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DIREITO DAS
OBRIGAÇÕES

ADIMPLEMENTO
DAS OBRIGAÇÕES
Parte 2 - Adimplemento Indireto
Direito das Obrigações
Leonardo Bandeira

SSOR

LEONARDO
PROFE

BANDEIRA Advogado, professor, podcaster,


especialista em Direito Civil e
Docência do Ensino Superior
Direito das Obrigações
Leonardo Bandeira

O QUE 1 INTRODUÇÃO

IREMOS 2
3
PAGAMENTO INDIRETO

FORMAS DE PAGAMENTO INDIRETO

APRENDER
HOJE?
FOCO
Ciência Política e Teoria Geral do Estado
@leonardobandei.ra

EVENTO

Direito e Tecnologia
27/10/2023
19h
4h de certificação
Direito das Obrigações
Leonardo Bandeira

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
No pagamento direto há o cumprimento
da obrigação de forma direta, ou seja o
seu objeto foi cumprido, pelo devedor em
Por meio do pagamento, cumprimento ou face do credor, sem a necessidade de
adimplemento obrigacional tem­-se a intermediação.
liberação total do devedor em relação ao
vínculo obrigacional.

O pagamento pode ser feito de forma:


1. Direta
2. Indireta
Direito das Obrigações
Leonardo Bandeira

1.PAGAMENTO
INDIRETO
Entenda o conceito por comparação.
Pagamento Direto Pagamento Indireto
Partes Realizado entre as partes originais da Envolve terceiros, que não são parte da relação
Envolvidas obrigação, ou seja, credor e devedor. jurídica original entre credor e devedor.

O devedor entrega diretamente ao credor o Pagamento é feito através de um intermediário ou


Transação
que é devido, seja em dinheiro ou em bens. por outros meios, como depósito judicial.

Tende a ser mais formal e pode exigir


Formalida Menos formal, podendo até ser verbal, a
procedimentos específicos, como notificações
des depender do tipo de obrigação.
legais.

Realizado conforme acordado ou


Tempo e Podem variar, pois podem ser estabelecidos por
estabelecido por lei, geralmente no lugar
Lugar um terceiro ou por procedimentos judiciais.
onde o credor se encontra.

O comprovante de pagamento pode passar por


O credor fornece um recibo direto ao
Recibo etapas adicionais de verificação e pode não ser
devedor, comprovando o pagamento.
direto.
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Leonardo Bandeira

2. FORMAS
2.1. CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO
2.1. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
2.1.1. CONCEITO
A consignação em pagamento é um instituto
jurídico que permite ao devedor quitar uma
dívida diretamente perante o Judiciário
quando o credor recusa o pagamento, ou
quando há dúvidas sobre quem seja o
legítimo credor. O objetivo é extinguir a
obrigação e evitar a mora do devedor.
2.1.2. PROCEDIMENTO
Inicia com uma petição inicial que deve
conter:
1. Exposição dos fatos que levaram a
necessidade do ingresso;
2. Identificação do credor e valor;
3. Depósito judicial ou justificativa da
impossibilidade do depósito imediato;
4. Provas da recusa do credor.
Após cumpridos esses requisitos, o credor
é citado para levantar o valor ou contestar
a consignação em um prazo de 15 dias.
Se o credor não comparecer ou recusar o
valor sem justificativa, o pagamento é
considerado efetuado e a obrigação é
extinta.
Se o credor não comparecer ou se recusar
a receber o valor depositado sem
justificativa válida, devedor pode sacar o
valor de volta.
1.3. DISPOSIÇÃO LEGAL
Código Civil Brasileiro, nos artigos 334 a
345, e pelo
Código de Processo Civil, nos artigos 539
a 549.
1.3. REGRAS ESPECIAIS
Dívidas em aberto: Quando existem múltiplos
credores, a consignação só pode ser efetuada
em favor de todos, salvo se houver cláusula
expressa permitindo consignação parcial.
Custas Judiciais e Honorários de
Sucumbência: Normalmente, quem perde a
ação deve arcar com as custas judiciais e os
honorários advocatícios. Se o devedor for
bem-sucedido na consignação, esses
encargos geralmente recaem sobre o credor.
Depósito de Prestações Sucessivas: Em
casos de obrigações de trato sucessivo, como
aluguéis ou mensalidades, é possível que o
devedor efetue depósitos judiciais das
prestações que se vencerem no curso do
processo. Essa prática deve ser previamente
autorizada pelo juízo e observar o mesmo
procedimento da consignação inicial.
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Leonardo Bandeira

2.2. OUTRAS FORMAS


POSSÍVEIS
2.2.1. IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
A imputação do pagamento é uma ação que
ocorre quando um devedor possui múltiplas
dívidas com um mesmo credor e efetua um
pagamento que não é suficiente para quitar
todas as dívidas. A imputação serve para
estabelecer a qual das dívidas o pagamento
será destinado, contribuindo para a sua
extinção parcial ou total.
Exemplo - dívida bancária
Ana deve três parcelas de um empréstimo a
um banco, cada uma no valor de R$ 1.000. Ela
paga R$ 1.000 e especifica que deseja quitar
a primeira parcela que está vencida. O banco
deve então aplicar esse pagamento à
primeira parcela, conforme especificado por
Ana.
2.2.2. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
O pagamento com sub-rogação é uma forma
de extinguir uma dívida ao substituir um
credor por outro. A dívida em si não é extinta;
apenas o credor é substituído. Geralmente o
terceiro interessado que paga a dívida sub-
roga-se nos direitos do credor.
Exemplo - fiador
Carlos deve R$ 10.000 de aluguel atrasado.
Seu fiador, Maria, paga essa quantia ao
proprietário e agora assume o direito de
cobrar essa dívida de Carlos.
2.2.3. DAÇÃO EM PAGAMENTO
Dação em pagamento é uma forma
alternativa de extinguir uma obrigação por
meio da entrega de um bem diferente do que
foi originalmente acordado entre as partes.
Esse bem pode ser móvel ou imóvel e sua
entrega é considerada como pagamento total
ou parcial da dívida.
Exemplo - carro para pagar empréstimo em
dinheiro
João deve R$ 50.000 a um banco por um
empréstimo. Ele não tem o dinheiro para
pagar, mas oferece um carro no valor de R$
50.000. O banco aceita o carro como dação
em pagamento, extinguindo a dívida de João.
2.2.4. NOVAÇÃO
A novação é um instituto jurídico que
extingue uma dívida existente ao substituí-la
por uma nova obrigação, que pode ser entre
os mesmos contratantes ou incluir novas
partes. Isso pode ocorrer por mudança no
objeto, no valor da dívida ou na identidade
das partes.
Exemplo
Paula deve R$ 5.000 a Roberto, com
vencimento em 30 dias. Eles acordam em
criar uma nova dívida de R$ 6.000 com um
novo prazo de 60 dias, extinguindo a dívida
original.
2.2.4. COMPENSAÇÃO
A compensação ocorre quando duas partes
são, ao mesmo tempo, credoras e devedoras
uma da outra. A dívida de uma parte é extinta
até o limite da menor dívida, eliminando as
obrigações mútuas.
Exemplo
Luís deve R$ 2.000 a Marta. Marta também
deve R$ 1.500 a Luís por um serviço prestado.
Eles podem compensar as dívidas, resultando
em uma dívida remanescente de R$ 500 que
Marta deve a Luís.
2.2.5. CONFUSÃO
Confusão é a coincidência das qualidades de
credor e devedor na mesma pessoa, levando à
extinção da dívida.
Exemplo
Sofia deve R$ 20.000 a um tio que falece. Ela
é a única herdeira e, ao receber a herança,
torna-se credora de si mesma. A dívida é
automaticamente extinta por confusão.
2.2.5. REMISSÃO DE DÍVIDAS
A remissão de dívidas é o ato pelo qual o
credor perdoa voluntariamente uma dívida,
extinguindo a obrigação do devedor. Isso
geralmente é formalizado por meio de um
documento e pode ser total ou parcial.
Exemplo
Felipe deve R$ 3.000 a Bruno. Bruno decide
perdoar a dívida e emite um termo de
remissão assinado por ambas as partes,
extinguindo assim a obrigação de Felipe.
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EVENTO

Direito e Tecnologia
27/10/2023
19h
4h de certificação
LEITURAS
RECOMENDADAS
Capítulo 3.6.3. Das regras especiais de
pagamento e das formas de pagamento
indireto
(p. 283-297)
Flávio Tartuce

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