que reduzam a burocracia sobre as empresas, no entanto para
eles a proposição leva o país à “selvageria” na negociação com os trabalhadores.
Nessa toada, a norma visa estabelecer diretrizes de proteção e incentivo à
livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica, enfatizando o papel do
Estado como intermediador e regulador, devendo intervir o mínimo possível nas
relações privadas.
O texto, em alguns de seus instantes mais eloquentes, ultrapassa de forma
inconteste os contornos delineadores do Estado Democrático de Direito afrontando,
até mesmo, comandos normativos contidos no artigo que se propõe a estabelecer os
princípios gerais da atuação econômica na Constituição Federal vigente.
As alteração significativas pertinentes à Lei da Liberdade Econômica, apesar
de parecer, em um primeiro momento, trazer apenas alterações de plano nacional,
também impacta diretamente na condução dos negócios e negociações.
O instituto da desconsideração da Personalidade Jurídica, no ordenamento
jurídico brasileiro constitui-se verdadeiramente o algoz dos que exercem a
atividade empresarial, quanto a divisão patrimonial e a responsabilidade que recai
entre empresas e sócios.
A emancipação patrimonial da Pessoa Jurídica é a medida extrema com a
intenção de coibir as fraudes e abusos de poder de forma eficaz, trazendo em seu
escopo a confusão patrimonial, ocorrendo o reforço desta e a preservação da
empresa, na qual será utilizada pois a pessoa jurídica nunca possui bens para
fornecer aos seus credores.
Ao indicar as lacunas que eram vislumbradas na redação anterior, é
pertinente mencionar avanços alcançados ou não desde de tais alterações, levando
em conta a interpretação sistemática e as dificuldades anteriormente encontradas?
O presente estudo baseia-se na metodologia de pesquisa exploratória, onde
essa visa trazer uma familiaridade entre o pesquisador e o tema por ele pesquisado,
contudo esta pode ser uma pesquisa bastante específica com características em
algumas vezes associados ao estudo de caso do tema estudado.

2 A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


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Antes de adentrarmos ao tema da desconsideração é necessário entender o


que é a personalidade Jurídica, onde, o direito foi criado com o intuito de atender
aos anseios do homem, e nesse vem inserido a pessoa jurídica a qual nada mais é
que uma armadura adequada para atendê-los.
Para tanto, faz necessário compreender a terminologia “Personalidade
Jurídica” onde, segundo Silva (2011, p.564) ensina que:

Em oposição à pessoa natural, expressão adotada para indicação da


individualidade jurídica constituída pelo homem, é empregada para designar
as instituições, corporações, associações e sociedades, que, por força ou
determinação da lei, se personalizam, tomam individualidade própria, para
que a forma ou a quem a compõem.

A junção de várias pessoas para realizarem empreendimento as quais não


pretendem entregar seus recursos para que outrem os administre, se tornou uma
sociedade jurídica. Esta tem o propósito de incentivar o desenvolvimento econômico
e aumentar a arrecadação de impostos, e assim, há produção de empregos
auxiliando o desenvolvimento econômico e social das comunidades, mas para tal foi
pertinente encontrar uma forma para limitar os riscos referidos a execução
econômica por eles desenvolvidas, se encaixando perfeitamente o instituto da
personalidade jurídica, também conhecida como sociedade personificada.
Ao elucidar a personalidade jurídica passaremos a referir a origem histórica
da desconsideração da personalidade jurídica.

2.1 Origem Histórica da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Simultaneamente ao dogma da emancipação patrimonial a personificação e


seus efeitos supervalorizaram já que a primeira considera insuscetível de
afastamento.
No século XIX inicia-se rumores da má serventia da pessoa jurídica,
causando incomodo, vez que houve a precisão de buscar meios idôneos para assim
conter o ato, surgindo então a teoria da soberania HAUSSMANN e MOSSA, onde
era imputado a responsabilidade ao controlador da cidade por obrigações não
cumpridas, no entanto, seu desenvolvimento foi insatisfatório, perceberam a
imposição de relativizar a autocracia patrimonial para que seus resultados não
fossem o oposto ao direito.
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Tomazzet (2011, p.08) diz que o agravo a personalidade jurídica desenvolveu


em 1897, vejamos:

A desconsideração desenvolveu-se inicialmente nos países da Common


Law, pois no direito continental os fatos não têm a força de gerar novos
princípios, em detrimento da legislação]. Na maioria da doutrina se reputa a
ocorrência do primeiro caso de aplicação da desconsideração da pessoa
jurídica o Caso Salomon x Salomon Co em 1897, na Inglaterra.

Denote-se que antes a década de 90 o tema não tinha previsão legal, tão
pouco era mencionado no Compilação Civil de 1916, o qual dirigia-se apenas a
existência distinta da pessoa jurídica e seus componentes. No entanto, havia nos
tribunais vários julgados tratando do mesmo.
FILHO, Marçal Justen (1987, p.54) elucida que tal instituto “surgiu a partir da
atuação jurisprudencial”. Assim sendo diante das atuações jurídicas em casos
concretos que foram sanados observando-se a semelhança da atual estranheza
quanto a personalidade jurídica.
Ao reportamos sobre a origem histórica da afronta à personalidade jurídica
compreende-se a necessidade de descrever os direitos e obrigações da sociedade
personificada.

2.1.1 Sociedade Personificada Direitos e Obrigações.

Neste há direitos e obrigações próprias, não se embaralha com as pessoas


de seus filiados, onde empregam unicamente um fragmento do patrimônio que lhe
pertence, assumindo um risco limitado de prejuízos. Tais limitações são
preponderantes corporação de discernimento restrito (grupo anônima, congregação
por parte qqqde dever) atualmente as únicas usada.
É notório que as sociedades personificadas é uma grande aliada ao sucesso
da atividade empresarial, vez que essa tem um exponencial comum do exercício do
exercício financeiro. No entanto, a entidade existe não só com o intuito de satisfazer
os zelos do homem, porem afeta os bens comunicativo do próprio direito.
Neste sentido acentua MARINONI e LIMA JÚNIOR (2001, p. 140):

“Com efeito, ninguém nega que o princípio ora em foco acabou por
favorecer o surgimento de inúmeras pessoas jurídicas, desenvolvendo
sobremaneira a indústria e a atividade comercial, gerando empregos e
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riquezas. Isso porque a separação por meio dos patrimônios social e


individual do sócio possibilitou o investimento com responsabilidades
limitadas. E é exatamente a ideia de preservar e incentivar a produção que
ainda sustenta a vigência do princípio que diferencia a sociedade dos sócios
que a compõem”.

Requião (2012, p. 281) acentua que: "A sociedade garante a determinadas


pessoas as suas prerrogativas, não é para ser-lhes agradável, mas para assegurar-
lhes a própria conservação. Esse é, na verdade, o mais alto atributo do Direito: sua
finalidade social". Desta forma, a existência da entidade é essencial para economia
do mercado sendo que a maneira que se a usa deve ser isenta de abusos e
iniquidades. Com tudo, vivencia-se o uso inadequado da instituição por uma grande
maioria de seus privilegiados.
Assim sendo, com o intuito de compelir o uso inadequado da empresa
emerge a desfeita da fundação jurídica.
Após a conferência promovida por Rubens Requião na Universidade Federal
do Paraná é inserida no Brasil a teoria do insulto da personalidade jurídica tratada
como “Abuso de Direito e Fraude através das instituições jurídica”.
Compreende-se que mencionada teoria inserida no artigo 20 da instrução civil
de 1916 não era explicita, mas não fugia do tema em foco, que é a renuncia da
personalidade jurídica. CC/16 - Lei nº 3.071 de 01 de Janeiro de 1916 “Art. 20. A
pessoa jurídica tem existência distinta da dos seus membros”.
Evidencia-se por tanto, que tal instituto foi inserido com o objetivo de
contribuir com a abertura da soberania patrimonial da empresa e assim, coibir
fraudes e abuso de direito, se tornando um reforço para que sócios e
administradores atuem com a finalidade do bem comum da sociedade empresarial e
a preservação do encargo social, desta forma há o impedimento da manipulação da
instituição com o fim de fraudar credores.
Dado isso, não é incomum depararmos com a notícia da utilização indevida
que tem como objetivo o locupletamento pessoal dos sócios, estes se escondem
atrás da licitude de condutas das sociedades empresariais. Para tanto, cabe a
identificação da autonomia empresarial e sua consequente limitação de
responsabilidade por ela invocada. Diante de tal, é de competência de a ordem
jurídica cercear possíveis abusos.
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Verifica-se neste a teoria da insolência empresarial, meio de corrigir eventuais


falhas do direito positivo, observa-se que esse procedimento é uma sanção às
práticas dos meios ilegais, é o que ensina RUBENS REQUIÃO (2012, p.284):

"Se a personalidade jurídica constitui uma criação da lei, como concessão


do Estado à realização de um fim, nada mais procedente do que se
reconhecer no Estado, através de sua justiça, a faculdade de verificar se o
direito concedido está sendo adequadamente usado. A personalidade
jurídica passa a ser considerada doutrinariamente um direito relativo,
permitindo ao juiz penetrar o véu da personalidade para coibir os abusos ou
condenar a fraude através do seu uso."

Atente que mencionada teoria apresenta a técnica de suspensão episódica da


eficácia quanto a pessoa jurídica, buscando junto aos bens dos sócios uma resposta
devido a dívida contraída, e não a extinção da sociedade jurídica.
Após demostrar temas que permeiam a afronta da fundação como: sua
personalidade, origem histórica e direitos e deveres da sociedade personificada, é
de suma importância dissertar sobre a Lei 13.874/19.

2.2 Lei De Liberdade Econômica: Finalidade

A Medida Provisória referente a Liberdade Econômica após grandes embates


foi sancionada pelo Presidente da República Jair Bolsonaro no dia 20 de setembro
de 2019. Segundo fala presidencial o texto traz a desburocratização e simplificação
relacionados a processos pertinentes a empresas e empregadores.
Assim sendo, a Lei nº 13.874/19 denominada Lei de Liberdade Econômica
tem por destinação a viabilização do livre desempenho do andamento econômica e
a livre iniciativa, o legislado expôs claramente o esforço para certificar a autonomia
partículas para empreender.
Por tanto, se deu alteração aos diversos dispositivos legais atuais para
impedir que o Estado interfira nas atividades econômicas, relações jurídicas e
normas regulamentadoras de profissões, juntas comerciais, produção, relações de
consumo e meio ambiente, com exceção aos casos que envolvam segurança
nacional, pública, sanitária e saúde pública.
Assim sendo, estes alegam que a Lei tem como objetivo estimular as
responsabilidades de livre decisões, analisar os impactos regulatório com a
mínima intervenção do Estado.
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Para muitos autores a nova lei estimula o empreendedorismo e a inovação,


principalmente no campo de startups, já que há dispensa de obtenção de alvarás
e autorizações de funcionamento para atividades conceituadas de raso perigo.
No que tange as relações destinadas as empresas Pádua, Lisenbergue;
(2019, p. 10) relatam que:

Nas relações empresariais, é estabelecida a liberdade de definição de


preços de itens e de aparelhos como repercussão de falsificações de
proposta e de reinvindicação no mercado não regulado.
A nova Lei trouxe, ainda, a possibilidade de os contribuintes arquivarem
alguma prova por algum recurso de microfilme ou por artificio digital,
sendo equiparado ao manuscrito para todos os fins legais.

A humanidade anseia pela autonomia, espontaneidade e independência das


ações, assim sendo a liberdade que se almeja tem em si um conceito que pode ser
questionável, onde ressaltam que se realmente o ser humano é um indivíduo livre,
sem ter que se submeter a servidão e ditames do Estado.
Após narração da finalidade da Lei de Liberdade econômica, é pertinente
aprofundar quanto a sua difusão.

2.2.1 Aplicabilidade da Lei

A mencionada lei passou a ter vigência imediata, ocorrendo a vedação do


artigo 20º, inciso I da Lei 13.784/2019 e passando a vigora o inciso II da lei em
comento.
Evidencia Tartuce (2019, p. 02) que:

Um primeiro aspecto a ser desenvolvido diz respeito à vigência da lei, o


que envolve o seu art. 20. Nos termos do que foi aprovado no Congresso
Nacional, o inciso I deste comando estabelecia que os arts. 6º a 19 – o
que inclui as modificações do Código Civil - entrariam em vigor noventa
dias após a sua publicação. Para as demais previsões da norma
emergente, haveria a vigência imediata, a partir da publicação (inc. II do
art. 20 da lei 13.874/19)

Prossegue TARTUCE (2019) explicando que o veto foi devido a


necessidade imediata da vigência, a qual se fundamentou pelo interesse público,
uma vez que estaria prorrogando por demasia a vigências de normas que já
demostravam eficácia quanto a modernização de documentos público de
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empresas, simplificação dos procedimentos e adoção de soluções tecnológicas


para a redução da complexidade.
Quanto a aplicabilidade da Lei as disposições gerais não são aplicáveis ao
direito tributário, financeiro, mas tem como única exceção o arquivamento de
documentos por meio de microfilme ou por meio digital.
As previsões dispostas no artigo 4º, inciso VII, da mencionada Lei, não recai
sobre o aprumado tributo e financeiro, porem tem aplicação à perpendicular Civil,
empresarial, econômico, assim como no direito urbanístico, direito trabalhista e na
arrumação publica no que tange o adestramento das profissões, juntas comerciais,
produção e consumo assim como amparo ao meio ambiente.
Assim sendo, após esclarecimentos quanto a aplicabilidade da Lei de
Liberdade Econômica reportamos ao Atos Públicos. Vejamos:

2.2.2 Atos Públicos

A legislação apresenta constante menções ao que define como ato público,


trazendo a exemplo o artigo 3º, inciso I, vejamos:

Art. 3º: “I – desenvolver, para sustento próprio ou de sua família, atividade


econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de
propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a
necessidade de atos públicos de liberação da atividade econômica; (…) ”.

O parágrafo (§) 6º do artigo 1 da lei em comento, traz em seu escopo a


definição e aplicabilidade a outros dispositivos

§ 6ºquanto ao disposto nesta Lei, consideram-se atos públicos de liberação


a licença, a autorização, a concessão, a inscrição, a permissão, o alvará, o
cadastro, o credenciamento, o estudo, o plano, o registro e os demais atos
exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade da
administração pública na aplicação de legislação, como condição para o
exercício de atividade econômica, inclusive o início, a continuação e o fim
para a instalação, a construção, a operação, a produção, o funcionamento,
o uso, o exercício ou a realização, no âmbito público ou privado, de
atividade, serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação,
produto, equipamento, veículo, edificação e outros.

Por tanto, quando se fala dos atos públicos na Lei de Liberdade Econômica,
vê-se a necessidade de expor os princípios que a rege.
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2.2.4 Princípios

No que tange aos princípios que regem a Lei 13.874/19 este vem disposto no
artigo 2º:

Art. 2º São princípios que norteiam o disposto nesta Lei:


I - A liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas;
II - A boa-fé do particular perante o poder público;
III - a intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de
atividades econômicas; e
IV - O reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre os critérios de aferição para
afastamento do inciso IV do caput deste artigo, limitados a questões de má-
fé, hipersuficiência ou reincidência.

Para tanto, o disposto deve ser observado pelo agente público, devendo esse
tratar com particularidade, possibilitando a liberdade no exercício de atividades
econômicas, observa-se que a lei de liberdade vem arraigada da presunção da boa-
fé do agente perante o Estado, de que é vulnerável ao poder público e que suas
informações detêm veracidade.
LUPI; KNOERR.. (2015, p 08) diz que a nova legislação busca impedir
eventuais abusos praticados pela Administração Pública.

A nova legislação busca também impedir eventuais abusos praticados pela


Administração Pública ao exercer seu poder regulatório para diminuir a
competitividade e a concorrência, redigindo, por exemplo, enunciados que
impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros no
mercado. A Lei nº 13.874/19 objetivas, igualmente, a celeridade e
desburocratização dos órgãos públicos, ao vedar a exigência de certidões
que não estejam previstas em lei.

Como já citado acima anuncia-se que a criação da lei objetiva a


desburocratização dos órgãos públicos, trazendo igualdade e celeridade.
Após explanação sobre a Lei de Liberdade Econômica, traremos as
mudanças da desconsideração da personalidade jurídica que a referida lei
promoveu.

3 MUDANÇA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


PROMOVIDA PELA LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA.
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Após implementação da Lei 13.874/19 vivencia-se várias mudanças no


ordenamento jurídico, mas delas reporta-se a desconsideração da Personalidade
Jurídica.
Nota-se, aqui que o intuito é um, mas a recepção por muitos é diferente, já
que para uns trazem agilidade e praticidades para outros trazem insegurança e
desconforto e o que demostra quando tratamos na esfera empresarial quanto a
desconsideração da pessoa jurídica relatada no artigo 50 do Código Civil vigente,
vejamos uma análise de antes e depois da Lei 13.784/19
Antes da Implantação Da Nova Lei: a) era de conhecimento comum a
concepção quanto aos estorvos que permitiam o desdém da fundação jurídica; b)
havia privação quanto ao desalinho patrimonial ou o desencaminhamento dos
objetivos.
Após ser decretada a Lei 13.784/2019: -o descaso é mantido com
prerrogativas (acentuando suas restrições), o que trazia um desequilíbrio quanto ao
patrimônio e os seus objetivos, neste não havia um requisito quanto ao dolo para
que houvesse a determinação do extravio da sua finalidade. Era proibido que umas
empresas realizassem a cobrança a outra instituição do mesmo segmento
econômico, em busca de quitar a dívida da empresa, com exceção se estivesse
presente os pressupostos que lhe davam garantias da negligencia. No entanto, era
permitido a utilização de patrimônio pessoal dos sócios em casos que ficasse
evidente a fraude.
Tartuce (2019, p. 05) referência em um dos seus artigos que propositalmente
antes da disciplina jurídica da desconsideração, foi inserida pelo legislador o artigo
49-A no dispositivo do Código Civil.

Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios,


associados, instituidores ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um
instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei
com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de
empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.
O mesmo se pode afirmar quanto ao parágrafo único do novo comando do
art. 49-A do Código Civil, ao prever que a autonomia da pessoa jurídica
representa um mecanismo para a alocação de riscos, com o fim de
estimular a economia e o desenvolvimento do país, pelo incremento de
várias atividades. Afirmou-se novamente o óbvio, em texto que é mais
“ideológico” do que efetivo, e com concreta relevância prática. O que
agora está previsto na lei até pode trazer a falsa sensação de que a
autonomia da pessoa jurídica frente aos seus membros não representava
o que nele consta atualmente. Sempre foi – desde que se afirmou a
16

pessoa jurídica como uma ficção legal dotada de realidade própria -, e


sempre será assim. Em suma, a utilidade concreta de todo o novo
comando novamente fica em dúvida.

Denota-se que a axioma básica de nosso sistema é: autonomia jurídico


existencial da fundação jurídica em face das pessoas físicas que a integram. No
entanto ao estabelecer e seu parágrafo único a emancipação patrimonial qual seja, o
de estimular empreendimento para a geração de empregos, tributos, renda e
inovação em benefícios de “todos”; Estes realça o caráter excepcional da
desconsideração do ultraje juridico
Nessa linha, aliás, a doutrina do jurista Tartuce (2019, p. o6) expressa que:

“A regra é de que a responsabilidade dos sócios em relação às dívidas


sociais seja sempre subsidiária, ou seja, primeiro exaure-se o patrimônio da
instituição jurídica para depois, e desde que o tipo societário adotado
permita, os bens particulares dos sócios ou componentes da fundação a
serem executados

O artigo 7º da 13.784/2019 manteve a maioria das normas já previstas na


MP determina alteração quanto ao artigo 50º do mencionado Código Civil, os
quais trazem os requisitos para concessão dessa medida, que se caracteriza por
meio do excesso praticado pela empresa jurídica, principalmente em virtude do
desencaminhamento do objetivo ou desordem patrimonial dos sócios
administradores, vejamos:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir
no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização
da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de
atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato
entre os patrimônios, caracterizada por:
I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa;
II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à
extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos
de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da
personalidade da pessoa jurídica.
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§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da


finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
(Negritou-se)

Nota-se que a lei passa a afronta da fundação jurídica com a


responsabilidade destinada tão somente aos sócios ou administrador que se
beneficiar diretamente ou indiretamente e decorrência do abuso.
Segundo TARTUCE (2019) assevera que para si e para outros juristas o
instituto da desconsideração não deve ser utilizado de forma desproporcional,
abusiva e desmedida, onde essa atinge a quem não tenha praticado o ato ilícito.
Em análise ao artigo compreende-se que além do teor trazer aquém cabe a
responsabilidade o ato praticado encontra-se ainda em seus parágrafos os
conceitos do referido requisito; vejamos:
Parágrafo 1º demostra o conceito quanto ao desvio e a finalidade.
Segundo Stolze (2019, p. 02):

A versão atual, consagrada pela Lei n. 13.874/19, com


razoabilidade, retirou a imposição da fraude para a definição do extravio.A
desnecessidade de se comprovar o dolo específico - a intenção, o
propósito, o desiderato - daquele que, por meio da fundação jurídica,
perpetrou o ato abusivo, moldou a teoria objetiva, mais afinada à nossa
realidade socioeconômica e sensível à condição a priori mais vulnerável
daquele que, tendo o seu direito violado, invoca o instituto da
desconsideração.

O parágrafo 2º traduz a confusão patrimonial, já o parágrafo 3º aplica-se à


ampliação dos encargos dos afiliados ou dirigentes da instituição jurídica.
Segundo Stolze (2019, p 04):

Trata-se de uma visão desenvolvida notadamente nas relações de família,


de forma original, em que se visualiza, com frequência, a lamentável
prática de um dos companheiros ou companheiros que, antecipando-se ao
divórcio ou o rompimento da união estável, retira dos bens do casal bens
que deveriam ter a finalidade de partilha, incorporando-os na pessoa
jurídica da qual é sócio, diminuindo, com isso, a parte do outro consorte.

No que se refere ao parágrafo 4º do artigo 50 TARTUCE (2019) diz se


reiterar seu total apoio ao texto legislativo ao preceituar que a simples presença de
alguns associados sem que haja imposições/obrigações as quais são mencionadas
no caput não corrobora com a afronta empresarial, sendo que não viabiliza a
desconsideração da pessoa jurídica para atingir outra empresa.
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Sendo assim, o último a ser analisado é o parágrafo 5º apregoa não


constituir o desencaminhamento da determinação a banal avolumento ou
deformação do objetivo inicial da celeridade econômica característica da pessoa
jurídica.
Stolz (2019, p. o6) ressalta que:

Como última mudança pertinente ao art. 50 do Indicador Civil, o seu § 5º


confirma o texto da Medida Provisória, no sentido de que não consiste em
extravio da intenção e simples prolongamento ou a transformação do
proposito inicial da atuação econômica destinada a fundação jurídica.
Lamenta-se a manutenção a respeito da mudança de objetivo inicial, que
deveria ter sido retirada do texto de conversão, quanto ao que foi
oferecido pelo senador Pacheco, por meio da emenda 173

No entanto, vale lembrar que para ser aplicada a categoria são necessários
os requisitos e que estes não são acumulativos e sim alternativos, o que quebra a
autonomia da fundação perante os sócios e administradores responsabilizando os
últimos por dívidas do primeiro.
Entende-se que o desencaminhamento do objetivo estabelece como
requisito o elemento doloso ou internacional na prática da lesão ao direito de
outrem.
Com tudo ressaltamos que com a mudança na lei de Liberdade econômica
tem em seu contexto a desconsideração inversa e a desconsideração no que tange
a sociedade econômica que passam a ser normatizados previstas expressamente
pelo Código Civil ambos os institutos. Com tudo, o que antes era apenas
jurisprudência passa a ter status normativos.
Vejamos que a nomeclatura “ofensa inversa da instituição” são meios
empregados pelo judiciário coma a finalidade de responsabilizar a instituição quanto
aos encargos ou ações realizados por componentes filiados usando a ruptura da
autonomia patrimonial
Segundo Fábio Ulhôa Coelho (2011, p. 89) “a afronta discordante é o egresso
do advento da emancipação dos bens da fundação para atribuir a corporação por
dever do membros filiados”.
Por tanto, aqui a encargo dá-se em significado anverso, pois, o capital do
corpo social iram responder pelos atos praticados por seus sócios. Sendo então
aplicado os mesmos métodos do conceito da agressão da fundação jurídica.
Vejamos um julgado:
19

“Ementa: Agravo de Instrumento. Ofensa da Personalidade Jurídica.


Possibilidade. Assim, diante das inúmeras e infrutíferas tentativas de
localizar bens em nome dos executados capazes de garantir o juízo
executório, bem como da confusão havida entre o patrimônio de seu sócio
majoritário, ao lado de sua esposa, e da sociedade que ele integra, possível
afigura-se a desconsideração inversa da personalidade jurídica determinada
na origem. Em decisão monocrática, dou provimento ao agravo de
instrumento.” (Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul –
Vigésima Câmara Cível/ Agravo de Instrumento Nº. 70041914102/ Rel.
Desembargador Glênio José Wasserstein Hekman/ Julgado em
04.04.2011) (destaquei)

Vejamos outro julgado que demostra o insulto da personalidade jurídica na


modalidade inversa.

“Ementa: Apelação Cível. Locação. Embargos de Terceiros. Penhora.


Desconsideração de Personalidade Jurídica Reconhecida, na forma
inversa. Existência de dados fáticos que autorizam a incidência do
instituto. Possibilidade da penhora de bens da empresa autorizada diante
das circunstâncias excepcionais comprovadas nos autos e já destacadas
pela sentença, que vai confirmada por seus fundamentos. APELO
IMPROVIDO.” (Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul -
Décima Sexta Câmara Cível/ Apelação Cível Nº 70017992256/ Rel.
Desembargadora Helena Ruppenthal Cunha/ Julgado em 07.03.2007).

Assim sendo, a Alteração trouxe regras mais claras e definidas para a sua
aplicação quanto a desestima da personalidade jurídica, bem como as suas
variantes da desconsideração inversa e a de grupo econômico

4 LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA E SEU IMPACTO NA CLT


(CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS DO TRABALHO)

Como mencionado A Lei De Liberdade Econômica trouxe mudanças em


alguns âmbitos, um deles foi em relação ao trabalhador, visto por muitos como
mais uma forma de abuso contra o proletário.
Várias críticas destinadas as alterações ocorridas na CLT foram embasadas
na gravidade das consequências pertinentes ao direito trabalhista.
Silva (2020, p.41) menciona a finalidade do Direito trabalhista e sua criação
legislativa, vejamos:

O direito juslaboral visa proteger o hipossuficiente e, portanto, corresponde


a uma criação legislativa disruptiva da ordem social vigente. Tendo em vista
que o Direito do Trabalho se trata de uma construção social produzida, no
20

decorrer da história, pela manifestação de descontentamento dos


trabalhadores, a fim de contemplar as demandas sociais. Ao contraponto, a
Lei de Liberdade Econômica altera a matéria trabalhista, de modo a
prejudicar o empregado, em um movimento advindo das Casas Legislativas,
sem o apoio social, prejudicando de forma intransigente os direitos
conquistados ao dificultar que o Estado os fiscalize.

Denota-se um movimento contrário aos anteriores quanto a dignidade do


trabalhador, uma vez que a atual coordenação política é apontada ao liberalismo.
Neste sentido conceitua Barbosa (2020, p. 07)

Enquanto em momentos pretéritos o Estado interveio para proteger a


dignidade do trabalhador e garantir que o caos não se instalasse na
sociedade por meio das revoltas dos trabalhadores, hodiernamente em
alguns países, como o Brasil, que atualmente tem uma gestão política mais
voltada ao liberalismo, observa-se o desmantelamento de direitos que
outrora foram garantidos aos trabalhadores, com fundamento no discurso da
intervenção mínima do Estado, da empregabilidade e da competitividade.

Por tanto, traremos à baila os pontos tratados/alterados pela Lei de


Liberdade Econômica.
Sussekind (2003) ensina que a desregulamentação do Direito do Trabalho,
exime a obrigação do Estado com os trabalhadores, uma vez que fica a mercês da
soberania privada, coletiva ou individual, para regulamentar as
condições/regras/direitos que sobrepõem os vínculos laborais. No entanto havendo
a flexibilização o Estado tem o dever/direito de intervenção, mesmo que seja o
mínimo possível parra garantia digna de vida dos trabalhadores.
Para Barbosa (2020, p 41):

Trata-se da abrangência da Lei 13.874/2019 para o âmbito do Direito do


Trabalho, retratando as afrontas que causem consequências de maior nível
desestruturado da norma vigente em termos de proteção ao trabalhador. A
Lei n° 13. 874/2019 é inconstitucional quanto à previsão de uma lógica
interpretativa que sobrevaloriza a livre iniciativa, vale nessa nova etapa
avaliar o quando a norma trabalhista foi depredada para facilitar o novo
modelo desburocratizado.

Vale ressaltar que falaremos de apenas algumas alterações na Lei


Consolidação de Trabalho em detrimento da lei 13.874/2019.

4.1 Controle Formal de Ponto ou Registro de Ponto


21

O registro de ponto do trabalhador é obrigatório com o objetivo de resguardar


as partes, elencado pela portaria 15/10/2009, este objetiva assegurar os proletários
e empregadores, onde estabelece normas e regras para ambos, quanto a entradas,
saídas, atrasos, intervalos e horas extras. Assim também evita violações a
direitos/deveres das partes.
Barbosa (2020, p.11) diz que:

Dentre as mudanças ocorridas na seara trabalhista pelo advento da Lei nº


13.874/2019, destaca-se a alteração quanto à obrigatoriedade do controle
de ponto para estabelecimentos com mais de 20 (vinte) empregados,
exigência que anteriormente era aplicada a estabelecimentos com mais de
10 (dez) empregados (BRASIL, 2019).

Denota-se que antes a aplicação da lei resguardava um número maior de


trabalhador, e a atual com a desburocratização pois o empregado nas mãos do
empregador. “O controle de jornada é um mecanismo que serve para a fiscalização
da limitação dos horários trabalhados e do direito laboral para que não ocorram
excessos de disponibilidade” (BARBOSA, 2020, P.42).
O artigo 74 da CLT foi alterado nele continha expresso que o horário do
trabalhador deveria estar em um quadro organizado nos modelos do ministério do
Trabalho, e esse obrigatoriamente estar em local perceptível e ser distintos quando
houver horários diferenciados para todos os empregados de mesma seção ou turma,
vejamos:

Art. 74 – O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme


modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado
em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o
horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.

A norma era tácita e muitas empresas de pequeno porte não adotavam as


regras devido aos seus empregados não utilizarem, assim sendo o legislador optou
por retirar, vejamos:

"Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. §


1º (Revogado).§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte)
trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída,
em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas
pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso.§ 3º Se o
trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados
constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem
22

prejuízo do que ressalta o caput deste artigo.§ 4º Fica permitida a utilização


de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

Observa-se que foi permitido a pré-assinalação no ponto referente ao período


de repouso não sendo necessário a marcação no dia a dia, exigindo apenas a de
entrada e saída. Para muitos estes é um retrocesso para os trabalhadores uma vez
que empresas e indústrias veem a oportunidade em detrimento dos mais fracos.
Para Silva (2020, p 42)
:
De acordo com o princípio do direito ao descanso todo o trabalhador tem
direito ao descanso para recomposição das forças, trata-se de um direito
indisponível do empregado e que está diretamente associado com a sua
saúde e bem-estar. Tendo isso em vista, é de eminente importância a
regulação da jornada como um direito probatório para o empregado, pois
apesar de produzir prova juris tantum e que as anotações por vezes podem
ser alteradas e falsas, não se pode eliminar a sua importância, de certo que
a própria existência da anotação por si mesma pode afastar abusos de
jornada, pois é um mecanismo de controle da jornada que serve tanto para
o empregador quanto para o empregado.

No entanto, para Sturmer (2020) a alteração se deu no caput do artigo 74 da


CLT, revogando o parágrafo 1º, e sua principal alteração se deu no parágrafo 2º, a
qual não se faz mais necessário a assinatura de ponto nos intervalos de repouso e
essa medida é positiva, já que irá desburocratizar e desobstruir a marcação de
ponto, quanto ao parágrafo 3º salienta-se quanto ao trabalho realizado fora do
estabelecimento/empresa/indústria, onde o empregado terá o direito de estar em seu
poder o registro. No parágrafo 4º é admitido o registro por exceção, quando houver
acordo individual escrito ou acordo coletivo de trabalho, no entanto essa norma
permite que em jornada de trabalho normal a exceção do registro de ponto, porém
extremamente necessária em jornadas extraordinárias.
O ponto de exceção pode ser uma exclusão do direito e um aproveitamento
como regra, já que esse é um procedimento incerto.
Silva (2020, p. 45) ensina que:

O ponto por exceção consiste em um mecanismo de anotação na carteira de


trabalho diferente da prática regular, porque somente admite registro quando
configurar horas extras ou uma alteração na jornada contratual, ou seja,
quando a jornada for ordinária nada será anotado. Tal dispositivo, no âmbito
prático, pode-se traduzir como uma exceção de direitos e exploração como
regra, pois na verdade trata-se de um procedimento precário de anotação da
jornada de trabalho. A questão circunda em torno da problemática se o
empregado teria autonomia para aprovar ou negar seu consentimento quanto
23

à cláusula contratual que preceitue o ponto por exceção e, além disso, o que
impede que o registro das horas extras seja obliterado.

Denota-se que ambas as partes se encontram prejudicadas, pois o


empregado que irá anotar a hora excedente/extraordinária de seu período laboral, e
espera-se que esse seja assinado com horário verdadeiro, assim sendo, este
também não terá o espelho de seu ponto. Deve ressaltar também que não caberá a
auditoria de inspeção fiscal.
Outra alteração é referente a Carteira de Trabalho e Previdência a CTPS
onde os artigos 14 a 16 e 29 foram alterados e os artigos 17 a 28, que tratava da
entrega da carteira de trabalho foram revogados. De 14 a 16 artigos da CLT tratam
da emissão da CTPS, o artigo 29 trata das anotações na mesma.
Comenta Sturmer (2020, p.05):

O ponto principal foi a adaptação à nova realidade de desburocratização,


substituindo a CTPS física por documento em meio eletrônico. O prazo de
anotação pelo empregador é de cinco dias.
A alteração é positiva tanto para os empregadores, quanto para os
empregados.

Denota-se que atualmente utiliza-se a carteira de trabalho digital, e o meio de


identificação do funcionário é o CPF, porém as CTPS físicas não cairão em desuso,
lembrando que as anotações do trabalhador deverão ser efetuada em até 5 dias útil
na carteira de trabalho e o trabalhador terá acesso em até 48 horas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Este contexto evidenciou-se que o instituto da desconsideração da


Personalidade Jurídica, no ordenamento jurídico brasileiro constitui-se
verdadeiramente o algoz dos que exercem a atividade empresarial, quanto a
divisão patrimonial e a responsabilidade que recai entre empresas e sócios.
Demostrou de forma concisa que o distinto instituto encontra respaldo tanto
no Código Civil quanto em procedimentos incidentais próprio com a devida
instrução processual, assim como tem amparo dentro do Código de Defesa do
Consumidor.
Consolidou-se que a emancipação patrimonial da fundação Jurídica é a
medida extrema com o objetivo de coibir as fraudes e abusos de poder de forma
24

eficaz, trazendo em seu escopo a confusão patrimonial, ocorrendo o reforço desta


e a preservação da empresa, na qual será utilizada pois a fundação jurídica não
possui bens para fornecer aos seus credores.
Por tanto, é evidente que tal instituto não dissolve a instituição jurídica, no
entanto há a permissão do ato fraudulento para atender os credores que foram
atingidos pela fraude ou abuso de direito.
Salientou-se que a Lei da Liberdade Econômica promoveu importantes
alterações em diversas áreas do Direito Privado, Econômico e Administrativo.
Quanto ao Código Civil, as alterações relevantes ocorreram no artigo 50, que
alteração da disciplina de desconsideração da personalidade jurídica, mediante a
especificação de requisitos mais restritivos para a excepcional medida.
Demostrou que a jurisprudência pátria em harmônico entendimento coma a
doutrina, acolheu o insulto contra a empresa jurídica em sua forma inversa, e grupo
econômico que antes não contavam com a previsão legal.
Evidenciou-se, portanto, que é sempre importante ressaltar que a ofensa
contra a fundação jurídica é de grande relevância no âmbito da recuperação e
satisfação de créditos, para que haja eficácia e celeridade nas demandas de tal
natureza.
Demostrou as alterações pertinentes a Consolidações de Leis Trabalhistas.
Apresentou a desregulamentação dos direitos trabalhista, em prol da
desburocratização, retirando do Estado o dever para com os vulneráveis na meação
laboral.

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__________ DECRETO LEI N° 5.452/1943. VADE Mecum. OAB Concursos.14º ed,


Saraiva

__________ LEI Nº 13.874, DE 20 DE SETEMBRO DE 2019. Código Civil.


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em: 05/04 2022 às 09:00hs
25

__________BRASIL. Lei n.º 3.071, de 1.º de janeiro de 1916. Código Civil dos
Estados Unidos do Brasil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm .acesso em: 02/03/2022; às
11;00hs

BARBOSA, Magno Luiz. As Alterações Na Legislação Trabalhista Brasileira E A


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Atividade Econômica De Baixo Risco E A Flexibilização Do Horário De
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