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BOLETIM 001/2019

PROCEDIMENTO DE ABASTECIMENTO E INSTALAÇÃO DO CONVERSOR


DE TORQUE APÓS REFORMA DA TRANSMISSÃO
Temos sido constantemente consultados sobre o correto procedimento de abastecimento e
instalação do conversor de torque após a reforma da transmissão, o qual segue neste boletim.

Um dos aspectos mais interessantes da reforma de uma transmissão automática é que o


sucesso ou fracasso do trabalho geralmente reside no passo final: a instalação. Não importa se
compramos peças de qualidade, instalamos todas as melhorias e gastamos nosso tempo em
fazer um serviço de alta qualidade. Se o técnico instalador realizar seu trabalho incorretamente,
com certeza veremos esta transmissão novamente em nossa oficina.

Um dos maiores riscos durante a instalação é o fluido da transmissão. Não somente temos
de ter certeza que colocamos o tipo recomendado, como também precisamos seguir um
procedimento específico para ajustar o nivel.

Nos velhos tempos, a vida do técnico era um bocado mais simples; existiam dois tipos principais
de fluido e, falando francamente, se errássemos de fluido, isto não causaria muito prejuízo à
transmissão. Existiam as varetas de nivel e um tubo, grande o bastante para que adicionássemos
o fluido quase tão rápido quanto a bomba poderia sugar do cárter.

O procedimento era simples: Se adicionava fluido suficiente para trazer o nível acima do cárter,
funcionava-se o motor e se completava o resto. O ajuste do nível era apenas uma questão de
ler a vareta, usualmente utilizando os dedos para detectar a temperatura correta: confortável
ao toque = muito frio; desconfortável = temperatura correta.

Hoje as coisas mudaram. Com a adoção da embreagem do conversor de torque aplicada


parcialmente por PWM e controle por computador, o fluido se tornou uma parte muito mais
importante na operação da transmissão. Atualmente, é comum uma oficina especializada em
transmissão automática ter seis ou mais diferentes tipos de fluido e mesmo assim temos de
sair para comprar um tipo especial para uma determinada unidade.

1 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto contato@apttabrasil.com.br


BOLETIM 001/2019

A outra maior mudança em muitos casos é como colocar o fluido dentro da transmissão. Em
algum lugar ao longo do tempo, a vareta desapareceu, seja para redução de custos ou para
evitar que leigos danifiquem a caixa, colocando fluido incorreto ou fora de nível. Agora, a
verificação do nível do fluido não é mais simplesmente o caso de abrir o capô; frequentemente
existe um procedimento detalhado envolvido.

Os primeiros poucos segundos de funcionamento são os mais críticos: é quando arriscamos


a danificar a bomba e o conversor de torque. O problema é que não conseguimos fazer o
fluido circular pela unidade com a rapidez suficiente para nos certificarmos que a bomba e o
conversor não funcionem a seco.

Frequentemente precisamos abastecer a unidade através de um tampão com uma abertura


bem pequena, e mesmo quando existe uma vareta, ela está instalada em um tubo de diâmetro
muito pequeno. E esta restrição pode fazer com que o pescoço do conversor de torque ou os
rolamentos internos da transmissão funcionem a seco. Para evitar danos, é melhor executar o
procedimento a seguir:

Procedimento recomendado:

• Certifique-se que a bomba esteja bem lubrificada, ou com o fluido recomendado ou com
um lubrificante aprovado.

• Preencha o conversor de torque com pelo menos ½ litro do fluido recomendado para a
transmissão. Até 1,5 litros para unidades maiores.

• Antes de funcionar o motor, adicione fluido à transmissão até que a quantidade ultrapasse
1 litro a mais. Mas não mais do que isto! Não queremos espirrar fluido para fora do respiro.

• Funcione o motor por cerca de dez (10) segundos.

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• Desligue o motor e adicione mais fluido até que ele atinja o nível anterior.

• Funcione o motor novamente por mais dez (10) segundos e repita o procedimento até que
se atinja a capacidade esperada de fluido da transmissão.

• Corrija o nível de fluido utilizando as especificações do fabricante quanto a método e


temperatura.

É importante seguir os procedimentos recomendados pelo fabricante cuidadosamente,


especialmente quando se recomenda uma marcha especificada para verificação. Existem
algumas transmissões que não enchem o conversor de torque corretamente em PARK. Se
estiver em dúvida, tente verificar o nível com a alavanca seletora em NEUTRO, tomando as
precauções de segurança necessárias.

Se a transmissão for instalada por um terceiro, certifique-se que a pessoa que instalará a
unidade está a par deste procedimento de abastecimento da transmissão. Desta maneira, será
pouco provável que vejamos esta transmissão novamente em nossa bancada, com uma falha
inexplicável da bomba ou do conversor de torque.

3 | Técnico responsável: Carlos Napoletano Neto contato@apttabrasil.com.br

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