Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APOSTILA
APOSTILA DIDÁTICA
DIDÁTICA
MÓDULO 1
ENDOMARKETING:
TEORIAS E PRÁTICAS
Marketing e Endomarketing
whendeobernardo@hotmail.com
RESUMO
A correta gestão de pessoas é cada vez mais importante nas empresas, afinal, profissionais
talentosos, entusiasmados e comprometidos podem influenciar significativamente no êxito da
firma. Em função disso, é crescente o investimento na administração do capital humano,
singularmente no que tange à aplicação de técnicas de marketing com foco no público interno,
isto é, o endomarketing — outrossim, chamado de marketing interno. O presente trabalho
busca conceituar de forma contemporânea o assunto, visto que sua primeira citação foi por
volta da década de 70. Além do mais, objetiva descrever os fundamentos para o planejamento
e execução de uma estratégia bem-sucedida. Por fim, ao realizar uma pesquisa documental
com 12 organizações consideradas como as melhores para se trabalhar, discorre sobre a
eficácia do endomarketing para o lucro nos negócios. O artigo foi desenvolvido com base em
pesquisas bibliográfica e documental. Em conclusão, será possível ter uma visão sistêmica do
endomarketing, seus fundamentos e possível vantagem para o lucro organizacional.
ABSTRACT
The correct management of people is important increasingly in companies, after all, talented,
enthusiastic and committed professionals can significantly influence the success of the firm. As
a result, the investment in the administration of human capital is increasing, especially in the
application of marketing techniques focused on the internal public, that is, the endomarketing -
also called internal marketing. The present work seeks to conceptualize the subject in a
contemporary way, since its first quotation was around the 70's. In addition, it tries to describe
the fundamentals for the planning and execution of a successful strategy. Finally, when
conducting a research documentary with 12 organizations that are considered to be the best to
1
Graduado em gestão de Recursos Humanos pela Universidade Paulista (2014) e pós-graduado em MBA em
Marketing pela Universidade Norte do Paraná (2015), com extensão em liderança de equipes pela Fundação Getúlio
Vargas (2017). E-mail: whendeobernardo@hotmail.com.
work with, it discusses the effectiveness of endomarketing for profit in business. The article was
developed based on bibliographical and documentary research. In conclusion, it will be possible
to have a systemic view of the endomarketing, its foundations and possible advantages for the
organizational profit.
1. INTRODUÇÃO
À vista disso, se antes a ênfase dos processos gerenciais estava nos produtos e nos
investidores, objetivando reduzir custos, gerar e maximizar o lucro obtido (Kotler, Kartajaya &
Setiawan, 2010), no atual momento, também está nos profissionais. No entanto, as empresas
não querem apenas os seus braços, também desejam suas mentes e corações (Brum, 2017).
O motivo é elementar: ao nutrir a felicidade e o engajamento no emprego, o profissional pode
atender melhor aos clientes finais — gerando novos ganhos e fortalecendo a reputação da
organização.
Uma dessas práticas é o uso do marketing com foco no público interno, em especial os
empregados. Largamente conhecido como endomarketing, alude a uma ação de marketing
voltada para dentro da organização (Bekin, 1995). O termo foi cunhado pela primeira vez em
1975, pelo brasileiro Saul Bekin, enquanto era gerente de produtos da uma indústria
multinacional. Ele verificou que “as pessoas não conheciam bem a empresa onde trabalhavam”
(Bekin, 1995, p. 3). Como não identificou instrumentos que permitissem o confronto do
problema, forjou a ferramenta endomarketing.
2. ENDOMARKETING
A literatura mostra que o marketing é um dos saberes mais vastos da ciência social
aplicada, conceituando-o como “a atividade, conjunto de instituições e processos para criar,
comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e
a sociedade em geral” (American Marketing Association, 2013). Seu objetivo é entender e
entregar valor às partes interessadas da organização — como os clientes finais, investidores,
empregados e comunidade próxima.
Outra obra que serviu de inspiração foi o livro “A hora da verdade”, escrito pelo
executivo sueco Jan Carlzon (1985). Na obra, o executivo mostra como delegou maior poder
aos profissionais de Front Office — que atuam na linha de frente da empresa, atendendo aos
clientes — para construir uma organização orientada para o cliente.
Por fim, para melhor elucidar a mudança das prioridades nas organizações, é
pertinente citar as fases conceituais do marketing.
Não obstante, na adaptação à economia digital, surgiu o Marketing 4.0. Nesse atual
contexto, as organizações precisam se adaptar ao mundo digital (Kotler, Kartajaya & Setiawan,
2017), criando táticas para otimizar a jornada dos clientes, promovendo uma melhor
experiência e integração entre o mundo real e digital.
Sem a adequada aplicação, por mais inteligente que seja o plano inicial, é provável que
o gestor não tenha êxito. Bekin afirma que apenas 10% do êxito é proveniente de um bom
plano, sendo que o adequado “gerenciamento e execução ficam com a responsabilidade dos
90% restantes” (1995, p. 53). Isso não significa que o planejamento é uma ação secundária ou
menos importante, pelo contrário, é essencial; significa que uma atenção singular deve ser
dada à execução.
Brum (2017), por sua vez, diz que, prioritariamente, deve-se preocupar com a
implementação de canais internos de comunicação, objetivando estabelecer um diálogo fluido
e eficaz com o público interno. Em seguida, iniciar campanhas de endomarketing e, por fim,
investir em ações consideradas complementares — como as de integração, interação e
colaboração. Tudo isso deve estar alicerçado no líder, principal canal de comunicação interna e
responsável por cascatear as informações certas.
Um estudo realizado pela Towers Watson (2011), consultoria global de gestão, aponta
nessa direção. Nele, a comunicação com o empregado mostrou-se um importante indicador
financeiro. Feito com 328 empresas, constatou-se que aquelas que possuem uma
comunicação altamente eficaz tiveram 47% a mais de retorno aos acionistas.
Uma pesquisa similar foi veiculada pela Harvard Business Review Brasil. Ao
acompanhar 53 empresas e seus respectivos índices, em 9 bolsas diferentes (BEL20,
BOVESPA, DAX, CAC40, FTSEMIB, AEX, WIG20, IBEX35, FTSE 100), constatou-se que
empresas que têm boas práticas de gestão de pessoas — aqui, é possível incluir ações de
endomarketing — contam com desempenho, em média, 51% superior em suas respectivas
bolsas (Tavares, 2016).
4. MÉTODO
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO
Em primeiro lugar, pode-se abonar que o conceito inicial de endomarketing passou por
algumas mudanças, decorrentes especialmente das transições de mercado.
No que tange às vantagens financeiras obtidas, com os presentes dados, não foi
possível relacionar o investimento consistente em endomarketing com a otimização do lucro.
Com base nos dados coletados, pode-se afirmar que as empresas analisadas tiveram uma
receita líquida média superior no ano de 2015, se comparado ao ano de 2014 — uma variação
positiva de 20,8 pontos percentuais (+20,8%), em média. Todavia, o mesmo não acontece com
o lucro líquido. Das 12 organizações estudadas e listadas pela GPTW, somente 3 obtiveram
um lucro líquido maior em 2015.
A variação de lucro líquido de 2014 para 2015 foi, em média, 2,7% pontos em
percentual (+2,7%). O número é baixo para afirmar, categoricamente, que o investimento em
endomarketing influencia o lucro líquido da firma.
6. CONCLUSÃO
Mesmo assim, creio, ainda há um longo caminho a ser percorrido, em termos teóricos e
práticos. No sentido prático, o mercado continuará mudando, abrindo espaço para novas
práticas de marketing interno, comunicação interna e gestão de pessoas. No ponto de vista
teórico, há certa escassez de obras e pesquisas, um espaço que deve ser ocupado nos
próximos anos com debates mais consistentes sobre o tema.
Apesar de que as pessoas trabalham com maior empenho e efetividade quando estão
motivadas, não foi possível constatar uma clara relação entre a aplicação do endomarketing e
o progresso no lucro nas organizações. A variação média entre 2014 e 2015 foi somente de
2,7%, um percentual insuficiente para confirmar a eficácia no marketing interno para o lucro.
Aqui, mais uma vez, é importante lembrar que o cenário macroeconômico de 2015, ano base
da análise financeira, foi o pior de anos.
BIBLIOGRAFIA
KOTLER, P., KARTAJAYA, H., & SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o
novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2010.
KOTLER, P., KARTAJAYA, H., & SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de
Janeiro: Editora Sextante, 2017.
LIMA, L. & CURY, T. Veja. PIB do Brasil cai 3,8% em 2015 e tem pior resultado desde 1990.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/pib-do-brasil-cai-38-em-2015-e-tem-pior-
resultado-desde-1990/ . Acesso em: 01 de Fev. 2018
LUECKE, R. Estratégia: criar e implementar a melhor estratégia para seu negócio. 6ª ed. Rio
de Janeiro: Record, 2010.
RICHERS, R. Marketing Uma Visão Brasileira. 12ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
SANTO DE CASA. Relatório Brasil de comunicação interna Edição 2012/2013. Disponível em:
http://www.santodecasa.net/wp-
content/uploads/2016/04/Relatorio_Brasil_20x20cm_completo.pdf . Acesso em: 28 de Dez.
2017.
TAVARES, G. Harvard Business Review Brasil. Um RH muito além da estratégia. Disponível
em: http://hbrbr.uol.com.br/um-rh-muito-alem-da-estrategia/ . Acesso em: 28 de Dez. 2017.
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Endomarketing 09
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
“Endo” provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento para dentro”.
Endomarketing é, portanto, marketing para dentro.
12
É a utilização de modernas ferramentas de marketing, porém, dirigidas ao
público interno das organizações. São ações estruturais que visam a ação para
o mercado.
Não basta ter uma equipe de grandes talentos altamente motivados. Se ela
não estiver bem informada, se seus integrantes não se comunicarem bem, não
será possível potencializar a força humana da empresa. A comunicação
interna, é algo prioritário que deve merecer, principalmente por parte da cúpula
da empresa, grande atenção.
14
A força humana da empresa só será otimizada por meio de contribuições
/participação de todos se esses estiverem bem, sem barreira quanto a sigilos,
etc. Nesse sentido, a abertura da cúpula é algo básico/fundamental.
(RUGGIERO, 2003). A comunicação como elemento que contribui para a
potencialização da força humana é fundamentalmente um processo
interpessoal/humano. A tecnologia pode ajudar, contanto que ela potencialize o
processo de interação, não o afastamento entre as pessoas. Alguns pontos
importantes a serem salientados são:
a) Prioridade à comunicação: qualidade e timing da comunicação
assegurando sintonia da energia e recursos de todos com os objetivos
maiores da empresa;
b) abertura da alta direção: disposição da cúpula de abrir informações
essenciais garantindo insumos básicos a todos;
c) processo de busca: proatividade de cada colaborador em buscar as
informações de que precisa para seu trabalho;
d) autenticidade: verdade acima de tudo, ausência de "jogos de faz de
conta" e autenticidade no relacionamento entre os colaboradores para
eficácia da comunicação e workteams;
e) foco em aprendizagem: garantia de efetiva aprendizagem do que é
comunicado, otimizando o processo de comunicação;
f) individualização: consideração às diferenças individuais assegurando
melhor sintonia e qualidade de relacionamento na empresa;
g) competências de base: desenvolvimento de competências básicas em
comunicação (ouvir, expressão oral e escrita, habilidades interpessoais)
assegurando qualidade das relações internas;
h) velocidade: rapidez na comunicação interna para sua qualidade e nível
de contribuição aos objetivos maiores;
i) adequação tecnológica: equilíbrio entre tecnologia e alto contato
humano assegurando evolução da qualidade da comunicação e
potencializando a força do grupo.
15
Kassoy (2003) descreve diferentes perfis psicológicos de audiência que devem
ser identificados pelo comunicador, sem limitar-se à profissão, ao cargo e ao
nível de escolaridade, e que por suas características, necessitam de uma
abordagem específica, para maior eficácia na comunicação (vide quadro 1).
Quadro 1 – Perfis psicológicos e melhores abordagens de comunicação
(KASSOY, 2003)
Estudos mostram que a maioria das pessoas dedica ao trabalho apenas 25%
da sua capacidade. Os outros 75% representam a falta de engajamento e a
falta de motivação.
Da mesma forma que atitudes contrárias, como não fazer elogios, não fornecer
informações sobre o negócio, usar de ameaças e coações para que uma tarefa
seja realizada, tratar os funcionários de forma burocrática e não como
pessoas, são técnicas de afastamento empresa/funcionário e prejudicam
qualquer programa de gestão.
Brum (1998) complementa esses fatores, citando outros aspectos que devem
ser considerados:
• valorização da cultura da instituição;
• marketing interno como processo educativo;
• uso de instrumentos que encantem o público interno;
• informação como responsabilidade da empresa;
• transparência e veracidade das informações passadas;
• mensagens simples, curtas e claras;
• impacto visual, a partir dos instrumentos.
Direcionar o foco da empresa para o foco no cliente pode exigir muito esforço,
mas os concorrentes já o fazem, cada vez mais o cliente ganha conhecimento
sobre os produtos e serviços, e escolhe os produtos que mais lhe agradam e
até mesmo o que os amigos indicam, as redes de relacionamento de
consumidores têm ganhado muito mais importância e hoje as empresas devem
estar ao lado dos consumidores, antes que os concorrentes o façam.
Desta forma, a satisfação do cliente deve ser uma busca permanente de todas
as pessoas de qualquer organização, independente da sua natureza, local,
porte ou setor. Ela pode ser conseguida, mesmo considerando-se que as
26
necessidades e desejos das pessoas podem mudar. Sua relevância é ainda
maior, quanto maior for o nível de exigência das pessoas para com a qualidade
dos produtos ou serviços utilizados. Sua importância é evidenciada a cada
contato estabelecido entre pessoas. Observadas as limitações, nessas
ocasiões, independente da finalidade da interação, seja ela de caráter
mercantil ou não, servir, ser útil e satisfazer necessidades, sobretudo
emocionais, assume um valor transcendental.
APLICAÇÃO DO ENDOMARKETING
Onde:
Ø aAmbiente está para Ponto, e possui duas dimensões: tangível e
intangível. A primeira refere-se às instalações físicas da empresa e seus
atributos, tais como ergonomia, iluminação, funcionalidade, decoração,
e afins. A intangível reúne todos os aspectos pertinentes ao Clima
Organizacional, ou seja, as qualidades do ambiente interno, percebidas
pelos membros da organização que influenciam seu comportamento.
Ø aTrabalho está para Preço, pois significa o valor “pago” pelo indivíduo
por tudo que recebe da empresa. Portanto, quanto mais “cara” lhe for
34
sua empresa, tanto maior será a qualidade de seu trabalho, seu
desempenho e, assim, sua motivação e comprometimento.
Fica evidente que a nova visão proposta reflete com grande amplitude os
anseios estratégicos da empresa, uma vez que abrange as diferentes
dimensões relacionadas à interação entre capital e trabalho, estabelecendo
firme foco em resultados.
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O ENDOMARKETING 9
1.1 – Conceito do Endomarketing 11
1.2 – Qualidade em Comunicação Interna 13
1.3 – O Papel do Funcionário na Organização 15
CAPÍTULO II
A IMPORTANCIA DO ENDOMARKETING 18
1.1 – Fatores que determinam a Eficácia 23
1.2 – Foco no cliente nas organizações 25
1.3 – Cultura em Endomarketing 27
CAPÍTULO III
APLICAÇÃO DO ENDOMARKETING 29
1.1 – A Visão do Endomarketing 30
1.2 – A Demanda em Endormarketing 35
1.3 – O Endomarketing: A Solução 38
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 42
Sara Sofia Leite Teixeira
Endomarketing como estratégia de gestão de re-
cursos humanos na lógica do cliente interno –
estudo de caso na Administração de Condomí-
nios
Tese de Mestrado
Mestrado em Gestão
Maio 2018
É autorizada a reprodução integral desta dissertação apenas para efeitos de investigação,
mediante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete.
ii
Resumo
Nas sociedades ocidentais hodiernas de consumo - onde o ser e o parecer
se confundem - e nas organizações contemporâneas, de matriz tecnológica mas
com raízes pós-industriais e configurações pós-modernas, os consumidores de-
monstram um comportamento aquisitivo depurado, mesmo em realidades semipe-
riféricas como a sociedade portuguesa. Segundo a teoria Lipovetskiana, vivemos
na ‘era do vazio’, caracterizada pela perda de sentido das grandes instituições mo-
rais, sociais e políticas, e por uma cultura aberta que incorpora a personalização
dos processos de socialização e coexistência dos antagonismos - violência e con-
vívio, modernismo e "retro", ambientalismo e consumo desenfreado. A capacidade
de as organizações prestadoras de serviços se ajustarem às exigências do mer-
cado acarreta que estas estejam em contato direto com os clientes. Neste sentido,
as empresas carecem de um plano que as auxilie e permita a adequação ao seu
público-externo (atuando numa lógica de cliente interno), através de estratégias de
endomarketing baseadas na sua motivação, formação, valorização e acompanha-
mento.
iii
Abstract
In nowaday's Western societies of consumption - where to be and to seem
are confused - and in contemporary organizations with a technological matrix, but
with post-industrial roots and postmodern configurations, consumers demonstrate
purchasing behavior, even in semiperipheral realities such as the portuguese so-
ciety. According to Lipovetsky's theory, we live in the “age of emptiness”, characte-
rized by the loss of meaning of the great moral, social and political institutions and
by an open culture that incorporates the personalization of socialization processes
and the coexistence of antagonisms - violence and coexistence, modernism and
"retro", environmentalism and unmeasured consumption. The service organizations
ability to meet market demands oblige they are in direct contact with customers.
Therefore, companies lack a plan that helps and allows them to adapt to their exter-
nal public (acting within an internal customer logic), through endomarketing strate-
gies based on their motivation, training, valuation and follow-up.
iv
Dedicatória
Aos meus pais, irmão, avós e namorado, a minha eterna gratidão pelo vosso
incentivo, ensinamentos e preparação para a vida.
v
Agradecimentos
Antes de mais, o meu especial agradecimento ao meu orientador, Sr. Pro-
fessor Doutor Ricardo Moreira, pelo rigor incutido e por toda a confiança depositada
em mim. A constante motivação, dedicação e disponibilidade total para me acom-
panhar e direcionar ao longo deste percurso foram, sem dúvida, um grande alicerce
para a construção deste trabalho.
vi
Índice
Introdução ............................................................................................................. 1
1.1. Fatores que influenciam a atitude dos consumidores face aos serviços e
atendimento prestados........................................................................................ 5
vii
2.4. Metodologia e Instrumento: A Análise de Conteúdo (enquadramento concetual)
............................................................................................................................. 53
Conclusão ........................................................................................................... 88
Bibliografia.......................................................................................................... 93
viii
Lista de Siglas
E - Entrevistado
Ei – Expetativa da qualidade do serviço
GRH – Gestão de Recursos Humanos
Pi – Perceção da qualidade do serviço
Qi – Qualidade percebida do serviço
RFM - Recency, Frequency and Monetary
RH – Recursos Humanos
ix
Índice de Figuras
x
Índice de Gráficos
xi
Índice de Tabelas
xii
Introdução
1
política de GRH corretamente planeada e coesa. Ao assumirem a convergência
dos objetivos individuais e organizacionais, estão a pautar-se como facilitadores
dos processos internos e a combaterem a divergências hierárquicas existentes.
2
ações motivacionais e de valorização que incitam o comprometimento daqueles
que, dia após dia, trabalham com o foco no sucesso da empresa onde trabalham.
Na sua visão estratégica, o marketing interno procura adequar a organização a um
mercado direcionado para o cliente, integrando o conceito de “cliente” na sua
estrutura interna. Quanto maior o nível de desenvolvimento dos seus trabalhadores,
maior a capacidade de crescimento da organização. Contudo, as consequências
da concretização de qualquer estratégia de melhoria são tanto maiores e visíveis
quanto maior a consciencialização e compromisso dos intervenientes face às
necessidades a serem colmatadas. Antes de mais, é imprescindível um
conhecimento vasto e aprofundado da estrutura organizacional (por forma a serem
percetíveis os pontos sujeitos a melhoria) bem como a determinação dos objetivos
a que a empresa se propõe tanto a nível macro como a nível centralizado. Ao ser
capaz de delinear estas metas, a organização está a antecipar os obstáculos
iminentes, projetando junto dos seus RH as ações dinâmicas necessárias para a
sua concretização (Casotti & Hemais, 2009).
3
consumidores, são diversos os atributos que procuramos num determinado produto
ou na utilização de um serviço sendo apenas transversal em todos os casos, a
procura por aquele que satisfaça, plenamente, as nossas necessidades e vá de
encontro ao que consideramos, de qualidade. Por outro lado, e enquanto
prestadores de serviços, são variados os fatores que condicionam a prossecução
do serviço. Nesta investigação são apresentadas as variáveis que podem
condicionar ou impulsionar a sua concretização, sendo apresentadas ferramentas
direcionadas para o público interno da organização como sendo a melhor estratégia
de melhoria estrutural e, consequentemente, dos resultados organizacionais.
4
Parte I: Revisão da literatura
5
obrigando a um conhecimento prévio, por parte das empresas de quais os fatores
que exercem maior influência (Silva, Brito & Santos, 2017).
7
consequentemente, de muitas das necessidades dos consumidores (Correia,
2012).
8
As necessidades e apetências das pessoas não são constantes e variam quer
com a idade, quer com as condições em que se encontram e lhes são impostas. A
profissão que exercem, determina o seu padrão de consumo, deixando para as
condições económicas a capacidade de aquisição e escolha do produto e/ou
serviço. Por sua vez, a personalidade do individuo é formada por diversas
particularidades como atitudes, princípios, interesses, pontos de vista, preconceitos
e motivações, sendo necessário um conhecimento aprofundado destes parâmetros
e uma adequação do produto ou serviço, à personalidade de cada cliente (Antunes,
2010).
Para Giareta (2011) a motivação é a força que estimula a ação consumista por
parte dos indivíduos quando estes possuem uma necessidade não satisfeita. Além
da motivação, é necessário que exista a perceção como sendo um processo
através do qual os sujeitos recolhem e selecionam – utilizando os seus sentidos –
os estímulos exteriores que os impulsionam. Kotler & Keller (Valente, 2017, p. 15)
declaram que: “quando nós agimos, nós aprendemos” portanto, o consumidor
conhece melhor o mercado quer através da aquisição de produtos e serviços, quer
pela sua análise (recolha e tratamento de informação). Todo este processo de
experiência permite-lhe um maior conhecimento e dota-o de maior capacidade de
decisão.
9
O impulso que leva uma pessoa motivada a agir prende-se com a perceção que
esta tem da situação como tal, a perceção trata-se de um processo de organização
e interpretação das informações recebidas que depende não só de incentivos
físicos, mas também do estado interior de cada pessoa (Teixeira, 2010).
1.2. O Endomarketing
3O Capital Humano é visto como a perspetiva do Capital Intelectual que se concerne às pessoas
como o fator principal de riqueza nas empresas, isto é, é o capital que proporciona uma maior
predisposição à mudança e inovação, possibilitando a sobrevivência das organizações a longo
prazo tendo em conta as flutuações dos mercados (Delgado, 2015).
10
Berry & Parasuraman (Cervi & Froemming, 2017) afirmam que o marketing
interno, ou endomarketing, desponta como uma ferramenta que considera os
colaboradores como clientes e os seus empregos como produtos no sentido em
que atenta no peso que os funcionários têm no desempenho da organização; na
satisfação que proporciona ao seu público interno; e na interdepartamentalização
da empresa.
Segundo Saul Faingaus Bekin (Meira & Oliveira, 2004, p. 4), criador do termo
endomarketing, este consiste em: “ações gerenciadas de marketing eticamente
dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e empresas focadas no
lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do terceiro setor,
observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental.” Bekin (Netto,
2014, p. 4) acrescenta ainda: “ (…) enquanto o Marketing faz promessas, alguém
tem que pôr a mão na massa, para cumpri-las. E esse alguém é o endomarketing.
Assim sendo, o feedback é vital porque agrega em si um fator multiplicador entre
os funcionários da organização”.
Por sua vez, Coelho Gutierrez (Neto, Machado, & Silva, 2010, p. 49) afirma: ‘’O
elemento humano é peça fundamental na prestação dos serviços, por isso é
necessário qualificá-lo e motivá-lo para que desempenhe suas funções da forma
esperada.’’ Já Cerqueira (Bernardo, Vianna, & Souza, 2013, p. 3) defende que: “(…)
no sentido amplo, marketing interno, ou endomarketing é um conjunto de práticas
introduzidas e aprimoradas na organização, que tem por objetivo obter, ou elevar,
o comprometimento dos seus funcionários”.
11
endomarketing se carateriza também como: “ (…) tarefa bem-sucedida de
contratar, treinar e motivar colaboradores hábeis que desejam atender bem os
consumidores (…) ”. A conjugação destas ações não pode ser descuidada e é
necessário que, no quotidiano das empresas, além das pessoas os departamentos
estejam adaptados para que se alcance o objetivo da comunicação, satisfação e
motivação do pessoal integrante.
12
Embora não exista um consenso sobre a definição de marketing interno,
existe um acordo geral entre os estudiosos sobre a existência de clientes
internos e quais os objetivos perseguidos pelo uso das estratégias de
endomarketing (elementos de marketing interno).
13
Implementação de estratégias
corporativas ou funcionais
específicas
Foreman e Money (1995) Atração
Recrutamento
Retenção
Saad (2002) Recompensas estratégicas
Comunicações internas
Treino e desenvolvimento
Estrutura organizacional
Liderança sénior
Ambiente físico
Pessoal, seleção e sucessão
Coordenação interfuncional
Sistema de incentivos
Empowerment4
Mudanças operacionais e de
processos
Shekary (2012) Sistema de recompensas
Suporte supervisor
Empatia
Sistema de avaliação
Empowerment
Tabela 1- Elementos do marketing interno adaptado (Davoudi & Kour, 2012)
14
si só, um objetivo relevante. No entanto, o principal objetivo deste método incide no
impacto que cada colaborador exerce no marketing externo, apurando a
consciência para o serviço prestado e a atenção para com os seus clientes.
Sarraceni, Diniz, Souza, Conceição & Faustini (2011) afirmam que, para
organizar e executar um projeto de endomarketing, é necessário seguir
determinados parâmetros para que seja devidamente projetado desde o início. De
acordo com Bekin (Gnoatto, 2013) a implementação de um plano de endomarketing
deve atravessar duas fases sendo a primeira a do diagnóstico das necessidades
internas e a segunda a delineação e prossecução do programa de ação.
15
Após reconhecidos todos os parâmetros mencionados, a empresa passa para
a fase de planeamento e execução de um plano de ação composto por diversas
fases que atuam no sentido de colmatar as falhas evidenciadas. São adotadas
estratégias ao nível da formação, desenvolvimento, seleção, motivação e
valorização do capital humano, da comunicação interna e da restruturação da
organização com o intuito de simplificar a realização e resolução de processos
(Cervi & Froemming, 2017).
16
colaborador um melhor ambiente de trabalho o que se traduzirá num melhor serviço
prestado ao cliente final. Segundo a teoria de Maslow, (Lima & Melo, 2017) a
realização do público interno proporciona uma melhor relação com a família,
amigos e uma melhor integração na comunidade.
No entanto, em 2010 Brum (Bernardo, Vianna & Souza, 2013) declara que
existe uma distinção entre a comunicação interna e o marketing interno. Este afirma
que todas as empresas possuem um sistema de comunicação interna para a
partilha de conhecimentos e informações entre os colaboradores mas, nem todas
empregam estratégias de endomarketing que vão para além dessa troca de
informação. Este só existe quando a empresa utiliza técnicas e estratégias de
marketing para proporcionar uma rápida e sustentada absorção de mensagens e
entendimento de conteúdos por parte do público interno. É de salientar que os
cargos superiores das organizações possuem um papel determinante na
comunicação interna da empresa pois, transmitindo que são parte integrante deste
processo, fomentam nos funcionários a vontade de contribuir de igual forma para o
sucesso da instituição. Devem, para isso, garantir as ferramentas necessárias para
que seja possível incrementar a comunicação interna recebendo, em contrapartida,
maiores níveis de criatividade, comprometimento e iniciativa (Inkotte, 2000).
17
os ajustes e aperfeiçoamentos necessários; pela persistente motivação na
continuidade do desafio; pela crescente formação e desenvolvimento de todos os
intervenientes e pela premiação no seguimento dos resultados atingidos (Barbosa,
2006).
Com o fenómeno da globalização são exigidas diferentes posturas por parte das
pessoas na forma de pensar e de agir. Como tal, os profissionais valorizam cada
vez mais pormenores que, até então, eram subvalorizados ou até mesmo
ignorados. Um desses casos é a escassa importância dada ao capital humano.
Neste novo panorama, o aprimoramento e o investimento no fator humano
destacam-se como elementos importantes no combate à ineficiência da mão-de-
obra devendo ser, sistematicamente, implementados programas que visam o
crescente aperfeiçoamento dos recursos humanos, a valorização do trabalho bem
como a remuneração dos intervenientes (Serrano, 2010).
Casotti & Hemais (2009) afirmam que a literatura da gestão de recursos huma-
nos sugere que, a implementação de estratégias de marketing interno junto à ges-
tão de pessoas no seio de uma empresa gera resultados organizacionais mais atra-
tivos. Henriques (2006) acrescenta que, através do desenvolvimento dos recursos
humanos de uma empresa e com a criação de condições internas para a evolução
das competências dos seus colaboradores, esta está a garantir uma capacidade
competitiva mais elevada. Contudo, Martins (2016) declara que estas práticas não
podem ser consideradas como inflexíveis e submissas a regras definidas, devendo
ser adaptadas em função da empresa em questão, do setor onde se insere e dos
seus objetivos.
18
exercer as suas funções, mas também para lhes mostrar o impacto das suas ativi-
dades no desempenho global da organização. Desta forma estarão mais motivados
para, a par do restante quadro de pessoal, alcançarem os objetivos desejados pela
empresa.
19
Capacidade de comunicação Proatividade (antecipar situações
(ouvir/compreender/respeitar/transmitir críticas)
ideias de forma objetiva e com sentido
de oportunidade)
Gestão de conflitos (capacidade de Capacidade formativa (competência
detetar e atenuar pontos de tensão e para compreender as dificuldades e
incentivar a cooperação) partilha métodos de conhecimento)
Capacidade de liderança Gestão de tempo (capacidade de
estabelecer prioridades)
Tabela 2 - Competências a reconhecer num processo de seleção adaptado (Henriques, 2006)
20
responsáveis pela sua gestão. A gestão das carreiras tem sido alterada de forma
substancial com o decorrer dos anos. Arthur, Smithson & Lewis (Henriques, 2006)
garantem que os funcionários não oferecem apenas lealdade, comprometimento e
desempenho em troca de segurança por parte da entidade patronal mas, estão
também dispostos a aprender continuamente, aceitam mudanças e garantem
melhores padrões de produtividade exigindo, em contrapartida, melhores
condições e ambiente de trabalho que facilitem o seu desempenho, melhores
oportunidades de evolução e sustentados sistemas de recompensa. Como tal, os
indivíduos já não vêm os seus empregos como “simples tarefas” a cumprir.
Encaram-nos como parte integrante das suas vidas exigindo não só retribuições
benéficas mas também cargos que proporcionem a sua realização pessoal. A
carreira assume assim um peso considerável no quotidiano dos indivíduos que
anseiam o percurso profissional que melhor se adapta ao seu estilo de vida
(Coutinho, Delfino, & Costa, S/D).
21
1.2.1.2. Lealdade ao serviço
Para que seja efetivado um laço de lealdade para com uma empresa, marca,
produto e/ou serviço, é necessário que estes proporcionem satisfação ao
consumidor possibilitando, desta forma, que este os considere melhores quando
comparados com outros. Como tal, segundo Kotler & Armstrong (Peixoto, 2016), a
satisfação do consumidor é um fator dominante na sua lealdade perante um
serviço. Um cliente satisfeito está convicto de que a aquisição do serviço foi um
bom negócio, o que facilita uma relação de continuidade entre o cliente e a
empresa. No entanto, e de acordo com Zau (2010), enquanto a lealdade de
determinados consumidores pode ser concretizada através da sua satisfação, a de
outros pode ser determinada por diferentes variáveis ou até mesmo não existir
predisposição para a criação desse laço - uma vez que nem todas as situações são
propícias à construção de relacionamentos. Desta forma, e face à literatura
existente, são apontados como determinantes cruciais da lealdade por parte do
consumidor a satisfação, a confiança e o comprometimento (Peixoto, 2016).
22
Nem todos os clientes satisfeitos são leais pois, tal como Silva (2015) confirma,
a satisfação a 100% não existe. Um parâmetro com grande influência na satisfação
dos clientes é a qualidade do serviço prestado. As empresas focam-se na definição
clara dos critérios de qualidade inerentes aos seus produtos, serviços e processos.
Tratando-se de um conceito intangível, nem todas as pessoas têm a mesma
perceção e exigências relativamente à qualidade dos serviços. De acordo com Cota
(Aguiar, 2012, p. 10) “a qualidade do serviço é hoje uma das principais formas de
uma empresa se diferenciar dos seus concorrentes.” Por sua vez Crosby (Aguiar,
2012, p. 10) define a qualidade como sendo “a conformidade com as normas, ou
seja, eliminação dos defeitos antes da utilização de um produto.” Apesar de não
existir consenso na definição deste conceito, é visível uma ligação entre os diversos
autores. Todos concordam que se trata do conjunto de diversos atributos de um
determinado serviço que vão de encontro às necessidades e transcendem as
expetativas de quem vai usufruir do mesmo.
23
4. Confiável – capacidade de fornecer com o máximo rigor - dentro do prazo
estipulado e sem anomalias - o serviço ao cliente; conhecimentos
técnicos e delicadeza dos colaboradores; dedicação da empresa em
solucionar problemas;
24
competitivas em relação à concorrência e vê os seus lucros aumentar (Oliveira P.
A., 2011).
Mais receitas
Maior lealdade
Menor sensibilidade Continua
Superior Favoráveis ao preço
Recomendação
Menos receitas
Perda de clientes
Inferior Desfavoráveis Custos elevados na Rejeita
procura de novos
clientes
26
Liderança - identificação da partilha como uma vantagem e compreensão
real do relacionamento;
O facto de uma organização ser capaz de “pensar global” é um fator crucial para
que esta atinja o sucesso e vá ao encontro das expectativas de pessoas com
diferentes culturas e valores (Aguiar, 2012). Num setor constituído por várias
empresas que oferecem o mesmo tipo de serviços e se encontram proximamente
situadas, a qualidade – sendo um fator de diferenciação – possibilita a vantagem
competitiva perante a concorrência. Este parâmetro leva a empresa a usufruir de
duas vantagens, a repetição do ato da compra e angariação de novos clientes
sendo que, nesta última, para as empresas que não usufruem desta vantagem o
custo de aquisição de novos clientes é bastante superior ao custo de retenção dos
clientes regulares pois, já foram criados laços de confiança com o serviço prestado
a até com a empresa.
27
fase da lealdade cognitiva, seguida da afetiva, depois da conotativa e por último a
de ação. A lealdade cognitiva é caraterizada pelo efeito das informações
conhecidas dos atributos da marca; a fase afetiva é aquela em que o cliente
demonstra uma atitude benéfica perante a marca, motivada pela utilização de um
serviço que lhe trouxe satisfação; no que respeita à lealdade conotativa, é revelada
uma intenção de voltar a comprar a marca, por fim, a fase de ação é caraterizada
pela autêntica lealdade do consumidor uma vez que, a intenção motivacional
converte-se em ação (Peixoto, 2016).
Dick & Basu (Alves, 2015) elaboraram um modelo que reconhece quatro formas
de lealdade como resultado da combinação das variáveis atitude e repetição de
compra.
Segundo os autores:
28
Por sua vez, a lealdade baseada nas atitudes vai além da repetição de compra.
Esta abordagem avalia se a atitude do consumidor é, ou não, mais favorável a
determinado serviço de determinada empresa, através dos sentimentos e intenções
de compra do mesmo (Sousa V. M., 2012). Os clientes que possuem um vínculo
com um determinado fornecedor são mais leais nas suas atitudes.
Como tal Aaker (Alves, 2015) afirma que, a lealdade a um serviço depende
inegavelmente da experiência de utilização do mesmo ainda que, muitas vezes, o
consumidor possua conhecimentos ou faça associações da qualidade de muitos
serviços dos quais nunca usufruiu. Neste caso, a lealdade desponta da qualidade
percebida de atributos associados e não das experiências resultantes da utilização
dos serviços.
Segundo Serrano (2010), foi no final do século XIX, num contexto de controlo
por parte das organizações da força laboral e de reconhecimentos dos recursos
humanos como um fator básico de competitividade das empresas, que se começou
a desenvolver a função de recursos humanos denominada, nessa altura, por
29
“gestão previsional dos efetivos”. No entanto, foi apenas nos primórdios do século
XX que, com a especialização e divisão do trabalho, a Administração de Pessoal
se afirma e surge a preocupação com as questões pessoais existentes na
organização. É então nesta altura que são executados, nas grandes empresas,
processos especializados para o tratamento de questões sociais, estando
centralizados nas remunerações, recompensas e assuntos disciplinares (Moreira,
2010). Focam-se, principalmente, em garantir o cumprimento de normas internas
da organização e da legislação em vigor (Castro, 2010).
30
humano assumindo que esse vínculo é um dos principais motivos da sua vantagem
competitiva. Assiste-se, desta forma, a uma fase totalmente díspar da anterior onde
é dado ênfase, não à resolução do problema em si, mas ao planeamento e
estratégias adotadas para o evitar. Neste sentido, para Castro (2010) torna-se
fundamental para a concretização dos objetivos empresariais, que as empresas
assumam a necessidade de investir nas qualificações dos funcionários bem como,
acompanhem as atividades de gestão dos recursos humanos.
31
É considerado como uma vantagem competitiva para as empresas, o
envolvimento organizacional dos trabalhadores e a importância atribuída aos
processos de seleção e formação, vendo-os como potencializadores das
competências internas. A compreensão de que a execução de um plano de
remunerações adequado e equitativo, de apreciação justa de desempenho, e de
formações que complementem as qualificações técnicas e teóricas dos
colaboradores, viabiliza a melhoria do desenvolvimento interno e externo da
organização (Moreira, 2010). Como já foi referido em capítulos anteriores, um
recrutamento e seleção de colaboradores adequados aos valores da empresa e
mais qualificados para o exercício das funções a que se propõem, é um forte indício
de que a empresa – a médio prazo – atingirá os objetivos estratégicos da
organização (Xavier, 2006).
32
concretamente os critérios avaliados pois, só assim, consegue determinar os
atributos pessoais que procura nos candidatos (Martins, 2016).
33
adequadas e imprescindíveis para a execução das tarefas, originando modificações
a nível profissional. Por sua vez, Casper (Spinelli, 2015, p. 18) afirma que:
34
pessoal avesso à mudança que rejeita qualquer alteração aos procedimentos e
processos, ainda que esta seja benéfica para o próprio e para a organização;
- Sistema baseado nas competências: um novo sistema que, não só remunera
a mão-de-obra dos trabalhadores, mas também valoriza todas as competências
latentes ao exercício das suas funções e os comportamentos inerentes adotados
pelos funcionários. Segundo Vaz (Rosa, 2012, p. 7), com este sistema pretende-
se: “remunerar as múltiplas dimensões do saber (o saber que remete para as
competências teóricas, o saber-fazer relacionado com as competências práticas e
o saber ser traduzido pelas competências sociais e comportamentais).” Neste
método de remuneração, é dado ênfase ao individuo e não às suas funções e
tarefas. De acordo com Sparrow e Bognanno (Rosa, 2012), consiste numa postura
que possibilita a adaptação rápida do funcionário a um ambiente cada vez mais
volátil, através da orientação constante para a aprendizagem e inovação. Hipólito
(Rosa, 2012, p. 8) afirma que a remuneração através das competências dos
trabalhadores é: “um passo natural na evolução dos sistemas de pagamento
baseados em habilidades”. A implementação desta estratégia implica a diminuição
dos níveis hierárquicos das organizações e descentralização do poder, colocando-
o nas pessoas que constituem a empresa. No entanto, existe a dificuldade
relativamente à perceção sobre quais as competências que devem ser
remuneradas;
- Modernização do sistema tradicional: esta estratégia procura, não só, a
convergência de ambas as perspetivas (individual e organizacional) como também
a importância dada, de forma equitativa, aos processos e aos resultados. É também
tida em consideração, a aplicação de práticas de participação conjunta nas
questões empresariais, diferindo do sistema tradicional, a partir do momento em
que é adotada a gestão por objetivos e, como consequência, a avaliação de
desempenho dos colaboradores (Spinelli, 2015). Bowen (Rosa, 2012) salienta que,
a distinção dos trabalhadores pelo seu contributo e influência nos resultados e
sucesso da organização, é a melhor estratégia na lógica do desenvolvimento da
empresa. Este sistema de remuneração - direcionado aos objetivos organizacionais
mas que remunera justamente as contribuições dos seus colaboradores - permite
que as empresas se mantenham concorrencialmente ativas e preservem o seu
melhor capital humano. Para a sua correta implementação, este sistema deve ser
35
devidamente reconhecido e compreendido pelos funcionários e regido de forma
equitativa e irrefutável, combatendo a subjetividade inerente ao comportamento
humano. Concluindo, Milkovich (Coutinho, Delfino, & Costa, S/D, p. 9) defende que:
“Talvez a melhor estratégia de Recursos Humanos seja contratar,
treinar e remunerar as pessoas para que elas criem as melhores estratégias
futuras, não importa em que condições. Essa estratégia daria menos ênfase
na capacidade das pessoas em implementar as estratégias de hoje, e mais
ênfase nos traços humanos genéricos, como criatividade, inteligência,
curiosidade, confiabilidade e comprometimento com a organização, o que
conduziria a estratégias mais eficazes”.
36
perceção da qualidade e da lealdade dos seus clientes, diversos autores defendem
que o endomarketing não só pode, mas deve ser utilizado nas práticas de Gestão
dos Recursos Humanos (Carvalheiro, 2011).
37
A estimulação do capital humano passa a ser prática obrigatória para um bom
desenvolvimento que, a par de distintas práticas de endomarketing, impulsionam o
crescimento organizacional (Carvalheiro, 2011).
38
empresa. Reconhecendo o seu contributo, a empresa está a valorizar o trabalho
e desempenho do colaborador;
39
versáteis e direcionadas para a realidade da empresa (Casotti & Hemais,
2009).
Outro aspeto que merece mais atenção por parte das organizações é a
desmotivação dos funcionários. Essa situação deve-se, em grande parte, a
duas situações: ou o colaborador já não é útil para a empresa, ou não possui
mais interesse em continuar a sua colaboração. Quando esta última
acontece o endomarketing entra, no sentido de perceber qual o motivo do
afastamento e procura desenvolver políticas e procedimentos para combater
e prevenir este problema através de, por exemplo, o desenvolvimento de
sistemas de avaliação e recompensa apropriados para cada funcionário.
Segundo Berry & Parasuraman (Casotti & Hemais, 2009) no passado, a
avaliação de desempenho era baseada apenas na comercialização dos
produtos e/ou serviços e desvalorizava a perceção que o cliente tinha de
quem os vendia/prestava, nomeadamente a empatia, recetividade e
prontidão. Um correto sistema de avaliação de desempenho e recompensa
necessita de ser coerente com a formação dada aos funcionários, ir ao
encontro das funções desempenhadas, ser corretamente percebido pelos
avaliados, ser aplicado de forma equitativa, ser frequente, e utilizar
metodologias diversificadas para ser possível perceber as diferentes
perspetivas sobre o desempenho e permitir as opiniões dos colaboradores,
uma vez que isso irá demonstrar a sua importância para com a organização.
40
empresa. É, então imprescindível, a dedicação de ambos os lados pois um
depende do outro (Coutinho, Delfino, & Costa, S/D).
41
Parte II: Estudo empírico
Como tem vindo a ser referido - e face aos desafios inerentes à volatilidade
e saturação dos mercados - cada vez mais as organizações necessitam investir no
seu capital humano, como estratégia de retenção dos seus colaboradores e de
fidelização do seu público-alvo, através da procura constante de ferramentas que
apoiem esse desenvolvimento. Tendo em consideração que o presente estudo
recai no comportamento e nas particularidades dos intervenientes na prestação de
serviços (prestador e consumidor), está-lhe associado um elevado grau de
subjetividade que condiciona a objetividade das conclusões e dos resultados. É
portanto indispensável, um amplo e aprofundado conhecimento dos parâmetros
que influenciam, de forma direta ou indireta, o comportamento humano.
42
seu quotidiano. Acredita que o estudo do comportamento do consumidor, auxilia na
identificação dos atributos que pesam mais quando as pessoas selecionam,
compram, usam ou rejeitam determinados produtos e/ou serviços e afirma que o
conhecimento destes parâmetros por parte das empresas, é imprescindível para o
desenvolvimento de produtos de maior qualidade e com caraterísticas mais
direcionadas para os clientes permitindo, desta forma, a criação de elos vigorosos
e duradouros.
43
satisfação, confiança e comprometimento afetivo e, realça que se traduz numa
repetição constante de aquisição do produto contrariando qualquer incentivo de
troca. No entanto, distingue a lealdade através de duas vertentes da mesma, a
atitudinal e a comportamental. Afirma que, tendo como base a lealdade
comportamental, o indivíduo consome bens e/ou serviços continuamente de uma
determinada entidade. Esta abordagem tem a fragilidade de estar à mercê da difícil
medição da lealdade, impedindo uma perceção real da motivação do consumidor
quando repete continuamente um determinado comportamento aquisitivo, podendo
tratar-se, de facto, de lealdade ou por, simplesmente, lhe ser mais conveniente
nesse momento. Por sua vez, a lealdade atitudinal rege-se por um afeto positivo
pela continuidade em manter uma “relação” com a empresa em causa. Por este
motivo, o autor realça a necessidade de se incorporar ambas as dimensões
aquando do estudo da lealdade por parte dos consumidores.
44
surgiu no seguimento da globalização e de uma crescente necessidade, por parte
das empresas, em se adaptarem às alterações inerentes. De acordo com a autora,
o endomarketing tem como base três premissas fundamentais:
45
como um ponto fulcral na evolução de um processo de endomarketing. Neste
sentido, destaca que a liderança não é vista como a transmissão de ordens e poder
de decisão, mas sim como a capacidade de persuasão dos colaboradores para que
estes sigam a linha condutora da organização. O perfil do líder que se enquadra
nos ideais do marketing interno deve contemplar a capacidade de trabalho com e
para o grupo, a tomada de decisões democráticas, a divisão de responsabilidades,
delegação de poderes e a capacidade de ouvir e dialogar.
46
cerca de um milhão de feedbacks por ano. Desta forma, os colaboradores são
intimamente envolvidos na melhoria contínua dos produtos e procedimentos. A sua
estratégia de recrutamento passa por uma formação de cinco meses dos quais
trinta dias são para conhecimento e interiorização da cultura Toyota, sessenta dias
são na fábrica para que acompanhem, de perto, o processo produtivo e o restante
tempo é passado nos concessionários para que conheçam o consumidor da marca.
Através desta metodologia, a Toyota treina os seus colaboradores para aquilo que
é a empresa e capacita-os para complementarem e melhorarem o seu quadro de
pessoal. Nesta multinacional, a comunicação interna é promovida entre todos os
funcionários e, para além disso, são-lhes disponibilizadas diversas formações,
palestras de motivação, benefícios e incentivos como seguros de saúde e
desemprego, folgas remuneradas, prémios e intervalos de vinte minutos por cada
duas horas de trabalho.
47
colaboradores. É também aferida a perceção de cada um dos funcionários
entrevistados relativamente às ferramentas e práticas adotadas pelos seus
superiores e se as consideram relevantes para um melhor desempenho da
organização a nível global.
48
à construção das hipóteses sejam intrinsecamente os mesmos, é mais apropriado
utilizarem-se questões, uma vez que não são tão vinculativas e dependentes de
resultados mais objetiváveis e positivistas, sendo menos testáveis. Funcionam,
sobretudo, como indagações a propósito de ideias alicerçadas em fundamentos
teórico-práticos.
49
pesquisa científica é um parâmetro imprescindível para um delineamento assertivo
do estudo, possibilitando a antecipação dos resultados e uma possível solução para
os mesmos ainda que, estes sejam apenas verificados no final da investigação
podendo refutar as questões inicialmente levantadas.
Questões:
50
atuação implica a contratação de especialistas com apetências para o desempenho
de diferentes funções.
de Clientes (3 funcionários/30%).
51
Em relação à distribuição da amostra por género, esta não foge à realidade
da organização, maioritariamente composta por mulheres, desta feita, 80% dos
entrevistados são do sexo feminino e os restantes 20% do sexo masculino.
52
Esta tendência etária que recai na formação de um quadro de pessoal jovem
e que pode ser vista como uma aposta em qualificações superiores não significa,
por si só, que apenas os inquiridos que se enquadram nessa faixa etária sejam
mais capazes e possuidores de conhecimentos para o exercício das suas funções.
53
Através da metodologia qualitativa, e tratando-se de uma perspetiva
fenomenológica, é permitida a auscultação das opiniões e vivências das partes
envolvidas no processo estudado, associando-as às evidências socialmente
aceites. Com o recurso a uma investigação qualitativa, a recolha dos dados
analisados foi efetuada através de um processo de análise categorial do conteúdo
das respostas às questões inseridas num guião de entrevista semiestruturada.
Assim, após a compatibilização entre teoria e prática, foram construídas a priori 12
questões que permitissem a discussão e posterior compreensão das categorias e
dimensões em análise, não invalidando o natural surgimento de outras perguntas.
De acordo com Ludke & André (Marconi & Lakatos, 2003) na investigação
qualitativa, a observação das entrevistas é um utensílio importante na recolha dos
dados uma vez que são utilizados os sentidos do investigador na procura de
informação, obrigando-o a uma maior atenção e contacto com a realidade em
análise. Através de uma observação minuciosa é possível um registo mais preciso
e a recolha de informação devedora de uma maior acuidade em posterior
interpretação. Esta técnica permite uma melhor compreensão das perspetivas
estudadas e a captação de pormenores que não são diretamente obtidos através
das questões efetuadas.
54
Complementarmente a esta estratégia, foram efetuadas entrevistas
semiestruturadas a 10 colaboradores da empresa em análise – os entrevistados
não são identificados e apenas serão distinguidos pela letra “E” e o número que
lhes foi atribuído aleatoriamente, precedendo-se o número de página
correspondente a cada entrevista. Haguette (Miranda R., 2009, p. 41) define
entrevista como “um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma
delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do
outro, o entrevistado”.
55
Quando se transcreve as opiniões esse artifício transforma a entrevista num texto
(Moreira, 2010).
Fatores de mercado
Endomarketing na
Fatores culturais
perspetiva do
consumidor (cliente
Fatores sociais
externo - abordagem
inter-organizacional) Fatores individuais
(pessoais e psicológicos)
Gestão da mudança
Elementos-chave de
endomarketing na Estrutura organizacional
lógica do colaborador
Comunicação interna
(cliente interno –
abordagem intra- Empowerment
organizacional)
Motivação intrínseca
56
Descentração (colocar no
lugar do cliente)
Atendimento ao Qualidade
público na perspetiva
Satisfação
da lealdade ao
serviço Empatia
Recrutamento e seleção
Formação e
desenvolvimento
Avaliação de desempenho
Estratégias de RH
Gestão de competências
(retenção)
Gestão de recompensas
Estratégias na lógica do
cliente interno
57
conhecimento dos parâmetros abrangidos pela GRH e quais as ferramentas
passíveis de ser aperfeiçoadas no que diz respeito ao capital humano da
organização. Trata-se, portanto, da avaliação da importância da implementação de
ferramentas de marketing interno como estratégia de GRH.
58
Parte III: Análise e discussão dos reultados
59
“Os condóminos valorizam um atendimento atencioso e simpático,
pois é isso que esperam de quem está a prestar um serviço. Gostam que os
funcionários, mesmo que as notícias não sejam as mais agradáveis, sejam
sinceros e transparentes na comunicação.” (E7, p1)
60
“Devido à entrada de cada vez mais empresas neste mercado, os
clientes têm ganho maior poder de negociação relativamente aos preços
praticados.” (E6, p3)
61
Desde muito cedo a sociedade, os pais, os avós, primos, professores e colegas de
trabalho, incutem no ser humano crenças e hábitos que moldam não só a sua
personalidade, a sua forma de estar e pensar em relação a tudo o que o rodeia,
como também o seu comportamento enquanto consumidor (Correia, 2012). Desta
forma, e dependendo daquilo que é transmitido, a perceção do “bom“ e do “mau”
torna-se ambígua fazendo com que seja praticamente impossível a sua definição.
Considerando que não existe nenhum ser humano igual a outro, parece clara
a conclusão de que, diferentes consumidores correspondem a diferentes
comportamentos e necessidades. As caraterísticas particulares de qualquer pessoa
exercem pressão substantiva no seu comportamento, nomeadamente a idade,
ocupação, condição económica, hábitos e personalidade (Giareta, 2011). Tratando-
se de um mercado em que o público-alvo é bastante abrangente, os fatores
individuais que influenciam o seu comportamento aquisitivo também o são. Neste
estudo, a idade e a situação financeira dos clientes são enumerados pelos
colaboradores entrevistados como os parâmetros que mais distinguem o
comportamento dos clientes:
“Os clientes mais jovens ou com maior formação académica,
normalmente, preocupam-se mais com a forma como são apresentadas as
contas, se estão de acordo com o SNC e se “bate a cara com a careta.” (E1,
p2)
Os condóminos que residem em áreas eu estão mais sujeitas a
deterioração procuram um serviço que lhes garanta uma boa manutenção
preventiva do edifício e uma preocupação com a sua conservação. Por sua
vez, condóminos que residam em áreas mais luxuosas, preferem que seja
dada maior atenção à estética do edifício e a determinados caprichos como
a existência de porteiros ou zeladores que recebam o seu correio e
encaminhem as visitas às suas frações.” (E3, p2)
“Penso que o mais visível é o estatuto social e a capacidade
económica de cada um. Quando se trata de clientes com bastante poder
económico, não olham a preços e querem tudo do “bom e do melhor”. Por
outro lado, quando a capacidade financeira não é abundante e até, muitas
62
vezes, escassa, os condóminos procuram um serviço barato e que
contemple apenas o essencial.” (E4, p2)
No que concerne ao endomarketing - e ainda que não seja uma área com a
qual se sintam muito familiarizados - os entrevistados interpretam-no como sendo
uma estratégia que traz, em diversas vertentes, inúmeras mais-valias a todos os
intervenientes no processo de produção e prestação de serviços. Verificou-se na(s)
narrativa(s) do(s) testemunho(s) que, o marketing interno é visto como uma
ferramenta que atenta no desenvolvimento individual de cada um dos funcionários,
com o intuito dessa melhoria se repercutir em toda a estrutura organizacional. Os
entrevistados reconheceram que, através da adoção dessa estratégia, a
organização incute nos colaboradores a criação de elos emocionais com a
empresa, aumentando a sua motivação para o exercício das suas funções.
Salientam ainda que, para que a organização seja capaz de adequar o plano de
endomarketing almejado, deve comunicar adequadamente com os colaboradores
e tentar perceber as necessidades e dificuldades do seu público interno:
63
“Endomarketing (…) passa por desenvolver estratégias e atividades
para que os colaboradores (…) desenvolvam o seu sentimento de pertença,
“o amor à camisola” e, assim, estejam motivados.” (E2, p1)
“No meu ponto de vista é um método de trabalho ou de formação que
cria a ligação entre um produto, empresa ou serviço e os seus
colaboradores. São ferramentas que aumentam o gosto do funcionário em
trabalhar na empresa e fazem-no sentir-se útil e importante para a mesma.
Vão ser mais empenhados e dar mais à empresa e por isso esta tem
interesse em incentivar este método de trabalho.” (E3, p1)
“Conjunto de práticas que promovem a imagem da empresa
internamente gerando um ambiente mais motivador para todos os
colaboradores. Vão sentir-se mais integrados na empresa, conhecer melhor
os seus ideais e vão trabalhar com um mesmo propósito: o seu sucesso.”
(E7, p1)
“O Endomarketing é um método de gerir que todas as empresas
deviam adotar. É uma ferramenta para melhorar o ambiente de trabalho de
dentro para fora da empresa. Foca-se em todos os funcionários e tenta
forma-los adequadamente para as funções que desempenham. Procura
percebê-los (as suas dificuldades e necessidades) e motiva-los para
potenciar o seu desempenho. “ (E10, p1)
64
Foi unânime a ênfase dada à importância dos funcionários e ao papel que
estes desempenham nos resultados obtidos pela empresa. Para que estes atinjam
objetivos capazes de fazerem frente à concorrência - e uma vez que se trata de
uma empresa que subsiste dos serviços que fornece - deve existir, por parte dos
cargos superiores da organização, a perceção da importância dos recursos
humanos que a compõem e o que pode, e deve ser feito, para melhorar o seu
desempenho. Com este tipo de abordagem, um funcionário sentir-se-á valorizado
e, consequentemente terá mais motivação no exercício das suas funções (Teixeira,
2010). Apenas compreendendo – através do testemunho de quem é responsável
pelo seu desenvolvimento - as reais dificuldades e obstáculos inerentes ao
fornecimento do serviço, é que os gestores são capazes de adequar as estratégias
corretas de desenvolvimento e permitir a potencialização de todas as suas
vantagens competitivas:
65
correto funcionamento da engrenagem. Este reconhecimento, através de um
trabalho em equipa, vai permitir a procura, direcionada, de estratégias concretas
para a sua resolução:
66
as crenças que piamente defende. É necessário que exponha claramente os seus
objetivos e dê principal enfoque à envolvência entre todos os colaboradores. Um
estreitamento das relações entre todos e um bom ambiente de trabalho sugerem
uma melhor performance (Neto, Machado & Silva):
Não é por demais referir que, após o reconhecimento do valor do seu quadro
de pessoal, é imprescindível que a empresa considere os seus próprios
funcionários como um cliente-alvo e os convença da importância e da qualidade
dos serviços que oferecem. Para tal deve ser incutido, no capital humano da
organização, um sentimento de pertença e de clara compreensão da importância
das funções que desempenham (Casotti & Hemais 2009).
67
respostas solicitadas pelos clientes, sejam fornecidas com a maior rapidez possível
(Mendes, 2004):
68
condóminos aos seus serviços, os colaboradores optam por comunicar diretamente
e, muitas vezes, de forma informal por forma a acelerar a resolução das questões.
Por outro lado, quando o assunto é mais delicado, existe a preocupação em
formalizar as questões por escrito, de forma a que todo o processo de resolução
fique registado, ainda que seja mais demorado:
69
ainda que sejam ultrapassados determinados passos estipulados para a resolução
do problema:
70
definida, as necessidades dos clientes serão certamente satisfeitas. (…) ”
(E4, p2,3)
71
souberem exatamente quais as necessidades a serem supridas aquando da
apresentação de proposta de administração de novos edifícios, vão ser capazes de
– com maior facilidade – captar o interesse dos seus potenciais clientes:
“Se o colaborador demonstrar confiança e segurança aquando da
apresentação da empresa (como, caso fosse necessário, ele próprio
recorresse à empresa para prestação do serviço), cria uma relação imediata
com o cliente/possível cliente.” (E6, p1)
No entanto verificou-se que, apesar de por um lado existir por parte dos
cargos superiores uma correta valorização dos colaboradores existe ainda uma
dificuldade em corresponderem às necessidades apontadas pelos funcionários ao
nível de falta de recursos necessários para a prestação de um melhor serviço. Com
o aumento da carteira de clientes, seria de esperar um aumento proporcional no
número de funcionários que permitisse manter o mesmo nível de capacidade de
resposta por parte da organização. No entanto, tal não se verifica incorrendo numa
sobrecarga dos recursos humanos existentes que, deparados com um volume de
trabalho superior, tornam-se incapazes de corresponder às exigências e
expetativas dos clientes. Esta incapacidade de resposta, traduz-se em piores
resultados para a organização, diretamente ao nível de perda de clientes e,
indiretamente, no que diz respeito à sobrecarga dos seus colaboradores que
manifestarão a sua insatisfação.
72
3.1.3. Atendimento ao público na perspetiva da lealdade
ao serviço
73
Apesar da ambiguidade inerente à perceção da qualidade de um serviço, um
aspeto é comum, todos querem os seus problemas resolvidos:
74
Esta proximidade entre o cliente e o colaborador que o está atender – o rosto
da empresa naquele momento – provém, em grande parte, de uma ligação
emocional que permite criar uma “ponte “ entre ambas as partes (Peixoto 2016).
Desta forma, os colaboradores constituem o elo de ligação entre o interior e o
exterior da empresa e são responsáveis pela transmissão do serviço sendo, por
conseguinte, quem melhor conhece e é capaz de reagir e corresponder às
expetativas do consumidor. Conclui-se, mais uma vez que, o capital humano das
empresas prestadoras de serviços é o principal responsável pelo aumento da
satisfação dos clientes e pelos resultados positivos da empresa. De acordo com as
suas personalidades e demais particularidades, os prestadores de serviços vão
criar empatia e focar-se na satisfação dos seus clientes. Este elo também exerce
uma influência positiva no cliente interno que, sentindo satisfação no modo como
conduz o seu atendimento, estará mais motivado e determinado em superar-se:
“Ser educado e tentar criar empatia, estar atento e ouvir o que tem
a dizer (…). Ser preciso nas informações que dou para que existam poucas
dúvidas e seja mais fácil a pessoa sentir confiança no meu atendimento e
no serviço que estou a prestar. (E1, p2)
“Aspetos fundamentais são a simpatia, recetividade e a simplicidade
de quem está a atender pois torna-se mais fácil para o cliente relacionar-se
connosco e também será mais fácil para nós irmos ao encontro daquilo que
ele quer.” (E3, p2)
“A sinceridade, a humanidade, a capacidade de falar com o mesmo
tipo de linguagem (seja um licenciado ou um mestre de obras) são
caraterísticas que uma pessoa que está a atender tem de possuir. Gerir
expectativas é o maior desafio neste mercado, tendo em conta que há
muitas variáveis externas” (E3, p2)
“O cliente interno pode considerar-se prévio ao cliente externo, sendo
como uma antecâmara da opinião que, no final, o cliente externo terá do
produto ou serviço da empresa. Tendo em conta a qualidade do serviço que
o cliente interno recebe, é possível termos uma ideia da qualidade que
proporcionará ao cliente externo.” (E5, p1)
“Lidar com diferentes tipos de pessoas não é fácil, umas vão mais
ao encontro da nossa personalidade do que outras e, por isso, torna-se
desafiante para mim tentar relacionar-me de forma positiva com o maior
numero de pessoas e resolver o maior número de problemas.” (E8, p3)
Da leitura das entrevistas realizadas verifica-se que, mais uma vez, são
referidos os fatores individuais de cada pessoa como determinante no contexto
organizacional. O serviço, principalmente o atendimento ao cliente, depende muito
das caraterísticas de quem o está a executar tornando-se, desta forma, bastante
volátil:
75
“ (…) No atendimento, é a pessoa que está a atender que está a dar
a cara pela empresa, é ela quem dá todas as informações que vão pesar na
decisão do cliente (…).” (E1, p1)
“Eu penso que a qualidade do serviço prestado está dependente da
pessoa que o presta (…).” (E4, p2)
Nesta perspetiva, o cerne da questão não deve ser o cliente mas sim o
funcionário. Tem que existir, por parte da gerência da empresa, a preocupação com
os diversos fatores que afetam os seus clientes internos e não considerar os
colaboradores como sendo descartáveis ou facilmente substituíveis. Para além da
sua formação profissional, deve ser tida em consideração a sua satisfação no cargo
que ocupa pois, só assim, será capaz de defender o seu trabalho “com unhas e
dentes”. Um prestador de serviços que acredita verdadeiramente no que faz e que
seja capaz de comprar o próprio serviço é um funcionário muito mais capaz de
captar a atenção do cliente e concretizar a venda (Sarraceni , Diniz , Souza ,
Conceição , & Faustini , 2011). É importante que os responsáveis por gerir os
recursos humanos estejam atentos e acompanhem as variações inerentes ao
comportamento do individuo, as compreendam e estejam aptos para intervir
quando necessário:
76
possam ter problemas de produtividade desnecessariamente, pois bastaria
um pouco de interesse para que tudo funcionasse melhor.” (E2, p4)
“A Gestão de Recursos Humanos é complexa, estratégica e requer
muita atenção para antever o que sua empresa e funcionários precisam para
desenvolver um bom trabalho. A mudança e a inovação passam por pessoas
preparadas e motivadas.” (E5, p4)
77
estrutura organizacional agiliza o serviço e o atendimento tornando-os prontos,
coesos e com menor risco de falhas:
78
de cada um dos intervenientes. Por conseguinte, as questões pessoais e familiares,
o estado de saúde, o enquadramento na organização, o grau de compensação e
reconhecimento por parte da empresa e, até mesmo, a personalidade dos
funcionários influenciam a qualidade do serviço oferecido ao cliente. Os clientes
não procuram apenas um serviço eficiente que resolva o seu problema, mas
também, um atendimento cuidado e profissional que lhes transmita atenção e
preocupação com o seu bem-estar. Um rosto simpático é sempre uma porta aberta
para um atendimento mais fluído e agradável. Se a confiança não for estabelecida,
não vai ser criado o elo entre o cliente interno e externo que conduz à fidelização
deste último:
79
trabalhada através de slogans com frases feitas. Toda a empresa que tem esta
publicidade usufrui de uma estratégia de marketing bastante eficiente no que
concerne aos resultados:
“Se o cliente está satisfeito vai ser um cliente fiel, não vai tentar
arranjar empresas que substituam os nossos serviços e vai tentar convencer
aqueles que estão mais insatisfeitos. (…) Um cliente satisfeito é uma ótima
publicidade para a empresa e é também uma motivação para que a empresa
internamente funcione melhor pois quando estão satisfeitos, os clientes
elogiam o nosso trabalho o que nos dá ânimo para fazer cada vez mais e
melhor.” (E8, p3)
“Quando os clientes estão satisfeitos, (…) vão publicitar o nosso
trabalho junto de familiares e amigos. É uma boa forma de a empresa
aumentar a carteira de clientes, mas o contrário também acontece.“ (E9, p3)
“Um cliente que está satisfeito não muda e promove junto de outros
o nosso serviço, fazendo com que rapidamente haja mais pessoas a
procurar-nos. Isso é bom para nós mas principalmente para a empresa que
irá atingir melhores resultados.” (E1, p3)
“Se o cliente estiver satisfeito as principais mais-valias é que votará
a favor da empresa, que falará bem da empresa e aconselhará a empresa
aos seus conhecidos, o que poderá traduzir em novos clientes e mais
receitas.” (E2, p3)
80
A importância da influência que uns clientes exercem nos outros pode, no
entanto, ser analisada numa outra perspetiva. Assim, um serviço considerado de
baixa qualidade traduz-se numa má opinião e publicitação da organização que, por
sua vez, irá afetar negativamente a reputação da empresa no mercado. É portanto
imprescindível que os gestores dos recursos humanos acompanhem e estejam
atentos à qualidade dos serviços que fornecem:
81
“ (…) é necessário que haja alguém que de alguma forma se
preocupe com o assunto e tente perceber as dificuldades e “queixas” dos
trabalhadores.” (E2, p4)
82
“A gestão dos recursos humanos da empresa também é responsável
por uma parte importante, a seleção dos novos funcionários Numa empresa
que lida diretamente com pessoas, com os clientes, o funcionário tem que
ser bastante comunicativo e ter certas caraterísticas importantes para as
funções que vai executar, por isso, o processo de contratação deve ser bem
preparado.” (E10, p4)
83
levar o cliente a tomar uma decisão que não fosse a mais adequada.” (E3,
p1)
“O cliente interno se estiver bem formado e motivado para executar
as suas funções vai prestar um serviço melhor, com mais qualidade. Tem
mais facilidade em chegar ao que o cliente quer e vai conseguir resolver a
questão.” (E9, p1)
“Estando bem seguro no atendimento (resultado de uma boa
formação e trabalho interno), o funcionário vai defender o seu serviço e vai
saber direcioná-lo da melhor forma para cada tipo de cliente.” (E10, p1)
“São pessoas que prestam a maior parte do serviço por isso quem
as gere tem muita interferência nisso. (…) Tem a função de motivar os
funcionários, fazer de tudo para que estejam bem no seu local de trabalho e
façam tudo o que está ao seu alcance para oferecer o melhor serviço aos
clientes.” (E10, p5)
84
“Deve existir sempre alguém que esteja atento às pessoas que fazem
parte da empresa pois não são máquinas de trabalho, são seres humanos
e, muitas vezes, necessitam de um abanão ou de alguma motivação.” (E8,
p4)
“Mas, para isso, é necessário que exista por parte da empresa, um
acompanhamento firme do trabalho efetuado por cada funcionário e que,
dependendo desse trabalho motive, ajude quando necessário e tenha
consideração individual por trabalhador.” (E10, p1)
“O marketing interno serve para melhorar a performance dos
trabalhadores e, os trabalhadores são os recursos humanos da empresa.
Automaticamente, quem gere os recursos humanos deve também, estar
atento ao seu desempenho, se está a ser bom ou mau e perceber o porquê.”
(E10, p4)
Outra área de intervenção que deve ser alvo de atenção por parte das
empresas prende-se com o ambiente laboral, umas das questões mais importantes
para o sucesso empresarial e, talvez, a mais difícil de controlar. Mais uma vez, as
caraterísticas individuais das pessoas dificultam, muitas vezes, o ambiente
desejado e também a perceção das estratégias para combater isso. Cabe
novamente aos cargos superiores da organização, adotar estratégias que
combatam problemas de cooperação e comunicação entre todos os colaboradores.
Estratégias como atividades lúdicas e experiências fora do ambiente laboral tendem
85
a incentivar e melhorar os laços entre todos os colegas, propiciando um ambiente
saudável no seio da organização:
86
colaboradores. Um bom funcionamento interno passa, em grande parte, por esta
proximidade da empresa com os seus funcionários.
87
Conclusão
88
de conduzir a sua atuação para aquilo que é pretendido. No caso das empresas
prestadoras de serviços, essa proximidade implica a melhoria e desenvolvimento
consequente do seu capital humano (com práticas de GRH complementares como
a Integração, a Análise e Descrição de funções, a Gestão de Competências e a
Gestão de Carreiras, para que este departamento, que gere as pessoas, esteja
apto para corresponder às exigências dos clientes, que aparecem como portadoras
de importantes desígnios estratégicos, numa orientação sistémica e integradora,
mais proactiva do que ativa e mais orgânica do que mecânica, não sendo de des-
curar um sentimento pós-taylorista que ainda subsiste). Neste âmbito, emerge a
importância de uma GRH que auxilie, de perto, os colaboradores internos da orga-
nização, com inteligência emocional, pautando-se como uma espécie de interme-
diária negocial sabendo descentrar-se e relativizar os diferentes sinais e sabendo
gerir a diversidade, alicerçando algumas das suas táticas numa assunção mais
transversal das competências (na esteira do conceito de iceberg) (Moreira, 2010).
Sendo a GRH uma área de atuação bastante complexa e que tem sofrido
diversas alterações ao longo dos anos, envolve diversas funções nomeadamente
no que diz respeito ao recrutamento, seleção, desenvolvimento, motivação, gestão
da formação e avaliação de desempenho de todas as pessoas que integram a em-
presa (Castro, 2010). Esta contiguidade pode resultar num ambiente laboral posi-
tivo e saudável que, consequentemente se traduz em benefícios nos resultados e
desempenho organizacionais. É de salientar, no entanto, que estas estratégias de-
vem ser aplicadas as todas as posições hierárquicas da empresa, obrigando a um
envolvimento de todos os funcionários (empenhamento afetivo e motivação intrín-
seca).
90
Os entrevistados, na sua maioria, compreendem o conceito de endomarke-
ting e, consideram-no como uma mais-valia para o sucesso da empresa e como
uma metodologia capaz de fortalecer os elos integrantes. Afirmaram que, para a
sua prossecução, a empresa deve reconhecer os problemas existentes e as falhas
a colmatar, antes que seja tarde demais e que incorra em prejuízos maiores. Apon-
taram a capacidade que empresa deve possuir de ouvir e dar voz aos seus funcio-
nários, como a melhor estratégia para impedir falhas e conseguir a concretização
de um serviço de qualidade superior. Salientaram ainda que, não é possível ofere-
cer ao cliente final um bom serviço, se este não for considerado como, de quali-
dade, pela pessoa que o está a prestar. Tratando-se de uma área que obriga a um
forte envolvimento dos funcionários, se estes não estiverem corretamente direcio-
nados e motivados para a sua prestação, o serviço não terá tanta qualidade como
seria desejável. Daí, a necessidade de serem consideradas as opiniões dos cola-
boradores e discutidos os seus pontos de vista pois, são de quem mais depende o
serviço final e, são quem melhor conhece as exigências dos clientes.
91
alidade), possa contribuir para a afirmação da premissa de que, o endomarke-
ting constitui uma forte vantagem para as organizações prestadoras de serviços,
no sentido em que atenta na melhoria dos clientes internos, com o intuito de uma
melhor satisfação dos clientes externos. Quanto a estudos futuros, realça-se a per-
tinência de se alargar o estudo a outras áreas organizacionais e de se poderem
considerar outras variáveis como a perceção ou a inteligência emocional, associa-
das ao endomarketing, ou a cultura, para uma leitura mais abrangente do cliente
interno.
92
Bibliografia
93
Barbosa, M. (2006). Endomarketing: Um recurso estratégico na melhoria do
relacionamento com o cliente externo. Revista Eletrónica Faculdade Montes Belos,
1(1), 01-07.
Burma, Z. A. (2014). Human Resource Management and its importance for today’s
organizations. International Journal of Education and Social Science, 1(2).
94
Cervi, C. & Froemming, L. M. S. (2017). Afinal, o que é Endomarketing? Estudo das
Estratégias de Endomarketing de uma Universidade Comunitária do Rio Grande do
Sul. Revista de Administração IMED, 7(1), 114-136.
Coutinho, L. S., Delfino, L. M. & Costa, W. L. (S/ D). Pessoas: Principal fonte de
vantagem competitiva organizacional.
Davoudi, S. M. & Kaur, R. (2012). The link between internal marketing and human
resource management. Arth Prabandh: A Journal of Economics and Management,
1(2), 59-72.
95
Filho, E. P. F., Pereira, F. A. & Passos, G. S. (2013). A importância do
endomarketing para a comunicação interna. X Simpósio de Excelência em Gestão
e Tecnologia, 23, 24 e 25 de Outubro.
Hemais, M. W., de Oliveira, L. B., & Casotti, L. M. (2013). Marketing interno e gestão
de pessoas: estudos de caso em empresas de serviços. Revista Gestão &
Tecnologia, 13(3), 101-127.
96
Macarenco, I. (2006). Gestão com pessoas-gestão, comunicação e pessoas:
comunicação como competência de apoio para a gestão alcançar resultados
humanos. Dissertação de Doutoramento em Ciências da Comunicação,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
97
Mestrado em Gestão de Recursos Humanos, Instituto Superior de Economia e
Gestão, Universidade de Lisboa, Lisboa.
Ruão, T., & Farhangmehr, M. (2000). A imagem de marca: análise das funções de
representação e apelo no marketing das marcas: um estudo de caso. Atas do I
Seminário de Marketing Estratégico e Planeamento, Escola de Economia e Gestão,
Universidade do Minho, Braga.
98
Salgado, J. A. D. R. F. (2012). Avaliação da qualidade nos serviços. Dissertação de
Mestrado em Ciências Empresariais, Universidade Fernando Pessoa, Porto.
Sarraceni, J., Diniz, L., Souza, L., Conceição, L. & Faustini, M. R. (2011).
Endomarketing: Ferramenta de gestão estratégica para as empresas. III Encontro
Científico e Simpósio de Educação Unisalesiano, Educação e Pesquisa: a produção
do conhecimento e a formação de pesquisadores, Outubro.
99
Siqueira, M. V. S. (2004). O discurso organizacional em recursos humanos e a
subjetividade do indivíduo: uma análise crítica. Dissertação de Doutoramento em
Administração de empresas, Escola de Administração de empresas de São Paulo,
São Paulo.
100
Weirich, C. F., Munari, D. B. & Bezerra, A. L. Q. (2004). Endomarketing: essay on
possibilities of innovation in Nursing management. Revista brasileira de
enfermagem, 57(6), 754-757.
101
Anexos
102
Anexo 1 - Guião semiestrurado da entrevista
12. Na sua perspetiva, que peso é eu a GRH tem quando se pensa na qualidade
do serviço prestado?
103
Anexo 2 – Análise Categorial
100
mais influência na escolha da empresa que irá administrar o Condomínio.” (Entrevistado
8, pág.2)
“Os clientes mais jovens ou com maior formação académica, normalmente, preocupam-
se mais com a forma como são apresentadas as contas, se estão de acordo com o SNC
e se “bate a cara com a careta.” (Entrevistado 1, pág.2)
Os condóminos que residem em áreas eu estão mais sujeitas a deterioração procuram
um serviço que lhes garanta uma boa manutenção preventiva do edifício e uma
preocupação com a sua conservação. Por sua vez, condóminos que residam em áreas
mais luxuosa, preferem que seja dada maior atenção à estética do edifício e a
determinados caprichos como a existência de porteiros ou zeladores que recebam o seu
Fatores individuais correio e encaminhem as visitas às suas frações.” (Entrevistado 3, pág.2)
“Penso que o mais visível é o estatuto social e a capacidade económica de cada um.
(pessoais e
Quando se trata de clientes com bastante poder económico, não olham a preços e
psicológicos) querem tudo do “bom e do melhor”. Por outro lado, quando a capacidade financeira não é
abundante e até, muitas vezes, escassa, os condóminos procuram um serviço barato e
que contemple apenas o essencial.” (Entrevistado 4, pág.2)
“Existem clientes que quer por más experiências quer pela sua personalidade, são
pessoas rudes e que não dão gosto nenhum atender.” (Entrevistado 5, pág. 3)
“Muitas vezes os clientes (…) estão “calejados” de más experiências que tiveram com
outras empresas e ficam logo de “pé atrás” connosco mostrando uma atitude desconfiada
e por vezes até arrogante, cabe-nos a nós contrariar isso, o que nem sempre é fácil…”
(Entrevistado 10, pág. 2)
“O Endomarketing é uma das maneiras para reduzir a rotatividade de funcionários e atrair
profissionais qualificados para a empresa. Permite criar e desenvolver uma imagem de
Elementos-chave bom lugar para se trabalhar e não apenas um local de transição para algo melhor, que
de pague melhor... Pois isso só atrasa a empresa e nunca permite que a mesma estabilize e
endomarketing Perceção do ter profissionais realmente competentes que sabem o que estão a fazer.” (Entrevistado 1,
na lógica do conceito e da pág. 1)
colaborador importância do “Endomarketing (…) passa por desenvolver estratégias e atividades para que os
(cliente interno – Endomarketing colaboradores (…) desenvolvam o seu sentimento de pertença, “o amor à camisola” e,
abordagem intra- assim, estejam motivados.” (Entrevistado 2, pág. 1)
organizacional) “No meu ponto de vista é um método de trabalho ou de formação que cria a ligação entre
um produto, empresa ou serviço e os seus colaboradores. São ferramentas que
aumentam o gosto do funcionário em trabalhar na empresa e fazem-no sentir-se útil e
101
importante para a mesma. Vão ser mais empenhados e dar mais à empresa e por isso
esta tem interesse em incentivar este método de trabalho.” (Entrevistado 3, pág. 1)
“O Endomarketing, para mim e pelo sentido da palavra, é a promoção interna da
empresa. Isto é, acreditar no que a empresa “vende” e tentar que chegue aos clientes a
ideia de que o nosso produto ou serviço é o melhor do mercado.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“Uma empresa como esta rege-se muito pelo atendimento e pelos seus colaboradores, o
que não deixa de ser uma pressão para nós, mas se gostarmos do que fazemos e se
colocarmos todo o nosso empenho na realização das nossas tarefas, então já estaremos
a fazer esse tal marketing interno.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“Conjunto de práticas que promovem a imagem da empresa internamente gerando um
ambiente mais motivador para todos os colaboradores. Vão sentir-se mais integrados na
empresa, conhecer melhor os seus ideais e vão trabalhar com um mesmo propósito: o
seu sucesso.” (Entrevistado 7, pág. 1)
“O Endomarketing é um método de gerir que todas as empresas deviam adotar. É uma
ferramenta para melhorar o ambiente de trabalho de dentro para fora da empresa. Foca-
se em todos os funcionários e tenta forma-los adequadamente para as funções que
desempenham. Procura percebê-los (as suas dificuldades e necessidades) e motiva-los
para potenciar o seu desempenho.” (Entrevistado 9, pág. 1)
“Os colaboradores (clientes internos) nas empresas que prestam serviços são os
principais responsáveis pelo fornecimento de um bom ou mau serviço. Muitas vezes, a
informação a transmitir ao cliente não é favorável ao que ele pretende ouvir, no entanto,
se o colaborador o fizer de forma cuidada e apresentar soluções adequadas à
problemática em causa, o cliente vai considerar que o atendimento e o serviço prestado
são de qualidade.” (Entrevistado 9, pág. 1)
“Eu diria que passa por perceber os problemas dos funcionários no trabalho e de que
forma estes problemas podem ser resolvidos. Por vezes problemas cuja resolução é
simples, mas por tradição ou apego a algumas práticas não são resolvidos, fazem com
que a frustração dos funcionários seja maior (…).” (Entrevistado 2, pág. 4)
“Do ponto de vista do trabalhador, penso que é muito frustrante quando pequenas
Gestão da
alterações fariam com que o trabalho fosse mais eficiente e houvesse maior
mudança produtividade.” (Entrevistado 2, pág. 5)
“Acho que o Endomarketing é mais difícil de executar numa empresa que presta um
serviço (como é o caso da nossa) do que outra que venda produtos, porque a avaliação
da qualidade de um serviço não é mensurável como a de um produto, mas ainda assim é
possível claro. (…) É fundamental que o administrador “dê voz” aos seus funcionários,
102
tentando perceber de tempo a tempo o que está mal, o que pode ser corrigido, o que não
foi pensado ainda …” (Entrevistado 4, pág. 1)
“O Endomarketing é um método de gerir que todas as empresas deviam adotar. É uma
ferramenta para melhorar o ambiente de trabalho de dentro para fora da empresa. Foca-
se em todos os funcionários e tenta forma-los adequadamente para as funções que
desempenham. Procura percebê-los (as suas dificuldades e necessidades) e motiva-los
para potenciar o seu desempenho. “ (Entrevistado 10, pág.1)
“O objetivo da empresa é sempre o de vender mais e, para isso, tem que agradar ao
cliente pois é ele que tem o poder da escolha. Para o consumidor preferir uma empresa
em relação a outra, esta tem que ser mais atrativa em vários campos e em muitos deles
o cliente interno tem bastante influência.” (Entrevistado 1, pág.1)
“Pela minha perspetiva cliente interno é um funcionário da empresa. Muitas vezes as
chefias não consideram os funcionários como clientes internos, clientes estes que
também devem ver as suas necessidades satisfeitas.” (Entrevistado 2, pág. 1)
“Considerar os funcionários como facilmente substituíveis é um problema se a empresa
tiver uma perspetiva de longo prazo, não só porque a rotação de funcionários traz custos
para a empresa, desde perda de eficiência, tempo perdido a formá-los e a mostrar alguns
procedimentos, mas também traz custos em termos da imagem da empresa (…) para
além de que os clientes externos gostam de falar sempre com as mesmas pessoas,
porque já as conhecem (…).” (Entrevistado 2, pág. 1)
Estrutura “(…) passa pelos recursos humanos gerir toda a estratégia de marketing interno. Não é
organizacional necessário que exista um departamento para tal, isto é, nem todas as empresas têm
estrutura para isso (…).” Entrevistado 2, pág. 4)
“O cliente interno é um colega, um chefe ou até mesmo um diretor. São as pessoas com
quem nos relacionamos no nosso dia-a-dia dentro do ambiente de trabalho.”
(Entrevistado 5, pág. 1)
“Conhecer a opinião do colaborador acaba por ser uma boa forma de estabelecer
objetivos e de perceber quais são os pontos que devem ser melhorado, mantidos ou
eliminados.” (Entrevistado 5, pág. 1)
“O Endomarketing corresponde ao conjunto de ações levadas a cabo internamente (a
nível de comunicação procedimentos, estratégias) que visa melhorar a imagem da
empresa entre os funcionários, motivando-os e fazendo-os representar positivamente a
empresa para o exterior.” (Entrevistado 6, pág. 1)
“Não adianta investir no cliente e no marketing externo se o cliente interno não for
valorizado nem tido em consideração. (…) O primeiro passo será o de recordar cada
103
colaborador e, consequentemente toda a equipa, das necessidades, mais-valias e
dificuldades da empresa, fazendo com que todos façam uma busca pelos mesmos
objetivos.” (Entrevistado 6, pág. 4)
“Com um bom departamento de Recursos Humanos, as empresas conseguem ter a
perceção de qual o número ótimo de colaboradores que necessita e quais as condições
que estes deverão ter para satisfazer as necessidades e cumprir todos os objetivos da
empresa.” (Entrevistado 7, pág. 4)
“São eles que formam a empresa, são eles que dão a forma e força à empresa e por isso
são fundamentais para que esta funcione da melhor forma e caso não funcione são
também responsáveis por isso. São clientes internos pois, o serviço final passa por todos
eles até chegar ao cliente. Todos prestam pequenos serviços internamente para chegar
ao produto final.” (Entrevistado 8, pág. 1)
“Os clientes internos são todos os intervenientes no serviço que é oferecido, desde o
primeiro fornecedor ao último funcionário que fornece o serviço final. São todos os que
tem um papel, mais ou menos direto e importante naquilo que é comercializado.”
(Entrevistado 10, pág. 1)
“Cliente interno são os funcionários da empresa, ou seja a base da mesma e sem os
quais a empresa não funciona, não desenvolve. Todas as pessoas que trabalham na
empresa são clientes internos da mesma, devem interagir entre si e trabalhar com o
mesmo propósito (o seu sucesso e o da empresa).” (Entrevistado 1, pág.1)
“O facto de não existir uma forma concreta e estipulada de como fazer as coisas pode
induzir muitas vezes em erros ou até dúvidas por parte dos funcionários que, numa
situação específica e para a qual não existe um procedimento estabelecido, não vão
saber o que fazer.” (Entrevistado 1, pág. 3)
“A comunicação parece-me importante para que os colaboradores estejam satisfeitos, o
Comunicação
que acabará por levar à satisfação dos clientes, traduzindo-se num desenvolvimento e
interna crescimento da empresa.” (Entrevistado 2, pág. 4)
“Na minha opinião não faz muito sentido que exista um foco excessivo nos
procedimentos, se não existe uma formação adequada dos trabalhadores.” (Entrevistado
2, pág. 4)
“É preciso no entanto que estas opiniões sejam tidas em conta pelos cargos superiores…
mas se a perspetiva do cliente interno/colaborador estiver bem definida, as necessidades
dos clientes serão certamente satisfeitas. (…) Uma coisa que aprendi nesta empresa é
que não há problema nenhum em pedir ajuda, é melhor assim do que resolver mal e
arranjar repercussões para mim ou para a empresa. (Entrevistado 4, pág. 2,3)
104
“Existem apenas dois níveis hierárquicos – a gerência e os restantes – pelo que a
comunicação entre a gerência e os colaboradores é feita muitas vezes por escrito, mas
entre colaboradores há bastante diálogo, até porque sentimos que esse tipo de
comunicação ajuda toda a equipa.” (Entrevistado 4, pág. 3)
“São utilizados um pouco os dois métodos sendo que, em situações em que não sejam
precisos muitos detalhes usamos o método mais informal através da comunicação oral.
Situações que exijam uma descrição/explicação mais detalhada optamos pelo método
formal em que fica tudo escrito e registado.” (Entrevistado 5, pág. 3)
“ (…) deve-se criar pontes entre os clientes internos para que a comunicação dentro da
empresa seja clara, objetiva e fluída. Deve existir uma relação aberta para que os
colaboradores se sintam à vontade para apresentar as suas sugestões.” (Entrevistado 5,
pág. 4)
“A forma de comunicação na empresa varia de acordo com o volume de trabalho e a
complexidade do assunto. Quando é uma sugestão ou reclamação em específico (…) é
transmitida diretamente ao departamento, muitas das vezes de forma verbal e imediata.
(…) Quando as informações são em maior número, dirigidas a vários departamentos ou a
gravidade da temática é maior, os dados circulam de forma mais formal, de forma
escrita.” (Entrevistado 6, pág. 4)
“A troca de informações entre funcionários e entre os mesmos com a gerência pode
uniformizar o plano. Com essas sugestões, podem ser levadas a cabo ações – interna ou
externamente – para melhorar a imagem da empresa e adaptar a mesma ao mercado.
Os recursos humanos terão de ser capazes de sintonizar e sincronizar todas as
pessoas.” (Entrevistado 6, pág. 4)
“A empresa opta por uma comunicação mais informal fruto dum organograma quase
plano. Uma vez que, não existe seccionamento dos departamentos nem gestores dos
vários serviços, muitas vezes torna-se mais fácil e rápido comunicar diretamente e de
forma verbal com os intervenientes diretos no assunto do que estar a formalizar tudo por
escrito.” (Entrevistado 7, pág. 3)
“Dentro da empresa a comunicação é na sua maioria informal. Embora existam alguns
procedimentos a ser cumpridos, existe flexibilidade na resolução dos assuntos. Isto é,
normalmente segue-se sempre, mais ou menos, a mesma linha condutora mas, variando
de pessoa para pessoa o trabalho não vai ser feito exatamente da mesma forma. (…) Os
departamentos estão muito relacionados e por isso dependemos bastante do trabalho
dos nossos colegas.” (Entrevistado 8, pág. 3)
105
“Devido ao facto de ser uma empresa pequena, não existe uma comunicação interna
muito formal. Muitas vezes é utilizado o diálogo entre os intervenientes na situação para
agilizar a resolução.” (Entrevistado 9, pág. 3)
“O nosso trabalho é bastante agitado e todos os dias são dias diferentes (…). Às vezes
para conseguirmos dar uma resposta na hora ao cliente não seguimos procedimentos e
utilizamos uma comunicação bastante mais informal. Mas existem certos assuntos que
por serem mais importantes ou mais delicados, têm que ser seguidos alguns
procedimentos principalmente a sua documentação.” (Entrevistado 10, pág. 4)
“Não, a empresa não é muito hierarquizada, mas seria preferível que fosse, porque
estaria mais bem organizada e haveria pessoas efetivamente responsáveis que poderiam
representar algum tipo de autoridade perante clientes externos.” (Entrevistado 2, pág. 3)
“Não é muito hierarquizada não existem chefes de equipa e há poucos colaboradores,
como tal a comunicação é maioritariamente verbal existindo no entanto procedimentos a
seguir em certas situações.” (Entrevistado 3, pág. 3)
“(…) não existe muita hierarquização, apenas a gerência e depois entre colegas sabemos
que cada um tem o seu departamento e as suas responsabilidades.” (Entrevistado 5,
pág. 4)
“Sendo uma empresa com cerca de dez funcionários, há uma pequena, uma vez que há
Hierarquização apenas um esquema na distribuição dos colaboradores: a gerência e os funcionários –
distribuídos por departamentos (mas que, mesmo assim, não são estanques porque uma
pessoa pode fazer tarefas de diferentes setores).” (Entrevistado 6, pág. 4)
“Relativamente à hierarquização da empresa, não é muita, existe apenas a gerência
(composta pelos sócios-gerentes da mesma) e os restantes colaboradores divididos por
departamentos mas onde não existe líderes.” (Entrevistado 7, pág. 3)
“A empresa apenas está dividida por gerência e funcionários por isso é pouco
hierarquizada, não existem chefes de departamentos e trabalhamos todos uns com os
outros. Os departamentos estão muito relacionados e por isso dependemos bastante do
trabalho dos nossos colegas.” (Entrevistado 8, pág. 3)
“Quando todos os funcionários estão cientes dos benefícios do seu trabalho e estão
disponíveis para aprender e melhorar cada vez mais os seus procedimentos, estão a
superar-se a si próprios e a ajudar a empresa a progredir e alcançar resultados
Empowerment melhores.” (Entrevistado 1, pág. 1)
“No entanto, muitas vezes os clientes não são tão pacientes, justo ou até simpáticos
quanto desejamos pelo que, acima de tudo, eu defendo a empresa e o serviço que presto
106
pois acredito na qualidade que tem e no empenho e trabalho que deposito nele.”
(Entrevistado 3, pág. 2)
“Os colaboradores da nossa empresa, principalmente os que estão no escritório, lidam
diretamente com os clientes e observam em primeira mão o que pode ser alterado ou
melhorado, fazendo com que haja uma autoavaliação imediata do atendimento e uma
reação ao erro.” (Entrevistado 4, pág. 2)
“Outra forma de motivar o funcionário é dando-lhe mais autonomia e responsabilidade
pois ele vai sentir que para lhe ter sido dado mais poder, é porque o sei trabalho é de
qualidade e vai continuar a esforçar-se para mostrar resultados.” (Entrevistado 9, pág. 4)
“São ferramentas que as entidades empregadoras usam para cativarem os seus
colaboradores (…) para os motivarem quer para o desempenho das suas próprias
funções, quer para incutir o espírito de entreajuda entre todos os colaboradores. Se
assim for, o espirito no seio da empresa será de maior união e todos vão estar
direcionados para o mesmo fim, o desenvolvimento contínuo das suas capacidades e dos
resultados da empresa.” (Entrevistado 10, pág. 1)
“Até porque o marketing interno atinge os recursos humanos da empresa, tentando
influenciar positivamente os funcionários para que o seu serviço seja o melhor possível.
Cultiva nas pessoas que formam a empresa, um sentimento de união e crença no
trabalho fazendo com que esse mesmo sentimento passe para o consumidor.”
(Entrevistado 3, pág. 4)
“Se os colaboradores estiverem felizes e motivados é meio caminho andado para o
sucesso de uma empresa.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“A minha maior motivação no atendimento é saber que, de alguma forma, posso
melhorar o dia de alguém. (…) Os primeiros clientes de uma empresa são os funcionários
Motivação pelo que é essencial motivá-los e valorizá-los para que possam acreditar naquilo que
intrínseca fazem e para que sintam parte de algo muito maior.” (Entrevistado 5, pág. 3,4)
“Com funcionários mais interessados e convencidos de que a empresa em que trabalham
é a melhor, o serviço vai ser prestado com melhor qualidade tornando a empresa muito
mais produtiva e com melhor “fama” entre os clientes.” (Entrevistado 8, pág.1)
“É uma sensação ótima de dever cumprido quando somos capazes de dar resposta ao
que nos é questionado. Sentir que fomos nós que resolvemos o problema (e muitas
vezes não são assim tão simples).” (Entrevistado 9, pág. 3)
“Se cada uma destas pessoas acreditar naquilo que faz e estiver bem ciente de que, se
executar as suas funções com o máximo rigor e profissionalismo o serviço oferecido aos
clientes vai ter mais qualidade, tudo na empresa funcionará melhor (…) Só assim o
107
cliente vai sentir confiança no que lhe está a ser transmitido e, sem se aperceber, vai
criar um elo com que o está a atender.” (Entrevistado 10, pág. 1)
“Tento sempre colocar-me no lugar da pessoa que estou a atender (…) vou tentar
atender como gostava de ser atendido.” (Entrevistado 1, pág. 2)
“Muitas vezes temos de apresentar ao cliente os prós e contras de cada solução que
propomos, e aconselha-lo sempre como se fossemos nós o consumidor final. (…) Se
conseguirmos ver o serviço (…) pelos olhos do cliente, vamos ser capazes de reconhecer
os nossos erros e compreender as dúvidas que suscitam nos consumidores.
(Entrevistado 3, pág. 1)
“Essencialmente, acho que do ponto de vista de quem atende, o truque é sempre
colocarmo-nos no papel da outra pessoa… Dependendo da gravidade da situação, temos
de ajustar o nosso tipo de resposta ou conversa ao tipo de pessoa (…).” (Entrevistado 4,
pág. 2)
“Em primeiro lugar o colaborador deve conhecer os seus clientes e as suas necessidades
de consumo para que seja possível obter os resultados que deseja.” (Entrevistado 5, pág.
Descentração 2)
(colocar no lugar “Se o colaborador demonstrar confiança e segurança aquando da apresentação da
do cliente) empresa (como, caso fosse necessário, ele próprio recorresse à empresa para prestação
do serviço), cria uma relação imediata com o cliente/possível cliente.” (Entrevistado 6,
pág. 1)
“ (…) tento colocar-me na sua posição e “sentir na pele” o que o cliente me está a
apresentar pois, só desta forma, saberei apresentar a melhor solução, aquela que iria
querer para mim.” (Entrevistado 7, pág. 2)
“Vai tentar primeiro conhecer bem o cliente, perceber exatamente o que ele pretende e
depois vai aconselhá-lo e prestar o serviço como se fosse para si próprio.” (Entrevistado
10, pág. 1)
“Quando se tratam de reclamações de serviços que estamos a prestar que não estão a ir
ao encontro daquilo que nos comprometemos e que lhes estão a causar insatisfação,
tento colocar-me no lugar e perceber onde realmente estamos a falhar para poder,
internamente com os meus colegas, melhorar os aspetos em que estamos a falhar.”
(Entrevista 10, pág. 2)
“O cliente valoriza que o seu problemas seja resolvido (…) de forma célere, que a
Atendimento ao
Qualidade informação prestada seja correta e principalmente que vá ao encontro com o pretende
público na ouvir.” (Entrevistado 2, pág. 3)
108
perspetiva da “Assim, estamos a transmitir aquela confiança que o cliente quer sentir quando toma uma
lealdade ao decisão e por isso vai considerar o nosso serviço como sendo o melhor.” (Entrevistado 3,
serviço – pág. 1)
perspetiva do “Quer também que, o serviço que lhe está a ser fornecido seja de qualidade, no meu
cliente externo caso, se eu aconselhar uma empresa para realizar uma obra e esta execute o trabalho
de forma deficiente, o cliente não vai confiar mais na minha opinião nem na minha
capacidade de gerir este tipo de processos.” (Entrevistado 3, págs. 2,3)
“Hoje em dia o cliente procura perder o mínimo tempo possível e como sente que ao ligar
ou ao deslocar-se às nossas instalações está a despender do seu tempo “valioso”, quer
uma resposta e de preferência rápida.” (Entrevistado 4, pág. 3)
“A satisfação do cliente interno potencia a qualidade de serviço prestada ao cliente
externo e por isso, se o cliente interno for ficando insatisfeito ao longo do tempo, a
qualidade de resposta da empresa ao seu cliente final vai diminuindo.” (Entrevistado 5,
pág. 1)
“O cliente valoriza o primeiro contacto que tem com a empresa, a forma como é atendido
e recebido, e a capacidade que a pessoa que o está a atender tem para resolver o seu
problema ou responder às suas questões.” (Entrevistado 5, pág. 2)
“O cliente pretende que seja dada atenção aos seus problemas e necessidades. Não
gosta de ser menosprezado e valoriza o tempo despendido no seu atendimento. Gosta
de sentir que estamos realmente atentos ao que nos está a solicitar e a questionar para
lhe conseguirmos dar uma resposta clara e o mais rápido possível. O cliente também
valoriza muito a nossa sinceridade.” (Entrevistado 7, pág. 2)
“O mais importante, é sentir que o cliente vai ficar completamente esclarecido e para
isso, se necessário, tento explicar as vezes que forem necessárias e de todas as formas
possíveis tentando sempre mostrar simpatia pois, muitas vezes, mais importante do que
dizer aquilo que o cliente quer ouvir, é dizer o que temos a dizer mas de uma forma
cordial e preocupada para que sintam que estamos a fazer todos os possíveis para
resolver a situação em causa.” (Entrevistado 8, pág. 2)
“ (…) um serviço com qualidade passa também por isso, por sentir que o funcionário não
está a tentar enganá-lo e muito menos a despachá-lo.” (Entrevistado 8, pág. 2)
“Ser bem atendido, sentir que está a falar com alguém que sabe do que fala e que vai
resolver ou mesmo que não consiga, vai encaminhar bem o seu pedido ou problema.
Satisfação Sentir que a pessoa que o está a atender acredita realmente naquilo que está a vender e
não está a dizer apenas o que ele quer ouvir pois assim vai se sentir enganado e perder
toda a confiança quer na pessoa quer na empresa.” (Entrevistado 1, pág. 2)
109
“Um cliente satisfeito não reclama, elogia e isso dá força e ânimo para que nós,
funcionários, nos sintamos satisfeitos com o trabalho que fazemos.” (Entrevistado 1, pág.
3)
“ (…) Quando um cliente está satisfeito, normalmente torna-se mais compreensivo com
os problemas de mais difícil resolução ou com falhas que por vezes ocorrem.”
(Entrevistado 2, pág. 3)
“Um cliente satisfeito (…) torna-se um cliente presente e que volta. Cria-se normalmente
com estes clientes uma relação de proximidade (…) quanto melhor o conhecermos, mais
fácil é chegar até às suas necessidades.” (Entrevistado 5, pág. 3)
“ (…) um cliente satisfeito resulta em redução das reclamações e, consequentemente, do
volume de comunicações telefónicas, emails e cartas. “ (Entrevistado 6, pág. 3)
“Um cliente satisfeito conta a toda a gente que conhece a boa experiência que teve
recomendando a empresa e dando boas referências da mesma. Um cliente satisfeito é
um chamariz de novos clientes!” (Entrevistado 7, pág. 3)
“Quando os clientes estão satisfeitos, (…) vão publicitar o nosso trabalho junto de
familiares e amigos. É uma boa forma de a empresa aumentar a carteira de clientes, mas
o contrário também acontece. Quando os clientes não estão satisfeitos também passam
rapidamente a sua má experiência às pessoas que conhecem.“ (Entrevista 9, pág. 3)
“Para uns o mais importante é a nossa objetividade (…) outros precisam de mais
atenção… (risos) São pessoas que, ou pelo assunto ser mas delicado ou por
simplesmente gostarem de ser “apaparicados” (…) não se preocupam com o tempo que
perdem para isso. Mas há um ponto em comum, todos querem o assunto resolvido! Não
querem ter que se chatear mais com os problemas do Condomínio. (Entrevistado 10,
pág. 3)
“Ser educado e tentar criar empatia, estar atento e ouvir o que tem a dizer (…). Ser
preciso nas informações que dou para que existam poucas dúvidas e seja mais fácil de a
pessoa sentir confiança no meu atendimento e no serviço que estou a prestar.
(Entrevistado 1, pág. 2)
“Sentir que somos reconhecidos pelos clientes, faz-nos desenvolver sentimentos
Empatia
positivos para com eles e faz-nos querer dar cada vez mais de nós.” (Entrevistado 1, pág.
3)
“(…) os clientes externos poderão não ficar com uma opinião se se apercebem que existe
uma elevada rotação de funcionários. (…) duvidam se serão competentes para resolver
as situações” (Entrevistado 2, pág. 1)
110
“Aspetos fundamentais são a simpatia, recetividade e a simplicidade de quem está a
atender pois torna-se mais fácil para o cliente relacionar-se connosco e também será
mais fácil para nós irmos ao encontro daquilo que ele quer.” (Entrevistado 3, pág. 2)
“Aqui novamente é importante frisar a relação consumidor externo-cliente interno porque
se existir sintonia entre os dois, então claramente a empresa sairá beneficiada.”
(Entrevistado 4, pág. 3)
“Na minha opinião, quem é atendido procura igualmente simpatia e boa educação, mas
para além disso procura que as suas questões sejam respondidas ou que o seu
problema seja resolvido, de preferência no imediato.” (Entrevistado 4, pág. 3)
“Dou principal importância à atenção para com o cliente, à simpatia e tentar ser o mais
prestável possível por forma a deixar sempre o cliente satisfeito. (…) O cliente quer ter
atenção, quer ser compreendido e esclarecido na maioria dos casos, por isso, valoriza
um atendimento simpático, cuidado, assertivo e que lhe transmita uma sensação de
confiança. (Entrevistado 5, pág. 2)
“Na minha postura, tento ser cordial, educada, simpática e bem-disposta. Às vezes, se o
cliente vem com uma postura de defesa e insatisfação, demonstrar cordialidade e bom
humor a informar pode ser uma forma de quebrar o gelo.” (Entrevistado 6, pág. 2)
“Tento demonstrar preocupação com o problema ou dúvida que me estão a apresentar
para que sintam mais empatia comigo e talvez não “reclamem tanto”.” (Entrevistado 8,
pág. 2)
“Lidar com diferentes tipos de pessoas não é fácil, umas vão mais ao encontro da nossa
personalidade do que outras e, por isso, torna-se desafiante para mim tentar relacionar-
me de forma positiva com o maior numero de pessoas e resolver o maior número de
problemas.” (Entrevistado 8, pág. 3)
“Claro que os clientes não são todos iguais e, por isso, muitas vezes torna-se difícil ser
simpática e atenciosa, principalmente quando são rudes ou menos simpáticos... Mas
temos que o ser, faz parte das nossas funções enquanto profissionais.” (Entrevistado 9,
pág. 2)
“Os clientes valorizam a simpatia, a educação, a boa-disposição e, acima de tudo, a
preocupação e disponibilidade para resolver os problemas.” (Entrevistado 9, pág. 3)
“Quando atendo um cliente tento ser o mais simpática possível. Tento perceber o mais
possível aquilo que ele quer e tento transmitir confiança para que ele se sinta à vontade
comigo pois, só dessa forma, ele me vai ajudar a ir ao encontro daquilo que quer.”
(Entrevistado 10, pág. 2)
111
“Dar boas notícias aos clientes é sem dúvida o que mais gosto. Quando as pessoas
estão contentes com o nosso trabalho são mais recetivas ao que temos para dizer.”
(Entrevistado 10, pág. 3)
“A sinceridade, a humanidade, a capacidade de falar com o mesmo tipo de linguagem
(seja um licenciado ou um mestre de obras) são caraterísticas que uma pessoa que está
a atender tem que possuir. Gerir expectativas é o maior desafio neste mercado, tendo em
conta que há muitas variáveis externas” (Entrevistado 3, pág. 2)
“Considero que o cliente deve ser devidamente ouvido, tem que lhe ser prestada toda a
atenção para que lhe seja oferecido exatamente aquilo que ele pretende. Caso não seja
possível satisfazer o que ele quer no momento, o assunto deve ser pensado para que se
possa encontrar a melhor solução.” (Entrevistado 3, pág. 2)
Comunicação “No atendimento ao cliente é fundamental centrar todas as atenções nele por forma a
cliente interno – conseguir perceber exatamente quais os motivos do contacto que está a ser efetuado.
cliente externo Pode ser um pedido de informação, uma reclamação, uma sugestão, mas há sempre um
motivo para o contacto com a empresa e é esse motivo que deve ser percebido durante o
atendimento, caso contrário não é possível ajudar nem resolver a questão.” (Entrevistado
5, pág. 2)
“Quando atendo um cliente tento sempre ouvi-lo e criar empatia com ele. O cliente tem
que sentir que está a ser compreendido e as suas necessidades estão a ser entendidas.
A meu ver, o fato de nos mostrarmos realmente interessados nos problemas e questões
que nos estão a apresentar vai fazer com que sintam mais confiança no nosso trabalho.”
(Entrevistado 7, pág. 2)
“ (…) no atendimento, é a pessoa que está a atender que está a dar a cara pela empresa,
é ela quem dá todas as informações que vão pesar na decisão do cliente e, por isso tem
que se sentir motivada e acreditar no produto que está a vender.” (Entrevistado 1, pág. 1)
“Numa forma geral, diria que a qualidade do serviço é influenciado por fatores individuais
Atendimento ao das pessoas que os prestam, tudo depende do indivíduo.” (Entrevistado 2, pág. 2)
público e serviço “O problema de muitas empresas é que pensam nos trabalhadores como apenas mais
Satisfação
prestado na um e que se esse não estiver contente, haverá sempre outro que ficará contente em
interna/motivação aceitar o trabalho. Isto leva a que empresas possam ter problemas de produtividade
perspetiva da
organização desnecessariamente, pois bastaria um pouco de interesse para que tudo funcionasse
melhor.” (Entrevistado 2, pág. 4)
“Claro que, o facto de o dia estar a correr melhor ou pior para o colaborador, vai
influenciar o serviço prestado (ainda que ele tente contrariar isso).” (Entrevistado 3, pág.
2)
112
“Numa empresa relativamente pequena como é o caso da nossa, basta um colaborador
não estar satisfeito que toda a dinâmica de trabalho é afetada.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“Para isso, tem de haver um bom ambiente e motivação dentro da empresa, entre
colegas, para que a qualidade do atendimento seja o melhor possível e que a imagem da
empresa seja positiva.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“Eu penso que a qualidade do serviço prestado está dependente da pessoa que o presta.
Se a pessoa acreditar no seu serviço e se estiver minimamente feliz com o trabalho,
então a qualidade será superior.” (Entrevistado 4, pág. 2)
“A Gestão de Recursos Humanos é complexa, estratégica e requer muita atenção para
antever o que sua empresa e funcionários precisam para desenvolver um bom trabalho.
A mudança e a inovação passam por pessoas preparadas e motivadas.” (Entrevistado 5,
pág. 4)
“Se os colaboradores das empresas se sentirem motivados, tiverem condições a nível de
espaço de trabalho, estiverem bem preparados e bem informados sobre a empresa e os
seus objetivos (com formação, sem dúvidas), transmitem uma postura segura ao cliente
(ou possível cliente). (…) Se os clientes internos não estiverem satisfeitos nas suas
necessidades (individuais e coletivas), não conseguem fazer um bom trabalho externo
nem refletem isso nas suas ações (captar a atenção, fidelizar).” (Entrevistado 6, pág. 1)
“Se os colaboradores estiverem cada vez mais motivados e satisfeitos com o ambiente
onde estão inseridos e se a empresa tiver como objetivo otimizar os resultados (…) será
possível notar melhorias ao nível do clima organizacional e na postura do colaborador
perante o cliente ou potencial cliente. Os funcionários, estando harmonizados com os
objetivos da empresa, sentir-se-ão e como aliados ao sucesso e serão um elo entre o
cliente e o serviço.” (Entrevistado 6, pág. 5)
“O fato de um colaborador estar com qualquer problema pessoal e/ou familiar vai fazer
com que tenha menos paciência (…) o oposto também se verifica (risos). Quando um
funcionário está extremamente bem-disposto por algo positivo (…) isso vai passar para o
cliente pois vai ser melhor atendido.” (Entrevistado 7, pág. 2)
“Se o cliente interno não estiver bem enquadrado na empresa, vai ser mais difícil para a
empresa conseguir ir ao encontro dos seus clientes.” (Entrevistado 8, pág. 1)
“Por exemplo, o fato de um funcionário estar a atravessar uma fase menos boa na sua
vida pessoal, provavelmente vai fazer com que tenha menos paciência para lidar com os
problemas apresentados pelos clientes, não vai ter tanta capacidade de resposta e o seu
serviço pode não ser tão transparente quanto é habitual.” (Entrevistado 8, pág. 2)
113
“Se a GRH não estiver atenta aos problemas dos funcionários e não for capaz de pelo
menos os tentar minimizar, o serviço vai ter muito menos qualidade do que um serviço
prestado por pessoas que estão bastante satisfeitas com o seu trabalho e que sentem
consideração por aquilo que fazem diariamente.” (Entrevistado 8, pág. 5)
“O cliente interno se estiver bem formado e motivado para executar as suas funções vai
prestar um serviço melhor, com mais qualidade. Tem mais facilidade em chegar ao que o
cliente quer e vai conseguir resolver a questão. Funcionários motivados fazem clientes
felizes e satisfeitos.” (Entrevistado 9, pág. 1)
“A falta de meios da empresa, o colocar a vida pessoal à frente da profissional, o não se
sentir devidamente remunerado tendo em conta o trabalho desempenhado são algumas
das razões que influenciam o serviço prestado aos clientes. E, principalmente numa
empresa que presta serviços, quando o dia não está a correr tão bem como seria
desejado, quando se está doente ou simplesmente há menos paciência, isso vai afetar a
forma como os clientes vão ser atendidos, podendo estes não ficar satisfeitos e por isso
que não optar mais por essa empresa.” (Entrevistado 1, pág. 2)
“No atendimento é preciso ter capacidade para ouvir os clientes que, muitas vezes, não
são tão educados ou acessíveis como deviam. É também preciso ter um pouco de
capacidade de persuasão (…)” (Entrevistado 1, pág. 2)
“Assumindo que os funcionários são corretamente recrutados, o serviço deverá ser
prestado de acordo com as políticas da empresa, tendo em consideração a sua filosofia e
Fatores-chave que valores. Como tal, a qualidade deverá depender destes fatores e não necessariamente
influenciam a de outros fatores.” (Entrevistado 2, pág. 2)
qualidade “Por muito que se privilegie a simpatia, a educação, um atendimento cordial, uma
prestação correta das informações e se tente ser o mais útil e célere na resolução das
questões a realidade é que normalmente isso não acontece porque não há poder nem
disponibilidade para tal, e muitos de nós por sabermos isso mesmo, até tentamos
compensar na simpatia no atendimento.” (Entrevistado 2, pág. 2)
“Mesmo que o empregador não se foque na satisfação do seu staff, desde que a equipa
se dê bem e que queira o melhor para a empresa, toda a estratégia estará bem definida,
porque os objetivos dos colaboradores são os corretos.” (Entrevistado 4, pág. 1)
“Fora isso, destaco novamente o ambiente da equipa, o respeito entre todos (incluindo
clientes), a motivação monetária (claro que é sempre importante), etc.” (Entrevistado 4,
pág. 2)
“Quando atendo penso sempre que o cliente não pode perceber que estou com
problemas ou mal disposta, por isso privilegio primeiro a simpatia e respeito pelo cliente.
114
Depois procuro ajudar o máximo possível e de preferência resolver e responder às
questões colocadas.” (Entrevistado 4, pág. 2)
“O cliente interno pode considerar-se prévio ao cliente externo, sendo como uma
antecâmara da opinião que, no final, o cliente externo terá do produto ou serviço da
empresa. Tendo em conta a qualidade do serviço que o cliente interno recebe, é possível
termos uma ideia da qualidade que proporcionará ao cliente externo.” (Entrevistado 5,
pág. 1)
“A credibilidade da empresa e a sua capacidade de resposta são fatores que podem
alterar o serviço prestado. Um cliente para se sentir seguro tem que ter bases confiáveis
e pessoas que lhe transmitam empatia e o façam perceber através de exemplos
concretos que será bem servido e que não terá motivos para reclamar.” (Entrevistado 5,
pág. 2)
“A comunicação entre a empresa e o cliente é fundamental para garantir que ambas as
partes são conhecedoras daquilo que cada parte pretende. (…) o estado de espírito da
pessoa que está a atender influencia, em grande parte, o seu serviço. Se estiver irritada,
triste ou chateada vai ter menos paciência para o cliente, não vai ser tão simpática e vai
tentar “despacha-lo” mais rápido acabando por prestar menos atenção ao seu problema”.
(Entrevistado 5, pág. 2)
“As organizações têm que ter a consciência que gerir pessoas não é só cuidar de
métodos e instrumentos de trabalho. É entender que, por exemplo, a família dos
trabalhadores atua de forma direta e indireta na sua produtividade. A GRH deve ser
capaz de ver além de instrumentos de trabalho, deve conseguir ver as pessoas…
Pessoas que todos os dias passam por episódios bons e maus e isso vai influenciar a
sua prestação.” (Entrevistado 5, págs. 4,5)
“Se forem demonstradas as mais-valias da empresa sobre as funções ou atividades e se
houver uma mentalidade da qualidade do serviço por parte dos empregados, este
impacto em relação ao cliente é importante.” (Entrevistado 6, pág. 1)
“A própria empresa, a nível coletivo (seja por perda de clientes ou de colaboradores),
poderá passar por fases menos positivas… Mas isso implica uma maior união e
transmissão de segurança, ao cliente.” (Entrevistado 6, pág. 2)
“O colaborador pode também, a nível individual, ter tido uma dificuldade de
relacionamentos ou tarefas pessoais. Não obstante poder estar com uma dificuldade
acrescida, não pode passar essa tensão para o cliente, sob pena de descarregar as suas
frustrações para o mesmo.” (Entrevistado 6, pág. 2)
115
“O cliente interno permite à empresa criar todas as condições para satisfazer os desejos
e vontades do cliente. É o cliente interno quem está mais próximo do cliente, é ele quem
melhor conhece as sua potências dúvidas e pode ir ao seu encontro (…) É também o
cliente interno que tem a capacidade de transmitir ao cliente aquilo que quer, isto é, pode
“manipular” de certa forma o cliente mostrando-lhe as mais-valias da sua empresa e
escondendo um pouco as suas limitações.” (Entrevistado 7, pág. 1)
“O serviço é afetado por várias situações. A organização e clareza do trabalho são
fatores internos que afetam em grande escala o serviço. Numa empresa desorganizada e
com pouca definição de tarefas torna-se confuso para cada um dos trabalhadores saber
o tem que fazer.” (Entrevistado 8, pág. 1)
“O serviço é principalmente afetado pela pessoa que o está a prestar e, por isso, essa
pessoa tem um peso enorme na qualidade do serviço. A GRH como departamento
responsável pelas pessoas da empresa vai definir a qualidade do serviço que está a ser
oferecido ao cliente.” (Entrevistado 8, pág. 4)
“Claro que os clientes não são todos iguais e, por isso, muitas vezes torna-se difícil ser
simpática e atenciosa, principalmente quando são rudes ou menos simpáticos... Mas
temos que o ser, faz parte das nossas funções enquanto profissionais.” (Entrevistado 9,
pág. 3)
“ (…) o funcionário pode estar sob uma pressão e stress de trabalho que não permitem
que apresente a sua “melhor cara” (…) isso também pode acontecer do outro lado.”
(Entrevistado 10, pág. 2)
“Um cliente que está satisfeito não muda e promove junto de outros o nosso serviço,
fazendo com que rapidamente haja mais pessoas a procurar-nos. Isso é bom para nós
mas principalmente para a empresa que irá atingir melhores resultados.” (Entrevistado 1,
pág. 3)
“Se o cliente estiver satisfeito as principais mais-valias é que votará a favor da empresa,
que falará bem da empresa e aconselhará a empresa aos seus conhecidos, o que poderá
traduzir em novos clientes e mais receitas.” (Entrevistado 2, pág. 3)
Publicidade
“A memória do cliente vai sempre marcar a empresa e o colaborador! Se essa memória
for positiva, o cliente vai elogiar o nosso trabalho e aconselhá-lo a outros, se for negativa,
vai criticar e de certeza que não irá querer que continuemos a prestar os nossos serviços.
(…) Um cliente satisfeito, para além de solicitar muitos mais serviços, é a melhor
publicidade que a empresa pode ter.” (Entrevistado 3, pág. 3)
“O cliente tem de estar sempre satisfeito e acho que nenhuma empresa procura o
contrário, não é? Se o cliente estiver satisfeito, a empresa é divulgada junto de outros
116
possíveis clientes que irão à procura da empresa com uma perspetiva positiva da
mesma. A principal mais-valia é o aumento de clientes, mas por outro lado isso faz com
que se crie mais pressão na empresa para corresponder às expectativas que os novos
clientes trazem.” (Entrevistado 4, pág. 3)
“Os clientes satisfeitos recomendam os nossos serviços a amigos e familiares e dão as
melhores referências relativamente ao nosso trabalho. No entanto se estiver insatisfeito,
é o primeiro a querer destituir a empresa e vai passar a informação de que não é uma
empresa competente. Como tal, é importantíssimos que os clientes esteja satisfeitos.”
(Entrevistado 5, pág. 3)
“Se os clientes estiverem satisfeitos, há uma maior probabilidade de retenção dos
mesmos e de divulgação do serviço entre o cliente e familiares/amigos/colegas de
trabalho. Na área da administração de condomínios, as empresas são muito procuradas
pelo “passa a palavra” e pela divulgação.” (Entrevistado 6, pág. 3)
“Vai passar a palavra aos conhecidos que possivelmente com as boas referências vão
passar a ser nossos clientes. Um cliente satisfeito é uma ótima publicidade para a
empresa e é também uma motivação para que a empresa internamente funcione (…) o
que nos dá ânimo para fazer cada vez mais e melhor.” (Entrevistado 8, pág. 3)
“Se o cliente está satisfeito vai ser um cliente fiel, não vai tentar arranjar empresas que
substituam os nossos serviços e vai tentar convencer aqueles que estão mais
insatisfeitos. (…) Um cliente satisfeito é uma ótima publicidade para a empresa e é
também uma motivação para que a empresa internamente funcione melhor pois quando
estão satisfeitos, os clientes elogiam o nosso trabalho o que nos dá ânimo para fazer
cada vez mais e melhor.” (Entrevistado 8, pág. 3)
“Quando o cliente está satisfeito, para além do volume de reclamações ser bastante
menor – dá-nos mais tempo para outras funções – os clientes vão publicitar o nosso
trabalho junto de familiares e amigos. É uma boa forma de a empresa aumentar a
carteira de clientes, mas o contrário também acontece. Quando os clientes não estão
satisfeitos também passam rapidamente a sua má experiência às pessoas que
conhecem.” (Entrevistado 9, pág. 3)
“A importância da GRH começa logo na contratação que deve ter como base a
experiência, competência e aptidão do funcionário para desenvolver as tarefas para as
Estratégias de Recrutamento e quais está a ser contratado. (…) Deve haver um estudo prévio das necessidades da
RH seleção empresa para que as pessoas a serem contratadas tenham as competências necessárias
para as tarefas que vão executar e que saibam de antemão quais é que vão ser essas
tarefas e não ficarem desapontadas.” (Entrevistado 1, pág. 4)
117
“Na contratação dos funcionários deve haver uma preocupação da parte da empresa em
tentar contratar a pessoa mais adequada para o cargo (…) primeiro tem que definir bem
o que precisa e, através de vários métodos estar pronta para escolher alguém que se
adeque ao perfil.” (Entrevistado 3, pág. 4)
“A gestão dos recursos humanos da empresa também é responsável por uma parte
importante, a seleção dos novos funcionários Numa empresa que lida diretamente com
pessoas, com os clientes, o funcionário tem que ser bastante comunicativo e ter certas
caraterísticas importantes para as funções que vai executar, por isso, o processo de
contratação deve ser bem preparado.” (Entrevistado 10, pág. 4)
“é necessário que os procedimentos tenham sido assimilados e tenha sido dada uma
formação adequada para que o cliente seja sempre tido em consideração e que a sua
satisfação seja de acordo com as políticas da empresa.” (Entrevistado 2, pág. 1)
“Dar formação adequada, ensinar, dar feedback e recebê-lo parece-me importante não
só para que os trabalhadores possam crescer e evoluir mas também para que o negócio
cresça e evolua.” (Entrevistado 2, pág. 4)
“A gestão dos recursos humanos tem bastante peso na qualidade do serviço prestado e,
para melhorar cada vez mais, deve apostar na boa formação aos novos funcionários.”
(Entrevistado 2, pág. 5)
“Um colaborador que tenha uma boa formação e conhecimento relativamente ao serviço
que está a prestar, não poderia de forma alguma levar o cliente a tomar uma decisão que
não fosse a mais adequada.” (Entrevistado 3, pág. 1)
Formação e “ (…) é necessário que a gerência defina objetivos para um bom atendimento e uma boa
desenvolvimento qualidade de serviços, nem que tenha de haver formação interna para que esses
objetivos sejam cumpridos.” (Entrevistado 4, pág.4)
“Ações de formação interna, workshops e atividades de encontro (fora do horário de
expediente) dos funcionários nomeadamente atividades desportivas.” (Entrevistado 6,
pág. 5)
“O cliente interno se estiver bem formado e motivado para executar as suas funções vai
prestar um serviço melhor, com mais qualidade. Tem mais facilidade em chegar ao que o
cliente quer e vai conseguir resolver a questão.” (Entrevistado 9, pág. 1)
“Estando bem seguro no atendimento (resultado de uma boa formação e trabalho
interno), o funcionário vai defender o seu serviço e vai saber direcioná-lo da melhor forma
para cada tipo de cliente.” (Entrevistada 10, pág. 1)
“São pessoas que prestam a maior parte do serviço por isso quem as gere tem muita
interferência nisso. (…) Tem a função de motivar os funcionários, fazer de tudo para que
118
estejam bem no seu local de trabalho e façam tudo o que está ao seu alcance para
oferecer o melhor serviço aos clientes.” (Entrevistado 10, pág. 5)
“ (…) é necessário que haja alguém que de alguma forma se preocupe com o assunto e
tente perceber as dificuldades e “queixas” dos trabalhadores.” (Entrevistado 2, pág. 4)
“A GRH é responsável por zelar pelo bom ambiente dentro da organização e pela
satisfação de cada um dos colaboradores. Podem fazer inquéritos de satisfação aos
colaboradores e estudar quais os pontos que precisam de ser melhorados e quais as
medidas a implementar para o efeito.” (Entrevistado 5, pág. 4)
“ (…) nada melhor do que o departamento de recursos humanos para ajudar. É o
departamento que melhor conhece os funcionários e que melhor os pode incentivar, quer
através de compensação do trabalho executado, quer por conseguir perceber melhor
quando um trabalhador não está a 100% e necessita de ajuda. Muitas vezes os
funcionários têm algumas reservas em falar abertamente com os superiores e por isso é
que o departamento de recursos humanos se torna tão importante.” (Entrevistado 8, pág.
4)
Avaliação de “Se o problema estiver no ambiente laboral, a empresa deve incentivar o convívio entre
desempenho todos os colaboradores. Almoços, jantares, jogos de futebol, piqueniques… Mas deve
agir para evitar que esse mau ambiente afete o trabalho. Quando se tratam de problemas
pessoais, devem compreender e ajudar no que estiver ao seu alcance.” (Entrevistado 9,
pág. 4)
“Quando o problema passa pela desmotivação a nível financeiro, devem estudar o caso e
ponderar dar recompensas monetárias ao colaborador.” (Entrevistado 9, pág. 4)
“Mas, para isso, é necessário que exista por parte da empresa, um acompanhamento
firme do trabalho efetuado por cada funcionário e que, dependendo desse trabalho
motive, ajude quando necessário e tenha consideração individual por trabalhador.”
(Entrevistado 10, pág. 1)
“O marketing interno serve para melhorar a performance dos trabalhadores e, os
trabalhadores são os recursos humanos da empresa. Automaticamente, quem gere os
recursos humanos deve também, estar atento ao seu desempenho, se está a ser bom ou
mau e perceber o porquê.” (Entrevistado 10, pág. 4)
Gestão de “Deve haver sempre nas empresas (…) que esteja atento aos comportamentos dos
funcionários, que os conheça e que saiba se estão a dar o seu melhor e, se não estão,
competências tente perceber o porquê para conseguir combater isso e arranjar a melhor maneira de o
(retenção) ajudar.” (Entrevistado 1, pág. 3)
119
“O cliente interno surge novamente nos colaboradores, neste caso numa perspetiva mais
crítica talvez, porque assim como os clientes externos têm opiniões e sugestões a dar
para alterações futuras, também o colaborador tem uma palavra a dizer, talvez até mais.”
(Entrevistado 4, pág. 1)
“Os recursos humanos correspondem ao setor que devem encontrar colaboradores
(quando necessário) que se adequem à postura e objetivos da empresa e que, de forma
periódica, questionem os colaboradores sobre a reestruturação da empresa e coisas que
podem ser mudadas.” (Entrevistado 6, pág. 4)
“A gestão dos recursos humanos relaciona-se com o marketing interno no sentido em eu
permite a obtenção de indicadores de motivação e de performance dos colaboradores e,
assim, criar melhores condições dentro da empresa.” (Entrevistado 7, pág. 4)
“Deve existir sempre alguém que esteja atento às pessoas que fazem parte da empresa
pois não são máquinas de trabalho, são seres humanos e, muitas vezes, necessitam de
um abanão ou de alguma motivação.” (Entrevistado 8, pág. 4)
“Os responsáveis pela gestão dos RH devem (…) promover o convívio entre todos, a
comunicação, deve valorizar as opiniões, boas e más, e periodicamente analisar o que
está bem e o que está mal. Em conjunto com os funcionários que (…) arranjar soluções
para os problemas e demonstrar preocupação com cada pessoa individualmente.”
(Entrevistado 10, pág. 4)
“Se forem bem integrados na empresa e devidamente compensados pelo contributo que
dão (e não só monetariamente), os funcionários acreditam com mais certeza no trabalho
que fazem e na empresa que representam.” (Entrevistado 3, pág. 4)
“Oferecer bons benefícios extrassalariais ou prémios de desempenho, comemoração de
datas especiais e convívios fora do ambiente profissional.” (Entrevistado 5, pág. 4)
“Muitas vezes os funcionários dão mais do que o que seria “obrigatório” e sentem-se
desconsiderados pela empresa que por vezes não valoriza os seus esforços.”
Gestão de
(Entrevistado 8, pág. 4)
recompensas “ (…) os funcionários devem ser recompensados pelo seu trabalho e, às vezes, até
precisam de alguma motivação para fazerem melhor o seu serviço. Essa motivação
cresce com compensações financeiras (pagamentos dos salários a horas e prémios
regulares por bom desempenho) mas também, com compensações ao nível da
consideração pelo trabalho feito.” (Entrevistado 8, pág. 4)
“A gerência deve perceber se os funcionários estão a fazer o melhor serviço e, caso
estejam, compensá-los pelo esforço e dedicação. Caso não estejam, deve perceber a
120
origem o problema para poder intervir. Podem ser questões pessoais ou familiares, mas
também pode ser falta de motivação e de valorização.” (Entrevistado 9, pág. 3)
“Ajudar a melhorar sempre que alguma coisa não está bem e felicitar quando o trabalho é
bem feito e quando os funcionários se esforçam pelo bem da empresa.” (Entrevistado 10,
pág. 4)
“A gestão dos recursos humanos também deve ter a responsabilidade e o cuidado em
saber quando os funcionários merecem uma recompensa pelo trabalho e esforço que
estão a fazer, quer seja através de palavras motivadoras quer seja por prémios
monetários.” (Entrevistado 10, pág. 4)
“O funcionário sabendo a quem deve recorrer em questões relacionadas com salário,
faltas e férias está mais descansado e liberto para pensar nas tarefas que tem que
desenvolver.” (Entrevistado 1, pág. 3)
“O processamento atempado de salários, a elaboração de um mapa de férias dos
funcionários que permita a organização de todos, gestão das férias de funcionários do
mesmo departamento para evitar que haja sobrecarga de trabalho para os que ficam na
empresa e resposta atempada às solicitações dos funcionários para evitar que estes se
sintam desconsiderados e desmotivados na execução das suas tarefas.” (Entrevistado 1,
pág. 4)
“ (…) é necessário que as estratégias de GRH vão nesse sentido, perceber o dia-a-dia,
perceber de que forma os processos estão desatualizados, ouvir as opiniões e sugestões
Estratégias na dos trabalhadores e isso faria com que as estratégias fossem mais direcionadas e assim
com mais probabilidade de sucesso.” (Entrevistado 2, pág. 5)
lógica do cliente
“A influência dos valores da empresa também é uma estratégia de motivação (…). A
interno gerência é quem mais acredita no projeto e quem transmite a vontade de manter a boa
reputação (…). Tem ideias empreendedoras que poderão levar a empresa a uma
referência no mercado dos condomínios a nível nacional. (Entrevistado 3, pág. 4)
“A opinião do cliente interno tem de ir ao encontro das necessidades do cliente “externo”,
isto porque as fragilidades e ameaças são recebidas e anotadas pelo cliente interno que
tomará as devidas medidas para as transformar em pontos fortes e oportunidades para a
empresa.” (Entrevistado 4, pág. 2)
“Sendo que o serviço prestado é feito por pessoas e para pessoas, obviamente que a
GRH tem todo o peso na qualidade. Sem uma boa GRH não há qualidade no serviço
prestado.” (Entrevistado 4, pág. 5)
“ (…) intervenção de cada empresa para motivar os seus funcionários e para os fazerem
sentir realmente parte da mesma e valorizados pelo seu trabalho. Podem ser métodos
121
motivacionais, ações envolvendo os familiares, formações específicas, valorizações
pessoais e atividades para que o ambiente no trabalho seja sempre favorável para o
colaborador.” (Entrevistado 5, pág. 1)
“Realização de reuniões periódicas para troca de experiências (…) ” (Entrevistado 6, pág.
5)
“ (…) a gestão dos recursos humanos é imprescindível para o bom funcionamento de
toda a empresa, pois todos os processos passam sempre por, pelo menos, uma pessoa
e se esta tiver sido bem escolhida para o cargo, não for corretamente formada para as
funções que vai desempenhar ou simplesmente não estiver motivada com o seu trabalho,
o seu serviço não terá tanta qualidade quanto teria se o departamento de gestão dos
recursos humanos estivesse atento a estas falhas e tivesse agido.” (Entrevistado 7, pág.
4)
“Boas estratégias de gestão de recursos tais como o bom recrutamento dos recursos
humanos, a criação de iniciativas de team building, uma formação contínua dos
colaboradores e a existência de controlo sobre a satisfação dos colaboradores.”
(Entrevistado 7, pág. 4)
“A GRH deve estar a tenta a estas situações, alertar quando um colaborador está menos
motivado e tentar perceber exatamente o que se passa para poder ajudar. Para isso,
considero que seja importante uma grande interação entre os colegas de trabalho e para
isso a GRH pode promover atividades e convívios fora do ambiente de trabalho.”
(Entrevistado 8, pág. 4)
“ Uma empresa que aposte na qualidade dos seus colaboradores e que vai adotar
estratégias para melhorar a performance dos seus funcionários, vai ser capaz de oferecer
aos seus clientes serviços com maior qualidade.” (Entrevistado 9, pág. 1)
“As estratégias de marketing interno são direcionadas aos recursos humanos. Cabe ao
gestor dos recursos humanos perceber as necessidades dos funcionários que podem, e
devem, ser satisfeitas com um acompanhamento mais presente e personalizado.”
(Entrevistado 9, pág. 3)
“Se sempre que existir um problema ou uma dificuldade houver intervenção, os
funcionários vão ser mais capazes de ir ao encontro daquilo que lhes é pedido, vão estar
melhor preparados, mais focados e motivados para contribuir que a empresa funcione
bem e em sintonia.” (Entrevistado 9, pág. 4)
“Marketing direcionado para a empresa, marketing direcionado para os trabalhadores das
empresas, para que eles acreditem - tanto ou mais que o próprio cliente – no serviço que
estão a oferecer.” (Entrevistado 10, pág. 1)
122
“Podem ser utilizadas estratégias para melhorar o relacionamento interno, convívios com
o pessoal que aumentem o nível de confiança entre todos; acompanhamento das
dificuldades sentidas no dia-a-dia e procurar constantemente formas para ultrapassar
essas dificuldades; reuniões com os departamentos para que sejam ouvidas as opiniões
de cada trabalhador para que todos, em conjunto, consigam levar a empresa cada vez
mais longe.” (Entrevistado 10, pág. 5)
123
E3
E3, Revista de Economia,
Empresas e Empreendedores
na CPLP
3 E-mail: Resumo
wtoneli@yahoo.com.br;
Esta pesquisa tem como proposta levantar os diversos
FUNORTE
significados do endomarketing, uma vez oriundo do
marketing tradicional, o mesmo evoluiu para promover a
comunicação interna entre administração, colaborador e
seus elementos que compõem a gestão do endomarketing,
objeto de estudo onde a análise aborda identificar os
elementos comportamentais que integram o
endomarketing na sua funcionalidade, em observação de
sua percepção da influencia da gestão estratégia de
endomarketing e mudanças perceptivas traduzidas no
empenho da eficacia do endomarketing para com a
valorização do capital humano revelada sob a ótica do
colaborador sobre clima organizacional e cultura
organizacional, motivação, satisfação e
comprometimento, características estas ambientadas na
organização em questão.
Abstract
This research has proposed raising the various meanings of
endomarketing a derived rather than traditional marketing, it has
evolved to promote internal communication between management,
employees and their component elements of internal marketing
management, where the object of study analysis approaches to identify
the behavioral elements that comprise the internal marketing in its
functionality, in observation of their perception of the influence of
internal marketing management strategy and perceptual changes
reflected in the commitment of the effectiveness of internal marketing
towards the enhancement of human capital revealed from the
perspective of employees on organizational climate and culture
organization, motivation, satisfaction and commitment, these
characteristics acclimated in the organization in question.
Nesta época, onde as instituições evidenciam cada vez mais a realidade dos objetivos e metas
almejados num mundo competitivo, os processos e ações de comunicação interna buscam
propagar sua mensagem a seus colaboradores gerando um clima organizacional favorável ao
entendimento da informação, transmitida de forma coletiva.
Segundo Chiavenato (2009), a gestão de pessoas, mediante suas atribuições tem como
responsabilidade a execução de alguns processos básicos da sua função, sendo eles: atrair;
atribuir, desenvolver, recompensar, fidelizar e monitorar pessoas, são eles:
A esses processos administrados pela gestão de recursos humanos, remete uma comunicação
objetiva e orientada aos objetivos da empresa junto aos colaboradores, com intuito dos
mesmos se comprometerem com a organização, agregando assim qualidade e excelência,
tanto no processo produtivo, quanto no produto final.
As organizações buscando aprimorar cada vez mais, a consideração de seus colaboradores
como clientes internos, utiliza-se da gestão estratégica de pessoas, para descobrir e reter
talentos, motivando-os e direcionando-os para os objetivos que a organização deseja
alcançar.
Bekin (2004) defende que “ações de marketing voltadas para o público interno da empresa,
com o fim de promover entre seus funcionários e departamentos valores destinados a servir
o cliente”.
O endomarketing tem sua ramificação do marketing tradicional, conforme Bekin (1990), seu
criador, que explicita o termo em seu livro “Fundamentos do Endomarketing”. A palavra
“endo”, do radical grego, que dizer “movimento para dentro”, onde se traduz no
endomarketing e sua funcionalidade interna na organização, tendo como público alvo os
colaboradores e demais agentes internos da organização.
Fundamentos do endomarketing
Vender o produto para seu cliente interno é tão importante quanto vender para o cliente
externo, a prática do endomarketing, derivada do marketing tradicional possibilita às
organizações estreitarem seus relacionamentos junto aos seus colaboradores.
Segundo Kotler e Keler (2006), uma organização pode usufruir de um excelente serviço de
marketing, contudo, não significa acerto nessa área, para se obter sucesso é importante a
percepção dos clientes por parte dos demais setores.
O envolvimento dos colaboradores junto à organização favorece uma sincronia dos objetivos
da mesma, tornando propício a diminuição de obstáculos a mudanças na empresa.
Tanto o cliente interno, quanto o cliente externo, exprimem sua confiança na organização
devido ao endomarketing.
Segundo Brum (2005), para as organizações existe uma necessidade constante de mudança
em suas marcas, produtos e serviços, mudança esta, que estabelece diferenciação e
consequentemente o torna mais competitivo no mercado, consoantemente é necessário tal
abrangência de esforços na valorização dos colaboradores, com objetivo implícito de torná-
los mais motivados e consequentemente satisfeitos.
Para Brum (2007), as organizações que fazem uso da prática do endomarketing, evidenciam,
no decorrer do processo, um total clima de entusiasmo, consequência esta, observada nas
transformações positivas da sua prática na organização.
As empresas têm investido muito em adotar diferenciais competitivos, para oferecer seus
produtos e serviços, com isso, os investimentos em recursos humanos da empresa resumem-
se em uma ferramenta de gestão estratégica, onde se investe em capacitação, condicionando
o colaborador a uma evolução profissional, resultando em melhorias que se refletem no trato
interno, atendimento e atenção para com o cliente.
Ainda conforme o autor supracitado (1994), os clientes internos na figura dos colaboradores,
sofrem diretamente a influência da cultura da organização, absorvendo seus valores, contudo,
a percepção das informações que os indivíduos necessitam, divide-se em dois tipos:
1) Precisam estar cientes da organização como um todo, seus valores, conceitos, visão,
missão e objetivos, bem como sua participação na organização como agente transformador;
2) Precisam estar cientes dos benefícios, treinamentos e capacitações, remuneração, avaliação
de produtividade e valorização hierárquica.
A compreensão da organização, bem como seu aspecto gerencial, devem ser voltados para
um objetivo bem definido, onde os colaboradores serão os agentes ativos na construção e
fomentadores dos objetivos da empresa, notadamente, orientados pelo setor de Recursos
Humanos.
Para Kotler (2000), o endomarketing emoldura-se de uma ferramenta de parceria com o setor
de Recursos Humanos, que exerce papel de doutrinação e determinação dos colaboradores,
objetivando uma excelência no atendimento do serviço prestado.
Para Ponchirolli, (2000), o que forma a parte mais importante do valor de uma empresa são
as estratégias desenvolvidas para recruta, desenvolvimento e recompensa dos colaboradores.
A organização coesa adquire uma identidade onde a mesma é compartilhada por todos,
contudo, deve-se sempre mensurar os fatores que determinam que essa identidade seja
positiva para benefício da organização e seus elementos participantes, ou seja, a gestão
estratégica de pessoas deve ser voltada também para determinar a medida de seus objetivos,
se estão trabalhando de forma continuada.
Segundo Moutella (2005), a organização deve ter como objetivo a construção mais interativa
do relacionamento empresa/colaborador, buscando assim um maior comprometimento e
forma de trabalho em equipe que com esse trabalho em conjunto, a organização transmite a
imagem de confiança, de organização e excelência em qualidade no atendimento, bem como
uma visível relação positiva entre empresa e empregado.
Lawler III (1998), defende que o colaborador deve tomar para si a postura de agente
transformador, assumindo seu comprometimento pela sua atuação profissional e
consequentemente seus impactos na figura da empresa. Tal postura o condiciona a
posicionar-se de modo consciente como elemento modificador que agregará qualidade nos
serviços e produtos oferecidos, fazendo com que a organização se torne mais competitiva
no mercado.
Para Bekin (2004), o processo de estabelecer uma inter-relação com o colaborador volta-se
para fomentar a condição de motivação percebida pelo indivíduo, condição esta, que deve
ser constante.
● Reconhecimento;
● Participação nas decisões;
● Liderança participativa;
● Promoções;
● Remuneração e benefícios;
● Liberdade criativa.
Conforme Maslow (1954) apud Marras (2007), a motivação é o fator mais importante no
alcance da satisfação, dado à necessidade na busca do objetivo desejado, a motivação se torna
crescente e, uma vez satisfeito, o indivíduo fica condicionado a uma busca cada vez mais
constante no alcance do seu objetivo, criando assim um ciclo representado pela teoria de
Maslow.
A persistência dos estímulos que levam o colaborador a esta motivado devem ser contínuos
e sempre verificados conforme seu atingimento para com o colaborador, mensurando assim
seu grau de comprometimento e desempenho. Notadamente, é importante que o exercício
do endomarkting seja sempre constante para implicar no cotidiano do meio organizacional.
Para Bekin (2004, p. 99), a chave para se obter o sucesso é através da valorização do capital
humano, onde essa expectativa se dá através de ações estratégicas do endomarketing.
METODOLOGIA
Segundo Gil (2002) a referente pesquisa ressalta que o pesquisador faça uso de investigação
e construa sua pesquisa com base em material já elaborado, possibiltando ao pesquisador
maior amplitude de conhecimento diante de sua investigação. Fora pesquisado o objeto
proposto em livros, artigos científicos, monografias, revistas, mídia digital.
Dos meios explorados, as fontes escolhidas foram as que se tratavam do assunto proposto,
as demais fontes de perfil não adequado foram excluídas.
Coleta de dados
Da coleta dos dados explorados nas fontes selecionadas tiverem o seguinte procedimento:
a) Leitura e interpretação de obras relacionadas ao assunto.
b) Análise de assuntos selecionados, mediante a leitura do conjunto em questão.
c) Extração e registro das informações coletadas, bem com da sua interpretação e seus
autores e especificidades em questão.
Análise e interpretação dos Resultados
Objetivando a elucidação dos problemas, esta etapa se dá pela análise das informações, com
base em uma leitura analítica e ordenada.
Discussão do dados
Cuidados éticos
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Bekin (2004), a administração da organização deve voltar suas atenções para
a valorização do colaborador bem como sua importância na empresa, construindo assim,
percepções como reconhecimento, segurança, valorização e confiança.
Para Chiavenato (2002), pode-se imaginar o quanto o endomarketing será importante para o
crescimento dos negócios nesse cenário e o quanto representará para as empresas que
souberem como estruturar seus planos de abordagem aos empregados, visando a máxima
qualidade do produto ou serviço que oferecem aos seus clientes.
Brum (1998), defende que para a inserção do endomarketing dentro de uma organização, as
ferramentas utilizadas na implantação de um plano de marketing também podem ser
utilizadas no plano de endomarketing, contudo, para um alcance mais objetivista são
utilizados ferramentas compatíveis com os parâmetros do projeto de endomarketing a ser
colocado em prática.
Este fator promove o comprometimento do cliente interno para com os objetivos e anseios
da organização diminuindo distâncias e resistências a mudanças, construindo assim uma
imagem forte, onde os objetivos da organização são compartilhados por todos.
O presente estudo aponta também que colaboradores motivados são mais propícios a serem
mais produtivos, os mesmos estando satisfeitos desenvolvem valores e demonstram
comprometimento junto á organização, consolidando os objetivos e desejos de ambos.
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
_____, Saul Faingaus. Conversando sobre endomarketing. São Paulo: Makrons Books, 1995.
BRAMBILLA, F. R. Abordagem conceitual de marketing interno. REAd, 43. Ed., Vol. 11,
Nº 1, jan-fev 2005.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro. Ed. Campus, 2009.
CORRADO. Frank M. A força da Comunicação. São Paulo: Makron Brooks, 1994. 245 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
____, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas.
2002.
____. Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1995.
KOTLER, P. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica. Ed. Pioneira. 2ª ed, 1999.
LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo:
Saraiva 2005.
MASLOW, Abraham H. Motivation and personality. New york, Haper & Row Pubisher,
1954. Apud MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao
estratégico. 3° ed. Rio de Janeiro: Futura, 2000. 332 p.
SPILLER, E. S. et al. Gestão de Serviços e Marketing Interno. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV,
2006.
RESUMO
ABSTRACT
The current market scenario brings a highly competitive business world and a competition
that requires organizations and their managers a search for effective tools that generate
positive results ensuring a considerable competitive advantage and a high level of
performance of its employees, which will result in a large increase in productivity, and
obtaining a business excellence. This article aims to present the Endomarketing, as the main
tool of management to achieve organizational growth and achieve improvements in the
internal environment, promoting among its employees actions for the purpose of interaction
with the company, which leads to improvement in product quality and services offered to the
customer. For this literature review was conducted, conceptualizing the Endomarketing and
other areas of knowledge that are involved in the implementation process and its
management. But also present some tools that can be implemented and used by organizations
that adopt Endomarketing, plus two case studies.
1
Estudantes de Graduação, 7º semestre do curso de Administração do CESMAC.
2
Orientadora e Professora Mestre do curso de Administração do CESMAC.
1
INTRODUÇÃO
O Marketing vem inovando com suas ferramentas a cada ano, buscando novas técnicas
e aprimorando suas tecnologias a fim de apresentar dentro do universo empresarial uma
capacidade ainda maior e melhor de conseguir alavancar o sucesso de uma organização dentro
do mercado. Em contrapartida, esses avanços acabam deixando de lado uma parte muito
importante da empresa: Os colaboradores.
Há muitos problemas que podem abalar o clima organizacional, e são mais comuns do
que se imagina. Por exemplo, conflitos entre setores e desmotivação dos colaboradores por
conta dos serviços limitados que são dados a ele. E para resolver essas intrigas criadas é
preciso fazer uma avaliação interna que identifique os problemas de cada grupo, e busque
soluções de longo prazo, que melhore os serviços internamente para que se reflita no serviço
ofertado externamente.
2
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Contextualização do Endomarketing
3
consumidor e não veste a camisa da empresa. Apenas cumprem suas tarefas diárias de
maneira limitada e não produz o suficiente.
Quando o público interno é estimulado a participar e encontrar abertura para dar sua
opinião, ele sente-se mais valorizado e motivado. Os objetivos das organizacionais estão em
obter sucesso, devendo posicionar suas atenções para as necessidades de comunicações de
seus funcionários. As necessidades e os desejos dos funcionários e das empresas mudaram
dessa forma, a comunicação ficou mais sofisticada para cumprir seu papel. O ambiente
organizacional, onde se encontra abertura para expor idéias, com transparência e sem medo de
represarias é considerado favorável.
6
participação, compromete os funcionários, torna a empresa conhecida e transparente. Tudo
isto é possível pela visão e a alta vontade administrativa em transformar os relacionamentos
com seus colaboradores, via comunicação interna. O sucesso empresarial depende de sua
comunicação com seu público interno.
Matos (2004) afirma que é fundamental para desenvolver um plano estratégico traçar
os rumos de uma consistente política de divulgação de curto, médio e longo prazo, a
comunicação interna. Dessa forma, as oportunidades, ameaças e desafios podem ser
antecipados, favorecendo a adoção de uma linha de atuação eficaz.
A empresa que não possui a sua diretoria e a sua gerência integradas, dificilmente
conseguirá impulsionar um processo de mudança com eficiência e bons resultados. A empresa
deve se tornar capaz de se comunicar com seus funcionários, através de ações integradas em
um programa de comunicação interna, deixando-os informados sobre os verdadeiros objetivos
de mudanças, motivando os funcionários a se comprometerem com a nova postura da
empresa, através de um bem elaborado programa de comunicação. Cada um em sua área de
atuação desenvolvendo suas atividades.
7
1.2.3 OUTRAS FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PROCESSO DE
ENDOMARKETING
Sobre a avaliação 360 graus também chamada de feedback, o autor considera que ela é
uma ferramenta de gestão de pessoas que funciona como uma análise sistemática do
desempenho do profissional em função das atividades realizadas por ele, que visa contribuir
para o desenvolvimento das pessoas. Os participantes recebem feedbacks estruturados de seus
superiores, pares, subordinados e outros stakeholders. Além disso, o profissional elabora sua
8
própria auto avaliação. A avaliação 360 graus refere-se ao contexto geral que envolve cada
pessoa. Trata-se de uma avaliação que é feita de modo circular por todos os elementos que
mantém alguma forma de integração com o avaliado. Assim participam da avaliação: o
superior, os colegas e pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores
e todas as pessoas que giram em torno do avaliado, com uma abrangência de 360 graus.
Torquato (2004) afirma que quando se avalia qualquer membro de uma equipe de
trabalho, seja qual for o nível hierárquico, é importante fazer uma abordagem ampla dessa
avaliação, ou seja, não limitá-la, exclusivamente, a apreciação do desempenho do funcionário
na função durante determinado período de tempo. É importante avaliar também, o
desenvolvimento pessoal do funcionário.
Os colaboradores da fábrica Toyota enviam cerca de uma dúzia de idéias aos seus
gestores por turno, são mais de um milhão de novas idéias por ano, e cada gestor ocupa
metade do seu tempo analisando cada projeto enviado pelos funcionários. Os gestores deram
total liberdade para que cada colaborador expresse suas idéias, que terminam influindo
diretamente na busca continua da empresa em inovar nos produtos oferecidos. Colaboradores
9
novos são submetidos a um treinamento cinco meses antes de assumir seus postos, 30 dias são
exclusivamente dedicados a conhecer a cultura da Toyota, e entender seus princípios básicos,
entre eles recomendações como: “Seja gentil e generoso, lute para criar uma atmosfera
calorosa e caseira.” 60 dias os novos funcionários ficam na fábrica, acompanhando o processo
de produção dos carros, e o restante dos dias eles se instalam dentro da concessionária para
conhecer o consumidor. Dessa forma, o colaborador é instigado a ter uma ampla noção dos
propósitos da Toyota, sendo capacitado a futuramente ter novas idéias que possam
complementar os projetos de melhorias da empresa, e se tornando cada vez mais útil e
engajado com os objetivos da organização.
A cultura organizacional é tão importante para o Google que eles possuem uma
espécie de diretor cultural que possui a função de definir e reforçar para os colaboradores a
cultura adotada pela empresa. Os fundadores do Google acreditam que essa cultura é a
responsável pela criatividade e produtividade dos seus colaboradores.
2 MATERIAL E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na análise feita a partir dos contextos literários sobre o Endomarketing é
possível perceber como é importante trabalhar essa ferramenta dentro da realidade das
11
organizações atuais. Os colaboradores passaram a ser tratados como recursos importantes e
essenciais para o alcance do sucesso, e para realização dos objetivos traçados pela a empresa.
Hoje em dia as pessoas não buscam apenas um emprego que traga melhores condições
financeiras, mas também que influencie na sua vida profissional, onde lá aprendam novos
valores, e vivam num ambiente saudável que os estimule a colaborar para o crescimento
continuo do mesmo. Os estudos de caso apresentados mostra como é importante criar um
ambiente de trabalho adequado e pensado no bem estar do seu colaborador, onde eles se
sintam a vontade para contribuir e produzir, e que se sintam parte responsável de cada
conquista alcançada pela organização, estimulando neles a vontade de ver a empresa
alcançando a excelência empresarial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Endomarketing nada mais é do que uma ferramenta de marketing que age de dentro
pra fora, e vem se qualificando como uma estratégia de gestão altamente importante para as
empresas, principalmente devido as suas premissas de dar voz ao colaborador, fortalecendo as
relações interpessoais e compartilhando de uma mesma visão de alcance dos objetivos da
organização.
A comunicação interna é a ponte que liga os funcionários aos gestores e precisa ser
bem monitorada, de forma que atinja todos os públicos de interesse e possibilite a transmissão
12
das informações de forma compreensiva, fazendo dessas ações uma estratégia empresarial que
esteja diretamente ligada aos objetivos organizacionais, o que torna todos os colaboradores
particularmente responsáveis pelo alcance do sucesso.
REFERÊNCIAS
BEKIN, Saul F. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Editora Prentiel.
Hall, 2004.
BEKIN, Saul F. Conversando Sobre Endomarketing. São Paulo: Makron Books, 1995.
COSTA, Daniel. Endomarketing inteligente: a empresa pensada de dentro para fora. Porto
Alegre: Dublinense, 2010.
MATOS, Francisco Gomes. Estratégia de Empresa. São Paulo: Editora Makron Books,
2004.
13
TORQUATO, Gaudencio. Comunicação: Relações Publicas. São Paulo: Editora Cengace,
2004.
14
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FASA
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HABILITAÇÃO EM PROPAGANDA E MARKETING
DISCIPLINA: MONOGRAFIA
PROFESSORA ORIENTADORA: Gisele Mota Ramos
ÁREA: Endomarketing
Trabalho ao curso de
Propaganda e Marketing, como
requisito parcial para a obtenção
ao grau de Bacharel em
Comunicação Social do
UniCEUB – Centro Universitário
de Brasília
Banca Examinadora
_____________________________________
Profª. Gisele Mota Ramos
Orientadora
__________________________________
Prof. Gabriel Castelo Branco
Examinador
__________________________________
Prof. Maurício Tavares
Examinador
RESUMO
Sumário
1. Introdução .................................................................................................... 01
1.1.Tema..................................................................................................... 02
1.2.Justificativa ........................................................................................... 02
1.3.Objetivos ............................................................................................... 02
1.3.1.Objetivo Geral............................................................................... 02
1.3.2.Objetivos Específicos ................................................................... 02
1.4.Problema de Pesquisa/Hipótese........................................................... 03
1.5.Metodologia .......................................................................................... 03
1.6.Limitações da Pesquisa ........................................................................ 03
1.7.Estrutura do Documento ....................................................................... 04
2. Desenvolvimento.......................................................................................... 05
2.1.Marketing ...................................................................................... 05 e 06
2.2.Comunicação ........................................................................................ 06
2.2.1.Comunicação Externa................................................................ 07 e 08
2.2.2 Comunicação Interna...................................................... 08, 09 e 10
2.3.Motivação............................................................................ 10,11,12 e 13
3. Endomarketing ............................................................................... 14, 15 e 16
3.1.A diferença entre comunicação interna e marketing interno ......... 16 e 17
3.2.Instrumentos e Ações de Endomarketing ............................................. 17
3.2.1.Manual de Vídeo e Integração à empresa: ................................... 18
3.2.2.Histórias em quadrinhos ............................................................... 18
3.2.3. Jornal Interno................................................................. 18, 19 e 20
3.2.4.Datas Festivas .............................................................................. 21
3.2.5.Palestras Internas......................................................................... 22
4. Conclusões e Recomendações.................................................................... 23
Referências ...................................................................................................... 24
1
1. Introdução
1.1.Tema
1.2.Justificativa
1.3.Objetivos
1.3.1.Objetivo Geral
1.3.2.Objetivos Específicos
1.4.Problema de Pesquisa/Hipótese
1.5.Metodologia
1.6.Limitações da Pesquisa
1.7.Estrutura do Documento
2. Desenvolvimento
2.1.Marketing
2.2.Comunicação
2.2.1.Comunicação Externa
• Manuais;
• Quadro de Avisos;
• Panfletos;
• Jornal e Revista;
• E-mail
• Etc...
2.3.Motivação
1
O segredo das pessoas altamente motivadas.Seu sucesso, Brasil, nº42, p.22 à 31, ago.2006
13
(Maslow, 2001)
3. Endomarketing
3.2.2.Histórias em quadrinhos
É criado um personagem que se identifique com as empresa e
com seus funcionários. Geralmente é usado para motivar as
pessoas e mostrar a elas os anseios da empresa, onde cada
um precisa chegar.
2
Lopes, Mauro.Como entender a alma da organização.Comunicação Empresarial, n° 15, p.50-51.2º
trimestre de 2005.
21
3.2.4.Datas Festivas
3.2.5.Palestras Internas
4. Conclusões e Recomendações
O presente estudo teve como objetivo observar por meio dos dados
bibliográficos se o uso do endomarketing, seus canais, instrumentos e ações
agem como fatores de motivação perante os funcionários. Percebeu-se que os
diversos autores aqui citados, embora mantivessem sua visão específica sobre
determinada área, ferramenta ou ação de endomarketing também recorriam a
experiências pessoais, profissionais e a abordagem de outros autores acerca
do assunto.
A comunicação interna mostrou-se de fato como um fator determinante
para o sucesso das empresas, primeiramente no ambiente interno e
posteriormente no ambiente externo. A informação difundida pelas
organizações por meios dos canais estabelecidos pelos programas de
Endomarketing tem auxiliado na vida dos funcionários, nas suas relações
pessoais e atuam como fatores motivadores no ambiente de trabalho.
É fato que as empresas despertaram para essa necessidade e buscam
algumas vezes das mais diferentes formas estar em contato com os seus
funcionários. Alguns dos cases aqui citados demonstram essa criatividade na
implementação de um programa que motive os funcionários, diga a eles que a
empresa os conhece se importa com eles e mais do que isso desejam vê-lo
sempre feliz realizando o seu trabalho.
Foi-se o tempo em que uma política de remuneração bastava para
garantir o bom desempenho dos funcionários e por mais que em algumas
empresas essa prática ainda possa ser adotada, mostrou que há formas mais
descontraídas de lidar com o público interno, aproximar os departamentos e
garantir um ambiente agradável no trabalho sem dispender de uma
considerável quantidade de dinheiro. As pessoas buscam mais do que isso e
perceber essa nova tendência é sem dúvida a chave para o sucesso na
empresa pelo menos no que diz respeito ao clima organizacional.
24
Referências
FILIPA NEIVA
Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
1069-061 Lisboa, Portugal
filipa.nsol@gmail.com
Resumo
A importância das organizações é conhecida por todos: a solidez de uma em-
presa, da marca que representa, o peso que tem para o setor e a relevância para a
sociedade. Do outro lado da equação ficam os intermediários para esse sucesso,
imprescindíveis ao crescimento e funcionamento de qualquer organização. Numa
perspetiva integrada da gestão de recursos humanos e da comunicação, este arti-
go abarca alguns conceitos da comunicação das organizações e a importância da
sua estratégia para uma empresa mais solidificada, uma marca mais ativa, colabo-
radores mais motivados e integrados num espírito de envolvência no seu trabalho.
Após leitura de várias referências bibliográficas de autores da área, e de modo a
compreender a origem e posteriormente a importância desta vertente da comunica-
ção, foi analisada a sua perspetiva estratégica, levando o conceito à comunicação
interna, essencial ao crescimento das empresas e das comunidades locais.
Palavras-chave
Comunicação organizacional; comunicação interna; cultura organizacional; res-
ponsabilidade corporativa; comunicação integrada
Abstract
The importance of organizations is acknowledged by everyone: the solidity of a
company, the brand it represents, its weight in the sector and its relevance for soci-
ety. On the other side of the equation stand the intermediates for that success, the
ones who are indispensable for the growth and the operations of any organization.
By defending its integration with human resource management and communication
management, this article covers some concepts of organization communication and
the importance of its strategy for a more solid company, a more active brand and
HTTPS://DOI.ORG/10.14195/2183-5462_33_4 ARTIGOS | 61
more motivated workers who are immersed in the spirit of their work. After reading
several reference authors on these issues, and so as to comprehend the origin and
importance of this communication strand, the strategic perspective was analyzed,
leading to the concept of internal communication, essential to the growth of com-
panies and local communities.
Keywords
Organizational communication; internal communication; organizational culture;
corporative responsibility; integrated communication
Resumen
La importancia de las organizaciones es reconocida por todos: la solidez de una
empresa, la marca que representa, su importancia en el sector y su relevancia para
la sociedad. Del otro lado de la ecuación están los intermediarios que permiten
ese suceso, los cuales son imprescindibles para el crecimiento y funcionamiento
de cualquier organización. Desde un punto de vista de su integración en la gestión
de recursos humanos y en la gestión de la comunicación, este artículo aborda al-
gunos conceptos de comunicación de las organizaciones y la importancia de su es-
trategia para lograr una empresa más fuerte, una marca más activa, colaboradores
más motivados e inmersos en el espíritu de su trabajo. Tras leer diversas referen-
cias bibliográficas de autores en esta materia, y con el fin de entender el origen
y, posteriormente, la importancia de esta vertiente de la comunicación, se hizo un
análisis de su perspectiva estratégica, resultando en el concepto de comunicación
interna, crucial para el crecimiento de las empresas y de las comunidades locales.
Palabras clave
Comunicación organizacional; comunicación interna; cultura organizacional; res-
ponsabilidad corporativa; comunicación Integrada
Introdução
Num mundo e ambiente como aquele em que vivemos, a solidez do tecido em-
presarial e organizacional é fundamental para uma economia estruturalmente forte
e que leve nações à prosperidade, aumentando também, se distribuída equilibrada-
mente, a qualidade de vida dos seus contribuintes.
É unânime a ideia de que felicidade gera felicidade; felicidade no trabalho gera
felicidade pessoal e vice‑versa. Não falando, obviamente, de aspetos particulares
como a remuneração, mas sim de condições, de ambientes, de relações. Este é um
aspeto subjetivo, é certo, mas nem por isso menos merecedor de atenção e estudo.
62 | MEDIA&JORNALISMO
Cada indivíduo lida com as dificuldades e com os sucessos de forma diferente.
Para além das características, inatas ou não, de cada um, há que trabalhar para ter
motivação e sucesso no dia‑a‑dia laboral. Como encontrar um estímulo no trabalho?
Todos os membros de uma organização têm peso neste assunto: as condições sala-
riais e laborais, o ambiente em que o trabalho é realizado, as intra e inter‑relações
hierárquicas, etc. Do outro lado, está a visão de que trabalhadores motivados gera-
rão mais e melhores resultados; e a questão: como gerar, a bem, esses resultados?
Essencial para a mediação entre estes dois lados está a comunicação.
Este artigo pretende, ao reunir teorias, factos, e também ao apresentar algumas
perspetivas de crivo pessoal, clarificar a importância da comunicação interna numa
organização e sobretudo, analisar qual a importância de essa comunicação ser pen-
sada em prol de todos os ativos de uma empresa – estrategicamente.
A correlação da comunicação organizacional com a comunicação estratégica é
fulcral. A estratégia não deve estar presente apenas quando mencionamos objetivos
mensuráveis mas também deve ser utilizada à escala humana. Dentro de uma orga-
nização, a comunicação interna passa por criar estabilidade, pessoal e profissional,
nos colaboradores, através de uma equilibrada gestão de atividades e técnicas – que,
quando combinados, são estratégia.
Este tema é de elevada importância para a sociedade em que vivemos – cida-
dãos felizes e realizados, empresas de sucesso, economia e cultura fortes – mas
também para a investigação das áreas da comunicação, sociologia, psicologia, etc.:
estudar de que maneiras podem os comportamentos ser melhorados (numa organi-
zação, numa sociedade) para atingir objetivos.
Assim, a necessidade de rever a criação de bem‑estar é útil para ser aplicada em
toda a sociedade e não apenas nas camadas organizacionais. É fulcral que o pensa-
mento seja inovador e a longo prazo: sendo o trabalho crucial para a subsistência,
que seja realizado de forma equilibrada e traga mais recompensas que as monetárias.
ARTIGOS | 63
Já Curvello (2009) vê a comunicação como um fenómeno que constitui e recons-
titui a organização.
A comunicação organizacional é, para Kreps (1990),
64 | MEDIA&JORNALISMO
critérios, não significa comunicar com o objetivo primário e premeditado de per-
suadir para levar à mudança de comportamentos que não beneficiem o colabo-
rador mas sim a empresa. Fala‑se, sim, na delineação de estratégias, acompa-
nhada de objetivos comuns que tenham também em conta a identidade, visão,
missão e valores da empresa, etc.
É por isso necessário, para enquadrar a importância da Comunicação Interna na
Comunicação Organizacional e inserir o conceito (e o peso) da estratégia, explicar
alguns pontos cruciais.
ARTIGOS | 65
stakeholders e públicos em relacionar‑se com empresas socialmente irresponsá-
veis e sem cariz humano.
Perceberam assim que, se trabalhassem mais para os seus públicos, internos
e externos, o lucro viria na mesma e todos ficariam mais motivados e satisfeitos:
público interno e consumidores e clientes.
Na década de 1960 verificou‑se, nas empresas multinacionais, uma expansão
e valorização das relações públicas (Kunsch, 1997), para atender às necessidades
da população e da opinião pública. Segundo Ribeiro (2010), com esta expansão
surgiu um aumento na qualidade dos profissionais da área e consequentemente a
necessidade de aprimorar e solidificar o setor, através de publicações com novos
instrumentos mais adequados e que aproximavam as organizações aos seus públi-
cos (Torquato, 2009).
Até meados dos anos de 1970, os trabalhos relativos à comunicação organiza-
cional caracterizavam‑se por uma forte influência da escola das relações humanas,
segundo Putnam, Philips e Chapman (2004). Destaca‑se uma comunicação que partia
do alto escalão das empresas (Lima e Abbud, 2015), com o objetivo de “manipular”
os intervenientes, e verifica‑se um crescimento da pesquisa empírica e consequente
desenvolvimento das premissas teóricas na prática: a comunicação organizacional
cresce enquanto campo académico.
A partir da década de 1980, verifica‑se uma mudança de paradigma que se
transpõe em grandes alterações nas práticas das organizações. Até então, os estu-
dos desta área focavam‑se na comunicação, considerada por Kunsch (2009) como
“meio‑mensagem” – mensagem centrada no emissor da mesma. A partir desta al-
tura, os estudos focaram‑se nos media e passa a ser valorizada a interação entre os
intervenientes da organização, os processos simbólicos que advém dessa interação
e todas as práticas quotidianas internas e que “unem” os trabalhadores.
Entre 1990 e 2000, de acordo com Lima e Abbud (2015), os estudos desta área
tentam abranger a forma como se trabalha e vê a comunicação organizacional, in-
serindo a estratégia: o intuito deixa de ser a “existência” da mensagem mas sim o
conteúdo da mesma, devendo este estar em harmonia com os propósitos, valores,
missão, visão e cultura da organização.
Citando Oliveira e Paula (2007), deve entender‑se a comunicação estratégica em
duas perspetivas: “primeiro, o alinhamento da comunicação com os objetivos da
organização e sua contribuição para o alcance dos resultados” e segundo, “o papel
dos atores sociais no que diz respeito às decisões organizacionais”.
Assim, inicialmente vista como uma ferramenta para alcançar os objetivos de
uma organização, a realidade da comunicação que verificamos hoje em dia é que
para ser, de facto, eficaz, é necessário que quem a produz e transmite, tenha conhe-
cimentos não só da implementação de regras e técnicas mas também do contexto
em que o mercado e a organização se inserem – a comunicação deve fazer sentido
e ser planeada de maneira estratégica.
66 | MEDIA&JORNALISMO
Como dito anteriormente, a comunicação deve sempre ser planeada de forma
à organização alcançar os objetivos. A informação transmitida deve ser ponderada
sob uma perspetiva funcionalista e marcante – assertividade na delineação de ob-
jetivos e na forma como se propõe que estes sejam alcançados. A mensagem deve
conter informações que façam parte do contexto da empresa e que, de alguma for-
ma, façam sentido para os seus públicos.
Ao delinear uma estratégia de comunicação (e da própria organização, sen-
do que as duas complementam), todas as perspetivas importam: a visão deve ser
ampla, não se focando apenas em projetos/planos específicos, e compreender as
pessoas, a relação estabelecida entre elas, a estrutura física da organização, os
equipamentos, os recursos financeiros, etc. Esta ideia é abordada por Baldissera
(2008), que sublinha a importância de trabalhar com estes intervenientes por “ob-
jetivos claros e específicos”.
Esta visão última é amplificada no próprio plano e objetos de comunicação – as
ações de comunicação não se deverão restringir a relações públicas, publicidade,
assessoria de imprensa e marketing. Devem ir além desse primário aspeto, sendo
criativas na sua abordagem e antecipando as necessidades e formas de motivações
dos colaboradores como se de consumidores de um produto se tratassem.
Teresa Ruão (1999) adiciona a este tópico, os objetos de comunicação, também
os objetos de informação. São fundamentais para uma organização, desde as ações
mais simples como às mais complexas – do “conteúdo das ordens de serviço ou
os contactos informais” à publicidade, relações públicas, normas governamentais
para o setor, etc.
De salientar é que o valor e cuidado que deve ser dado à comunicação e infor-
mação, deverá ser o mesmo entregue a todos os outros ativos de uma empresa.
A Comunicação Organizacional, de acordo com Kunsch (2003), apresenta‑se em
diferentes tipos: comunicação institucional; de mercado (marketing e publicidade);
administrativa; e interna.
A autora, citada por Lima e Abbud em 2015, realça, perentoriamente, o conceito
de comunicação integrada – apesar de estes tipos de comunicação serem diferentes
e abrangerem atividades pouco semelhantes, é importante que coexistam de forma
harmoniosa, pois só assim se conseguem atingir os objetivos de cada organização.
Teresa Ruão (1999) destaca a importância do papel da comunicação global/inte-
grada na gestão dos recursos humanos, explicando que esta é mais eficaz se aplicada
e integrada numa política global de comunicação da organização, “como um todo”.
Curvello (2009) explana que a comunicação organizacional só tem qualidade
e funciona quando a informação é estrategicamente disponibilizada para todos,
quando tem como princípio a verdade e respeito pelas diferenças individuais e
quando preza a gestão participativa, dando a todos os intervenientes oportuni-
dades de sugestão.
Pela dimensão humana que abarca e pelo valor que representa para uma orga-
nização (“sem trabalho, não há trabalho”), considero fulcral indagar alguns aspetos
da comunicação interna para tentar compreender a importância que esta tem para
o desenvolvimento e crescimento de uma organização.
ARTIGOS | 67
A Comunicação Interna
68 | MEDIA&JORNALISMO
Pondo estas palavras em prática, o que deve ser feito passa por técnicas que
podem ser incorporadas no quotidiano e no planeamento estratégico de cada or-
ganização – o “desenvolvimento e implementação de políticas globais de comu-
nicação, que integrem todos os setores e funções da gestão atual” (Ruão, 1999).
Considera ainda que, para uma eficaz gestão de recursos humanos e para o
cumprimento de qualquer outro objetivo organizacional, “é necessário que haja ar-
ticulação comunicativa”, que englobe e unifique todas as ações de comunicação
levadas a cabo pela organização. Assim, a mensagem transmitida chega de forma
una às audiências alvo, de forma a serem alcançados objetivos.
Para esta comunicação global/integrada, devem ser consideradas algumas
práticas:
ARTIGOS | 69
Se olharmos para esta questão numa perspetiva da contínua busca por lucro
(que obviamente deve ser sempre uma preocupação da organização), não pode ser
esquecido que há alguns públicos que valorizam e têm até como critério na escolha
de uma marca, a posição social e laboralmente responsável desta.
Por outro lado, e como já dito anteriormente, se olharmos para esta questão
numa perspetiva de motivação e manutenção dos valiosos recursos humanos, na
criação de relações humanas, é importante “trabalhar para quem trabalha para nós”.
A organização deve atentar em alguns valores como transparência, empatia,
compromisso, sentido crítico e profissionalismo pois lida, diariamente, com dife-
rentes indivíduos. É necessário tentar atender a todos com dignidade, valorizando
sempre a sua contribuição e nunca esquecendo que o fazem em prol da empresa e
também deles e das suas famílias.
É importante sublinhar que as redes de comunicação que se estabelecem numa
organização são complexas e variadas. Nestas, existem diversos e diferentes níveis,
sentidos, canais, propósitos e intervenientes. Cada um deles transporta diferentes
ideias, informações, conhecimentos, sugestões, experiências, sentimentos, atitudes,
valores, reações, metas, expectativas, etc. Há, por isso, que ter em conta que dife-
rentes pessoas reagem de diferentes maneiras: as informações podem gerar efeitos
inesperados e não ser bem recebidas por todos e é útil ter isso em mente aquando
das decisões que à comunicação interna dizem respeito – a comunicação de uma
organização não deve ter como objetivo agradar a todos os colaboradores.
Ruão (1999) considera a criação e a afirmação de uma identidade numa empre-
sa, a melhor maneira de gerir os seus recursos humanos – os trabalhadores enten-
derão que a organização é um projeto comum a todos e encararão as mudanças
necessárias como fundamentais à manutenção de posições competitivas. A supra-
mencionada cultura gera um sentimento de identificação global e traz satisfação e
realização pessoal, o que iguala ao “sucesso global da organização”.
Conclusão
Foi no início deste artigo explicado que Curvello (2009) vê a comunicação como
um fenómeno que constitui e reconstitui a organização. Após pesquisa científica
e revisão bibliográfica de literatura desta temática, concordo com esta afirmação.
A comunicação tem, certamente, o poder de alterar comportamentos e pensamen-
tos. Aplicada a uma organização, pode, com uma força inimaginável, alterar modos
de trabalho em função dos objetivos delineados pela mesma.
Este último ponto é, assim, o objetivo deste paper, que pretende contribuir para
um maior equilíbrio nas organizações e fazer compreender os decisores que todos
podem ganhar com simples soluções que alterem o esquema de trabalho e de mo-
tivação dos colaboradores de uma empresa, independentemente do tamanho ou
do setor da mesma.
Após a exposição de vários autores que enfatizam a importância da comunica-
ção interna e exploram as diferentes vertentes desta, questiona‑se o início de um
novo pensamento relativamente a esta matéria – não só nas organizações mas na
mentalidade de cada um.
Adicionalmente foi incluída uma perspetiva pessoal, que defende, por exemplo,
a importância partilhada dos departamentos de comunicação e de recursos humanos
70 | MEDIA&JORNALISMO
para uma solidificação das ações a implementar que visem a melhoria das condi-
ções dos colaboradores; ou ainda a importância da proximidade (não descurando a
formalidade e respeito) entre membros da hierarquia organizacional, que permita
uma maior dedicação a um objetivo comum.
Contudo, penso que existem ainda algumas limitações, nomeadamente uma sen-
sação egocêntrica e megalómana de estar no topo de uma organização, que impe-
de uma proximidade com os restantes. Também o contrário se verifica, quando os
pertencentes a posições inferiores numa hierarquia vêm os seus superiores como
inatingíveis, não estando de todo interessados nessa aproximação.
Outro aspeto relevante para ser alvo de estudo contínuo, é o facto de os tra-
balhadores poderem, com intenções egoístas, abusar das condições que lhes são
oferecidas, com vista a obterem benefícios próprios, apesar das condições pré
‑estabelecidas.
Um outro aspeto que acredito merecer mais atenção é a ideia de que não é re-
levante motivar os trabalhadores e que este aspeto não está relacionado com o au-
mento de lucros e aumento de produtividade de uma empresa. Estes factos estão
relacionados e há, inclusivamente, como demonstrado, factos que suportam que
colaboradores unidos numa comunidade e num objetivo são capazes de produzir
mais e melhores resultados.
Por outro lado, há um aspeto impossível de controlar e que pode surgir, inde-
pendentemente de um maior esforço ou dedicação dos trabalhadores: as flutuações
dos fatores externos, que talham as necessidades dos consumidores. Há uma gran-
de oscilação no consumo, por fatores que não são controláveis pela organização
e é importante que a organização tenha consciência disso, evitando situações de
frustração ou insistência num produto/ campanha que não irá produzir os resulta-
dos pretendidos.
Paralelamente aos pontos destacados neste artigo, acredito que há algumas
ideias que merecem uma maior análise e destaque na investigação académica. São
elas, por exemplo, a dedicação à melhoria das características dos trabalhadores
antes de estes o serem: apoios escolares, psicológicos e/ou psicotécnicos que per-
mitam melhores indivíduos, com características de trabalho, dedicação, empenho
e personalidade, que gerem inovação, permitindo à economia crescer e à socieda-
de ficar mais sustentável.
Um outro aspeto em que encontro grande relevância em continuar a ser estudado
é a intenção de algumas ações levadas a cabo por certas empresas, muitas vezes
consideradas contranatura. Este tópico, também aqui abordado, prende‑se com a
excessiva preocupação com o bem‑estar dos trabalhadores com vista unicamente
no aumento de lucro e não o seu bem‑estar pessoal (ausência de equilíbrio) ou ain-
da a disparidade de tudo fazer para acolher os trabalhadores e lhes proporcionar
boas condições profissionais e pessoais e, ao mesmo tempo, descurar questões que
possam estar a ser prejudiciais às comunidades locais – sucintamente, não atuar
igualmente ao nível da responsabilidade social externa e interna.
Com vista à obtenção de lucros, ao alcance de objetivos, à motivação dos
trabalhadores ou simplesmente (e idilicamente) porque os trabalhadores (as
pessoas) são valorizados, penso que a comunicação deve ser estratégica, forte,
lógica, transparente e ter em mente não apenas resultados imediatos mas sim
ARTIGOS | 71
o desenvolvimento, crescimento dos seus ativos humanos. Acredito igualmente
que o trabalho de valorização e dedicação aos funcionários de uma organização
pode, a longo prazo, traduzir‑se numa relação inquebrável entre os membros da
empresa, que fortalece cada um dos intervenientes e leva a marca mais longe.
Ou seja, todos beneficiam.
Referências bibliográficas
Baldissera, R. (2008). Por uma compreensão da comunicação organizacional. In Scroferneker,
C. (Ed.), O diálogo possível: Comunicação organizacional e paradigma da complexidade.
Porto Alegre: Edipucrs.
Chanlat, J. (2012). O indivíduo nas organizações: Dimensões esquecidas (3ª ed.). São Pau-
lo: Atlas.
Curvello, J. (2009). Os estudos de comunicação organizacional e as novas abordagens
sistémicas. Anais, Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação, XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Retirado de
www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4‑2746‑1.pdf.
Deetz, S. (2010). Comunicação organizacional: Fundamentos e desafios. In Marchiori, M.
(Ed.), Comunicação e organização: Reflexões, processos e práticas. São Caetano: Difu-
sora Editora.
Fisher, D. (1993). Communication in Organizations. USA: West Publishing Company.
Kreps, G. (1990). Organizational Communications: Theory and Practice (2nd ed.). Northern
Illinois University.
Kunsch, M. (1997). Relações públicas e modernidade: Novos paradigmas na comunicação
organizacional. São Paulo: Summus.
Kunsch, M. (Org.). (2006). Obtendo Resultados com Relações Públicas (2ª ed.). São Paulo:
Thomson.
Kunsch, M. (Org.). (2009). Comunicação Organizacional: Histórico, teoria e fundamentos.
São Paulo: Saraiva.
Kunsch, M. (Org.). (2010). A Comunicação como fator de humanização das organizações.
São Caetano do Sul, SP: Difusão.
Lima, M., & Abbud, M. (2015). Comunicação Organizacional: Histórico, Conceitos e Di-
mensões. Atas da Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte, Manaus.
Retirado de www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44‑0415‑1.pdf.
Marchiori, M. (2011). Cultura e Comunicação Organizacional: Um olhar estratégico sobre as
organizações (2ª ed.). São Caetano: Difusão Editora.
Oliveira, I. e Paula, C. (2007). O que é comunicação estratégica nas organizações? São Pau-
lo: Paulus.
Putnam, L., Philip, N. e Chapman, P. (2004). Metáforas da comunicação organizacional. In
Clegc. C. (Ed.). et al., Handbook de estudos organizacionais (Vol..3). São Paulo: Atlas.
72 | MEDIA&JORNALISMO
Ribeiro, A. (2010). Análise de situação na crise organizacional: Espaço para teoria da poli‑
dez linguística na relação de complexidade? Universidade Federal do Paraná: Curitiba.
Ruão, T. (1999). A Comunicação Organizacional e a gestão de Recursos Humanos: Evolu-
ção e actualidade. Comunicação e Sociedade, 12(1‑2), 179‑194. doi:10.17231/com-
soc.1(1999).1444
Scroferneker, C. (2009). Relações públicas e comunicação organizacional: Encontros, desen‑
contros e reencontros. Universidade de São Paulo: Organicom.
Torquato, G. (1984). Jornalismo empresarial: Teoria e prática. São Paulo: Summus.
Torquato, G. (2009). Da génese do jornalismo empresarial e das relações públicas à comu-
nicação organizacional no Brasil. In Kunsch, M. (Ed.), Comunicação Organizacional: His‑
tórico, fundamentos e processos (Vol. 1). São Paulo: Saraiva.
Wolton, D. (2004). Pensar a comunicação. Brasília: Editora UnB.
Nota biográfica
Filipa Neiva é Mestre em Comunicação Estratégica pela Faculdade de Ciên-
cias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e é licenciada em Ciên-
cias da Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo já
desenvolvido artigos científicos nas temáticas da comunicação organizacional, da
responsabilidade social corporativa e também da influência das culturas e subcul-
turas na decisão do consumidor. Apresenta um grande interesse pelas áreas da
comunicação interna e das organizações e também pelos assuntos relacionados
com os fatores sociológicos e comportamentais que à comunicação dizem respeito.
ARTIGOS | 73
As diferenças entre comunicação interna e endomarketing
Resumo
Atualmente, a comunicação empresarial é algo imprescindível no mundo dos negócios. Em busca de
crescimento e melhores resultados, as empresas sempre investiram na comunicação destinada aos
clientes, o público externo. Porém, há algum tempo, percebeu-se a necessidade de conquistar o
público interno, basicamente composto por empregados e familiares, para que os bons resultados e
qualidade de produtos e serviços sejam mantidos. As empresas passaram a investir em ações de
comunicação interna e de endomarketing para estreitar relacionamento e motivar os empregados,
com o objetivo de obter os resultados esperados. Muitos profissionais costumam, erroneamente,
conceituar comunicação interna e endomarketing como sinônimos. Este artigo tem por objetivo
diferenciá-los.
Palavras-chave
Comunicação Empresarial; Comunicação Interna; Endomarketing; Público-interno.
Abstract
Currently, business communication is something indispensable in the business world. In pursuit of
growth and better results, companies have always invested in communication to customers, the
general public. However, for some time, we realized the need to conquer the domestic audience,
basically composed of employees and their families, so that the good results and quality of products
and services are maintained. Companies started to invest in stocks of internal communication and
internal marketing to strengthen relationships and motivate employees in order to achieve the desired
results. Many professionals often mistakenly conceptualize internal communication and internal
marketing as synonyms. This article aims to differentiate them.
Keywords
Corporate Communication, Public-internal; Internal Communication, Internal Marketing.
Introdução
107
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
Em busca de melhores resultados para o negócio, as empresas, cada vez mais,
investem em ações que promovam o estreitamento de relações e a motivação do público
interno. Para estabelecer o relacionamento com os empregados as organizações instituem
ações de Comunicação Interna ou de Endomarketing, consideradas estratégicas, com o
objetivo de repassar e reforçar a missão, a visão e os valores da empresa.
Público interno
108
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
A classificação tradicional exposta por Cleuza G. Gimenes Cesca (2012) faz referência
a três tipos de público: interno, misto e externo. O público interno é formado por aqueles que
trabalham na empresa e estendido aos familiares. Pessoas que não trabalham na empresa, mas
que têm ligações estreitas com a organização, como fornecedores, distribuidores,
revendedores e acionistas, são consideradas público misto. O público externo é constituído
por quem, de alguma forma, se relaciona com a empresa, como a comunidade na qual está
inserida, a imprensa, o poder público, os concorrentes.
Para Andrade (2005), existem algumas controvérsias quando se tenta definir quem se
encaixa melhor em cada um dos públicos de uma empresa.
Cesca (2012) apresenta uma classificação moderna de públicos, na qual segmenta dois
dos três públicos tradicionais (interno e misto) em vinculados e desvinculados. O público
interno vinculado contempla a administração da empresa, os empregados fixos e aqueles com
contratos temporários. O público interno desvinculado é composto por empregados
terceirizados, que atuam dentro da empresa. O público misto vinculado inclui os acionistas,
vendedores externos que não atuam como autônomos, os empregados do transporte que têm
vínculo empregatício, empregados que trabalham de fora do espaço físico da empresa de
forma não autônoma e que prestam serviços em outras empresas. Fornecedores,
distribuidores, revendedores, vendedores autônomos, empregados que atuam de forma
autônoma, empregados terceirizados do transporte e familiares de empregados são
considerados público misto desvinculado. O público externo, que não foi segmentado em
vinculado e desvinculado, é formado por consumidores, pela comunidade na qual a empresa
está inserida, pela imprensa, pelo governo, pelo terceiro setor, pelo sindicato.
Gustavo Gomes de Matos (2009) relata que a importância do público interno nas
empresas começou a ser percebida na década de 1920, quando um sociólogo australiano
realizou pesquisa e evidenciou os resultados em números para mostrar o quanto a
produtividade está diretamente relacionada à motivação dos trabalhadores. Desta forma,
109
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
pelo desenvolvimento das organizações no mercado, já que atuam como força de trabalho, são
agentes multiplicadores e formadores de opinião”.
Considerados um dos públicos que mais desafiam os processos de
comunicação, os funcionários, por suas peculiaridades, tornam os
relacionamentos complexos. Por se acharem íntimos, por vivenciarem as
mesmas situações, pela percepção de que o outro sabe o que e prioritário,
fazem a comunicação muitas vezes deixar de lado a formalidade,
permitindo que a especulação desorganize o pensamento coletivo. Em
vez de agir em prol de um bem comum, o público interno se torna algoz e
vítima de si próprio. Desperdiça energia e se torna lento para o alcance de
resultados (PAULO CLEMEN, 2009, p. 56).
Ações comunicacionais direcionadas para o público interno das empresas têm como
objetivo principal estreitar o relacionamento com os empregados por meio de práticas capazes
de reforçar a missão, a visão e os valores organizacionais.
Com o objetivo de levantar dados que comprovem a diferenciação, este trabalho mostrará,
por meio de pesquisa bibliográfica, o que diferencia Comunicação Interna de Endomarketing.
Comunicação interna
Deve existir total assimilação da ideia por parte da cúpula diretiva, dos
profissionais responsáveis pela implantação e dos agentes internos
envolvidos. Caso contrário, os programas a serem levados a efeito
correção o risco de ser parciais e paliativos. (KUNSCH, 2002, p. 156)
Juarez Bahia (1995, p. 32-33) define comunicação interna como “um modo de difundir
entre os empregados a realidade da empresa, de ampliação de laços de identidade funcional,
de prestação de informações e de estímulo ao debate da realidade social, sem intermediários”.
Para Luiz Roberto Dias de Melo (2012, p. 162) a comunicação interna tem como eixo
principal a cultura da organização. “Tanto é assim que a primeira função desta é justamente a
difusão da visão, missão e valores corporativos”. A introdução da cultura organizacional não
chega a ser notada pelo público interno, mas é a principal fonte de conteúdos para a
comunicação interna.
Os funcionários sentem a necessidade de participar das decisões e de
conhecer melhor a empresa para a qual trabalham. Isso mexe com a
identidade cultural. A pessoa pensa e age conforme as influências e os
fatores condicionadores do seu meio ambiente. Se um profissional é bem
informado sobre o que acontece e interessa à sua empresa, ele sentirá que
o seu trabalho é respeitado e valorizado, consequentemente, seu trabalho
e sua produtividade serão bem melhores. (MATOS, 2012, p. 89)
Paul A. Argenti (2011) ressalta que um programa de comunicação interna eficaz deve
ser capaz de ouvir e interagir com os empregados. Para existir e ser eficaz a comunicação
diversas possibilidades: desde o meio online até as reuniões presenciais.
Para atingir os diferentes públicos que compõem os empregados de uma organização,
Clemen (2009, p.57) defende a “unicidade” da mensagem a ser transmitida. “o público interno
não é mais uma mensagem única. Estruturas de comunicação já perceberam que podem e
devem trabalhar vários públicos internos”. As diferentes linguagens devem ser utilizadas para
atingir diferentes públicos, mas o sentido precisa ser preservado.
112
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
Para Melo (2012, p. 173) as principais ferramentas de comunicação interna são: o
jornal interno, com até 12 páginas e em formato tabloide; a newsletter, produção digital capaz
de integrar várias mídias; a revista, cumpre função semelhante a do jornal, mas as matérias
são mais profundas e o apelo visual é maior; o boletim, com informações breves e pontuais;
os folhetos, colocados em locais estratégicos para divulgação; a rádio, que pode ser ao vivo ou
gravada, mas na maioria das vezes é online; a intranet, local onde a empresa pode promover o
autorreconhecimento; os manuais, que ajudam a reforçar procedimentos, conceitos; os vídeos,
utilizados para assuntos que devem ser repetidos. Apesar de incluir a TV corporativa e os
programas de incentivo como ferramentas de comunicação interna, Melo as descreve como
ações de endomarketing.
As mídias de interesse interno devem ter periodicidade definida e tem como principais
objetivos promover a valorização, a mobilização e o relacionamento com os públicos internos.
Endomarketing
Saul Faingaus Bekin foi um dos primeiros a utilizar o termo endomarketing, registrado
no Brasil em 1995, para se referir ao marketing interno. Para ele, segundo Cleusa Maria
Andrade Scroferneker (2007, p.87), “o endomarketing consiste em atrair e reter o cliente
interno – os funcionários – com a função de obter resultados eficientes para a empresa,
atraindo e retendo seus clientes internos”.
113
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
O endomarketing é definido, por Renato Vieira Ribeiro (2008, p.191), como um
“instrumento de gestão que se utiliza da base do marketing tradicional, para a aplicação no
ambiente interno das empresas, aliando aos conceitos de Recursos Humanos”.
Para Analisa de Medeiros Brum (2007), o endomarketing tem papel primordial na
construção da imagem da empresa e do valor percebido pelo mercado.
O endomarketing, segundo Anselmo Lino Bispo (2008, p. 75), parte do princípio que
“o indivíduo deve voluntariamente se comprometer com a organização, relacionando seus
objetivos individuais com os objetivos organizacionais”.
Alex Pimentel (2008) defende que o endomarketing deve ir além de fazer propaganda
para os empregados sobre qualidades de benefícios e produtos fornecidos pela empresa.
Segundo ele, auxílio educacional para os dependentes do funcionário e eventos empresariais
que permitem a participação de familiares são exemplos de uma estratégia de endomarketing.
Enquanto isso, Clemen (2009, p. 49) entende que o endomarketing “se trata de uma
ação de marketing para disseminar conhecimento sobre produtos e serviços da organização
com o objetivo de gerar interesse e consumo no próprio público interno”. Correa ainda
defende que os empregados podem influenciar os que estão próximos ao divulgar os
benefícios e as qualidades da empresa.
Para a implantação de um programa de endomarketing, Tachizawa, Ferreira e Fortuna
(2006) destacam como pontos essenciais: a descentralização da autoridade, redistribuindo
tarefas e responsabilidades; a revisão de estratégias de treinamento, encaminhando o
empregado para que cresça profissional e pessoal, além de aproximá-lo dos objetivos da
empresa; e mudança nos processos de seleção, que devem procurar mais do que conhecimento
114
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
técnico, levando em consideração outras qualidades, como a capacidade de trabalhar em
equipe.
Já Pimentel (2008) afirma que a implantação de um plano de endomarketing deve
contar com a criação de um evento ou benefício; melhora do relacionamento da empresa com
os empregados com o objetivo de melhorar a aceitação da marca; demonstração de que a
empresa valoriza o empregado; e incentivo para a melhora do desempenho pessoal.
Segundo Brum (2007), o endomarketing se abastece de acontecimentos do dia a dia da
empresa e dos empregados. Para isso, define grupos de conteúdo, como: gestão; recursos
humanos; mercado e produto; produção; responsabilidade social; celebrações; participação
nos resultados; programas de reconhecimento; diretrizes e normas internas; e dia a dia da
empresa, que abastecerão com informações de endomarketing os canais informativos da
empresa.
Brum (2007) ainda cita como exemplos de canais informativos, que devem receber
informações de endomarketing, as revistas internas; os encartes de recursos humanos; os
jornais de parede; os painéis de resultados; os boletins informativos; as malas-diretas; os
displays de mesa; a intranet; a TV interna; rádios internas; mensagens virtuais e eletrônicas;
correio eletrônico; e espelhos de banheiros.
Desta forma, Ribeiro (2012, p. 48) afirma que o endomarketing é “uma atividade de
apoio às demais tarefas da organização”. As ações de marketing interno ou endomarketing são
pontuais e personalizadas e têm por objetivo integrar o bem-estar dos empregados aos
resultados esperados pela empresa.
Considerações finais
Este estudo teve por objetivo demonstrar que, apesar de serem utilizados como
sinônimos por muitos profissionais das áreas de comunicação e de marketing, os termos
comunicação interna e endomarketing referem-se a conceitos diferentes.
A partir das pesquisas bibliográficas realizadas, foi possível compreender que as ações
de comunicação interna são utilizadas com o objetivo de criar canais de diálogo entre a
organização e o público interno, como os jornais murais, os jornais internos, os e-mails e a
intranet. Já as ações de endomarketing são pontuais e utilizam dos canais de comunicação
internos para promover internamente a imagem da empresa, com campanhas, materiais e
eventos direcionados.
O endomarketing está focado em promover valores que afetam diretamente a melhoria
de produtos e serviços, pois enxerga os empregados como clientes internos e atua com o
objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços, tratando os empregados como um
espaço de mercado. Enquanto isso, a comunicação interna trata o empregado primeiro como
ser humano, pois está diretamente relacionada ao relacionamento entre públicos de interesse
(empresa-empregado). A comunicação interna permite que o empregado tenha voz e seja
ouvido, mostrando o outro lado da organização, explorando o fator humano, sem deixar de ser
corporativo.
Em resumo, pode-se definir que as ações de comunicação interna exploram o diálogo e
a humanização da empresa, enquanto o endomarketing trata o empregado como uma
segmentação do mercado e tem por objetivo reforçar a imagem da empresa com mecanismos
do marketing.
Comunicação interna e endomarketing não são sinônimos, pois não atuam da mesma
forma. A comunicação interna busca dialogar com os empregados por meio dos canais de
115
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
comunicação, enquanto o endomarketing utiliza estratégias de marketing para reforçar a
imagem da empresa entre os empregados para que estes se sintam motivados a trabalhar
melhor. Para alcançar seus objetivos, o endomarketing costuma criar novas formas de
comunicação com os empregados e utilizar os meios de comunicação internos usuais.
Referências
ANDRADE, C. T. S. Para entender Relações Públicas. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola.
2005.
ARGENTI, P. A. Comunicação Empresarial: a construção da identidade, imagem e
reputação. Tradução de: Adriana Ceshin Rieche. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO. Caderno de
Comunicação Empresarial: como entender a comunicação interna. São Paulo: Improta
Gráfica e Editora, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Pesquisa
Comunicação Interna 2007: dados comparativos 2002, 2005 e 2007. São Paulo, 2007.
BAHIA, J. Introdução à Comunicação Empresarial. Rio de Janeiro: Mauad, 1995.
BAU, L. N. Endomarketing: comunicação de dentro para fora. Exclusivo on line. Novo
Hamburgo, 22 out. 2012. Disponível em:
http://www.exclusivo.com.br/Noticias/62597/Endomarketing:comunica%C3%A7%C3%A3o-
de-dentro-para-fora.eol. Acesso em: 20 abr. 2013.
BEKIN, S. F. Conversando sobre Endomarketing. São Paulo; Makron, 1995.
BISPO, A. L. Venda orientada por Marketing. Brasília: Senac-DF, 2008.
BRUM, A. de M. Endomarketing de A a Z. Porto Alegre: Editora Dora Luzzatto, 2007.
CESCA, C. G. G. Relações Públicas para Iniciantes: + a legislação referente à área. São
Paulo: Summus Editorial. 2012.
CLEMEN, P. Comunicação Interna: estratégias para a busca de resultados. Termo in
CORREA, J. Marketing: a teria em prática. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2009.
CURVELLO, J. J. A. Comunicação Interna e Cultura Organizacional. Brasília: Casa das
Musas, 2012.
IANHEZ, J. A. Artigo: Missão, visão, políticas e valores. In: MARCHORI, Marlene. Faces
da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul/SP: Difusão, 2006. (97-
122).
KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice-
Hall, 2000.
______. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5.
ed. São Paulo: Atlas, 1998.
______. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo professional precisa saber. Tradução
de: Afonso Celso Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
KUNSCH, M. M. K. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. 2.
ed. São Paulo: Summus Editorial, 2002.
MATOS, G. G. de. Comunicação Empresarial: sem complicação. Barueri: Manole, 2009.
116
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
MELO, L. R. D. de. Comunicação Empresarial. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2012.
PIMENTEL, A. Estratégias essenciais de marketing. São Paulo: Digerati Books, 2008.
REGO, F. G. T. do. Jornalismo Empresarial: Teoria e Prática. 4. ed. São Paulo: Summus
Editorial, 1984.
REGO, F. G. T. Tratado de Comunicação Organizacional e Política. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2002.
RIBEIRO, R. V. Estratégia Empresarial e de Recursos Humanos. Curitiba: IESDE Brasil
S.A., 2008.
SANTOS, F. Endomarketing: os 4 problemas principais. Nuvem Digital. Salvador, 27 abr.
2012. Disponível em: http://nuvendigital.com/endomarketing-os-4-problemas-principais.
Acesso em: 20 abr. 2013.
SANTOS, F. G. dos. Responsabilidade Social e Demissões em Massa: um olhar de
Relações Públicas no relacionamento com o público interno. Termo in Prêmio Ethos Valor.
Responsabilidade Social das Empresas: a contribuição das universidades. 4. ed. São Paulo:
Peirópolis: Instituto Ethos, 2005.
SCROFERNECKER, C. M. A. Afinal, o que é Comunicação Interna? Termo in: Relações
Públicas: quem sabe, faz e explica. DORNELLES, S. M. G. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.
SPILLER, E. S. et al. Gestão de serviços e Marketing interno. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV
(Fundação Getúlio Vargas), 2006.
TACHIZAWA, T; FERREIRA, V. C. P; FORTUNA, A. A. Gestão com pessoas: uma
abordagem aplicada às estratégias de negócios. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
117
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
118
ECCOM, v. 5, n. 9, jan./jun. 2014
Comunicação interna como ferramenta AREA: 2
54 de endomarketing para maximização na TYPE: Caso
competitividade: um estudo em pequenas
autores empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
Acácia Lopes
Freire Internal communication how internal marketing tool to maximize on competitiveness: a study in small
Pontifícia Universidade business of Paranaguá city in Brazil
Católica do Paraná Comunicación interna cómo herramienta de marketing interno para maximizar la competitividad: un
acaciafreire@live.com estudio em la pequeña empresa de la ciudad de Paranaguá en Brasil
Sidele Woehl A comunicação interna e o endomarketing são importantes ferramentas no processo de gestão e estas práticas
Pontifícia Universidade têm sido observadas e estudadas em grandes instituições e em empresas de diversos setores. Assim, oobjetivo
Católica do Paraná deste artigo é analisar as práticas de comunicação e marketing - especificamente de endomarketing - em
sidelew@hotmail.com pequenas empresas de Paranaguá, no Brasil. Para isso, como metodologia de pesquisa, de cunho qualitativa,
foram realizadas entrevistas com diretores de uma amostra de pequenas empresas. Dentre os resultados
obtidos, foram analisadas e identificadas as práticas de endomarketing que estas empresas adotam e, entre
Anderson outros, verificou-se que as empresas têm consciência da importância de ações de comunicação interna e
endomarketing, ainda que nem todos o façam.
Catapan1
Universidade
Tecnológica Federal do
Paraná
andecatapan@yahoo.
com.br Internal communication and internal marketing are important tools in the management process and these practices
have been observed and studied in large institutions and companies from various sectors. The objective of this article is to
analyze the communications and marketing practices - specifically internal marketing - in small businesses of Paranagua
in Brazil. For this, as a research methodology, qualitative nature, interviews were conducted with directors of a sample
Barbara Luzia of small businesses. Among the results were analyzed and identified internal marketing practices that these companies
Sartor Bonfim adopt and, among others, it was found that companies are aware of the importance of internal communication and
Universidade Braz internal marketing actions, although not all do.
Cubas
barbarals.bonfim@
yahoo.com.br
La comunicación interna y marketing interno son herramientas importantes en el proceso de gestión y se han observado
y estudiado estas prácticas en las grandes instituciones y empresas de diversos sectores. El objetivo de este artículo es
1. Contact author: Rua Luiz analizar las comunicaciones de marketing y las prácticas de comercialización - específicamente interno - en las pe-
Grochoski, 487; São José queñas empresas de Paranagua en Brasil. Para ello, como una metodología de investigación, la naturaleza cualitativa,
dos Pinhais, Paraná; Brasil se realizaron entrevistas con los directores de una muestra de las pequeñas empresas. Entre los resultados se analizaron
e identificaron las prácticas de comercialización internos que estas empresas adoptan y, entre otros, se encontró que las
empresas son conscientes de la importancia de la comunicación interna y las acciones de marketing interno, aunque no
todos lo hacen.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
1. Introdução 55
Ainda que as empresas evoluam em processos, pesquisa, produtos ou serviços, o público Palavras-chave
interno não pode ser ignorado. Além de colaborador, o capital humano dentro da empresa tem
Comunicação
o papel de influenciador, propagandista externo e até mesmo de consumidor potencial ou real
Interna;
dos produtos que a empresa fabrica (Tavares, 2010).
Endomarketing;
Comunicação
Nesse contexto objetivo deste artigo é analisar as práticas de comunicação e marketing -
Organizacional;
especificamente de endomarketing -, verificando qual sua influência na competitividade de
Motivação;
pequenas empresas de Paranaguá, cidade do litoral do Estado do Paraná, no Brasil.
Pequenas
Empresas
Esta pesquisa justifica-se, pois diversos outros trabalhos contemporâneos vêm analisando
aspectos relativos à gestão de aspectos internos em organizações no Brasil (Mattos et
al., 2013; Morais et al., 2014; Catapan et al., 2015; Paula et al., 2015), o que mostra uma Keywords
oportunidade de continuação destas pesquisas. Internal
Communication;
O estudo está estruturado em sete partes, que inicia por esta de caráter introdutório. A parte Internal
seguinte expõe os benefícios do endomarketing e da comunicação interna. A terceira parte Marketing;
explica sobre a motivação como fator chave do endomarketing. A quarta parte constata Organizational
as defasagens e os limites existentes na comunicação organizacional, principalmente Communication;
nas pequenas empresas. Na sequência será apresentada a metodologia utilizada nesse Motivation; Small
estudo. A penúltima parte apresenta os resultadosdas entrevistas e, a última parte expõe as Business
considerações finais da pesquisa.
Palabras clave
Comunicación
Interna;
Marketing
2. Referencial Teórico Interna;
Comunicación
2.1. Comunicação Interna, Endomarketing e Competitividade Organizacional;
Motivación;
Diversos artigos vêm estudando aspectos relacionados ao marketing (Vargo & Lusch, 2004; Pequeños
Stremersch & Dyck, 2009; Kozinets et al., 2010; Kaleka, 2011; Laczniak & Murphy, 2012; Andreasen, Negocios
2012; Akaka, Vargo & Lusch, 2013; Hill & Martin, 2014; Ertimur & Coskuner-Balli, 2015), mas o
endomarketing é um conceito ainda pouco explorado na literatura acadêmica contemporânea.
Não foram encontradas pesquisas que relacionem endomarketing com competitividade, mas
pesquisas anteriores como Leonidou, Palihawadana e Theodosiou (2011) relacionaram efeitos
de marketing com competitividade encontrando relações positivas.
De acordo com Bekin (1995), o endomarketing é um conceito que engloba as ações de marketing Códigos JEL:
voltadas para o cliente interno, com o objetivo não só de promover os valores da empresa como
também integrar seus departamentos. O autor criou esse conceito quando trabalhava em L22, M31, M51
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
56 uma multinacional e percebeu que faltava o marketing para dentro da empresa, focado na motivação
do público interno. O endomarketing pode ser entendido como um método estruturado, nivelado ao
planejamento estratégico empresarial, visando melhorias na comunicação e buscando a relação com
ganhos de produtividades nas organizações (Dias, 2007).
Brum (2010, p. 70) constata que o endomarketing é a ferramenta para “dar valor e visibilidade para
a informação, permitindo que o público interno a reconheça de forma positiva, independente de qual
seja o conteúdo”. O conteúdo informa e encanta, mas mesmo assim tudo depende da forma em como
ele é comunicado. A autora ainda acredita que a informação quando é bem trabalhada, proporciona
conhecimento a todos os colaboradores que, consequentemente, tem um bom nível de integração
(Brum, 2010). Para ter endomarketing eficiente na empresa,é preciso criar uma cultura organizacional
e consciência comunicativa, onde todos conseguem enxergar a importância da comunicação de
qualidade.Sendo assim a função do endomarketing é apresentar de forma objetiva que nos processos
internos da empresa também existem as práticas dos valores estabelecidos com base na cultura
organizacional a conservação de um clima ideal e o reconhecimento das pessoas, os clientes internos
quepossuem valores, desejos e expectativas (Weirich, Munari & Bezerra, 2004).
Para os autores José e Rosa (2014) as organizações precisam assumir a comunicação como um
mecanismo relevante para a sua produtividade, transmitindo informações com credibilidade nivelando
seu canal de comunicação. Pois a partir do momento que os objetivos e ideais empresariais forem
compartilhados por todos de dentro da organização, maior será o grau de satisfação dos colaboradores,
dessa forma a satisfação é refletida na maneira com que são tratados seu público externo (José &
Rosa, 2014).
Marchiori (2008, p. 221) constata que a comunicação interna inclui o “processo comunicativo entre as
pessoas e grupos com suas barreiras e ruídos, comunicação administrativa, fluxos informativos, redes
formais e informais, canais de comunicação (...)"Mais do que informar, a comunicação envolve e obtém
retorno, permitindo que o cliente interno se sinta essencial dentro do processo e não apenas "mais um".
O colaborador que tem consciência do valor do seu trabalho dentro da empresa, da real importância
das tarefas que realiza, desempenha seu papel com mais eficiência. Com uma política de comunicação
aberta, todos os colaboradores se sentem confiantes para expor suas opiniões e a chance de neutralizar
pontos fracos nos relacionamentos interpessoais ou até mesmo em processos e situações de crise são
maiores.Sendo assim, uma equipe proativa e motivada reflete em todos os processos administrativos
e impacta diretamente no cliente final. Tavares (2010, p. 19) acredita que “Melhorar a qualidade da
comunicação interna e, consequentemente gerar motivação nos funcionários de uma empresa torna-
se essencial para o resultado dos processos administrativos”.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
A motivação pode partir de um líder e é algo que faz total diferença nos processos de comunicação e 57
endomarketing. Os fatores de motivação podem ser inúmeros como aumento de salário ou um bom
ambiente de trabalho, mas sem dúvidas o mais importante destes é a valorização do ser humano e o
reconhecimento da sua contribuição. Oportunidades como essa reforçam o sentimento de pertença, de
identificação com o trabalho e com a empresa.
O endomarketing tem também como processo informar, integrar e tornar comum os colaboradores
da organização, seus objetivos e objetivos da empresa, estratégias e resultados (Brum, 2010). Quanto
mais informação de qualidade é fornecida a todos, é possível despertar o sentimento de identificação,
além do colaborador se sentir mais envolvido com a missão e visão da empresa e com o local onde
trabalha em si.
Levando em consideração que as pessoas passam mais tempo trabalhando ao invés de estarem com
a própria família, por exemplo, ou investindo seu tempo em outros afazeres, a comunicação interna e
o endomarketing propagam os valores da empresa e fazem com que o colaborador veja no ambiente
onde trabalha uma oportunidade real de crescimento e desenvolvimento profissional e pessoal.
Como citado anteriormente, todos os colaboradores de uma empresa devem estar orientados para
o mesmo norte. O líder tem um papel muito importante no quesito motivação, pois ele tem como
responsabilidade motivar a equipe e conduzir todos para a mesma direção.Para Silva e Lira (2014),
a motivação pode ser vista e explorada como um instrumento fundamental dentro da ferramenta do
endomarketing, pois através dela os colaboradores estarão empenhados para o alcance dos objetivos
e sucesso da empresa.
A motivação é um dos enfoques do endomarketing e não pode ser feita esporadicamente, devendo ser
feita de forma planejada e contínua. É necessário que a motivação seja vista como algo muito mais
abrangente, que inclui resultados, a imagem da empresa e clientes (Tavares, 2010). Para Braga, Silva
e Dornelas (2002) o papel do endomarketing consiste na criação de ambientes e situações que façam
que o funcionário tenha motivação em seu trabalho, trabalhando com as questões motivacionais. A
motivação pode estar não só em ações planejadas, mas na atitude também de reconhecer o outro, de
estar sensível aos seus anseios, de ver o colaborador como um ser humano que também procura e
trabalha por algo que o faça feliz. Não é um processo, mas sim uma visão, um estilo de liderança, uma
maneira de se portar dentro e fora da empresa. Étambém uma maneira de realmente enxergar e se
envolver com o próximo.
Kotler (2012, p. 20) quando comenta a respeito de marketing interno e externo, define:
"O marketing interno, um dos componentes do marketing holístico, consiste em contratar, treinar e motivar
funcionários capazes que queiram atender bem os clientes. O marketing interno assegura que todos na
organização, sobretudo a alta gerência, adotem os princípios de marketing adequados.”
Esse desejo de atender os clientes acontece em cadeia: além da automotivação que é necessária, a
motivação vem dos gestores, líderes e dos colegas de equipe, que possuem um papel significativo
de incentivar a pró-atividade de seus colaboradores, estimulando-os a tomar iniciativas sem gerar
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
58 competição entre os setores, mas sim, promover a interação entre as pessoas (José & Rosa, 2014).
São todos unidos por causas como contribuir pela própria equipe e a empresa, aprender novas funções,
atividades e agregar experiência.
Um dos motivos de insatisfação e desmotivação das pessoas é o relacionamento com seu gestor ou
superiores, além da insatisfação com benefícios e falta de reconhecimento. Para tanto, cabe ao líder
ajudar e apoiar as decisões da equipe, fazendo com que todos realizem as suas atividades com prazer
e o sentimento de realização, com consciência que o bom trabalho realizado agrega a todos. Bekin
(1995) afirma que a liderança é a principal influência para a motivação do grupo. Já para Tavares (2010)
também é importante que o líder trabalhe com a integração empresarial, que abarca a integração entre
os funcionários, integração do funcionário com a empresa, dele com as chefias e a integração entre
setores/departamentos/unidades/áreas. Portanto, a relação do líder com a sua equipe não deve-se
dar de maneira comum e parcial, mas sim em constante fluxo, no qual valores, visões e sonhos são
compartilhados para estabelecer o compromisso necessário à realização dos objetivos da organização
(Campos, 2008).
Motivar também é ouvir e informar. Atualmente, todos recebem muitas informações e justamente pelo
excesso, o indivíduo acaba não sabendo separar o que é verdade, o que não é ou o que é relevante e
deve ser priorizado. Antes de propagar qualquer informação também é preciso realmente entender
a mensagem, pois na urgência da informação muitas vezes a mesma não é ouvida de fato, apenas
repassada.
Kunsch (2009, p. 335) afirma que "as organizações ainda parecem muito preocupadas em distribuir a
informação, mas pouco em ouvir. E, ainda assim, a eficiência da informação descendente não parece ter
chegado a um nível aceitável". Em pesquisa realizada em 2002, esta autora ainda observa que apesar do
aumento do interesse pela comunicação, não há o entendimento, a compreensão e o real engajamento
das próprias equipes e dirigentes. Com base nisso, é possível analisar que falta um comprometimento
maior com a informação, motivação e endomarketing - preocupações que não estão apenas restritas
a profissionais de comunicação - evidente não só em grandes empresas como também nas pequenas.
Inclusive é preocupante como estas ferramentas são tratadas nestas empresas, pois é a informação
que possibilita o relacionamento.
Brum (2010, p. 140) afirma que "para entender a informação como um dos principais fatores de
motivação, basta lembrar que ninguém luta por uma meta sem saber que ela existe." A autora acredita
que independente de como a informação é repassada - desde que com qualidade -, é ela que possibilita
o relacionamento e o envolvimento espiritual com a empresa. A informação e o relacionamento são o
que engajam todos os colaboradores nas ideias, projetos e objetivos. Moran (1998, p. 31) acredita que
a comunicação visível "é um processo de comunicação em que as pessoas falam e respondem, sem
prestarem verdadeiramente atenção ao outro e ao que está dizendo".
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
59
Por fim, através da motivação obtém-se o maior comprometimento de cada indivíduo com a empresa,
que é também um dos objetivos do endomarketing. Quando comprometido com a empresa, o
colaborador além de se dedicar ao máximo, procura sempre aprender novos processos e ver no que o
mesmo pode contribuir para o melhor funcionamento do local onde trabalha. Bekin (1995, p. 68) afirma
que "todo processo de motivação forma uma sequência constituída pelas seguintes etapas: estímulo,
esforço, desempenho, valorização, recompensa, satisfação e comprometimento." Com essas etapas
a comunicação flui de maneira natural, onde todos estão cientes de cada processo, pois tem acesso
a informação. Todas as etapas citadas por Bekin (1995) também contribuem não só para o maior
comprometimento dos colaboradores e o aumento de produtividade como também no crescimento
pessoal de cada indivíduo.
A comunicação que antes era solicitada apenas em situações padrão e emergenciais, agora faz parte
de todos os processos dentro da empresa, como uma ferramenta estratégica, pois de acordo com
Kunsch (2003, p. 121), o cliente interno também “é um público estratégico e multiplicador dos mais
importantes de uma organização”. No momento atual, mais importante que as áreas da organização,
são as pessoas, sua felicidade e realização dentro da onde trabalham.As pessoas fazem as empresas,
independente do seu porte. Brum (2010, p. 18) defende “Pessoas felizes produzem mais e melhor” e
acredita que essa é a verdadeira razão de existir do endomarketing.
Quando a comunicação interna consegue fluir bem em todo o ambiente interno, os funcionários
poderão sentir-se mais motivados na realização de suas funções, pois a empresa consegue repassar as
informações relacionadas ao seu negócio e ter retorno do público interno sobre elas.
Mesmo assim, ainda com avanços em processos e tecnologia, a comunicação quando presente em
pequenas empresas ainda acontece de maneira informal e tradicional. Kunsch (2003, p. 83) acredita
que os colaboradores buscam as comunicações informais, pois “muitas vezes, os canais formais não
proporcionam informações suficientes e claras para satisfazer suas necessidades e dúvidas”.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
60 Na maioria dos casos,em pequenas empresas a comunicação não é implantada por não ter uma pessoa
especializada na área ou ainda, acaba não acontecendo da maneira correta, pois muitos ainda utilizam
a informação como instrumento de poder. Bekin (1995, p. 36) afirma que a tendência dos executivos “é
limitar a estratégia de negócios ao marketing, julgando que estão atentos ao mercado e descuidando
da parte propulsora do processo, que são as pessoas na organização”. São gestores e diretores que não
ouvem e consequentemente apenas disseminam a informação, sem causar interesse e engajamento
algum (Kunsch, 2009). Por questão de custo também não há comunicação direta, planejada para cada
público.
É preciso que a direção esteja disposta a realizar uma gestão da comunicação transparente e marcada
pela autenticidade, compartilhando informações e dados positivos e negativos, fomentando a
participação de todos para então a mudança ocorrer de fato (Tavares, 2010). A comunicação interna e
o endomarketing, alinhado com os anseios de todas as equipes e colaboradores, só acontece quando
a cultura da empresa assim o permite. Argenti (2006, p. 169) afirma que "a comunicação interna no
século XXI envolve mais do que memorandos, publicações e as respectivas transmissões; envolve
desenvolver uma cultura corporativa e ter o potencial de motivar a mudança organizacional".
Quando todo e qualquer gestor e diretor ver e aplicar a comunicação interna e o endomarketing como
uma ferramenta estratégica de crescimento organizacional, só assim será obtido o sucesso do negócio
e a realização pessoal e profissional de cada colaborador.Apresentados os fundamentos inerentes ao
estudo, a próxima seção ilustra a metodologia da pesquisa.
3. Metodologia
No presente artigo, a pesquisa será realizada com abordagem qualitativa, pois é necessário verificar
se é verídico e entender e explicar – caso verdadeiro – qual a visão e os motivos reais da ausência da
prática da comunicação interna e endomarketing em pequenas empresas.
Marconi e Lakatos (1999) afirmam que a hipótese é uma suposição que antecede a pesquisa de fato.
Essas hipóteses são testadas para determinar sua validade e, independentemente de serem corretas ou
erradas, tem como objetivo explicar determinados fatos de importância fundamental para a pesquisa.
Gil (1999, p. 56) afirma que “o papel fundamental da hipótese na pesquisa é sugerir explicações para
os fatos”.
Para tanto, este artigo não tem como intuito quantificar informações, mas sim entendê-las. O objetivo
da pesquisa acontece de maneira descritiva, pois será investigado e caracterizado um determinado
grupo e seus hábitos (Gil, 1999).
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
Para entender melhor esse público e seus hábitos, será usado como procedimento a pesquisa de 61
campo, pois de acordo com Fonseca (2002), serão coletados dados e informações junto a um grupo
de pessoas, através de entrevistas. É fundamental entender a visão dos empresários e diretores
parnanguarasa respeito do tema e por isso as entrevistas serão realizadas em formato estruturado, de
maneira padronizada, pois haverá um roteiro previamente planejado (Marconi & Lakatos, 1999).
A cidade de Paranaguá, selecionada para a pesquisa, encontra-se no Brasil, no Estado do Paraná. Optou-
se em selecionar este estado, pois segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico
e Social – IPARDES (2015) o Paraná possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 358, 54 bilhões,
representando 6,3% do PIB total do Brasil. Ainda, segundo o mesmo instituto, possui 10,44 milhões
de habitantes e uma área de 199.880 km2. Já a cidade selecionada conta com 149.467 habitantes
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2010). A cidade foi escolhida devido à facilidade
de acesso as informações e também pelo fato de 97,39% das empresas da região correspondem à
micro e pequenas empresas (Prefeitura Municipal de Paranaguá, 2011).
Justifica-se a escolha e seleção destas pequenas empresas para a pesquisa, pois, além de serem
micro e pequenas empresas (como a maioria das empresas da cidade), podem ter representatividade
em relação a outras, pois possuem características de tamanho semelhantes. Além disso, no tocante
a esta pequisa, as empresas escolhidas concederam livre e irrestrito acesso à dados e entrevistas.
Consequentemente, justifica-se a escolha dos dez entrevistados uma vez que são os dez funcionários
com cargos mais altos nas empresas que se colocaram a disposição para colaborar com a pesquisa.
A perspectiva do trabalho é não só elucidar a importância da comunicação interna como ferramenta de
endomarketing e qual a relação percebida destes conceitos com a competitividade em empresas, mas
também mostrar que essa ferramenta pode ser aplicada nas empresas. Apresentada a metodologia,
serão destacados os resultados das entrevistas e pesquisas desenvolvidas com empresários e diretores
de pequenas empresas da cidade de Paranaguá na próxima seção.
4. Resultados e Discussão
Nesta penúltima parte, será descrito o perfil de 10 gestores, gerentes ou diretores consultados na
pesquisa, sendo que estes ocupam posições de comando e concentram muitas responsabilidades
sobre os colaboradores de pequenas empresas de Paranaguá.
Após agendamento via telefone, o contato com os entrevistados foi realizado pessoalmente no período
de junho a agosto de 2015 e, na oportunidade, além de esclarecer e explicitar os objetivos da pesquisa,
também foi realizado a entrevista semiestruturada a respeito de endomarketing, comunicação interna
e motivação.
Por questão de anonimato dos entrevistados e das respectivas empresas, também para ter mais
espontaneidade nas entrevistas para que as mesmas parecessem mais uma “conversa” e não algo
totalmente formal, as empresas e os entrevistados estarão representados por códigos. A seguir, é
possível conhecer em breves linhas o perfil de cada gestor, gerente ou diretor. Após os perfis, será
apresentada a análise de dados da pesquisa.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
Entrevistado C tem 23 anos é formado em Pedagogia e trabalha na empresa há 6 anos, como gerente.
Com 40 colaboradores, a empresa atua no comércio parnanguara há 14 anos. O entrevistado C contou
que em sua empresa já teve um profissional de comunicação, mas houve muitas divergências. Agora, a
empresa segue sem o profissional e em sua visão tudo corre bem, logo eles não sentem a necessidade
de uma nova contratação.
Entrevistado D tem 44 anos, não tem formação superior e trabalha na empresa há 21 anos. Com 45
colaboradores, há 55 anos a loja fornece uma grande variedade de produtos e serviços. O entrevistado
tem o cargo de gerência e tem a consciência de que motivar os colaboradores através de ações de
endomarketing é necessário. Ele acredita que as pessoas precisam ser felizes no que fazem e valorizar
o cliente interno é um grande passo para a realização de cada um.
Entrevistado E tem 45 anos e, além de estar cursando Direito, é psicopedagogo. A empresa tem 15 anos
e o entrevistado atua há 10 anos no cargo de gerência. O entrevistado tem enfrentado problemas com a
visão dos colaboradores, a falta de profissionalismo e a própria falta de ações de comunicação interna
e endomarketing na empresa. Ainda assim, o entrevistado garante que esta realidade está mudando,
pois tem implantado diversas ações para melhoria.
Entrevistado F tem 54 anos, é formado em Direito e trabalha como diretor. Há 50 anos, a loja fornece
produtos de papelaria, tecnologia e moda e conta com 50 colaboradores. O entrevistado sente
falta de profissionais capacitados na área de comunicação na cidade e afirma que há 10 anos, ele
próprio tinha mais “pique” para realizar reuniões, cafés e encontros. Agora o mesmo aguarda para
que seus sucessores venham com um “gás novo” e implantem as práticas de comunicação interna e
endomarketing que ele não faz mais.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
Com entrevista semiestruturadas contendo 27 perguntas, as questões foram divididas nas categorias
de análise. Considerando as questões apresentadas, o Quadro 1 ilustra os achados da pesquisa de
forma analítica.
Possibilidade de treinamentos B, C, D, E, F, G, I, J A, H
As categorias de análise pesquisadas foram: (i) Perfil dos entrevistados (apresentado anteriormente);
(ii) Comunicação interna e endomarketing; (iii) Motivação e treinamento; e, (iv) Barreiras e dificuldades
de comunicação. Estruturadas tais categorias e considerando os achados do Quadro 1, a seguir a
análise de cada uma a partir dos resultados das entrevistas e dos achados do Quadro.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
“Acho fantástico o endomarketing e gostaria muito de ter alguém da área aqui. Não sei se é um erro meu
ou se é pelo excesso de demanda, mas se eu pudesse contratar alguém da área com certeza seria melhor
e mais fácil. Estou pecando nesse lado”.
Os entrevistados que não contam com o profissional na empresa, não o contratam por falta de
tempo, dinheiro e também por não julgarem necessário já que os mesmos realizam as ações que
acham importantes. O entrevistado B afirma que “Como a loja lida com poucos funcionários, o
próprio proprietário faz essa parte”. Durante essa entrevista, ainda que com treinamentos mensais,
foi detectada a falta de Missão, Visão e Valores informados aos colaboradores, além de manuais de
integração. Inclusive muitas vezes novos colaboradores ao entrarem na empresa ficam dependentes de
colaboradores mais antigos para repassar informações. Já o entrevistado D é enfático quando afirma
que as empresas pensam que estão perdendo tempo quando fazem treinamentos, mas na verdade
estão ganhando. O entrevistado afirma que na sua empresa "Enquanto ele for nosso colaborador, ele
estará tendo nosso treinamento e isso é algo que ele levará para a vida. É algo que ele ganha e leva para
qualquer lugar onde for trabalhar".
"Vender a empresa para o colaborador é muito importante. Se não fizer um bom marketing da empresa,
ele não vai vestir a camisa e vai procurar outras empresas que ele se identifique verdadeiramente. O
principal cliente deve ser o interno. É ele que vai atender os clientes que o marketing externo trará. O
marketing interno é para o colaborador trabalhar com vontade, ser feliz fazendo o que gosta e ter orgulho
da empresa”.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
Ainda que todos os entrevistados tenham afirmado que os colaboradores têm total liberdade e acesso 65
para conversar – retrato de uma comunicação predominantemente informal – o entrevistado F afirmou
que a liberdade que sua equipe tem com ele é tanta que os colaboradores com mais tempo de casa tem
essa liberdade até para cobrar determinadas posturas. O entrevistado completa: “Respeito à hierarquia
é bom, mas às vezes chega a ser prejudicial no processo de integração”.
“Não é fácil implantar a comunicação interna, mas aqui está tomando forma. Considero muito importante
a comunicação interna e endomarketing, mas tenho procurado profissionais em outras cidades. Quero
‘plantar’ na cabeça deles que precisam dar um bom atendimento ao cliente, que precisam se amar, se
respeitar”.
O entrevistado I que tem seu restaurante bar há apenas 5 meses, não priorizou o marketing interno a
princípio mas demonstra consciência da importância do tema do artigo quando conta:
O entrevistado também reforça que em Paranaguá o bom atendimento é algo complicado, então o
mesmo acredita que o endomarketing e ações de motivação sejam fundamentais.
4.1.2.Motivação e Treinamento
Das 10 empresas entrevistadas, apenas a empresa do entrevistado A e H não tem treinamento, sendo
que o entrevistado A afirma que os procedimentos em sua empresa ainda são arcaicos e, ainda que a
comunicação seja efetiva para o bem estar dos colaboradores, ele ainda ouve de seus pais, diretores da
empresa que “Nunca teve treinamento, sempre foi assim e por isso não tem”.
O entrevistado C afirma que as ações motivacionais com produtos aumentam as vendas e fazem com
que o colaborador dê ideias e participe mais do processo, pois ele vê que isso também traz vantagem
para sua rotina de trabalho e seus ganhos. O entrevistado J enfatiza que considera fundamental e
importante as ações de motivação e valorização das pessoas no ambiente de trabalho. O mesmo
completa:“Ninguém motiva ninguém sem ter uma equipe alinhada e energizada no dia a dia. A equipe
deve estar sempre junto, de mãos dadas também para não cair na mesmice”.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
66 ainda que não seja o “trabalho dos sonhos”. Por serem pequenas empresas, o entrosamento também
é melhor e tem um relacionamento mais estreito, propiciando um ambiente de trabalho agradável, com
bons relacionamentos.
O porte das 10 empresas entrevistadas facilita o contato e relacionamento com os superiores. Além
disso, todos os entrevistados afirmaram que os colaboradores se sentem muito a vontade para sugerir
mudanças. O entrevistado C afirma que o fato deles aproveitarem as ideias dos colaboradores, faz
com que os mesmos “Se sintam especiais, realmente fazendo parte da história da empresa”. Ainda o
entrevistado D quando questionado a respeito, explicita: “Temos gerenciamento de portas abertas. Se
não tivermos o tempo de sentar com nossos colaboradores e ouvirmos o que eles têm a dizer, eu acho
que poucos deles estarão colaborando de fato”.
O entrevistado I afirmou que apenas no mês de abertura do restaurante bar fizeram intensos
treinamentos. Ele contou que devido a falta de tempo, esses treinamentos foram deixando de serem
frequentes, mas que é algo que está sendo analisado para ser colocado em prática novamente.
Para a etapa final da entrevista, foram listadas barreiras de comunicação, onde o entrevistado poderia
marcar mais de uma alternativa caso necessário, as quais: Excesso de informação; Falta de informação;
Distância entre os setores da empresa; Diferença de status e poder entre os envolvidos; Retardamento
do fluxo de comunicação; Falta de canais de comunicação; Falta de profissional qualificado na área de
comunicação; Ruídos e conversas paralelas;Diferentes pontos de vista; Falta de alinhamento das metas
dos colaboradores com as da empresa; Interpretações diferentes devido ao vocabulário utilizado; e,
Excesso de conversas informais e boatos.
Nas empresas que não tem endomarketing na empresa, nota-se que todas têm as mesmas barreiras
de comunicação: Diferentes pontos de vista, Excesso de informação, Excesso de conversas informais
e boatos e Falta de profissional qualificado na área de comunicação. Essas empresas que informaram
que a comunicação interna flui bem, ainda assim ao chegar na etapa final da entrevista afirmaram
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
Uma característica marcante destas pequenas empresas também foi que a opção Diferença de status e
poder entre os envolvidos não foi marcada, fato esse que se deve a proximidade de todos nas empresas
desse porte. O entrevistado D completa: “Hoje em dia é muito diferente de trabalhar como há uns 15
anos atrás. Antes era tudo por imposição e hoje não. Atualmente ou você trabalha alinhado ou vai ter
problemas. Todos devem ter a mesma visão”.
Os achados desta pesquisa mostraram uma possível relação positiva entre a comunicação interna,
a presença de endomarketing nas empresas e o aumento de sua competitividade. Esta relação foi
percebida, pois algumas empresas como, por exemplo, a organização do entrevistado B, na qual foi
detectada pouca comunicação interna, ausência de endomarketing e falta de Missão, Visão e Valores
informados aos colaboradores, além de manuais de integração. Estes conceitos são importantes para
o aumento da competitividade das empresas visto que colaboradores que não percebem missão, visão
e os valores da organização na qual atuam podem ter dificuldades os seus papéis, o que pode levar
a aumento de custos e/ou diminuição de qualidade de produtos ou serviços, e isto pode ocasionar
diminuição na competitividade da organização.
Também, o entrevistado G afirmou que “vender a empresa para o colaborador é muito importante. Se
não fizer um bom marketing da empresa, ele não vai vestir a camisa e vai procurar outras empresas
que ele se identifique verdadeiramente”. Este achado mostra mais uma possível relação positiva entre
a eficiência na comunicação interna, a presença de endomarketing e maximização de competitividade
uma vez que colaboradores motivados prestam melhores serviços para a organização, e isso pode
levar a, por exemplo, diminuição de custos e/ou melhora em qualidade de produtos ou serviços,
características que melhoram a competitividade das empresas.
Corroborando com esta relação, o entrevistado I que afirmou que “o endomarketing e a comunicação
interna são fundamentais. Esse resultado resulta em um bom atendimento pra o cliente externo”.
Novamente nota-se uma relação positiva entre comunicação interna e endomarketing com a
competitividade das empresas, pois segundo o entrevistado a presença do endomarketing resulta
em bom atendimento aos clientes, o que melhorar a qualidade da prestação dos serviços, fato que
maximiza a competitividade das organizações. Assim, analisada a relação entre comunicação interna,
endomarketing e a competitividade, apresentam-se as considerações finais desta pesquisa.
5. Considerações Finais
Percebeu-se durante as entrevistas que todos os entrevistados têm consciência da importância de
ações de comunicação interna e endomarketing, ainda que nem todos o façam. Grande parte afirma
que sempre focaram em mídia externa e no marketing e acreditam que isso dá resultado, porém
concordam que o colaborador precisa se sentir valorizado e realmente se identificar com o que faz na
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
68 empresa e com a visão da mesma, até porque Paranaguá não tem muitas opções além do comércio.
Todos comentaram e concordaram com o fato que quando o colaborador “veste a camisa”, isso reflete
nas vendas e no atendimento ao público. Já era esperado que o comportamento dos colaboradores
também fosse citado devido à falta de automotivação e profissionalismo. Em conversa, foi citado que
isso se deve também a postura do líder para com a sua equipe.
Este trabalho limitou-se a analisar a amostra de pesquisa da cidade de Paranaguá. Outra limitação é que
não pode-se afirmar com segurança estatística a relação positiva entre a presença de endomarketing
nas empresas e o aumento de sua competitividade pois o objetivo desta pesquisa foi de caráter
qualitativo. Para próxima pesquisa e avanço do conhecimento, sugere-se que a pesquisa seja replicada
em outras cidades ou outros países, permitindo assim comparabilidade dos resultados aqui obtidos.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Acácia Lopes Freire, Sidele Woehl, Anderson Catapan e Barbara Luzia Sartor Bonfim
Referências 69
Akaka, M. A.; Vargo, S. L.; Lusch, R. F. (2013), “The Complexity of Context: A Service Ecosystems Approach for International
Marketing”, Journal of International Marketing, Vol. 21, Num. 4, pp. 1-20.
Andreasen, A. R. (2012), “Rethinking the Relationship Between Social/Nonprofit Marketing and Commercial Marketing”,
Journal of Public Policy & Marketing, Vol. 31, Num. 1, pp. 36-41.
Argenti, P. A. (2006), “Comunicação Empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação”. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
Bekin, S. F. (1995), “Conversando sobre endomarketing”. 1. ed. São Paulo: Makron Books.
Braga, M. J.; Silva, A. J. H.; Dornelas, H. L, (2002), “O emprego do endomarketing em cooperativas de crédito: Estudo de caso da
UFV – Credi e da Unicred- Viçosa”. Semina: Ciências Humanas e Sociais, Vol. 23, Num. 1, pp. 49-62.
Brum, A. M. (2010), “Endomarketing de A a Z: como alinhar o pensamento das pessoas à estratégia da empresa”. 3. ed. São Paulo:
Integrare.
Campos, M. V. K. (2008), “O papel da liderança na motivação das motivações das pessoas em ambientes organizacionais”, Revista
de Gestão Pública, Vol. 2, Num. 2, pp. 32-45.
Catapan, A.; Silva, A. C.; Munhoz, F. M.; Oliveira, L. M. B.; Silva, W. R. C.; Woehl, S.; Martins, P. F. (2014), “Gestión
por Competencias em la búsqueda de una organización eficaz: um estudio de caso em la Universidad de Brasil”, Revista de
Globalizacion, Competitividad y Gobernabilidad, Vol. 8, Num. 2, pp. 102-120.
Dias, J. G. G. (2007), “Endomarketing: um instrumento estratégico na busca da melhoria da competitividade empresarial”. São
Paulo: Livro Ponto.
Ertimur, B.; Coskuner-Balli, G. (2015), “Navigating the Institutional Logics of Markets: Implications for Strategic Brand
Management”, Journal of Marketing, Vol. 79, Num. 2, pp. 40-61.
Estrella, C.; Benevides, R.; Freitas, R. F. (2009), “Por dentro da comunicação interna: tendências, reflexões e ferramentas”.
Curitiba: Champagnat.
Gil, A. C. (1999), “Métodos e técnicas de pesquisa social”. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Graces, M. B. (2009), “Análise das Estratégias de Endomarketing em Indústria Moveleira”. Monografia (Graduação) – Faculdade
de Administração, Contabilidade e Informática, Uruguaiana.
Hill, R. P.; Martin, K. D. (2014), “Broadening the Paradigm of Marketing as Exchange: A Public Policy and Marketing
Perspective”, Journal of Public Policy & Marketing, Vol. 33, Num. 1, pp. 17-33.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015), “Paranaguá infográficos: dados gerais do município”. Disponível
em: <http://www.pmpgua.com.br/noticias.php?noticia_id=2425 >. Acesso em mai/2015.
Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES (2015), “Paraná em números”. Disponível em: http://
www.ipardes.gov.br/index.php?pg_conteudo=1&cod_conteudo=1. Acesso em jan/2016.
José, B. L. C. S.; Rosa, A. T. R. O. (2014), “O endomarketing como ferramenta estratégica de gestão”, Revista de Ciências
Gerenciais, Vol. 16, Num. 24, pp. 145- 159.
Kaleka, A. (2011), “When Exporting Manufacturers Compete on the Basis of Service: Resources and Marketing Capabilities
Driving Service Advantage and Performance”, Journal of International Marketing, Vol. 19, Num. 1, pp. 40-58.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
Comunicação interna como ferramenta de endomarketing para maximização na competitividade: um estudo
em pequenas empresas da cidade de Paranaguá no Brasil
70 Kozinets, R. V.; Valck, K.; Wojnicki, A. C.; Wilner, S J. S. (2010), “Networked Narratives: Understanding Word-of-Mouth
Marketing in Online Communities”, Journal of Marketing, Vol. 74, Num. 2, pp. 71-89.
Kunsch, M. M. K. (2003), “Planejamento de relações públicas na comunicação integrada”. 4. ed. São Paulo: Summus.
Kunsch, M. M. K. (2009), “Comunicação organizacional: linguagem, gestão e perspectivas”. 1. ed. São Paulo: Saraiva.
Laczniak, G. R.; Murphy, P. E. (2012), “Stakeholder Theory and Marketing: Moving from a Firm-Centric to a Societal
Perspective”, Journal of Public Policy & Marketing, Vol. 31, Num. 2, pp. 284-292.
Leonidou, L. C.; Palihawadana, D.; Theodosiou, M. (2011), “National Export-Promotion Programs as Drivers of Organizational
Resources and Capabilities: Effects on Strategy, Competitive Advantage, and Performance”, Journal of International Marketing,
Vol. 19, Num. 2, pp. 1-29.
Marchiori, M. (2008), “Faces da cultura e da comunicação organizacional”. 2. ed. São Caetano do Sul: Difusão.
Marconi, M. A.; Lakatos, E. M. (1999), “Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de
pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados”. São Paulo: Atlas.
Mattos, A.; Cunha, D. R.; Andrade, E. L.; Silva, J. J.; Santos, L. C. R.; Woehl, S.; Martins, P. F.; Catapan, A. (2013),“Proposta
de Reestruturação de Uma Organização: Mudança no Processo de Departamento Pessoal Para Práticas de Gestão de Pessoas”,
Espacios (Caracas), Vol. 34, Num. 12, pp. 1-22.
Morais, A. S.; Naue, G. S.; Armstrong, J. G.; Woehl, S.; Martins, P. F.; Catapan, A. (2014),“Percepção do Setor de Recursos
Humanos de Uma Instituição Brasileira em Relação aos Desafios Para Implementação de Educação Corporativa”. Espacios
(Caracas), Vol. 35, Num. 10, pp. 1-14.
Moran, J. M. (1998), “Mudanças na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica”.
São Paulo: Paulinas.
Paranaguá. (2015) Prefeitura Municipal de Paranaguá quer incentivar o aumento de empregos formais. Disponível em:<http://
cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=411820>. Acesso em mai/2015.
Paula, A. A.; Cruz, E. P.; Cruz, E. P.; Woehl, S.; Catapan, A. (2015),“Recrutamento, Seleção, Treinamento e Desenvolvimento
de Pessoas: Estudo de Caso em Uma Microempresa Brasileira do Ramo de Tecnologia de Informação”,Espacios (Caracas), Vol. 36,
Num. 6, pp. 1-14, 2015.
Peres, T. C. O. (2012), “Ferramentas do endomarketing para avaliar e propor melhorias no clima organizacional de uma biblioteca
universitária publica”, Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Vol. 9, Num. 2, pp. 12-24.
Silva, S.; Lira, R. A. (2014), “Endomarketing como ferramenta de motivação: análise das suas aplicações em uma rede de
supermercados no município de Campos dos Goytacazes- RJ”, Perspectivas Online Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Vol. 9,
Num. 4. pp. 35-46.
Stremersch, S.; Dyck, W. V. (2009), “Marketing of the Life Sciences: A New Framework and Research Agenda for a Nascent
Field”, Journal of Marketing, Vol. 73, Num. 4, pp. 4-30.
Tavares, M. (2010), “Comunicação empresarial e planos de comunicação: integrando teoria e prática”. 3. ed., rev. e ampl. São
Paulo: Atlas.
Vargo, S. L.; Lusch, R. F. (2004), “Evolving to a New Dominant Logic for Marketing”, Journal of Marketing, Vol. 68, Num. 1,
pp. 1-17.
Weirich, C. F.; Munari, D. B.; Bezerra, A. L. Q., (2004), “Endomarketing: ensaio sobre possibilidades de inovação na gestão em
enfermagem”, Revista Brasileira de Enfermagem, Vol. 6, Num. 57, pp. 754-757.
GCG GEORGETOWN UNIVERSITY - UNIVERSIA MAYO - AGOSTO 2016 VOL. 10 NUM. 2 ISSN: 1988-7116
pp: 54-70
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL INTERNA E DOS
FEEDBACKS GERENCIAIS
RESUMO
Este artigo tem como objetivo verificar até que ponto a Comunicação Organizacional Interna
e os Feedbacks Gerenciais são importantes para os funcionários e gestores da área de
Recursos Humanos em uma empresa do segmento financeiro na perspectiva dos funcionários
e dos gestores. A metodologia utilizada foi através de pesquisa exploratória com abordagem
qualitativa em relação à coleta dos dados, e qualitativa em relação à análise dos dados. A
pesquisa realizada na cidade de São Paulo, em uma empresa do segmento financeiro, revelou
em seus resultados que mais de 70% dos funcionários e gestores consideram Feedbacks
importantes, além de ressaltarem sua influência em seu desempenho e nos resultados da
empresa.
ABSTRACT
This article has the objective to verify to what extent the Internal Organizational
Communication and Management feedbacks are important for employees and managers in the
department of Human Resources in a financial segment company. The methodology used was
through exploratory research with a quantitative approach to data collection, and qualitative to
data analysis. The research held in the city of São Paulo, in a company 's financial segment,
revealed in its results that more than 70% of employees and managers consider important the
issues, to the point of influence on their performance and also the company's results.
Keywords :: Feedback ; Organizational Communication ; Internal Communication .
INTRUDUÇÃO
1 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Nassar (2005) apud Rezin (2010) também menciona que a comunicação tem um papel
fundamental no processo de criação de imagem da organização, e reforça a identidade e a
ambição corporativa. Ele destaca que a comunicação, no ambiente organizacional, busca
estabelecer diálogo com todos os públicos com quem a empresa se relaciona: funcionários,
clientes, potenciais clientes, comunidades, fornecedores, governo e a sociedade em geral.
Toda atividade dentro de uma organização é mediada pela comunicação. Por isso, é
necessário envolver toda a organização a fim de que esta interação se realize com
consistência, relevância e coerência.
Além de envolver toda a organização, a comunicação precisa ser vista como um
processo estratégico. Bueno (2010) ressalta que deveria ser prioridade incluir a comunicação
nas estratégias empresariais, pois teria papel fundamental, na busca de eficácia, na interação
com os públicos de interesse e no desenvolvimento de planos e ações que trazem vantagem
competitiva às organizações.
Kunsch (2009) menciona que os estudos sobre mudanças organizacionais e, em
especial, sobre mudanças de estratégias, afirmam que a comunicação é essencial para um
processo bem sucedido. Em uma sociedade envolta constantemente em mudanças, a
comunicação se configura como um instrumento imprescindível nas organizações. Medrano
(2007) ressalta que, no mundo moderno, a comunicação interna é inseparável da atividade
produtiva de qualquer organização e é uma estratégia fundamental.
Segundo Melo,
Todo gestor precisa ser capaz de construir fluxos comunicacionais que lhe garantam
eficiência e coerência no desempenho de suas atividades e no trato com seus liderados.
Comunicar procedimentos e orientar, elogiar ou corrigir, seja por email, por telefone, ou até
mesmo pessoalmente, fazem parte do cotidiano do gestor. Saber orientar os feedbacks em
relação ao trabalho dos funcionários não é uma tarefa fácil Entretanto, Leme (2009) afirma
que o feedback é uma ação de comunicação e é de responsabilidade gerencial.
Um líder de destaque utiliza o feedback como ferramenta e busca desenvolver suas
habilidades para aprimorar o desenvolvimento dos seus funcionários. O papel do gestor é
7
10
Observou-se nitidamente que grande parte dos funcionários e gestores concorda que a
comunicação é um ponto vital para o bom funcionamento do negócio. No grupo de
funcionários, a somatória equivale a 86%, e no grupo de gestores 100%. Com esse resultado,
são confirmadas as considerações de Nassar (2005), para quem a comunicação tem um papel
fundamental para o processo de construção de uma marca e no estímulo/reforço da identidade
e ambição corporativa. Ou seja, a comunicação é essencial para o bom funcionamento do
negócio.
A questão seguinte procurou entender se a comunicação interna integra os
funcionários e influencia no resultado da empresa. No questionário, essa questão foi posta da
seguinte forma: A comunicação integra os funcionários ao ponto de influenciar sobre os
resultados da empresa?
11
12
13
14
15
16
Nesse item, observou-se que grande parte dos funcionários e gestores (73%)
concordam que o Kit feedback contribuiu para a melhoria dos feedbacks. Para 89% dos
funcionários e gestores que não participaram do projeto, receber um material sobre o tema
contribuiria para a melhoria da aplicação dos feedbacks em suas respectivas áreas. Notou-se
que grande parte dos funcionários e gestores veem os feedbacks gerenciais como elemento
importíssimo para a organização ao ponto de influenciar em seu desempenho e nível de
motivação.
Turci (2013) afirma que o feedback torna-se um grande aliado nas tomadas de
decisões dos gestores e funcionários, portanto é um fator determinante e necessário para que
as organizações se desenvolvam cada vez mais. Dessa forma, é compreensível que as
organizações devam dar melhor atenção com esse tema, pois está relacionado ao
desenvolvimento do funcionário, cujo impacto se projeta diretamente nos resultados da
organização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
18
LEME, R. Feedback para resultados na gestão por competências pela Avaliação 360º. Rio
de Janeiro: Qualilymark, 2009.
MELO, Vanessa Pontes Chaves de. A comunicação interna e sua importância nas
organizações. Disponível em:
http://www.institutoidentidade.com.br/fotos/artigospdf/A%20comunica%C3%A7%C3%A3o
%20interna%20e%20sua%20import%C3%A2ncia%20nas%20empresas.pdf Acesso em: 20
mar. 2015.
REIS, G.G. Avaliação 360 graus. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
19
20
ROSA MEIRINHOS
Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
1069-061 Lisboa, Portugal
rosameirinhos@gmail.com
ANA MARGARIDA BARRETO
Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
Instituto de Comunicação da NOVA NOVA - ICNOVA
1069-061 Lisboa, Portugal
ambarreto@fcsh.unl.pt
Resumo
A capacidade para reter funcionários qualificados apresenta-se cada vez
mais como problemática, não só pela maior exposição a empresas concorren-
tes internacionais, como também pelo novo paradigma na gestão de carreiras,
passando-se de carreiras estáveis, lineares e estruturadas verticalmente, para
carreiras transitórias, dinâmicas e multidirecionais. A capacidade de atrair e re-
ter pessoas talentosas tem sido comummente associada a salários mais atrati-
vos, contudo evidências empíricas sustentam que a retenção de pessoas talen-
tosas depende em grande parte de fatores não-monetários, como a qualidade
da liderança e a forma comunicacional utilizada para potenciar as habilidades,
as competências, e os conhecimentos dos seus funcionários. A comunicação é
hoje entendida como um mecanismo de gestão das interações e relacionamen-
tos entre os stakeholders internos, assumindo-se que os colaboradores consti-
tuem o ativo mais poderoso de uma empresa, e os seus melhores embaixadores.
É no contexto deste triângulo liderança→comunicação→motivação&satisfação
que se torna evidente o contributo da comunicação estratégica na retenção de
recursos humanos.
Palavras-chave
Comunicação estratégica; liderança; motivação; satisfação; compromisso
Abstract
The capacity to retain qualified employees is an increasing problem, not only due to
a larger exposure to international competing firms, but also due to the paradigm shift
HTTPS://DOI.ORG/10.14195/2183-5462_33_5 ARTIGOS | 75
in career management, from stable, linear and vertically structured careers to transient,
dynamic and multidirectional careers. The capacity to attract and retain talented people
has been commonly associated with more attractive salaries. However, empiric evidence
proves that retaining talents depends largely on non-monetary factors, such as leadership
and the communication forms that organizations use to enhance their employees’
capabilities and competences. Communication is now understood as a mechanism that
manages interactions and relationships between internal stakeholders, based on the
premise that employees are a company’s most valuable asset and its best ambassadors.
This leadership→communication→motivation&satisfaction model evidences the
contribution of strategic communication towards retaining human resources.
Keywords
Strategic communication; leadership; motivation; satisfaction; commitment
Resumen
La capacidad de retener empleados calificados se presenta cada vez más como
problemática, no sólo por la más grande exposición a empresas concurrentes
internacionales, sino también por el nuevo paradigma en la gestión de carreras,
pasando de carreras estables, lineales y estructuradas verticalmente, para carreras
transitorias, dinámicas y multidireccionales. La capacidad de atraer y retener talentos
ha sido comúnmente asociada a salarios más atractivos, sin embargo evidencia
empírica sustenta que la retención de talentos depende en gran parte de factores
no-monetarios, como la calidad de liderazgo y la forma comunicacional utilizada para
potenciar las competencias y los conocimientos de sus empleados. La comunicación es
hoy entendida como un mecanismo de gestión de las interacciones y relacionamientos
entre los stakeholders internos, asumiéndose que los colaboradores constituyen el
activo más poderoso de una empresa, y sus mejores embajadores. El contexto de
este triángulo liderazgo→comunicación→motivación&satisfacción hace evidente la
contribución de la comunicación estratégica en la retención de recursos humanos.
Palabras-clave
Comunicación estratégica; liderazgo; motivación; satisfacción; compromiso
Introdução
Num cenário atual de mudanças, por força das novas tecnologias, aliadas, entre outros
fatores, aos desafios da globalização, da responsabilidade ética e social, das crises orga-
nizacionais, e das flutuações dos mercados internos e externos, é fundamental que as em-
presas estejam preparadas para dar respostas ágeis e eficazes a tais ambientes mutáveis.
Neste contexto, atrair e reter profissionais talentosos pode apresentar‑se como
um diferencial competitivo (Argenti et al, 2005 apud Carrillo, 2014; Villafane, 2005).
Primeiro, porque reter talentos pressupõe manter os melhores e os mais produtivos.
Segundo, porque um profissional que sai da empresa leva consigo toda a sua experi-
ência e conhecimento. Terceiro, porque os gastos associados à sua substituição são
76 | MEDIA&JORNALISMO
elevados (existe todo um processo de recrutamento, negociação, formação e adap-
tação que não pode ser ignorado).
É por conseguinte importante que as empresas adotem estratégias de retenção que
passam por (a) uma liderança capaz de motivar o seu capital humano e fomentar ações
que permitam a sua valorização, o seu crescimento, e o seu desenvolvimento dentro da
empresa; (b) uma comunicação transparente, consistente interna e externamente, que
viabilize as aspirações dos colaboradores, facilitando a criação de mecanismos capazes
de avaliar a sua satisfação e de fomentar a sua motivação; (c) uma comunicação constitu-
tiva da organização (Oliveira&Henninger, 2016), percecionada como mecanismo de ação
privilegiado para tornar comuns os objetivos organizacionais, através do alinhamento
do pensamento dos colaboradores com as diversas estratégias e diretrizes da empresa.
Pretende‑se com esta comunicação evidenciar o papel da Comunicação Estra-
tégica como instrumento privilegiado para a concretização das metas e dos objeti-
vos organizacionais, designadamente a gestão estratégica dos recursos humanos
tendo em vista a sua retenção, pela liderança e sua motivação.
ARTIGOS | 77
Para que a Comunicação Estratégica cumpra com eficácia o seu papel é funda-
mental que exista uma boa relação entre a empresa e os seus stakeholders, atra-
vés de diferenciados canais e meios de transmissão de informação, tal como des-
taca Ibarra (2010):
“É há muito um dado adquirido que fazer negócios não é apenas uma ques‑
tão de produção e de vendas. Atualmente, os stakeholders de uma empresa dão a
conhecer as suas exigências, e tem o poder de responsabilizar a empresa pela sa‑
tisfação das mesmas”. (Carrillo, 2014).
78 | MEDIA&JORNALISMO
ordem cognitiva. Ainda segundo Neves (1998), não existe uma relação causal entre
satisfação e motivação. Estudos recentes efetuados no âmbito da gestão demons-
tram a inexistência de correlação consistente entre as variáveis satisfação e produ-
tividade. Existe sim uma complementaridade caracterizada pelo investimento emo-
cional e interação social entre colaboradores e o ambiente (contexto de trabalho).
Figura 1 – Modelo da Relação entre Performance e Satisfação, segundo Lawler & Porter
ARTIGOS | 79
res externos decorrem do ambiente, que envolve as caraterísticas organizacionais,
como: sistemas de recompensas e punições, os fatores sociais, as políticas organi-
zacionais, etc. e fatores intrínsecos e motivadores que geram satisfação como, au-
tonomia, significância, feedback e identidade (Lopes, 2012). A própria natureza do
indivíduo – a sua postura perante o trabalho, grau de proatividade, a sua energia
interna, entre outros – fomenta a associação entre os fatores intrínsecos e os fato-
res externos que influenciam o comportamento do mesmo na organização.
Muita da investigação que incide sobre o trabalho tem procurado estabelecer
uma relação entre as características do trabalho e o nível de satisfação percecionado
pelos trabalhadores. As variáveis mais frequentemente analisadas prendem‑se com
a análise das tarefas que cada trabalhador desempenha, às quais correspondem
as dimensões da organização do trabalho, i.e., a variedade, a identidade, a autono-
mia, o significado e o feedback que, caso se verifiquem, resultam num sentimento
de satisfação por parte do colaborador.
Com o objetivo de avaliar o conteúdo do trabalho e o seu potencial motivador,
Hackman e Oldham (1980) desenvolveram um modelo teórico baseado nas carac-
terísticas das funções, conforme ilustrado na figura 2 (Lopes, 2012).
Entende‑se que existe variedade de competências quando um determinado tra-
balho exige uma diversidade de tarefas as quais, por sua vez, implicam a colocação
em prática de diferentes competências por parte do trabalhador. Uma outra carac-
terística prevista no mesmo modelo está relacionada com a identidade da tarefa,
conceito que remete para o desenvolvimento de um trabalho por um mesmo traba-
lhador, desde o início até à sua conclusão, pressupondo a existência de um resul-
tado concreto (Hackman & Oldham, 1980 apud Lopes, 2012).
Relativamente à característica “significado da tarefa”, refere‑se ao impacto do
resultado do trabalho na atividade ou na vida de terceiros, enquanto a autonomia
é comummente definida como o grau de independência de que o trabalhador dis-
põe para o planeamento do seu trabalho, com vista à realização de um determina-
do projeto ou tarefa. A existência desta característica implica o desenvolvimen-
to de esforços individuais relativamente à tomada de decisões que, por sua vez,
fomentam um sentimento de responsabilidade perante o resultado do trabalho.
Por último, o feedback (retorno) poderá ser definido como a informação transmiti-
da ao colaborador relativamente aos resultados do seu trabalho (Hackman, 1983
apud Lopes 2012).
80 | MEDIA&JORNALISMO
Figura 2 – Modelo das Características da Função de Hackman e Oldham
ARTIGOS | 81
– Liderança: encontram‑se correlações positivas e significativas entre a forma
de liderança e a satisfação no trabalho (Peiró, 1996 apud Lopes, 2012).
– A participação na tomada de decisão: segundo diversos académicos, a parti-
cipação do colaborador no processo de tomada de decisão está positivamente rela-
cionada com a satisfação, variando o grau de satisfação em função com o nível de
participação. Conclui‑se que a participação nas tomadas de decisões de trabalho
e a participação informal têm um efeito positivo sobre o desempenho, enquanto a
posição do trabalhador na participação informal tem efeito na sua satisfação no
trabalho (Peiró, 1996 apud Lopes, 2012).
82 | MEDIA&JORNALISMO
Cabe assim aos gestores a criação de condições para que essa motivação
aumente e sirva de diretriz às ações dos liderados, fazendo‑os crescer mostran-
do que o trabalho de cada um é fundamental para o sucesso de todos. Quando
o colaborador associa significado e resultado ao seu esforço, aumenta propor-
cionalmente o seu sentimento de importância dentro do projeto organizacional
(Maçães, 2017).
Segundo Boneau et Henriet (1990), a comunicação interna tem evoluído no con-
texto organizacional, passando de um papel operacional e ferramenta de controlo
para um papel crescentemente estratégico. É com base nestas premissas que as
empresas utilizam a comunicação interna como instrumento para criar um compro-
misso (commitment) por parte dos colaboradores, já que estes estarão mais envol-
vidos com as ocorrências no seu ambiente de trabalho.
No entendimento de Brum (2010:100), uma comunicação interna credível e con-
fiável gera envolvimento, que por sua vez gera comprometimento e consequente-
mente motivação:
ARTIGOS | 83
Apesar da proliferação de definições do conceito de liderança, não existe con-
senso nem uma aceção definitiva em torno da sua conceptualização. Será, contudo,
seguro afirmar que a liderança é um
84 | MEDIA&JORNALISMO
sentido pelos colaboradores, ou na perspetiva de uma crise organizacional, mesmo
que tal não ocorra.
Com efeito, variáveis como os comportamentos de liderança, as característi-
cas específicas dos colaboradores e os atributos da própria situação determinam
a atribuição de carisma aos líderes. Rego e Cunha (2003) consideram que a atri-
buição do carisma ocorre, sobretudo, quando os colaboradores com características
específicas reconhecem traços e comportamentos específicos nos líderes em con-
dições específicas.
Neste modelo, o carisma é concebido como uma dimensão observável da con-
sideração individual, da valorização da tarefa e dos comportamentos autocráticos
e democráticos.
A criação da expressão liderança transformacional é atribuída a Burns (1978) e
traduz‑se na capacidade de realização de inovações e mudanças no contexto orga-
nizacional, por norma profundas e duradouras. Estimula o crescimento e sentimento
de responsabilização (empowerment) dos colaboradores, fomenta o seu sentimento
de importância e de relevância no seio da organização e consequente aumento do
nível de autorrealização, levando‑o a empenhar‑se de forma mais intensa no cum-
primento dos objetivos organizacionais (Lindebaum&Cartwright, 2010).
O líder transformacional inspira os seus colaboradores a ultrapassarem os seus
interesses pessoais em prol dos objetivos da organização. Este tipo de líder incenti-
va a mudança através do desenvolvimento da consciência dos liderados, focando‑se
não apenas nos incentivo ou recompensas materiais para motivar os seus colabora-
dores, mas apelando a outas dimensões, como a justiça, a igualdades, o humanis-
mo, a liberdade ou a paz para desenvolver um relacionamento mais profundo com
os seus colaboradores.
A “liderança autenticamente transformacional, impregnada de preocupações de
natureza ética, é considerada enquanto padrão de liderança motivando desempe-
nhos elevados dos atores organizacionais e grandes transformações nas organiza-
ções.” (Cunha e Rego, 2005, citado por Caixeiro, 2014).
Burns (1978) considera que a liderança transformacional difere da liderança
transacional na medida em que esta última estimula os colaboradores em be-
nefício próprio, o poder do líder é alicerçado na autoridade proporcionada pela
posição hierárquica, respeito pela regras e pela tradição. Pelo contrário, a lide-
rança transformacional confere relevância a valores como a responsabilidade, a
honestidade e outros similares, transmitidos pelo líder através de apelos de ca-
ráter inspiracional.
Segundo a perspetiva de Bass (1985), a diferença entre líderes transformacionais
e líderes carismáticos reside no facto de a liderança transformacional depender em
grande parte do carisma do líder, embora esta qualidade não baste para desenca-
dear um processo transformacional. Assim, “um líder carismático pode não ser um
líder transformacional mas um líder transformacional terá sempre uma componente
carismática muito forte”. (Caixeiro, 2014).
Posteriormente, Bennis (1989) definiu um conjunto de componentes essenciais
para uma liderança eficaz e que passam por uma v isão orientadora, paixão, integri-
dade, confiança e curiosidade. Acresce, ainda, que os líderes devem desenvolver não
só o conhecimento de si próprios mas também o conhecimento da realidade exterior.
ARTIGOS | 85
Para Senge (2002), o que efetivamente distingue líderes de não líderes é a cla-
reza e a capacidade de persuasão, a profundidade do compromisso e a abertura à
aprendizagem contínua (Caixeiro, 2014).
As teorias atuais definem liderança como uma “espécie de energia, cujos efeitos
só se produzem porque existem dois polos e material condutor” (Rego, 1998 apud
Caixeiro, 2014), sendo a qualidade total de um produto ou de um serviço o resulta-
do da conjugação destes três fatores.
Para que a qualidade total possa ser alcançada não é possível descartar o com-
promisso organizacional, entendido como o vínculo psicológico que descreve a li-
gação do colaborador à organização e que minimiza a probabilidade de abandono.
Cunha e Rego (2005), citados por Caixeiro, 2014 referem três componentes do com-
promisso organizacional: afetivo, normativo e instrumental, com as características
apresentadas no quadro seguinte.
A PESSOA PERMANECE NA
CATEGORIAS CARACTERIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃO PORQUE…
86 | MEDIA&JORNALISMO
Quadro 2 – Fatores mais conducentes ao empenhamento afetivo e normativo
dos colaboradores (Cunha e Rego, 2005)
Os líderes atuam de modo transformacional (i.e. atuam pelo exemplo; denotam consideração indi-
vidualizada e estimulam intelectualmente os colaboradores).
Os colaboradores sentem que a organização os apoia (ou seja, que se preocupa com os seu bem
‑estar).
ARTIGOS | 87
Torna‑se claro que o êxito do projeto organizacional passa por uma Liderança
cuja estratégia de intervenção privilegie o capital humano da empresa / instituição
que lidera. Tal pressupõe um forte investimento na comunicação interna; um inves-
timento que fomente melhores relações entre colaborados, que incentive trabalho
em equipa sem descurar as necessidades pessoais e motivações, e uma diversidade
de tarefas que permita o desenvolvimento de capacidades e talentos individuais.
Uma tese interessante é a de Nanus (1992), segundo o qual a melhor estraté-
gia para alcançar com eficácia os objetivos da organização pressupõe uma série de
etapas que o líder deve implementar: (a) avaliar o ambiente interno e identificar a
sua estratégia, valores, forças e fraquezas; (b) avaliar o ambiente externo e as vari-
áveis passível de influenciar as suas ações; (c) desenhar a sua visão organizacional.
Todo este processo exige uma capacidade de avaliação flexível e inovadora e
um registo que se quer credível, realista e atraente para todas as partes envolvidas.
Pressupõe de igual modo uma comunicação permanente com os colaboradores, que
permita a eficaz operacionalização das estratégias desenhadas e o cabal cumpri-
mento dos propósitos previamente traçados na ótica da sua visão organizacional
(Caixeiro, 2014). Em suma, implica a existência de Comunicação Estratégica como
“comunicação alinhada com a estratégia global da empresa, por forma a alcançar
o seu posicionamento estratégico”(Argenti et al. (2005) apud Ruão&Kunsh, 2014).
Considerações finais
Produzir bons resultados é o objetivo de qualquer empresa, e estes só são al-
cançáveis através de um capital humano motivado e satisfeito, cujos interesses
pessoais – nomeadamente de desenvolvimento pessoal, progressão de carreira e
valorização – estejam alinhados com os objetivos da organização. Um profissional
altamente qualificado que não percecione o devido reconhecimento pelo seu tra-
balho irá certamente procurá‑lo noutra empresa.
Neste processo de retenção de recursos humanos a Comunicação Estratégica
pode constituir‑se como um diferencial, enfatizando a relevância de uma gestão
voltada para o desenvolvimento, através de uma administração flexível e demo-
crática, na qual a troca de informações torna possível melhores tomadas de deci-
são, para além de melhorar o relacionamento interpessoal dos seus colaboradores.
A este respeito Chiavenato (2010) afirma que os diretores devem dar maior im-
portância à comunicação com os demais membros da organização, não só porque
este é o meio primário de alcançar as metas e o objetivos traçados a priori, mas
porque esta é a ferramenta básica para satisfazer as necessidades e expectativas
dos seus colaboradores.
Independentemente do nível hierárquico ocupado na organização, todos os fun-
cionários são comunicadores e interagem dentro do processo organizativo, mesmo
através da comunicação informal, facilitando a integração e a participação de to-
dos os envolvidos na empresa.
Uma participação otimizada depende do ambiente que lhe é proporcionado. As-
sim, oferecer um ambiente de trabalho no qual as pessoas se mantenham motiva-
das, um ambiente que encoraja a comunicação aberta traduz‑se num primeiro passo
para gerar a satisfação dos colaboradores, motivá‑los para desempenhar as suas
88 | MEDIA&JORNALISMO
tarefas e funções, e consequentemente para reter o capital humano determinante
para o sucesso do projeto organizacional.
A retenção de recursos humanos – por sua vez refletida nos recursos intangí-
veis – pressupõe assim um projeto a longo prazo, uma forte liderança consciente
dos objetivos organizacionais que pretende atingir e uma gestão de recursos que
passa invariavelmente por um processo comunicacional bem gerido, transparente
e com um propósito claramente entendido por todos os colaboradores. Não são es-
tas as premissas subjacentes à Comunicação Estratégica?
Poder‑se‑á afirmar que o objetivo principal da Comunicação Estratégica consiste
na diferenciação de uma organização através da gestão dos seus recursos, sendo
esta já reconhecida como a melhor ferramenta para o efeito (Villafane, 2005). Con-
tudo, a gestão eficaz destes recursos comporta as devidas exigências; requer uma
mudança de pensamentos e de comportamentos no seio da própria organização, e
o apoio de uma estrutura comunicacional bem consolidada, percecionada como o
canal privilegiado de ligação com o ambiente interno e como tal, com os recursos
humanos que importa reter.
A Comunicação Estratégica é ainda temática pouco desenvolvida em Portu-
gal, como já acima foi referido. Importa, pois, dar continuidade à investigação
académica neste campo, nomeadamente através do desenvolvimento de projetos
que visem a validação – ou não – das teorias existentes aos contextos organiza-
ções atuais, e a consequente formulação de propostas que permitam os devidos
ajustes e adaptações. É igualmente importante que haja uma maior aproximação
entre a academia e as organizações, principais fontes e beneficiários dos outco‑
mes académicos.
Referências bibliográficas
Oliveira, E. S., & Henninger, I. (2016). O princípio CCO – Comunicação Constituí a Or-
ganização: Abordagens dedutiva, indutiva e combinada na questão constitucional.
Actas do VIII congresso da SOPCOM, Escola Superior de Comunicação Social. Lis-
boa, 1039‑1049.
Alcobia, P. (2001). Atitudes e satisfação no trabalho. In Ferreira, J. M. C., Neves, J., & Caetano,
A. (Eds.), Manual de Psicossociologia das Organizações. Lisboa: McGraw Hill, 281‑306.
Alves, L., & Souza, C. (2015). A Comunicação Interna como Fator Motivacional. Anais, XI Con‑
gresso Nacional de Excelência em Gestão. Área Temática: Gestão Estratégica e Orga-
nizacional, 13 e 14 de Agosto de 2015, Rio de Janeiro, Brasil.
Bueno, W.C. (2009). Comunicação empresarial: Políticas e Estratégias. Editora Saraiva, São
Paulo, Brasil.
Caixeiro, C. (2014). Liderança e Cultura Organizacional: O Impacto da Liderança do Diretor
na(s) Cultura(s) Organizacional(ais) Escolar(es). Capítulo III – Liderança (Dissertação de
Doutoramento) Universidade de Évora. Portugal.
Carrillo, M. V. (2014). Comunicação Estratégica no Ambiente Comunicativo das Organiza-
ções Atuais. Comunicação e Sociedade, 26, 71‑80. doi: 10.17231/comsoc.26(2014).2025.
Chiavenato, I. (2007). Administração: Teoria, processo e prática (4ª ed.). Rio de Janeiro, Bra-
sil: Elsevier.
ARTIGOS | 89
Hallahan, K., Holtzhausen, D., van Ruler, B., Verčič, D., & Sriramesh, K. (2007). Defining Stra-
tegic Communication. International Journal of Strategic Communication, 1(1), 3 ‑ 35. doi:
10.1080/15531180701285244
Hiltrop, J.‑M. (1999). The quest for the best: Human resource practices to attract and
retain talent. European Management Journal, 17(4), 422-430. doi:10.1016/S0263
‑2373(99)00022‑5
Lopes, C. (2012). Os Fatores Motivacionais dos Trabalhadores da Administração Local. (Dis-
sertação de Mestrado. Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Ciências
Empresariais, Portugal).
Maçães, M. (2017). Liderança, Motivação e Comunicação. (5º Vol.). Lisboa: Actual Editora.
Neves, A. L. (1998). Motivação para o trabalho: Dos conceitos às aplicações (1ª ed.). Lis-
boa: Editora RH.
Oliveira, I. (2015). Novo Paradigma da Gestão de Carreiras na COBA. Estudo de Caso. (Dis-
sertação de Mestrado Executive MBA, ISCTE‑IUL Business School. Lisboa, Portugal).
Pérez‑Ramos, J. (1990). Motivação no trabalho: Abordagens teóricas. Psicologia USP,
1(2), 127‑140. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1678‑51771990000200004&lng=pt&tlng=pt.
Rosa, L. (1994). Cultura Empresarial – Motivação e Liderança (Psicologia das Organizações)
(1.ª ed.). Lisboa: Editorial Presença.
Ruão, T., & Kunsch, M. (2014). A Comunicação Organizacional e Estratégica: Nota Introdutó-
ria. Comunicação e Sociedade, 26, 7‑13. doi:10.17231/comsoc.26(2014).2021
Notas biográficas
Rosa Cristina S. Meirinhos é mestre em Comunicação Estratégica na FCSH da
Universidade Nova de Lisboa. Licenciada em Sociologia, Variante Políticas Públicas
pelo ISCTE IUL, frequentou ainda a licenciatura em Comunicação e Cultura na Fa-
culdade de Letras da Universidade de Lisboa. É Assessora para a Comunicação da
COBA Holdings, S.A., empresa de consultoria de engenharia e ambiente. Research
interests: Comunicação estratégica, psicologia social e comportamental e sociolo-
gia da comunicação.
90 | MEDIA&JORNALISMO
6
Potencializando a comunicação
nas organizações
JORGE DUARTE
Universidade Católica de Brasília, Embrapa, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República
GRAÇA FRANÇA MONTEIRO
Embrapa, Instituto de Educação Superior de Brasília
_______________________________
1 Estamos nos referindo às pesquisas realizadas, entre 2000 e 2005, pela Associação Brasileira de
DO MODO DE PRODUÇÃO
AO “MODO DE INFORMAÇÃO”
_____________________________
No início dos anos 1980, analistas de cenários já apontavam como megatendência a transição da
economia baseada na indústria para a economia baseada na informação. A informação
representa hoje a matéria-prima primordial para alimentação dos sistemas constituídos pela
2 Neném Prancha, ou Antonio Franco de Oliveira, jogador de futebol na praia do Carioca E.C. e
roupeiro do Botafogo, foi um tipo de filósofo do futebol e figura popular nos anos 1950. Uma de
suas máximas era que “o pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do
clube”.
3 Georges Clemenceau, anticlerical, esquerdista radical, foi preso diversas vezes e chegou a
DO “MODO DE INFORMAÇÃO”
AO “MODO DE INTERAÇÃO”
________________________________
É a autoridade de tomar decisões dentro de sua área de competência, sem ter de obter
permissão de ninguém. Consiste em um processo similar ao de delegação, mas com duas
características distintas. Em primeiro lugar, as pessoas são encorajadas a ter iniciativas ou fazê-
las. Em segundo, às pessoas não é dada apenas a autoridade, mas [se dão] também os
recursos para tomar decisões e implementá-las (Tarapanoff, 2001, p. 310).
DA CONSCIÊNCIA À
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
_________________________________
Competência é uma palavra que vem do campo jurídico para designar a aptidão ou a qualidade
legítima que uma autoridade possui para praticar certos atos. Por extensão, diz-se que alguém é
competente quando detém conhecimentos, habilidades, capacidade para realizar determinada tarefa
de modo efetivo. Algumas organizações têm investido na aquisição de competências chamadas
essenciais. “As competências essenciais são consideradas portas de entrada para os mercados futuros,
na medida em que permitem às organizações investirem em novos produtos, baseados em
competências antigas aprimoradas e especializadas”, escreve Tarapanoff (2001, p. 307).
Organizações que se pretendem sustentáveis devem investir na transformação da
comunicação em uma competência essencial. Devem estar constantemente renovando seu oxigênio
mediante a criação de uma competência comunicativa que transforme todos os seus integrantes em
agentes autônomos de comunicação. Isto significa que as fontes devem saber lidar com a imprensa,
que o atendimento deve ser eficiente, que os funcionários devem ter oportunidade de diálogo para
exporem suas ideias e trocarem experiências, que, enfim, todas as áreas devem estar aptas a assumir o
protagonismo de bem comunicar com a finalidade de, à semelhança dos organismos vivos, capacitar a
organização para se adaptar ao ambiente em que vive e tornar-se mais competitiva.
Esse processo requer a criação de espaços nos quais ocorra a aquisição das habilidades
de processar a informação que circula na organização e de adquirir conhecimento em
comunicação; espaços de aprendizagem individual e coletiva, onde o conhecimento seja
reconstruído e partilhado.
Parece ser consenso entre as organizações a existência de reclamações quanto à
ineficiência e à ineficácia da comunicação interna. Se, de um lado, as chefias se surpreendem
quando os funcionários afirmam desconhecer uma informação que, na visão delas, há muito foi
“repassada” para todos, de outro, os funcionários argumentam que são sempre “os últimos a
saberem” do que acontece na organização, muitas vezes tomando conhecimento sobre o
lançamento de um produto ou serviço por meio de notícias veiculadas na imprensa. É também
comum para quem trabalha em assessorias de comunicação deparar-se com situações em que
dirigentes que se esquivam de dar entrevistas ou ouvir comentários dos funcionários sobre
como o gerente da área tal parecia “não dizer coisa-com-coisa”.
Em ambos os casos, estamos diante de problemas que envolvem a aquisição de
competência comunicativa.
OBTENDO COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
________________________________________________
ORIENTAÇÕES INSTITUCIONALIZADAS
_________________________________
4Em nossa experiência na Embrapa, para a primeira versão da política de comunicação da empresa,
em 1996, foram chamados a colaborar: profissionais de jornalismo, publicidade, relações públicas,
editores de publicações, bibliotecários, equipes de transferência de tecnologia, profissionais da sede e
de todas as unidades de pesquisa, totalizando mais de cem participantes. Ao final, a política de
comunicação tornou-se um documento criado por centenas de mãos e estimulou e viabilizou a
produção de manuais de relacionamento com a imprensa, de identidade visual, de eventos,
publicações e vídeos sobre comunicação. Para a terceira edição do documento (2005), foi criada uma
comunidade virtual em que qualquer funcionário podia se inscrever e colocar suas dúvidas e
sugestões. O processo foi coordenado pela equipe de comunicação, com suporte técnico de um
consultor externo. Esta experiência mostrou como políticas institucionalizadas podem ter um impacto
extraordinário sobre as práticas comunicativas cotidianas.
Os espaços de comunicação tratam da criação de oportunidades para diálogo, interação,
troca de informação, conhecimento, experiências. Numa atmosfera que valoriza a comunicação,
encontros podem ser organizados sistematicamente para divulgar relatórios da ouvidoria, da
central de atendimento ao cliente, dos eventos realizados naquele mês ou das ações de
assessoria de imprensa. Isto não apenas para os gestores da comunicação organizacional ou
para os membros da diretoria, mas para toda a equipe de funcionários da instituição,
mostrando as relações existentes entre aquelas informações e as atividades de cada segmento
funcional.
É importante que todos entendam o que os clientes, a imprensa, a comunidade e os
demais públicos de interesse estão pensando sobre os produtos e serviços oferecidos pela
organização e como essas informações sobre o que esses públicos pensam sobre tais produtos e
serviços afeta o que ocorre na produção, na distribuição, no marketing, na contabilidade, em
cada área da empresa, enfim.
Esse tipo de compartilhamento de informação pode tornar-se uma ferramenta
importante para cada um dos funcionários aumentar sua habilidade comunicativa, capacitando-
o a falar em nome da empresa com mais pertinência, uma vez que passa a dispor de
informações qualificadas sobre como a sociedade percebe a organização e como seu trabalho
influencia essa percepção.
Podem-se também potencializar as viagens dos profissionais que trabalham nas áreas
de comunicação organizacional, marketing e gestão de pessoas a outras unidades da empresa,
para participar de encontros e das reuniões de comunicação social ou de eventos que reúnam
especialistas em comunicação de outras organizações nacionais ou internacionais,
transformando-as em ocasiões de aprendizado.
Em geral, quando voltam dessas viagens ou desses encontros, os participantes pegam o
relatório de viagem preenchido burocraticamente – quando chegam a preenchê-lo – e o atiram
num arquivo qualquer ou numa gaveta, junto com alguns dos inúmeros cartões de visita
recebidos. Nas organizações voltadas para o aprendizado, relatórios e cartões de visita são
fontes de informação que devem circular e passar a integrar o banco de conhecimentos da
organização. Ao retornarem de uma viagem ou de um evento, funcionários que trabalham
nesse tipo de organização realizam uma reunião com todas as pessoas interessadas naquele
assunto, para discutir o que viram e ouviram, informar sobre quem estava lá, o que diziam os
palestrantes e os demais participantes, que outras empresas estavam presentes – enfim, o que
eles aprenderam. Lições apreendidas em projetos bem-sucedidos podem ser aplicadas e
replicadas em projetos futuros. Isso é estimular o aprendizado em comunicação.
Algumas empresas criaram os chamados “espaços para conversas”, reservados para a
troca de informações em ambiente confortável e descontraído. Nesses locais, especialistas e não-
especialistas podem discutir um novo conceito de atendimento ao público ou um artigo recente
publicado em uma revista sobre publicidade e propaganda. Outras criaram redes de
aprendizado em comunicação, em geral virtuais, que, em muitos casos, ultrapassam os limites
organizacionais. Seus membros podem fazer parte de um mesmo departamento ou pertencer a
diferentes áreas da empresa ou mesmo a diferentes instituições. Podem ter participado de projetos
juntos ou não. Podem realizar encontros regulares em lugares físicos, com agendas estruturadas ou
não.
O que mantém essas comunidades ligadas são seus interesses comuns e a vontade de
trocar experiências e de aprender. A adesão é baseada em relações de confiança e na
contribuição que cada um traz para a rede. Experiências nesse sentido têm sido desenvolvidas
para, entre outras finalidades, definir planos anuais de comunicação, discutir mudanças nos
sistemas de atendimento ao cidadão, levantar prioridades e desafios para o estabelecimento de
estratégias para gerenciamento de crises.
5 A expressão não equivale ao conceito mais usual de educomunicação, que trata, em síntese, de
educar para o uso das mídias de maneira a permitir que, por meio do acesso direto aos meios e
aos recursos da informação, os cidadãos, em particular crianças e adolescentes, sejam
preparados para assumirem seu papel na sociedade, como comunicadores de suas próprias
ideias e perspectivas de vida.
organizações pesquisadas, “a tarefa de gerenciar é fundamentalmente uma questão de
processar informações, notadamente falando e em especial ouvindo” (Mintzberg e Quinn, 2001,
p. 41).
O gerente tem a responsabilidade de gerir os processos comunicativos (fluxos de
informação e padrões de interação) em seu âmbito. Uma das dificuldades nessa ação é que os
comunicadores, em geral, tendem a atuar na comunicação baseada em produtos – boletins,
intranet, comunicados, murais –, quando boa parte da comunicação no interior da organização
se dá pelos mecanismos interpessoais de interação. Apesar de todos os avanços tecnológicos, as
interações face a face ainda são mais eficientes e mais desejadas para a gestão da comunicação
do que o aparato formado por papelaria e bits, tudo porque a comunicação ocorre com pessoas
circulando, participando de reuniões, conversando, trocando informações, fazendo perguntas,
obtendo respostas.
O fortalecimento da comunicação, via ação estratégica de educação, pode passar por
estratégias indiretas, como colocar matérias em murais relacionadas à comunicação
organizacional, incluir textos sobre o assunto em publicações institucionais, agendar o tema em
encontros de diretoria ou de atualização profissional, criar prêmios para eficiência na área,
articular ações com recursos humanos, montar uma biblioteca, promover palestras de
comunicadores famosos, apresentar vídeos. Ou seja, incluir na agenda corporativa o tema
comunicação, mesmo que de maneira não muito incisiva.
Há, também, seminários de atualização, apresentações, reuniões, palestras, cursos
rápidos, painéis, discussões, guias, recortes, encontros que reúnem lideranças e chefias
intermediárias para discutir a importância da comunicação e temas a ela relativos como
estratégia de inteligência organizacional. Premiações para as boas práticas em comunicação,
com promoção e divulgação periódica dos resultados obtidos com a adoção de novas ideias em
comunicação, fortalecem o sentimento geral de que a comunicação é bem-vinda, traz retorno
para a organização e é responsabilidade de todos.
Assim como aprendem a fabricar produtos e a prestar serviços, as organizações (aqui
entendidas como o conjunto de seus integrantes) também podem – e devem – aprender a se
comunicar e a comunicar sobre comunicação se quiserem adaptar-se às mudanças ambientais e
se manterem competitivas no mundo atual. Fazer fluir essa consciência sobre o que a
comunicação significa para a organização e saber como transformar experiências isoladas em
algo que toda a organização possa usar é tarefa que envolve diferentes atores sociais dentro da
organização e mudanças nas estruturas de poder. Deixa-se de pensar a comunicação como uma
estratégia focada prioritariamente na obtenção de visibilidade pública dos dirigentes, para
entendê-la como uma atividade mais orgânica e participativa onde os atores são múltiplos e o
resultado final é bem mais resiliente.
O FUNCIONÁRIO-CIDADÃO
____________________________
REFERÊNCIAS
______________
LASH, Scott. A reflexividade e seus duplos: estrutura, estética, comunidade. BECK, U.;
GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. In: Modernização reflexiva: política, tradição e estética na
ordem social moderna. Trad. de Magda Lopes. São Paulo: Edusp, 1997.
MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C.; PIETRI JR., Paul H. Administração: conceitos e
aplicações. 4. ed. São Paulo: Editora Harbra, 1998.
MINTZBERG, Henry. A função do gerente. In: MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O
processo de estratégia. 3. ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001.
MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O processo de estratégia. 3. ed. Porto Alegre:
Bookmann, 2001.
PIDD, Michael. Modelagem empresarial: ferramentas para a tomada de decisão. Porto Alegre:
Bookman, 1999.
ROSENBLUTH, Hal F.; McFERRIN PETERS, Diane. O cliente em segundo lugar. São Paulo:
Makron Books, 2004.
TAPSCOTT, Don; TICOLL, David. A empresa transparente. São Paulo: Makron Books, 2005.
TARAPANOFF, Kira (org.). Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: Editora UnB, 2001.
WINKIN, Yves. A nova comunicação: da teoria ao trabalho de campo. Trad. de Roberto Leal
Ferreira. Campinas: Papirus, 1998.
RAF
Revista de Administração da Fatea
Resumo
O presente estudo objetiva verificar como o feedback é utilizado em uma organização
multinacional como ferramenta de comunicação. Para isso, utilizou-se embasamento
teórico a comunicação, feedback e seu efeito no desempenho e na motivação dentro das
organizações. Buscou-se entender a influência e os efeitos de cada um desses temas
dentro do ambiente organizacional. Utilizou-se de um questionário contendo 33
perguntas, devidamente fundamentadas e divididas em questões abertas e fechadas
utilizando a escala tipo Likert, e que foi respondido por colaboradores da empresa
multinacional X. Foram realizadas análises a fim de verificar o processo de
comunicação e o uso do feedback sob o ponto de vista dos colaboradores e medir o
nível de desempenho e motivação. O resultado mostrou que o desempenho e a
motivação na organização são adequados, porém no que diz respeito à comunicação
verificou-se a necessidade de investimentos nos canais de comunicação e na utilização
do feedback buscando melhorias no desempenho organizacional.
Palavras-chave: Comunicação Organizacional, Feedback, Desempenho Humano.
Abstract
This study aims to verify whether and how the feedback is used in a multinational
organization as a communication tool. For this it was used the theoretical framework
about communication, feedback and its effect on performance and motivation within
organizations. We tried to understand the influence and effects of each of these themes
within the organizational environment. It was used a questionnaire with 33 questions,
properly justified and divided into open and closed questions using the Likert scale,
which was answered by the employees of the multinational. Analyses were performed
to verify the communication process and the use of feedback from the point of view of
the employees and measure the performance level and their motivation. The result
showed that the performance and motivation in the organization are adequate, but
regarding the statement there was a need for investment on communication channels
and the use of feedback seeking improvements in organizational performance.
Keywords: Communication Organizational, Feedback, Human Performance.
INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
MENSAGEM
TRANSMISSOR RECEPTOR
CANAL DE COMUNICAÇÃO
RUÍDO
FEEDBACK
2.4 Motivação
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Discordo Concordo
22% 24% Discordo
15% Concordo
Discordo 26%
Parcialmente
10%
Discordo
Parcialmente
10%
Concordo
Não Concordo
Não Concordo Parcialmente
Discordo Concordo
Discordo ; 26%
14% 24%
Concordo ; 26% Discordo
Parcialmente
12%
Concordo
Parcialmente;
Discordo
Não Concordo 22%
Parcialmente; 2% Não Concordo
Nem Discordo;
Nem Discordo Concordo
24%
14% Parcialmente
36%
Concordo Concordo
Parcialmente Parcialmente
22% 32%
Concordo Concordo
67% Parcialmente
29%
Concordo
62%
Considerações Finais
BEE Roland. BEE Frances. Feedback. Tradução Maria Cristina Fioratti Florez .
São Paulo: Nobel, 2000. Cap 1.
DENCKER, Ada de Freitas M. & VIÁ, Sarah C da. Pesquisa Empirica Em Ciencias
Humanas ( com ênfase em comunicação), São Paulo: Futura, 2001.
MINAYO. M.C.S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro:
Vozes, 1993. 80 p.
Área de atuação:
PRODUÇÃO ( )
ADMINISTRAÇÃO ( )
Questão nº 02
Cargo:
_______________________________________________________________
__.
Questão nº 03
Tempo na empresa:
Menos de um ano
1 a 2 anos
2 a 5 anos
Mais de 5 anos
Tabela: 5- Concordo
4- Concordo parcialmente
3- Não concordo nem discordo
Revista de Administração da Fatea, v. 3, n. 3, p. 2-107, jan./ dez., 2010.
Página2
1113
2- Discordo parcialmente
1- Discordo
33 Diga por que você gosta do que faz, ou então o que você gostaria de fazer que te deixaria mais feliz no
trabalho.
QUESTÕES
COLABORADORES 31 32 33
PRO 1 Caixa de sugestão ou reclamação Cursos e ferramentas adequadas. Não opinou
na área.
PRO2 Toda ferramenta utilizada para Reconhecer os esforços realizados Eu gosto de tudo o que faço porque
nivelar o conhecimento e pelos colaboradores e estimular escolhi uma profissão que gera a
atualizações sobre assuntos novos desafios, observando o cada dia um novo desafio.
diversos. potencial de cada indivíduo.
PRO3 Intranet. Melhora de salário. Não opinou
PRO4 Intranet para todos os Melhoria nas condições de trabalho. Porque trabalho em um ambiente
funcionários. saudável.
PRO5 A comunicação de nada serve se Valorização dos funcionários. Gosto dos meus companheiros de
não somos escutados. trabalho e do que faço, mas
poderíamos ser mais valorizados.
PRO6 Uma reunião mensal com a Investimento em máquinas, Porque foi a profissão que me
produção e a direção para expor ferramentas e acessórios de adaptei e sinto prazer em fazer.
diretamente problemas, opiniões e qualidade. Gostaria que a empresa investisse
sugestões. mais em mim como profissional.
PRO7 Que a chefia ouvisse mais a Não opinou Não opinou
opinião dos colaboradores
PRO8 Correio eletrônico entre todos os Ambiente de trabalho confortável e Gosto, por participar do inicio do
colaboradores. comunicação eficiente. processo de fabricação.
PRO9 Que a chefia ouvisse mais nossas Melhorar a comunicação entre as Porque me sinto muito útil, fazendo
opiniões e tirasse a melhor equipes e documentar as peças que o que gosto.
conclusão sobre o assunto. fabricamos.
QUESTÕES
COLABORADORES 31 32 33
ADM 1 Skype e MSN. Aumento salarial. Ganhar na “Megasena”.
ADM2 MSN fechado com contatos Utilização de internet para Gosto do que faço, pois estou em
somente de funcionários. pesquisas. uma fase de conhecimento de novos
assuntos.
ADM3 Na empresa temos todos os Incentivos em treinamentos e Gosto do que faço devido a ser a
processos de comunicação cursos. profissão que escolhi para trabalhar
necessários para desenvolver o com empenho.
trabalho.
ADM4 Não opinou Não opinou Não opinou
ADM6 Não opinou Motivação, se preocupar com o que Atualmente o que eu faço me deixa
você faz. feliz.
ADM9 Definição das tarefas e Depende de a empresa zelar para Gosto do que faço, pois tenho
atribuições. que os colaboradores tenham contato com pessoas diferentes.
condições físicas e materiais para
exercer o trabalho.
ADM10 Uso de Houseorgan para maior Melhores ferramentas de trabalho Identifico com o perfil da vaga.
clareza em relação empresa - para disponibilizar mais canais de
funcionário reduzindo a “ radio comunicação com nossos clientes.
peão”.