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Algumas vezes, as coisas mais simples do mundo pode levar ao maior dos problemas. Conhecemos
muitos técnicos, eu inclusive, que reparam transmissões ZF, Mercedes, Honda e várias outras
transmissões durante nosso trabalho na oficina, e uma que nos dá muitos problemas, por exemplo,
é uma transmissão TH125, ou uma 4L60-E. Assim como estas transmissões, a transmissão FNR5
não possui muitas peças móveis, porém pode ainda criar problemas maiores do que a maioria
das transmissões mais modernas.
Um dos problemas mais comuns com estas transmissões são os trancos nos engates 3-4 ou
marcha presa durante os engates. Este problema pode ser causado por algumas poucas coisas
de diferentes origens. Controle da embreagem à frente, ajuste da cinta, desgaste do alojamento
do pino do servo da cinta, desgaste no corpo de válvulas, solenoides, e a embreagem do
conversor de torque travada aplicada durante as mudanças. Como a maioria das coisas na vida,
entender como as coisas funcionam é a chave para consertá-las.
Vamos ver o que acontece durante a mudança 3-4. Como podemos observar na tabela de
aplicação dos componentes desta transmissão (figuras 1a e 1b), os solenoides de mudança
A e D estão ligados, a embreagem de marchas a frente é desaplicada e a cinta 2-4 é aplicada
também. Em 3ª marcha, o pistão do servo aplicou fluido em um lado, com o fluido de liberação
e a mola do lado oposto. A pressão de fluido é a mesma dos dois lados, assim a mola é o fator
para manter o pistão desaplicado. Durante a mudança 3-4, o fluido de liberação é cortado pela
válvula de mudança 3-4, e o fluido de aplicação sobrepuja a força da mola, move o pistão e
aplica a cinta.
Figura 2
Quando existe vazamento ao redor do pino do servo, a pressão do lado da liberação baixa, e
quando o fluido é cortado, o servo é aplicado mais rapidamente do que deveria, resultando em
uma mudança 3-4 dura (com tranco) ou com aplicação travada durante a mudança (parecendo
que duas marchas estão engatadas ao mesmo tempo). Este problema pode ser verificado
facilmente aplicando-se ar comprimido no lado de liberação do servo (figura 2) e vendo se
existem vazamentos ao redor do pino, na carcaça.
mais complicado. A embreagem à frente possui dois locais de alimentação: a fonte principal
é através do solenoide A, que é direcionado através da válvula de controle da embreagem
do conversor de torque, até o acumulador de controle NEUTRO/DRIVE e até a embreagem à
frente. Enquanto a válvula de controle da embreagem do conversor de torque está na posição
desaplicada (OFF).
Figura 3a
Figura 3b
A embreagem do conversor de torque pode ser aplicada em 2ª, 3ª, 4ª e 5ª marchas nesta
transmissão. É importante observar a patinação da embreagem do conversor de torque durante
as mudanças de marcha. Assim como em qualquer outra transmissão, se não houver patinação,
todo o torque proveniente do motor vai diretamente para a transmissão, e se o conversor
de torque continuar acionado durante as mudanças de marcha, isto resultará em uma troca
de marcha 3-4 muito dura. Algumas das possíveis causas para isto pode ser o software do
computador (TCM) ou problemas de hardware, fazendo com o solenoide permaneça ligado
ou acionado durante a mudança, uma falha mecânica do solenoide ou o emperramento da
válvula de controle do conversor de torque no corpo de válvulas. Se o programa da transmissão
não permitir que o escâner acione o solenoide, porém notarmos que existe patinação da
embreagem do conversor durante as mudanças de marcha, instale um alicate amperimétrico
no fio de comando do solenoide e verifique se o solenoide está sendo comandado ou não.
Figura 4
Se não estiver sendo comandado, o problema tanto pode ser a válvula de mudança quanto o
solenoide.
Assim como quaisquer outras transmissões no mercado, vários problemas podem conduzir
ao mesmo resultado. Por estudar todas as informações disponíveis, e alguns testes no veículo,
podemos evitar que estas transmissões voltem repetidas vezes à nossa oficina. Pense nisso e
até a próxima.