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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

Qual a importância da sala de recursos multifuncionais?

Como deve ser o perfil do profissional para trabalhar nesta área?


Quais alunos podem frequentá-la?

Vanderlei Framil Melo

Itajubá/MG

2020
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

Qual a importância da sala de recursos multifuncionais?

Como deve ser o perfil do profissional para trabalhar nesta área?


Quais alunos podem frequentá-la?

Vanderlei Framil Melo

Artigo científico apresentado ao Núcleo de Pós-graduação e


Extensão – FAVENI como requisito parcial para obtenção do
título Metodologia de EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL.

Itajubá, MG

2020
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Vanderlei Framil Melo Qual a importância da sala de recursos multifuncionais? Como deve
ser o perfil do profissional para trabalhar nesta área? Quais alunos podem frequentá-la? 2019.
Número total de folhas 15pg. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação) Sistema de
Ensino Presencial Conectado, Universidade Faveni, Itajubá, 2020.

RESUMO
O estudo se faz presente na discussão, através de revisão bibliográfica, onde iremos entender
como se dá o processo de ensino aprendizagem na sala de recursos multifuncionais.
Precisamos entender como se dá esse processo de ensino, qual o perfil dos profissionais
para atuarem nesta área, quais alunos podem frequentar esta sala, como deve ser a
metodologia usada pelos professores.
A sala de recurso não deve ser encarada como reforço escolar e nem de alfabetização. Nela
serão trabalhadas metodologias diferenciadas que busquem ajudar o aluno com
necessidades especiais em seu processo de ensino aprendizagem.

Palavras Chave: Sala de Recursos, Escola, Professores, Pais, Educação.


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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------------------5

2. Capítulo 1 EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E DA SALA DE RECURSOS


MULTIFUNCIONAIS -------------------------------------------------------------------------------------------7

1.1 A Educação Especial no Estado de Minas Gerais-------------------------------------------------9

3. Capítulo 2 O Que é Atendimento Educacional Especializado (AEE)? -----------------------11

2.1 O Que Vem a Ser Salas de Recursos Multifuncionais? --------------------------------------12

2.1.2. Como Deve Ser o Atendimento Educacional Especializado Na Sala de Recurso---13

2.1.3. Qual o Perfil do Professor da Sala de Recursos-----------------------------------------------14

4- Considerações Finais--------------------------------------------------------------------------------------15

5 - Referências--------------------------------------------------------------------------------------------------16
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INTRODUÇÃO:

O presente estudo faz-se necessário para atender o término do curso de Pós


Graduação em Educação Especial, iremos abordar o tema sobre a importância de se ter uma
sala de recursos multifuncionais nas escolas. Sabe-se que a sala de recursos foi criada para
atender alunos especiais com dificuldades de aprendizagem, não sabemos ao certo se estes
alunos precisam ou não ter um laudo médico.

O contexto da educação especial na perspectiva de uma educação inclusiva


inicia uma trajetória de mudanças, a partir da entrada do aluno da educação especial no
terreno já tão permeado por conflitos e dificuldades que é a sala de aula regular,
principalmente, a da escola pública.

Este estudo pretende mostrar aos professores da sala comum que eles
devem conhecer não somente os equipamentos que a escola tem, mas que também devem
interagir em conjunto com os professores do AEE, buscando a melhor maneira de trabalhar
com as deficiências de cada criança, para que seus alunos tenham acesso às melhores
condições possíveis de aprendizagem.

Nesse caso, a escola pública, oferece um Atendimento Educacional


Especializado (AEE) no ensino regular, através da sala de recursos multifuncional (SRMF),
em que a criança é atendida em seu contra turno escolar, por um professor (a) especializado,
a fim de desenvolver (no caso do aluno autista) suas habilidades e minimizar os reflexos de
seu comprometimento que podem prejudicar a interação social, concentração, aprendizagem,
comunicação, entre outros.

Com isso, Vygotsky também reconhece que as crianças com deficiência


podem desenvolver suas competências e habilidades de maneira diferenciada, sem abrir mão
de sua qualidade nas estratégias de ensino, pois o que reforça a dificuldade na aprendizagem
é o padrão de normalidade que a sociedade impõe e engessa para que esses alunos evoluam
no processo de ensino-aprendizagem da mesma maneira dos que não tem deficiência.
(Cavalcante e Ferreira, 2011).

Já este trabalho, tem como objetivo compreender como se constitui o


programa denominado Sala de Recursos Multifuncionais e sua contribuição para o processo
de inclusão de alunos com deficiência/necessidades especiais no ensino comum. E como
objetivo específico, analisar como as intervenções que a sala de recursos multifuncional
realiza para complementar as necessidades educacionais de cada aluno avaliado.
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A justificativa desse trabalho é necessária para que possamos compreender o quão


importante é a utilização da sala de recursos nas escolas visando atender e ajudar os alunos
com necessidades especiais, bem como conhecer as metodologias utilizadas para este
processo.

Utilizando como linha de pesquisa “metodologia de ensino” levantam-se os


seguintes questionamentos: o que é o AEE? Qual metodologia se usa para atender estes
alunos? Como deve ser uma sala de recursos? Como o professor deve se preparar? Essa
pesquisa será realizada e baseada em estudos que foram feitos por diversos autores que
buscam compreender a relação entre a educação regular e especial com a sala de recursos
no processo de ensino e aprendizagem.

No 1º capítulo será feito um breve relato sobre a educação inclusiva especial no


Brasil e em Minas Gerais. Para o 2º capítulo abordaremos o tema sobre atendimento
educacional especializado conhecido como AEE ou Sala de Recursos, que visa junto ao
ensino regular buscar novos caminhos no ensino para ajudar os alunos com necessidades
especiais em sua aprendizagem.

Sabemos que o atendimento educacional especializado, ainda é tratado como


novidade nas escolas, e que muitos regentes não conseguem e não entendem como se deve
dar este aprendizado. É preciso que os órgãos responsáveis pela educação e principalmente
a especial deem mais suporte aos diretores e professores ofertando cursos de capacitação e
orientação para todos.

Aos gestores é fundamental que estejam atentos ao matricularem os alunos


prestando atenção se os mesmos possuem ou não um laudo médico, para que assim que
começarem as aulas os mesmos já possam contar com o apoio do AEE. Os professores para
atenderem estes alunos precisam ser capacitados e detectores de novas metodologias,
sempre lembrando aos regentes que o AEE não é aula de reforço. Para estre atendimento a
escola precisa manter uma sala diferenciada com vários jogos, computadores, um ambiente
agradável e silencioso para atender estes alunos em seu processo de aprendizagem e
socialização.

É fundamental uma conexão entre professores regentes, professores de AEE


e apoio, gestores e principalmente com as famílias dos alunos. Juntos terão mais chances de
ajudarem os alunos com dificuldades de aprendizagem, buscando novas metodologias para
este processo, visando o bem-estar do aluno.
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2- Capítulo 1 – EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

A inclusão é um processo dinâmico e gradual, que se resume em “cooperação/solidariedade,
respeito às diferenças, comunidade, valorização das diferenças, melhora para todos, pesquisa reflexiva”
(SANCHEZ, 2005. p.17).

No início, a Educação Especial se configurava como um “sistema paralelo e


segregado de ensino” (GLAT, 2007, p. 15). Era um serviço especializado e voltado somente
para atendimento aos indivíduos com deficiência e distúrbios severos de aprendizagem e
comportamento, em escolas especiais. Também eram atendidas nesse contexto pessoas
classificadas com altas habilidades. Essa pessoa, antes vista apenas como limitada, agora
deve ser vista como alguém com potencialidades, com capacidades que devem ser
desenvolvidas, com condições de viver em ambientes menos restritos, menos segregativos.

No ano de 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, que


orienta o processo de “integração instrucional” o qual condiciona o acesso às classes comuns
do ensino regular àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as
atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os estudantes
ditos normais” (p. 19). Desta maneira, esta política foi um retrocesso, pois valorizando
padrões homogêneos de aprendizagem, não eram valorizados os diferentes potenciais e as
diferentes formas de ensinar e aprender.

A educação de alunos com necessidades educativas especiais que


tradicionalmente se apoiava apenas em um atendimento clínico e segregativo, tem se voltado
atualmente na última década para a chamada educação inclusiva.

O avanço da educação inclusiva traz grandes desafios à educação, pois


atualmente todas as escolas têm alunos especiais incluídos, então a educação especial
precisa redimensionar o seu papel com urgência ou surgirão problemas cada vez maiores,
com tantos alunos diferentes nas mesmas salas de aula e com um atendimento igual para
todos.

A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 208, garante como dever do


Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular
de ensino. A Constituição Federal admite mais: que o Atendimento Educacional Especializado
seja também oferecido fora da rede regular de ensino, em outros estabelecimentos, já que,
como referimos, seria um complemento e não um substitutivo da escolarização ministrada na
rede regular para todos os alunos.
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O século XXI traz consigo a proposta de superar as situações de exclusão,


reconhecendo os direitos da chamada diversidade e estimulando sua participação social e
plena na sociedade. Não se pode pensar em inclusão escolar, sem pensar um ambiente
inclusivo. Contudo, não se deve “entender este ambiente Inclusivo somente em razão dos
recursos pedagógicos, mas também pelas qualidades humanas”. (CUNHA, 2012, p. 100). Ou
seja, o educador deve estar preparado para manejar os recursos que dispõe a escola, sua
sala de recurso e o conhecimento adquirido em capacitação, para realizar a educação do
indivíduo de forma que ele atinja a meta estabelecida. Seu papel é estimular a criança para a
formação do conhecimento.

A evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase inicial,


eminentemente assistencial, visando apenas o bem-estar da pessoa com deficiência, para
uma segunda, em que foram priorizados os aspectos médico e psicológico. Em seguida,
chegou às instituições de educação escolar, e depois, à integração da Educação Especial no
sistema geral de ensino. Hoje, finalmente, choca-se com a proposta de inclusão total desses
alunos nas salas de aula do ensino regular.

Mesmo quando concebida adequadamente, a Educação Especial no Brasil é


entendida também como um conjunto de métodos, técnicas e recursos especiais de ensino e
de formas de atendimento escolar de apoio que se destinam a alunos que não conseguem
atender às expectativas e exigências da educação regular.

A Educação Inclusiva para Carvalho (1998), com a Declaração de


Salamanca, passou a ser entendida como o direito à educação e ao acesso aos bens
culturais socialmente produzidos, como também aos modos de participação decorrentes das
formas de sociabilidade, disponíveis adequados para esses sujeitos. Nela, a Educação
Comum e a Educação Especial fundamentam-se na Educação Inclusiva e dela fazem parte,
tanto o aluno dito “normal” como aqueles que apresentam deficiências.

Não podemos esquecer que nesse processo de inclusão são necessárias


muitas adaptações, não estando restritas apenas a documentos e concepções. Devemos nos
lembrar das adaptações físicas e estruturais do ambiente, recursos didático-pedagógicos
adequados e formação continuada dos profissionais em educação.

O que não confere com o pensamento de Sassaki apud Buccio e Buccio (2008, p.31), pois a
inclusão é um processo que deve ser revisto diariamente, é um caminhar constante rumo à
integração, acertos, progresso respeitando a individualidade e limite do aluno.
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1.1 A Educação Especial no Estado de Minas Gerais

As classes especiais em Minas Gerais estavam previstas no Regulamento do


Ensino Primário de 1927, e seu estabelecimento foi marcado pela influência da Escola Nova.
Para Peixoto (1985, p. 6): “O escolanovismo, enquanto expressão da ideologia liberal
defendia a existência de uma escola única capaz de atender a todos, segundo suas
características e potencialidades”. A Escola Nova designa uma diversidade de iniciativas
educativas que emergem no fim do século 19, em um contexto de mudança política,
pedagógica, econômica e social que preconiza uma pedagogia funcional e uma pedagogia da
atividade provocando o interesse da criança (Danvers, 2007).

Entre os anos de 1950 e de 1990, as escolas especiais assumem o


protagonismo da educação dos alunos com deficiência. Nesse período, destaca-se, em Minas
Gerais, o papel do Instituto Pestalozzi, da Fazenda do Rosário e da Escola Estadual Yolanda
Martins Silva, anexada ao Hospital de Neuropsiquiatria Infantil de Minas Gerais. As três
instituições escolarizavam crianças com deficiência, mas cada qual em uma perspectiva
diferente. Paralelamente ao fortalecimento das escolas especiais, as classes especiais
continuaram funcionando no estado, mas seu público foi sendo alterado aos poucos. As
mudanças foram processuais, não ocorreram por rupturas ou quebra.

Já as classes especiais em Minas Gerais, foram objeto de regulamentação


em 1960. De acordo com Machado (1985), a instrução nº 1, do Serviço de Orientação e
Fiscalização do Departamento de Educação da Secretaria, publicada em janeiro de 1960,
definiu a organização e o funcionamento do ensino nas escolas públicas estaduais. Os alunos
que não obtivessem promoção em classes preliminares seriam considerados AE (alunos
especiais), de CE (classes especiais). Desse modo, já na entrada na escola, os alunos mal
avaliados iriam para as classes preliminares, iniciando um percurso excludente na escola.
“Estava consagrada a existência de classes e alunos que não se enquadram nos padrões
estabelecidos pelo sistema” (Machado, 1985). de paradigmas.

A educação especial no estado de Minas Gerais, atualmente, é tratada pela


Diretoria de Educação Especial (DESP), subordinada à Superintendência de Modalidades e
Temáticas Especiais de Ensino da Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica.
As previsões para o adequado atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/Superdotação são a disponibilização do atendimento
educacional especializado (AEE), padrões de acessibilidade, profissionais capacitados e
redes de apoio (MINAS GERAIS, 2014c).
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Segundo o Guia de Orientação da Educação Especial na rede estadual de


ensino de Minas Gerais (2014c), elaborado pela Subsecretaria de Desenvolvimento da
Educação Básica, a política mineira é fundada no entendimento de que a educação inclusiva
parte do princípio de que todos têm o direito de acesso ao conhecimento sem nenhuma forma
de discriminação. Tem como objetivo reverter à realidade histórica do país marcada pela
desigualdade e exclusão. A política educacional inclusiva da rede pública estadual de
educação é orientada pelo reconhecimento deste direito, respeito à individualidade e
valorização da diversidade (MINAS GERAIS, 2014c, p. 7).

As previsões para o adequado atendimento a alunos com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/Superdotação são a
disponibilização do atendimento educacional especializado (AEE), padrões de acessibilidade,
profissionais capacitados e redes de apoio (MINAS GERAIS, 2014c).

A fim de cumprir com o direito constitucional de acesso e permanência no


ensino, o Estado orienta que as escolas reconheçam o desenvolvimento individual do aluno
sem perder de vista os objetivos educacionais, sempre construindo e observando o Plano de
Desenvolvimento Individual (PDI), documento que é elaborado por professores e especialistas
em conjunto com os responsáveis pelo estudante, e do Plano de Atendimento Educacional
Especializado (PAEE), (MINAS GERAIS, 2014c).

Quanto ao Atendimento Educacional Especializado, há dois tipos de oferta em


Minas Gerais: o de apoio, que consiste na provisão de professor de apoio à comunicação,
linguagens e tecnologias assistivas, intérprete de Libras e guia-intérprete ao aluno durante as
aulas do turno regular, e o atendimento educacional especializado prestado no contra turno,
cuja oferta se dá na sala de recursos multifuncionais, que vale salientar, não se confunde com
atendimento clínico, aulas de reforço ou locais para socialização (MINAS GERAIS, 2014c).

A Sala de Recursos Multifuncionais é o local onde o professor do atendimento


educacional especializado realiza atividades que visam promover o desenvolvimento de
processos mentais como a atenção, percepção e linguagem, a autonomia e interação dos
alunos, técnicas de vivência, orientação e mobilidade, o ensino de libras, do sistema Braille e
da aprendizagem da Língua Portuguesa como segunda língua, dentre outras atividades com o
suporte de recursos tecnológicos ou pedagógicos conforme a necessidade do aluno. Além
disso, a Sala de Recursos não é desativada no caso de um determinado ano não houver
público para ela, a fim de que a escola esteja preparada para o atendimento de novos alunos
de forma célere (MINAS GERAIS, 2014c)
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Capitulo 2 . O Que é Atendimento Educacional Especializado (AEE)?

Com a política nacional de educação especial na perspectiva da educação


inclusiva, publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2008, inicia-se um novo marco
legal, teórico e organizacional da educação brasileira. Com base na implementação do
Atendimento Educacional Especializado, é uma modalidade de acompanhamento
complementar ou suplementar à formação de alunos com deficiência, sendo ela não
substitutiva à educação escolar regular. O AEE é uma nova interpretação da Educação
Especial, conforme Mantoan (2010), e tem suas próprias especificidades legais e
organizacionais.

Para muitos o movimento de inclusão está mais preocupado com os índices


quantitativos do que com o próprio processo de aprendizagem dos sujeitos da educação
especial. Mas o AEE se caracteriza como a possibilidade de um melhor atendimento a estes
sujeitos, priorizando o complemento e suplemento deste processo como apoio pedagógico
oficializado pela sala de recurso, demandando um novo campo de atuação.

Desta forma, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) possibilita


atividade exploratória e de autonomia no espaço escolar. Apontando o que é necessário
desenvolver a partir das necessidades especiais dos alunos, identificando suas possibilidades
e colocando a diferença de uma criança com o potencial para diferenciar e criar estratégias.

O AEE para as pessoas com necessidades específicas mostra que são


necessários uma atuação complementar, ou seja, pautado na necessidade e particularidade
do aluno, pretendendo possibilitar a articulação entre atendimento escolar e especializado em
unidades escolares, facilitar acesso e atendimento ao aluno deficiente e sua família, bem
como possibilitar o exercício da convivência sem discriminação e de aprendizagem. O
atendimento especializado é obrigatório aos sistemas de ensino, mas a matrícula do aluno
deficiente é opcional.

O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da


própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não
sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em Centros de
Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação
ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (BRASIL, 2009, p.2). Para
tanto é necessário que o se garanta professores e espaço para a sua implantação.
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2.1 O Que Vem a Ser Salas de Recursos Multifuncionais?

As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) são ambientes dotados de


equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do Atendimento
Educacional Especializado e de recursos de acessibilidade organizados e destinados à
implantação e organização de espaços de AEE, possibilitando sua oferta no contra turno ao
ensino regular nas escolas públicas de educação básica.

O trabalho pedagógico especializado na Sala de Recurso deve constituir um


conjunto de procedimentos específicos, de forma a desenvolver os processos cognitivos,
motores e sócio-afetivo-emocionais do aluno. A sala de recurso multifuncional tem a função
por meio de o atendimento educacional especializado garantir a participação dos alunos em
situação de deficiência no, por meio recurso pedagógico e de acessibilidade que eliminem as
barreiras, garantido condições de acesso ao currículo.

O trabalho na Sala de Recursos deverá ser complementado ainda com


orientação aos professores do Ensino Comum juntamente com a equipe pedagógica, nas
adaptações curriculares, avaliações e metodologias que serão utilizadas pelos professores. O
professor da Sala de Recursos deve atender de forma individual o aluno com Deficiência
Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos, com ênfase à complementação
do trabalho do professor das disciplinas e deve realizar a avaliação do aluno que apresenta
necessidades especiais no contexto escolar (PARANÁ, 2008, p. 3)

O aluno frequentará a Sala de Recursos o tempo necessário para superar


suas dificuldades e obter êxito no processo de aprendizagem na classe comum. O número
máximo é de 20 (vinte) alunos com atendimento por cronograma, o qual deverá ser elaborado
pelo professor (a) da Sala, juntamente com o pedagogo da escola e, quando se fizer
necessário, com os professores da classe comum. O atendimento em Sala de Recursos
deverá ser feito de forma individualizada ou em grupo e o tempo de trabalho coletivo não
deverá exceder o tempo do trabalho individual.

O desligamento do aluno da Sala de Recursos deverá ser formalizado por


meio de relatório pedagógico elaborado pelo professor, juntamente com a equipe pedagógica
e, sempre que necessário, com o apoio dos professores da classe comum, cujo relatório será
arquivado na Pasta Individual do aluno. No caso de transferência, além dos documentos da
classe comum, deverão ser acrescentadas cópias do Relatório da Avaliação no Contexto
Escolar e do último Relatório de Acompanhamento Semestral (Id. p. 5).
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2.1.2. Como Deve Ser o Atendimento Educacional Especializado Na Sala de Recurso

O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do


currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais, organizado institucionalmente
para apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. Dentre as
atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional especializado
em salas de recursos se destacam: o ensino de Libras, o sistema Braille e o soroban, a
comunicação alternativa, o enriquecimento curricular, dentre outros.
Esse atendimento não pode ser confundido com reforço escolar ou mera
repetição dos conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas devem constituir
um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e
produção de conhecimentos.
Há uma grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que podem
ser utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou até na sala de aula
regular, entre eles destacam-se: os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a
criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento; os jogos adaptados,
como aqueles confeccionados com simbologia gráfica, utilizada nas pranchas de
comunicação correspondentes à atividade proposta pelo professor; livros didáticos e
paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille, digitais em Libras, livros de histórias
virtuais, livros falados; recursos específicos como reglete, punção, soroban, guia de
assinatura, material para desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora, caderno de
pauta ampliada, mobiliário adaptado e muitos outros.
Também, na Sala de Recursos Multifuncionais, devem estar à disposição dos
alunos um arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente promover vida
independente e inclusão, que são chamadas de Tecnologias Assistivas.
Nesse processo, a formação dos professores é fundamental para que a
aprendizagem esteja centrada no potencial de cada aluno, de forma que uma incapacidade
para andar, ouvir, enxergar, ou um déficit no desenvolvimento não sejam classificados como
falta de competência para aprender e nem causa para que os alunos desistam da
escolarização.

Na sala de recursos multifuncional, o aluno será avaliado pelo professor que


atua no AEE para que, a partir dessa avaliação, o professor possa realizar as ações
específicas que oportunizem a aprendizagem e socialização dos alunos com NEEs.
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2.1.3. Qual o Perfil do Professor da Sala de Recursos

O professor, para atuar na Sala de Recursos Multifuncional, de acordo com o


MEC (BRASIL, 2009, p. 17), deverá ter graduação, pós-graduação e/ou formação continuada
que o habilite no atendimento. Segundo a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o profissional que irá atuar na Educação Especial
tem que ter formação específica. A formação docente, na parte específica, deve desenvolver
conhecimentos acerca de Comunicação Aumentativa e Alternativa, Sistema Braille,
Orientação e Mobilidade, Soroban, Ensino de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, Ensino
de Língua Portuguesa para Surdos, Atividades de Vida Diária, Atividades Cognitivas,
Aprofundamento e Enriquecimento Curricular, Estimulação Precoce, entre outros. Esse
profissional também deve fazer cursos de formação continuada, procurando sempre se
atualizar e ampliar seus conhecimentos em conteúdos específicos do AEE, para melhor
atender seus alunos com necessidades educacionais especiais.

Precisamos entender que o profissional que irá atuar na Educação Especial


deve ter conhecimentos pedagógicos e conhecimentos específicos da área, oriundos de sua
formação básica e formação continuada. Pois é através destes conhecimentos que sua
atuação irá se aprofundar no que tange a oferta dos serviços e recursos de educação
especial.

Pode-se dizer que este profissional é considerado especialista em educação


especial quando desenvolve competências para identificar as necessidades educacionais
especiais do aluno apoiando na implementação de estratégias de flexibilização e adaptação
curricular “bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas
práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades”
(BRASIL, 2001, p. 5).

Muitos profissionais da sala regular apresentam os conteúdos básicos para


trabalhar com alunos com NEEs em sua formação, porém não sabem lidar com estas ações
na prática. Por isso existe a necessidade de parceria entre professor de AEE e professor da
sala regular, pois o profissional especialista na área inclusiva irá apresentar os subsídios
necessários para o trabalho pedagógico a ser desempenhado dentro da sala de aula regular
com o processo de inclusão. O profissional da Sala de Recursos deve registrar
sistematicamente todos os avanços e dificuldades do educando, conforme o planejamento
pedagógico. .
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4-Considerações Finais

Esse trabalho faz-se necessário para que possamos conhecer de fato o que
vem a ser o AEE e a importância de ter nas escolas as salas de recursos multifuncionais para
que possam ajudar os alunos com necessidades especiais.

Para que isto aconteça, é preciso que o gestor da escola separe uma sala
exclusivamente para este fim; onde se possa colocar um mobiliário adequado com jogos
diversificados para atender os alunos com necessidades especiais.

Outro fator relevante para este processo é a qualificação dos professores que
devem atuar com o AEE, não é qualquer professor que pode atuar nesta área, segundo
determinações do Mec. O professor precisa ser especializado em educação especial, o que
facilitará o convívio do aluno com necessidades especiais.

A sala de recursos multifuncionais é uma ferramenta que veio para agregar no


ensino aprendizagem dos alunos especiais, mas que deve contar com o apoio de todos os
professores, especialistas e pais. Não devemos confundir esta sala com atividades
diferenciadas como aulas de reforço.

Sabemos que precisamos melhorar e entender com mais clareza o processo


de ensino e aprendizagem que envolve o AEE e a sala de recursos multifuncionais, mas com
dedicação, esforço e muito estudo chegarão a um consenso que irá visar um atendimento
educacional diferenciado para estes alunos especiais, fazendo valer todo o processo de
inclusão .
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5- Referências

ORIENTAÇÕES PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL


ESPECIALIZADO – AEE EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS IMPLANTADAS NAS

ESCOLAS DE ENSINO REGULAR , BRASÍLIA, SEESP NOTA TÉCNICA N° 11/2010.

ANJOS, R. S. O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM SALAS DE RECURSOS .

REVISTA FÓRUM IDENTIDADES . I TABAIANA , ANO 5, V. 9, JAN.\JUN.

2011 BRASIL, LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL . LEI 9.394/96.


BRASÍLIA : MEC, 1996.

MAZZOTTA, M.J.S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 6 ed. São
Paulo: Cortez, 2011. 230 p.

VIEIRA, C. T. M. O atendimento nas salas de recursos multifuncionais aos alunos com


deficiência intelectual na rede municipal de Macapá. 2012. 76 p. Dissertação (mestrado
em Desenvolvimento Regional) – Fundação Universidade Federal do Amapá. Macapá, 2012.

LÜDKE, M & ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São


Paulo: EPU, 1986.

PRETI, Jéssica; DIAS, Patrícia Jovino de Oliveira. Formação de Professores do


Atendimento Educacional Especializado: Uma análise de dados do Município de
Londrina. Londrina, 2013.

PERTILE, Eliane Brunetto; ROSSETTO, Elisabeth. Trabalho e Formação Docente para o


Atendimento Educacional Especializado. 2008. Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada11/artigos/6/artigo_simposio
_6_854_elianebrunetto@gmail.com.pdf. Acesso em: 20 maio. 2014.

RIBEIRO, Maria Luiza Sprovieri; BAUMEL, Roseli Cecília Rocha de Carvalho. Educação
Especial: do querer ao fazer. São Paulo: Avercamp, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Esplanada dos


Ministérios. Orientações para a institucionalização da Oferta do Atendimento
Educacional Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais, implantadas
nas escolas regulares. SEESP/GAB/ Nº11. 2010

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