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ASPECTOS CLÍNICOS
Diagnóstico
• Radiografia apresenta alargamento mediastinal, e TC
• A sobrevida em 10 anos após ressecção completa no permite identificar massa de margens nítidas e
estádio I é de 80-90%, e no estádio II de 70-80%. densidades diferentes, características de gordura,
tecidos moles, cistos e calcificações, as quais muitas • Metástases para pulmão, linfonodos mediastinais ou
vezes são grosseiras. fígado estão presentes em 25-50% dos casos.
• Por definição histológica, deve conter tipos celulares • O tratamento é quimioterápico, mesmo em recidiva,
de 2 das 3 camadas germinativas (ectoderme, podendo ser realizado até transplante de medula
mesoderme e endoderme). óssea em alguns casos.
➔ A ectoderme é a mais evidente nas pesquisas. • Pacientes que respondem a quimioterapia mas
continuam com massas ressecáveis podem ser
Teratomas Maduros submetidos à cirurgia.
• Teratomas maduros são os tumores mediastinais de
células germinativas mais comuns, sendo LINFOMAS
caracterizados pela área cística no seu interior,
representadas por conteúdo sebáceo, gelatinoso ou • São a segunda lesão mais comum no mediastino
líquido, podendo conter cistos dermoides: dentes, anterior e representam 20% das lesões mediastinais
pelos, cartilagem e outros. malignas em adultos. Os de Hodgkin, que são mais
incidentes em adultos, afetam o mediastino em 50%
Tumores Seminomatosos dos casos; e os não Hodgkin em 20%.
• Tumores seminomatosos, que representam 30% dos • Os sintomas mais encontrados são síndrome de V.
tumores germinativos malignos, ocorrem quase Cava Superior, rouquidão, síndrome de Horner,
exclusivamente em homens, tendo pico de incidência disfagia, dispneia, dor torácica, tosse e derrames
em 20-30 anos. pleurais ou pericárdicos.
• Possuem crescimento lento e invasivo, geralmente ➔ Linfomas de Hodgkin iniciam com sintomas B:
causando sintomas de compressão (disfagia, febre, sudorese noturna e perda de peso.
dispneia, tosse) e, ocasionalmente, febre e • Adenopatias periféricas (supraclaviculares, axilares
emagrecimento. Além disso, Síndrome de V. Cava e inguinais) são muito frequentes, e a biópsia garante
ocorre em 10% dos casos. diagnóstico mais fácil.
• Comprometimento metastático pulmonar é mais ➔ Biópsia por agulha, seja transparietal guiada por
comum, sendo que em casos raros à distância, ossos TC ou por agulha fina com ultrassom
são mais acometidos. endoscópico, tem sido método alternativo, mas
• Possuem TC com massas homogêneas, bem melhores resultados advêm de agulhas grossas.
definidas, sem grande obliteração de estruturas, mas • Expectativa de cura para tipos Hodgkin e não
com planos de clivagem mal definidos. Hodgkin são 80% e 50%, respectivamente.
• Marcadores tumorais são importantes para
PARATIREOIDE
diagnóstico e prognóstico de tumores germinativos,
mas B-HCG é expresso em apenas 10% e valores • As paratireoides mediastinais são explicadas pelo
acima de 100 ng/mL desse marcador são indicativos desenvolvimento embrionário, com as glândulas
de tumores não-seminomatosos. Enquanto isso, inferiores originárias junto ao timo.
alfafetoproteína está ausente em seminomas. • A maioria dos tumores mediastinais da paratireoide
Desidrogenase lática é um marcador menos se localiza no mediastino ântero-superior, mas pode
específico, mas, em pacientes jovens com grandes ocorrer no posterior também.
massas, pode ter valor diagnóstico presuntivo. • Geralmente, são pequenos e manifestam-se com
• Investigação testicular por ultrassom é mandatória, sinais e sintomas de hiperparatireoidismo.
mesmo que sejam raras as metástases de seminomas • Estudo pré-operatório é a cintilografia com tecnécio
testiculares para o mediastino. e a maioria das lesões pode ser ressecada por via
• Seminomas são altamente radiossensíveis, e, na cervical.
doença disseminada, quimioterapia baseada em
cisplatina é eficiente, principalmente se associada à MEDIASTINO MÉDIO
radioterapia. CISTOS BRONCOGÊNICOS
• Cirurgia tem um papel pouco definido.
• São lesões congênitas originadas durante a formação
Tumores Não Seminomatosos pulmonar, sendo encontradas ao longo da árvore
• Em tumores não seminomatosos, que são 2/3 dos traqueobrônquica, mais comumente na carina.
casos e extremamente agressivos, estão incluídos • Normalmente, são sintomáticos com dor torácica.
carcinomas de células embrionárias, coricarcinomas,
• Complicações infecciosas podem ocorrer, tanto em
tumores do saco vitelínico, teratocarcinoma e
virtude de obstrução da via aérea quanto por
tumores mistos.
comunicação direta do cisto com a árvore, apesar de
• Possuem títulos elevados de B-HCG e não existir comumente essa comunicação.
alfafetoproteína.
• Possuem cunho agressivo à TC, tendo aspecto CISTOS DE DUPLICAÇÃO ESOFÁGICA
borrado nos planos entre vasos, irregularidade,
• São lesões congênitas originadas de anormalidades
densidades diferentes (sugerindo hemorragia ou
na formação do intestino primitivo, as quais contém
necrose) e nenhuma calcificação.
epitélio gastrointestinal e íntimo contato com o
esôfago (na maioria, circundados pelas camadas REFERÊNCIAS:
musculares e sem contato com mucosa).
• A maioria dos casos é assintomática, mas pode-se ter 1. HOFF, P. M. G. Tratado de Oncologia, 2013.
2. MARQUES, C. L. Q. et al. Oncologia: Uma Abordagem
dor torácica e disfagia.
Multidisciplinar, 2016.
• Algumas complicações podem ocorrer, como
infecção do cisto, sangramento e consequente
ruptura para esôfago (hematêmese) ou para
brônquico (hemoptise).
CISTOS PERICÁRDICOS
MEDIASTINO POSTERIOR
TUMORES NEUROGÊNICOS
Sintomas
• Em adultos, geralmente não se tem sintomas, mas,
por compressão, podem ser relatados tosse, dispneia,
cornagem, dor torácica e síndrome de Horner. Além
disso, poucos pacientes (3-6%) têm evidência de
compressão medular.
➔ Sintomas constitucionais, principalmente perda
de peso, estão relacionados à malignidade.
➔ Em compressões medulares, ressonância
magnética pode ser necessária para determinar
o grau de invasão e acometimento espinhal, além
de determinar etiologia da lesão.
Diagnóstico
• Radiologicamente, são variáveis, mas tem-se, na
maioria, alargamento mediastinal unilateral em
mediastino posterior. Além disso, podem se
apresentar em TC como massa lobulada ou não e
calcificações ocasionais.
➔ Alterações nas adjacências, como erosão costal
ou vertebral, não indicam malignidade, pois
apenas os efeitos de massa de tumores benignos
têm relação com a origem dessas alterações.
Tratamento
• O tratamento é a ressecção cirúrgica, podendo ser
realizada por videotoracoscopia em tumores
benignos e pequenos. Em pacientes com extensão
intramedular, a abordagem deve ser combinada (via
posterior e anterior), para maior segurança.