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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

DAYANE PATRÍCIA GONÇALVES

INTERVENÇÕES PRÁTICAS EM SALA DE AULA PARA COM OS PORTADORES


DE AUTISMO, DEFICIÊNCIA FÍSICA E SINDROME DE DOWN

MONTES CLAROS - MG
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

DAYANE PATRÍCIA GONÇALVES

INTERVENÇÕES PRÁTICAS EM SALA DE AULA PARA COM OS PORTADORES


DE AUTISMO, DEFICIÊNCIA FÍSICA E SINDROME DE DOWN

Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio


Supervisionado, do Centro Universitário FAVENI, no
Curso de 2ª Licenciatura em Educação Especial,
como pré-requisito para aprovação.

MONTES CLAROS - MG
2020
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INTERVENÇÕES PRÁTICAS EM SALA DE AULA PARA COM OS PORTADORES


DE AUTISMO, DEFICIÊNCIA FÍSICA E SINDROME DE DOWN

RESUMO- A intervenção do professor em sala de aula está baseada na prestação de apoio em


atividades pedagógicas, cuidados pessoais e locomoção, bem como na inclusão aluno, sob a forma
de acompanhamento individualizado. Este trabalho objetiva-se em identificar as principais
intervenções do educador para com os alunos portadores de autismo, deficiência física e síndrome de
down. Tem por objetivos específicos: demostrar qualitativamente estratégias de ensino em sala de
aula; e incentivar às práticas de atividades que estimulam a coordenação motora do aluno deficiente.
Esse estudo está estruturado em uma revisão bibliográfica, com pesquisas feitas em livros, artigos,
revistas e sites eletrônicos. As pesquisas foram feitas entre os meses de setembro a novembro de
2020, valendo dar destaque às informações retiradas da base de dados do MEC. O trabalho foi
dividido em capítulos e subcapítulos, mesclados entre a introdução, desenvolvimento e conclusão.
Esse estudo leva ao entendimento de que a escola é um importante contexto de desenvolvimento do
aluno deficiente, pois o contato com outras crianças faz com seja possível observar as dificuldades de
interação e de aprendizagem do aluno deficiente. A atuação do educador em sala, através da
atenção, amparo e intervenções práticas são ações importantíssimas e tornam-se o caminho mais
curto para o sucesso no processo de inclusão do autista, deficiente físico e portador da síndrome de
down.

PALAVRAS-CHAVE: Intervenção. Professor. Autismo. Deficiência Física. Síndrome


de Down.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 4

2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................... 5

2.1. Compreendendo o transtorno do espectro autista (TEA).........................................................5

2.2. O deficiente físico na escola.................................................................................................... 5

2.3. A Síndrome de Down na escola.............................................................................................. 6

3. RELATO DE ESTUDO.................................................................................................................... 7

3.1. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando as peculiaridades do autista.............7

3.2. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando atividades de estímulo a coordenação


motora de deficientes físicos............................................................................................................. 8

3.3. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando a aprendizagem do aluno com


Síndrome de Down.............................................................................................................................8
4. CONCLUSÃO...............................................................................................................................10
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO

A intervenção do professor em sala de aula está baseada na prestação de apoio


em atividades pedagógicas, cuidados pessoais e locomoção, bem como na inclusão
aluno, sob a forma de acompanhamento individualizado. O professor, além de ensinar,
deve dar ao aluno deficiente todo o suporte necessário dentro das salas de aula,
trazendo para ele um atendimento especializado de forma que o mesmo consiga
aprender o mesmo conteúdo que é transmitido aos demais colegas.
O processo de inclusão escolar do aluno com necessidade especial faz-se
necessário para que haja a educação para todos. Esse processo traz consigo um grande
desafio para os educadores dentro da sala aula, pois cabe a eles construírem novas
propostas de ensino e, acima de tudo, atuar com um olhar diferente para cada aluno.
Diante disso, de que forma o professor deve atuar em sala para que o aluno especial se
sinta realmente incluído?
O caminho para a inclusão do deficiente deve ser trilhado com base em novas
posturas do professor dentro das salas de aula; da implantação de estratégias de ensino
que respeite as peculiaridades de cada aluno; e do aperfeiçoamento de habilidades que
permitam entender a dificuldade, compreender e intervir nas diferentes situações que
possam ser encontradas no decorrer do processo de aprendizagem.
Este trabalho objetiva-se em identificar as principais intervenções do
educador para com os alunos portadores de autismo, deficiência física e síndrome
de down. Tem por objetivos específicos: demostrar qualitativamente estratégias de
ensino em sala de aula; e incentivar às práticas de atividades que estimulam a
coordenação motora do aluno deficiente.
A relevância da temática escolhida se dá pela necessidade de se ter um
maior entendimento teórico sobre a importância da atuação direta do professor
dentro das salas de aula, sendo este o garantidor da qualidade no ensino e êxito no
processo de inclusão dos autistas, deficientes físicos e portadores da síndrome de
down.
Esse estudo está estruturado em uma revisão bibliográfica, com pesquisas
feitas em livros, artigos, revistas e sites eletrônicos. As pesquisas foram feitas entre
os meses de setembro a novembro de 2020, valendo dar destaque às informações
retiradas da base de dados do MEC. O trabalho foi dividido em capítulos e
subcapítulos, mesclados entre a introdução, desenvolvimento e conclusão.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. O transtorno do espectro autista (TEA)

Os portadores de TEA apresentam dificuldades funcionais que comprometem


sua interação social e no caso de crianças em idade escolar, tal quadro se torna
ainda pior, uma vez que o transtorno atinge profundamente a aprendizagem,
requerendo do pedagogo, uma maior atenção. No comportamento de um autista,
percebe-se o isolamento, dificuldade de afetividade, atrasos na fala entre outros.
Quanto mais cedo diagnosticado, inicia-se o tratamento de adaptação à escola,
motricidade e afetividade. (LAZNIK, 2009)
O autismo compreende a observação de um conjunto de comportamentos
agrupados em uma tríade principal: comprometimentos na comunicação,
dificuldades na interação social e atividades restrito-repetitivas. Em relação à fala,
observa-se que autistas apresentam comprometimento na comunicação, seja pelo
atraso ou ausência total de desenvolvimento da fala, e mesmo aqueles que
desenvolvem uma fala adequada, não são raros os que permanecem com
dificuldade de iniciar ou manter uma conversa, sendo muito comum a repetição de
palavras ou frases, erros de reversão pronominal e idiossincrásia. (PE-LIN, 2013)

2.2. O deficiente físico na escola

A deficiência física pode ser definida como as diversas condições motoras


que afetam as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e
da fala, em virtude de lesões neurológicas, ortopédicas, neuromusculares, ou más
formações congênitas ou adquiridas. (MEC, 2004)
Os alunos com deficiência física são aqueles que possuem alterações
musculares, articulares, neurológicas ou ortopédicas, ou que podem afetar seu
desenvolvimento educacional. Quando estas alterações ocasionam dificuldades no
processo de aprendizagem, o aluno deve receber atendimento psicopedagógico,
equipamentos especiais que facilitem seu processo de construção de conhecimento
e recursos didáticos adaptados. (MEC, 2006).
O MEC (2006) reforça ainda que a escola deverá preparar-se para receber os
alunos com deficiência física - necessidades educacionais especiais. Para tanto,
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deve por intermédio de uma ação conjunta possibilitar a acessibilidade, extinguindo


as barreiras arquitetônicas, promovendo a adaptação de mobiliário e produzindo
materiais didático-pedagógicos adaptados para tais alunos, conforme suas
necessidades educacionais.

2.3. A Síndrome de Down na escola

A Síndrome de Down trata-se de uma herança genética, que algumas


pessoas acreditavam ser uma doença e com o decorrer dos tempos passou a ser
reconhecida como uma deficiência genética. Atualmente, a pessoa com a síndrome
de down é aceita com menos preconceito por educadores que atuam no processo
de inclusão em escolas privadas e públicas, inserindo a criança no ambiente escolar
e respeitando os seus limites. (SCHWARTZAN, 1999)
Schwartzan (1999) reforça ainda que indivíduos com Síndrome de Down
podem apresentar poucas ou todas as características relacionadas ao distúrbio, tais
como: dificuldades motoras e na articulação da fala; comprometimento intelectual;
mãos e orelhas pequenas, rostos arredondados, olhos semelhantes aos de orientais;
e são mais suscetíveis a algumas doenças.
A criança com Síndrome de Down apresenta retardo mental, podendo ser
leve ou moderado, complicando assim o aprendizado, o que não quer dizer que seja
incapaz de aprender e a frequentar o ambiente escolar. Nas salas de aula, é
indispensável que os alunos se sintam motivados, e que estes tenham condições de
procurar a informação, não apenas esperando recebê-las do professor, ou seja, a
instituição de ensino deverá fazer projetos de trabalho de modo que se preparem
para receber a criança Down (SASSAKI, 2003)
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3. RELATO DE ESTUDO

3.1. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando as peculiaridades


do autista

A função do professor em uma sala de aula é transmitir o conhecimento ao


aluno, e por esse motivo devem estar preparados para lidar com a diversidade e
peculiaridade de cada um deles. De modo a obter êxito na transmissão do
conhecimento, a intervenção do professor para com os autistas, deve estar baseada
nas seguintes estratégias:
1 – Solicitar para que os pais relatem as preferências, interesses, e coisas que
causam desconforto a cada criança;
2 – Fazer o uso de matérias pedagógico que agradem cada aluno, tanto na sala
de aula, quanto no pátio, de modo a estabelecer uma relação com a escola e as
pessoas do ambiente escolar;
3 – Atividades devem ser trabalhadas em períodos mais curtos, de cinco a dez
minutos, para não haver desgaste do aluno, sendo importante o trabalho mais
lento nas atividades mais complexas;
4 – Ter atenção ao dialogar com ao aluno, falando somente as palavras mais
importantes, por que na maioria das vezes um autista não consegue entender
muita coisa falada de uma só vez;
5 – Procurar usar imagens para que o aluno compreenda com maior facilidade o
que está sendo falado;
6 – Impor rotinas que deem ao aluno a possibilidade de prever o que irá ser feito
em cada dia de aula;
7 – Dar impulso para que haja a participação do aluno em diversas tarefas, tais
como, a organização da sala de aula e ajudar a entregar materiais pedagógicos
às outras crianças;
8 – Entregar objetos no canal visual. O adulto deve ter o objeto na mão perante
os olhos para que a criança possa pegar o objeto tendo o rosto do adulto contido
do seu campo de visão.
9 – Respeitar a necessidade de estar um tempo sozinho, de dar saltos ou
caminhar ou simplesmente perambular para se acalmar (pode ser utilizado como
prêmio depois de uma atividade).
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10 – Buscar conhecer as capacidades de cada criança para usá-las como


entrada para as atividades de ensino (recortar, pintar etc.).
11 – Evitar falar muito alto, e evitar qualquer situação que envolva muito
estímulo brusco do aluno;
12 – Estar sempre preocupado com as atividades do aluno fora da sala de aula
e sempre perguntar como foi o seu dia anterior. Percebendo ansiedade, o
professor deve usar elementos de interesse do aluno, com menos exigência
para não ter birras ou maior ansiedade.

3.2. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando atividades de


estímulo a coordenação motora de deficientes físicos

Dar estímulo à coordenação motora é uma das intervenções mais importantes


quando para que possa obter êxito no processo de inclusão do deficiente físico, vale
dar destaque para as principais atividades que podem ser desempenhadas em sala,
tais como:
1 – Atividade utilizando obstáculos: onde é feito a colocação de objetos que
sirvam como obstáculos no caminho das crianças, fazendo com que elas
tenham que se desviar destes, empurrá-los ou pulá-los. Caixas de papelão ou
um simples bambolê no chão já servem para fazer brincadeiras com os alunos.
Essa atividade pode ser desenvolvida também fora da sala de aula, podendo
ser executada em pátios ou área abertas;
2 – Atividades de montagem de quebra-cabeças: responsável por dar estímulo
ao pensamento, e auxiliando de maneira positiva a coordenação motora do
aluno. Esse trabalho requer firmeza no manuseio das peças, e estimula também
a coordenação entre olhos e mãos da criança;
3 – Atividades de reutilização de jornais e revistas: fazendo recortes e colagens,
onde além de reutilizar objetos, é possível fazer com que o aluno estimule sua
coordenação motora fina. É importante fazer com que o aluno recorte letras e
imagens de jornais e revistas, de modo formar palavras e se familiarizar com as
letras. O movimento correto de segurar a tesoura no ato de recortar, é um
excelente exercício de força e noção de tamanho; e
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4 – Atividades de equilíbrio e de peso: realizando a montagem de bloquinhos e


tijolinhos de brinquedo. Essa atividade permite o estímulo da capacidade
cognitiva e sensorial do aluno.

3.3. Intervenção do professor em sala de aula: trabalhando a aprendizagem


do aluno com Síndrome de Down

O aluno portador da síndrome tem apenas um ritmo de aprendizagem mais


lento, cujas etapas necessitam ser respeitadas. Inteligência , capacidade e memória
de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados. O educador por
sua vez tem o dever de dar suporte e estímular esses alunos por meio de
estratégias, tais como:
– Realização de atividades ou exercícios extras, dando orientação e
encorajamento, de modo a fazer com que todas as habilidades motoras
melhorem a cada dia;
– Trabalhar as atividades que impulsionem o fortalecimento do pulso e dedos,
como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar,
cortar, apertar, construir;
– Usar um grande acervo de atividades e materiais multi-sensoriais; e
– Fazer com que as atividades tenham uma grande significância e que sempre
despertem o interesse do aluno.
Os alunos simplesmente necessitam estar no ambiente correto e ter acesso
aos materiais necessários. Para auxiliar as crianças com Síndrome de Down a
aprender, os professores devem utilizar essas estratégias e métodos para que
possam conseguir resultados positivos.
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4. CONCLUSÃO

Conclui-se que para criar um bom ambiente escolar com perspectiva de


inclusão, o primeiro passo é começar pela inclusão em sala de aula. As ideias
expostas nesse estudo, leva ao entendimento de que a escola é um importante
contexto de desenvolvimento do aluno deficiente, pois o contato com outras crianças
faz com seja possível observar as dificuldades de interação e de aprendizagem do
aluno deficiente.
A atuação do educador em sala, através da atenção, amparo e intervenções
práticas são ações importantíssimas e tornam-se o caminho mais curto para o
sucesso no processo de inclusão do autista, deficiente físico e portador da síndrome
de down. As intervenções apresentadas nesse artigo são bem simples e práticas,
devendo ser aplicadas pelos professores.
Ademais, frisa a necessidade de mostrar para esses alunos que eles são
capazes de evoluir, bastando apenas serem estimulados e inseridos em um
ambiente escolar de igualdade para todos.
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REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION- APA. Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais- DSM- 5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

CUNHA, E. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na


escola e na família. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.

FERREIRA, V. S.; OLIVEIRA, L. N. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com


Deficiência. Revista Reviva, 2007. Disponível em: <
http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/41/docs/comentarios_a_convencao_sobre_os_direi
tos_das_pessoas_com_deficiencia.pdf/> Acesso em: 15 nov. 2020.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Saberes e práticas da inclusão: dificuldades de


comunicação e sinalização: deficiência física. Brasília: MEC, 2004.

LAZNIK, M.C. A voz da sereia: O autismo e os impasses na constituição do


sujeito. Salvador: Ágalma, 2004.

PELIN, L. Estratégias para a inclusão de alunos com transtorno do espectro


autista, 2013. Disponível em
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4458/1/MD_EDUMTE_2014
_2_96.pdf. Acesso em 15 jan. 2021.

________ A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais


especiais: deficiência física. Brasília: MEC, 2006.

MANTOAN, M. T. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo:
Moderna, 2006.

SANTOS, J. C.; MENEZES, L. M. A.; ROSA, M. C. M. A criança com síndrome de


down na escola: aspectos da interação social, 2016. Disponível em: <
https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc1-6.pdf>. Acesso em: 19 nov.
2020.

SASSAKI, R.K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de


Janeiro: WVA, 2003.

SCHWARTZAN, J. S. Síndrome de down. São Paulo: Mackenzie, 1999.

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