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O namoro rápido de June Mayson e Evan Barrister


resultou em um casamento secreto exatamente antes que
ele partisse para o acampamento militar.
Evan sabe no fundo de seu ser que June é boa demais
para ele, mas depois de obter um sabor da bela vida que
poderiam ter juntos, ele está relutante em deixá-la ir.
June promete esperar por ele, sabendo que nem o
tempo ou à distância jamais mudarão seus sentimentos por
Evan, isto é, até que ela é presenteada com papéis do
divórcio, enquanto ele está no exterior e ela é forçada
a deixá-lo ir. Com seu casamento e divórcio sendo um
segredo bem guardado, a última pessoa que June esperava
encontrar ao voltar para sua cidade natal é Evan.
Irritada com o passado, ela faz tudo em seu poder para
ignorar a atração que sente sempre que ele está perto.
Mas como ignorar a dor que vê cada vez que seus olhos
se encontram? Como lutar contra a necessidade de
acalmá-lo, mesmo sabendo que está suscetível de se
machucar mais uma vez?
É possível para June e Evan encontrar seu caminho de
volta para o outro novamente? Ou serão parados por uma
força externa antes mesmo de ter uma chance?

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Prólogo

Olhando para o meu reflexo no espelho na minha frente, eu me encolho. Meu


cabelo está um desastre, há olheiras sob os olhos e a camisola que visto não é nem
mesmo uma das mais bonitas que normalmente uso. É aquela que minha irmã
December me deu como uma piada, mas a uso de vez em quando, porque é
confortável, embora fosse feita para uma mulher três vezes a minha idade.
Descansando os cotovelos sobre a mesa na minha frente, eu corro meus dedos pelo
meu cabelo, puxando os fios para trás, para longe do meu rosto.
— Odeio homens, — sussurro para a sala de interrogatório vazia, onde me foi
dito para esperar mais de uma hora atrás, depois que a polícia arrombou minha porta
e arrastou-me da minha cama. Levantando meu olhar, eu olho para mim mesma no
espelho novamente e prometo que quando eu sair da bagunça que meu ex-namorado
me meteu, vou aprender a ser lésbica, ainda que eu não tenha certeza que isso é
realmente possível.
— June Mayson. — Olho por cima do meu ombro para a porta agora aberta
atrás de mim, e os meus olhos encontram os de um homem que me faz lembrar meu

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pai. Ele parece estar em seus quarenta e poucos anos e é um desses homens para
quem o tempo foi bom. O cabelo escuro dele é curto e se parte no lado. Seus olhos são
de um azul que se destaca contra seus cílios escuros e pele bronzeada. — Eu sou o
Oficial Mitchell e este é o Oficial Plymouth. — Ele acena atrás dele e é seguido por um
homem que deve fazer o papel de Policial Mau, a julgar pela carranca no rosto e o olhar
que ele me dá quando nossos olhos se encontram. O tempo não foi tão gentil com ele.
Parece que ele tem desfrutado de muitas cervejas. Sua cintura é redonda, e sua pele
não parece saudável, na verdade, parece amarelada.
Balançando a cabeça, eu cruzo os braços sobre o peito e corro minhas mãos
pela pele nua de meu bíceps, a qual está gelada do ar frio vindo da ventilação acima
de mim.
— Gostaria de algo para beber? — Oficial Mitchell pergunta ao entrar
totalmente na sala.
Balançando a cabeça, murmuro, — Não, obrigada.
— Chocolate quente? — Ele oferece, e sinto lágrimas queimarem na parte de
trás de meus olhos. Desde que era pequena, sempre que eu estava tendo um dia ruim,
meu pai me oferecia chocolate quente. Seu chocolate quente tem poderes mágicos que
sempre fazem tudo parecer bem, mas duvido que o chocolate quente da delegacia
tenha o mesmo efeito.
— Não, obrigada. Só gostaria de saber por que estou aqui, — digo, enquanto
ele se senta na cadeira de metal em frente a mim e coloca uma pasta grossa sobre a
mesa entre nós.
— Podemos estar aqui por algum tempo, senhorita Mayson, então eu gostaria
que você se sentisse confortável, — diz ele gentilmente. Olho para o Oficial Plymouth
encostado na parede, e de volta para ele.
— Não quero ser rude, Sr. Mitchell, mas eu realmente gostaria de chegar ao
ponto. Tenho aula em poucas horas e eu realmente preciso chegar no horário.
— Temo que você provavelmente perderá a sua aula hoje, senhorita Mayson.
Fechando os olhos, os abro lentamente e pergunto, — Posso pegar um suéter?
Surpreendentemente, o Oficial Plymouth desliza o paletó e anda até mim,
colocando-o em volta dos meus ombros.

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— Obrigada, — sussurro para ele, e seus olhos amolecem ao redor das bordas.
Tirando meus olhos dele, o meu olhar vai em direção ao Oficial Mitchell.
— Há quanto tempo você conhece Lane Diago? — O Oficial Mitchell pergunta,
e eu me sento um pouco mais reta.
— Não conheço ninguém com esse nome, — digo a ele, e ele abre a pasta de
arquivo, revelando algumas fotos do meu ex-namorado Aaron e eu diretamente na
minha frente. Cada uma delas foi tirada quando éramos um casal, mostrando que
fomos seguidos mais do que algumas vezes. Ele vindo ao meu apartamento... ele me
beijando fora do meu carro... na loja, caminhando lado a lado pelos corredores... No
cinema... para jantar... nós dois fazendo algumas coisas normais.
— Você quer dizer Aaron?
— Esse foi o nome que ele lhe deu? — Ele pergunta, e aceno olhando para ele.
— Eu o conheço há cerca de um ano, — sussurro, deixando cair os olhos nas
imagens novamente, percebendo que na verdade eu não o conhecia, uma vez que o
nome dele não é Aaron.
— Há quanto tempo vocês dois estão namorando? — Ele pergunta, e meus
olhos caem nas imagens mais uma vez.
— Namoramos por cerca de quatro meses. Terminei com ele um mês atrás, —
digo-lhe a verdade quando um sentimento de tristeza me bate inesperadamente. Eu
não estava apaixonada por Aaron – ou Lane. Nem mesmo perto. Mas eu me
preocupava com ele e acreditava que ele se importava comigo também. Foi assim até
ele me enviar uma mensagem pedindo para encontrá-lo em sua casa. Quando cheguei
lá, um de seus colegas de quarto me deixou entrar, e o encontrei em seu quarto com
a boca de Susie Detrei ao redor de seu pênis, provando que eu estava errada sobre
ele.
— Vocês eram próximos, — o Oficial Mitchell afirma, e aceno porque éramos,
ou pensei que nós estávamos. — Pode me dizer quem é este homem? — Ele pergunta,
tirando uma foto do primo de Aaron/Lane, ou pelo menos o cara que ele me disse ser
primo dele quando me apresentou a ele.
— Primo de Aaron... Quer dizer, de Lane, Cody. Ele vive no Mississippi.
— Alguma vez você os ouviu conversando?

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— Ouvi-os conversando? — Pergunto, olhando para uma foto de Cody e Lane
sentados no que parece ser um bar. Lane segura uma garrafa de sua cerveja favorita,
e Cody tem um grande copo, com um líquido escuro e gelo na parte superior da borda
na frente dele, com a mão enrolada em volta disso enquanto ri de algo.
— Os ouviu falando sobre qualquer coisa fora do comum? — Ele esclarece, e
eu balanço a minha cabeça.
— Não.
— Você tem certeza sobre isso?
— Talvez se você me dissesse exatamente por que estou aqui, eu poderia dar-
lhe a informação que você procura.
— O tio de Lane Diago é um dos maiores distribuidores de narcóticos ilegais
em Alabama, Kentucky, Tennessee, Mississippi, Geórgia e Carolina do Sul.
— O quê? — Sussurro, enquanto meus olhos se concentram em uma das
imagens de Lane e eu do lado de fora do meu apartamento. Eu usando um curto
vestido colorido de verão e sandálias de tiras douradas, e Lane vestindo shorts cargo
preto e uma camiseta branca simples. A cabeça dele estava inclinada em direção a
minha, minha mão descansando contra seu peito, e a dele estava apertada em volta
do meu quadril. Foi o terceiro encontro e o nosso primeiro beijo. Eu esperei muito, até
mesmo para ir a um encontro com ele, porque não estava pronta para um
relacionamento. Eu finalmente cedi a ele, porque ele era muito persistente. Ele me
chamou para um encontro cada vez que nos vimos, e sempre foi dramático na forma
como fazia isso, o que eu pensava na época ser meio que bonito.
— Alguma vez você viu...
— Eu nunca vi nada, — o interrompi. — Lane nem sequer fumava maconha,
e quase todos que eu conheço fumam maconha, — sussurro, tirando os olhos da
imagem para olhar para ele.
— Vocês dois ficavam muito juntos. Você o deixou ou o buscou de
compradores. — Ele desloca a pilha de fotos e tira uma minha estacionada em frente
a uma casa onde eu esperava por Lane. — Os meus homens te viram em mais de uma
ocasião.

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— Na casa de amigos, — digo, de repente, encontrando dificuldade para
respirar. — Se ele me pedisse para deixá-lo em um amigo, pegá-lo, ou para passar em
algum lugar quando estávamos saindo, eu o faria. Mas nunca o testemunhei fazendo
nada ilegal.
— Você entende que pode ir para a prisão se eu descobrir que você gastou
algum do dinheiro que ele ganhou com a venda de drogas em coisas para você mesma?
— O Oficial Plymouth pergunta, cruzando os braços sobre o peito.
Rindo, eu cubro o rosto com as mãos e deito a cabeça sobre a mesa enquanto
tento me recompor. Provavelmente não deveria rir agora, mas é rir ou chorar.
— O que você acha engraçado sobre isso? — O Oficial Plymouth pergunta, e
levanto a cabeça para olhar para ele.
— Eu paguei para nós dois quando saímos mais de uma vez. Ele até me pediu
dinheiro para gasolina um par de vezes. Eu nunca, nem uma vez, peguei o dinheiro
dele, nem mesmo para um café, — digo a ele.
Seus olhos vão para o Oficial Mitchell, que resmunga, — Porra.
— Ele me traiu há um mês, e não falei com ele desde então, — digo a ele, e ele
balança a cabeça.
— Temos data e hora de chamadas de telefone entre vocês dois ao longo do
último mês.
— Alguma vez você olhou quanto tempo as chamadas duraram? — Pergunto,
sabendo que, se o fizesse, saberia que não chegamos a falar. — Ele ligou. Ele ligou
mais e mais. Finalmente, eu tive que atender para dizer a ele para parar de me ligar.
Não queria ter nada a ver com ele há um mês, e com certeza não quero ter nada com
ele agora.
— Outro bloqueio na porra da estrada, — o Oficial Plymouth resmunga, e
minha cabeça gira para ele.
— Sinto muito. Juro que se soubesse alguma coisa, eu o ajudaria, mas não
sei. Lane nunca me disse nada, e com certeza não vi nada. Se eu tivesse, teria falado
com o meu tio sobre isso.
— Tem certeza de que não viu nada, ouviu nada?

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— Tenho certeza, — digo, desejando saber alguma coisa, não porque eu seja
uma delatora, mas porque sei o que as drogas podem fazer com as pessoas. Eu sei
que nem todo mundo morre de uso de drogas, nem a vida de todos vai à merda por
usá-los, mas minha companheira de quarto durante meu primeiro ano de faculdade
teve uma overdose e morreu, e isso foi após ela se transformar em uma pessoa
completamente diferente. Alguém de quem eu não gostava muito. Alguém em quem
eu não podia confiar. Portanto, de maneira nenhuma eu algum dia iria proteger quem
é responsável pelo fornecimento dessas drogas, não importa o quanto me preocupasse
com eles.
— Você estaria disposta a voltar a ter contato com Lane? — O Oficial Plymouth
perguntou, trazendo minha atenção para ele. Meu coração vira no meu peito com o
pensamento, mas não tenho a chance de responder, porque alguém bate no espelho
de vidro na minha frente, fazendo com que meu reflexo fique engraçado.

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Capítulo 01
June

— Você tem que estar brincando comigo. — Eu me viro, batendo a porta atrás
de mim, e caminho de volta para minha casa. Caminho passando a pilha de caixas
perto da minha porta da frente, ao fundo do corredor, do outro lado da sala de estar,
onde os móveis estão todos empilhados no meio da sala, porque não tive tempo para
pensar sobre como eu os quero colocado e entro na cozinha. Pegando meu telefone
celular do balcão, eu ligo para meu primo e ouço quando toca enquanto náuseas e
raiva enchem o meu estômago.
— Por que Evan está estacionado em frente da minha casa? — Pergunto em
um rosnado, logo que Jax atende, e nem sequer dou-lhe uma chance de responder
antes de continuar em um silvo, — Eu o quero fora, agora.
— June, você sabe que não vai acontecer. Seu pai está preocupado com você.
Eu estou preocupado com você. Tio Nico está preocupado com você. Todo mundo está
preocupado com você agora.
— Ele está na cadeia. Nada acontecerá comigo, — digo, tentando parecer
calma, ainda que me sinta tão longe da calma como alguém pode estar.
— Até que ele seja condenado, você terá alguém cuidando de você para garantir
que nada aconteça, — diz ele, e quero gritar com ele. Quero dizer para ele enviar
alguém – qualquer outro – mas não posso, porque ele não tem ideia de que Evan é o

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meu ex. Pior, ele é meu ex-marido. Ninguém sabe disso, e não quero que ninguém
saiba.
— Aprecio você cuidar de mim. Realmente aprecio. Mas isto é totalmente
desnecessário Jax e você sabe disso.
— Evan é firme. Você nem saberá que ele está aí, a menos que você se sinta
boazinha e queira convidá-lo, então ele não precisa se sentar no calor.
— Eu nunca irei convidá-lo, — sussurro para mim mesmo, mas Jax me ouve
de qualquer maneira e ri, provavelmente pensando que estou sendo dramática.
— Ele não é tão ruim assim. Tenho certeza de que ele até ajudaria a arrumar
os seus móveis se você pedir para ele.
Ele ri novamente, e meus olhos se fecham quando sussurro, — Eu preciso ir,
— e desligo, sem sequer dizer adeus. Apenas a ideia de Evan perto de mim me irrita.
— Ele pode assar por tudo que me importo, — digo a mim mesma, embora saiba que
é uma mentira. O amor é uma droga. O amor é uma droga, porque às vezes, mesmo
quando você não quer amar alguém, você ainda ama. Não importa quantas vezes
tentei me convencer de que o que eu compartilhei com Evan acabou, eu ainda estou
ferida. Estou ferida porque ainda o amo, e não quero amá-lo.
Nem um pouco.
Pressionando meus dedos em minhas órbitas, deixo escapar um gemido de
frustração. Preciso ir até o supermercado e pegar alguns mantimentos. Isso é o que
eu planejava fazer quando fui sair e o vi do lado de fora ao lado de seu carro, parecendo
mais bonito do que nunca, o que não faz sentido. Quando estávamos juntos, eu sabia
que ele era o homem mais bonito que eu já tinha visto, e é uma droga que ele não
tenha mudado em nosso tempo separado, que não cresceu um terceiro olho ou se
transformou em um alienígena verde viscoso com grandes verrugas cobrindo seu
corpo. Ele ainda é o mesmo belo Evan Barrister por quem me apaixonei no momento
em que nossos olhos se encontraram.
Seu cabelo escuro e quentes olhos castanhos, os quais brilhavam quando ele
sorria, foi o que chamou a minha atenção. Mas a primeira vez em que me segurou em
seus braços, a primeira vez que me afundei entre os ombros largos, eu sabia que ele
era para mim. Sabia que ele era tudo para mim. Não era a aparência dele, embora eu

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soubesse que ele era o tipo de homem com quem a maioria das mulheres fantasiava.
O tipo de homem que você vê na rua e para a fim de olhar, porque sabe que nunca
viu um homem como ele na vida real e precisaria se lembrar de cada detalhe, desde
que você provavelmente nunca veria o seu tipo de beleza de perto novamente. Não era
sobre isso. Era o fato de que quando eu estava com ele, eu sabia que era onde eu
pertencia. Bem no fundo dos meus ossos, eu sabia que era para ser dele e ele estava
destinado a ser meu.
Tirando meus dedos dos meus olhos, eu os abri bem, não querendo lembrar
os sentimentos que sentia por ele, mesmo sabendo que não há uma maldita coisa que
eu possa fazer sobre isso. Ele está enraizado em mim, uma parte de mim que eu sei
que se foi para sempre, mas acordo todos os dias pensando que voltará.
— Você não vai por esse caminho, June Mayson, — repreendo-me quando
lágrimas quentes queimam os meus olhos. Piscando rapidamente, eu puxo a
respiração pelo nariz, jogo o meu celular no balcão, e vou para a porta da frente.
Inferno, de maneira nenhuma eu o deixarei tomar conta da minha vida novamente...
de maneira nenhuma eu vou parar de viver.
De novo não.
Fiz isso quando ele foi embora. Fiz isso quando sua mãe entregou os papéis do
divórcio para mim, também. Morri por dentro quando soube que não havia mais um
nós, e finalmente consegui me recompor novamente. Portanto, de maneira nenhuma
eu permitirei que ele me impeça de seguir em frente com a minha vida.
Sem chance.
Abrindo a porta da frente, eu corro pelos os degraus para a calçada, mantendo
meus olhos em meus pés quando sigo. Só porque terminei com ele, não significa que
ele não me afeta, e ele pode me afetar, mas não quero que ele jamais saiba disso.
Não quero que ele tenha sequer um único pedaço de mim.
Pressionando o botão do controle remoto na mão, eu ouço as minhas portas
destrancarem, ao mesmo tempo em que coloco minha mão no carro, abrindo a porta
do meu cinza cromado Beetle R-Line 2.OT SE1 e deslizo para dentro. Amo meu carro.

1 Marca de carro, aquele New Beetle.

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É um carro de mulher, mas é a primeira coisa real que eu comprei para mim com o
dinheiro que ganhava. Meu pai balançou a cabeça quando o viu, mas a minha mãe,
ela era uma história totalmente diferente. Ela pulou, e fomos passear pela cidade com
as janelas abertas e a música até o perfeito decibel – alta.
Infelizmente, os policiais pensavam de forma diferente sobre o volume do rap
de gangster vindo do meu carro e informaram a minha mãe e eu sobre isso quando
nos pararam. Eles aguentaram eu explicar exatamente o que era uma trap queen2,
apenas para sorrir enquanto me multavam por violação de ruído. Não me importei
com a multa. Eu estava com a minha mãe, e estávamos tendo um bom tempo sendo
bobas. Assim que os policiais voltaram para o carro deles e longe para ouvir, minha
mãe aumentou o volume novamente, sorriu, e gritou, — Dirige, June Bug! — Sobre a
música bombeando nos alto-falantes do meu carro. Eu fiz, e nós dirigimos ao redor
por outra meia hora antes de meu pai enviar uma mensagem para a minha mãe
dizendo para ela levar a bunda dela para casa. Então, rimos todo o caminho de volta
como duas crianças. Foi demais.
Saindo da memória, eu sorrio, colocando meu carro em marcha ré, olho por
cima do meu ombro, e novamente para a garagem e para a rua – tudo ao mesmo
tempo, evitando olhar na direção de Evan. Nem sequer preciso espreitar em meu
espelho retrovisor para saber que ele está seguindo. Sua caminhonete é tão
barulhenta, o som pula através do meu carro como um lembrete constante.
Quando estávamos juntos, ele tinha um carro. Era um pequeno Honda de duas
portas. Era velho, mas confiável. Seu pai, que não era muito presente, o ajudou a
reconstruir o motor no verão em que se formou no colegial, e ele amava aquele carro,
porque era uma das poucas boas memórias que tinha com seu pai.
Agora, o seu Honda sumiu, e ele dirige uma caminhonete. Só que a
caminhonete dele não se parece com qualquer caminhonete comum. Ela é enorme e
preta, totalmente preta. Não tenho dúvidas de que ele poderia desligar os faróis à noite
e ficar invisível. Mas não pensarei nisso, ainda que eu realmente queira saber
exatamente o que ele faz trabalhando para Jax.

2 Música

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Passando no estacionamento do supermercado, eu encontro um único espaço
em uma fila com dez carros, um bem ao lado do outro, fazendo com que se Evan
quiser estacionar, ele teria que fazê-lo em algum lugar não próximo ao meu carro.
Coloco o Beetle na vaga, pego o pequeno envelope de cupons que deixo no porta-luvas,
abro a porta e saio. Vendo Evan parar em uma vaga em frente ao estacionamento,
acelero meus passos para a loja e pego um carrinho. Sabendo que eu preciso de tudo,
começo na seção de legumes para poder passar por cada corredor da loja. Quando
finalmente chego à caixa registadora, meu carrinho está transbordando. Não peguei
apenas o básico, eu escolhi cada item alimentar que chamou minha atenção. Isso
significa que tenho um carrinho cheio, principalmente, de junk food, porque estou
fazendo compra com o estômago vazio. Sorte minha que tenho um envelope cheio de
cupons e sei que a minha farra de junk food não me colocará em dívida.
— June?
Ouvindo meu nome, eu viro e sinto meus ombros enrijecerem um pouco
quando fico cara-a-cara com um cara com quem namorei na escola, um cara que –
mesmo aos dezessete anos – me fez de idiota. Ele foi o primeiro, Evan foi o segundo,
e o terceiro foi Lane. Ele seria o último, no entanto. Eu agora jogaria para o outro
time, ou pelo menos fingiria.
— Matt, como você está? — Pergunto, embora não pudesse me importar
menos. Não sou uma cadela, ou pelo menos, não normalmente, mas ele fez um estrago
em meu coração adolescente. Posso não ser uma cadela, mas posso, definitivamente,
guardar muito rancor.
— Bom, apenas me mudei para casa. Trabalho para o meu pai. — Ele sorri.
— Legal. — Dou um meio sorriso de volta, então viro o meu corpo parcialmente
para longe dele quando o caixa pede os meus cupons.
— Você está em casa? — Ele pergunta, e dirijo minha atenção do caixa para
ele e começo a responder, quando sinto calor acertar o meu lado. Sei que ele está lá.
Posso dizer pelo cheiro e o calor saindo de seu corpo, mas quando seu braço desliza
em torno de meus ombros na forma familiar que ele costumava me abraçar, meu corpo
enrijece e meus olhos voam para cima. Tudo o que vejo, porém, é a sua mandíbula.

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— Evan. — Ele estende a mão para Matt, e minha respiração se torna irregular
enquanto os olhos de Matt digitalizam entre o meu ex-marido e eu.
— Hum... Matt, — diz ele, aceitando o aperto de mão e olhando para mim. —
Eu... eu te vejo por aí, — ele murmura, e desaparece fora da vista tão rápido que nem
sequer o vejo ir.
— Querida, — o caixa chama, e me viro para encará-la, deslocando o braço de
Evan em torno de mim quando dou um passo para o lado para colocar uma distância
maior entre nós. — Você está bem? Parece que você acabou de ver um fantasma, — a
mulher diz suavemente, e aceito seu olhar preocupado, então inalo profundamente.
— Sim... hum, qual é o meu total? — Sussurro, e seus olhos suavizados olham
atrás de mim, e sinto o calor de Evan sair do meu lado.
— Tem certeza que está bem? — Ela pergunta em voz baixa.
— Claro. — Sorrio, e ela balança a cabeça como se não acreditasse em mim,
mas tudo bem, porque agora, nem eu acredito.
— Cento e sete e sessenta e dois. Você economizou mais de cinquenta dólares.
— Ela sorri, e tento sorrir novamente quando lhe entrego o dinheiro, mas meu rosto
parece como se fosse rachar quando faço isso.
— Obrigada, — murmuro, pegando o meu troco, então agradeço a jovem que
ensacou minhas compras, coloco minhas mãos na alça do carrinho, e o empurro para
fora da loja, ignorando o fato de que posso sentir Evan andando atrás de mim.
— June.
— Não. — Balanço minha cabeça, nem mesmo olho em sua direção. Não posso
lidar com ele, não agora. Carregando todas as sacolas para o porta-malas, eu pulo no
meu carro, coloco o cinto de segurança, dou ré, e vou para casa, evitando olhar no
retrovisor ou pensar sobre o que aconteceu, embora eu possa sentir isso arranhando
em minhas entranhas quando estaciono em minha calçada.
— Você acabou de se mudar? — A voz de uma mulher grita assim que abro a
porta do meu carro. Olhando ao redor para ver de onde vinha a voz, eu saio e bato a
porta. — Aqui, querida! — A voz chama novamente, e encontro uma mulher pequena
com cabelo preto na varanda da casa ao lado da minha, com as mãos no corrimão e
o corpo pendurado na metade.

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— Oi! — Eu chamo de volta, e ela sorri.
— Então, você está se mudando? — Ela pergunta, e meu palpite é que ela
perdeu o caminhão de mudança na garagem esta manhã.
— Eu estou, ou eu fiz esta manhã, — respondo, movendo-me em direção ao
meu porta-malas para começar a tirar minhas compras.
— Espere. Vou me apresentar, — ela grita mais uma vez, e começo a rir,
surpresa que ela não apenas gritou seu nome para mim e eu tenha gritado o meu de
volta. Deixando minhas compras no porta-malas, eu a encontro no meio do caminho
do gramado entre as nossas casas, me perguntando como diabos ela é capaz de andar
através da grama em seus saltos. Eu estaria com minha cara no chão se eu fosse ela,
mas aparentemente ela faz isso todos os dias.
— Sou JJ. — Ela sorri quando se aproxima, e percebo que seu cabelo não é
apenas preto; é preto com grandes mechas roxas correndo através dele, destacando
seus olhos cinza. — Apenas duas letras Js, não o nome Jay soletrado duas vezes. —
Ela sorri, e sorrio em resposta, esticando minha mão.
— June, como o mês de Junho.
— Então você se mudou esta manhã? — Ela pergunta, olhando para a casa
atrás de mim.
— Mudei.
— Eu estava no trabalho, — ela murmura, em seguida, estende o polegar em
direção a sua casa. — Meu velho estava dormindo até que eu cheguei em casa, então
ele perdeu você se mudando também.
— Bem, é bom conhecê-la agora. — Sorrio novamente, e seus olhos digitalizam
sobre mim, depois se estreitam.
— Você não tem nenhum problema com motociclistas não é?
— Hum... não... — eu balanço minha cabeça e meu sorriso se alarga.
— Bom. Não que isso aconteça muitas vezes, mas os meninos do meu velho às
vezes aparecem, e quando o fazem, as coisas podem ficar altas. Se tiver um problema,
você pode vir e me dizer. Se não tem um problema, você pode apenas vir e tomar uma
cerveja. — Ela sorri, e eu rio, pensando que eu já gosto de JJ.
— Provavelmente vou aceitar essa oferta.

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— Bom, agora eu preciso perguntar, quem é o cara gostoso na caminhonete?
Eu não viro. Sei sem olhar do que ela está falando quando o queixo levanta
atrás de mim. — Humm... — Eu me pergunto como diabos explicar Evan para ela.
— Deixa pra lá. Posso ver que não quer falar sobre isso agora. Vou parar e
trazer a tequila amanhã. Você pode me dizer então, — afirma ela, convidando-se.
— Essa história precisará de duas garrafas de tequila, — murmuro, e ela sorri
novamente, ainda mais desta vez.
— Já posso dizer que você é meu tipo de pessoa. — Ela me olha por cima, em
seguida, espreita por cima do meu ombro novamente. — Vocês dois se encaixam, e do
jeito que ele olha para cá, eu suponho que ele sabe disso, mas como você disse, isso
é uma história de tequila, por isso deixarei assim e vamos falar sobre ele amanhã.
— Amanhã, — concordo, estendendo a mão para apertar a mão dela. — Foi
bom conhecê-la, JJ.
— Você também, garota. Amanhã. — Ela sorri, em seguida, se vira e balança
através metade do meu quintal e o dela, dirigindo-se ao seu alpendre. Assim que chega
lá a porta se abre, e um grande homem barbudo – que não é não atraente – anda para
a varanda da frente, pega a mão dela, e levanta o queixo para mim. Dando um
estranho aceno, eu assisto JJ sorrir para ele e dizer algo que o faz sorrir e agitar a
cabeça antes de arrastá-la até a porta e fechá-la.
Sei ali mesmo que amarei meu novo bairro... ou vou amá-lo, uma vez que não
tenha Evan montando guarda do lado de fora da minha casa.

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Capítulo 02
Evan

— Você é meu, Ev, — ela sussurra, olhando para o meu anel em seu dedo
enquanto suas coxas pressionam firmemente meus quadris.
— Sempre, linda.
Seu olhar encontra o meu e ela se inclina para trás, fazendo seu cabelo escuro
deslizar suavemente sobre o meu peito enquanto se senta. Meus olhos caem para
minhas mãos e vejo quando elas sobem na pele sedosa de suas coxas, a curva suave
de sua cintura, e, em seguida, sobre os seios, o peso enchendo minhas mãos.
— Ev. — Ela me desliza para dentro dela, e meus quadris pulam para cima,
enviando-me mais profundo. Meus olhos se movem para segurar os dela enquanto ela
levanta e depois cai lentamente pra caralho, e sei que ela vai me matar. Mas não me
importaria de morrer assim, profundamente dentro dela, rodeado pela beleza.
— Porra, — eu suspiro, e ela sorri. Ela é a coisa mais linda que eu já vi na minha
vida. Nada melhor do que ela. Perfeição. — Beije-me. — Deslizo uma mão pelas costas
dela e a puxo para frente, tomando sua boca e a saboreando na minha língua. Nada é
mais doce do que ela, porra, nada.
— Oh, Deus, — ela choraminga na minha garganta enquanto convulsiona em
torno de mim.
Piscando os olhos abertos, meu pulso corre e embrulho minha mão ao redor
do meu pau, apertando quando murmuro, Porra, para o teto e tento recuperar o fôlego.

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Quando cheguei em casa do Afeganistão, meus sonhos eram os pesadelos que vivi lá,
os pesadelos de homens que perdi e que eu considerava irmãos. Agora meus pesadelos
são pela perda dela – de June.
Rolando para fora da cama, eu me movo para o pequeno banheiro anexado,
abro a torneira, inclino para frente, pego água em minhas mãos e jogo em meu rosto,
deixando o líquido frio lavar o meu último sonho. Descansando as palmas das mãos
na borda da pia, eu abaixo minha cabeça e aperto os olhos fechados, imaginando
quanto tempo as memórias de June e eu assombrarão minhas noites. Levantando a
cabeça, olhando para mim mesmo no espelho, eu olho para o homem diante de mim,
sabendo que sou tudo o que meu pai disse que eu seria.
— Porra! — Eu rujo, levantando o meu braço e batendo, olhando o vidro
estilhaçar quando meu punho faz contato e a minha imagem se desintegra.
Com o peito arfando, abaixo minha cabeça de novo, respirando irregularmente.
Descendo o corredor, vejo Harlen saindo do seu quarto e levanto meu queixo.
— Você vai para o trabalho? — Pergunta ele, dando um passo em sincronia
comigo à medida que avançamos pelo corredor do lado de fora do composto para a
cozinha / refeitório.
— Sim, — murmuro, levantando meu queixo para Z quando o vejo sentado em
uma mesa conforme entramos pela porta. A grande sala, que costumava ser o
refeitório quando a fábrica funcionava, agora detém algumas mesas redondas perto
da entrada para a cozinha. Uma televisão de tela plana e oitenta polegadas pendurada
com um gasto sofá de couro na frente dela, e duas mesas de bilhar posicionadas no
canto de trás. A maioria dos dias, a sala está repleta de homens que trabalham ou
vive aqui, a maioria deles estão em transição das forças armadas para a vida civil.
— Você ainda procura por outra moto? — Pergunta Harlen do meu lado,
tirando-me dos meus pensamentos enquanto me sirvo de uma xícara de café.
— Sim, só não tive a oportunidade de olhar. Não tenho certeza se quero nova,
— murmuro, vendo-o acenar e cruzar os braços sobre o peito.
— Eu poderia ter algo para você. Uma moto veio ontem, e o cara mencionou
vender. Vou sondá-lo quando ele vier hoje.

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— Deixe-me saber, — murmuro, em seguida olho para o relógio e vejo que
preciso pegar Sage no escritório em dez minutos. — Até mais. — Levanto o meu queixo
para Z e vou para a minha caminhonete. Escalando na besta, coloco meu café no
porta-copo, e me afastando do estacionamento, vou para a cidade onde o escritório
está localizado.
— Que porra é esse negócio com você e June? — Sage pergunta, pulando na
minha caminhonete, deixando seu copo de café no porta-copos entre nós, e colocando
o cinto. Eu não iria responder a pergunta dele. Primeiro, não é do caralho da conta de
ninguém. Segundo, ele e Jax não têm nenhuma porra de pista que eu e June temos
uma história, e eles não saberiam dessa merda por mim. June não contou a ninguém
sobre nós quando ficamos juntos, nem mesmo para suas irmãs, para quem ela conta
tudo. Não entendia a razão de nos manter em segredo. Eu não gostava, mas era o que
era.
Quando nos casamos, ela ainda não compartilhou sobre nós. Eu estava bem
com isso. Ela disse que tinha um plano e diria aos pais dela enquanto eu estava fora.
Dessa forma, eles teriam tempo para se adaptar à ideia de que sua filha era uma
mulher casada, e depois, quando chegasse em casa, ela me apresentaria a eles. Meu
estado de espirito na época estava completamente bagunçado, e como eu disse, eu
não penso muito sobre isso. A única coisa que eu sabia era que eu tinha uma boa
mulher, uma mulher que me amava, uma mulher que eu amava, então a deixaria
conduzir no que se referia a sua família.
Obviamente, merda caiu quando eu estava longe, e acabei nosso
relacionamento, de forma permanente. Então, não havia mais uma razão para que ela
contasse a alguém que foi casada, o que ela não fez, e eu não iria iluminá-los para o
fato de que tínhamos história.
— Porra, ela ligou para Jax esta manhã, dizendo para mantê-lo longe dela, —
ele continua, e sinto meus músculos se contraírem.
Ontem foi uma merda da minha parte. Eu deveria ter me mantido fora do
caminho, mas não podia suportar a ideia do pequeno imbecil chamando-a para sair e
ela dizendo sim, então eu entrei.

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— Você está sequer me ouvindo, porra? — Demanda Sage, e viro a cabeça,
levantando uma sobrancelha. — Eu sei que vocês foram casados, — ele sussurra, e
meus músculos que estavam apertados apertam ainda mais. — Sei que não foi longo,
mas sei que ela era sua esposa. Não sei o que diabos aconteceu, mas eu preciso lhe
dizer. Eu gosto de você, homem, mas se você foder com a cabeça da minha prima,
fazer alguma coisa para machucá-la novamente, você vai se ver comigo.
— Não, — eu inalo, — me ameace, porra.
— Não é uma ameaça, irmão. É uma promessa. Sei que ela esteve fodida por
um tempo. Todo mundo sabia que ela estava fodida, mas ela não falava sobre isso,
sobre o que aconteceu. Agora eu sei que ela estava fodida porque vocês terminaram.
— Ela seguiu em frente, — eu digo, lembrando-me de algo que me mata toda
vez que eu penso nisso.
Bufando, ele balança a cabeça. — Se você realmente pensa essa merda, então
você é estúpido.
— Que seja, — murmuro, em vez de socá-lo na cara, então, coloco a minha
caminhonete em marcha ré e parto em direção à cidade para uma reunião com um
cliente em potencial.

***

— Vejo que ele está de volta, — ouço JJ dizer assim que June abre a porta da
frente para a casa dela. Ao vê-la, minhas mãos formam punhos. Seu cabelo escuro
está soltou sobre seus ombros nus. O vestido sem alças de algodão preto faz sua pele
parecer ainda mais dourada, e seu rosto está completamente livre de maquiagem. Sei
que se eu me aproximasse, eu veria a difusão das leves sardas através da ponte de
seu nariz e as manchas douradas em seus olhos.
— Estou trabalhando duro em fingir que ele não está, — June diz a JJ, que
segura uma garrafa de tequila, a mesma garrafa com a qual saiu de sua casa. Ela
empurra-a em direção a ela, rindo quando diz, — Isso a ajudará a esquecer.
Dando um passo para trás com a garrafa perto de seu peito, ela permite que
JJ entre, e a ouço responder calmamente, — Não tenho certeza sobre isso, — seus

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olhos se movem através do quintal para mim. Meu coração para da mesma forma que
fez na primeira vez que nos conhecemos, só que desta vez, em vez de seus lábios
abrirem e os olhos brilharem com espanto, os olhos estreitam, seus lábios apertam, e
ela fecha a porta, dando-me tudo e absolutamente porra nenhuma.
— Porra, — resmungo, inclinando a cabeça para trás.
A primeira vez que vi June, eu saía da loja de autopeças onde eu trabalhava
enquanto ela entrava. Eu estava de folga, mas quando ela inclinou a cabeça para mim
com os lábios entreabertos, sussurrando, — Obrigada, — quando abri a porta para
ela, eu sabia que precisava falar com ela, então a segui para dentro.
Ela não falou muito. Disse-me o que procurava, e eu mostrei onde poderia
encontrar. Suas bochechas eram uma sombra adorável de rosa no momento em que
ela saiu, e depois ficou ainda mais escura quando pedi o número dela quando a
acompanhei até o carro. Eu sabia, no segundo em que a conheci, que havia algo
diferente nela, algo que eu não conseguia descobrir, mas sabia que ela se tornaria
importante para mim.
Ela não era importante – era vital, porra, a melhor coisa que já me aconteceu.
Mas então eu precisei deixá-la ir, assim minhas merdas não a arruinaria.
Entrando na minha caminhonete, eu a ligo e olho para a casa dela, sabendo
que não há como qualquer um foder com ela, não enquanto eu estiver aqui ou JJ
estiver lá dentro. Ninguém seria estúpido o suficiente para cortejar o tipo de
repercussão que receberiam de Brew se foderem com a senhora dele. E eu mataria
alguém sem pestanejar se chegassem muito perto de June.
Ela estava fodida. As palavras de Sage têm brincado na minha cabeça uma e
outra vez hoje. Quando eu estava com June, falamos muito sobre o nosso futuro e
fizemos um milhão de planos. Ela sabia que eu devia, pelo menos, quatro anos para
os fuzileiros navais. Inscrevi-me para o serviço antes de nos conhecermos. Eu não
tinha dinheiro para a escola e os fuzileiros me deram a oportunidade de ter uma
educação e ganhar algum dinheiro ao fazê-lo.
June estava em meus planos, e depois do acampamento, programamos ir à
Alemanha. Ela queria ver o mundo, e eu estava feliz por ter a capacidade de dar-lhe
isso. Ela sabia que eu estaria lá por dois anos, mas também entendia que dois anos

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não era longo e que, quando o tempo acabasse, poderíamos voltar para o país ou
encontrar outro lugar para explorar. Ela estava animada para estar comigo, para
começar uma vida, e ver o mundo.
Eu só não contava comigo sendo um dos melhores atiradores na minha classe.
Nunca segurei uma arma na minha vida e não sabia merda nenhuma sobre tiro. Mas
no momento em que colocaram aquele pedaço de metal em minhas mãos, tornou-se
uma extensão de mim. Eu era bom – fodidamente bom, tanto que eles me enviaram
para o Afeganistão na primeira excursão após o acampamento. Vendo o que eu vi,
vivendo o que vivi, eu sabia que não podia tocar em June novamente. Ela merecia
mais, ela merecia tudo, e eu nunca seria digno dela.
Ouvindo uma moto parar atrás de mim, eu olho no espelho retrovisor, e sorrio
quando vejo Harlen balançar-se fora de sua Harley.
— Ouvi dizer que você estava aqui, — ele murmura, sentando no banco do
passageiro da minha caminhonete e batendo a porta.
— Que amor você vir me fazer companhia. — Sorrio, e seus olhos apertam.
— Nós vamos olhar a moto que lhe falei esta manhã. O dono é parte da
tripulação de Brew. — Ele levanta o queixo em direção a casa do Brew. — Ele nos
encontrará aqui.
— Obrigado por procurar.
— Você não tem o equipamento certo, e você é grande demais para montar
qualquer coisa quando o seu pedaço de merda de moto quebra. — Ele sorri, e sinto
meus lábios torcerem, então olho no espelho retrovisor quando o rugido dos tubos
atinge o quarteirão. Vejo quando uma Harley Fat Boy cruza a rua passando a minha
caminhonete, e para na entrada da casa de Brew.
Saindo da caminhonete, nós atravessamos o pátio, parando ao lado da moto
enquanto o proprietário desce.
— Shock, — Harlen cumprimenta o cara com um aperto de mão, e inclina o
queixo para mim. — Este é Evan.
— E aí, cara? — Shock retumba quando apertamos as mãos, e se afastando
da moto, cruza os braços sobre o peito coberto por uma camiseta. — Essa é ela. Odeio
terminar com ela, mas estou atualizando, — diz ele enquanto ando ao redor da moto.

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O trabalho de pintura preto fosco intercalado com preto brilhante é perfeito. Todo o
cromo parece novo e bem conservado. — É 94, mas tem um motor Ultima 127ci, e
transmissão de seis velocidades, com menos de quinhentas milhas rodados. O motor
também tem um carburador Mikuni polido e um sistema de ignição Dyna de 2000.
Ela é a merda em que sonhos molhados são feitos.
— Você diria isso, uma vez que a moto tem mais potência do que você saberia
o que fazer, — Brew diz, caminhando em nossa direção até a calçada. Shock não
responde verbalmente, mas seu sorriso amplia e ele bate no ombro de Brew quando
ele se aproxima e, em seguida, olha para mim.
— Você quer levá-la a um passeio?
Olhando para a casa de June, eu começo a balançar a cabeça.
— Ninguém vai foder com ela enquanto estou no meu gramado da frente, —
Brew promete baixo o suficiente para eu ouvir. Olho para ele e inclino a cabeça, em
seguida olho para Shock.
— Atire-me as chaves. — Pegando-as enquanto elas voam pelo ar, eu balanço
a perna por cima da moto, ligo-a, e saio da garagem. Não vou muito longe, mas viro
para a estrada principal e acelero, batendo setenta. Sorrio – o som por si só é suficiente
para chamar a atenção, mas a moto é uma obra de arte. O poder e consistência é
exatamente o que eu procurava. Voltando ao quarteirão, eu olho para porta da frente
de June e vejo JJ e ela de pé na porta. Levantando meu queixo para elas, JJ sorri,
mas June... June não. Não, seus olhos escurecem, e não de uma maneira ruim. Eles
escurecem de uma maneira que me faz querer vê-los mudar assim de perto. Parando
na garagem de Brew, eu desligo a moto e olho Shock enquanto balanço a perna por
cima.
— Quanto você está pedindo?
— Nove. A venda é rápida, só dinheiro. — Ele sorri.
Inalando, eu olho para a moto, e de volta para ele. — Você tem um negócio. —
Ele ri, em seguida, dá um tapinha nas minhas costas.
— Pegarei suas informações com Harlen. Podemos marcar um encontro
amanhã, ou passarei pela loja na parte da manhã.

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— Parece bom, — concordo e dou uma olhada para a porta da frente de June.
Desta vez, ela está fechada e esfrego meu peito sobre o meu coração, me perguntando
quando a porra da dor vai embora.

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Capítulo 03
June

Movendo ao redor do meu quarto após ajustar os lençóis, eu atiro o edredom


do chão para a cama. Tenho um sono agitado; sempre tive. Sei que há pessoas que
podem cair no sono em uma posição, e ficar assim a noite inteira, mas isso não é
comigo. Eu me movo constantemente, tanto que eu caí da cama no meio da noite mais
vezes do que posso contar.
Agarrando as extremidades do edredom, eu me esforço para levantá-lo como
fazem nos comerciais de detergentes, em seguida, desisto, deixando-o cair no lugar
bagunçadamente. Quando o comprei há um ano, não fui mesquinha. Tem
provavelmente sete centímetros de espessura, cheio de penas. Entre o meu edredom
e o colchão de penas na minha cama, eu adormeço no céu todas as noites. Jogando
os travesseiros depois, arremesso o cobertor, o que não serve a nenhum outro
propósito além de ser bonito, para o canto, em seguida, me afasto, admirando meu
trabalho útil.
Amo o jogo de quarto que minha mãe escolheu. Eu disse a ela o que queria
quando soube que compraria minha casa, e ela assumiu a partir daí. A madeira gasta
da moldura da cama, cômoda e mesas laterais fazem o quarto parecer aconchegante,
enquanto o edredom roxo que cobre a cama parece veludo, e os travesseiros e lençóis
cinzas, tornam elegante. Criando uma lista mental para providenciar cortinas e

25
encontrar lâmpadas, eu vou para o banheiro para terminar de ficar pronta, desde que
meu pai estará aqui para me levar para almoçar em breve. Ligando a luz do banheiro,
eu suspiro ao ver meu reflexo. Não gosto de usar maquiagem, mas os círculos escuros
sob meus olhos não me deixam escolha. Procurando na gaveta de maquiagem, eu
encontro o tubo de corretivo e começo a trabalhar.
Ver Evan novamente está me afetando. Não consigo dormir, e minha mente
está em um estado constante de turbulência. Acordo no meio da noite com sonhos de
nós. As memórias dele, nossa, são demais. Algumas memórias têm a capacidade de
curar, a capacidade de iluminar a escuridão, porque a beleza da memória é tão
brilhante que você ainda é capaz de aproveitar isso.
Mas as nossas memórias estão me matando lentamente. Elas me lembram de
que, por um momento, eu tinha tudo, enquanto me lembram de que isso se foi. É a
percepção do que estamos fazendo que está me torturando. A constatação de que
posso vê-lo, mas não posso tocá-lo, que ele existe, mas não é meu, é angustiante.
Inferno, ontem, quando JJ e eu o observamos descer o quarteirão em sua moto, juro
que queria abrir a porta, correr para os braços dele, e pedir para ele me levar. Ele
parecia... ele parecia – bem, eu acho que não há palavras para a maneira como ele
parecia. Tudo o que sei é que entre a tequila e vê-lo pilotar, quando fui para a cama
na noite passada, eu levei o meu BOB comigo e passei uma quantidade terrível de
tempo me satisfazendo.
Afastando meu rosto do espelho, eu verifico meu trabalho. As marcas não são
tão perceptíveis mais, e espero que, com um pouco de base e blush, meu pai não vá
perceber. Entrando no closet conectado ao banheiro, eu empurro as caixas de lado
até que encontro a que eu marquei Vestidos, rasgo a fita e procuro até encontrar o
que procuro. Tirando minha camisa, deixo-a cair no chão, sem me preocupar com um
sutiã, porque não tenho peitos, e deslizo o vestido sobre minha cabeça. As finas alças
e tecido de algodão fino são perfeitos para o calor úmido do Tennessee. Agarrando
simples sandálias de couro, empurro meus pés nelas e sigo para a porta quando ouço
um carro parar do lado de fora.
— Hey, pai. — Sorrio, abrindo a porta para ele antes que tivesse a chance de
bater, então passo para trás e o deixo entrar na casa.

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— June Bug. — Ele se inclina, beijando minha bochecha. Quando se afasta,
ele engole metade do meu rosto com a mão grande. — Você parece cansada, — afirma
calmamente enquanto seus olhos me estudam.
— Estou bem. Mudar sempre é uma porcaria. — Deixo escapar um suspiro e
olho para longe para terminar a minha mentira. — Quero tudo desempacotado, então
tenho ficado até tarde e acordando cedo para fazê-lo.
— June, o que está acontecendo?
— Nada. — Sorrio, e sua voz cai para o tom de pai que diz, Não minta para
mim.
— June.
— Estou bem, pai. Juro, apenas cansada. — Aceno minha mão ao redor e
começo a ir para a sala para pegar minha bolsa, mas sua mão agarra a minha, me
parando no meu caminho, e me viro para encará-lo mais uma vez.
— Eu sei que você está mentindo. — Ele balança a cabeça e continua
calmamente, — Não sei quando todas as minhas meninas começaram a esconder
merda de mim, mas preciso dizer, eu não gosto disso. — Sua mão volta para o meu
rosto e seus olhos procuram os meus. — Eu te amo, mais do que tudo neste mundo,
e nada mudará isso. — Ele beija minha testa, e se inclina para trás, pegando meus
olhos novamente. — Se você precisa de alguém para conversar, eu estou aqui, e se
não, sua mãe não te ama tanto quanto eu, mas tenho certeza que ela a ouviria
também. — Revirando os olhos para o comentário sobre mamãe, eu enrolo meus
braços em volta de sua cintura e aperto.
— Eu sei. Te amo pai.
— Sempre, menininha. — Seus lábios tocam o topo da minha cabeça, onde ele
pergunta, — Você está pronta para ir comer?
— Sim, nós podemos levar o meu carro?
— Porra, não, — ele responde imediatamente, sem sequer pensar nisso, e não
posso evitar, eu rio inclinando para trás. — Isso poderia me fazer sentir melhor. — Eu
faço beicinho, e ele balança a cabeça.

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— Não vai acontecer. Obtenha sua bolsa. Eu estou dirigindo. — Ele me solta e
faço o que ele diz, antes de encontrá-lo na porta da frente para que ele possa nos levar
para almoçar.
— Obrigada. — Sorrio para o nosso garçom quando ele desliza um duplo
cheeseburger e anéis de cebola na minha frente e a mesma coisa na frente do meu
pai.
— Deixe-me saber se você precisar de qualquer outra coisa, — ele responde, e
sai. Não tenho ideia por que este é o meu lugar favorito para comer; o serviço ao cliente
é uma droga. Acho que nunca vi qualquer um que trabalha aqui sorrir. Então eu dou
uma mordida no meu cheeseburger e lembro por que não me importo que as pessoas
que trabalham aqui sejam rudes.
— Quando você começa em seu novo emprego? — Papai pergunta,
esguichando ketchup no prato.
— Próxima segunda-feira. — Engulo minha mordida de cheeseburger, em
seguida, mergulho um dos meus anéis de cebola em molho ranch. — Dar aulas na
escola de verão não é o ideal, mas o diretor me disse que trabalhando agora, ele pode
muito bem garantir um lugar para mim quando o verão terminar.
— Estou orgulhoso de você.
— Obrigada, pai, — murmuro, olhando-o levantar a mão e acenar por cima do
meu ombro. Olhando atrás de mim, meus pulmões congelam quando vejo o meu
primo Sage seguido por Evan indo em nossa direção.
— Yo, — Sage cumprimenta, sorrindo.
— Ei, amigo. — Meu pai arrasta ao longo da cabine.
Sage se inclina para beijar minha bochecha, murmurando, — Oi, — antes de
se sentar ao lado dele.
— Sr. Mayson. — Evan aperta a mão de meu pai, e olha para mim, e eu me
movo sem pensar, abrindo espaço para ele. Ele se senta ao meu lado... bem perto de
mim.
Isso não pode estar acontecendo.

28
— Você conhece a minha filha, Evan? — Papai pergunta, e quando Evan se
vira para mim, há algo em seus olhos que não posso ler, mas não parece bom. Meu
batimento cardíaco chuta para cima conforme seus olhos voltam para o meu pai.
— Nós nos conhecemos.
— Esqueci que você está ajudando a manter um olho nela, — murmura meu
pai, dando uma mordida em seu hambúrguer, e engolindo. — O que vocês dois estão
fazendo hoje?
Com a pergunta do meu pai, eu me aperto mais contra a parede, porque Evan
ocupa todo o assento, e não consigo me concentrar quando seu corpo escova contra
o meu.
— Coisas normais, — Sage diz, seus olhos se movem entre Evan e eu. Seu
ombro bate no de meu papai e seus olhos se iluminam com malícia.
— Eles não fazem um casal bonito? — Ele sorri, e estreito meus olhos nele, ao
mesmo tempo, sinto o corpo de Evan enrijecer.
— Não seja um chato, — murmura papai, mas seus olhos se movem entre nós
dois, e gostaria de saber o que ele está pensando, porque os seus olhos mudam
levemente.
— Eu farei o pedido. Devemos comer na estrada de modo que não fique tarde,
— Evan diz a Sage, e solto um suspiro que não sabia que estava segurando antes de
dizer adeus a ambos enquanto eles saem da cabine que eu e meu pai sentamos.
— Evan é um cara bom. Seus primos gostam dele, — Papai acrescenta, mas
não confirmo a sua declaração. Em vez disso, eu mergulho outro anel de cebola em
meu ranch, e enfio-o na minha boca, mastigando devagar. Preciso fazer algo sobre
Evan. Obviamente, evitá-lo para sempre não será tão fácil. Ele trabalha para o meu
primo, vive na mesma cidade que eu, e é, de alguma forma, amigo dos motoqueiros
do marido de minha irmã July. Sua vida e a minha estão interligadas.
— O que você está pensando? — Papai pergunta, tirando-me dos meus
pensamentos, e luto por algo a dizer.
— Você acha que pode parar em Minx antes de voltar para a minha casa? —
Pergunto quando engulo, e seus olhos apertam. — Suponho que é um não, —
resmungo baixinho, enquanto luto com meu sorriso.

29
— Pergunte a sua mãe.
— Porque ela me ama mais? — Seus lábios se contraem, mas ele não responde.
Meu pai odeia compras, portanto, a sua resposta não é uma surpresa. — Vou
perguntar a mamãe, — concordo, e pegando o meu hambúrguer, dou uma mordida.

***

Olhando pela janela ao lado da porta, eu assisto Jax e Evan conversarem na


frente da caminhonete de Evan. Não sei o que estão falando, mas seja o que for, tem
os dois rindo. Afastando-me, eu vou pelo corredor até o meu quarto e pego uma das
minhas blusas do armário, admirando minhas novas cortinas e abajures no meu
quarto.
Em vez do meu pai me trazer para casa depois do almoço, voltamos para a
casa dos meus pais, então minha mãe e eu poderíamos levar o Suburban dela para
Minx, onde encontrei dois abajures de vidro âmbar muito legal com tons da cor de
cortiça, junto com cortinas cinza. Quando minha mãe e eu chegamos na minha casa,
Jax estava aqui por Dever June. Não acho que é necessário que qualquer um me
vigiasse. Lane está à espera de julgamento, e eu não era uma testemunha de tudo o
que ele fez. Minha família, por outro lado, obviamente não concorda comigo sobre o
assunto. Desde que Jax estava na casa de qualquer maneira, mamãe e eu o colocamos
para trabalhar, pendurando as hastes da cortina e as cortinas. Não muito tempo
depois que estava terminado, minha mãe saiu, e Jax ficou e teve uma cerveja, então
saiu para falar com Evan uma vez que ele apareceu.
Voltando para a janela, vejo Jax bater no ombro de Evan então ir para o seu
carro. Debatendo comigo mesmo, da mesma maneira que fiz durante todo o dia, eu
desisto e caminho até a porta da frente e abro-a quando Jax vira no sinal de Pare no
final do meu quarteirão. Observando-o ficar fora de vista, eu viro meu olhar para Evan
e encontro seus olhos já em mim.
— Humm... — murmuro, perguntando, O que diabos eu estava pensando?
— Você está bem? — Ele pergunta, dando alguns passos na direção da casa,
mas parando do outro lado do gramado.

30
Porra, porra, porra.
— Eu... estou bem. Eu estava... — Jesus, meu estômago está em nós e sinto
que vou vomitar. Esta foi uma má ideia. — Podemos conversar? — Pergunto depois de
um momento, e vejo seus olhos fecharem quando ele assente uma vez e anda em
minha direção. Recuando para que ele possa entrar na casa, eu o levo pelo corredor
até a sala de estar. — Gostaria de uma cerveja?
— Eu estou bem, — ele responde, parando no meio da sala, e aguardo
enquanto ele olha ao redor. O meu rack era dos meus pais. É preto com portas na
parte inferior e nos lados e tem uma prateleira acima, com um espaço para a TV no
meio. O sofá contra a parede oposta é grande o suficiente para caber toda a minha
família. O abajur do outro lado da parede é perfeito para a leitura, uma vez que a luz
está diretamente sobre o lado do sofá com o apoio para os pés. Não coloquei nenhuma
das minhas fotos, então tudo está nu.
— Você quer se sentar? — Pergunto, sentando na beira do sofá segurando
minhas mãos na minha frente.
Ele olha para mim por um tempo – tão longo que começo a me sentir
desconfortável – então vagueia através da sala e senta no final do sofá, de frente para
mim. Sua presença é tão grande que até mesmo sentado do outro lado da sala parece
que ele ocupa todo o espaço. Pior, não posso ler a expressão dele, então não tenho
ideia do que ele está pensando.
— O que você quer falar? — Pergunta ele, me estudando.
— Sinto... — faço uma pausa para tomar fôlego e colocar os meus pensamentos
em ordem, porque não tenho nenhuma ideia do que exatamente quero dizer a ele. —
Você... — eu me corto novamente, cobrindo o rosto com as mãos. — Isso foi estúpido.
Não sei o que estou fazendo. — Descubro meu rosto e olho para ele. — Desculpe, você
pode ir, — sussurro ficando de pé, e seguindo para o corredor em direção à porta.
— Sinto muito. — Em suas palavras, meu corpo trava e lágrimas rastejam até
minha garganta. — Eu não era... não sou bom o suficiente para você. — Apertando os
lábios, eu luto contra a dor em meu peito, e giro para olhar para ele enquanto tranco
esse sentimento.

31
— Eu sei, — sussurro, ignorando seu estremecimento quando ando até a porta
e a abro. Olhando para os meus pés, eu o ouço vir no final do corredor e vejo suas
botas quando ele para diante de mim. Não olho para cima. Não posso – a dor em meu
peito é muito intensa. Sentindo seus lábios no topo da minha cabeça, uma lágrima
cai no chão aos meus pés.
Seus dedos no meu queixo forçam meus olhos para encontrar os dele. Nós
ficamos lá pelo que parece ser para sempre, olhando um para o outro até que ele fala.
— Eu gostaria que as coisas fossem diferentes, queria ser bom o suficiente para você.
— Suas suaves palavras faladas não fazem nada para consertar meu coração partido,
não fazem nada para ajudar a aliviar a dor em meu peito, se alguma coisa, elas me
cortam mais profundo.
— Eu gostaria disso também. — Sussurro, deixando cair os olhos para o chão.
Suas mãos caem e ele sai, levando tudo o que resta dentro de mim com ele quando se
vai. Fechando a porta e trancando-a, eu deslizo para o chão, meus braços envolvendo
minhas pernas, enterro meu rosto contra meus joelhos, e choro.

****

Ouvindo alguém bater na porta, tento abrir meus olhos, mas eles se sentem
como estivessem cheios de cascalho. Levei uma eternidade para encontrar o sono mais
uma vez ontem à noite... e, a julgar pela forma como meu corpo se sente, não foi há
muito tempo. Ouvindo o bater transformar em esmurrar, eu grito no topo dos meus
pulmões, — Eu estou indo! Calma! — Então tropeço da minha cama e vou para a
porta da frente.
— Demorou demais, — diz July, empurrando-se para dentro da casa, seguida
por Wes, assim que abro a porta.
— O que está acontecendo? — Franzo a testa, observando-os caminhar em
direção à sala de estar.
— Você pode querer colocar algumas calças. — July sorri, e olho para a minha
roupa íntima de algodão coberta de coração, e erguendo minhas mãos no ar, corro
para o meu quarto para vestir um moletom. Já no banheiro, eu decido escovar os

32
dentes e o cabelo. Quando volto para a cozinha, July e Wes estão fazendo-se
confortável na minha cozinha, começando o café.
— Você quer me dizer o que está acontecendo?
— Só queríamos vir ver você, — diz July, e sinto meus olhos ficarem apertados
quando olho para o relógio na parede.
— São oito da manhã, — indico, olhando entre os dois.
— Evan ficou bêbado na noite passada, — Wes diz.
Meu coração cai em meu estômago enquanto July sibila, — Wes.
— O quê? — Ele franze a testa, e ela revira os olhos. — Você o viu, baby. Ele
estava destruído, porra.
Porra, porra, porra.
— Você está me dizendo isso, por quê? — Solicito uniformemente, embora meu
estômago esteja girando com náuseas.
— Ele está sofrendo, — Wes diz calmamente, e passo meus braços em volta da
minha cintura quando engulo através do nó na garganta. Também me lembro de que
os sentimentos dele não são mais problema meu.
— Não quero soar como uma cadela, mas por que é o meu problema?
— Por quê? — Ele repete suavemente, e cerro os dentes enquanto assisto a
decepção brilhar em seus olhos.
— Sim, por quê? — Sussurro e solto meus braços.
— Acho que você sabe a resposta para isso, — Wes diz, e puxo meus olhos dele
para olhar para a minha irmã.
— Você disse a ele? — Eu pergunto, e ela acena, mordendo o lábio inferior.
Fechando os olhos, eu corro uma mão trêmula pelo meu cabelo enquanto tento
colocar meus pensamentos em ordem, em seguida, abro-os quando Wes fala
novamente.
— Você o ama? — Pergunta ele, me cortando antes que eu possa dizer qualquer
coisa, e dou um passo para trás, sentindo a cor deixar o meu rosto. — Sim, você o
ama, — ele sussurra e seus olhos suavizam. — Não sei o que aconteceu entre vocês,
mas conheço Evan. Sei que ele é um bom homem a quem foi dada uma vida
fodidamente difícil. Seu pai é um pedaço de merda, e quando sua mãe não está

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bebendo, ela está bem, mas normalmente ela está bebendo. — Ele permite que essas
palavras se afundassem, então sua voz cai ainda mais. — Ele foi para a guerra e viu
os homens com quem se importava morrer. Meu palpite é, ele pensa que uma mulher
doce, bonita como você, merece mais do que um cara como ele, — diz ele, e esse nó
na garganta dói quando as palavras que Evan disse ontem a noite repetem na minha
cabeça.
Eu não sou bom o suficiente para você.
Eu não sou bom o suficiente para você.
Eu não sou bom o suficiente para você.
Eu não sou bom o suficiente para você.
Correndo para o banheiro no corredor, eu levanto a tampa do vaso sanitário e
caio de joelhos quando vomito tudo dentro do meu estômago. Em algum lugar no
fundo da minha cabeça, registro a presença reconfortante da minha irmã com os
braços em volta de mim, sussurrando em meu ouvido, mas o meu coração, o qual eu
pensei que estivesse quebrado, se quebra em um bilhão de pedaços minúsculos.
Eu não sou bom o suficiente para você.
— Tudo que eu queria era ele, — sussurro.
— Eu sei querida.
Eu não sou bom o suficiente para você.
— Só ele.
— Eu sei, irmã.
— O que eu devo fazer? — Sussurro, pegando o pano molhado que está
pendurado na frente do meu rosto e pressionando-o à minha boca.
— Honestamente? — Wes pergunta atrás de mim, e aceno a cabeça, sem
levantar a cabeça para olhar para ele. — Não deixe que ele te afaste.
— É tarde demais, — inalo, sentindo meu coração bater e bile rastejar
novamente até minha garganta.
— É? — Ele questiona suavemente, e aperto meus olhos fechados, sabendo
que é. É muito tarde. De maneira nenhuma eu me colocaria lá mais uma vez, não
assim, não com ele. Ele não me machucou, ele me destruiu.
— Talvez você possa ser amiga dele, — July sugere, e olho para ela.

34
— Não acho que isso é possível.
— Ambos estão se machucando tanto, querida. Eu... — ela faz uma pausa,
inalando, e olhando para Wes, que abaixa, correndo os dedos ao longo de sua
bochecha. Eu amo que minha irmã tem o que ela tem com Wes, mas tanto quanto eu
amo-o para ela, eu odeio o ciúme que sinto quando os vejo juntos. — Eu quero que
você seja feliz, — ela continua, quando seus olhos caem para encontrar os meus. —
Não acho que você será capaz de achar sua própria felicidade até descobrir como
atravessar a dor que você sente.
Mesmo sabendo que ela está certa, não sei se serei capaz de fazer isso.

35
Capítulo 04
June

— Você pode fazer isso, — sussurro ao meu reflexo no espelho retrovisor.


Movendo os olhos para o meu colo, eu murmuro, — Por que diabos você deixou sua
irmã fazer truque de mente de Jedi em você?
Deixando cair a cabeça no volante, eu descanso lá, resistindo à vontade de
bater a cabeça contra ele. July e Wes de alguma forma me convenceram a me
encontrar com eles no complexo. Eles disseram que teria uma festa e que eu precisava
sair de casa. Eu necessitava sair de casa, mas uma festa aonde Evan iria, não parece
ser algo que eu precisava fazer. Na verdade, tenho certeza que preciso fazer o oposto,
mas ainda assim, estou aqui, estacionada em frente com o motor desligado, tentando
criar coragem suficiente para realmente sair do meu carro.
Passando minhas mãos pela frente do meu vestido de verão laranja brilhante,
eu respiro profundamente, abro a porta e coloco um pé calçado com uma sandália
bege no chão, em seguida, o outro, orgulhosa de mim mesma por pelo menos sair do
carro. Fechando a porta, eu olho ao estacionamento e inalo profundamente antes de
me dirigir para a porta ao lado do grande portão, que me permitirá ir para o átrio
aberto, onde está a festa. Assim que estou lá e abro a porta, sou bombardeada com o
som do rock tocando no fundo, as pessoas falando e rindo, e o cheiro de bebida,
cigarros e maconha.

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— Esta é uma má ideia, — sussurro, digitalizando a multidão de homens
usando jeans e couro e mulheres mal vestidas em busca da minha irmã ou Wes.
— Perdão? — Uma voz profunda pergunta do meu lado, e saltando eu viro a
cabeça para procurar no escuro. Um homem sai das sombras, me fazendo afastar. Ele
não é muito mais alto do que eu, com o cabelo louro que atinge seus ombros largos.
Ele é bonito, de uma forma masculina, com um queixo quadrado, lábios carnudos e
grandes olhos azuis cercados por cílios grossos.
— Desculpe, eu falava comigo mesma, — digo a ele, e ele sorri um sorriso
assustador que não se encaixa em sua aparência.
— Você faz muito isso? — Pergunta ele, dando um passo mais perto de mim,
e eu instintivamente dou mais um passo para trás, querendo manter o espaço entre
nós.
— Hum... — olho em volta, novamente, orando para ver alguém familiar.
— Qual é o seu nome? — Seus olhos vagueiam sobre mim enquanto ele dá
mais um passo, em seguida, estende a mão e pega uma mecha do meu cabelo,
enrolando-a em torno de seu dedo. Sinos de alarme tocam na minha cabeça, me
dizendo para ir embora, mas sinto que meus pés congelaram no concreto abaixo deles.
— Eu... — puxo minha cabeça para trás, afastando meu cabelo dele.
— Eu? — Ele pergunta, inclinando a cabeça e dando um passo mais perto.
— Jordan, se afaste, porra.
Minha cabeça gira ao redor, e meu coração, que começava a bater
desesperadamente, para quando meus olhos colidem com Evan. Fechando a distância
entre nós, ele pega a minha mão logo que está perto.
— Ah, eu só ia me divertir um pouco com ela, — Jordan diz, e Evan puxa
minha mão, me forçando a colidir ao seu lado.
— Se aproxime dela e terei algum divertimento com você, o tipo de diversão
que deixará você no hospital, — Evan cospe, parecendo sério e assustador.
Jordan levanta as mãos, me examina mais uma vez, enviando uma piscadela
em minha direção, então se vira e volta para as sombras, o que não é só estranho,
mas também um pouco assustador.

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— Você está bem? — Evan pergunta, e meu olhar se move de onde Jordan
desapareceu bem na frente dos meus olhos.
— Sim, ele apenas me assustou, — digo a ele em voz baixa, sentindo sua mão
em volta da minha, seus dedos sobre o ponto do pulso do meu pulso. Seu toque envia
arrepios pelo meu braço, fazendo com que minha respiração saia engraçada enquanto
seus olhos vagueiam pelo meu rosto. Seu toque é tão familiar e tão estranho. Mesmo
que esteja tocando apenas uma pequena parte de mim, eu sinto isso em todos os
lugares. Largando a minha mão, ele passa os dedos pelo cabelo, e imediatamente sinto
falta da forma como me sentia estando ligada a ele. Sei que não faz sentido, mas se
fosse possível para alguém ter o seu coração dentro de seu corpo, eu sei que ele estaria
carregando o meu ao redor.
— Não sabia que você estaria aqui, — diz ele depois de um momento, e mordo
o interior da minha bochecha para não perguntar se ele se importaria se soubesse.
— Wes e July me pediram para vir. Eu posso ir, se você não me quer aqui, —
eu sussurro, e ele fecha os olhos por um breve momento. Quando os abre, ele me
prende no local com seu olhar. Então eu vejo isso, através da luz amarela brilhante
em torno de nós que vem dos fogos em barris e a baixa iluminação do prédio acima
de nós...
Dor.
Uma dor tão profunda que rasga minha alma, rasga em pedaços dentro do
meu peito. Uma dor tão forte, que posso sentir como se fosse minha.
— Evan, — eu expiro, dando um passo mais perto dele, colocando a mão em
seu bíceps.
— Não faça isso.
— Eu... — balanço minha cabeça, piscando para conter as lágrimas.
— Não, — ele repete, dando um passo para trás, e minha mão cai de seu braço
ao meu lado. — Sua irmã está lá dentro. Vá encontrá-la. Há um monte de pessoas
aqui esta noite, fique com ela ou Wes, — ele diz com firmeza, em seguida, se vira e
começa a sair.
Não sei o que deu em mim, mas as palavras saem antes que eu possa sequer
pensar em segurá-las, ou filtrá-las. — Eu menti. — Não tenho certeza se a minha voz

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é alta o suficiente para ser ouvida, porque o meu coração está batendo
descontroladamente em meus ouvidos. Ele para de ir embora, e vejo seus ombros
subirem e descerem. — Pode não importar agora... — faço uma pausa, e puxo a
respiração pelo nariz. — Eu não... talvez nunca importou. — Dou de ombros, embora
ele não possa ver. — Você era tudo o que eu queria, — digo, e continuo em um
sussurro — Eu acreditei em você. Acreditava em nós. Nunca houve um tempo em que
você não fosse bom o suficiente para mim. — Quando termino, sinto o meu rosto
esquentar de vergonha e aborrecimento. Antes que eu possa fazer um papel de idiota
ainda maior, me apresso para longe em busca da minha irmã e álcool.

***

— Vira! Vira! Vira! — Eu canto alto, juntamente com todos os outros na mesa,
quando minha irmã vira uma dose de tequila. Seus olhos encontram os meus quando
ela bate o copo sobre a mesa, e rio com a expressão tensa no rosto.
— Sua vez, — ela grita, apontando para mim, e pego o meu copo e viro,
sentindo a queimadura no meu peito quando o calor do álcool bate no meu sistema.
Não é a minha primeira dose; na verdade, tenho certeza que é a minha décima
segunda. Estou me sentindo bem.
Feliz…
Relaxada...
Após minha conversa com Evan – ou minha estranha explosão, eu devo dizer
– encontrei July e Wes no que eles consideram a sala comum. Minha irmã, sendo
minha irmã, deu uma olhada no meu rosto e gritou, — Harlen! — E o segundo que
Harlen, o qual eu tenho certeza que é um gigante da vida real, apareceu, começamos
a tentar superá-lo. Não tenho ideia do porquê. A tarefa é inútil; o cara parece poder
beber uma garrafa de tequila sozinho e ainda não sentir os efeitos.
— Você sabe que as meninas nunca serão capazes de superar Harlen, certo?
— Mic, um dos amigos de Wes, pergunta do meu lado, e virando a cabeça, sorrio para
ele.

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— Eu sei. — Seus olhos caem na minha boca e ele sorri. Mordendo meu lábio,
eu olho para longe dele. Ele é definitivamente bom para o futuro, como superquente,
mas prometi manter a minha história de lesbianismo. Nem tenho certeza se isso é
uma coisa real, mas preciso de um homem como preciso de um buraco na minha
cabeça.
— Aaaalguém pode me chamar um táxi ou Luber ou o que seja? — Arrasto,
olhando em volta da mesa. Preciso sair daqui. O álcool que bebi está flutuando através
do meu sistema, fazendo-me sentir leve.
— Você não irá embora, não é? — Minha irmã diz com um bico do outro lado
da mesa, tomando outra dose.
— Preciso chegar em casa antes de fazer algo estúpido, — digo a ela
honestamente, ouvindo algumas risadas dos homens que nos rodeiam.
— Eu te darei uma carona, — Mic diz baixinho ao meu lado, e os meus olhos
deslizam para ele.
— Você seria algo estúpido, — digo, e ele sorri mais, colocando a mão na parte
de trás da minha cadeira e inclinando-se ligeiramente para mim. No seu movimento,
eu me inclino para trás e deixo escapar, — ainda estou apaixonada pelo meu ex-
maridoo.
Piscando, ele se afasta e grita, — Porra.
— Exxxatamente. — Aceno a cabeça e solto um suspiro, olhando em volta da
mesa. Todo mundo bebeu, e meu pai nos ensinou desde o momento que éramos jovens
para nunca, nunca, entrar em um carro com alguém que bebeu sequer uma cerveja.
— Seu telefone está com você? — Pergunto a minha irmã sentada à mesa na
minha frente e seus olhos encontram os meus.
— Ele está no quarto de Wes. Onde está o seu?
Mordo meu lábio novamente. Nunca tenho o meu celular. A coisa estúpida é
irritante, por isso sempre o deixo para trás. Provavelmente devo começar a carregá-
lo. — Em casa, — digo a ela, e ela balança a cabeça como se fizesse total sentido, em
seguida, olha para Wes.
— Podemos dar uma carona para ela? — Ela sussurra, ou tenta, mas está tão
bêbada que sai em voz alta e todos na mesa olham para ela.

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— Ela pode ficar aqui, — ele responde, correndo o dedo sobre o lábio inferior
dela.
— Podemos ficar aqui também? — Pergunta ela, inclinando-se para ele e
mordendo o polegar. Sua resposta é um grunhido. Arrastando meus olhos deles, eu
olho em volta. Não quero ficar aqui, mas estou tão bêbada, as coisas estão começando
a parecer um pouco – ou muito – borrada.
— Vamos. Eu vou te ajudar, — Mic diz calmamente, ajudando-me a sair da
cadeira que me plantei em poucas horas, ou minutos atrás. Não tenho certeza de
quanto tempo passou.
— Obriiiiigada, — arrasto, me inclinando para ele. Não sei sequer onde ele me
leva. Eu o ouço falar com alguém, mas minha mente está tão confusa que não posso
nem mesmo dizer o que ele diz. O segundo que sou direcionada para uma cama,
porém, eu deito de cara e desmaio.

****

Eu semidesperto quando sinto calor e cheiro de algo, eu juro que minha alma
reconhece como algo seu. Não quero abrir meus olhos. Não quero que este sentimento
correndo através de mim termine. Respirando de forma constante, deixo meu corpo
absorver a sensação da mão em volta da minha cintura, a respiração constante na
parte de trás do meu pescoço, e o peso estabelecido contra mim. Sei que vou acordar
e isso será um sonho, então quero me esbanjar nisso tudo, memorizar cada segundo.
Isto é como todas as outras vezes que acordei pensando que Evan estava comigo –
que seus braços me seguravam, que ele ainda me amava – somente agora eu sei que
o que tínhamos não era o que eu imaginei ser.
Uma mão se levanta, cobrindo meu peito, e o comprimento duro de um homem
pressiona contra a minha bunda. Apertando os olhos fechados, eu rezo para que ainda
esteja sonhando, rezo para que não tenha feito algo estúpido ontem à noite e não
tornei a minha vida fodida ainda mais fodida.
Abrindo meus olhos, vejo um muro branco na minha frente. Meus olhos caem
para o meu peito, e com certeza, há uma grande mão em volta do meu peito.

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Não tenho nenhuma ideia do que eu fiz ontem à noite. Toda a noite é um borrão
completo, mas não me lembro de ir para a cama com ninguém. Arrastando
cuidadosamente ao longo da cama para não perturbar o meu parceiro de cama, eu
finalmente fico livre e rolo de lado, colocando um joelho e uma mão no chão por vez,
até que estou de quatro. Levantando minha cabeça sobre a borda da cama, eu vejo...
Evan? Seus olhos estão fechados, o rosto tranquilo no sono.
— Como diabos você chegou aqui? — Pergunto sob a minha respiração,
deixando cair a minha testa no chão.
— Eu a coloquei aqui ontem à noite, — Evan responde de cima, mas finjo ouvi-
lo enquanto tento fugir para debaixo da cama para me esconder, mas é muito baixo,
perto do chão.
Sua mão toca as minhas costas e minha cabeça voa para cima.
— Bom dia, — ele sussurra, correndo os dedos ao longo do meu couro
cabeludo.
Piscando, eu olho em volta. Mesmo sabendo que ele está falando comigo, ainda
tento ver se há alguém com quem ele esteja falando tão suavemente. Senti falta da
voz suave mais do que jamais vou admitir. Sinto falta de tudo dele, mas eu realmente
senti falta do quão suave ele sempre era comigo, como me tratava como se eu fosse
algo delicado, algo que ele precisava tomar cuidado, algo que amava acima de tudo.
— Por que... o que estou fazendo aqui?
Seus olhos correm por meu cabelo e rosto por um momento e ele olha para a
porta. — Voltei ontem à noite e você estava bêbada, — diz ele, com os olhos na porta
e passando a mão pelo cabelo.
— Pedi um táxi, — digo, e seu olhar volta para mim.
— Eu queria manter um olho em você. Você estava muito bêbada, e eu não
queria que você estivesse sozinha, caso passasse mal.
— Oh, — sussurro, me sentando de joelhos e passando os braços em volta da
minha cintura. Isso é estranho – ou mais do que estranho, seja o que for.
— Não é sequer seis horas. Volte aqui. Você pode levantar um pouco mais
tarde, — diz ele em voz baixa, e meus olhos se movem ao redor do quarto. É pequeno,

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com uma cama de casal e um único armário sob uma pequena janela. Não há nada
para personalizar o espaço, mas é limpo e vejo um banheiro ao lado.
— Eu deveria ir. Você se importa se eu usar o banheiro antes de ir?
Sua resposta é um empurrão de seu queixo, então me levanto do chão e vou
para o banheiro. Fechando a porta, eu olho para mim mesma no espelho da pia. Minha
imagem está distorcida através do vidro quebrado. Levantando meus dedos para o
espelho quebrado, eu vejo sangue entre as partes quebradas. Dor fatia por mim,
juntamente com a compreensão. Não tenho certeza do que aconteceu com Evan
quando ele foi embora, mas o homem que eu vi ontem à noite – o cara que falou com
Jordan como se fosse derrubá-lo e sequer pararia para verificar se ele estava vivo –
não é o cara por quem me apaixonei. Isto é diferente de Evan. Ele é assustador e está
com raiva, e posso dizer que ele está lutando contra demônios, mas mesmo com tudo
isso, eu me encontro querendo acalmá-lo.
Mordendo meu lábio, eu ligo a água e mergulho o rosto para me livrar das
lágrimas que começaram a encher meus olhos. Quero consertá-lo ou abraçá-lo.
Sim, porque você é masoquista e meio idiota! Minha mente grita.
Encontrando algum creme dental na gaveta, eu uso o meu dedo como escova,
enxaguo a boca, e cuido dos negócios antes de lavar as mãos e abrir a porta.
Evan não está mais na cama, mas em pé, colocando um par de jeans. Seus
olhos me encontram e me preparo, passando minhas mãos pelo meu cabelo em uma
tentativa de suavizá-lo. Não sei mais o que esperar dele. Ele sempre parece estar com
pressa para ficar longe de mim.
— Quer tomar café comigo? — Pergunta depois de um momento.
Ouvi a pergunta, eu sei que ouvi, mas minha mente está focada em seu torso
sem camisa conforme ele se move para a cômoda. Ele sempre teve um grande corpo,
mas agora é maior, mais forte. Há músculos na parte superior dos músculos, e
definição que não estava lá antes. Sinto o meu rosto esquentar quando ele se vira
para mim. Ele é lindo. Seu corpo é uma obra de arte, e quero tocá-lo. Quero saber
como se sente ter seu rosto barbudo contra a minha pele delicada. Quero saber se as
bordas ásperas que vejo agora são suaves ao toque.

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— June. — O meu nome em seu tom grosseiro chama a minha atenção, mas
quando nossos olhos se encontram, não é com raiva que ele olha para mim. É bruto,
poderosa possessividade, faminto. Minhas pernas fraquejam, e estou surpresa que
não tombo onde estou. Ele vem para mim, fechando a distância entre nós. Percebendo
que ele está vindo para mim, eu me afasto e bato na parede com nenhum lugar para
ir.
Um de seus braços envolve minha cintura enquanto o outro descansa na
parede acima da minha cabeça. Ele ainda está sem camisa, então sinto cada polegada
de sua pele quente através do material do meu vestido fino quando ele me pressiona
contra a parede atrás de mim.
— Se afaste, — inalo, virando a cabeça para longe dele, sentindo sua respiração
quente contra minha bochecha e sua mão deslizar para cima da minha cintura,
queimando minha pele enquanto ela se move.
— Não posso. Você sabe que não posso, porra. — Seus dedos apertam meu
lado e aperto fortemente meus olhos. — Olhe para mim, June.
— Se afaste, — repito, com meu pulso acelerado e arrepios disparando através
de meu sistema.
— Olhe para mim, baby. — Sua voz é suave novamente conforme sua mão se
move para passar ao redor da minha mandíbula.
— Esta não é uma boa ideia, — sussurro, uma honesta verdade quando os
meus olhos se abrem para encontrar os dele. Posso pensar que ele é lindo – eu posso
até ter algum momento decidindo que ele precisava de um amigo e que eu seria esse
amigo para ele – mas isso não é uma boa ideia. Ele me tocar, me chamar de baby, não
é inteligente para qualquer um de nós.
Seus lábios raspam a minha mandíbula, e minhas mãos o tocavam, sem que
eu percebesse, transformando-se em garras e afundando em sua pele.
— Ev, — suspiro quando seus quadris pressionam os meus, e quando sinto
sua dureza contra a minha barriga, umidade surge entre as minhas pernas, e luto
contra o gemido que sinto na minha garganta.
— Porra, eu senti falta disso. — Sua mão se move da parede acima de mim e
seus dedos passam através do cabelo na parte de trás da minha cabeça. Quando o

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punho aperta contra o meu couro cabeludo, eu deixo escapar o gemido que segurava.
— Linda, — ele murmura, e, em seguida, os dentes estão em meus lábios, mordendo
forte.
Suspiro, sua língua deslizando em minha boca, enredando com a minha. Seu
gosto explode em meu paladar e me perco no beijo, dando tanto quanto recebo,
beliscando o lábio inferior, e acalmando-o com a minha língua enquanto minhas mãos
percorrem os braços e seu cabelo. Forçando a cabeça para o lado, ele me beija mais
profundamente, tomando mais de mim. E é quando eu sinto acontecer, sinto-me
desintegrar em um bilhão de partes em seu domínio e me permito não fazer nada,
nada, exceto simplesmente senti-lo, com as mãos, a boca em mim.
Gemendo em sua boca, ele me puxa para longe da parede e começa a mover-
nos pelo quarto. As costas dos meus joelhos batem na cama e deito. Sua mão nunca
deixa meu cabelo, e sua boca nunca deixa a minha enquanto ele me desloca sobre a
cama.
Quando sua boca finalmente deixa a minha, eu nem sequer tenho um segundo
para pedir para que ele volte. Seu hálito quente trilha ao longo do meu pescoço, e
memorizo a forma que a barba sente contra a minha pele e a forma como a língua
sente contra o pulso do meu pescoço. Sua mão viaja para cima e vira ao redor das
minhas costelas, perto de meu peito, e então seu polegar acaricia sobre meu mamilo,
fazendo minhas pernas se levantarem e envolverem seus quadris.
Quando a mão dele arrasta para baixo, para o topo do meu vestido e o sutiã,
eu levanto a cabeça para ver sua boca baixar sobre o meu mamilo. O primeiro puxão
de sua boca me faz sair da minha pele. Sua mão no meu cabelo aperta, e se move
para segurar meu outro seio por cima do meu vestido. Estou encharcada enquanto
seu peso me comprime, sua boca devora meu peito, e sua barba passa contra a minha
pele. Estou perto – tão perto que sei que vou gozar com apenas isso. Deslocando para
o lado, conforme a mão no meu peito viaja para baixo, sinto o algodão do meu vestido
deslizar para cima da minha coxa e seus dedos subirem até o calor de meu núcleo.
— Ev, — suspiro, correndo os dedos pelos cabelos enquanto seus dedos
deslizam sobre minha calcinha.

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— Encharcada, — ele resmunga, liberando meu mamilo, arrastando seus
lábios para cima e tomando a minha boca novamente. Meus quadris levantam,
minhas mãos se movem para segurar seus bíceps quando ele empurra minha calcinha
para o lado e os dedos circulam meu clitóris. Isso é tudo que preciso. Minha cabeça
cai para trás e um orgasmo me leva, iluminando tudo com sua intensidade. Eu flutuo
para o espaço, completamente perdida em sua vastidão. Voltando lentamente para o
meu corpo, sinto o meu vestido ser rudemente puxado antes de ser movida
novamente. Minha cabeça bate no travesseiro, minha calcinha puxada pelas minhas
pernas.
Observando-o rasgar o preservativo, eu sussurro, — Evan.
Quando seus olhos travam nos meus, eu vejo algo familiar olhando para mim,
algo que não posso nem começar a compreender, algo danificado e ferido, e me tem
levantando as pernas para envolver seus quadris e os braços para correr em torno de
suas costas, querendo segurá-lo. Com o meu toque, seu maxilar aperta e a testa cai
para a minha, empurrando para dentro de mim. Minha respiração sai em um whoosh
e meus olhos se fecham. Ele é tão grande – não apenas comprido, mas grosso – e
passou tanto tempo que a dor do esticar que eu senti pela primeira vez vem
novamente.
— Linda, — ele murmura.
Meus olhos se abrem, e vejo quando ele vê onde estamos conectados. — Oh,
Deus, — sussurro, arrastando minhas unhas por suas costas.
— Olhe para mim, June, — ele exige rudemente, e meus olhos, os quais não
sabia que se fecharam, se abrem e se prendem nos dele enquanto ele desliza para
dentro e para fora de mim lentamente, tão lentamente que sinto cada polegada dele,
cada centímetro, conforme ele me possui. — Eu poderia morrer aqui mesmo, porra
aqui, e sei que eu senti como é o céu pelo menos uma vez, — ele rosna.
Sentindo lágrimas começarem a se reunir em meus olhos, eu levanto a cabeça,
enterro meu rosto na curva de seu pescoço, e me enrolo em torno dele. Meu orgasmo
me bate de repente, roubando o ar dos meus pulmões e o coração do meu corpo.
Enchendo-me uma última vez, ele enfia-se profundamente dentro de mim e geme
contra meu pescoço enquanto seus braços envolvem minhas costas, me segurando

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tão apertado que é difícil respirar. Tão apertado, que me faz sentir como se ele tentasse
nos fundir juntos.
Um soluço alto rasga da minha garganta, e ele nos rola para os nossos lados
e esfrega a mão sobre as minhas costas, falando baixinho enquanto eu choro em seu
peito.

47
Capítulo 05
Evan

Puxando o cobertor sobre nós, tenho June contra mim, sentindo cada uma de
suas lágrimas mergulharem em minha pele. Mata-me que ela esteja chorando. Odeio
ainda mais que eu seja o motivo de suas lágrimas. Eu não deveria tê-la tomado.
Deveria ter feito as coisas de forma diferente, tomado o meu tempo com ela, construído
lentamente o que nós tivemos uma vez. Mas quando vi o olhar nos olhos dela do outro
lado do quarto, o mesmo olhar que estava em seus olhos no outro dia quando eu
estava na minha moto, eu não pude me parar.
Ouvindo seus soluços diminuírem, eu empurro para trás o meu queixo e
observo que seus olhos estão fechados e seu corpo quieto. Afastando-me, eu vou para
o banheiro e cuido do preservativo, lavo as mãos e rosto, e depois volto para ela e a
puxo de volta para meus braços. Suas palavras de ontem estiveram brincando pela
minha cabeça desde o momento em que ela fugiu de mim. Ela me dizendo que eu
sempre fui bom o suficiente para ela, realmente me enviou para casa3.
Quando saí noite passada, fui dar uma volta para me dar algum tempo para
pensar. Até o momento que voltei, eu sabia uma coisa com certeza – eu precisava
encontrar uma maneira de recuperá-la, obter o nós de volta, o que nós tivemos uma

3 Usado quando algo faz sentido, tem um efeito forte sobre o ouvinte e ele compreende algo que até
então não entendia.

48
vez. Ela era a melhor coisa que já aconteceu para mim, a razão pela qual lutei para
viver e para ficar melhor após voltar para os EUA.
Pressionando meus lábios sobre a pele quente de sua testa, eu descanso-os lá.
Sei que terei uma batalha em minhas mãos. Eu a feri, sei que eu fiz. Também sei que
demorará muito para que ela confie em mim. Ela é forte e teimosa como o inferno,
mas estou apostando no fato de que ela sente a mesma atração que eu, como se eu
só pudesse respirar direito quando estamos juntos. Os meus homens e eu
costumávamos brincar que você nunca aprecia a beleza do que está sob seus próprios
pés até que está andando por um campo minado. Essa coisa entre nós é um campo
minado de um tipo diferente. Entre a nossa história e que eu fiz para ela, eu
trabalharei duro para garantir que cheguemos intactos ao outro lado.
Deitado lá, eu mergulho no sentimento dela em meus braços, a mesma coisa
que fiz ontem à noite enquanto ela dormia. Eu sentia tanta falta dela assim – não
apenas seu corpo, mas seu cheiro, seu riso, e a forma como ela olha para mim como
se eu tivesse a chave para o céu e pessoalmente concedesse-lhe o acesso através do
portão. Não sou estúpido o suficiente para pensar que posso dormir com ela uma vez
e voltar para onde estávamos antes. Sei que precisarei trabalhar para provar-me a
ela. Eu terei que provar que o melhor lugar para ela é comigo.
Venho lutando com meus sentimentos por ela por tanto tempo que agora que
os deixei soltos, todos eles estão inundando para a superfície de uma só vez. Minhas
emoções onde ela está envolvida são irracionais e extremas, na melhor das hipóteses,
levando-me a agir ainda mais possessivo do que costumava ser. Odiava quando ela
estava com aquele pedaço de merda no Alabama, mas fiz minha cama e estava
determinado a deitar nela, ainda que eu estivesse miserável. Eu disse que ela merecia
coisa melhor do que eu, mas não posso fazer isso novamente. Não posso ficar à
margem e vê-la de longe. Se ela se apaixonar por outra pessoa porque eu estava com
medo pra caralho de tomar o que eu queria, eu me odiaria para o resto da minha vida.
Ouvindo um leve tap, tap, tap na porta, eu me extraio cuidadosamente dela,
escorrego para fora da cama, encontro meu jeans no chão, puxo-os, e vou ver quem
está lá, sem sequer me preocupar com os botões da minha calça.

49
— June está aí com você? — July pergunta baixinho, logo que eu tenho uma
fresta da porta aberta.
— Sim. — Aceno e levanto o queixo para Wes, que está em pé atrás dela.
— Posso vê-la? — Ela pergunta, e olho por cima do ombro para a cama.
— Ela está dormindo.
— Portanto, você está dizendo que eu não posso vê-la? — Ela pergunta.
— Você pode vê-la quando ela estiver acordada.
— Eu posso vê-la quando estiver acordada? — Ela repete em descrença.
— Baby, — murmura Wes atrás dela, e sua cabeça balança em direção a ele,
dando-lhe um olhar feio, em seguida, volta para mim rapidamente, o brilho ainda no
lugar.
— Se você foder com ela, eu cortarei suas bolas e as usarei como brinquedos
de gato, — ela sussurra, e vejo Wes vacilar atrás dela enquanto luto com o sentimento,
mas não respondo. Apenas levanto uma sobrancelha e espero ela terminar. — Só para
você saber, eu acho que meu pai tem um pressentimento que algo está acontecendo
entre vocês dois, então é melhor você entender que, se você está com ela, você está
com todos nós.
Sentindo minha mandíbula apertar, murmuro, — Certo.
O rosto dela suaviza e sua cabeça se inclina para o lado quando sussurra, —
Por favor, tome conta dela, — e sai antes que eu possa responder.
Fechando a porta, tiro minha calça e volto para a cama. Assim que estou
estabelecido, June faz seu caminho em meu peito e sussurra, — Ev.
— Estou aqui, bonita, — digo a ela, beijando sua testa.
— Hmm... — ela suspira, envolvendo o braço em volta da minha cintura, então
enterro meu rosto em seu cabelo e respiro-a, ouvindo-a dormir.

***

— Você vai comer, ou fará beicinho e olhará para o seu café da manhã? —
Pergunto, sentindo meus lábios se contorcerem enquanto observo June debater
consigo mesma diante de mim.

50
Quando acordou nos meus braços, ela imediatamente tentou fugir, mas
descobrindo que eu precisava colocar meu plano em ação mais cedo do que mais
tarde, não a deixei ir para longe. Segurei-a na cama e beijei-a até que ela estivesse
ofegante. Levou tudo em mim para não deslizar novamente para o céu que eu sabia
que ela mantinha entre as pernas. A única coisa que me parou foi saber que as
paredes que ela construiu entre nós não desceriam se eu fizesse isso, se eu usasse
seu próprio corpo contra ela, ela se ressentiria de mim.
Então, ao invés, beijei seu pescoço e rolei de cima dela, puxando-a comigo para
o banheiro, onde a empurrei para o chuveiro antes de mim, em seguida, entrei com
ela. Ela era um gato, silvando durante todo o banho, mas não a deixaria fora da minha
vista, nem mesmo por um momento. Pode ter sido algum tempo desde que estivemos
juntos, mas a conhecendo, ela teria fugido na primeira chance que tivesse e
desapareceria. Após sairmos do banho e nos vestimos, eu confisquei sua chave e nos
levei em seu carro para a lanchonete na rua da sua casa.
— Eu vou comer, porque é rabanada recheada, mas não vou apreciá-la, — ela
murmura baixinho, e jogo a cabeça para trás, rindo. Ao ruído, sua cabeça voa para
cima e seu rosto suaviza, fazendo meu coração apertar.
— Não vi você rir em um longo tempo, — ela sussurra, estudando-me do outro
lado da mesa.
Seu tom sério pausa o meu humor. — Conte-me sobre seu novo emprego. Você
está animada? — Mudo de assunto antes de tomar uma mordida da minha omelete.
— Sim, bem, não estou animada para trabalhar todo o verão, mas estou
animada para começar a minha carreira e me instalar, — diz ela para seu prato, e
empurro o pé debaixo da mesa, pedindo para ela me olhar.
— Estou orgulhoso de você. Sei como se formar era importante para você, e sei
como você estava animada para começar a ensinar.
Seus olhos ficam nos meus, e vejo as rodas em sua cabeça girando quando ela
pergunta baixinho, — O que está acontecendo?
— Estamos tomando café da manhã, — eu indico, e seus olhos se estreitam.

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— Você... você... — ela joga as mãos para cima no ar. — E então... então eu
acordo na cama com você... e nós... fizemos sexo! — Ela grita no final, fazendo seus
olhos voar ao redor do restaurante.
— Baby, acalme-se.
— Não, de jeito nenhum. — Ela se inclina sobre a mesa, apontando o garfo
para mim.
Deixando escapar um forte suspiro, eu sinto minhas narinas abrirem conforme
meus olhos vagueiam sobre ela. — Você sabe o que é ficar na frente de algo que você
quer, mas sabe que não deveria ter, de ter a capacidade de desligar os seus
sentimentos para que a vida de ambos seja mais fácil? — Pergunto, e ela se encolhe
como se eu a tivesse atingido. — Não, bonita, não pela razão que você pensa. Você foi
a melhor coisa que já aconteceu para mim, a única coisa boa que eu tive na minha
vida.
— Até que você me deixou, — ela diz baixinho, e uma dor aguda atira no meu
peito.
— Eu não queria que você ficasse suja, — digo a ela suavemente,
honestamente.
— O quê? — Ela sussurra, mas vejo as lágrimas em seus olhos a ponto de
transbordar. Não quero que ela chore. Suas lágrimas me matam sempre.
— Vamos falar sobre isso outra hora, — sugiro com cuidado.
— Ev...
— Baby, por favor, vamos apenas tomar café da manhã.
— Eu não sei? — Ela fecha os olhos. Estendendo a mão até o outro lado da
mesa, eu pego a mão dela e a trago para a minha boca, e seus olhos se abrem quando
meus lábios tocam sua pele.
— Um dia, eu explicarei tudo.
— Não sei o que está acontecendo. Não sei se sou forte o suficiente para fazer
isso com você. — Ela engole, parecendo em conflito. Mesmo com a luta que está
sentindo, ela não me diz para ir me foder.
— Um dia de cada vez. Venho lutando com isso, e não posso lutar mais. Sinto
falta de você. Senti falta de nós.

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— Por favor, não faça isso. — Seu queixo oscila, e beijo seus dedos novamente.
— Apenas café da manhã hoje, este momento hoje. Vamos pensar no amanhã
quando chegar. — Assistindo lágrimas encherem os seus olhos novamente, eu me
levanto e me movimento para me sentar ao lado dela, em seguida, enrolo o meu braço
em volta dos seus ombros para segurá-la. — Odeio quando você chora.
— Eu não gosto muito também, — ela admite, parecendo miserável, e sorrio
com o seu tom.
— Por que você está sorrindo? — Ela franze a testa, inclinando a cabeça para
olhar para mim.
Inclinando, sussurro em seu ouvido a verdade, ou parte dela. — Esta manhã,
eu fiz uma viagem ao céu. Nada poderia me irritar agora.
— Você não acabou de dizer isso.
— Eu disse. — Beijo seu nariz, então, pego o meu prato do outro lado da mesa
e coloco-o na minha frente. — Coma, — digo a ela, ganhando um revirar de olhos,
mas ela começa a comer e não se afasta.
— Quais são seus planos para o dia? — Pergunto na metade da minha omelete.
— Preciso resolver algumas pendências. O que você fará?
— Preciso dirigir até Nashville para encontrar Jax. Estarei de volta em torno
das cinco horas. Você quer jantar?
— Jantar? — Ela repete, parecendo nunca ter ouvido isso antes.
— Sim, jantar. — Eu me inclino, lambendo um grão de açúcar do lado da boca
dela.
Limpando a garganta quando inclino para trás, ela murmura, — Jantar... uh...
parece bom.
— Bom, eu estarei na sua casa por volta das cinco.
— Ok, — ela concorda, e seus olhos caem na minha boca, então eu dou o que
ela quer, só que quando termino desta vez, as mãos dela estão grudadas em minha
camisa, me segurando mais perto, me dando esperança.

***

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— Me desculpe, cara.
— Não é culpa sua que ela é uma puta, — Julian disse, abaixando as fotos de
sua esposa que eu apenas tive o infeliz trabalho de mostrar-lhe. Ele coloca o envelope
no bolso interno do paletó enquanto pego o meu café da mesa. — Se isto for a um
tribunal e eu precisar de mais, posso contar com vocês para conseguir o que preciso?
— Estou certo de que podemos trabalhar em algo. — Detesto essa parte do
trabalho. Não há nada, absolutamente nada, pior do que dizer a alguém que a pessoa
que escolheu para compartilhar sua vida não é o que pensavam que fossem.
— Bom, meu menino precisa de algo melhor do que esta merda. — Ele bate na
frente de seu paletó, onde as imagens estão. — Sei que terei uma guerra em minhas
mãos quando pedir o divórcio, e não quero que a cadela consiga alguma coisa.
— Deixe-nos saber do que você precisa. — Pego meu cartão pessoal e deslizo-
o sobre a mesa para ele. — Se alguma coisa acontecer e você não puder falar com
qualquer pessoa no escritório, use isso, — eu digo, levanto e levo meu café comigo.
— Obrigado, — ele murmura, pegando seu café e virando a cabeça para olhar
pela janela. Abrindo a porta e saindo do restaurante, vou para a minha moto e pego
meu celular para olhar a hora. Empurrando o meu celular de volta no bolso, jogo uma
perna sobre a minha moto, saio da vaga, e vou para o escritório.
— Você entregou para Julian? — Jax pergunta assim que eu entro em seu
escritório e fecho a porta atrás de mim.
— Sim, — respondo, sentando em frente a ele.
— Como ele recebeu a notícia?
— Ele perguntou se caso precisasse de mais para o tribunal, se poderíamos
ajudá-lo. Disse que poderíamos.
— Ele acha que precisará de mais do que o que você tem? — Ele franze a testa.
— Não tenho certeza. O cara tem dinheiro, mas esteve casado por anos. Duvido
que ele tenha um acordo pré-nupcial, e aparentemente ele quer a custódia total de
seu menino. Meu palpite é que ele agarrará a isso e verá o que o seu advogado tem a
dizer antes de fazer o seu jogo.
— Cristo, eu não posso imaginar ter que dormir ao lado da mulher que eu sei
estar transando com outros para que pudesse ter o meu filho. — Jax balança a cabeça

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e faço o mesmo. — Penso que podemos deixar de vigiar a casa de June. Não houve
sequer uma conversa sobre ela, e duvido que haja.
— Eu ainda ficarei de olho nela, — digo a ele, e seus olhos ficam presos nos
meus antes de balançar a cabeça e olhar para o lado, deixando escapar um pesado
suspiro.
— Você quer me dizer por que faria isso?
— Porque eu sou apaixonado por ela.
Seus olhos se estreitam, e percebo que Sage, obviamente, não falou com ele
sobre o meu passado com June, ou o fato de que temos um passado, ponto.
— Você está apaixonado por ela? — Ele repete em descrença.
— Eu poderia mentir para você sobre isso, mas sim, estou apaixonado por ela.
Estive desde o momento em que nos encontramos.
— Que porra você está falando? — Ele levanta de sua cadeira e coloca o punho
na mesa diante dele, inclinando-se sobre mim.
— Eu a conheci em Alabama, antes de ir para o Afeganistão, — digo
calmamente, mantendo a minha posição.
— Você tem que estar brincando comigo.
— Não.
— Você sabia que ela era minha prima quando começou a trabalhar para mim?
— Ele pergunta.
— Não, não até Sage me pedir para checar o Lane.
Seus olhos se estreitam antes de se abaixar. — Isto é uma merda. Como não
sei sobre isso? — Pergunta do topo da mesa.
— Isso não importa agora.
— Você acha? Você fode com ela, e estarei com um homem a menos, porque
eu terei que tirá-lo.
Minha coluna endurece e eu rosno — Eu não vou foder com ela.
— Você estava com ela, e então não estava. Meu palpite é que você já tenha
fodido com ela.

55
Ele tinha um ponto, e um que não gostei, mas um ponto, no entanto. Ainda
assim, eu continuei, — Não é possível prever o futuro, mas sei que eu lamento tudo o
que fiz para nós. Também sei como é viver sem ela, e não farei isso de novo.
— Eu deveria ter visto isso chegando.
— Não vou pedir desculpas.
— Jesus, Evan, você é muito fechado, porra. Ninguém sabe nada sobre você,
e então você vem me dizer essa merda, e espera que eu lide com esse caralho sem
questionar a merda que está dizendo?
— Não espero nada. Um: June e eu não somos da sua conta. Dois: nenhum
desrespeito, mas realmente não dou a mínima para o que você pensa de nós dois.
— Você não dá a mínima, porra? — Pergunta ele baixo, me cortando e
inclinando-se mais perto. Jax é um cara grande, mas eu ainda tenho cerca de cinco
centímetros e treze quilos a mais que ele. Não tenho medo dele, ou qualquer outra
pessoa. Uma vez que você viu o que eu vi, observou as pessoas morrerem, e esteve
perto da morte, você conhece o medo real. — Que porra eu farei com isto, Barrister?
— Ele pergunta em um rosnado, inclinando-se ainda mais sobre a mesa.
— Nada, deixe as cartas caírem onde têm que cair.
Balançando a cabeça, ele se endireita, tirando as mãos da mesa. — Se isso
acabar mal, eu não terei nenhuma escolha, exceto chutar o seu traseiro. — Ele
suspira, e dou de ombros. — Isto é uma merda, — ele murmura, sentando-se e
esfregando seu rosto.
— Eu tenho que ir para a June. Você precisa de mais alguma coisa? —
Pergunto, levantando.
Sua cabeça se vira para o lado, e ele solta um suspiro, então, pergunta, — Meu
tio sabe sobre vocês dois?
— Não, mas ele irá.
— Você pode querer esperar para informá-lo sobre esta merda até que você e
ela estejam firmes, — sugere, olhando para mim.
— Não esperarei novamente. Eu deveria tê-la forçado a ser honesta sobre nós
antes, mas não o fiz. Esse foi meu erro. Desta vez, farei a merda diferente, — digo, e
ele ruge com o riso, dobrando-se com a força disso.

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— Ah, merda. Preciso estar lá quando você disser isso, — diz ele através de
seus cacarejos enquanto vou para a porta.
— Eu te darei um lugar na primeira fila, — murmuro, fechando a porta atrás
de mim.
Uma vez fora do escritório, volto para minha moto e vou para o composto para
trocar minha moto por minha caminhonete. Parando na garagem de June vinte
minutos mais tarde, eu olho para o painel, vendo que é dez para cinco. Estaciono
atrás do carro dela, desligo The Beast, e saio. Caminhando pela calçada, a porta se
abre, e noto que ela está vestida, mas não vestida para sair. Seu cabelo está preso, e
ela usa uma simples blusinha cor de pêssego e shorts jeans curto com os pés
descalços.
— Você mudou de ideia? — Pergunto, caminhando até a porta da frente.
— Hum... não, eu... — ela olha para mim, parecendo desconfortável. — Pensei
que poderíamos jantar aqui?
— Sim? — Pergunto, envolvendo minha mão em torno de seu quadril,
pressionando-a para dentro da casa antes de fechar a porta atrás de mim.
— Eu meio que tinha uma ressaca e...
— Estou bem jantando aqui, — murmuro, cortando-a, e ela sorri, pegando a
minha mão e me levando para o corredor. — Você quer que eu saia e pegue alguma
coisa, ou quer pedir? — Pergunto, e ela me olha por cima do ombro.
Sorrindo timidamente, ela murmura, — Eu já cozinhei.
— Você não precisava fazer isso, especialmente se não se sente bem.
— Eu queria, — diz ela, e a sigo até a cozinha. Assim que atinjo o limiar entre
a cozinha e a sala de estar, sou atingido pelo cheiro esmagador de frango com alecrim.
É uma das coisas que ela costumava fazer para mim quando vinha para minha casa
nos fins de semana, algo que eu disse a ela que amava no nosso primeiro encontro.
— Baby, — sussurro, sentindo meu peito apertar quando ela solta a minha
mão e pega um conjunto de pegadores de panela do balcão para abrir o forno. Puxando
a assadeira e segurando o frango, ela o coloca no forno, em seguida, pega uma panela
que sei que contém batatas. Assim que coloca a panela com as batatas no forno, eu o

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fecho, e pressionando minha frente em suas costas e minha boca em seu pescoço, a
respiro.
— Evan.
— Yeah, baby? — Pergunto contra sua pele, sentindo sua pulsação contra os
meus lábios.
— Hum... você está bem? — Pergunta ela, seu tom cheio de incertezas.
— Porra, sim, — murmuro contra o pescoço dela e sinto a tensão escoar de
seus músculos.
— Você está com fome? — Ela pergunta baixinho, colocando as mãos sobre a
minha em sua cintura.
— Definitivamente, — ressoo, sentindo-a tremer.
— Devemos comer, — ela sussurra depois de um longo momento.
— Dê-me um segundo, — sussurro de volta, necessitando deste momento, ela
em meus braços, o cheiro dela em meus pulmões, provando que estou vivo e aqui com
ela.
— Ev. — Ela se vira em meus braços, colocando as mãos em cada lado do meu
pescoço. — Fale comigo, — ela pede, procurando meus olhos.
— Estou bem. — Eu me inclino e passo o meu nariz ao longo do dela. — Ótimo,
na verdade.
— Você parecia estar em outro lugar.
— Estou bem aqui, — asseguro-lhe calmamente, porque é a porra da verdade.
Só não tinha ideia que estaria aqui novamente. Nunca pensei que tínhamos uma
chance, não me atrevi a sonhar que ela me receberia em sua casa e provaria mais
uma vez quão estúpido eu fui por deixá-la ir, quando ela é o tipo de mulher que se
lembra de algo tão pequeno como qual a minha comida favorita.
Procurando meus olhos novamente, ela solta uma respiração profunda, em
seguida, olha para o lado. — Tenho um pouco de cerveja. Encontre algo para beber e
eu pegarei nossos pratos. — Eu sei por seu tom de voz que ela está irritada ou
decepcionada, mas não tenho ideia o que ela procura ou que resposta quer. Estou
sendo tão honesto como posso ser agora.

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— Beije-me, e então eu vou pegar uma cerveja, — eu a puxo mais perto até
que seus seios estão pressionados em meu peito e as mãos são forçadas a deslizar em
torno da minha nuca.
— Não me lembro de você sendo mandão assim.
— Eu provavelmente não era, — digo a ela, deixando de fora o fato de que eu
sei o que é viver sem algo – algo que eu gostava muito, pra caralho – e desde que não
tenho mais que estar sem, eu apreciarei isso enquanto puder, mesmo se eu precisar
exigir isso.
— Ev. — Sua testa descansa contra o meu peito enquanto sua cabeça cai para
frente e as mãos deslizam para baixo do meu peito e nas minhas costas. — Isso... —
ela deixa escapar um suspiro, e continua em silêncio, — Eu sonhei com você... — ela
faz uma pausa, pressionando mais o meu peito. — Você costumava me assombrar, e
eu... — meu intestino se aperta quando ela faz uma pausa novamente. — Não sei se
isso é real. Não pode ser real.
— É verdade, — ressoo.
— Como pode ser?
— Você apenas tem que acreditar que é, bonita. — Envolvendo o cabelo dela
em meu punho, eu puxo seu rosto do meu peito e inclino sua cabeça para trás,
tomando o beijo que eu pedi.

***

— Mais forte, — ordeno, envolvendo minhas mãos em seus quadris.


— Não, — ela sussurra, deslizando devagar pra caralho, e sinto minhas bolas
puxarem.
— Mais forte, June, — repito, pronto para perder o controle, não querendo
gozar até que ela faça. Após comermos a comida realmente muito boa, nos
estabelecemos em frente à TV, abraçados. Eu coloquei a minha mão nas costas de
sua blusa, meus dedos vagando através de sua suave pele enquanto assistíamos
algum programa de TV que ela jurou que eu precisava assistir. Era sobre um detetive
de Nova York e uma mulher coberta de tatuagens, as quais passaram a ser pistas nos

59
casos em que trabalhava. Minha mente não estava na série, embora eu tivesse que
concordar que a premissa era legal. Em vez disso, minha mente estava em seu corpo,
encostado contra o meu, em seu sofá, em sua sala de estar, em sua casa, fazendo algo
normal, algo que eu sabia que teria tido se não tivesse nos fodido.
Mas quando ela começou a se contorcer em mim, suas pernas inquietas, eu
sabia que ela não pensava mais na série também. Eu não tinha planos de tomá-la.
Eu teria sido feliz segurando-a em seu sofá, em sua sala de estar, em sua casa, mas
a minha linda menina tinha outros planos, e eu soube disso quando a mão quente e
macia fechou no meu pau, e dar uns amassos se transformou em eu a dedilhando até
que ela gozou e, em seguida, ela subiu no meu colo, o que nos traz ao agora.
— Quero sentir você, — ela suspira, baixando uma e outra vez, lentamente.
Torturante.
— Porra. — Eu a seguro e a levanto com as mãos sob seu traseiro, a ouço
gemer quando seus braços e pernas me envolvem. Movendo através da casa para seu
quarto, eu empurro a porta, passo para a cama, colocando um joelho no colchão e
depois o outro, sem nunca perder a nossa conexão enquanto a coloco na cama. —
Mãos acima da cabeça.
— O quê? — Ela choraminga quando eu entro nela mais uma vez.
— Mãos acima da cabeça, — repito, sentando sobre os joelhos. Suas mãos
tentativamente movem acima de sua cabeça, e coloco a minha atrás do meu pescoço
para puxar a minha camisa, em seguida, puxo a dela. Deixando cair a minha cabeça,
eu puxo o peito em minha boca e seguro o outro.
As mãos dela se movem para minha cabeça, e parando o seu toque, eu rosno,
— Mãos acima da cabeça, June. Se eu disser de novo, vou bater em você. — Suas
paredes contraem, e sua respiração já errática transforma-se em instável, mas ainda
assim, suas mãos se movem para cima, desta vez envolvendo o cobertor. Baixando
meu rosto novamente, eu puxo o outro mamilo em minha boca e puxo com força. Eu
amo seus seios, eles são pequenos, mas sensíveis pra caralho. Sei por experiência que
ela pode gozar comigo apenas brincando com seus peitos.
— Ev, — ela choraminga, envolvendo suas longas pernas em torno de meus
quadris.

60
Deixando de lado o mamilo com um pop, eu me estabeleço em cima dela. —
Você queria brincar, você me tem nisso. — Giro seu clitóris. — Eu te darei o que quer,
mas desta vez, faremos as coisas do meu jeito. — Seus olhos se incendeiam e suas
mãos novamente se fecham no cobertor sobre a cabeça dela conforme sua língua
passa através de seu lábio inferior. Ajoelhando, eu seguro seus quadris e deslizo
lentamente, mais lento do que ela ia, então roço minhas mãos em seus seios,
observando-a arquear as costas. — Bonito pra caralho. — Vagando minha mão de seu
peito e para seu estômago, eu circulo seu clitóris com o polegar, mantendo uma leve
pressão.
— Por favor, — ela sussurra, colocando os pés no colchão e levantando seus
quadris.
— Quero sentir você, — uso as palavras dela contra ela, mantendo meus
movimentos suaves e meu polegar ainda mais leve. Suas paredes apertam ao redor
do meu pau, e mordo meus lábios contra a rara beleza, então rolo meu polegar sobre
o clitóris. Seus quadris pulam em um impulso para dentro, e luto contra o impulso
de meter nela.
— Eu... — sua cabeça balança de lado a lado contra a cama e as suas costas
arqueiam, os dedos dos pés e cabeça as únicas coisas no colchão quando ela goza
forte. Sua boceta aperta, me puxando mais profundo dentro dela. Inclinando sobre
ela, eu puxo o mamilo em minha boca e rolo meu polegar em círculos mais fortes em
torno de seu clitóris, prolongando seu orgasmo até que ela grita meu nome e ensopa
meu pau.
Virando-a de bruços, eu levanto seus quadris e deslizo novamente. Movendo a
mão para a parte de trás do pescoço dela, eu seguro seus ombros na cama, e transo
com ela como um louco, com tanta força que a cabeceira bate alto contra a parede e
o quadro em cima da cama chocalha. Segurando-a com um braço em torno de seu
peito, eu a empalo com meu comprimento. Ouvindo-a gemer, coloco minha mão em
sua mandíbula e viro seu rosto para mim, empurrando minha língua em sua boca
enquanto trabalho meu pau lentamente dentro dela. Suas mãos se movem para cima,
segurando os seios. Afasto minha boca da dela para poder assistir suas mãos
trabalharem nos peitos e seu rosto enquanto ela ofega.

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— Você ama meu pau, baby? — Empurro lentamente. Seus olhos atordoados
encontram os meus e sua cabeça mergulha para o lado enquanto o lábio inferior
desaparece entre os dentes. — Responda à minha pergunta. — Deslizo uma mão entre
as suas pernas, sobre seu clitóris.
Seus dentes liberam o lábio e a palavra sim deixa sua boca ofegante quando
deslizo profundamente novamente, movendo os dedos mais rápidos sobre ela. — Oh,
Deus. — Sua cabeça cai no meu ombro e seus dedos cobrem o meu, então empurram
para a nossa conexão.
— Jesus. — Minha boca cai sobre o ombro dela e meus dentes mordem sua
pele quando ela goza novamente, levando-me com ela neste momento. Plantando-me
profundamente dentro dela, eu aperto meus olhos com força, sem nunca ter sentido
o que sinto agora, nem mesmo com ela na primeira vez, o que passou a ser o melhor
que já tive. Soltando a pele dos meus dentes, eu beijo o local, em seguida, nos rolo
para a cama e ajusto-a contra mim enquanto tento controlar a minha respiração,
juntamente com o meu coração.
— Isso... nem tenho palavras para isso, — ela murmura, pressionando ainda
mais sua pele encharcada de suor na minha.
— Sim, — concordo, envolvendo a minha mão em seu cabelo, inclinando a
cabeça dela e colocando um beijo em sua boca, e na testa, antes de aconchegar o seu
rosto contra meu peito.
— Você vai passar a noite? — Ela pergunta depois de um longo momento.
Inclinando meu rosto para o dela, eu levanto seu queixo com meus dedos para
me fazer claro. — Você não pode me fazer sair, bonita.
Seus olhos procuram os meus por um longo tempo. Finalmente, ela aperta
meus dedos e abaixa o queixo, sussurrando, — Tudo bem.
Ficamos ali por mais algum tempo, tanto tempo que me sinto cochilar, e então
a sinto se movimentar e rolo-a para suas costas.
— Eu vou cuidar do preservativo. Fique aqui.
— Eu quero limpar.
— Fique, — repito, beijando-a suavemente. Ao seu aceno, eu saio da cama e
vou ao banheiro. Abrindo os armários, acho suas toalhas e atiro uma na pia sob a

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água quente enquanto descarto o preservativo. Voltando para o quarto, vejo que ela
se moveu para se enterrar debaixo das cobertas. Afastando-as, eu ignoro seu suspiro
assustado, e abro as pernas dela, limpando-a com suavidade. Levando o pano de volta
para o banheiro, eu lanço-o na pia e sigo diretamente para a cama, e deitando, a puxo
novamente para os meus braços.
— Eu deveria apagar as luzes e outras coisas, — ela murmura sonolenta contra
o meu peito enquanto seu braço desliza sobre o meu abdômen.
— Farei isso daqui a pouco. Durma, baby, — sussurro, beijando o topo de sua
cabeça. Sua resposta é me abraçar mais. Não durmo. Escuto até sua respiração se
tornar regular, e saio. Vou para a sala de estar, pego nossas roupas de lá, desligo a
luz da casa, dobro as nossas coisas e as coloco no banco, no final da cama. Quando
volto para a cama, seu corpo toca o meu e ela sussurra, — Ev, — como fez no início
do dia quando estava dormindo.
— Estou aqui, linda.
— Sim, — ela suspira, e então seu corpo relaxa. Eu nos ajusto de modo que
ela está metade em cima de mim e a sigo para dormir, não percebendo que ela só me
chama de Ev quando está dormindo ou quando estou profundamente dentro dela. Em
qualquer outro momento, ela me chama de Evan.

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Capítulo 06
June

— Tem gosto de leite com morango, — murmuro para JJ, tomando outra dose
da tequila cremosa cor de rosa.
— É Tequila Rose, cadela, não leite com morango. — Ela ri, servindo-se de uma
dose.
— Ainda tem gosto de leite de morango. — Sorrio.
— Sim, exceto o fato de você estar bêbada, provando que é tequila.
Ela não estava errada. Eu estava bêbada. Na verdade, eu não estava muito
bêbada, mas estava no meu caminho para lá.
— Você tem um ponto, — murmuro, e ela revira os olhos, soltando uma
respiração, e sei o que está vindo. Soube no segundo que saí do meu carro e ela gritou
para mim da sua varanda dizendo que estava vindo para conversar. Então, ela
apareceu há vinte minutos com uma garrafa de tequila e me disse para beber.
— Então, me diga o que diabos aconteceu. Na última vez que tivemos tequila,
você me disse que você e o Cara Quente tinham uma história, quando vocês dois se
casaram, como ele se juntou ao exército, e o que aconteceu desde que você se mudou
para cá. Você parecia bastante firme na ideia de que não queria nada com ele.
Obviamente, isso não deu certo, porque a língua dele estava em sua garganta e a mão

64
dele em sua bunda nua esta manhã, quando eu saía para o trabalho, — afirma ela,
derramando-me outra dose.
Fiz uma careta. — Minha bunda não estava nua. — E não estava. Coloquei
calcinha e uma camisa quando Evan me puxou da cama e me disse para levá-lo até a
porta esta manhã antes de sair.
— Seja como for, isso está além do ponto, — ela murmura, e continua. — O
ponto é que, obviamente, passou a noite e você, obviamente, lhe deu o cookie. O que
aconteceu? Derrame, cadela.
— Eu sou estúpida. — Fecho meus olhos, deixando cair a minha testa na
bancada de granito na minha frente. Mesmo sabendo disso, sabendo que estava sendo
estúpida, eu ainda estava fazendo isso. Não podia evitar. No segundo que ele me tocou,
eu sabia que daria qualquer coisa que ele pedisse.
Totalmente estúpido.
A parte positiva: eu sabia qual seria o resultado. Sabia que ele não ficaria por
aqui, por isso, enquanto o tinha, eu tentaria ajudá-lo a passar por tudo o que vi em
seus olhos. Essa angústia crua que ele tentava esconder. E enquanto eu fizesse isso,
teria tanto sexo incrível quanto poderia ter, enquanto protegeria cuidadosamente o
meu coração para que não fosse esmagado mais do que já foi.
— Querida, o amor nunca é estúpido, — sussurra JJ, tirando-me dos meus
pensamentos, e levanto minha cabeça, meus olhos encontrando os seus olhos suaves.
— Eu não o amo.
Ela fecha os olhos brevemente, e em seguida, um pequeno sorriso aparece nos
lábios dela. — Não minta para si mesma, querida, e, por favor, não minta para mim.
— Não seria... — eu engulo e puxo meus olhos do dela para olhar o quintal
pela janela. — Isso não seria estúpido?
— O amor nunca é estúpido. É lindo e consumidor, e nós nem sempre temos
a capacidade de lutar contra isso quando acontece.
— Não quero amá-lo. Não quero me machucar de novo, — Digo a ela
honestamente, caindo meus olhos sobre o balcão na minha frente.
— Eu te entendo. Nunca é fácil se abrir, colocando-se em uma situação que a
deixa vulnerável, aberta para mágoa ou dor.

65
— Exatamente, — concordo, tomando a dose que ela arrasta do outro lado do
balcão para mim.
— Mas, novamente; se não se arriscar, não deixar sua proteção cair, não se
abrir para a possibilidade de amar, então você nunca terá a experiência de alguém
provando que eles são dignos do presente que você está dando a eles. Você não terá a
chance de ser feliz, não a verdadeira felicidade, aquela que vem de compartilhar sua
vida com alguém.
— Eu não preciso de ninguém – especialmente não um homem – para ser feliz,
— resmungo, e sua mão se estende, pegando a minha e apertando-a.
— Todo mundo precisa de alguém. Até mesmo as pessoas que pensam que são
felizes sozinhas sabem que estavam erradas no segundo que têm alguém para vir para
a casa no final da noite. Alguém para compartilhar sua dor, alguém para se apoiar
quando não podem ficar sozinhos mais. Não digo que a outra pessoa a fará inteira,
mas ter alguém que quer o melhor para você, te ama, se preocupa com o seu futuro e
seu bem-estar, está longe de ser uma coisa ruim.
Engolindo em seco, fecho meus olhos contra a dor no meu peito, porque sei
que ela está certa. Só não sei se Evan é essa pessoa. Eu sabia antes; sabia com cada
fibra do meu ser. Agora? Agora não tenho tanta certeza.
— O que ele disse que o fez voltar? — Ela pergunta, e leva-me um momento
para entender o que ela está perguntando, por que de repente ele estava em minha
casa depois que, como ela dizia, eu deixei claro que não queria nada com ele.
— Ele não disse nada para mim. O marido da minha irmã o ouviu dizer que
ele não era bom o suficiente para mim. — Balanço minha cabeça, tirando uma mecha
de cabelo do meu rosto. — Eu... eu queria que ele soubesse que não era o caso, que
ele sempre foi bom o suficiente, então eu disse isso a ele.
Balançando a cabeça, seus olhos suavizam mais e ela murmura, — Altruístas.
— O quê?
— Quando você ama alguém, realmente ama, você fará o que for necessário
para proteger essa pessoa, ainda que os proteja de você.
— Eu não precisava que ele me protegesse dele.
— Você acha isso, mas meu palpite é que ele não se sentia da mesma maneira.

66
— Não sei. Nós não falamos sobre isso. Quando pergunto a ele, ele diz mais
tarde. Nem sequer sei o que diabos isso significa.
— Mais tarde, significa apenas isso – mais tarde. Tenho certeza que ele não
está ansioso para compartilhar a carga dele com você. Também duvido que ele queira
fazer isso depois que acabou de ter você de volta.
— Nós estamos transando, JJ. Não acho que se qualifica como nós voltarmos
a ficar juntos.
— Você disse isso a ele? — Ela levanta as sobrancelhas.
— Não, — murmuro.
— Exatamente. — Ela sorri, depois salta de seu banco. — Tenho que chegar
em casa. Meu homem é legal, mas se eu não alimentá-lo antes que ele saia, temos
problemas. — Ela deve ler o meu rosto, porque seu sorriso transforma em um safado
quando confidencia, — Querida, confie em mim quando digo que as punições que ele
distribui são sempre uma vitória para mim.
— Oh, — sussurro, e ela joga a cabeça para trás rindo, em seguida, pega a
garrafa de tequila e se dirige para a porta. Ando atrás dela e ela para e se vira para
mim. — Aproveite a oportunidade, menina. Sei que você está com medo, e sei que ele
fodeu antes, mas tenho um bom pressentimento sobre isso e raramente estou errada.
— Obrigada pela conversa e a bebida. — Eu me inclino, dando-lhe um abraço,
mas não uma resposta. Balançando a cabeça, ela abre a porta e sai em seus saltos,
pela calçada, depois, através de nossos gramados. Parando em sua varanda da frente,
ela acena uma vez e desaparece da vista quando vai para a casa dela.
Fechando a porta, eu me inclino contra ela. Não me sinto melhor depois de
conversar. Se qualquer coisa, eu me sinto mais em conflito. Em vez de pensar sobre
isso, já que não estava fazendo nada, exceto isso todos os dias, eu vou para o meu
banheiro e ligo a torneira da banheira. Uma das razões pela qual eu comprei minha
casa foi por causa da banheira. Três pessoas poderiam caber confortavelmente na
mesma, e tem seis jatos poderosos que a transformam em uma banheira de
hidromassagem.
Ligando a água, eu vou ao quarto para encontrar meu celular. Coloco-o em
modo avião para que ele não me irrite, e encontrando meus fones de ouvido, inicio

67
Adele. Voltando ao banheiro, ligo as velas elétricas e desligo a luz. Fecho a porta, em
seguida, prendo o meu cabelo, tiro minhas roupas, despejo uma tonelada de espuma
de banho com aroma de pêssego sob a água corrente, e entro. Não demora muito
tempo para encontrar paz e o som de Adele me levar para longe.
Piscando com a repentina luz brilhante enchendo o banheiro, leva um segundo
para os meus olhos se ajustarem. Assim que fazem, um grito rasga a minha garganta
e me debato na banheira, perdendo Adele quando os meus fones de ouvido caem dos
meus ouvidos. Água espalha no chão, e me levanto quando um homem vestindo uma
máscara de esqui me observa.
Estendendo a mão às cegas, acho uma toalha e me cubro, não tendo a chance
de tirar os olhos dele para procurar algo para usar como arma. Ofegante, o sangue
canta em voz alta em minhas veias enquanto mantenho meus olhos nele, esperando
para ver o que ele fará, a fim de poder contrariar seu movimento. Ele não se mexe,
não respira ou até mesmo faz um barulho. Ele apenas olha para mim, seus brilhantes
olhos verdes cercados por tecido preto fixos nos meus.
Não sei quanto tempo ficamos ali nos encarando. Poderia ser segundos ou
minutos, mas sem uma palavra ou olhar para trás, ele sai. Apressando-me da
banheira, eu tropeço para a porta, a fecho, e clico a tranca no lugar. Procurando meu
celular, eu o vejo no fundo da banheira. Indo para o armário, abro as gavetas,
despejando o conteúdo no chão.
Encontrando uma tesoura de cabo preto barato na última gaveta, eu me movo
para a porta, pressionando meu ouvido nela, e ajusto a minha toalha. Não consigo
ouvir nada, nada; está silencioso. Esforço-me para abrir a porta, a tesoura como
minha única arma, e assim que eu abro, corro pela casa sem parar e vou para a porta
da frente. Assim que estou lá, eu a abro e corro tão rápido quanto posso em meu
gramado até a varanda de JJ, batendo na porta. Não demora muito para que ela se
abra, e assim que faz, eu caio dentro.
— Que porra é essa? — Brew, o marido de JJ, silva, fechando a porta.
— O... — Ofego, caindo de joelhos e segurando a tesoura no meu peito.
— June, — ouço JJ sussurrar, mas não posso responder. Não consigo nem
respirar.

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— Pegue o meu telefone, baby, — Brew grita, e tento recuperar o fôlego para
dizer a eles que alguém estava na minha casa, mas não posso fazer nada. — Vou tirá-
la do chão, querida, — o ouço murmurar, antes de ser puxada para cima, movida e
colocada em um sofá.
— June, querida, você precisa se acalmar e respirar comigo, — JJ abranda
enquanto suas mãos envolvem meu queixo e ela puxa meus olhos para encontrar os
dela. Balançando a cabeça, eu tento, realmente tento, e então, uma mão grande
empurra minhas costas para baixo, forçando meu rosto sobre o meu colo.
Distraidamente ouço Brew no telefone, mas realmente não posso entender o que ele
diz, porque JJ está sussurrando no meu ouvido para respirar. Eventualmente, a
respiração volta, e levanto a cabeça, encontrando o olhar dele.
— Graças a deus do caralho. — JJ envolve seus braços em volta de mim, e
sinto as lágrimas se reunirem em meus olhos quando ela me abraça. — O que
aconteceu?
— Eu... eu estava tomando um... um banho. Havia... havia um cara... um cara,
— choramingo, enterrando meu rosto contra seu pescoço. Seu corpo enrijece, e sinto
o entrelaçar de uma corrente de algo perigoso através da sala. Levantando minha
cabeça do seu pescoço, meu olhar colide com Evan. Seu grande corpo é como uma
estátua, seus olhos enfurecidos, sua energia tão perigosa que a sinto penetrando em
meus poros através da sala.
— Irmão, se acalme, — Brew rosna, se colocando entre Evan e eu, cortando a
nossa conexão.
— Vamos colocar algumas roupas, — JJ diz, e eu aceno. Roupas estão bem.
Na verdade, elas são ótimas.
— Saia da porra do meu caminho, Brew, antes que o mova, eu mesmo, — Evan
ressoa, e então ele está na minha frente, suas mãos segurando o meu rosto
suavemente enquanto seus olhos me varrem. — Você está ferida? — Pergunta ele,
movendo as mãos do meu rosto, correndo-as em cima de mim. Quando balanço a
cabeça, ele puxa minhas mãos do meu peito e tira a tesoura de mim, jogando-a, e
depois me leva de encontro a ele. Ele enterra seu rosto no meu pescoço, me segurando
tão apertado que minha respiração sai em um whoosh estrangulado.

69
— Ev, — respiro contra a pele do seu pescoço.
— Porra, baby. Jesus... — seu poder sobre mim aumenta. Sinto lágrimas
picarem meu nariz por um motivo completamente diferente. Não há nenhuma
maneira, não agora, que eu possa negar meu amor por ele, que em seus braços eu me
sinto segura.
— Deixe-me pegar algumas roupas para ela. Os policiais estão chegando, —
JJ diz suavemente, e os braços de Evan me soltam quando ele se inclina, e olhando
por cima do ombro para JJ, acena a cabeça uma vez. Então seus olhos voltam para
mim. O pânico começa a rastejar através do meu sistema com a ideia de Evan me
deixar, e sem sequer pensar, minhas mãos agarram a parte da frente da camisa dele
em um aperto de morte. Seus olhos caem para minhas mãos, e então se movem para
encontrar os meus e seu rosto suaviza.
— Eu estarei bem aqui, baby. Não vou a lugar nenhum. Vá com JJ e vista algo.
— Estou bem. Não preciso, — sussurro, sentindo minhas mãos começar a
tremer.
— Ele pode vir com a gente, querida, — JJ diz, colocando a mão no meu rosto
e ganhando minha atenção. Olhando para Evan, ele acena com a cabeça para mim, e
tirando minhas mãos de sua camisa, beija as duas antes de me ajudar.
A casa de JJ tem um layout completamente diferente da minha. Sua sala se
abre para a cozinha, e todos os quartos estão em um corredor na parte de trás da
casa – dois de um lado com um banheiro no meio, e um no outro. Levando-me para o
quarto principal com Evan nas minhas costas, eu a sigo no closet.
— Escolha o que quiser querida, depois venha para frente. Vou me certificar
de que Brew não assuste os policiais.
— Obrigada, — eu sussurro, e a mão dele sobe mais uma vez, segurando meu
rosto após ela sair, deixando Evan e eu no seu closet.
Encontrando um moletom em uma das prateleiras, eu os seguro na minha
frente, trêmula. — Deixe-me, — murmura Evan, pegando-o das minhas mãos, caindo
de joelhos na minha frente, e mantendo-os abertos como um pai para uma criança.
Colocando minha mão em seu ombro, ele desliza-os nas minhas pernas sob a
toalha, amarra na cintura, e depois levanta. Pego o maior suéter que posso encontrar

70
– independentemente do fato de que mesmo passando das oito horas, o ar da noite é
úmido e quente – porque quero estar coberta. Tirando a toalha em volta de mim, ele
passa a suéter sobre a minha cabeça, usando a mesma técnica dos pais, ajudando-
me a colocar meus braços através das mangas.
Uma vez que estou vestida, seus dedos deslizam debaixo do meu queixo e ele
coloca pressão lá até que meus olhos encontram os dele. Ele olha para mim por um
longo tempo, então se inclina, correndo o nariz em todo o meu rosto antes de sua boca
brevemente tocar meus lábios. — Eu estarei com você. — Engolindo, eu aceno e meus
olhos voltam para o chão. — Diga-me que ele não tocou você, — ele rosna baixinho, e
meus olhos voam até encontrar o dele. Os seus estão furiosos e angustiados enquanto
segura o meu olhar.
— Ele não o fez. Não fez nada. Eu... eu não... eu não... ele só olhou para mim.
Eu não... não sei nem mesmo o que ele fazia lá, — digo, colocando minha mão em seu
peito. Seu coração bate tão forte que posso senti-lo contra a palma da minha mão pelo
quanto ele treme.
— Deu uma olhada no rosto dele?
— Não, ele tinha uma máscara. — Engulo, fechando meus olhos. Seus olhos
verdes brilhando em meu cérebro. — Ele tinha olhos verdes, olhos verdes incomum...
— June! — É um rugido, me cortando, e saio do closet, sentindo Evan nas
minhas costas. Meus olhos deslizam até a porta quando meu pai invade o quarto. No
segundo que ele me vê, alívio brilha em seu rosto.
— Pai, — sussurro, enquanto seus braços me engolem.
— June Bug, — ele sussurra, soando dolorido conforme seus braços me
apertam.
— Estou bem, — asseguro-lhe em voz baixa.
— O que aconteceu? — Pergunta ele, se afastando para olhar para mim.
— Vamos deixá-la dizer aos policiais. Você pode ouvir enquanto ela faz isso
para que não tenha que repetir, — Evan diz, e os olhos do meu pai passam de mim
para ele conforme pressiona seus lábios fortemente.
Merda.

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— Há uma razão para que você esteja aqui? — Papai pergunta a Evan, e sinto
meus músculos tencionarem.
— Sim, — murmura Evan, mas não continua, ainda encarando o meu pai.
— Pai, eu deveria...
— Quer me dizer qual a razão? — Papai pergunta, ignorando-me, e olho para
Evan, desejando que ele deixe isso para lá.
— June e eu estamos nos vendo, — diz ele, ignorando o meu olhar. Os olhos
do meu pai vão para mim, em seguida, de volta para Evan quando ele fala. — Não
temos tempo para fazer isso agora. June precisa falar com os policiais, e precisa
descansar depois. Ela está abalada.
O rosto do meu pai brilha com alguma coisa, mas ele se vira, resmungando
por cima do ombro, — Vamos lá fora. Sua mãe precisa ver por si mesma que você está
bem, e você precisa falar com os policiais, então vamos fazer isso.
Ele se foi antes que eu pudesse dizer qualquer coisa para ele.
— Evan...
— Agora não, baby. Mais tarde. Agora, você precisa dizer a polícia o que
aconteceu.
Cerrando os dentes, eu solto um suspiro, e aceno a cabeça. Pegando minha
mão, ele me tira do quarto de JJ e seguimos pelo corredor.

***

— Que porra, June Bug? — Meu pai pergunta, saindo para a varanda dos
fundos e fechando a porta.
Sabia que isso ia acontecer, mas estava honestamente tentando evitar. É por
isso que logo que nós chegamos à casa dos meus pais eu saí pela porta dos fundos,
na esperança de ter algum tempo para bolar uma explicação.
Mais cedo, Evan me acompanhou até a sala, onde três policiais uniformizados
cumprimentaram-nos, juntamente com a minha mãe, que estava mais assustada do
que eu. Sentei-me no sofá de JJ com Evan sentado perto, com o braço em volta da
minha cintura, e contei aos policiais o que aconteceu. Não demorou muito tempo, e

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não surpreendentemente, não há nada que eles pudessem fazer. Minha caixa de joias
desapareceu, junto com meu laptop, mas minha porta não estava trancada, e quem
entrou fez exatamente isso, entrou e levou minhas coisas.
Meu pai rosnou quando ouviu que eu não tranquei a porta ou liguei o alarme,
e Evan teve a mesma resposta, com exceção do seu braço que aumentou o aperto –
apertou tanto que eu sabia que teria cinco pequenos hematomas nas minhas costelas
com as marcas de seus dedos. Quando os policiais saíram, JJ e Brew, os quais foram
gentis o suficiente para nos deixar usar a casa deles, ofereceram a todos uma cerveja.
Para minha surpresa, meu pai e minha mãe aceitaram a oferta, enquanto Evan foi
atrás da polícia, dizendo que voltaria e me beijando suavemente antes de ir.
Não poderia dizer quanto tempo estávamos lá antes de Evan, Jax e Sage
entrarem, e quando o fizeram, tive a impressão de que eles não estavam felizes. Foi
quando Evan disse ao meu pai para me levar direto para casa dele, e que ele passaria
pela manhã a fim de me pegar e me levar para casa, e então para o trabalho.
Pode-se dizer que eu estava em estado de choque. Primeiro, o meu pai não é
um homem fácil. Ele é brando com suas meninas, essas meninas sendo minha mãe,
minhas irmãs e eu, mas para além disso, ele não aguenta muito. Ele, com certeza
absoluta, não iria – mesmo quando eu era mais jovem – permitir que um indivíduo
dissesse a ele o que fazer com relação a suas meninas. Mas ele fez com Evan, e jurei
ver seus lábios se contorcerem quando fez. Agora, olhando para o meu pai, eu posso
ver que ele não está chateado, mas irritado, e honestamente, eu estou muito
preocupada com o que Evan está fazendo para me preocupar com a reação do meu
pai com a notícia de que eu tenho um namorado. Algo que nem sequer cheguei a um
acordo ainda.
— Pai, por favor, não.
— Não? — Ele repete, recostando-se contra a grade que corre ao longo da
varanda.
— Já sei o que você dirá.
— Sim, o que é? — Ele pergunta, e olho para ele, realmente incerta do que ele
vai dizer.

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Sua reação à declaração de Evan foi seriamente surpreendente, então estou
perdida. Só sei que o que ele tem a dizer não será o que eu quero ouvir agora.
— Esse menino tem demônios, — diz ele em voz baixa, e mordo o meu lábio
inferior enquanto passo os braços em volta da minha cintura. Não estou surpresa que
ele saiba, mas, ao mesmo tempo, eu estou. — É muito para enfrentar, June Bug, e
não quero que você se machuque.
É um pouco tarde para isso, eu penso, mas não digo quando olho para ele.
— Você o ama? — Ele pergunta, cruzando os braços sobre o peito. Encolhendo
os ombros em sua pergunta com muito medo de admitir isso a ele ou para mim
mesma, eu vejo quando seus olhos se fecham, e em seguida se abrem novamente. —
Estou preocupado com você. Como eu disse antes, Evan é um bom homem, mas vejo
nele a mesma coisa que vi em alguns dos meus irmãos do serviço militar. Um monstro
vive nele querida, e não sei se ele é forte o suficiente para lutar contra esse monstro.
— Vou ajudá-lo com seus demônios, — sussurro, sentindo minha garganta se
fechar. Sei que preciso fazer isso por ele. Sim, o que ele fez comigo foi horrível, mas o
conheço, ou o conhecia, e o tipo de homem que ele é. Ele merece ter algo bom,
entender que não há nada de errado com ele. — Há... há muita coisa que você não
sabe, pai.
— Então me diga.
Lambendo meus lábios, eu ando para uma das espreguiçadeiras e sento,
deixando cair a minha cabeça em minhas mãos. Sinto que papai se aproximou, o seu
peso atinge meu lado, e o seu braço envolve meus ombros, me puxando para ele. — A
primeira vez que olhei nos olhos dele, eu juro que meu mundo parou, — sussurro,
deixando cair as minhas mãos no meu colo e unindo-as. — Isso foi há três anos. —
Olho ao quintal. — Nós éramos inseparáveis. Cada momento livre que eu tinha,
estávamos juntos. — Sorrio, lembrando os nossos momentos a sós, apenas ele e eu,
conversando, rindo, abraçando. Sendo apenas nós.
— O que aconteceu?
— Você ficará bravo, — eu digo a ele sinceramente, porque eu sei que ele ficará.
Nenhum pai quer saber que sua criança, especialmente sua filha, se casou e nem
sequer mencionou a ele que namorava alguém.

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— Talvez, mas acho que você sabe que eu te amo. Nada que você pudesse fazer
mudará isso.
— Nós nos casamos, — confesso tranquilamente, sentindo seu corpo enrijecer
rapidamente. — Ele ia para os fuzileiros navais. Ele queria começar uma vida, queria
ir para a faculdade, então se alistou, querendo uma vida boa para si e para fornecer
uma para mim. No dia antes de ir, fomos ao cartório e nos casamos.
— Jesus, June.
— Eu sei. — Aperto meus olhos fechados. — Não sei o que aconteceu. No início,
estava tudo bem. Quando ele estava no acampamento, nós conversávamos
regularmente por cartas, e quando ele podia ligar, ele fez. Ele deveria voltar para casa
para a licença logo após o acampamento, e eu planejava trazê-lo aqui em casa, então.
— Isso não aconteceu, — Meu pai aponta em um aperto.
— Não, isso não aconteceu, — concordo. — Mandaram-no ao Afeganistão. Os
telefonemas pararam logo depois disso. Tentei descobrir com a mãe dele o que estava
acontecendo, mas ela não sabia, ou não estava disposta a me dizer. Então eu ouvi que
ele estava em casa, no Alabama. Ele não veio para mim, e sua mãe me encontrou e
me deu os papéis do divórcio.
— Que porra é essa? — Papai corta, e dou um puxão em sua mão, fazendo-o
sentar-se quando ele ia se levantar.
— Eu estava ferida, tão ferida pra caralho. Assinei os papéis. Então, descobri
através de Ashlyn que ele conseguiu um emprego com Jax e ouvi dela o que aconteceu
com ele quando ele estava fora.
— Não é uma porra de desculpas, June Bug.
— Você está certo, mas você está errado, — eu digo em voz baixa, apertando a
mão dele. — Havia muita coisa que eu não sabia, um monte de coisas que ele não me
disse. Seu pai era abusivo, sua mãe era alcoólatra, seu irmão estava na prisão, e então
seus amigos morreram. Não sei os detalhes do que aconteceu quando ele estava longe,
uma vez que nós acabamos de começar a sair juntos novamente, mas não posso
evitar, exceto pensar que todas essas coisas o confundiram, e esse monstro que você
vê é o resultado dessas coisas.
— Não me importo, menininha. Esse homem não merece uma segunda chance.

75
— Ele disse que não me queria sujar. — Essa frase ficara comigo ao longo dos
últimos dois dias. Havia algo nela que estava errado, tão errado. Eu não... eu não
posso nem começar a entendê-la.
— O quê?
— Ele disse que eu era muito boa para ele, que ele não queria me sujar. Não
sei o que nada disso significa. Não entendo completamente o que aconteceu com a
gente, mas sei que ele me amava. Eu sei que ele amou, e arranharia os olhos de
alguém se tentassem me dizer que não era verdade.
— Se acalme, June Bug, — murmura meu pai, me puxando para mais perto
dele, e sinto seus lábios no topo da minha cabeça. — Não posso dizer que estou feliz
com isso.
— Não pensei que estaria, — murmuro, passando os braços ao redor da
cintura dele.
— Estou chateado por você não falar comigo sobre ele. Estou tão decepcionado
com você.
Gahhh! Por que está declaração, Estou tão decepcionado com você, é muito pior
do que seus pais apenas estando chateados com você?
— Eu sei.
— Sua mãe não estará feliz também, menina.
Apertando os olhos fechados, eu deito a minha testa no ombro dele e aceno,
porque sei que ele está certo. Minha mãe não é apenas a minha mãe, ela é uma amiga,
e eu normalmente conto tudo para ela. Sei que ela estará ainda mais decepcionada
comigo do que o papai está, por não confiar neles com o que estava acontecendo.
— Nós amamos você, sempre e sempre iremos. Um dia, quando tiver seus
filhos, você entenderá isso. Dito isso, ainda podemos ficar chateados com suas
decisões, mas não significa que você não tenha sempre o nosso apoio.
— Eu sei, — concordo, e sentamos em silêncio por mais alguns minutos.
— Você quer contar a sua mãe, ou quer que eu diga?
Queria perguntar se ela realmente precisava saber, mas sei sem perguntar que
a resposta é sim. — Eu direi a ela, — murmuro.

76
— Boa decisão. Pegarei um pouco de vinho para vocês, e você pode dizer a ela,
uma vez que ela beber dois copos.
— Obrigada, pai.
— Não precisa agradecer, — ele murmura, beijando o topo da minha cabeça,
então se levantando.
— Você sabe que eu te amo também, papai, certo? — Pergunto, inclinando a
cabeça para olhar para ele.
— Sim. — Ele sorri antes de sair pela porta.
— Isso foi ok, — sussurro para o quintal, esperando que a conversa com a
minha mãe não acabe com ela em lágrimas.
Infelizmente, não tenho a mesma sorte. Quando disse à minha mãe que Evan
e eu nos casamos, ela só havia bebido um copo de vinho. Ela chorou por uma hora,
depois me disse exatamente como meu pai, que estava desapontada comigo. No
momento em que terminamos de conversar e me levantei para ir dormir, ela estava
tão bêbada que meu pai teve de carregá-la para a cama.
Porém, ela me disse bêbada que Evan é gostoso.

***

— Uh... o que estamos fazendo aqui? — Pergunto, olhando através do para-


brisa para a clínica veterinária da minha irmã, depois para Evan enquanto ele desliga
sua caminhonete.
— Estamos lhe conseguindo um cão, — diz ele, e levanto a minha cabeça
quando olho para ele. — O quê?
— Você tem o melhor sistema de alarme no mercado, mas um sistema de
alarme só funciona se você ligá-lo.
— Sério? — Corro minhas mãos pelo meu rosto. Meu pai me deu um sermão
sobre o sistema de alarme na noite passada e esta manhã. — Concordei em ligar o
alarme. — Suspiro.
— Você ainda ligará o alarme, mas também terá um cão.
— Que tal um gato?

77
— Um cão estará em guarda 24 horas por dia e 7 dias por semana, um cão
dirá se alguém está tentando entrar na casa, e um cão a protegerá se alguém entrar,
agora vamos. — Ele pula da caminhonete e bate à porta, em seguida, vem para o meu
lado.
— Não sei sobre isso, — eu digo logo que ele abre a porta, solta o meu cinto, e
me ajuda a sair.
— Está tudo bem. Eu sei, — ele responde, pegando a minha mão e me
conduzindo para a clínica.
Assim que chego à porta da frente, July está lá abrindo-a com um sorriso no
rosto, olhando entre mim e Evan. — Você disse que estaria aqui há vinte minutos.
— Tive que pegar a minha caminhonete, — é a resposta de Evan conforme me
puxa pela porta.
Quando saí do trabalho e fui para casa, eu esperava ter de encarar minha casa
sozinha, mas Evan estava lá, do lado de fora de sua caminhonete esperando por mim.
Ele nem sequer me deixou entrar, apenas pegou minha mão e me ajudou a entrar em
sua caminhonete. Uma caminhonete que era tão legal por dentro quanto era por fora.
Assentos de couro preto com costura branca, painéis de madeira preta, cromo em
todos os lugares que poderia haver cromo, um sistema de som assassino, e todas as
buzinas e silvos que você poderia pedir. Não perguntei a ele o que estávamos fazendo
ou para onde íamos. Sinceramente, eu estava apenas feliz por não precisar ficar em
casa sozinha, e embora não fosse admitir isso em voz alta, eu estava feliz de passar
um tempo com ele.
— Você está bem? — Minha irmã pergunta, varrendo os olhos em cima de mim
à medida que passo pela porta.
— Sim, bem, eu estava. Agora, eu não sei.
— O quê? — Ela pergunta, e as sobrancelhas se juntam enquanto ela me
estuda.
— Aparentemente, eu preciso de um cão. — Faço uma pausa, e me viro para
olhar para Evan, que está falando com Kayan na recepção. — Um grande, —
murmuro; seus olhos se iluminam e um sorriso enfeita seus lábios.

78
— Ah. — Seu olhar se move sobre o meu rosto e suaviza, e então ela dá um
passo mais perto de mim. — Você tem certeza que está bem?
Deixando escapar um suspiro, eu aceno. — Estou bem. Estava assustada
ontem. Provavelmente não vou querer ficar sozinha por um tempo, mas eu ficarei bem.
— Tentei te ligar.
— Meu celular ainda está no fundo da minha banheira.
— O quê?
— Ele caiu na banheira. Preciso comprar um novo. Provavelmente tentarei
fazer isso hoje.
— Quando liguei para papai e mamãe na noite passada, meu pai disse que
você e mamãe estavam conversando.
— Sim, — respondo tranquilamente.
— Você disse a eles? — Ela sussurra, olhando para Evan, e para mim
novamente.
— Disse, — admito, e embora fosse uma droga dizer a eles, estou feliz por tirar
esse peso.
— Como foi?
— Como esperado. Papai ficou desapontado comigo, e mamãe foi mamãe:
decepcionada e magoada.
— O papai falou com Evan? — Ela pergunta, e balanço minha cabeça. Quando
Evan foi me pegar na casa dos meus pais esta manhã a fim de me levar para casa
para que eu pudesse me arrumar para o trabalho, eu esperava que meu pai fosse levá-
lo para um lado e ter uma conversa com ele. Isso não aconteceu. Tudo o que meu pai
disse foi, — Saiba o que você tem, filho, e não foda novamente. — Com isso, Evan
ergueu o queixo. Minha mãe parecia querer dizer mais, mas meu pai a abraçou, não
a deixando ter a chance de fazer isso. A coisa toda foi estranha, mas tive a sensação
de que meu pai me ouviu na noite passada, e compreendia em sua maneira paternal
o que eu disse sobre Evan – ou pelo menos espero que ele tenha me ouvido.
— Papai gosta de Evan, ou gostava, — ela murmura, e continua, — eu tive
uma cirurgia de emergência, mas Wes me ligou para dizer o que estava acontecendo.

79
— Como Wes sabe? — Pergunto, mas é Evan que responde conforme envolve
seu braço em volta dos meus ombros.
— Liguei para os caras quando liguei para Jax e Sage, e disse a eles para se
reunirem.
— O quê? — Pergunto, inclinando a cabeça para olhar para ele.
— Não tinha certeza se o cara ainda estava na área e queria que eles fizessem
uma varredura.
— Não é um trabalho para a polícia?
— Os policiais da cidade são bons, mas estão sobrecarregados. A cidade
cresceu mais rápido do que o departamento. Mais drogas e pequenos crimes
acontecem diariamente, por isso eles estão estreitamente espalhados.
Isso é verdade. Nossa cidade, que costumava ser menor, começara se alastrar
ao longo dos últimos dez anos, desde que uma grande fábrica automotiva se instalou.
Agora havia mais empregos, mais pessoas, mais casas e mais crime. — O cara estava
a pé. É fácil se despistar de um carro da polícia, não é tão fácil ficar longe de um cara
em uma Harley, ou um homem em uma caminhonete idêntica as demais.
— Como sabe que ele estava em pé?
— Baby, o seu vizinho do lado é Brew. Ele tem dois irmãos que vivem no
quarteirão, e todos eles ficam de olho.
Ok, eu não sabia disso também. Então, novamente, eu acabei de mudar, por
isso, não era como se eu tivesse a chance de convidar pessoas e me apresentar a elas.
— Oh, — era tudo que eu poderia dizer, e quando o fiz, assisti Evan sorrir,
então inclinou seu rosto e me beijou suavemente.
— Kayan disse que há dois cães aqui que podemos olhar. Se nenhum deles for
escolhido, há outro abrigo em algumas cidades que podemos ir.
— Eu quero um gato, — repito e ele balança a cabeça.
— Você não terá um gato.
— Lembra quando eu disse que você está mais irritante? — Eu o encaro.
— Eu me lembro, — diz ele com um sorriso.
— Bem, é ainda mais verdade agora.

80
Seus olhos digitalizam o meu rosto e seu riso se transforma em um sorriso. —
Tão fofa quanto você está agora, nós não temos o dia todo para discutir.
— Irritante, — murmuro, e July ri, nos levando pelo corredor até a parte de
trás da clínica para olhar os cães.

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Capítulo 07
Evan

— Ele é meio assustador, certo? — June pergunta, enquanto abro a porta de


trás da minha caminhonete. — Quero dizer, ele é branco como a neve, mas parece
que acabou de matar alguém.
Rindo, eu fecho a porta depois que o cão salta na parte de trás, em seguida,
viro, pressionando-a contra a lateral da caminhonete.
— A comida dele manchou a pele. Ele não matou ninguém. — Sorrio, e seus
olhos caem para a minha boca, em seguida, se levantam para encontrar os meus.
— Eu sei, mas ainda parece que ele fez. — Ela está certa. O cão de cinquenta
e oito quilos é branco puro, mas o contorno de sua boca está manchado de um
vermelho profundo, fazendo parecer que ele simplesmente rasgou a garganta de
alguém. Felizmente, isso, junto com seu tamanho e latido fará qualquer um duvidar
de pisar na casa de June sem ser convidado a entrar. June, que estava contra a ideia
de pegar um cão, deu uma olhada no grande Akita e começou a arrulhar como se ele
fosse um bebê no momento em que July mostrou-o para nós.
— Ele precisa de um nome. — Envolvo minhas mãos em torno do seu pescoço
e inclino sua cabeça para trás.

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— T-bone4. — Ela sorri, colocando as mãos contra o meu peito, e inclina a
cabeça para o lado, apertando uma das minhas mãos enquanto eu rio. E noto, não
pela primeira vez, que ela sempre para com o intuito de me assistir rir. Ela não fazia
isso antes, mas algo sobre isso bate no meu peito, de uma forma não-desagradável,
cada vez que ela faz isso agora.
— T-bone? — Repito, e ela encolhe os ombros sorrindo.
— T-bone, ou talvez Snow5. Gosto de ambos, mas acho T-bone mais legal.
— Acho que você deve pensar sobre isso por um tempo. — Sorrio, tocando
minha boca na dela.
— Ele já terá muita dificuldade para se instalar, uma vez que vai para uma
casa nova. Se ele precisar ter um novo nome também, só tornará mais difícil para ele.
Não quero chamá-lo de Cão por uma semana e tê-lo respondendo a isso, apenas para
descobrir um nome para ele mais tarde, — ela diz com um longo suspiro, e enquanto
faz isso, eu junto meus lábios para não rir.
— T-bone? Você realmente acha que é um bom nome? — Pergunto, e ela olha
para o céu enquanto pensa sobre isso, então encontra o meu olhar mais uma vez.
— E quanto a Fuzzy6 ou Harry?
— Agora você está apenas sendo fofa. — Balanço minha cabeça e pergunto, —
Que tal Killer7?
— O quê? — Seu nariz enruga.
— Vamos chamá-lo de Killer.
— Que tal um nome que não assuste a todos, como Ninja?
— Ninja?
— Bem, ele é um Akita. Acho que eles são cães japoneses, de modo que Ninja
se encaixa.
— É melhor do que, T-bone, Snow, Fuzzy, ou Harry, — murmuro, e ela se
inclina, dando-me um sorriso ofuscante.

4 Um pedaço grande de bife do lombo contendo um osso em forma de T.


5 Neve
6
Felpudo
7
Assassino

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— Ninja então. — Ela fica na ponta dos pés, beijando a parte inferior da minha
mandíbula, então se inclina para trás sorrindo.
— Ninja então, baby, — concordo, e com um toque dos meus polegares sob o
seu queixo, e uma inclinação de sua cabeça, eu a beijo suavemente mais uma vez.
Soltando uma mão do quadril dela, eu me inclino para o lado, abrindo a porta,
e ajudando-a. Eu a ouço dizer, — Ninja boy, você é um menino tão bonzinho, — para
o cão, que ladra uma vez quando fecho a porta. Movimentando para o lado do
motorista e sentando atrás do volante, eu ligo a The Beast, saindo do estacionamento.
— Podemos parar na loja de telefone celular na cidade? — Ela pergunta,
enquanto me certifico que a estrada está livre e entro no tráfego da estrada. — Não
acho que o truque do arroz vai funcionar no meu telefone, desde que esteve submerso
em água durante a noite, — ela continua e olho para ela, puxando a mão dela de seu
colo e arrastando-a para o meu.
— Você provavelmente está certa. Vamos parar no caminho para a sua casa,
e pegar comida e suprimentos de cão para Ninja, enquanto estamos fora.
— Eu contei aos meus pais que nos casamos, — diz ela, como se não quisesse
dizer isso, então se move para tirar a mão da minha coxa, mas a seguro com mais
força.
— Estou feliz que você disse, — digo, apertando suavemente a mão dela. Eu já
sabia que ela havia dito. O pai dela me esperava no composto quando voltei, após
deixá-la no trabalho esta manhã. Ele me disse que estaria me observando e que espera
que eu tenha o que é preciso para lutar contra o que me fez deixar sua menina para
trás pela primeira vez. Ele não me deu seu selo de aprovação, mas isso não me
surpreendeu também. Precisarei ganhar o respeito dele, e tenho a sensação de que
não será fácil.
— Eu deveria ter dito a eles sobre você, sobre nós, antes, — ela sussurra depois
de um momento de silêncio e balanço minha cabeça.
— Nós dois deveríamos ter feito as coisas de forma diferente.
Sua mão vira sob a minha e enlaça nossos dedos. — Eu não tinha vergonha
de você, e não acho que você não era bom o suficiente para mim. Não sei o que eu
estava pensando naquela época, mas não era isso.

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— Eu sei, baby, — Concordo calmamente, e ouço o seu riso quando Ninja enfia
a cabeça entre nós e descansa seu queixo no ombro dela, onde permanece até
pararmos na frente da loja de telefone celular. — Preciso fazer um telefonema. Você
entra e estarei lá em um minuto, — digo a ela, encontrando um local em frente às
portas duplas para poder vê-la enquanto estiver no celular.
— Você não precisa vir. Isto não deve demorar muito, — diz ela, soltando o
cinto e pegando sua bolsa no chão.
— Eu vou entrar, — repito, e ela revira os olhos conforme sai da caminhonete
e vai para a loja.
Pegando meu celular, eu pressiono Enviar e coloco-o ao meu ouvido. Meu
irmão ligou ontem. Não somos próximos, não estamos por um longo tempo. No ano
antes de eu ir para o serviço militar, ele foi preso por posse de drogas e intenção de
vender. Sua vida começava a se parecer com a dos meus pais, e eu sabia que não
queria nada a ver com essa merda. Ele foi libertado há um mês, depois de cumprir
sua pena. Quando falamos há alguns dias, ele disse que tentava entender a sua vida,
e eu disse que se ele ficasse limpo, ele poderia ficar comigo.
Ao ouvir o toque ir para o correio de voz, eu assisto June através das portas
de vidro, em seguida, murmuro, — Porra, não, — quando um cara sai de trás do
balcão, com os olhos na bunda dela. Saio da minha caminhonete dizendo a Ninja para
ficar, e entro na loja antes que meu cérebro tenha um momento para acompanhar a
velocidade com que meus pés estão me levando.
— Então, a única diferença é a câmera de frente? — Ouço June perguntar, ao
inspecionar o telefone na mão, girando e estudando a tela.
— Não. — O imbecil ao lado dela sorri enquanto ela está sendo adorável e ele
se inclina mais perto. — Há uma série de características diferentes. A câmera frontal
é apenas uma delas.
— Não sei. — Ela morde o lábio estudando o telefone. — Realmente não quero
pagar quatro centenas de dólares por um telefone que é basicamente o mesmo que eu
tinha antes, um telefone que tive de graça quando assinei o meu contrato, — afirma
enquanto me aproximo do seu lado, e assisto os olhos do cara se moverem do telefone

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na mão dela ao peito. Ouço um grunhido e logo percebo que sou eu quem está
rosnando.
Seus olhos voam para mim e seu pomo de Adão treme. — Hum... — ele limpa
a garganta enquanto envolvo minha mão ao redor da cintura de June e a puxo contra
mim, mantendo meu olhar fixo no dele.
— Nós vamos levar o telefone, — eu declaro, e sinto June olhando para mim,
mas a ignoro e pego minha carteira no bolso, solto minha mão de sua cintura, puxo
meu cartão e o entrego a ele.
— Você não pagará pelo meu telefone, — ela chia, mas continuo ignorando-a,
mantendo meus olhos no homem na minha frente.
— Pegue um novo nos fundos e configure-o. Nós estaremos aqui.
— Hum... — ele engole, olha entre nós, e sussurra, — Claro, — antes de
desaparecer, sem outra palavra, na parte de trás da loja.
— Sério, Evan? — Sua mão vai para a minha em sua cintura e tenta tirar os
dedos. — Eu poderia muito bem apenas te dar um bastão para bater na minha cabeça.
— Você quer que eu seja acusado de agressão? — Pergunto, olhando para ela.
— O quê? — Ela franze a testa, e mergulho meu rosto em direção a ela, meus
olhos indo para sua camisa.
— Ele checou seu traseiro quando você entrou, seus peitos quando eu estava
de pé ao seu lado.
— Isso não é verdade, — ela fala, inclinada para frente.
— Baby, ele fez, porra, e essa merda não está certa, especialmente quando
estou de pé bem perto de você.
— Você está sendo ridículo. Ele estava fazendo o trabalho dele. — Ela fala.
Agarrando seu pulso, eu puxo, forçando-a a cair contra mim, então envolvo
meus braços em volta de sua cintura, puxando-a ainda mais perto antes de mergulhar
a boca sobre a orelha dela.
— Fico feliz por você não perceber quando um homem está verificando-a. Estou
grato pra caralho por você não ser do tipo de mulher que procura a atenção de um
homem, mas isso não muda o fato de que ele estava flertando com você e, — eu lhe
dou um aperto, — cobiçando-a enquanto eu estava de pé ao seu lado.

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— Todo esse ato de homem das cavernas é chato, — ela sussurra, inclinando-
se e olhando para mim.
— Você é minha. — Inclino, rosnando, — Minha, — então me afasto e pego seu
olhar novamente. — Seus peitos são meus. Sua bunda é minha. Chame-me do que
quiser.
Seu olhar segura o meu por um longo tempo antes de se mudar para a
esquerda quando o cara gagueja, — Eu... hum... eu tenho o telefone pronto.
Dou mais um aperto em June, e pego o pacote dele, entregando-o a ela.
Pegando meu cartão, eu assino o iPad em sua mão antes de colocar meu braço em
volta dos ombros dela e levá-la para fora da loja. O tempo todo, ela murmura baixinho
sobre os irritantes homens alfa.

***

— Não, — eu indico, parando ao pé da cama, balançando a cabeça, e cruzando


os braços sobre o peito.
— O quê? — June pergunta, olhando para mim sob seus cílios escuros,
tentando parecer inocente, mas ela sabe exatamente do que estou falando.
— De jeito nenhum, baby. Ele não dormirá na cama com a gente.
— Mas ele vai ficar sozinho. — Ela faz beicinho, e balanço a minha cabeça
novamente, em seguida olho para Ninja.
— Saia. — Estalo os dedos, e ele olha para June, e de volta para mim; soltando
um huff irritado antes de pular da cama, ele vem para o meu lado para que eu possa
dar-lhe um carinho, e sai pela porta.
— A cama é grande o suficiente para todos nós, — diz, e vou até ela, colocando
uma mão em cada lado dela na cama, e a forço a se inclinar para trás.
— Você quer que ele me veja te comer? — Pergunto
Seus olhos se arregalam e ela sussurra sem fôlego, — Não.
— Não pensei que ia. — Eu me inclino e a beijo, e depois me afasto. — Se estou
na cama com você, ele não está.
— Realmente acha que é necessário você ficar?

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— Sim, você pode ter um sistema de segurança e um cão agora, mas eu tenho
uma arma, e você está mais segura com a minha cabeça ao lado da sua no travesseiro.
— Você sabe como usar uma arma? — Ela pergunta, e estudo o seu rosto por
um momento, tentando decidir o quanto dizer a ela, quanto deixá-la entrar. Sabendo
que eu quero que isso funcione, eu deito sobre ela, me estabelecendo entre suas
pernas e colocando meu rosto perto do dela.
— Sei. Eu era o melhor na minha classe, e quando fui para o exterior, eu era
um dos melhores na minha unidade.
— Será que... você já levou um tiro? — Ela pergunta baixinho, colocando uma
mão sobre o meu coração e a outra contra a minha mandíbula.
— Sim. — Assistindo lágrimas encherem seus olhos, eu sinto uma dor no meu
peito, porque sei que essas lágrimas são para mim, lágrimas que não mereço.
— Será que... — ela faz uma pausa, procurando o meu rosto. — Alguma vez
você atirou em alguém? — Seu tom é de incerteza enquanto observa meus olhos.
— Sim, baby, — digo, um pouco acima de um sussurro.
Seu rosto levanta e ela enfia-o contra o meu pescoço, onde sussurra, — Eu
sinto muito.
— Eu também, linda. — Eu nos rolo, então ela está deitada em cima de mim,
levanto sua camisa e corro meus dedos por suas costas.
— Por que você não veio para casa para mim? — Ela pergunta depois de um
momento, e meu corpo fica tenso. Eu faço-me relaxar, forçando-me a ser honesto.
Correndo uma mão por suas costas, eu seguro seu rosto perto enquanto lhe
digo a verdade. — Eu não conseguia olhar nos seus olhos. Eu fodi tanto. Escondi
tanta merda de você. Não queria nada tocando em você, nada que estragasse o que
estávamos construindo anteriormente. Não a deixei ver quão ferrada a minha família
era, como minha mãe bebia até dormir apenas para acordar e tomar uma cerveja,
como o meu pai ficava chateado e descontava sua raiva em mim só porque eu estava
lá. Pensei que se pudesse construir uma vida para nós, uma vida proveitosa, aquela
que fosse boa para você, boa para os nossos filhos, então nada disso teria importância.
Então eu fui para o exterior e... — Paro de falar, não querendo que ela saiba quão
fodido eu estou.

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— O quê? — Ela pergunta, apertando a minha mão e afastando seu rosto. —
O que aconteceu com você?
Fecho meus olhos. Ainda posso ver seus rostos sem vida na minha cabeça
enquanto revivo a noção de que eu não podia trazê-los de volta.
— Por favor, fale comigo, — ela implora gentilmente.
— Estávamos à procura de um alvo. Fomos para uma das casas em que ele foi
visto. Fizemos uma varredura e não tinha ninguém. Sabia que deixávamos alguma
coisa passar, então eu voltei. Não sabíamos que enquanto fazíamos a nossa varredura
alguém colocou uma bomba sob o nosso Humvee. Eu perdi todos.
— Você teria morrido também, — ela sussurra, cobrindo a boca com os dedos
trêmulos.
— Eu poderia tê-los ajudado. Tive que ter certeza que a checagem foi feita.
— Você teria morrido, — ela repete, deixando cair sua testa para o meu peito.
Segurando-a, eu sussurro, — A esposa de Daralee tinha acabado de dar à luz
a uma menina. A maneira como ele falou sobre ela, você pensaria que ele era o
primeiro homem a fazer uma menina. Jabson tinha uma menina em casa e pensava
em pedir a mão dela em casamento. Ele estava com ela desde os doze anos. Denson
acabara de perder a mãe para o câncer, e seu pai mal se aguentava. Ele ia para casa
em três dias. Todos eles morreram, e eu fui o único a sobreviver. Por que eu deveria
começar a viver a minha vida, quando a deles terminou? — Faço a pergunta que me
fiz um milhão de vezes.
— Será que eles queriam que você parasse de viver? — Ela pergunta depois de
um longo momento, e ouço as lágrimas em sua voz.
— Não sei, — digo a ela em um aperto, segurando-a mais perto, em seguida
fico de lado e enterro meu rosto em seu pescoço. — Eu me odiava por estar grato de
ser capaz de voltar para casa para você, e então, quanto mais eu pensava nisso, mais
eu sabia que não podia olhar nos seus olhos, não quando os meus meninos nunca
seriam capazes de ver suas famílias ou as mulheres que amavam novamente. — Seu
corpo treme contra o meu e suas lágrimas se intensificam. — Desculpe-me, eu deixei
você, linda, sinto tanto, pra caralho.

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— Sinto muito, — ela choraminga, enquanto as lágrimas mergulham em minha
pele. — Lamento que você tenha lutado com isso sozinho, desculpe por eu não lutar
por você.
— Jesus. — Aperto meus olhos fechados e a seguro com mais força. Sentindo
um peso acertar a cama, eu levanto a cabeça e assisto Ninja pressionar seu corpo
atrás de June. Demora algum tempo para ela se acalmar. Quando ela afasta o rosto
do meu pescoço, seus olhos vermelhos e molhados encontram os meus. Nenhum de
nós diz nada, mas vejo o amor ali, brilhando para mim. Inclinando-me, eu a beijo
suavemente e rolo para minhas costas.
— Ninja pode dormir com a gente? — Pergunta ela depois de alguns minutos.
Em vez de responder, eu estico, desligo a lâmpada, e puxo-a para perto de mim. —
Boa noite, — ela sussurra, abraçando mais perto.
— Boa noite, baby, — murmuro, sabendo que não vou dormir. Não por um
longo tempo.

***

— Depressa, baby, — eu gemo, entrando nela uma e outra vez, cada curso me
puxando para mais perto da borda.
— Ev, — ela choraminga, travando suas pernas nas minhas costas e as unhas
entram em meus ombros.
— Depressa, bonita, — exijo, beliscando seu mamilo, e percorrendo a minha
mão sobre a pele molhada de seu estômago, me concentrando em seu clitóris.
— Oh, Deus, — ela geme, e movo rapidamente a minha mão para a parte de
trás de sua cabeça antes que bata na parede de azulejo enquanto sua boceta aperta
fortemente o meu pau. Movendo ambas as mãos para sua bunda, a seguro no lugar
quando gozo forte, enterrando meu rosto em seu pescoço quando o faço.
— Eu estarei tão atrasada, — ela sussurra, e sorrio contra a pele do seu
pescoço, em seguida, levanto meu rosto e a encaro.
— Baby, — murmuro, e seu lábio inferior desaparece entre os dentes. Rindo,
eu a levanto, tirando-a do meu pau, deixando-a cair aos seus pés.

90
— Não queria molhar meu cabelo. Agora eu preciso secá-lo, e isso levará um
ano, — ela murmura, agarrando seu sabonete.
— Você está dizendo que não valeu a pena? — Pergunto, beijando seu pescoço,
pego o frasco dela, jogo um pouco do sabão líquido em minhas mãos e coloco nos
seios dela.
— Eu não disse que não valeu a pena, — ela suspira.
Sorrio, e murmuro, — Então pare de reclamar sobre isso.
— Não estou reclamando. Só estou dizendo que agora eu estarei atrasada.
— Você não estará atrasada, — digo a ela, passando minhas mãos sobre seu
estômago, e descendo entre as pernas.
— Você disse rápido, mas então você fez aquela coisa com a boca, e me tinha
contra a parede. Você não foi rápido, — ela reclama, mas depois choraminga quando
os meus dedos passam rapidamente sobre seu clitóris.
— Ainda reclamando, baby. — Belisco sua orelha, enfio dois dedos dentro dela,
e uso o polegar para rolar seu clitóris novamente.
— Oh, meu Deus, — ela suspira, gozando em meus dedos alguns segundos
depois. Beijando o pescoço dela, eu espero seu orgasmo passar, e termino de lavá-la.
A empurro para fora do chuveiro, ignorando o olhar que ela envia em minha direção.
Saindo um par de minutos mais tarde, eu sorrio enquanto ela anda nua com o secador
na mão.
— Quer que eu pegue café para você? — Pergunto, observando seus peitos
saltarem conforme joga o cabelo de um lado para o outro.
Resmungando um, — Sim, — pelo espelho ela me observa enrolar a toalha em
volta da minha cintura, e me mover para ficar atrás dela.
Deslizando minhas mãos pela sua cintura, eu seguro seus seios, beijo sua
orelha, e exijo, — Pare de estar chateada, — enquanto puxo seus mamilos.
— Ev. — Ela inala bruscamente, e meus olhos encontram os dela no espelho.
— E não me olhe assim, a menos que você queira que eu a dobre sobre o balcão
e realmente a deixe atrasada. — Seus olhos esquentam, e lutando com meu sorriso,
me inclino para beijá-la no pescoço, resmungando lá, — Voltarei com o café.

91
Indo em direção à cozinha, com Ninja atrás de mim, eu deixo-o sair na porta
traseira, encho a tigela com alimentos, me certifico que sua água está boa, e começo
a fazer o café. Recostando-me contra a ilha, meus olhos pegam um envelope no balcão
empilhado com o resto das cartas que June trouxe ontem. Pegando-o, eu viro e vejo
que a carta foi enviada para seu antigo apartamento, e que o endereço do remetente
é uma prisão no Alabama, a mesma pista prisão em que Lane cumpre pena enquanto
o julgamento está em andamento.
Abrindo o envelope, eu retiro a pilha grossa de papéis e cerro os dentes
enquanto leio. A maior parte da carta é um pedido de desculpas por envolvê-la. A
outra parte é ele explicando que fez aquilo para que ela rompesse com ele porque não
queria que ela fosse arrastada para a sua confusão, e que tentava protegê-la. Mas a
última página me fez ver vermelho. Ele dizendo que está apaixonado por ela e que
sabe que ela sentia o mesmo, é algo que não quero pensar. Amassando o papel em
minhas mãos, eu vou para a porta traseira, deixo Ninja entrar, e vou ao banheiro,
levando a carta comigo.
— Pensei que você me traria café, — diz ela, desligando o secador. Ficando ao
lado dela, eu coloco a carta sobre o balcão. Seus olhos caem para isso, digitalizam a
primeira página, se estreitam, e os levanta para os meus. — Você abriu minha
correspondência? — Ela franze a testa, me estudando.
— Abri. — Eu me inclino contra a parede, cruzando os braços sobre o peito.
— Por quê?
— Eu queria ver o que ele tinha a dizer. Ele não deveria estar em contato com
você, então pensei que poderia ser importante. Não é.
Ela olha meu rosto, e pergunta, — Você está chateado?
— Porra, sim.
— Por quê? — Ela pergunta, parecendo perplexa.
— Um homem dizendo para a minha mulher que está apaixonado por ela é o
tipo de merda que me irrita.
— Talvez devêssemos falar sobre o estado do nosso relacionamento, — ela
murmura, colocando o secador de cabelo no balcão ao lado da pia, então se inclina
para trás, cruzando os braços sobre os seios.

92
— Você é minha, não há nada para discutir quando se trata de a quem você
pertence.
— Eu não fui sua por um longo tempo, Evan. Você me deixou. Não tive escolha.
Precisei seguir em frente.
— Você sempre foi minha, — rosno, inclinando para frente. — Você sabia que
era minha.
— Quantas mulheres estiveram com você enquanto eu era sua? — Ela
pergunta baixinho, e estreito os olhos, inclinando-me para trás.
— Nenhuma. — Corro minhas mãos sobre minha cabeça e rosno, — Jesus,
você acha que se eu não pudesse tê-la, eu teria mais alguém? Para que, passar o
tempo? Gozar? Porra, não.
Seus enormes olhos piscam para mim e seus lábios abrem antes de sussurrar,
— O quê?
— Baby, eu não me contentaria com qualquer uma se eu não pudesse tê-la, —
digo, tentando suavizar minha voz.
— Você... — ela faz uma pausa, e aponta para o meu peito. — Você não esteve
com ninguém desde mim? — Ela pergunta, apontando para si mesma, e fecho meus
olhos, abrindo-os novamente.
Estendendo a mão, eu coloco minha mão ao redor de sua cintura, e a arrasto
para mim. — Eu amo você, só você, — declaro firmemente, deixando cair a minha
testa na dela.
— Mas...
— Sem mas. Porra, talvez não seja mais casado com você, mas isso não muda
meus sentimentos por você.
— Oh, meu Deus, — ela suspira, colocando as mãos contra meu peito.
— Você estava apaixonada por ele? — Pergunto por entre os dentes, não
realmente querendo saber a resposta, mas precisando disso.
— O quê? — Ela pisca, se afastando.
— Você estava apaixonada por ELE?
— Não. — Ela balança a cabeça e se inclina mais para trás enquanto suas
mãos deslizam sobre o meu peito e se enrolam em torno do meu pescoço. — Como eu

93
poderia amar alguém quando você ainda tinha o meu coração? — Ela pergunta
baixinho, passando os dedos pela minha mandíbula.
— Você esteve com ele por um tempo, — eu a lembro, e seu rosto suaviza.
— Eu tentava seguir em frente, mas ele não era você.
— Porra. — Eu a aperto para mim.
— Não fique com raiva de mim.
— Estou chateado comigo mesmo por ele chegar a ter uma chance com você,
então porra, com raiva que minhas ações significaram que um homem como ele foi
capaz de respirar seu ar, — rosno, rangendo os dentes.
— Ev, — ela sussurra, e meus olhos se concentram nos dela. — Não podemos
voltar atrás. — Ela balança a cabeça, pressionando os peitos dela com mais força
contra o meu peito. — Se nós gastarmos todo o nosso tempo indo para trás,
perderemos o fato de que, pela primeira vez em muito tempo, nós dois estamos
avançando e fazendo isso juntos.
— Sim. — Apoio a minha testa na dela.
— Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes.
— Eu também, bonita, — concordo, recostando-se para colocar um beijo na
testa, nariz e depois a boca. Recordo-lhe, — Você precisa se preparar para o trabalho.
— Você está bem? — Ela pergunta, ignorando o lembrete.
— Sim, baby. — Ela observa o meu rosto por um longo tempo antes de
sussurrar.
— Bom. — Inclinando-se, ela beija minha mandíbula, em seguida, se afasta e
vai para o armário. Indo para o quarto, eu puxo minha calça jeans e camisa, e volto
para a cozinha para preparar uma xícara de café. Eu a levo para ela, pego o meu
celular e ligo para Jax, deixando-o saber que Lane entrou em contato antes de voltar
para a cozinha para pegar minha própria xícara de café, e esperar que June termine
de se arrumar para que eu possa levá-la para o trabalho.

***

94
— Você acha que a pessoa que invadiu a minha casa vai voltar? — June
pergunta, e olho para ela antes de virar quando o farol fica verde.
— Acho que não baby, — digo suavemente, apertando sua mão.
Passei a noite de seu arrombamento sondando e conversando com qualquer
um que eu poderia encontrar. Ninguém sabia de nada. Ninguém viu nada. Ninguém
ouviu nada. Era um beco sem saída depois de outro beco sem saída. Tal como está,
estamos nos movendo cegamente. Nenhum de nós sabe por que alguém apareceria
com uma máscara na casa dela, a visse vulnerável, nua em uma banheira, e não
fizesse um movimento, e se estivessem lá apenas para roubar, poderiam ter levado
muito mais. Não fazia sentido... ainda não faz sentido.
— Foi tão estranho, — ela sussurra depois de um momento, e dou outro aperto
em sua mão, parando na frente da escola.
Colocando The Beast no estacionamento, eu inclino e envolvo minha mão em
seu pescoço, puxando-a para perto de mim. — Não pense nisso, ok? — Seus olhos me
estudam por um minuto, e então ela balança a cabeça, olhando por cima do ombro.
Correndo os dedos pelos cabelos dela, eu a puxo ainda mais perto e seu olhar volta
para o meu. — Eu estarei aqui as quatro para buscá-la.
— Ok, — ela concorda, e mordo seu lábio inferior.
— Hoje à noite, vamos sair para jantar.
— Ok, — ela repete, desta vez sorrindo.
— Vejo-a às quatro, baby. — Eu me inclino, beijando-a suavemente, em
seguida, solto o cinto e a deixo ir. Estendendo a mão para a maçaneta da porta atrás
dela, ela se atrapalha, e volta para mim, deslizando as mãos pelo meu cabelo. Seus
lábios encontram aos meus e a deixo levar por um segundo antes de assumir o beijo
e fazê-lo com a língua. Quando me afasto, eu vejo seus olhos se abrirem e ela sorrir.
— Tenha um bom dia no trabalho.
— Você também. — Sorrio de volta, e a vejo alcançar a maçaneta novamente.
Leva um par de tentativas, mas ela finalmente consegue abrir a porta e sai; eu espero
até que ela esteja no prédio para decolar e ir para o escritório.

***

95
— Você ainda está vivo, — Sage afirma quando atravesso a porta do escritório.
Ignorando-o, eu olho para Jax e pergunto, — Você ligou para seu tio e falou
sobre a carta?
— Liguei após desligar o telefone com você. Ele enviará uma mensagem para
o advogado de Lane, — ele informa, derramando um pouco de café em um copo e
agitando, e em seguida, ele olha para Sage e eu. — Estou pensando em contratar
alguém para comandar o escritório. Não tenho tempo para retornar ligações e executar
verificações. Vocês estão bem com isso?
— Já era hora, — murmura Sage, sentando em uma das cadeiras. — Você tem
alguém em mente?
— Ainda não, e não mencione para a minha mãe. A última coisa que
precisamos é ela vir aqui e assumir.
— Eu amo a tia Lilly.
— Você quer a minha mãe em seu negócio o tempo todo? — Ele pergunta a
Sage, que olha para mim e sorri.
Ele murmura, — Ela garantirá que sempre tenha café, e não tenho dúvida de
que fará cookies para nós.
— Minha mãe está fora. Vou falar por aí e ver se consigo encontrar alguém.
— Tanto faz, — Sage resmunga, inclinando-se para trás. — O que está na
agenda para hoje?
— Preciso da papelada da compra da casa de June, — eu digo, indo até a
geladeira e pegando um shake pré-feito.
— Por quê? — Sage pergunta, e olho entre ele e Jax.
— Quero saber de quem ela comprou a casa. A situação não está certa para
mim. Quero saber se o intruso não procurava por alguém quando se deparou com
June e ficou surpreendido, e foi embora.
— Você já teve a oportunidade de falar com Brew? — Jax pergunta, e fecho a
geladeira, movendo o meu olhar para ele.
— Essa é a minha próxima parada.
— Poderia ainda ser Lane, tentando assustá-la, — Jax diz, me estudando.

96
— Não, ele não faria isso. Ele não fará nada para arriscar não tê-la de volta em
sua vida. Eu li a carta que ele escreveu para ela, e ele acredita que está fazendo o que
pode para protegê-la. Ele disse que terminou com ela para que ela não fosse arrastada
para a confusão dele, e, tanto quanto essa merda me irrita, eu acredito nele.
— June sabe que você leu a carta? — Sage pergunta, e tiro meus olhos de Jax
e olho para ele.
— O que você acha?
— Não sei. Você parece guardar um monte de merda para si mesmo.
— Sage — Jax resmunga, e Sage tira o seu olhar de mim para se concentrar
em seu primo.
— Você sabe tão bem quanto eu que ele... — ele empurra o queixo em minha
direção, — não foi honesto. Quem pode dizer que não foi ele quem enviou alguém para
June a fim de fazer um jogo para trazê-la de volta?
— Sério? — Pergunto.
— Apenas dizendo. É a jogada perfeita, porra. Semanas atrás ela não queria
ter nada a ver com você, e agora, de repente, você está dormindo na cama dela,
comprando um cachorro, e se domesticando.
— Foda-se.
— Não, cara, foda-se você, — diz ele, levantando de sua cadeira, e Jax se coloca
entre nós enquanto eu avanço.
— Acalmem-se, — ordena Jax, olhando entre nós dois.
— Nós conhecemos Evan há mais de um ano, e ainda não sei nada sobre ele,
— Sage rosna, e movo em direção a ele, parando quando a mão de Jax bate no meu
peito.
— Você está certo. Você não me conhece, — digo em voz baixa. — Você não
sabe o que diabos eu vi ou fiz. Você não tem nenhum indício de merda nenhuma. —
Inclino para frente. — E não preciso provar nada para você. — Eu me viro e saio do
escritório, batendo a porta atrás de mim quando saio.
Entrando em minha caminhonete, eu vou para o quarteirão de June. Vendo a
moto de Brew na garagem, eu desligo The Beast, saio, e vou ao seu quintal para

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perguntar sobre o proprietário anterior da casa de June, quando o que eu realmente
quero fazer é trocar minha caminhonete pela moto e andar por aí.

98
Capítulo 08
June

Olhando para a porta do quarto, eu puxo as minhas pernas debaixo de mim


para me sentar estilo indiano e agarro a minha loção da mesa de lado. Quando
espremo um pouco em minhas mãos e esfrego-as juntas, eu deixo minha mente fugir
comigo enquanto espero Evan entrar na sala. Algo está errado. Não sei o que é, e não
sei o que fazer sobre isso, mas no segundo que Evan me pegou do trabalho, eu senti.
Eu sabia, sem ele dizer nada, apenas pelo olhar em seu rosto, que algo aconteceu.
Quando perguntei se ele estava bem, ele apenas disse, — Sim, — e ligou sua
caminhonete, me levando para casa. Imaginei que poderia falar sobre o que o
incomodava quando fôssemos jantar, mas quando voltamos para minha casa, ele
disse que Wes e July vinham me fazer companhia enquanto ele ia cuidar de negócios.
Quando disse isso, eu perguntei sobre o jantar, e ele me disse que teríamos que
remarcar.
Não demorou muito para July e Wes aparecerem, e no segundo que chegaram,
Evan decolou, dando-me um beijo rápido antes de sair. Não gosto disso. Desde que
ele empurrou o seu caminho de volta para a minha vida, ele tem estado apenas nisso,
na minha vida e no meu espaço, mas eu podia sentir a distância que ele colocava
entre nós como uma coisa física.

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Minha irmã notou, mas não comentou. Wes percebeu também, e também,
felizmente, manteve sua boca fechada, mas eu poderia dizer que queriam perguntar.
Agora, sentada na minha cama, eu sinto meu coração começar a bater no meu peito
e náuseas encherem o meu estômago. Nunca imaginei que Evan e eu estaríamos
juntos novamente, mas desde o momento em que ele voltou, meus sentimentos por
ele voltaram com força, ou talvez eles nunca foram embora, para começar.
Sentindo a mudança na cama e Ninja acariciar minha mão, olhando para onde
ele está deitado perto do meu quadril, eu corro meus dedos pelo seu pelo macio e
suspiro. Eu não queria um cachorro, mas não posso mentir e dizer que não gosto de
ter um. Ninja está preso a mim como cola desde que eu cheguei em casa, e sua
presença constante me fez não sentir tão sozinha. Olhando de Ninja para a porta, eu
vejo as luzes na sala se acenderem, e ouço passos suaves vindo em direção ao quarto.
Sentindo-me preparar para o que está por vir, eu me sento um pouco mais reta.
— Hey, — sussurro e relaxo minuciosamente, estudando Evan quando ele vem
para ficar na porta.
— Hey, — ele sussurra de volta, então se move para mim e para a extremidade
da cama enquanto deixa cair os olhos para meu quadril. — Ninja, fora, — ele ordena,
e Ninja solta um huff de raiva, mas pula da cama, parando para obter um carinho
dele antes de sair do quarto.
— Hum... — faço uma pausa, olhando-o colocar sua arma no criado-mudo, e
depois tirar a camisa e jogar na cadeira no canto da sala. Eu o vejo remover o cinto e
desabotoar os quatro botões da calça jeans, expondo um par de boxers pretas
apertadas que se parecem realmente boas nele.
— Evan, — digo calmamente, observando seus jeans voarem por todo o quarto
e cair na cadeira.
— Cansado pra caralho, — ele murmura, caindo na cama, esticando e
apagando a luz.
— Hum... — repito, piscando na escuridão.
— Durma, June.

100
Ok, pode-se dizer que Evan e eu tivemos nossa parcela de discussões quando
começamos. Algumas foram quentes, outras estávamos apenas brigando, mas nunca
fui dormir sem descobrir a merda.
Nem uma única vez.
— O que está acontecendo? — Pergunto, ainda sentada na cama.
— Cansado, — ele murmura, e com as suas palavras, sinto o meu início de
medo se transformar em raiva.
Acendendo a luz do meu lado, eu vejo seus olhos virem para mim, e então eu
monto em sua cintura e inclino meu rosto para o seu. — O que diabos está
acontecendo?
— Nada, vá dormir, — diz ele, enquanto suas mãos envolvem minha cintura.
— Vá dormir? — Repito, estudando-o, e seus olhos estão apertados, assim
como seus dentes estão cerrados.
— Baby, estamos acordados desde as seis. É depois da meia-noite. Estou
cansado pra caralho.
— Talvez você precise sair da cama e ir dormir sozinho, — sugiro isso de uma
maneira que não soe como uma mera sugestão, absolutamente.
— Não comece a sua merda, — ele rosna, sentando-se e levando-me com ele
quando vira e me coloca na cama ao seu lado.
Levantando de joelhos na cama, eu empurro contra seu peito e grito, — Você
não comece a sua merda. Esta manhã você estava em cima de mim. Então, você
cancela o jantar e volta para casa esta noite mal olhando para mim? — Eu inclino
para frente. — Não preciso desse tipo de dor de cabeça na minha vida. Não preciso de
jogos e idas e vindas.
— Tive um dia de merda, porra, — ele ruge, e balanço minha cabeça. Não me
importo, nem mesmo um pouco.
— Você me deixou! Você se casou comigo, me prometeu que nossas vidas
seriam interligadas até o fim dos tempos, e então você me deixou, porra. Então, me
desculpe, mas não dou a mínima se você teve um dia ruim. Não me importo, nem
mesmo um único segundo, porque estou aqui. Estupidamente, eu estou aqui, então
se você teve um dia de merda, nós falamos sobre isso. Você não se cala! — Eu grito.

101
— Baby, — ele diz suavemente, e vejo seu rosto amolecer e suas mãos virem
em minha direção.
— Você não fará isso comigo de novo, — sussurro. — Você não vai voltar, me
fazer apaixonar por você novamente, e então decidir que porque você está tendo um
dia ruim, você não pode lidar com estar comigo.
— June. — Ele tenta me alcançar novamente, mas saio do seu alcance.
— Eu odiei você, — sussurro, lutando para sair da cama. — Ou pelo menos eu
fui capaz de me fazer acreditar que eu odiei o suficiente para ser capaz de seguir em
frente. Não farei isso de novo, Evan, e não vou perdê-lo novamente. Não com você bem
na minha frente, — eu choramingo, lutando contra as lágrimas.
— Meu irmão arrombou sua casa, — diz ele, e meus pulmões congelam, os
meus lábios abrem, e meu coração tomba dentro do meu peito.
— O quê? — Sussurro depois de um momento.
— Porra. — Ele rosna, passando as mãos pelo rosto. — Da última vez que
conversamos, ele estava tentando fazer a sua merda direito. Eu disse que ele poderia
vir para o Tennessee, mas que precisava estar pronto para seguir em frente, de modo
que significava que ele ficaria limpo, encontraria um emprego de verdade e
reorganizaria sua merda.
— Ev, — sussurro, dando um passo em direção a ele, em seguida, faço uma
pausa quando seus olhos travam nos meus. — Hoje, ele apareceu no composto,
dizendo que estava pronto para começar de novo e trabalhar sua merda.
— Querido. — Eu me aproximo.
— Dez minutos após deixá-lo no meu quarto para se instalar, recebo um
telefonema de um dos policiais locais me informando que sua merda apareceu em
uma das lojas de penhores na cidade. Fui verificar e assistir as fitas. E eis que a porra
do meu irmão estava na fita, vendendo sua merda.
— Oh, não, — sussurro, caindo de volta para sentar ao lado da cama.
— Toda a merda do dia, eu vivi com o conhecimento de que, por minha causa,
você foi violada novamente.
— Isso não é culpa sua.

102
— Ele me seguiu até a sua casa! — Ele ruge, passando a mão pelo cabelo. —
Meu irmão, porra, invadiu a sua casa e te assustou.
— Eu estou bem, e são apenas coisas. Não é grande coisa, — digo em voz baixa,
ficando em pé e me aproximando dele, mas paro quando seus olhos escurecem.
— Não é grande coisa, — ele repete em um tom que nunca o ouvi falar antes,
e me faz pensar que eu deveria ter escolhido as minhas palavras com mais sabedoria.
— Você correu da sua casa em uma toalha, segurando um par de tesouras no
peito, com medo estampado em seu rosto, porra.
— Ok, isso foi ruim, mas eu estava bem, e o que aconteceu não é culpa sua.
Você não disse a ele para arrombar a minha casa, e você não o ajudou fazê-lo. —
Descanso minhas mãos contra o peito dele e pressiono para mais perto dele. — Pare
de se culpar. — Seus olhos se movem ao longo do meu rosto e os braços me
embrulham apertado, me segurando perto. — Você deveria ter falado comigo, — Eu o
repreendo suavemente.
— Não queria que isso a afetasse.
— Sim, bem, quando você age como um idiota, meio que tem um efeito sobre
mim, — aponto o óbvio, observando seus lábios se contorcerem, mas, em seguida,
todo o humor deixa seu rosto e ele fecha a distância escassa entre nós, até a sua
respiração se misturar com a minha.
— Você está se apaixonando por mim de novo? — Ele pergunta, e sinto meu
corpo tencionar.
— Evan. — Pressiono contra seu peito, não estando pronta para ir lá
novamente, nem mesmo perto.
— Está tudo bem, baby. Eu vou esperar, — ele diz calmamente, segurando-me
com mais firmeza.
— E... — Eu nem sequer falo o seu nome antes de sua boca estar na minha e
suas mãos na minha bunda, me levantando. Minhas pernas enrolam
automaticamente em seus quadris, logo a cama está debaixo de mim e seu corpo
cobrindo o meu. — Pensei que você estivesse cansado, — suspiro, enquanto suas
mãos se deslocam da minha bunda até as costas da minha camisola, tirando-a sobre
minha cabeça.

103
— Não mais, — ele murmura, logo antes de sua boca voltar para minha, sua
língua acariciando enquanto uma de suas mãos vagueia sobre o meu estômago e
desce entre as minhas pernas. O primeiro toque de seus dedos no meu clitóris tem a
minha boca saindo da dele, minhas costas arqueando, e minha cabeça pressionando
mais profundamente no colchão.
— Olhe para mim, bonita.
Abaixando meu queixo em direção ao meu peito, nossos olhos se encontram e
o vejo beijar ao longo do meu corpo. Seus ombros largos empurram minhas coxas, e
depois sua boca está a uma lufada da minha buceta. Levantando meus quadris em
direção a ele, eu o vejo sorrir e abaixar o rosto, enterrando sua língua dentro de mim.
Perco seus olhos quando os meus se fecham e um gemido sobe pela minha garganta.
— É por isso que você não usa calcinha na cama, June? — Pergunta ele contra
mim. — Você quer a minha boca entre suas pernas? Você quer que eu coma você,
baby?
Pressionando a minha buceta mais perto de sua boca, eu o ouço rir antes de
atacar o meu clitóris, e movo minhas mãos dos lençóis para o seu cabelo, e minhas
pernas tentam se fechar.
— Olhe para mim, — ele ordena, e gemo em decepção com a perda de sua doce
tortura. — Olhos.
Meus olhos se abrem e minha cabeça levanta quando dois dedos grossos
mergulham em mim e curvam-se, batendo o meu ponto G. Gemendo, eu me levanto
até os cotovelos e assisto a boca dele voltar a trabalhar.
— Estou tão perto, — sussurro. Minhas pernas começam a tremer e meus
olhos começam a se fechar. Sua mão livre desliza para cima da minha coxa, sobre a
minha barriga, e depois o polegar e o dedo médio puxam forte o meu mamilo. Apenas
isso, e estou acabada. O orgasmo que se construía, explode, correndo através do meu
sangue como fogo, queimando cada parte de mim de dentro para fora. Caindo de
costas, seguro os lençóis e tento recuperar o fôlego conforme meu corpo retorna para
ele mesmo.

104
— Você tem um gosto bom, — ele rosna, enquanto meus olhos se abrem e os
dedos de sua mão direita envolvem minha panturrilha, curvando-a na cintura dele.
— Tão bom pra caralho.
Seus dedos, molhados com a minha essência, passam em meus lábios.
Sua boca vem sobre a minha.
Sua língua desliza entre meus lábios, seu gosto misturado com o meu correndo
sobre as minhas papilas gustativas, quando ele empurra dentro de mim.
Afastando minha boca da dele, meus dedos apertam os músculos de seus
bíceps e suspiro com a sensação de estar cheia dele, estendida por ele, e rodeada por
ele em todos os sentidos.
Pegando minhas mãos de seus bíceps, ele entrelaça nossos dedos, colocando-
os em cima da minha cabeça conforme suas estocadas diminuem. Seu rosto se move
para o meu pescoço, onde sussurra baixinho, — Eu sempre vou te amar o suficiente
para nós dois. Sempre. — A sinceridade em seu tom faz lágrimas inesperadas subirem
para a minha garganta e, fazendo a única coisa que posso fazer, eu aperto minhas
pernas em torno de seus quadris, segurando suas mãos mais firmemente em minhas
mãos, e viro a cabeça em direção a ele, abrindo minha boca quando a dele cobre a
minha. Eu posso ter muito medo de dizer a ele como me sinto em voz alta, mas meu
corpo é dele, assim como o meu coração. Sua boca deixa a minha quando ele rola em
suas costas. — Monte-me, baby.
Vacilando com a nossa nova posição, eu mordo meu lábio e movo minhas mãos
para descansar contra seu peito.
— Ev, — suspiro, levantando levemente.
— Porra, baby. — Seus quadris empurram nos meus, me fazendo arfar
novamente. Nesta posição, ele está tão profundo que posso senti-lo contra o meu colo.
Inclinando para trás, eu rolo meus quadris, ofegando quando as mãos dele se movem,
uma segurando meu peito, e a outra entre as minhas pernas, onde seu polegar circula
meu clitóris. Minha cabeça cai para trás, meus olhos se fecham, e minhas mãos se
estendem atrás de mim para segurar suas coxas.

105
— Jesus, — ele geme, rolando o polegar mais rápido. — Olhe para mim. —
Minha cabeça tomba para frente, e abro meus olhos para encontrar os dele. — Você
está linda montando meu pau, baby.
Gemendo, luto para manter seu olhar, mas sinto a construção e sei que será
enorme. — Goze para mim, June. Goze no meu pau.
Choramingando, — Ev, — meus olhos se fecham e meu corpo cai para frente.
As mãos dele se movem para segurar meus quadris e seus quadris empurram
fortemente em mim, fazendo meu orgasmo assumir vida própria. Deitada de costas,
seus quadris nos meus, forte e rápido. Eu grito e perco o fôlego. Minha cabeça levanta
e me agarro ao seu peito com meus dentes. Seu rugido enche a sala quando seus
impulsos diminuem para um deslize, um... dois... três... quatro... cinco vezes, em
seguida, ele enfia-se profundamente dentro de mim. Minha boca libera sua carne e
exausta caio novamente na cama, sem fôlego, e completamente satisfeita.
— Porra, mas eu poderia viver seriamente em sua boceta, baby, — ele rosna,
aprofundando mais seus quadris nos meus.
— Amo seu pênis, — murmuro, e o sinto tremer. Meus olhos lutam para abrir,
e quando o fazem, eu vejo que ele luta com o riso. — Qual é a graça? — Pergunto com
uma careta. Sua cabeça balança e abaixa o rosto, então ele pode dar um beijo rápido
nos meus lábios.
— Você ama meu pênis? — Ele pergunta, e torço o nariz, porque posso ver que
ele está tentando não rir. — Ninguém fala pênis, baby.
— Hum, isso é o que é, — digo a ele, empurrando o peito dele, o que ele ignora
quando levanta nos cotovelos e afasta meu cabelo da minha testa.
— Pau. Você ama meu pau. — Ele sorri.
— Que seja, — murmuro, revirando os olhos e empurrando o peito dele sem
sucesso.
— Somente os médicos chamam de pênis.
— Tudo bem, eu amo o seu pau.
Seu sorriso se transforma em um presunçoso. Ele tira seu pau de mim, só
para empurrar para dentro novamente. — Porra, sim, você ama. Você está
encharcada.

106
— Você é tão cheio de si, — murmuro.
— Errado, você é tão cheia de mim. — Ele empurra seus quadris mais para
dentro de mim enquanto passa seu nariz ao longo do meu.
— Isto é quando eu parei de falar com você, — resmungo, e a cama e eu
trememos quando ele enterra seu rosto no meu pescoço e ri. Sentindo-o rindo
enquanto ainda está dentro de mim é algo que nunca senti, mas algo que amo
imediatamente. — É tarde, — o lembro, e ele levanta o rosto para pairar sobre o meu.
— Eu te amo, — ele diz suavemente, correndo os dedos ao longo do meu couro
cabeludo. — Nunca vou parar de amar você, baby.
— Ev, — suspiro, sentindo lágrimas queimarem minha garganta.
— Eu esperarei até você encontrar isso novamente. Esperaria para sempre por
você. — Ele se inclina, cobrindo minha boca com a dele antes que eu possa responder.
Quando sua boca deixa a minha, ele sai de mim lentamente, e rola, levando-me com
ele. Ele nos ajusta na cama, com o meu rosto em seu peito e seus braços apertados
ao meu redor. Fechando os olhos, eu me pergunto por que o irmão dele fez o que fez,
e depois me pergunto onde ele está agora.
— Ev, — chamo tranquilamente, quando ele estica para apagar a luz.
— Yeah, baby?
— É... — Faço uma pausa, não querendo irritá-lo novamente depois de sua
reação anterior.
— O que é? — Ele pergunta em um aperto, rolando para ficar de costas para
mim.
— Seu irmão está bem?
— Ele está sentado na prisão, — diz ele, não parecendo chateado com isso. Na
verdade, não há emoção em seu tom.
— Sinto muito, — sussurro, me pressionando mais perto dele.
Seu corpo se vira para o meu e seus braços me apertam o suficiente para que
o ar deixe os meus pulmões. — Não... — ele rosna, chegando perto o suficiente para
eu sentir sua respiração contra a minha pele, — se sinta mal por ele. — Ok,
definitivamente havia emoção lá. Seus braços me soltam, mas seu rosto fica perto
quando continua, — Ele fodeu tudo. Esta não é a primeira vez que ele fodeu também.

107
Ele e eu terminamos. Ele voltará para a prisão, onde provavelmente passará mais
alguns anos. Ele teve a oportunidade de juntar a sua merda, mas continua
desperdiçando essa merda.
— Mas ele é seu irmão, — digo suavemente. Minhas irmãs e eu somos
próximas. O resto da minha família e eu somos próximos demais, e não consigo
imaginar cortar qualquer um deles para fora.
Silenciosamente, seus dedos deslocam pelo meu cabelo, e correm pelas minhas
costas. — Minha família não é como a sua família, baby, e meu irmão e eu não temos
um relacionamento como você e suas irmãs têm. Eu tentei com ele, tentei
repetidamente ao longo dos anos. Sabia que ele estava fodido por como nós crescemos,
compreendi as razões pelas quais ele fez a merda que fez antes, mas ele não é mais
uma criança, e não inventarei desculpas para ele. Não permitirei que você se sinta
mal por ele.
— Talvez...
— Quero que você ouça, — ele me corta antes que eu possa sugerir que talvez
seu irmão precise de ajuda, ajuda de verdade, e não as do tipo que a prisão oferece.
— Quero que você me ouça quando digo isso. Soará frio, mas esta é a verdade. Ele
nunca mudará. Ele usará nossa infância como desculpa para o seu comportamento
fodido para o resto da vida, e essa merda é por conta dele.
— Mas...
Seu polegar pressiona sobre meus lábios e seu rosto abaixa ainda mais perto
do meu. — Não faça isso. Eu te amo, baby, e sei que você sabe. Sei que você vê a sua
família e a forma como eles são, e acha que é a maneira que é para todos, mas não é.
Algumas pessoas tem o mesmo sangue correndo em suas veias, mas esse sangue não
significa nada no final do dia. Quando merda aconteceu com você, nenhuma vez
pensei em ligar para o meu sangue. Liguei para os meus irmãos. E na hora que eu fiz,
eles vieram. Isso é lealdade. Isso é amor e respeito. Isso é um vínculo mais forte do
que o sangue. Você me entende? — Ele pergunta, e aceno no escuro. — Bom. — Ele
remove o polegar.
— Como você encontrou Wes e os caras? — Pergunto, referindo-me ao marido
da minha irmã, July, que também é o presidente do clube The Broken Eagles MC. Os

108
homens que Evan, obviamente, considera seus irmãos. July me explicou que Wes e
seus rapazes estavam no exército juntos. Eles pilotam nos fins de semana, trabalham
em suas próprias motos e carros, e fazem o mesmo para os amigos. Wes veio aqui
para visitar sua mãe, que vive em Nashville, deu uma olhada no belo estado de
Tennessee, e decidiu que desde que estavam todos livres do serviço militar, eles se
mudariam para cá para começar o seu próprio negócio de reparação de moto e carro.
— Logo que voltei aos EUA e fui dispensado, procurei um amigo meu, Colton.
Ele estava em nossa unidade, mas foi enviado de volta aos EUA para uma cirurgia
após ser baleado no peito e nas costas duas semanas antes de perdemos nossa
unidade. Colton estava em Nova York, em um centro de reabilitação, mas me colocou
em contato com o pai. A família dele é dona de um bar de motoqueiros perto de
Chattanooga. Eu não sabia o que ia fazer. Só sabia que o que eu fizesse, eu precisava
estar longe do Alabama, minha mãe e meu pai, — ele diz, segurando-me um pouco
mais perto. — Também não queria correr o risco de vê-la.
Isso doeu. Eu entendi o porquê, mas ainda doía. Ainda me lembro da dor que
senti quando descobri que ele estava no Alabama e não veio para mim. Lembro-me
com tanta precisão que parece que foi ontem.
— Estamos avançando, baby, — ele sussurra, e aperto meus olhos fechados e
aceno. — Eu trabalhava no bar há uma semana quando Harlen entrou. Conversamos
o tempo todo que ele esteve lá. Antes de sair, ele me deu o seu número, e conversamos
um pouco mais. Durante uma de nossas ligações, ele explicou que fazia parte de um
MC, e que a maioria dos membros eram Veteranos. Ele me convidou para sair um fim
de semana e aceitei a oferta. Não demorou muito tempo para Wes me apresentar a
Jax.
— Estou feliz por você tê-los, — digo suavemente. Fico feliz que depois de sua
infância bagunçada e o que aconteceu com ele quando estava no Afeganistão, ele
encontrou caras que considera irmãos, pessoas para depender e se apoiar.
— Eu também, baby.
— E Colton, ele está bem agora? — Pergunto, querendo saber se seu amigo
percebe que sua vida também foi poupada por causa do que aconteceu com ele.

109
— Ele está agora, mas não estava antes. Ele pode ter saído, mas também
perdeu homens que considerava como irmãos. Precisou aprender a andar de novo,
passou um ano em reabilitação. Sua noiva de longa data terminou com ele enquanto
ele passava por essa merda, então ele não estava bem, mas voltou para casa, está se
estabelecendo e trabalhando no bar de seu pai. A última vez que nos falamos, ele
parecia feliz.
— A noiva de longa data terminou com ele enquanto ele aprendia a andar de
novo? — Eu exalo, nem mesmo começando a compreender isso.
— Ela é uma puta e provou essa merda. Não sei os detalhes. Não falamos sobre
ela. Só sei que ele terminou com ela de uma forma que nunca haverá qualquer volta
dessa merda. Não posso dizer que o culpo. Ela deveria ter ficado por seu homem ou
esperado até que ele estivesse de pé, literalmente, antes de deixar cair esse tipo de
bomba sobre ele. Eles não estavam apenas namorando, estavam noivos e falando
sobre começar uma família. Essa merda comprova o tipo de mulher que ela é.
— Uau, que cadela, — murmuro, e seus braços me apertam.
— Sim.
— Bom para ele ter terminado com ela, no entanto.
— Sim, baby, bom para ele. Ele é um cara bom, tem uma família sólida, então
eu acho que ele ficará bem.
— Bom, — sussurro.
— Você vai encontrá-lo. Nós vamos tirar um dia e viajar para vê-lo e seus pais
um dia.
— Em sua moto? — Pergunto, esperançosa.
— Você quer ir na minha moto? — Ele pergunta, e coloco minha mão em seu
peito, colocando meu corpo sobre o dele.
— Você se lembra de quando pilotou ao redor do meu quarteirão em sua moto?
— Pergunto.
Sinto-o ficar tenso, mas ele ainda responde com um calmo, — Sim.
— Naquela noite, passei um tempão me masturbando. Estava tão excitada que
não poderia nem mesmo começar a descrever a dor... — antes que eu pudesse falar
mais, ele me deita de costas e cobre minha boca com a dele, e então faz mais coisas

110
para mim. Coisas que acabam comigo gritando o nome dele, e ele gemendo o meu na
minha garganta, provando que realidade dele é muito melhor do que a fantasia.

***

Acordando, eu sinto o calor nas minhas costas, joelhos dobrados em direção


ao meu, e uma mão, que eu sei que é de Evan, aninhada perto do meu peito. É sábado,
e tudo que quero fazer é dormir, mas sei que preciso levantar para deixar Ninja sair e
alimentá-lo, então eu desato cuidadosamente os dedos de Evan e fujo da cama. Uma
vez que estou livre, vou ao banheiro e cuido dos meus negócios, escovo os dentes e
pego um suéter no meu closet, juntamente com um moletom cortado, vestindo ambos
antes de sair do banheiro.
Tomo um segundo para apreciar Evan na minha cama – o lençol até a cintura,
seus braços fortes e peito largo em exposição, juntamente com suas tatuagens.
Lutando contra o desejo de voltar para a cama e enrolar meu corpo contra o dele,
deixo o quarto, fechando a porta suavemente atrás de mim. — Ei, Pup-Pup, —
sussurro quando Ninja olha para mim de sua posição no sofá e boceja. — Vamos lá
fora. — Passo pelo sofá e abro as portas de vidro.
Seus olhos permanecem em mim quando solta um huff irritado, o que eu tenho
certeza que quer dizer, é muito cedo para se levantar. Seu corpo se estende para fora,
primeiramente batendo suas patas dianteiras no chão, antes de sair lentamente do
sofá, como se tivesse todo o tempo do mundo. Rindo dele, dou-lhe um abraço quando
ele me alcança e deixo a porta aberta para ele voltar, depois eu vou para a cozinha
fazer um pouco de café.
Sentada no deck dos fundos em uma cadeira dobrável, com os pés apoiados
na grade de madeira e uma xicara de café em minhas mãos, eu olho por cima do
ombro quando a porta se abre, e assisto Evan sair vestindo nada além de um par de
shorts soltos e segurando uma xícara de café.
— Hey, — ele cumprimenta, seu cabelo despenteado e o rosto ainda marcado
do sono.

111
— Hey. — Meus olhos passam pelo peito e abdômen, observando tudo, e há
muito mais do que costumava ter – tudo seriamente quente.
Vindo em minha direção, ele se inclina, tocando sua boca na minha, dizendo
suavemente contra os meus lábios, — Não gosto de acordar sem você.
— Eu queria deixá-lo dormir, — respondo suavemente, e depois rio quando
Ninja cutuca entre nós e se inclina contra Evan, então ele é forçado a se afastar de
mim.
— Vejo que nós vamos ter problemas. — Ele ri, passando as mãos sobre a
cabeça de Ninja.
— Ele é meu Pup-Pup. — Sorrio, esfregando o focinho de Ninja, e ele
instantaneamente se esquece de Evan e se aproxima de mim.
— Pup-Pup? — Pergunta Evan.
Olho para Ninja, sorrio, e falo, — Sim.
Seus olhos caem para minha boca, e balançando a cabeça murmura para
Ninja, — Vá buscar sua bola. — Ele coloca sua xicara de café na borda do deck e
agarra uma das cadeiras que estão dobradas na lateral da casa, ele a desdobra ao
lado da minha e encaixa seu grande corpo nela, fazendo o metal barato gemer e ranger
sob seu peso.
— Não tenho certeza se minhas cadeiras são construídas para você, — digo
quando ele se inclina para pegar o café, fazendo a cadeira gemer novamente.
— Vamos levar a minha caminhonete hoje, comprar algumas cadeiras que não
vão ceder, e pegar minhas coisas no composto, — diz quase para si mesmo, pegando
a bola de Ninja quando ele a traz.
— Vamos? — Pergunto, e seus olhos se movem para mim e examinam o meu
rosto, e então ele transfere o café para a outra mão e me puxa por trás do meu pescoço,
me puxando para mais perto, até que estamos compartilhando o mesmo fôlego.
— Estamos avançando, e faremos isso juntos. Sei que você ainda tem dúvidas
sobre nós, mas eu não. Nós vamos trabalhar através da sua merda e nos estabelecer,
baby.
— Minha merda? — Sussurro, e seus olhos fazem uma varredura do meu rosto
novamente.

112
— Você quer que eu vá embora? — Ele pergunta, e sinto meu coração se alojar
na minha garganta com a ideia de ele ir. Seus olhos se prendem nos meus, e a sua
voz cai à medida que seus dedos flexionam contra a minha pele. — Tenho amor
suficiente para ambos. Não importa se você me ame de volta. Não te darei espaço ou
um quarto. Você é minha, June. Você é por muito tempo e eu quero o que poderia ter
sido começando agora.
— Você... — faço uma pausa, lambendo meus lábios, e seus olhos caem para
a minha boca. — Você acha que devemos desacelerar um pouco?
— O que mudará se formos mais devagar? — Ele pergunta, o que é uma boa
pergunta, e é uma boa pergunta que me irrita, desde que eu sei, pela determinação
em seus olhos, que nada mudará. Além disso, desde que ele voltou, não posso
imaginar qualquer outra maneira.
— Meu pai vai me matar, — murmuro. Ele sorri e se inclina para mais perto,
roçando seus lábios contra os meus, e depois se inclina para trás para tomar um gole
de café.
— Ele vai se ajustar, — diz ele, puxando a bola da boca de Ninja e jogando-a
novamente. — Inferno, ele não gosta de mim de qualquer maneira, então foda-se.
— Ele gosta de você, — digo a ele, ou pelo menos ele gostava dele. Agora, não
tenho tanta certeza, mas vendo como ele está vivo, tenho certeza que significa que
papai não o odeia exatamente.
— Baby, — ele murmura, parecendo se divertir. — Ele me disse que se eu
fodesse novamente, ele iria cortar meu pau e me alimentar com ele.
— Oh. — Eu tremo, e o ouço rir. Tomando um gole de café, gostaria de saber
quanto tempo vai demorar para o meu pai se meter.
— Ele vai, — garante, lendo minha mente.
— Minha família é um pouco superprotetora. — Eu suspiro.
— Entendi. Eu serei igual quando tivermos meninas.
— Ev, — sussurro, segurando meu copo com mais força. Quando Evan e eu
estávamos juntos, falamos sobre começar uma família mais cedo, ou mais tarde. Eu
queria ser uma mãe ainda jovem, e queria pelo menos três crianças, se não mais.
Evan queria o mesmo que eu.

113
— Estamos atrasados, baby, mas já procurei sua merda e não pude encontrar
qualquer anticoncepcional. Não utilizamos qualquer tipo de proteção na noite
passada. — Suas palavras atordoam-me, e não estou preparada quando sua mão me
puxa novamente, me puxando para perto mais uma vez. — Quando eu disse que
estamos avançando, eu quis dizer com tudo.
Minha respiração começa a ficar irregular e meu estômago revira em um nó.
Não sei o que estou sentindo, mas não é pânico ou medo; é algo diferente, algo
inesperado. Finalmente, coloco a palavra, — O quê, — para fora, mas isso é tudo o
que sou capaz de dizer antes dele me beijar novamente e se afastar, tomando outro
gole de café.
— Tudo dará certo, — ele diz casualmente, pegando a bola que Ninja derruba
ao seu lado, jogando-a para o quintal.
— Você é louco? — Pergunto quando encontro a minha voz.
— Fui louco por um tempo, baby. Eu também não conseguia respirar. Não
poderia nem mesmo tomar um fôlego, porra. Três dias atrás, eu finalmente respirei,
e, desde então, tenho conseguido respirar facilmente. Então, não, baby, não sou louco.
Ok. Posso sentir isso acontecendo. Eu sei que está vindo, então viro meu rosto
para longe do dele e inspiro profundamente para lutar contra as lágrimas, mas não
funciona. Eu soluço, e antes que eu tenha a chance de camuflar isso, minha xícara
de café é tirada da minha mão e Evan me pega, colocando-me em seu colo. Chorando
em seu pescoço, me agarro a ele mais apertado, e depois grito quando a cadeira cede
sob nós e ambos caímos no chão do deck.
— Você está bem? — Pergunta ele, me rolando de costas, longe da cadeira
quebrada.
— Estou bem. — Eu rio, e depois rio mais alto conforme empurro Ninja quando
ele lambe meu rosto. — Eu disse que minhas cadeiras não foram construídas para
você, — digo baixinho, quando seus olhos mudam e os quadris imprensam os meus.
— Você é tão bonita, baby, a mulher mais bonita que eu já vi, — ele sussurra,
pegando-me desprevenida. Suas mãos se movem e ficam em cada lado do meu rosto,
e seus polegares passam sobre minhas bochechas, onde as lágrimas caíram
momentos antes. — Mesmo chorando, você é linda pra caralho. — Seus lábios

114
escovam sobre o meu, e então eu me afasto e cubro o meu rosto quando Ninja lambe
entre nossos rostos.
— Acho que nós precisamos nos levantar. — Eu rio.
— Vamos. Temos um dia agitado na nossa frente, e esse dia começa no
chuveiro. — Ele se levanta, me puxando junto com ele, e me leva para a casa
segurando minha mão, fechando a porta assim que Ninja entra.
— Eu vou tomar banho sozinha. Não quero molhar o meu cabelo, — digo a ele,
e seus dedos entre os meus flexionam quando seus olhos se movem do meu cabelo
para o meu corpo.
— Desculpe, baby, mas mais do que apenas seu cabelo ficará molhado.
— Evan, falo sério, — eu xingo, tentando fazê-lo soltar a minha mão.
— Eu também, baby, — ele murmura, me arrastando atrás dele pelo corredor,
no quarto, e direto para o banheiro.
Por mais que me irrita admitir isso, tendo que secar meu cabelo após o nosso
banho, totalmente valeu a pena.

115
Capítulo 09
June

Entrando no bar, minha mão segurando firmemente a de Evan, eu espero que


meus olhos se ajustem à luz fraca. Evan manteve sua palavra de sábado passado
sobre me levar para um passeio a fim de encontrar seu amigo Colton, em Chattanooga.
Bem, na verdade, ele me levou em um monte de passeios ao longo da última semana,
mas, honestamente, eu acho que é porque toda vez que ele me levava a um passeio
na parte traseira de sua moto, ele recebia um passeio de uma variedade diferente
quando chegávamos em casa.
Não ando de moto como a minha irmã July e não quero aprender, mas estar
confortável nas costas de Evan, a sensação de poder entre as minhas pernas, o vento
em meu cabelo, e o sol quente batendo em nós, é algo que eu vim a desejar.
Tanta coisa aconteceu nas últimas duas semanas. Evan se mudou naquele
primeiro sábado que tivemos juntos. Fomos ao composto e pegamos suas coisas, não
que ele tivesse um monte de qualquer coisa realmente. Tudo o que ele tinha era
algumas roupas, armas, as quais eu ignorei enquanto as embalava, e duas fotos que
não foram colocadas em moldura e estavam desgastadas nas bordas.
A primeira foto era dele e eu, a qual ele tirou com seu telefone celular um dia,
quando estávamos juntos em seu apartamento no Alabama. Estou sem camisa,
porque tínhamos feito sexo quente em sua cama. Meu corpo estava pressionado nas
suas costas, meu queixo em seu ombro. Eu sorria para a câmera, com as bochechas

116
coradas e lábios inchados. Ele me disse que eu estava linda e que ele precisava
capturar o momento. Então ele rolou para o lado dele para pegar o celular no criado-
mudo, e o segui, apertando-o. Esqueci esse momento até que vi a foto.
A outra era uma foto do dia em que nos casamos. Eu usava um vestido branco
de verão simples com um par de sandálias de tiras de cor taupe8 em meus pés, e ele
vestia um par de jeans escuro e uma camisa de botão azul escuro. Nós dois estávamos
de perfil, seu rosto se inclinando em direção ao meu, sua mão na minha cintura, a
minha em suas costas, com a nossa certidão de casamento na minha mão.
Quando vi aquelas fotos, eu chorei. Eu sabia que ele disse que sempre foi meu,
mas vendo as fotos, as bordas e dobras desgastadas no papel por serem manipuladas
muitas vezes, eu soube que ele sempre me manteve com ele. Após finalmente me
recompor, nós deixamos as coisas dele na minha casa, e fomos à loja de jardinagem
local comprar móveis para o deck, tudo em madeira escura com almofadas brilhantes,
juntamente com uma mesa simples, cadeiras e uma churrasqueira, porque
precisávamos de um grill – ou Evan precisava de um grill, uma vez que não tenho
qualquer sorte com churrasco. Toda vez que tentei no passado, a carne ficava assada
demais ou queimada, e completamente intragável.
Depois que chegamos em casa naquele dia, passamos um tempo juntos,
apenas nós dois, e fizemos o mesmo na última semana – sendo preguiçosos, sendo
um casal, e discutindo e brigando sobre o que assistir ou o que fazer para o jantar,
mas fizemos tudo juntos. As coisas entre nós têm se encaixado no lugar novamente,
e tudo sobre isso se sente bem. Não... é uma sensação incrível, ao passo que continua
sendo um pouco assustador.
Sentindo a mão de Evan apertar a minha, eu saio dos meus pensamentos e
inclino a cabeça em direção a ele. Seus olhos procuram meu rosto por um momento,
e sei o que ele vê lá quando sorri e inclina o rosto mais perto do meu, sussurrando,
— Nós vamos conseguir um quarto para passar a noite e ir para casa amanhã à tarde.
Tremendo com isso, eu lambo meu lábio inferior e sussurro de volta, — Parece
bom para mim.

8 Tom entre cinza e marrom

117
Seu rosto abaixa para que ele possa me beijar, e quando se afasta, viro minha
cabeça quando uma voz profunda diz, — Foda-me. Jesus Cristo, porra, Evan?
Olhando para o fundo do bar, eu vejo um homem muito bonito sair de trás do
balcão e vir em nossa direção, com um sorriso enorme e os braços ao lado do corpo.
— Colton. — Evan sorri, e meus olhos voltam para Colton.
Santa gostosura.
Quer dizer, eu tenho o meu próprio cara sexy, um homem que é a definição de
gostoso, mas esse cara é lindo. Alto e magro, com cabelos escuros e olhos ainda mais
escuros, cercado por cílios grossos, o queixo quadrado e sombreado com barba,
acentuando seus lábios carnudos e sorriso branco. Ao vê-lo e seu sorriso, não entendo
como sua ex cadela poderia se afastar dele.
— É bom ver você, cara, — murmura Evan, me soltando para poder abraçar o
amigo.
— Porra, cara, passou muito tempo, — Colton ressoa, batendo forte nas costas
de Evan quando se abraçam. Quando liberam um ao outro, o braço de Evan vai ao
redor dos meus ombros, colocando-me perto dele.
— Quero que conheça June, — Evan diz, e os olhos de Colton se movem entre
Evan e eu.
— Prazer em conhecê-lo. — Sorrio, e depois o sorriso dele se amplia e ele me
puxa da mão de Evan, me pegando e me abraçando tão apertado que meus lados
doem com a pressão.
— Porra, cara, você não mentiu. Ela é bonita como o inferno.
Ok, isso foi doce e me senti muito bem.
— Você pode parar de tocá-la agora, — Evan resmunga, e mordo meu lábio,
tentando não rir.
— Ah, eu vejo que você ainda é um bastardo egoísta. — Colton ri, me colocando
sobre os meus pés.
— Com ela, sempre, — diz ele, me colocando ao lado dele novamente. — Você
tem tempo para uma cerveja, ou está trabalhando?

118
— Eu tenho tempo. — Ele sorri, batendo nas costas de Evan mais uma vez e
sacudindo a cabeça antes de virar em direção ao bar, onde o seguimos. — O que vocês
querem beber? — Ele pergunta quando nós sentamos em duas banquetas.
— Qualquer coisa gelada para mim, — diz Evan. — June terá uma Miller Lite9.
— Apertando a cintura dele, eu me inclino mais perto. Sei que não é muito, mas amo
ele se lembrar do que eu bebo e como tomo o meu café, quais alimentos gosto ou não,
todas essas coisas sem importância que acabam sendo importantes no final, porque
elas te dizem se a pessoa que está com você se importa o suficiente para prestar
atenção às pequenas coisas sobre você.
— Gia, baby, venha aqui, — Colton grita, olhando para a direita, e sigo seu
olhar em direção a porta aberta para um escritório, onde uma menina muito bonita,
petite com curvas, longo cabelo ondulado escuro, pele azeitonada, e surpreendentes
olhos verdes está de pé ao lado de uma mulher mais velha que se parece muito com
Colton.
— Um dia, eu vou matar o seu filho, — ouço a menina, que deve ser Gia,
murmurar. A mulher de pé ao lado dela ri alto, dizendo algo que não posso ouvir antes
de empurrá-la em nossa direção.
— Você chamou, — Gia diz quando se aproxima, e Colton sorri para ela.
— Gia, este é Evan. Estávamos nos fuzileiros juntos, e esta é a esposa dele,
June, — Colton diz, e meu coração se contrai, e não de uma boa maneira. Não sou
mais a esposa dele, e embora eu saiba disso há muito tempo e tenha chegado a um
acordo com isso há séculos, ouvir o que uma vez fomos, me mata.
— Prazer em conhecê-los. — Ela sorri, exibindo duas covinhas, uma em cada
bochecha.
— Você também. — Sorrio de volta.
Evan ergue o queixo e pergunta, — Esta é sua garota?
— Sim, — Colton diz, sorrindo.
Enquanto Gia afirma, — Não, — girando e inclinando a cabeça muito para trás
para franzir a testa para ele.

9 Marca de cerveja

119
Rindo, eu olho entre os dois, e assisto Colton sorrir para ela, enquanto
murmura, — Baby, nós já passamos por isso.
— Esse é o meu ponto! — Ela grita, levantando os braços no ar. — Já passamos
por isso, e você ainda não ouviu. — Em um flash, a mão dele está na parte de trás do
pescoço dela, puxando-a para perto, e então sua boca está na dela e ele a beija
profundamente, com a língua. Quando ele se afasta, as mãos dela deixaram de
empurrá-lo para segurá-lo mais perto.
— Oh meu, — sussurro, mais uma vez me perguntando o que diabos sua ex
estava pensando.
— Eu te disse para parar de me beijar, — ela suspira, piscando para ele,
enquanto suas bochechas coram.
— E eu disse a você, baby, isso nunca vai acontecer, — ele sussurra de volta,
beijando-a mais uma vez, este sendo um rápido e simples toque de sua boca na dela.
— Não se preocupe com eles, — a mulher que se parece com Colton diz,
bloqueando nossa visão deles ao se inclinar sobre o bar e acariciar o rosto de Evan.
— Senti sua falta, garoto.
— Senti sua falta também, Ma Rose, — Evan diz, deslizando o braço ao redor
dos meus ombros. — Eu quero que você conheça June.
— June, — ela fala baixo, movendo o olhar para mim.
— Prazer em conhecê-la. — Sorrio, e seus olhos se movem entre nós antes de
se concentrar em Evan mais uma vez.
— Você tem a sua menina novamente? — Ela sorri um suave sorriso maternal
que me faz gostar dela ainda mais.
— Puxou minha cabeça para fora da minha bunda, — Evan responde, e ela ri,
depois balança a cabeça.
— Vai deixar Kirk feliz, — ela murmura, ainda sorrindo.
— Onde está o velho?
— Casa, ele ficou no bar até tarde. Deverá estar aqui em algumas horas, se
vocês quiserem ficar por aqui. Se não, você pode ir para a casa. Tenho certeza que ele
está arrumando a garagem, trabalhando na moto.

120
— Vamos ficar aqui por um tempo, — Evan diz, e sorrindo, ela acaricia o rosto
dele novamente. Eu sei que ele e a mãe são mais próximos do que ele é com o resto
de sua família, e por próximo, quero dizer que eles se falam, mas sua mãe não está
por perto, a menos que queira alguma coisa. Então, estou feliz de ver que ele está
relacionado com pessoas que são saudáveis e normais, relações do tipo mão-dupla,
onde ele não é a única pessoa fazendo todo o trabalho.
— Aqui. — Colton desliza uma garrafa de cerveja na minha frente e caneca de
cerveja na frente de Evan, e depois se inclina contra o bar, cruzando os braços sobre
o peito.
— Então, eu assumo que você está bem? — Evan pergunta, olhando em
direção ao escritório, onde Gia desapareceu junto com a mãe de Colton.
— Não poderia estar melhor. Bem, poderia estar, mas Roma não foi construída
em um dia. — Ele dá de ombros, sorrindo, e Evan ri, balançando a cabeça.
— Isso eu entendo. — Evan olha para mim, e o sorriso de Colton se torna um
sorrisinho.
— Cara, é realmente muito bom vê-lo, — Colton diz em voz baixa, as palavras
ditas com um significado mais profundo do que apenas ver o amigo depois de tanto
tempo. Estão falando de uma forma que eu sei que ele entende, mais do que a maioria,
se Evan não voltasse para checar a casa, ele não estaria sentado aqui agora.
— Você também, irmão. — Eles sustentam o olhar um do outro por um longo
tempo antes de cada um limpar a garganta e olhar para o lado. Inclinando-me para
Evan, eu pressiono um beijo em sua mandíbula enrijecida. Seus olhos caem para os
meus e seu rosto suaviza, juntamente com sua mandíbula.
— Você está bem? — Eu murmuro, e ele acena com a cabeça, dando um beijo
na minha testa. As palavras, eu amo você, estão presas na parte de trás da minha
garganta enquanto sento e tomo um gole da minha cerveja. Eu me sinto tão dividida
entre a necessidade de dizer a ele como me sinto e a necessidade de segurar essas
palavras. Meu instinto realmente dói cada vez que penso em dizer as três palavras em
voz alta, como se dizendo-as, eu vou acordar e perceber que tudo isso era apenas um
sonho.

121
— Você está bem, baby? — Evan pergunta contra a minha orelha, me puxando
dos meus pensamentos.
— Sim, desculpe, me distraí, — eu murmuro, então meus olhos vão para
Colton e noto que ele me observa de perto. Dou-lhe um sorriso, e ele retorna, mas não
alcança seus olhos neste momento.
Ah bem.
Tomando outro gole de cerveja, me inclino mais perto de Evan e ouço ele e
Colton conversarem, e, ocasionalmente, rio ou sorrio quando me contam histórias
sobre coisas que fizeram juntos ou coisas que aconteceram quando foram
mobilizados. Quando o pai de Colton chega e se apresenta, eu olho ao redor. Nem
sequer percebi quanto tempo passou ou quão cheio o bar ficou. Deve haver pelo menos
uma centena de pessoas aqui agora, se não mais.
— Eu já volto, — digo a Evan, escorregando de minha banqueta.
— Ok, baby, volte logo.
Revirando os olhos para isso, murmuro, — Sim, senhor, — sob a minha
respiração, e seus olhos escurecem com as minhas palavras. Antes que eu saiba o
que está acontecendo, estou em suas mãos e sua boca está perto do meu ouvido.
— Eu, com certeza, colocarei isso em jogo esta noite. — Suas palavras vibram
contra a minha orelha, enviando um arrepio na espinha e um formigamento entre as
minhas pernas.
— Ev. — Meus olhos se fecham quando seus dentes mordem minha orelha,
fazendo-me agarrar sua camisa para não cair de cara.
— Vá e volte para mim. — Ele sorri, parecendo presunçoso.
— Provocador, — sussurro, deixando seu lado, ouvindo sua risada atrás de
mim enquanto vou em direção ao banheiro. Andando para o banheiro das meninas,
encontro Gia em pé e esperando por aquela única cabine com os braços cruzados
sobre o peito, olhando para uma morena alta que está lavando as mãos.
— Hey. — Sorrio quando seus olhos me encontram.
— Hey. — Seu rosto suaviza, e então ela se afasta quando a cabine se abre e
uma menina com um longo cabelo louro tropeça para fora, rindo quando esbarra em
Gia.

122
— Realmente precisamos de um banheiro de empregados, — ela murmura,
olhando entre a menina na pia e a menina que acabou de sair da cabine.
— Então, você e Colton? — Pergunto, batendo seu ombro com um sorriso no
meu rosto, e colocando a culpa pela pergunta nas cinco cervejas que bebi desde que
cheguei aqui.
Os olhos de Gia encontram os meus, mas antes que ela possa responder, uma
das meninas na pia sussurra para sua amiga, alto o suficiente para nós ouvirmos, —
Sabia que Lisa e Colton almoçaram ontem?
Virando-me para olhar para elas, eu pisco, então sinto minha mandíbula
apertar quando a outra responde, — Eu sei. Lisa disse que está tão feliz por estar
usando o anel que ele lhe deu novamente.
— Não, — murmuro para mim mesma. Sinto-me completamente envolvida na
vida de Colton, como se fosse um programa de TV durante o dia e ele é o homem
principal, e Lisa é a cadela conivente que secretamente dormiu com o irmão dele. Não
que ele tenha um irmão, ou que eu o conheço, mas após ouvir a história dele por meio
de Evan, eu sei que se ele voltar com a ex, eu mesma chutarei a bunda dele.
— Quem é você? — A morena pergunta, deslizando os olhos de seus lábios,
nos quais está aplicando gloss, para mim no espelho.
— Colton não almoçou com ela, — eu digo, não respondendo à pergunta dela,
e na verdade, não tenho ideia se ele almoçou com ela ontem ou não. Pelo que sei, ele
poderia ter almoçado, mas a julgar pela forma como os olhos dele seguiram Gia por
todo o bar, eu acho que isso não era verdade.
— Ele almoçou. Lisa nos disse, — A loira diz, virando o rosto para mim.
— Bem, Lisa é uma mentirosa e uma idiota, — digo a ela, olhando ao meu lado
e vendo Gia olhando para as duas meninas.
— Quem é você? — A loira pergunta novamente, virando o rosto para mim e
cruzando os braços sobre os obviamente falsos peitos.
— Quem eu sou não importa.
— Sim, se você estiver chamando Lisa de mentirosa, importa, — a morena
afirma, virando para apoiar a sua amiga.

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— Por que vocês estão aqui mesmo? — Gia pergunta, olhando entre as duas.
— Este não é o ponto de encontro normal de vocês, e a última vez que eu ouvi, vocês
nem sequer deveriam estar no bar.
— Duvido que Colton vá chutar para fora as amigas de sua noiva. — A loira
revira os olhos.
Ok, eu estou oficialmente louca, ou talvez tenha bebido muitas cervejas – não
que eu me sinta um pouco bêbada – mas essas garotas estão seriamente me irritando.
— Ele não está noivo dela, — rosno.
— Ele está. — A loira se inclina, empurrando meu peito com um dedo.
Hum, inferno, não.
— Você acabou de me tocar? — Eu pergunto, incrédula.
— Sim, o que você fará sobre isso? — Ela estala, dando um passo mais perto
de mim.
Inclinando para frente, eu abro minha boca para responder, mas salto para
trás quando, — Que diabos está acontecendo? — Ecoa pela sala. Colocando Gia atrás
de mim, meus olhos voam para a porta, onde Colton está de pé, parecendo irritado.
— Graças a Deus você está aqui. Esta menina louca só nos dizia que você e
Lisa não estão juntos! — A morena chora dramaticamente, apontando para mim.
Ouvindo um ronco, — June, venha aqui, — meus olhos patinam do ombro de
Colton e encontro o olhar frio de Evan.
Porcaria.
— Eu disse uma vez, e esta é a última vez que direi isso. Saia e fique longe.
Vocês não são bem-vindas ao meu bar, — Colton coloca para fora, e luto contra o
desejo de mostrar minha língua para as meninas e dizer, eu avisei.
— Mas... — uma das meninas sussurra.
Colton ruge, — Agora! — Fazendo-as saltar e mover-se rapidamente através do
espaço pequeno que Colton e Evan permitem. — Gia, baby, você está bem? — Colton
pergunta, e viro para olhar para Gia, vendo que seu rosto está aborrecido, mas seus
olhos parecem aguados.
— Estou bem. — Ela se move, dando-lhe as costas, indo para a cabine, e
fechando a porta.

124
— June, — Evan repete, e meus olhos se movem para ele.
— Dê-me cinco minutos e sairei.
— Se você não sair e eu tiver que voltar, nós vamos ter problemas.
— E aonde exatamente eu iria? — Pergunto; o que provavelmente não é a coisa
certa a dizer, uma vez que a mandíbula dele se aperta com a minha pergunta. — Eu
sairei. — Suspiro e olho para Colton, sussurrando, — Eu vou conferir se ela está bem,
— empurrando a porta e eficazmente movendo-os para fora do banheiro.
— Ele já foi? — Gia pergunta depois de um momento, do outro lado da porta
da cabine.
— Sim.
— Deus, eu odeio essas meninas, — diz ela, abrindo a porta e movendo-se para
a pia.
— Elas são mentirosas, — digo a ela, esperando que isso fosse algo que ela
mesma já sabe.
— Eu sei, — ela concorda com suavidade, lavando as mãos. — Eu não deveria
deixá-las me afetar, mas não posso evitar. Lisa está constantemente aparecendo ou
ligando. Tenho tanta coisa acontecendo que não posso sequer me concentrar nela e
Colton. Não que eu quero, mas... — ela encolhe os ombros.
— Eu entendo, — digo suavemente, apertando seu ombro quando passo por
ela para ir à cabine, cuidando dos negócios rapidamente.
— Como você sabia que elas estavam mentindo? — Ela pergunta quando saio
da cabine e lavo as mãos.
— Hum... não tenho certeza se você notou, mas Colton não a deixa exatamente
fora da vista dele. Não posso imaginar que um homem que esteja tentando voltar com
sua ex estivesse tão interessado em outra pessoa, — aponto o óbvio, e suas bochechas
escurecem enquanto algumas gotas caem.
— Ele me deixa louco. — Ela balança a cabeça, fechando os olhos, antes de
abri-los novamente e encontrar o meu olhar.
— Ele é sexy. — Sorrio, e ela tenta evitar, mas ela não consegue. Ela tenta
cobrir seu sorriso, escondendo o rosto atrás de suas mãos e rindo, mas sei que está
lá.

125
Quando ela tira as mãos, eu vejo por que Colton está obcecado com ela. Ela é
frágil; algo nela necessita proteção. E para um cara que colocou sua vida em risco
pelo seu país, eu aposto que a fragilidade dela é algo que ele não pode resistir de
querer proteger.
— Obrigada por me defender.
— Oh, por favor. Isso foi divertido, e sério, não sei muito sobre Colton, mas
meu palpite é que ele não é o tipo de cara que você deixa ir. Somente a ex dele, que é
uma idiota e fez isso em grande estilo. Agora ela percebeu a estupidez, e a perda dela
é definitivamente o seu ganho, irmã.
— Você deveria vê-la, — Gia sussurra, e minhas sobrancelhas se juntam.
— Quem?
— A ex. Ela é como uma modelo da Victoria Secret andando.
— Você já se olhou no espelho? — Pergunto. Quer dizer, sério, Gia é linda, e
honestamente, ela se encaixa perfeitamente com Colton.
— Falo sério! Ela é, tipo, perfeita, e eu sou... bem... — ela faz uma pausa. —
Eu. Não entendo. Além disso, há todos os tipos de coisas acontecendo, e odeio ter
Colton e a família dele envolvidos.
— Uma coisa que sei sobre homens, — começo, gentilmente agarrando a mão
dela, — é que eles não fazem nada que não querem fazer. E querida, realmente, você
é linda. Você não tem nada com que se preocupar.
— Eu acho, — ela murmura, e olha para a porta quando se abre e uma mulher
entra. — É melhor eu voltar.
— Espere, me passe o seu número. Se quiser conversar, você pode me ligar. A
qualquer hora.
— Sério?
— Claro. Nós meninas precisamos ficar juntas. — Sorrio de novo, pegando meu
telefone no bolso. Adiciono o número dela em meus contatos, e saímos do banheiro
juntas. Uma vez que estou de volta no bar, vou diretamente para o lado de Evan e
sento na banqueta ao lado dele.
— O que diabos aconteceu? — Ele pergunta, inclinando-se mais perto de mim,
mas os meus olhos estão sobre os olhos de Colton, os quais estão preenchidos com

126
preocupação quando olha para trás, onde tenho certeza que Gia está atendendo
mesas, como fazia anteriormente.
Afastando a minha atenção de Colton, viro-me para encontrar o olhar de Evan.
— Eu vou te dizer mais tarde, — murmuro, e seus olhos procuram meu rosto antes
de balançar a cabeça e envolver sua mão quente em torno da minha nuca, então ele
pode me puxar para mais perto e colocar os lábios na minha testa.
— Você está bem? — Ele pergunta quando se afasta.
Sorrindo, eu respondo, — Absolutamente.
— Você é um pé no saco. — Ele sorri, e me inclino mais perto, pressionando a
minha boca na dele ignorando sua declaração.

***

— Oh, meu Deus, — eu chio, segurando o cabelo de Evan enquanto sua boca
me devora, minhas costas nuas pressionadas contra a parede do lado de dentro do
quarto do hotel, com ele de joelhos diante de mim, ainda totalmente vestido. Assim
que entramos no quarto, ele fez um rápido trabalho em me deixar nua, e em seguida,
fez o trabalho ainda mais rápido de me dar um orgasmo. Agora, ele trabalhava no
segundo.
— Porra, baby, chegue lá. Preciso estar dentro de você, — ele rosna,
empurrando dois dedos profundamente, me colocando na ponta dos pés.
— Estou perto. — Eu gemo, — tão perto.
— Porra, — ele rosna, jogando minha perna em cima do seu ombro, me abrindo
mais. Minha cabeça bate contra a parede e grito quando outro orgasmo me atravessa,
me fazendo cambalear. Antes que sequer esteja de volta à terra, meu corpo salta
contra a cama e Evan se eleva sobre mim. Puxando sua camisa sobre a cabeça,
minhas mãos vão para seu peito, e desce para o seu abdômen.
— Preciso de você em mim, — digo, me atrapalhando com a fivela do cinto
enquanto seus lábios se fecham em torno do meu mamilo, sugando profundamente.
— Oh, Deus, — choramingo, quando seus dedos puxam meu mamilo negligenciado,

127
puxando a ponta, fazendo minhas mãos soltarem o seu cinto e minhas costas
arquearem.
Liberando meu peito, ele deita de costas. Suas mãos terminam de abrir o cinto
e o botão da calça jeans. — Boca em volta do meu pau, baby, — ele rosna, fazendo
um arrepio percorrer minha espinha enquanto seus quadris levantam, expondo tudo
o que ele é. Ajudando-o a tirar as botas e calça jeans, seus joelhos levantam e sua
mão envolve a base de seu pau, acariciando uma vez. Movendo-se entre suas coxas
abertas, eu coloco a minha mão sobre a dele e deslizo para baixo do seu comprimento,
segurando seu olhar. — Dê-me essa boca.
Inclinando sobre ele, sua mão e a minha se movem juntas enquanto eu dou
lambidas em seus lábios. Sua mão livre emaranhada no meu cabelo me traz para mais
perto, para que ele possa me beijar mais profundamente, antes de apertar a sua mão
e me obrigar a afastar uma polegada, então mais pressão quando ele conduz o meu
rosto para baixo. O domínio em seu movimento faz com que umidade se espalhe entre
as minhas pernas.
Lambendo ao redor da ponta, eu deslizo minha boca, encontrando nossas
mãos. Sua mão se move sob a minha quando giro minha língua e o tomo
profundamente. — Jesus, sua boca, porra, — ele murmura, e minha mão livre se
move para cima de sua coxa segurando suas bolas delicadamente, enquanto com a
outra eu deslizo para baixo, seguida pela minha boca. Trabalhando-o, eu o sinto ficar
tenso, e depois a sua mão no meu cabelo aperta mais uma vez quando ele me afasta
de seu pênis.
— Eu não terminei, — digo a ele.
— Você pode fazer novamente mais tarde, — ele murmura, passando o braço
em volta das minhas costas.
— Eu estava fazendo isso agora, — reclamo, quando ele me coloca de costas,
joga minhas pernas ao redor de seus quadris, e entra fortemente em mim.
— Você pode fazer novamente mais tarde, — ele repete, deslizando para fora.
— Mais tarde, — concordo, puxando sua boca para a minha. Sua língua desliza
para dentro enquanto sua mão se movimenta entre nós, concentrando-se em meu
clitóris.

128
Deus, sim.
— Você está encharcada, baby, — ele geme, indo mais fundo quando levanto
mais os meus quadris, saindo da cama.
— Eu sei, — concordo, passando minhas mãos pelas suas costas e agarrando
a sua bunda, sentindo seus músculos contraírem quando ele empurra em mim. — Eu
vou gozar, — sussurro, empurrando meu rosto em seu pescoço enquanto ele circula
meu clitóris mais rápido e seus quadris empurram para o meu tão forte que minha
respiração fica presa.
— Segure.
— Não posso, — choramingo, cavando minhas unhas em sua pele.
— Segure, baby.
— Ev, eu não posso! — Grito, tentando, tentando realmente, evitar, mas a
forma como está se construindo, eu sei que de maneira nenhuma eu serei capaz de
segurar o orgasmo uma vez que começar.
De jeito nenhum.
— Porra, baby, goze, — ele rosna, e faço. Gozo forte enquanto seus dedos
apertam meu clitóris e o puxam ao mesmo tempo. Meu corpo arqueia e minhas pernas
apertam enquanto ele me fode, empurrando mais duas vezes antes de plantar-se
profundamente dentro de mim.
Respirando pesadamente, meus braços e pernas apertam em torno dele mais
forte e meu rosto se move para o ombro, descansando lá quando ondas de prazer
passam por mim. Meu corpo está fraco e minhas pernas parecem geleia. — Você está
bem? — Ele pergunta, pressionando um beijo no meu pescoço, deixando cair seu
cotovelo na cama enquanto sua mão passa pelo meu cabelo.
— Sim, — sussurro, inclinando para trás para olhar para ele.
— Bom, — ele sussurra de volta, e seu rosto suaviza quando as próximas
palavras saem de sua boca. — Eu vi, baby,
— Viu o quê? — Pergunto, estudando-o e pensando que ele é bonito.
— O que você tem medo de dizer. O que você tem medo de admitir para si
mesma... para mim.
— Ev... — As lágrimas enchem meus olhos quando o meu coração acelera.

129
— Sei que já está aí. Talvez nunca foi embora, mas vi isso, e eu quero isso.
— Eu... — fecho meus olhos, desejando poder fazer com que ele entenda o que
estou sentindo, o porquê de ter tanto medo.
— Eu não vou a lugar nenhum. Não deixarei você ir a qualquer lugar também.
— Seus dedos passam por meu cabelo novamente, e meus olhos se abrem para
encontrar os dele.
— Eu acredito em você. — E acredito. Vejo isso na maneira como ele olha para
mim, sinto isso no jeito que ele me toca. Eu sei no fundo do meu ser que ele está
dizendo a verdade, mas ainda estou com medo.
— Odeio você não ter o meu sobrenome mais. Matou-me quando Colton
apresentou você como minha esposa e eu sabia que não era verdade.
— Não gosto disso, — digo, quando ele nos rola para os nossos lados,
efetivamente cortando a nossa ligação, e ajustando-me para eu estar sobre ele.
— Ele não sabia. A mãe e o pai dele sabiam, porque eu trabalhava no bar com
eles, e eles finalmente arrancaram de mim. Mas ele não sabia.
— Isso é uma droga, mas está tudo bem. É legal. Posso ver porque vocês dois
são amigos.
— Ele é um bom rapaz, — ele concorda, passando os dedos pela minha
espinha. Meus olhos começam a se fechar. Os três orgasmos que eu tive, o seu toque,
e o som da batida do seu coração contra o meu ouvido me acalmam a ponto de dormir.
— Vou me casar com você de novo, baby, — ele diz calmamente, e com essas palavras
soando em meus ouvidos, eu adormeço sorrindo.

130
Capítulo 10
Evan

Jogando a bola para Ninja no quintal, eu pego o celular do meu bolso de trás
quando toca, e suspiro assim que dou uma olhada no identificador de chamadas.
Tenho evitado esse telefonema desde a última semana, mas sei que preciso acabar
com isso.
— Olá, — respondo, pegando a bola mais uma vez, assistindo Ninja decolar
antes que esteja até mesmo fora da minha mão.
— Eu tenho ligado, — diz minha mãe, e posso ouvir uma ponta de embriaguez
em seu tom, mesmo por telefone.
— Estive ocupado.
— Muito ocupado para a sua família? — Ela pergunta maliciosamente, e cerro
os dentes. Houve um tempo em que eu não queria nada mais do que ajudar a minha
família, consertar o que foi quebrado entre nós, mas aprendi desde cedo que essa
merda era impossível. — Seu irmão está na cadeia, — ela me informa, e aquela raiva
que senti enquanto observava as fitas dele penhorando as merdas de June volta
correndo pelas minhas veias.
Vê-la sentada no sofá de JJ, envolta em nada além de uma toalha, segurando
um par de tesouras em um aperto de morte – é uma visão que me assombrará por um
longo tempo, porra.

131
— E? — Pergunto, quando Ninja empurra minha perna com seu nariz, e olha
para a bola que deixou cair aos meus pés, me dizendo para pegá-la.
— Você não se importa? — Ela pergunta.
— Ele invadiu a casa de June, roubou a merda dela, e penhorou. Então não,
eu não dou à mínima.
Ouço o enfurecido huff na outra extremidade da linha. — Ele é seu irmão, seu
sangue! — Ela chora, e a imagino andando pela pequena sala de estar de sua casa,
correndo a mão pelo cabelo emaranhado, ou indo para a cozinha e pegando uma
garrafa de vodca no armário.
— Ele é o meu sangue, mas não é meu irmão, — digo baixo.
Um silêncio dela, e depois, — Ele teve um tempo difícil. Você... você não estava.
E seu pai foi duro com ele. Ele sempre foi duro com vocês, rapazes.
— Pare de dar desculpas para ele, — eu falo. — Sim, eu sei que o papai pode
ser difícil. Sei que ele é principalmente um idiota, mas também vejo o porquê.
— Você está concordando com as coisas que ele fez, como ele tratou seu irmão
e eu? — Ela pergunta, incredulamente tranquila.
— Você é uma bêbada, — sussurro, ouvindo sua ingestão aguda sobre a linha.
Nenhum de nós jamais disse isso em voz alta, mas todos nós sabemos que é verdade.
Um segredo sujo. Algo que todo mundo esteve negando ou evitando falar desde que
me lembro. — Jay é um viciado em drogas, e você negar os problemas dele juntamente
com o seu não ajuda. Não estou de acordo com o papai erguer a mão para nós com
raiva quando éramos mais jovens, mas você é uma parte do problema, parte do seu
problema, parte do problema de Jay. Vocês são todos tóxicos e, juntos, vocês são uma
porra de combinação mortal.
— Ah, agora você é muito bom para nós? June o aceitou de volta, então agora
você não se preocupa com a sua família?
Porra. Pelo tanto que me lembro, sempre foi a mesma merda – culpa e
manipulação, até que eles conseguem o que querem, o que quer que seja.
— Estou começando a minha família com June, — digo em voz baixa.
— Não posso acreditar que você faria isso, — ela sussurra. — Não posso
acreditar que você está virando as costas para nós.

132
— Não quero meus filhos perto de sua bagunça. Você, como minha mãe,
deveria ter me protegido do papai, e meu pai deveria ter me protegido de você e sua
bebida. Nenhum dos dois fez isso, mas eu vou proteger meus filhos de todos vocês.
— Não sou uma bêbada.
— Você bebe todos os dias, porra, todo maldito dia. Você nem sequer sabe o
que é estar sóbria.
— Se eu fosse bêbada, como eu manteria o mesmo trabalho durante os últimos
quinze anos?
— Por que diabos eu estou fazendo essa merda agora? Não vou discutir essa
merda com você, e honestamente, mamãe, você precisa admitir essa merda para si
mesma. Você precisa de ajuda.
— Então é isso? Você simplesmente terminou com a gente? — Ela pergunta, e
porra, mas eu gostaria que não chegasse a isso. Não posso ter esse tipo de veneno na
minha vida, apesar de tudo. Posso não ter sido capaz de fazer nada enquanto crescia
para me proteger deles, mas não deixarei June ou quaisquer crianças que tivermos
ter contato com essa maneira tóxica de vida. Não os deixarei sofrer como eu sofri,
acreditando que está tudo bem que as pessoas lhe procurem apenas quando precisam
de algo, e depois desaparecem até que precisem de algo mais.
— Você dá um jeito na sua merda e vamos conversar, mas não ajudarei você
na fiança de Jay, e se for esperta, você não vai ajudá-lo também. Ele precisa crescer.
— Eu gostava de June, mas agora vejo que não deveria, — ela sussurra, e meu
estômago fica em nós.
— Ela é a melhor coisa que já me aconteceu, a porra da única coisa que eu
tenho na minha vida que é bom e puro. Você deveria querer isso para mim, — digo, e
afasto o telefone do meu ouvido pressionando Encerrar.
Porra.
Colocando a mão na parte de trás do meu pescoço, meus olhos caem para
minhas botas, e então sinto mãos deslizarem em volta da minha cintura e June
pressionar o seu corpo quente nas minhas costas. Tirando a mão do meu pescoço, eu
cubro a dela.
— Você está bem? — Ela pergunta baixinho.

133
Minha resposta é um imediato, — Porra, sim. — Tendo-a novamente na minha
vida, sabendo o que estamos construindo juntos, faz tudo parecer realmente muito
importante.
Seu corpo se move para ficar na minha frente e minhas mãos vão sobre seus
quadris quando ela procura o meu olhar. — Esse telefonema parecia... — ela faz uma
pausa, levantando a cabeça antes de encontrar meu olhar novamente. — Um pouco
triste.
— A única coisa triste sobre isso é quão em negação minha mãe está quando
se trata do fato de que sua família está em frangalhos e o papel que ela desempenha
nisso. Isso, baby, é triste, — concordo, apertando-a.
— Sinto muito, — ela sussurra, deixando cair sua testa no meu peito, e que
por si só é suficiente para me fazer me apaixonar por ela novamente.
— Ia acontecer. Adiei esse telefonema e conversa por algum tempo.
— Só peguei a última parte, — ela confessa tranquilamente, como se eu fosse
ficar puto por ela escutar, quando era um não absoluto.
— Então ouviu a parte mais importante. A menos que um milagre aconteça e
minha mãe receba ajuda, ela está fora da minha vida para sempre.
Sua cabeça inclina e seus olhos encontram os meus, parecendo confusos. —
Eu... quando estávamos juntos... — Ela faz uma pausa novamente. — Você não
parecia ter um problema com ela.
— Eu não a encontrava com frequência, baby. — Eu dou-lhe um aperto, e
movo-nos em direção a uma das cadeiras, puxando-a para o meu colo. — Eu tinha
minha própria casa, — eu digo, passando os braços ao redor da cintura dela. — Jay
estava na cadeia, e meu pai fazendo o que sempre faz, ou seja, ele partiu para lugares
desconhecidos. Quando ela não está cercada por eles, ela não está sóbria, mas não
bebe tanto, — digo, enquanto ela enfia a cabeça embaixo do meu queixo e puxa as
pernas para cima, de modo que seus joelhos estão pressionados no meu lado e seus
braços em volta da minha cintura.
— Ela já tentou obter ajuda? — Ela pergunta, e corro minhas mãos ao longo
de sua pele lisa na borda do short.

134
— Ninguém nunca disse a ela, pelo o que eu sei, e eles sabem que ela tem um
problema.
— Como pode ser isso? — Ela pergunta em voz baixa, colocando a mão no meu
peito, sentando-se e virando em meu colo para me estudar.
— No começo, ela escondeu bem, mas depois se tornou uma regra encontrar
garrafas de vodca vazias enfiadas debaixo da pia da cozinha, ou no banheiro atrás de
coisas, ou cheias e escondidas com cuidado, onde ela pensava que não
encontraríamos. Sabíamos que ela escondia isso, e suponho que, como eu, meu pai e
meu irmão não queriam ser quem a informaria de que sabíamos o que ela fazia.
— Até agora, — diz ela, inclinando-se e correndo o dedo sobre o meu lábio
inferior.
— Até agora, — concordo, agarrando a mão dela, beijando seus dedos, e
envolvendo minha mão ao redor de seu pescoço. Puxo-a perto, beijo sua testa, e dobro
a cabeça sob o meu queixo para segurá-la contra meu peito.
— Você acha que trazendo isso à tona vai acordá-la? — Ela pergunta baixinho
depois de alguns momentos.
— Provavelmente não, mas aprendi um tempo trás para nunca dizer nunca,
— respondo tão baixinho, e seu corpo fica tenso antes de derreter ainda mais no meu.
— O que você quer fazer para o jantar, linda? — Pergunto, querendo distraí-la. Sei
que ela está com medo. Posso sentir o medo dela. Vejo infiltrando em seus olhos ou
em seu corpo de vez em quando, mas sei que não há nada que eu possa fazer, senão
esperá-la e deixá-la ver que eu não vou a lugar nenhum.
— Não sei. O que você quer fazer? — Ela responde, em seguida, senta-se
quando seu telefone celular toca em casa. — Eu procurava por ele antes. — Ela beija
meu queixo, saindo do meu colo. Balançando a cabeça, eu sei que ela está falando
sobre o telefone celular; ela nunca está com ele, ou está sempre o deixando em algum
lugar que não consegue se lembrar.
Assobiando para Ninja, que está andando na cerca e farejando o chão, sua
cabeça levanta e ele corre em direção a casa, e então pela porta dos fundos aberta.
Entrando na casa, eu fecho a porta e assisto June passear em minha direção,
segurando o celular no ouvido.

135
— Hum, claro, podemos fazer isso, — ela murmura e depois pergunta, — Que
horas? — Ela balança a cabeça. — Ok, vejo você, então. — Ela finaliza a ligação,
afastando o celular da orelha e jogando-o nas imediações do sofá para se perder mais
uma vez.
Sentindo minhas sobrancelhas se juntarem, eu pergunto, — O que foi?
— Mamãe e papai querem todos na casa deles em uma hora, por isso eles
querem que a gente passe lá, — diz ela rapidamente, então morde o lábio. — Acho que
agora nós não precisamos nos preocupar com o jantar.
Porra!
Sabia que isso estava prestes a acontecer. Os Maysons são próximos. Sabia já
disso, a partir das histórias que June me disse quando ficamos juntos pela primeira
vez, e depois aprendi em primeira mão quando me mudei para a cidade. A diferença
entre esses tempos e agora é que, antes, eu sofria ao ouvir sobre June e o que ela fazia
com seus tios e primos, e até mesmo o pai dela algumas vezes. Agora, eles sabem que
estamos juntos, e eles sabem que havíamos estado muito juntos, porra, como casados,
anteriormente. Não tenho boas expectativas com essa noite. Os homens da família
dela, assim como seu primo Sage, com quem eu ainda estou chateado, são protetores.
Sei que isto não é apenas uma reunião. Isso são eles querendo ver em primeira mão,
June e eu juntos.
— Você quer que eu diga que não podemos ir? — Sentindo suas mãos no meu
peito, meu olhar se move para ela. Estava tão envolvido em meus pensamentos que
nem percebi que ela fechou a distância entre nós.
— Não, baby, — murmuro, passando os dedos em seus quadris.
— Você tem certeza? Eu não me importo.
— Tenho certeza, — digo em um aperto. Seus olhos procuram meu rosto. Sua
boca abre e fecha como se quisesse dizer alguma coisa, mas pensa melhor, e então
coloca seu rosto no meu peito, abraçando-me fortemente.
— Será divertido, eu prometo.
— Não tenho certeza disso, baby.
Sua cabeça se inclina e ela morde seu lábio mais uma vez. — Não precisamos
ir.

136
— Você ama sua família? — Pergunto, e seu rosto suaviza quando ela assente.
— Então vamos. Não deixarei que eles fiquem entre nós. — Eu sei que ela sabe o que
estou dizendo. Eu deveria ter feito tanta merda de forma diferente antes, mas desta
vez, não cometerei os mesmos erros.
— Podemos sair mais cedo se ficar... — ela faz uma pausa, dando-me um
pequeno sorriso. — Intenso.
Ignorando seu comentário, a puxo para mais perto, até que seu corpo está
pressionado no meu, e respiro contra sua boca — Você pode me compensar esta noite.
— Eu posso fazer isso, — ela responde, inclinando-se ainda mais perto.
— O que você quer, baby? — Sorrio para ela, observando seus olhos ficarem
meio fechados.
— Que você me beije, — ela murmura, pressionando mais perto, se erguendo
nas pontas dos pés, mas ainda não perto o suficiente para alcançar a minha boca.
Deslizando meu braço em sua cintura, eu a levanto e coloco a minha boca na dela,
beijando-a até que a ouço gemer, em seguida separo minha boca da dela e descanso
minha testa contra a dela, respirando pelo nariz em uma tentativa de restabelecer o
meu controle.
— Vamos cancelar, — ela diz, e meus olhos se abrem, encontrando os dela.
— Vá se arrumar, — digo com um sorriso. — Vou alimentar o Ninja.
— Estou muito bem com não ir, — ela insiste, deslizando as mãos até meu
peito e depois para a parte de trás do meu pescoço, colocando pressão lá.
— Baby, tanto quanto eu quero te foder, e realmente quero te foder agora, eu
não posso, — murmuro, apertando seus pulsos e tirando-os do meu pescoço.
— Mas...
— Vá se arrumar. — Eu a beijo rapidamente, e me afasto um passo antes de
atirá-la sobre meu ombro e levá-la para a cama, que é o que eu realmente quero fazer,
especialmente quando ela olha para mim com os olhos sonolentos, os mamilos
endurecidos visíveis através de sua blusa fina, e os lábios inchados do meu beijo. —
Baby, — eu rosno.
Seus olhos se arregalam quando diz, — Eu vou me arrumar.

137
— Boa ideia. — Sorrio, observando sua bunda quando ela vai em direção ao
quarto.

***

— Aqui, — Sage diz, estendendo uma cerveja para mim enquanto se senta na
cadeira ao lado da minha. Desde a nossa briga, não temos falado, a menos que tenha
a ver com o trabalho. Ainda estou chateado sobre a merda que ele vomitou, ainda que
eu entenda.
Tomando a cerveja, murmuro, — Obrigado, — e movo os olhos para onde June
está em pé com sua mãe.
— Olha, — Sage começa, e meus olhos se movem de June para ele. Eu o vejo
se inclinar para frente, colocando os cotovelos sobre os joelhos. — Sei que você a ama,
e ainda está respirando, o que significa que todos sabem que você a ama, — diz ele, e
levanto uma sobrancelha, apertando os olhos. — Estou tentando me desculpar.
— Isso foi uma desculpa?
— Não pedirei desculpas por me preocupar com ela.
— Você me acusou de armar para ela a fim de trazê-la de volta, — eu lembro
calmamente, trabalhando para manter meu temperamento sob controle. Não preciso
entrar em uma briga com ele no quintal dos pais de June com a família dela presente.
— Sim, isso foi fodido. Eu não quis dizer isso, mas sério, você é tão secreto
com tudo, porra.
— Já te deixei na mão ou o coloquei em perigo? — Pergunto, e ele balança a
cabeça. — Não sou o tipo de cara que senta e vomita minha história de vida para
alguém.
— Nós nos conhecemos por algum tempo, homem, — diz ele, seu tom também
tranquilo.
— Sim, — concordo, tomando um gole da minha cerveja. — Então, você quer
ter uma conversa de coração para coração, você gostaria que eu começasse? —
Pergunto, levantando uma sobrancelha.
— Não seja um idiota, — ele diz baixo, sentando mais perto.

138
— Conte-me sobre Kim. — Seus olhos estreitam. Ele pode pensar que eu
guardo merda para mim mesmo, mas ele faz o mesmo. Kim é uma mulher que
trabalha no salão de cabeleireiro ao lado do nosso escritório. Ela também é a mulher
com quem ele dormiu uma vez e depois a descartou. Agora ela é a mulher que tem
um homem, a mulher que cada vez que está por perto, seus olhos se movem para ela
e sua mandíbula contrai. E ela é a mulher que ele quer, mas não pode ter.
— É assim tão óbvio? — Pergunta, surpreendendo-me com a pergunta.
— Se por óbvio você quer dizer que eu posso ver que você está chateado por
deixá-la ir embora, então sim, é óbvio.
— Porra, — ele murmura, passando a mão sobre a cabeça, parecendo irritado
que alguém possa dizer que ele está preso a ela.
— Ela voltará, homem. Você não pode ver, mas ela ainda olha para você cada
vez que sai do escritório.
Ignorando a minha declaração, ele se inclina para frente mais uma vez e seus
olhos encontram os meus antes de falar em um tom abafado. — Você parece
determinado. Desde que te conheço, você nunca pareceu determinado, por isso estou
feliz de ver isso. E feliz por minha prima. Isso é tudo por causa dela. Você é isso para
ela, e agora vejo que ela é para você.
— Ela é, — eu concordo, olhando para June na piscina, e a cabeça dela se vira
e seus olhos encontram os meus, conforme a assisto sorrir.
— Estamos bem agora? — Ele pergunta, e tiro meu olhar de June, olhando
para ele novamente.
— Estamos bem.
— Bom, agora eu preciso avisá-lo como seu amigo. Tio Asher está vindo, — diz
ele, se levantando e indo embora.
Jesus.
— Não pensei que você viesse, — Asher disse, sentando no local que Sage
acabara de desocupar.
— Como eu disse quando você veio ao composto, eu não desistirei dela, e ela
ama vocês, então não farei com que ela sinta que precisa escolher entre mim e sua
família, — digo a ele, segurando seu olhar. Quero estar aqui, agora? Porra, não, mas

139
sei que June ficaria desapontada se não viéssemos, e a quero feliz. Então, se tenho
que sentar no quintal de seus pais por algumas horas para realizar essa tarefa, eu o
farei.
— Quando pequena, ela estava sempre em movimento, — diz ele, encostando-
se à cadeira e colocando sua cerveja no braço da mesma.
— Perdão? — Pergunto; confuso com a declaração dele.
— June, quando pequena, estava sempre aprontando alguma coisa. Não podia
ficar parada por mais de alguns minutos. Onde as outras meninas ficariam felizes em
se sentar e assistir a um filme, June precisava fazer alguma coisa, experimentar algo
novo. Sua mãe e eu nos preocupamos com ela. Pensamos que ela jamais se
estabeleceria em um só lugar por muito tempo. Seu primeiro ano de faculdade foi da
mesma maneira. Não havia passado uma semana e ela ligou para casa, dizendo que
queria mudar sua grade ou ir para uma faculdade diferente. Mas, então, parou. Não
sabíamos o que aconteceu ou o que a ajudou a se assentar. Só sabíamos que algo
aconteceu, — diz ele, e depois, inclina-se para frente, colocando os cotovelos sobre os
joelhos.
— Foi você. Não percebi isso até outro dia, mas você a ajudou a se estabelecer,
trouxe paz, a manteve ligada a terra. Minha avó costumava dizer, Não tome um
momento por certo, só porque você acha que terá mais mil. Eu acho que você entende
mais do que a maioria, — resmunga, e um profundo ardor bate no meu peito antes
de percorrer meu corpo, tornando difícil respirar.
— Eu a amo.
— Isso é bom, visto que ela ama você, — ele resmunga, parecendo irritado, o
que me faz lutar para esconder um sorriso. Fechando os olhos, ele esfrega sua testa
e inclina-se para trás, me olhando. — Um dia, quando for pai, você entenderá como é
doloroso ser substituído por outro homem.
E com isso, ele se levanta e caminha ao redor da borda da piscina em direção
a June e a mãe dela. Assim que as alcança, ele puxa June para o seu lado e beija sua
têmpora. Observando a boca dela se mover, não posso dizer o que ela diz, mas seu
queixo empurra em minha direção. Seus olhos me encontram e seu rosto suaviza
antes de olhar para o pai dela novamente e inclinar-se para mais perto nele.

140
— E aí?
Tirando meus olhos de June, eu olho para seu tio Nico e murmuro, — Nada.
Como vai, cara? — Estico a minha mão, sacudindo a dele.
— Bom. — Ele estala seu pescoço, se sentando. — Eu ia te ligar amanhã, mas
já que estamos aqui, achei que poderia falar agora.
— O que está acontecendo?
— Preciso de ajuda em um caso.
— Você falou com Jax? — Pergunto, e ele balança a cabeça, abaixando sua
voz.
— Não é possível ter muitas pessoas nisso, e ele não tem a ligação que eu
preciso.
— Qual? — Pergunto, tomando um gole da minha cerveja, e abaixando-a.
— O Broken Eagles, — diz.
Eu rosno, — Porra, não, — empurrando a cabeça para trás.
Seu corpo se move mais perto do meu e sua voz abaixa. — É um dos novos
recrutas. Não posso ir para Wes com isso. Ele vai surtar e estragar meu caso.
— Peça a outro. — Balanço minha cabeça e afasto meus olhos dele. De jeito
nenhum eu vou pelas costas dos homens que guardaram as minhas costas em cada
turno.
— Você sabe que não há mais ninguém para pedir, — ele responde facilmente,
e solto um suspiro, porque sei que ele está certo. — Não posso arriscar que ninguém
saiba sobre isso até que eu tenha um caso sólido, e a fim de construir esse caso, eu
preciso manter esse cara exatamente onde está.
— Você sabe que está me colocando em uma posição realmente fodida com os
meus irmãos, certo? — Esclareço, e seus olhos vão para onde June e seus pais estão.
— Duas das minhas sobrinhas estão envolvidas com homens ligados a esse
cara. Não me sinto bem com essa merda.
— Quem é?
— Você está dentro ou não? — Ele pergunta, e fecho meus olhos, frustrado.
— Se a merda começar a ir para o sul, eu informarei aos irmãos, e nós
lidaremos com isso internamente.

141
— Vou ignorar essa afirmação, — ele murmura, então sorri um sorriso
assustador. — Eu disse a Asher que minha sobrinha está segura com o seu traseiro
louco. — Ele soa orgulhoso quando dá um tapinha no meu ombro.
— Quem é? — Repito, e seus olhos seguram os meus.
— Jordan.
— Por que essa merda não me surpreende? — Murmuro. Eu não gostava do
imbecil, antes mesmo dele encurralar June. Ele sempre parece distante, algo que notei
desde o primeiro momento em que ele entrou em nosso círculo, algo que eu não
poderia dizer.
— No que ele está metido?
— Ele está ligado a um clube em Nashville, os Southern Stars. Eles têm os
seus dedos em quase tudo – boceta, armas, drogas. Nomeie, e eles arrumam. Pelo que
encontrei até agora, ele foi enviado à cidade para procurar um clube para assumir,
para que pudessem expandir seus negócios.
— Jesus, — assobio, sentindo um rio de raiva correr sobre mim. Ao contrário
de alguns dos outros clubes da região, os Borken Eagles estão limpos. Eles não mexem
com drogas, boceta, ou armas, e enlouqueceriam se soubessem que essa merda estava
tocando o clube de alguma forma.
— Vamos nos encontrar depois do fim de semana e discutir os detalhes, — diz
ele olhando por cima do meu ombro com um sorriso. Viro a cabeça e assisto June vir
para nós.
— Está tudo bem? — Ela pergunta, olhando entre seu tio e eu.
Estendendo a mão, eu pego a mão dela, puxando-a para o meu colo, ignorando
a tensão no seu corpo. — Está tudo bem, — asseguro-a, dando-lhe um aperto.
— Estamos na casa dos meus pais, — diz ela, me repreendendo por cima do
ombro.
— Sim, — concordo, beijando seu ombro.
— Sério, meu...
— Relaxe. — Dou-lhe outro aperto e seguro seu olhar quando seus olhos se
estreitam.
— Você é tão mandão, — ela resmunga, relaxando em mim e me fazendo sorrir.

142
— Eu preciso ir, — Nico diz, de pé e apertando meu ombro. Ele se inclina, beija
a cabeça de June, e murmura, — Fique bem, garota, — antes de sair.
— O que meu pai estava dizendo? — Ela pergunta, inclinando a cabeça para
olhar para mim, assim que seu tio saiu.
— Nada.
— Hum, — ela murmura. — E o meu tio, o que ele disse?
— Nada, baby.
— Então você não vai me dizer? — Ela supõe, e coloco meus dedos no queixo
dela, puxando seu olhar para o meu.
— Não há nada para contar. E tudo está bem.
Seus olhos procuram meu rosto antes de balançar a cabeça uma vez e depois
se inclina para mais perto de mim. Poucos minutos depois, July e Wes vêm, sentando
no local que Nico desocupou, e não muito tempo depois, nós podemos encerrar a noite
e ir para casa.

***

— Ev, — choraminga June, empurrando sua boceta em minha boca enquanto


deslizo minhas mãos em suas coxas, segurando suas pernas abertas.
— Goze para mim, bonita, — rosno, deslizando o polegar dentro dela. Suas
costas arqueiam para fora da cama e os calcanhares de seus pés pressionam nas
minhas costas quando ela goza. O vestido branco que usara para ir à casa de seus
pais havia me atormentado desde o momento em que ela saiu do quarto vestindo-o.
No caminho para a casa, ela não ajudou também, conforme sua mão vagava
continuamente sobre a protuberância em meu jeans. Assim que parei na casa,
contornei a caminhonete, joguei-a por cima do ombro, ouvi-a rir, e a levei para dentro
da casa. Direto para o quarto. Joguei-a na cama, caí de joelhos, e empurrei meu rosto
entre suas pernas; e para devolver a provocação, não a deixei gozar. Até agora.
Antes dela, eu poderia tomar ou deixar de comer buceta. Eu não apreciava;
era apenas algo que fazia para fazer a minha parceira ir embora. Mas eu poderia

143
passar horas nela – a forma como seu corpo se contorce, os sons que ela faz, seu
gosto, tudo sobre isso é um tesão.
Dando-lhe uma última lambida, eu limpo meu queixo em sua parte interna da
coxa e fico de pé, tirando a minha camisa e deixando-a cair no chão. Tiro minhas
botas e jeans, junto com meus boxers. Arrasto o vestido dela pela cabeça e me
posiciono entre suas coxas, mantendo meu olhar fixo no dela. Suas longas pernas
envolvem minha cintura enquanto minha mão desliza sobre o seu seio esquerdo e
minha boca cai para cobrir o direito. Segurando seu seio com a mão, faço uma pausa,
percebendo que ela não tem mamilo.
— Que porra é essa? — Franzo a testa, afastando meu rosto do seu peito,
olhando para um adesivo estranho cor de pele cobrindo a ponta.
— Ah, esqueci completamente disso, — ela choraminga, inclinando o rosto
para olhar para mim, seus olhos escuros de desejo, os lábios inchados, e suas
bochechas coradas, revelando quão excitada está. — Basta retirá-los, — ela sussurra,
pressionando seus quadris no meu.
— Mas o que diabos são? — Repito, pegando a borda do adesivo e puxando-o
como um Band-Aid. Lamento, porém, quando ela grita, cobrindo o peito com a mão.
— O outro agora, — diz ela, e olho para cima, vendo-a rir. Puxando o outro
lentamente, eu tiro os dois adesivos e tento desgrudá-los dos meus dedos, mas é
preciso algumas tentativas para que voem para fora, e por esse tempo, seu corpo está
tremendo incontrolavelmente sob o meu. — Oh, Deus. — Ela ri. — Você não deveria
sequer ver isso.
— Um pouco tarde para isso, — a informo, segurando seu peito. Sua risada
para imediatamente e suas costas arqueiam, pressionando o peito na minha mão.
Movendo minha boca sobre o outro, eu lambo seu mamilo, me afasto e sopro, vendo-
o franzir.
— Sem mais provocações, — ela geme, correndo os dedos pelo meu cabelo.
— Sem mais provocações, baby, — concordo, puxando seu mamilo em minha
boca enquanto aperto o outro. Seu silvo de respiração tem meu pau já duro
transformando em pedra. Lambendo seu pescoço, eu coloco meu braço em volta da
cintura dela e uso o meu outro braço para lançar sua perna atrás das minhas costas,

144
enquanto deslizo em seu calor quente, apertado, molhado. Não há nada melhor do
que ela. Rangendo os dentes, luto contra a vontade de gozar imediatamente, como
faço toda vez que entro nela.
— Jesus Cristo, — eu solto com os dentes cerrados, enquanto suas paredes
apertam. — Abra a boca. — Os olhos dela se abrem e meus dedos traçam seus lábios
antes de mergulhar o polegar na boca dela. Seus lábios se fecham em torno dele, ela
pressiona os dentes, e sua língua se movimenta na ponta, fazendo minhas bolas se
apertarem. — Solte. — Seus lábios se abrem e coloco o polegar contra o clitóris e
circulo lentamente.
— Pensei que você disse sem mais provocações, — ela arfa, envolvendo suas
pernas em volta da minha cintura, circulando seus quadris em sincronia com o
polegar. Ignorando seu comentário, eu vago minha mão livre até sua barriga,
mantendo meus olhos fixos em nossa conexão e na umidade revestindo meu pau cada
vez que deslizo para fora. Porra, mas cada parte dela é realmente bonita pra caralho.
Segurando seu peito, eu puxo o mamilo, e suas paredes apertadas me apertam ainda
mais. — Ev... eu... — suas mãos se movem para o meu peito, no meu abdômen, e
então seus dedos estendem para meu pau deslizando dentro dela. — Você se sente
tão bom, — ela respira, e meus olhos levantam para encontrar os dela.
— Deixe ir, linda, — gentilmente exorto, e seus dentes mordem o lábio inferior
conforme suas pernas apertam junto com sua boceta.
Caindo para frente, eu empurro meus quadris contra ela antes de perder-me
profundamente dentro dela. Rolando para o lado para evitar o meu peso em cima dela,
eu a levo comigo e ouço sua respiração enquanto derivo minha mão pelas suas costas.
— Preciso deixar Ninja sair, — ela diz, soando meio adormecida, e sorrio para
o teto.
— Vou levá-lo em um minuto.
— Também preciso me limpar, — ela murmura, pressionando o rosto no meu
peito.
— Também cuidarei disso em um minuto, — respondo, beijando o topo de sua
cabeça.

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— Também preciso ligar o alarme, — ela sussurra, agora soando como se
falasse dormindo.
— Eu cuidarei disso, baby.
— Eu te amo, — ela murmura, e seu corpo fica mole contra o meu. Meu braço
aperta em torno dela, instintivamente, quando meus pulmões comprimem com o peso
dessas três palavras.
— Também te amo, linda, — murmuro, embora eu saiba que ela não pode me
ouvir em seu sono.

146
Capítulo 11
June

— Eu te amo, — eu digo, olhando para mim mesmo no espelho. — Eu te amo,


— repito, observando minhas sobrancelhas se juntarem. Posso obviamente dizer as
palavras em voz alta, embora cada vez que tentei dizê-las para Evan, elas ficaram
obstruídos na minha garganta. — O que diabos está errado com você? — Não ganho
nenhuma resposta do meu reflexo.
Soltando um suspiro de frustração, eu tiro os rolos do meu cabelo e os atiro
descuidadamente na pia. Na última semana, Evan vem dizendo eu te amo mais e mais,
e cada vez que ele diz isso, eu peço as palavras para saírem, mas elas nunca, nunca
saem. Assim como há poucos minutos ele veio atrás de mim para dizer que estava
saindo e beijou meu ombro, sussurrando, — Eu te amo, — contra a minha pele. Eu
queria dizer a ele, eu também te amo, mas não consegui. Então, ao invés disso, eu
fiquei ali como uma idiota, olhando para ele, enquanto ele sorria para mim no espelho.
— Você sabe que ele não está indo embora, então, obviamente, este é o seu
problema agora e não mais dele, — me repreendo, puxando a minha toalha, jogando-
a em cima da pia, e pegando um novo conjunto de adesivos de mamilos, sorrindo com
a memória de Evan os encontrando da última vez que usei, enquanto os colocava.
Uma vez que estão presos no lugar, eu vou ao meu closet e pego meu minivestido
preto no cabide perto da porta. Deslizando-o, me viro para olhar para mim mesma no
espelho.

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O vestido é o que comprei meses atrás para noites como essas – jantar e
bebidas com as meninas. A parte superior do vestido é de renda preta com um
profundo V e um profundo V correspondente na parte de trás. Ele tem uma camada
diáfana preta sobre um fundo preto, atingindo o meio da coxa. Se eu tivesse peitos,
não seria capaz de usar este vestido, porque não há como possivelmente esconder um
sutiã nele, mas ao contrário, normalmente, sou grata por meu peito pequeno.
— Com quem você falava?
Rangendo, eu me viro e coloco minha mão no peito, olhando para a minha
irmã, December, de pé na porta do closet, usando um vestido preto também. O dela é
tão apertado que mostra cada uma de suas curvas.
— Não se esgueire sobre mim, — estalo. Esqueci completamente que não
estava sozinha na casa.
— Não me esgueirei em você. Eu entrei, — diz ela, colocando as mãos nos
quadris e me estudando. — Então, com quem falava? Sua casa é assombrada? Você
tem um fantasma e está tentando convencê-lo do seu amor?
— Cale a boca, — rosno, agarrando o meu salto de tiras de camurça preta da
prateleira e passando por ela.
— O que está acontecendo? — April pergunta, e eu gemo.
— Nada está acontecendo, — digo a ela, perguntando-me se o vestido que ela
vestiu deve ser usado em público. O vestido preto sem alças, não deixa nada para a
imaginação, e é tão curto que eu sei que se ela se inclinar todo mundo terá um show.
— Uh... bem. — Ela franze a testa, movendo o olhar de mim a December, que
dá de ombros.
— Pensei que nós tínhamos uma reserva? — Eu lembro-as, quando elas olham
entre si.
— Nós temos, — diz July, entrando na sala, usando um vestido semelhante ao
meu, menos o profundo V. — E Wes acabou de chegar e está esperando lá fora. Vocês
estão prontas? — Ela olha entre nós três.
— Sim, totalmente pronta, — minto. Eu realmente não quero sair esta noite,
mas minhas irmãs e primas estão na cidade e nós planejamos esta noite por meses,

148
o que significa que é noite das mulheres – quer eu queira ou não. — Onde está May?
— Pergunto, deslizando em meus saltos.
— Esperando na sala de estar, — December diz, me observando de perto.
Ignorando-a, eu vou ao closet, pego o meu perfume e pulverizo-o atrás das orelhas.
— Aonde Evan ia? — Questiona April, e meus olhos se movem para os dela no
espelho enquanto coloco meus brincos.
— Ele ficará com Harlen e os caras esta noite. Acho que iam para o composto,
— eu digo, então olho para July. — Wes ficará com eles?
— Sim, ele se encontrará com eles depois que nos deixar. — Ela sorri.
— Legal, assim temos a rédea livre. — Sorri April, e conheço esse sorriso. Sei
também que significa que todas nós estaremos em apuros antes que a noite acabe se
não formos cuidadosas.
— Eu não vou ficar bêbada, — murmuro para ela, e suas sobrancelhas se
levantam.
— Sim, você vai.
— Não, eu não vou. — Eu balanço minha cabeça, e ela planta as mãos nos
quadris e estreita os olhos ainda mais.
— Sim, você vai.
— Realmente precisamos discutir sobre ficar bêbada? — December pergunta,
exasperada, se jogando na minha cama e resmungando para o teto sobre quão chata
nós somos.
— Nós discutimos sobre tudo, — aponta July, uma honesta verdade de Deus.
É como uma regra tácita no manual de irmã.
Tu deves discutir sobre cada coisa na presença de suas irmãs.
— As meninas nos encontrarão no restaurante? — Pergunto, mudando de
assunto antes que todas nós comecemos a discutir sobre discutir, que é algo que
faríamos.
— Sim, elas já estão lá nos esperando — confirma July, referindo-se a noiva
de Jax, Ellie, e as nossas primas Ashlyn, Hannah, Willow e Harmony, deixando de
fora Nalia, visto que ela está no Colorado com a mãe dela e provavelmente não estará
em casa até o Natal.

149
— Ok, então vamos lá, — suspiro assim que termino de colocar meus brincos.
— Pelo menos finja estar animada, — ouço um murmuro atrás de mim, mas
ignoro e saio do quarto para a sala, onde encontro May usando um vestido preto longo
que se prende em seus ombros, aninhada no sofá com Ninja.
— Preciso de um homem na minha vida, — ela murmura quando nos vê.
— Talvez se você não rejeitar cada indivíduo quando eles dão em cima de você,
você teria um homem, — diz April pegando sua bolsa no sofá.
— E talvez se você não dormisse com cada cara que conhece, você não seria
uma puta, — May responde e April olha feio. April e May vivem juntas e sempre foram
mais como melhores amigas do que irmãs, então eu não estou mais surpresa com
suas provocações.
— Podemos apenas nos dar bem por essa a noite? — Fundamenta December,
olhando para cada uma de nós com o mesmo olhar penetrante que a nossa mãe
costumava dar quando éramos pequenas e nos comportávamos mal.
— Isto é nós nos dando bem, — diz July, e ela não está errada. Nós não nos
dando bem consiste em rolar no chão, puxando o cabelo – algo que nós ainda fazemos
de vez em quando.
— Vamos embora, — murmuro, colocando minha fina bolsa preta debaixo do
braço conforme vou para a porta, ouvindo as meninas seguindo atrás de mim.
— Jesus, — Wes rosna da calçada onde ele espera perto do seu SUV. Se eu
não achasse que ele ficaria chateado, eu riria ao ver a expressão no rosto dele. —
Baby, onde diabos está o resto do seu vestido? — Ele pergunta, e July ri, em seguida,
gira em um círculo.
— Isso é todo o meu vestido. — Ela sorri, e as narinas dele se abrem e os
punhos apertam.
— Talvez eu deva ir com vocês.
— Você não virá com a gente, — April diz, abrindo a porta. — É noite das
meninas, não menina-e-chato-marido-quente, — ela termina, antes de se arrastar para
o banco traseiro.
— Desculpe, querido, você não está convidado. — July sorri, colocando as
mãos contra o peito de Wes e se erguendo para beijá-lo.

150
— Você estará em tantos problemas quando chegar em casa, — ele resmunga,
e eu rio, depois paro quando seus olhos se viram para mim. — Suponho que Evan
não viu você com esse vestido.
— Evan não se importará, — murmuro, e ele levanta uma sobrancelha,
fazendo-me me perguntar se eu deveria ter usado um vestido diferente. — Ele não vai,
— repito, mesmo não tendo certeza se isso é verdade quando passo por ele para
alcançar a porta de trás, ignorando sua risada quando me junto a December no banco
de trás, seguida por May.
— Você disse a elas as regras? — Ele pergunta à July, deslizando atrás do
volante.
— As regras são que não há regras, — diz April, e a cabeça de Wes se volta
para olhar feio para ela por cima do ombro.
— Com certeza há regras, porra.
— Não sei como July aguenta você, — resmunga April, olhando para ele.
— Apenas vamos. Vou me certificar de que nós não entremos em qualquer
problema, — diz December, e os olhos de Wes se movem para ela.
— As regras, — ele começa ignorando o huff de April quando sai da minha
garagem. — Vocês não aceitam bebidas de ninguém. Vocês não deixam suas bebidas
sem vigilância, e vocês ficam juntas como cola.
— Regras dois e três são aceitáveis, mas a regra número um está vetada, —
April entra na conversa, e começo a rir, mas mordo o lábio quando os olhos de Wes
encontram os meus no espelho e se estreitam.
— Vocês seguem as regras, ou as seguirei e ficarei de babá. Você escolhe.
— Que seja, — April resmunga baixinho, mas inteligentemente não diz mais
nada. O resto da viagem foi em silêncio, e quando chegamos ao restaurante, todas
nós empilhamos na calçada enquanto esperamos por July, que está falando com Wes,
fazendo um monte de rolamento de olhos e movimentos com as mãos com tudo o que
ele está dizendo a ela.
— Ele é tão mandão. Como diabos ela lida com isso? — April pergunta quando
vemos Wes envolver sua mão ao redor da parte de trás do pescoço de July e puxá-la
para frente, até que a boca dele está a uma polegada da dela.

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— Você sabe que quando encontrar um cara, ele provavelmente será um
milhão de vezes pior? — May pergunta, e ela provavelmente está certa. Precisará de
um tipo diferente de homem para domar April.
— Eu acho que é doce, — sussurra December, batendo meu ombro com os
dela.
— Você iria. — April revira os olhos para mim, então se aproxima e bate na
janela do lado do motorista, gritando, — Solte-a. É hora de ir.
Surpreendentemente, Wes permite que July saia, em seguida, desce o vidro,
olhando para cada uma de nós e exige, — Sejam boazinhas e lembrem-se das regras.
— Nós ficaremos bem.
July sorri, e Wes sorri de volta, murmurando, — Seja boa, baby, — antes de ir
embora.
— Finalmente, Deus! Pensei que ele nunca iria embora, — April diz baixinho,
enfiando o braço no de July e levando-a para dentro do restaurante, seguida pelo resto
de nós.
— Como estão as coisas com você e Evan? — December pergunta assim que
estamos sentadas.
— Estão boas.
— Graças a Deus ele não é louco como o homem dessa, — murmura April,
empurrando seu polegar em July.
— Obviamente, você não conheceu Evan. — July sorri e dou de ombros. Eu
amo ele ser protetor e possessivo, e não me importo com o que isso diz sobre mim
como uma mulher.
— Ele não inspeciona sua roupa, então obviamente ele não é possessivo e psico
como Wes.
— O meu vestido é tão ruim assim? — Pergunto, e todos os olhos de mesa se
viram para olhar para mim, cada olhar dizendo a mesma coisa: Você está realmente
fazendo essa pergunta? — Ok, — resmungo, olhando o meu vestido. Sei que é um
pouco sedutor, mas eu realmente não acho que seja provocante.

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— Apenas dizendo que se Evan vir você com esse vestido, você estará em uma
boa noite. — July sorri, e meus olhos caem em Ellie, a noiva de Jax, e a vejo alisar
seu vestido muito colado, corando quando seus olhos se encontram com os meus.
— Agora nos diga por que você falava com você mesma, — diz December, e
olho para ela.
— Eu não falava comigo mesma.
— O que quer dizer com falava sozinha? — May pergunta, e solto um suspiro
de frustração. Posso muito bem acabar com isso.
— Não consigo dizer eu te amo para Evan. Toda vez que tento dizer que o amo,
as palavras não saem.
— Por que não? — Harmony pergunta, e meus olhos vão até ela.
— Não sei. Toda vez que tento dizer, eu não consigo. As palavras literalmente
não saem da minha boca.
— Você provavelmente está guardando um pouco de raiva, — July diz, e
balanço minha cabeça.
— Não estou. Eu o perdoei, o perdoei completamente, — digo, olhando em volta
em busca do garçom. Preciso de vinho, muito e muito vinho.
— Talvez você devesse apenas escrever e dizer dessa maneira, — April entra
na conversa.
— Não dê ouvidos a ela, — May faz cara feia, olhando para April como se ela
fosse louca.
— Não diga a ela para não me ouvir, — April responde, olhando para ela.
— Isso vai acontecer quando você estiver pronta para ele saber, — diz July,
inclinando-se para o meu lado. Eu aceno, embora eu saiba que agora é a hora. Está
me matando ele não saber como me sinto, e não quero que ele pense que não o amo.
Talvez eu devesse apenas escrever em um pedaço de papel e dar para ele.
— Chega de conversa sobre caras. Vamos beber, — exige Ashlyn, e April
inclina-se sobre a mesa, dando-lhe um High Five.
— Sim! Sem mais conversa sobre caras, — ela concorda.

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Como se na sugestão, um jovem rapaz caminha para a nossa mesa. — Sou
Cori. Eu serei o garçom de vocês esta noite. O que posso ter para as senhoritas beber?
— Ele diz, ficando na extremidade da nossa mesa.
— Tequila, — pede Ashlyn, e olho para ela quando ela dá de ombros, e
murmura, — Se você soubesse como meu dia foi, você entenderia.
— Dillon de novo? — July pergunta, e Ellie ri quando Ashlyn olha para ela e
olha feio, e depois olha para July e rosna.
— Nós não diremos mais o nome dele. Desse dia em diante, ele não existe.
— Quem é Dillon? — Willow pergunta, e July se abana, sussurrando, — Dillon
é um pedaço de gosto...
— Dillon é um idiota e não existe fora do escritório, onde eu, infelizmente,
tenho que ser submetida a sua imbecilidade, — Ashlyn diz, cortando July, e faço uma
nota mental para perguntar a July sobre Dillon, ou ir ao escritório de Ashlyn para que
eu possa dar uma olhada no Dillon. Obviamente, há mais nessa história do que
Ashlyn está nos deixando saber.
— Humm... assim todas estão bebendo tequila? — Nosso garçom pergunta,
interrompendo a conversa, e todas riem.
April exclama, — Tequila para todas!
Inclinando a cabeça para trás, eu olho para o teto, sabendo exatamente como
esta noite vai acabar. Só espero que eu não me arrependa de manhã.

***

— Filho da puta. — Virando a cabeça ao som da voz profunda e retumbante


de Evan, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar, sorrio, ouvindo quando
risos saem em torno de mim.
— Ei, querido, — suspiro, enquanto balanço na direção dele no meu banco.
— Você está bêbada? — Ele pergunta, deixando cair os olhos da minha boca
ao topo do meu vestido, e noto que eles escurecem quando o faz.

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— Sim. — Sorrio, e pressiono meus lábios, inclinando-me ainda mais, sussurro
em voz alta, — Só comprei uma bebida. — Ergo um dedo, e aponto para os copos na
minha frente. — Todos estes foram grátis. — Sorrio. — Não é incrível?
— Grátis? — Suas sobrancelhas se juntam e ele cruza os braços sobre o peito
ao olhar na minha frente, onde há pelo menos dez copos de dose, com quatro deles
agora vazios.
— Grátis, — concordo, olhando em volta da mesa para minhas meninas,
quando noto que todas estão silenciosas. Também noto que a mesa está cercada por
homens, homens que incluem um puto Wes e Jax. — Hum... todas nós ganhamos
bebidas, — digo baixinho, querendo tirar a atenção de mim, quando parece que eu
disse a coisa errada.
— A Noite das meninas acabou, — corta Jax.
Olho para ele e choramingo, levantando as mãos no ar, — Não pode terminar!
Começamos a nos divertir. — E nós fizemos. O início da noite meio que foi um saco,
porque Dillon, o Idiota, que também acontece de ser Dillon, quente e lindo – o tipo
lance-sua-calcinha-nele lindo apareceu no restaurante em que estávamos. Isso não
teria sido tão ruim, exceto que quando viu Ashlyn, ele veio direto para a nossa mesa
para dizer oi, o que em quaisquer outras circunstâncias teria sido bom. Mas sua noiva
estava com ele, e ela não é apenas uma cadela, mas uma gritante cadela. Ela deu uma
olhada na nossa mesa e fez uma cara como se estivesse olhando um grupo de zumbis
que comeram o último humano deixado no planeta Terra, em seguida, fez um
comentário malicioso sobre Ashlyn. A única coisa boa foi testemunhar Dillon dizer a
ela para calar a boca. Embora não usasse exatamente essas palavras.
— Homens compraram bebidas para vocês, meninas? — Wes pergunta,
cortando meus pensamentos, e meus olhos se concentram em July, que morde o lábio
e olha em volta nos pedindo ajuda, enquanto April sorri e Ashlyn ri.
— Eles estavam sendo legais, e como você pode ver, estamos aqui sozinhas,
então, tecnicamente, ainda estamos seguindo suas regras, — April cantarola sem
ajudar.
Olho para Evan e pergunto calmamente quando noto que ele não se aproximou
mais ou me tocou, — Você não está chateado, né?

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— Chateado, não. Irritado, sim, — diz ele em um tom que eu nunca o ouvi falar
antes, um tom que provoca arrepios em minha pele.
— Por quê? — Franzo a testa.
— Você quer uma lista? — Ele pergunta; penso nisso por um segundo, e aceno
com a cabeça, como a bêbada que estou.
— Entrar em um bar e ver os homens olhando para você com esse vestido é o
suficiente para me deixar louco. Esses mesmos homens comprando suas bebidas é
um grande porra de não.
— Gosto do meu vestido, — o informo bêbada, ignorando o resto do que ele
disse.
— Isso é bom, baby, e estou feliz que você conseguiu usá-lo uma vez antes que
eu rasgue essa merda em pedaços e o jogue no lixo.
— Você não rasgará meu vestido em pedaços, — suspiro, colocando as mãos
sobre a renda cobrindo meu peito. — Este vestido me custou quase uma centena de
dólares, e isso foi depois do preço ser remarcado duas vezes, — o informo, sustentando
dois dedos, e assisto seus olhos queimarem ainda mais quando ele dá um passo em
minha direção, me prendendo contra a mesa com uma mão na parte de trás do meu
pescoço a outra no meu joelho.
— Este vestido, — ele murmura alto o suficiente para apenas eu ouvir,
enquanto desliza a mão pela minha coxa sob a bainha, — é sexy. Você não usa um
vestido como este, a menos que esteja com o seu homem.
— Oh, — sussurro.
Distraidamente ouço alguém dizer, — Eu te disse, — atrás de mim.
— Oh, — ele responde, olhando o decote do meu vestido. O olhar em seus olhos
transmite que ele está ou muito, muito chateado ou muito, muito excitado, e espero,
pelo meu bem, que seja o último.
— Eu não quero ir! — Ellie chora, e tiro meus olhos de Evan e olho através da
mesa, onde Ellie está sentada com as mãos na borda da mesa, segurando-se como se
fosse um salva-vidas.
— Não tenho nenhum problema em levar a mesa conosco quando sairmos,
Ellie, mas de uma forma ou de outra, você irá para casa comigo, agora, — Jax rosna.

156
— Você não pode levar a mesa. Não ééé sua para levar, — ela arrasta, olhando
para ele.
— Oh, Senhor, — murmura December, pegando um dos copos de dose da
mesa, atirando o licor cremoso para trás, e depois pega outro, fazendo o mesmo, antes
de murmurar, — Eu vou limpar a mesa, — o que me faz romper em um ataque de
risos.
— Eu ajudarei. — Eu rio mais alto, pegando uma das doses, apenas para tê-
la arrancada do meu alcance. — Ei! Eu ia beber isso, — reclamo.
— Você terminou, — Evan diz, colocando o copo na mesa com um baque.
— Você não é o meu chefe.
— Baby, se você acha isso, então, você obviamente não está no seu normal.
— Não, eu não. Sou dona de mim mesma. Eu faço minhas próprias escolhas.
— Não, você é minha mulher. Minha, e como eu disse, você terminou. — Ele
me puxa do banco e em seu peito quente.
— Você não pode simplesmente agir como um homem das cavernas, Evan, —
grito de volta, olhando seu rosto bonito.
— Homem das cavernas? — Ele sorri um sorriso malicioso que tem minhas
partes femininas formigando, e então, antes que eu saiba o que está acontecendo,
estou por cima do seu ombro com a mão dele na parte de trás das minhas coxas,
impedindo felizmente meu vestido de mostrar a todos minha calcinha.
Ele me leva, gritando, — Coloque-me no chão agora! — Para fora do bar e na
rua, até a caminhonete dele. — Não posso acreditar em você, — digo, cruzando os
braços sobre o peito e olhando para o parabrisa The Beast. Ninguém veio em meu
auxílio quando Evan me carregou para fora do bar e ao longo da rua gritando.
Ninguém sequer parecia se importar que um homem carregasse uma mulher por cima
do ombro, gritando na noite, enquanto andava casualmente pela calçada. — Que tipo
de mundo em que vivemos que você pode apenas me levar – uma mulher que não quer
isso – ao redor, sem alguém para pará-lo e perguntar se está tudo bem?
— Baby, — ele murmura.
Ouço o sorriso em sua voz e viro para olhar para ele para ver se estou certa,
que ele acha isso é engraçado. — Isso não é engraçado! — Eu gemo ao ver o sorriso

157
dele. — Falo sério! Por que não há carros de polícia nos seguindo agora? Por tudo o
que qualquer dessas pessoas sabem, você pode ser uma pessoa louca! Você poderia
estar me levando para sua casa nas colinas, onde pretende me esconder em um quarto
secreto construído em seu porão.
— Você precisa parar de assistir tanta TV, — ele ri.
— Você poderia pensar isso, já que foi você quem me sequestrou, — murmuro
sob a minha respiração.
— Não tenho certeza se os policiais vão pensar que levar a mulher com quem
eu vivo para a casa em que moramos juntos seja sequestro.
— Tomayto, tomahto.
— Como pode, em um segundo, estou seriamente chateado com você, e no
próximo, tudo o que posso pensar é como você fica realmente muito adorável quando
está bêbada?
— Em primeiro lugar, você não tem uma razão para estar chateado comigo.
Não fiz nada de errado. E segundo, eu sou realmente adorável, de modo que não é
surpreendente. — Encaixo.
— Tenho uma razão para estar chateado, baby.
— Não, você não tem.
— Eu tenho. Você não é um homem, então você nunca entenderá, mas eu
tenho um pau. Eu sei o que todo homem naquele bar pensava, e também sei que não
era nada inocente.
— Que seja, — suspiro, recusando a admitir que ele esteja certo, embora ele
provavelmente esteja.
— Você ainda escutará quando chegarmos em casa, por isso não ache que você
se safou, — diz ele, e meu núcleo aperta com seu tom.
— O que significa isso? — Pergunto, quando alcançamos o nosso quarteirão.
— Você verá, — diz ele, parando na entrada da garagem e estacionando a
caminhonete. Seu corpo se vira para mim e sua mão descansa casualmente sobre o
volante enquanto seus olhos me digitalizam. — Você está linda.
— Hum... — lambo os lábios, me perguntando onde ele vai com isso.

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— A primeira vez que te vi, eu sabia que havia algo em você que eu tinha que
ter, e cada momento que passei com você me deu um gosto de algo e eu quero mais.
Nunca me canso de você.
Oh, Deus. Mais uma vez, essas três palavras difíceis estão obstruídas na
minha garganta. Quero dizer isso para ele. Quero que ele saiba que sinto o mesmo,
que meus sentimentos por ele nunca mudaram. — Eu quero você também, — digo;
me sentindo uma idiota, porque essas palavras não chegam nem perto de como eu
me sinto.
— Não, baby. — Seus dedos desprendem o cinto de segurança e ele me arrasta
para o assento dele. — Você é minha. Falo sério, na mais fodida maneira primitiva
possível. Se fosse legal possuir você, eu iria.
— Oh, — suspiro, enquanto ele envolve suas mãos na parte de trás das minhas
coxas e me puxa contra a protuberância em suas calças.
— Agora você entende o que quero dizer quando digo que é minha? — Ele
pergunta, movendo a mão nas minhas costas e no cabelo na minha nuca.
— Eu... eu acho que sim.
— Você precisa casar comigo novamente. Talvez então eu não me sinta tão
louco como estou agora, — ele sussurra, me estudando. — Então, novamente, não
tenho certeza se há algo que possa mudar a forma como eu me sinto.
— Evan, — sussurro, procurando seus olhos, vendo quão intenso eles estão.
Eu quero isso de novo. Quero ser sua. Não há nada que eu queira mais.
— Eu te amo, baby.
— Eu... — sua boca cobrindo a minha corta o que eu ia dizer, e me perco em
seu beijo, tão perdida que nem sequer percebo que saímos da caminhonete e estamos
em casa até que sinto minhas costas baterem na parede e ouço a porta da frente se
fechar.
— Eu lhe darei uma vantagem, — diz ele, afastando sua boca da minha. — Se
você conseguir tirar esse vestido antes de chegarmos ao quarto, você pode ficar com
ele. Se não for possível, então ele será usado para amarrá-la na cama.

159
Suspiro com seu ultimato. — Eu amo este vestido, — declaro, conforme sua
boca viaja no meu pescoço e entre os meus seios; ele move as rendas do vestido para
o lado e suas grandes mãos seguram meus seios em cada uma das suas palmas.
— Odeio essas coisas. Eles estão constantemente no caminho do que eu quero,
— ele rosna, puxando os adesivos de meus mamilos.
— Oh, Deus, — eu gemo, deixando minha cabeça cair para trás e minhas mãos
deslizam pelo cabelo dele. Seus dedos trabalham em meus mamilos, puxando e
apertando enquanto sua boca desliza entre os meus seios, me atormentando. — Evan.
— Vá, — diz ele, dando um passo atrás de repente, me deixando ofegante
contra a parede.
— O quê? — Pisco para ele, tentando entender o que aconteceu, por que ele
parou de me tocar.
— Cinco, — ele conta, deslizando os olhos sobre o meu rosto, e peito.
— O... o quê?
— Quatro. — Sua mandíbula aperta quando ele rosna, — Três.
— Oh, merda. — Eu me afasto da parede e tropeço, ainda meio bêbada, até o
corredor, ouvindo a contagem regressiva atrás de mim enquanto corro para o quarto,
tentando tirar o vestido enquanto corro. Percebendo que não foi assim que o vesti, eu
puxo uma mão de uma manga e depois a outra.
— Um, — ouço quando uma mão vai para as minhas costas e estou inclinada
sobre o colchão, o meu vestido agora em torno da minha cintura. Em seguida, a parte
inferior do vestido está para cima e o ar frio do quarto encontra a pele nua da minha
bunda.
— Evan.
— Ele sequer cobre minha buceta, June, — ele murmura, correndo um dedo
ao longo da borda da minha calcinha de renda, no meu quadril, entre minhas nádegas
e na minha buceta. — Você tem uma bela bunda. — Sua mão se move sobre um dos
lados suavemente, e minhas mãos apertam o edredom entre meus dedos quando me
levanto na ponta dos pés, inclinando meu traseiro em direção a ele, pedindo-lhe
silenciosamente para fazer o que quiser comigo.

160
— Me dê as suas mãos, — ele ordena, e meu pulso acelera quando solto o
edredom e coloco minhas mãos atrás das costas. — Você está sendo muito boa agora.
Oh, Deus, seu tom está fazendo coisas malucas no meu interior, fazendo-me
sentir como se cada polegada de mim foi, de alguma forma, acesa no fogo, e apenas o
seu toque pode apagá-lo. Sentindo o suave tecido envolver um pulso, depois o outro,
eu começo a arfar.
— Este vestido é realmente muito bom, — ele afirma, quando meus pulsos são
amarrados firmemente juntos, fazendo meu peito arquear para frente e minha
bochecha pressionar mais profundamente a cama. — Agora tenho você como eu quero
você, — ele murmura, como se falasse para si mesmo, e minha calcinha é arrastada
entre as bochechas de minha bunda, fazendo com que o material esfregue rudemente
contra o meu clitóris, e me fazendo ofegar. — Fique apenas assim.
Respirando profundamente, mantenho a minha posição, ouvindo atentamente
ele se movimentar. O som de tecido caindo no chão, seguido por um baque surdo, em
seguida, outro, o que sei que são as botas, cliques de metal e mais tecido caindo no
chão; uma gaveta abre e fecha e sinto o calor atrás de mim. As mãos sobre meus
quadris deslizam pela minha cintura e sobre a renda cobrindo minha buceta. — Você
está molhada para mim. Ser amarrada e à minha mercê a excita? — Ele pergunta se
aproximando, e aceno com a cabeça, respirando pesadamente e empurrando meus
quadris para frente, necessitando seu toque. — Diga-me o que você quer, June.
— Você! Eu quero você, — Fundamento, ficando desesperada.
— Você me tem.
— Não! — Grito, quando suas mãos voltam para os meus quadris, segurando-
me mais uma vez.
— Diga-me.
— Quero que você me toque, — choramingo, sentindo sua dureza tão perto de
onde preciso dela.
— Estou tocando você. — Suas mãos se movem sobre a minha bunda, na parte
de trás das minhas coxas, entre as minhas pernas, mas ainda não perto o suficiente
de onde eu preciso que ele esteja.

161
— Evan, por favor, — imploro, sentindo seus dedos moverem para o lado o
pequeno material cobrindo meu núcleo encharcado, e meus braços se esticam contra
o material do meu vestido enquanto tento ganhar mais do seu toque. Minhas pernas
se abrem mais e inclino minha bunda para cima.
— Linda, tudo que você tem a fazer é me dizer o que você quer, e darei a você.
— Quero que você me foda! — Praticamente grito no topo dos meus pulmões.
— Por favor, me foda. — Sinto lágrimas de frustração formigar atrás dos meus olhos,
mas, então, ele está lá. Em mim. Entrando tão forte e tão profundo que a minha
respiração para e arqueio a cabeça para trás em êxtase com o estiramento e sensação
de plenitude.
— Maldição. — Seus dedos seguram fortemente meus quadris. Tão apertado
que eu sei que ficarei machucada com o seu toque. Tão apertado que não posso me
mover, não posso fazer nada. Estou completamente à mercê dele. Então, ele agarra
minhas mãos enquanto me fode com força e rapidez, provocando um orgasmo que
nem sequer teve a chance de construir, e faz meus joelhos se dobrarem e meus dentes
afundarem no meu lábio inferior com tanta força que provo cobre.
Finalmente encontro minha respiração novamente, apenas para tê-la tirada
quando meus braços são liberados e a sensação de alfinetes e agulhas dispara pelas
minhas pernas enquanto meu corpo é levantado e colocado sobre a cama. Minhas
pernas são abertas, com suas mãos nos meus tornozelos me mantendo aberta, em
seguida, sua boca está em mim. Seus dentes e língua me devorando como se ele
estivesse faminto pelo meu gosto, como se precisasse da minha essência para
sobreviver.
— Oh, Deus, não pare. Estou tão perto, — sussurro, apertando os olhos
fechados quando meu núcleo aperta.
— Me dê isto. Balance essa buceta. Goze na minha língua. — Suas palavras
me enviam sobre a borda e dou o que ele quer, não sendo capaz de me parar, mesmo
se eu quisesse.
— Evan, — grito seu nome quando o meu corpo fica mole e meus olhos se
fecham, só para abrirem momentos mais tarde, quando o som de material rasgando
alcança meus ouvidos. — Você rasgou meu vestido.

162
— Eu disse que ia. Agora fique de joelhos e abra a boca. Quero essa boca bonita
ao redor do meu pau. — Energia de outro lugar se desloca por mim quando a imagem
de mim chupando-o filtra através do meu cérebro. Eu viro e me ergo sobre minhas
mãos e joelhos, e me movendo para onde ele está ajoelhado sobre a cama com a mão
ao redor do seu comprimento, acariciando-se. Meu núcleo aperta novamente e sei que
o quero dentro de mim. Mas a necessidade de prová-lo na minha língua é quase
irresistível enquanto rastejo em direção a ele.
— Cristo, você parece a porra de um sonho molhado. Mudança de planos.
Ajoelhe e segure seus peitos.
O olhar em seus olhos é um que eu nunca vi antes. Um que me faz querer
agradá-lo. Então faço o que ele pede e me ajoelho, deslizando as mãos pelas minhas
coxas, ao longo da minha cintura, e depois seguro ambos os seios, deixando minha
cabeça cair para trás e meu olhos se fecharem.
— Abra mais suas pernas, baby. Deixe-me ver a sua boceta. Deixe-me ver o
que pertence a mim.
Abrindo ainda mais as minhas pernas, inclino minha cabeça em direção a ele
e tento abrir os olhos, querendo ver o olhar no seu rosto, querendo ver o quanto eu
estou lhe agradando. Então, um zumbido suave enche o quarto e sua mão se move
em direção a mim. Meus olhos caem, notando que ele tem o meu pequeno estimulador
de clitóris na mão. O primeiro toque do meu brinquedo contra o meu clitóris faz os
meus quadris estremecerem. É demais para eu lidar, muito para o meu corpo
superestimulado lidar.
— Não se mova, porra. — Em seu tom áspero, meu corpo aperta e meus olhos
encontram os dele. Esforço-me para manter minhas pernas abertas para ele enquanto
o pequeno vibrador corre contra o meu clitóris. — Puxe seus mamilos.
Lambendo meus lábios, seguro meus seios e puxo meus mamilos, a sensação
não é tão pronunciada como quando ele me toca, mas ainda sinto o formigamento dos
meus mamilos ao meu núcleo, fazendo com que um grito estrangulado suba pela
minha garganta.
— É muito.
— Goze para mim.

163
— Não posso. É muito.
— Eu disse para gozar para mim, porra. — Sua mão livre segura meu cabelo,
me puxa para frente, e os seus lábios estão nos meus, sua língua empurrando em
minha boca enquanto eu gemo meu orgasmo em sua garganta.
Meus quadris pulam, e o som do suave zumbido desaparece quando sua mão
cobre minha buceta. Meu corpo está relaxado e meus olhos pesados conforme me
deito na cama. Sua mão puxa o meu queixo para baixo. — Abra. — Forçando-me a
abrir meus olhos, encontro o dele quando ele se inclina sobre mim, correndo a ponta
do seu pênis contra meus lábios. — Abra, June. Não me faça dizer de novo. —
Tremendo, eu abro minha boca e corro minha língua ao redor da cabeça de seu pênis.
— Boa menina, agora me tome profundamente.
Eu faço. Abro mais a boca e o sinto bater na parte de trás da minha garganta
com cada impulso. Meu corpo, o qual eu pensei que não aguentava mais, prepara-se
quando sua mão desliza sobre minha barriga e entre as minhas pernas. Seu leve toque
contra o meu clitóris me dá algo, ainda mais enquanto trabalho com a minha boca e
movo minhas mãos para segurar suas bolas. Seus gemidos e grunhidos me
incentivam, me fazendo querer que ele sinta o que sinto cada vez que ele me toca.
Ele tira da minha boca com um estalo e eu grito, — Não!
— Eu gozo dentro de você. — Ele joga minha perna por cima do ombro, e então
ele está dentro de mim novamente, enchendo-me, fazendo-me sentir completa. Seus
olhos travam no meu e suas mãos se movem, afastando meu cabelo do meu rosto
enquanto seus quadris se movem lentamente e seu peso me empurra na cama.
— Eu te amo, — suspiro, envolvendo-o com meus braços e pernas. — Oh,
Deus, Evan. — Minhas paredes apertam, e seu quadril empurra, pressionando
inteiramente em mim quando ele goza, não deixando nenhum espaço entre nós.
— Você ainda está bêbada? — As palavras suaves são faladas contra a minha
boca, provocando lágrimas nos meus olhos.
— Não. Sim. — Balanço minha cabeça e me enrolo mais apertado em torno
dele.
— Prometa-me que você se lembrará de dizer isso.

164
— Lembrarei. Eu queria... — faço uma pausa para puxar uma respiração. —
Eu tentei te dizer.
— Você me disse. Em seu sono, você me disse todas as noites.
— O quê? — Suspiro, me afastando para ver o seu rosto.
— Quando você cai no sono, quando a puxo para perto de mim, você diz que
me ama, mas mesmo que você não dissesse as palavras em voz alta, eu saberia.
— Eu ia escrever e dar para você em um bilhete, — digo a verdade, e seu corpo
começa a tremer em cima do meu, até que ele nos gira, de modo que estou sobre o
peito dele.
— Você ia escrever que me ama em um pedaço de papel e dar para mim? —
Ele pergunta, ainda rindo, e luto contra meu próprio sorriso, porque realmente parece
loucura.
— Foi ideia de April.
— Ela estava bêbada quando veio com essa ideia?
— Hum, na verdade não. Foi antes do jantar ou de beber algo.
— Humm, — ele murmura, passando a mão nas minhas costas.
— Você realmente simplesmente rasgou o meu vestido? — Pergunto, depois de
um longo momento deitada ali, sentindo os seus dedos correndo sobre a minha pele.
— Sim.
— Homem das cavernas, — murmuro, sorrindo na pele de seu peito.
— Sim, — ele murmura de volta, então se vira para mim. — Preciso deixar
Ninja sair. Você quer que eu te limpe, ou quer tirar sua maquiagem? — Pergunta,
correndo os dedos pelo meu cabelo.
— Preciso tirar minha maquiagem, — sussurro, e me inclino, pressionando
minha boca sobre a dele em um toque suave, digo, — Eu te amo. — Preciso provar a
mim mesma que as palavras que saíram antes não eram um acaso.
— Eu sei que você ama, baby, — ele concorda contra a minha boca, e me beija
longo e profundamente; tão doce que sinto até a minha alma.

165
Capítulo 12
Evan

Com vista total da sala do composto, eu assisto Jordan conversar com um dos
caras novos. Desde que Nico falou comigo semanas atrás sobre ele, eu mantive um
olho no cara e notei, em mais de uma ocasião, que ele tem trabalhado seu caminho
através do clube, falando com recrutas.
— Aquele filho da puta acabará em uma vala em algum lugar. — Harlen surge
ao meu lado, e me viro para olhar para ele. — Sei que você está olhando para ele
também, — ele murmura, tomando um gole da sua cerveja enquanto seus olhos
deslizam para onde Jordan está do outro lado da sala. — Fiz alguma pesquisa e
descobri que ele era um membro de outro clube, os Southern Stars, fora de Nashville,
apenas alguns meses atrás. A palavra na rua é que o pai dele é o vice-presidente.
Ele tem razão. Essa é a informação exata que eu tenho de Nico, e de Brew,
cuja tripulação, os Wild Hogs, teve alguns desentendimentos com o Southern Stars
ao longo dos últimos dois anos. Ao contrário dos Broken Eagles, o Wild Hogs tem
negócios no lado mais sombrio do estilo de vida dos clubes de motociclistas, mas
também guardavam isso para eles mesmos e são conhecidos na cidade por fazer mais
bem do que mal. Ou pelo menos essa é a imagem retratada ao público.
— Não confio nele, — Harlen diz, cortando meus pensamentos.

166
— Eu também não, — concordo, olhando para onde June e July jogam sinuca.
Meus olhos a procuram constantemente, não que eles precisem. Eu sei onde ela está
sem sequer olhar para ela. Juro que meu corpo está em sintonia com o dela, como se
houvesse um fio invisível nos unindo.
— Wes quer que ele saia.
Porra. Giro o banco para encontrar o olhar dele mais uma vez. Se ele sair, o
caso inteiro de Nico desmorona, e tanto quanto me fode quebrar a minha palavra para
Nico, a única forma de manter o filho da puta estúpido por perto é falar com Wes e o
resto dos caras sobre o que está acontecendo.
— Nós precisamos conversar, e precisamos fazer essa merda agora, — digo,
escorregando do meu banco. — Obtenha os caras e me encontre na loja em cinco
minutos. Tirarei as meninas daqui.
— Claro, — ele concorda, lendo o meu tom.
Nem sequer olho para trás. Vou diretamente para June, que está curvada
sobre a mesa de bilhar para fazer uma jogada.
— Hey. — Ela sorri quando me vê, descansando o fim do taco no chão.
— Vem comigo, — murmuro, tirando o taco de sua mão e colocando-o sobre a
mesa. Olhando para July, aponto para o chão. — Não se mova daqui. Ela já volta.
— Uhh. Ok. — July faz uma carranca, e puxo a mão de June, levando-a até o
meio do corredor, e pressionando-a contra a parede.
— O que você está fazendo? — Pergunta, sem fôlego, subindo as mãos pelo
meu peito aos meus ombros.
Inclinando mais perto, eu movo minha boca para sua orelha. — Pegue July e
a leve para nossa casa. Vocês fiquem lá até eu chegar em casa, — instruo, movendo
minhas mãos sob a parte de trás de sua camisa e correndo-as ao longo de sua pele
lisa.
— O-o quê? — Ela se afasta, correndo os olhos sobre o meu rosto.
— Pegue July e a leve para nossa casa. Preciso falar com os caras, o que
significa que ninguém em quem confio será capaz de olhar vocês duas por um tempo.
— Está tudo bem?
— Está tudo bem. Só quero vocês fora daqui por um tempo.

167
— Ok. — Ela franze a testa e inclina a cabeça para o lado. — Tem certeza que
está tudo bem?
— Tenho certeza.
— Promete? — Pergunta suavemente, e minha testa descansa contra a dela.
— Prometo, baby. — Murmuro e seu corpo relaxa.
— Ok, — ela concorda. Toco a minha boca na dela antes de levá-la de volta
para as mesas de bilhar, onde July agora está com Wes.
— As meninas vão para a nossa casa, — digo a ele calmamente, ganhando
uma elevação do queixo.
Ele olha para July e sai com ela em direção ao estacionamento, murmurando,
— Fique com June, mande uma mensagem quando chegar na casa dela.
— Você sabe que eu odeio quando você me mantém fora do circuito, — ela
aperta e ele sorri, se inclinando e dizendo algo que não posso ouvir antes de beijar
sua boca fazendo beicinho. — Você é chato, — ela diz quando ele a libera, e olho para
June, entregando-lhe as chaves da minha caminhonete, visto que eu dirigi até aqui.
— Mande uma mensagem quando chegar em casa e ligue o alarme, — digo a
ela, beijando sua testa, e então, seus lábios.
— Eu sei, eu sei, — ela suspira e sobe na caminhonete, a qual se parece muito
grande para ela, conforme July entra no lado do passageiro.
— Dirija com cuidado.
— Talvez. — Ela sorri, ligando The Beast, batendo a porta e abaixando a janela.
— Nunca dirigi uma caminhonete deste tamanho. Talvez nós vamos ignorar ir para
casa e levar essa coisa para a estrada e ver o que ela pode fazer.
— Se você deseja ser espancada, faça, baby. — Sorrio e seus olhos se
iluminam, o que me faz balançar a cabeça. Minha menina é uma aberração, e amo
isso nela, porra. — Seja boa, — murmuro. Assisto ela sair do estacionamento. Assim
que a caminhonete está fora de vista, eu vou para Wes. — Vamos.
Nós vamos para a loja ao lado do composto. Quando entramos, todos os olhos
vêm até nós, e me movo com Wes para o escritório, enquanto todo mundo segue.
— O que está acontecendo? — Wes pergunta, quebrando o silêncio quando
Harlen, Everett, Z, Mic, Blaze e Jinx fazem um círculo ao redor da sala.

168
— Nico se aproximou de mim há algumas semanas na casa dos pais de June
e me pediu para ajudá-lo com um caso que ele está trabalhando, — confesso, e vejo
os caras olharem ao redor da sala. Todos conhecem o tio de June. Todos o respeitam
e sabem o que ele faz, então eu tenho certeza que eles sabem exatamente o que vou
dizer a seguir. — Eu disse a ele que não me sentia confortável fazendo merda atrás de
suas costas, mas ele insistiu que eu mantivesse isso para mim, e concordei dadas as
circunstâncias que eu iria, a menos que a merda saísse de controle. — Faço uma
pausa e olho para Wes. — Harlen me disse esta noite que você quer que Jordan saia.
Essa merda não pode acontecer.
— Perdão? — Wes pergunta, e movo meus olhos para os homens na sala para
encontrar os dele mais uma vez.
— Jordan foi enviado para o clube para recrutar os membros de patente
inferior e, eventualmente, assumir, oferecendo-lhes um tipo diferente de estilo de vida.
— Você tem que estar brincando comigo, — rosna Wes.
— Nico sabia que você ficaria puto.
— Se ele sabia isso, então ele deveria ter falado comigo sobre isso.
— Ele não podia, e se você pensar sobre isso, você concordará que ele não
podia. Você teria surtado e estragado o caso dele. Eu sei que você não quer a sujeira
que Jordan está trazendo para o clube, mas já está aqui e se espalhando. Eu sei, de
fato, que ele se aproximou de alguns dos caras, incluindo alguns de vocês, e está
sondando para ver o que pensam e para testar a lealdade deles para com Wes, — eu
digo, olhando ao redor, e alguns deles acenam com a cabeça.
— Ele se aproximou de mim e Jinx há uma semana, — Blaze diz, e Wes franze
a testa para ele. — Não entrou em detalhes. Fez apenas algumas perguntas sobre o
que achávamos de fazer mais dinheiro para o clube.
— Você não pensou em me dizer sobre isso? — Wes pergunta, e Blaze volta
seus olhos para ele.
— Não, eu não pensei nada sobre isso até agora. Nem sequer o levamos sério.
— Então o que diabos Nico está esperando? — Pergunta Harlen.
— Não tenho certeza. Só sei que ele queria que eu mantivesse um olho nele e
dizer de quem Jordan se aproximou.

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— Isso é besteira, — corta Z, olhando para Wes. — Nossas malditas mãos estão
atadas e este filho da puta tem rédea livre. Ele tem estado em torno de minha esposa
e filho. Essa merda não está bem comigo.
— Jax sabe sobre isso? — Wes pergunta, e balanço minha cabeça.
— Ninguém sabe fora desta sala e a equipe de Nico.
— Foda-se, — ele xinga, passando a mão sobre seu cabelo. — Quantos clubes
eles assumiram?
— Três, que Nico sabia. — Deixo escapar um suspiro, e continuo, — nenhum
dos outros clubes se impôs. A maioria deles já se encaminhava para a estrada que os
Southern Stars viajavam, e ficaram muito felizes em entregar as rédeas para eles,
enquanto mantêm algum controle de seus clubes e ganham um maior lucro em longo
prazo.
— Precisamos saber quantos dos caras concordaram em seguir Jordan, —
Harlen diz, cruzando os braços sobre o enorme peito. — Se ele está espalhando essa
merda pelo clube, precisamos saber quem está disposto a aceitar a oferta.
— Até onde eu sei, apenas dois novos caras pareceram interessado. Acho que
os Star não fizeram muita pesquisa antes de enviar Jordan ao nosso meio. Eles não
sabem que a maioria dos homens neste clube são ex-militares e fiéis a uma
fraternidade mais forte do que a deles. Se tivessem pesquisado, saberiam este é o tipo
errado de clube para trazer essa merda.
— Precisamos de um plano, — Harlen fala, e todos os olhos vão para ele. — O
pai de Jordan é o vice-presidente. Não podemos simplesmente tirar o garoto, mas
também não podemos deixar que isto continue. Entendo que Nico está trabalhando
neste caso, mas eu digo para nós lhe darmos um período de tempo, e se ele não
resolver isso dentro desse tempo, cortamos os laços com Jordan e fazemos uma
declaração para que não haja mal-entendido.
— Concordo com Harlen, — Mic concorda, e olho para ele, surpreso de ele
estar nisso. Mic não tem muito a dizer. Ele é o cara sempre observando todos,
mantendo a sua opinião para si mesmo. — De uma forma ou de outra, nós teremos
que fazer uma declaração sobre esta merda, ou teremos homens vestindo nossa marca

170
e cometendo crimes, usando o nosso nome como uma tática de intimidação. Essa
merda não está bem comigo, e sei que não está bem com ninguém nesta sala.
— Ele está certo, — Wes corta, olhando para mim. — Outros pensarão que
está tudo bem nos testar se deixarmos que esta merda continue se não fizermos uma
declaração. Não podemos ter isso. Independentemente do que Nico quer ou o que ele
achava que seria a minha reação, ele deveria ter trazido essa merda para mim. Este é
o nosso clube, o nosso nome, e não estou bem em ser usado.
— Eu não queria esconder isso de vocês, mas entendo o que Nico estava
dizendo. — Dou de ombros. — Não pedirei desculpas por minhas ações. Fiz o que eu
sentia que era necessário no momento, e se estivesse na mesma situação novamente,
a minha escolha permaneceria a mesma.
— Eu sei, — murmura Wes, batendo no meu ombro. — Entendo por que você
fez o que fez, e não há ressentimentos, mas essa merda não está bem comigo, e não
deixarei o nosso nome ser arrastado para uma guerra fodida para então Nico poder
fechar um caso. Não arriscarei algo acontecer a July ou a qualquer dos irmãos que
usam o Broken Eagles.
Ele estava correto. Poderia haver um efeito bumerangue no clube no caso de a
merda explodir, e no final do dia, proteger as nossas famílias e os homens que
guardaram as minhas costas desde que eu entrei no clube é mais importante do que
ajudar Nico. — Eu falarei com Nico, o informarei esta noite, e explicarei que ele tem
uma quantidade limitada de tempo para fazer o que precisa fazer antes de entrarmos
em cena.
— Eu também falarei com ele, — Wes diz, cruzando os braços sobre o peito. —
Ele deveria ter falado comigo sobre o que estava fazendo e me deixar decidir o meu
curso de ação.
— Você sabe que com o que aconteceu a July, você iria impedi-lo, — retorna
Mic, prendendo Wes com seu olhar. — Entendo porque ele foi para Evan com isso. Ele
sabe que Evan é leal a nós, mas também sabe o que defendemos e que nós não
queremos Jordan ou qualquer um que não é leal ao que estamos propondo andando
com a gente. Você teria se livrado da Jordan e qualquer membro leal a ele sem ouvir
Nico, e irmão, tanto quanto odeio dizer essa merda, eu concordo com o que Nico está

171
fazendo. Não passei anos lutando por aquilo em que acredito para tomar o caminho
mais fácil quando algum filho da puta viscoso pensa que suas bolas são maiores do
que são. Ele e sua equipe podem pensar que encontraram um grupo de homens fáceis
de mudar, mas eles vão aprender a duras penas que não é o caso.
— Bem, lá vai você, — murmura Z, e o resto dos caras riem, enquanto Wes
solta um suspiro, e olha para mim.
— Quero saber quanto tempo ele acha que essa merda levará. Quando
tivermos essa informação, vamos descobrir o nosso próximo passo, — ele resmunga e
se dirige para a porta. Eu faço o mesmo, levantando o queixo para os caras antes de
sair atrás dele.

***

— Lane está livre. Todas as acusações foram retiradas ontem, — Jax diz logo
que eu coloco o telefone no meu ouvido, antes mesmo de eu ter a chance de dizer,
Olá.
— Você tem que estar brincando comigo, — rosno, e June, que dorme com
metade do corpo em cima de mim, sua perna jogada sobre a minha com a mão na
minha cintura, se agita. — Espere um segundo, — murmuro para Jax, colocando o
meu telefone no criado-mudo.
Beijando a cabeça dela, eu saio de debaixo dela, tomando cuidado para não
acordá-la quando deslizo para fora da cama e pego meu moletom da cadeira. Coloco-
o, pego o celular e saio do quarto, fechando a porta.
— Pensei que tinham um caso contra ele? — Pergunto, assim que a porta é
fechada.
— Nada ficou. Seus advogados fizeram parecer que ele era apenas um garoto
bom, saudável, universitário, com um futuro brilhante e uma família fodida que está
nessa merda.
— Porra. — Corro minhas mãos sobre o meu rosto, sentando na borda do sofá
e colocando meus cotovelos nos joelhos. — A ordem de restrição ainda vale?
— Não. Como eu disse, ele foi inocentado de todas as acusações.

172
— Quero uma ordem de restrição contra ele. Não o quero em qualquer lugar
perto de June, — digo, tentando evitar rugir ou esmagar meu telefone, que é
exatamente o que eu quero fazer.
— Verei o que posso fazer, mas meu palpite é que não será possível. Ele não
tem assediado ou ameaçado ela de qualquer maneira, por isso não será fácil convencer
um juiz da necessidade de um.
— Tente, — exijo.
— Você sabe que eu vou.
— Se ele aparecer aqui, eu não serei responsabilizado por aquilo que fizer com
ele.
— Não acho que ele a machucaria, — diz ele em voz baixa, e meus dentes se
juntam. Não acho que ele a machucaria também, mas o fato de que ele a tocou é razão
suficiente para eu meter uma bala nele. — Evan, — Jax chama, e solto um suspiro,
percebendo que ficara quieto.
— Se fosse Ellie, como você se sentiria?
— Entendido, — ele murmura. Ellie e a filha dela, Hope, a quem Jax adotou
como dele, são as duas coisas mais importantes na vida dele. Jax nunca deixaria
qualquer um que ele considerasse uma ameaça em qualquer lugar perto delas, e
sabendo isso, eu sei que ele entende o que estou pedindo.
— Preciso falar com June. Veja o que você pode fazer sobre a ordem judicial e
ligue para mim. Tenho certeza que Nico já ligou para o pai dela, e com a minha sorte,
ele vai aparecer aqui, querendo falar com sua menina em pessoa.
— Você aprende rápido, — ele ri.
— Não, eu só sei o que eu faria se tivesse uma filha.
— Certo. — Ele suspira. — Eu ligarei para você sobre a ordem de restrição.
— Obrigado, — murmuro.
— Peça para June me ligar quando acordar. Preciso de um favor.
— O que foi?
— Fiz reservas para Ellie e eu em Diego, Nashville. Mamãe e papai
supostamente cuidariam de Hope, mas eles terão que sair da cidade, e Ashlyn está
ocupada, então eu preciso ver se June se importaria de cuidar dela.

173
— Traga-a.
— Tem certeza?
— June provavelmente precisará da distração, e nós estaremos em casa.
— Obrigado, cara. Darei o retorno, — diz ele, e desliga.
Virando os olhos para o tapete, eu suspiro. Esta merda é fodida e não o que
precisamos agora. Sabendo que não há nada que eu possa fazer no momento, eu olho
para Ninja me observando deitado na espreguiçadeira com a cabeça pendurada,
metade dela para fora, então ele levanta a cabeça e se inclina para o lado.
— Vamos. Vamos lá para fora. — Levanto, e seguindo para a porta dos fundos
desligo o alarme antes de abrir a porta para deixá-lo sair. Eu o observo por alguns
minutos enquanto ele vagueia em torno do quintal, cheirando tudo o que encontra.
Deixando-o lá, vou para a cozinha e começo a fazer café, em seguida, ouço o telefone
de June tocando em algum lugar dentro da casa. Não é no quarto, mas onde diabos
está é uma incógnita. Metade do tempo eu me pergunto por que ela ainda tem um
celular, uma vez que ela nunca o tem com ela e não pode encontrá-lo na maioria das
vezes.
Indo em direção à lavanderia e planejando começar a procura do telefone lá,
ouço um baque alto e um lamento do quarto. Corro nessa direção, então rio quando
abro a porta e encontro June no chão, os cobertores enrolados ao seu redor e seu
cabelo bagunçado.
— Eu caí da cama. — Ela balança a cabeça, olhando ao redor.
— Eu vejo isso. Você está bem?
— Não fiz isso desde que você voltou, — ela murmura, parecendo confusa e
completamente adorável enquanto sopra um fio de cabelo para fora do rosto.
— Isso é porque quando estou na cama com você, você gruda em mim como
um polvo, — Explico, entrando totalmente no quarto e pegando-a do chão.
— Não me prendo a você como um polvo! — Ela chora. — Você me segura a
você. Não consigo nem mover uma polegada na cama sem você me seguir e me prender
no lugar.
— Baby, — eu rio, — Se eu não controlá-la em seu sono, você rola da cama ou
me dá uma joelhada nas bolas.

174
— Que seja, — ela bufa, tentando desembrulhar o lençol torcido por todo o seu
corpo nu.
— Deixe-me ajudá-la com isso, — insisto, pegando a borda do lençol de sua
mão, dando-lhe um puxão, e fazendo-a cair no meu colo enquanto o lençol cai no
chão.
— Ev, — ela suspira, olhando para mim com os olhos arregalados.
— E aí, baby? — Subo uma mão por suas costas, envolvendo-a em seu
pescoço, enquanto a outra desliza para baixo, segurando sua bunda.
— Ev, — ela suspira contra a minha boca, a qual está a um centímetro da dela,
pressionando o peito no meu enquanto suas mãos deslizam em minha cintura e sob
o meu moletom.
— Eu amo isso. — Minhas palavras são faladas contra sua boca enquanto
minha mão desliza entre suas pernas, sentindo que ela já está preparada para mim.
— Suba. — Toco na parte de trás de sua perna, então pego-a quando ela faz, e enrolo
as mãos em torno de suas coxas. Levo-a para o banheiro enquanto sua língua lambe
meu pescoço, terminando a sua ascensão no meu ouvido, o qual ela belisca. A
sensação apaga todos os pensamentos do telefonema desta manhã e a conversa que
precisamos ter.

***

— Precisamos conversar, bonita, — digo a June assim que saímos do chuveiro


e chegamos na cozinha. Tirando o pote de café do suporte, eu sirvo um copo para ela,
e viro para olhar para ela quando noto que ela não me respondeu. Eu a encontro
mexendo numa grande caixa que ela trouxe para a cozinha há poucos minutos.
— O que foi? — Ela pergunta distraída, puxando as coisas da caixa e
colocando-as na ilha.
— O que você está procurando? — Eu me movo para o lado dela com a xícara
de café na mão, me perguntando o que ela procura.
— Achei. — Ela sorri, segurando uma pequena caixa de papel, prata. Abrindo,
ela pega o que está na caixa, e coloca entre nós, antes de deslizar em seu dedo dela.

175
Leva-me um segundo para reconhecer a brilhante peça de metal dourada que
está em seu dedo anelar. Um pedaço de metal que coloquei lá anos atrás. Um pedaço
de metal que eu nunca pensei que veria novamente. O anel que eu dei a ela quando
ela se tornou minha esposa. Era o que eu podia pagar no momento. Eu sabia que um
dia, quando estivéssemos estabelecidos e eu pudesse pagar, colocaria um diamante
no dedo dela. Um anel digno dela. Mas, depois de tudo o que aconteceu, eu nunca
pensei que teria a chance.
— Ev? — Ela sussurra, e coloco sua xícara de café na ilha, e então a levanto,
e coloco-a ao lado da xícara.
— Não se mova, — exijo, apontando para ela enquanto falo através do caroço
que se formou na minha garganta, então a deixo e volto para o quarto. Vasculho
minha bolsa no fundo do armário até encontrar o que estou procurando, e enfio no
bolso do meu moletom.
Voltando para a cozinha, a encontro onde a deixei no balcão. Seus olhos estão
em mim. Posso dizer que ela não sabe o que pensar. — Tire essa merda do seu dedo,
— rosno quando me aproximo. Seus olhos se arregalam e seu lábio inferior treme
quando ela desvia o olhar de mim para as mãos. Rolando o anel em torno de seu dedo,
ela engole e desliza-o lentamente.
— Sinto muito. Foi estúpido. — Balança a cabeça. — Não sei o que eu estava
pensando.
Agarrando os joelhos dela, abro as suas pernas, abrindo espaço para os meus
quadris, e tomo o anel de sua mão, segurando-o entre nós. — Olhe para mim.
— Eu deveria começar o café da manhã, — ela murmura para seu colo, onde
seus olhos ainda estão apontados. A tristeza e derrota em seu tom faz meu intestino
apertar.
Ficando mais perto, eu suavizo a minha voz. — Olhe para mim, linda. — Sua
cabeça se levanta lentamente e vejo lágrimas nadando em seus olhos. — Este anel foi
colocado em seu dedo por um covarde, — eu digo, e assisto a raiva encher os olhos
dela, raiva que me pega desprevenida. É uma emoção que me faz perceber pela
milionésima vez o tipo de idiota que eu sou, porque sei que a raiva é por ela querer
me defender. — Ele foi colocado ali por um homem que não era forte o suficiente para

176
você. Um homem que não merecia você, — continuo calmamente, fechando o anel
firmemente no meu punho.
— Não. — Ela levanta as mãos, empurrando meu peito, tentando afastar-me.
— Não! — Ela repete, gritando neste momento.
Agarrando seus pulsos, eu seguro-os para mim, observando o peito dela subir
e descer rapidamente. — O tipo de homem que você merece não a deixaria. Ele não
desistiria de você. Ele teria feito todo o possível para se certificar de que você nunca
duvidasse dos sentimentos dele por você. Eu não era esse homem antes.
— Pare! — Ela grita e solto sua mão esquerda, coloco a mão no bolso e depois
caio de joelhos na frente dela.
— O homem que eu era não merecia você. Ele nem sequer merece respirar o
mesmo ar que você. Mas eu sim. Não sou o homem que eu era então, e juro que todos
os dias, até eu dar o meu último suspiro, provar a mim mesmo ser digno de você. —
Seguro o anel que escolhi semanas atrás entre nós. Um anel digno de estar no dedo
dela, dado a ela por um homem digno dela. — Você quer se casar comigo? Você será
minha esposa?
— Oh, Deus. — A mão dela cobre a boca e lágrimas caem dos seus olhos
enquanto ela olha entre o anel e eu. — Oh, Deus, — ela repete, caindo e envolvendo
os braços em volta do meu pescoço, empurrando seu rosto lá, e soluçando, — Sim.
— Calma, baby. Está me assustando, — sussurro, esfregando suas costas ao
ouvir os soluços altos enquanto seu corpo treme.
— Não consigo me acalmar! — Ela chora em uma respiração engatada,
afastando seu rosto do meu pescoço. — Quem poderia se acalmar depois disso? —
Ela pergunta, usando as mãos para enxugar as lágrimas do rosto.
— Você pode, pelo menos, esperar tempo suficiente para eu colocar o anel no
seu dedo? — Eu peço, pegando-a e colocando-a sobre o balcão novamente.
— Sim. Mas só depois de eu dizer uma coisa, — ela respira através das
lágrimas, apoiando as mãos quentes contra o meu peito enquanto procura o meu
rosto. — Nunca houve um tempo em que você não me mereceu.
— June, — advirto, apertando seu joelho.

177
— Não. — Ela balança a cabeça. — Você sempre, sempre foi bom o suficiente
para mim. Eu me apaixonei por você, todo você, não apenas uma parte de você que
eu pensei que era perfeita. Nunca houve um tempo em que eu não te amei. Você
precisa saber disso. — Ela desliza a mão pelo meu peito, para o meu pescoço e debaixo
do meu queixo. — Eu amo você, Evan, todo você. Mesmo as partes de você que você
não gosta.
— Eu não mereço você, — falo com os dentes cerrados.
— E eu não mereço você também, mas o segurarei de qualquer maneira. —
Ela sorri e inclina a cabeça para o lado, sorrindo brilhantemente. — Posso ter meu
anel agora?
— Sim. — Eu me inclino, beijando-a suavemente, em seguida, me afasto e pego
sua mão, deslizando o anel de diamante de três quilates no dedo dela, paralisado com
a visão dele.
— É lindo, — ela sussurra, colocando a mão no meu peito, virando-a de um
lado para o outro e assiste a luz brilhando sobre ele antes de olhar para mim. — Mas
quando nos casarmos, eu quero meu anel velho ao lado deste. Não quero algo novo
quando meu algo velho era perfeito para começar.
— Cristo, você está me matando, — gemo, envolvendo o meu punho em seu
cabelo e tomando sua boca em um beijo que mostra a ela o quanto a amo, e apenas
me afasto porque a campainha toca, lembrando-me da merda que eu precisava falar
com ela. — Porra, — corto, relutantemente, afastando minha boca da dela.
— Quero saber quem é, — ela sussurra, olhando para a porta.
— Minha aposta é em sua mãe e pai, — resmungo, olhando para a sua boca
inchada e seu rosto tranquilo, desejando que este momento não fosse arruinado pelo
passado.
— Eles sabem que você ia me pedir em casamento? — Ela franze a testa,
pulando do balcão quando dou um passo atrás.
— Não, e preciso te contar algo rapidamente, o qual nós deveríamos ter
conversado, antes que eu vá e os deixe entrar.
— Que conversa?

178
— Lane saiu da cadeia. Todas as acusações foram retiradas e ele foi libertado
esta manhã.
— O quê? — Ela olha para o corredor quando a campainha toca novamente, e
Ninja finalmente salta do sofá, latindo enquanto se dirige para a porta.
— Ele saiu, e não quero que você tenha qualquer tipo de contato com ele.
— Eu não faria isso. Quero dizer, por que eu iria? — Ela balança a cabeça,
enquanto as sobrancelhas se juntam.
— Não é com você entrando em contato com ele que estou preocupado, —
Explico, afastando seu cabelo do rosto.
— Você acha que ele vai me procurar?
— Você é difícil de esquecer, bonita, por isso, sim. Não tenho dúvidas de que
ele acabará aparecendo aqui, — murmuro, soltando um breve beijo em seus lábios
antes de me dirigir para a porta que agora está sendo esmurrada. Olhando pelo olho
mágico, eu suspiro quando vejo quem está do outro lado. Não que eu não soubesse
que eles iriam aparecer, mas depois do que aconteceu com June, e o fato dela
concordar em casar comigo de novo, eu posso pensar em um milhão e cinquenta
outras coisas que eu preferiria fazer com minha noiva esta manhã. Nenhuma delas
tem uma maldita coisa a ver com passar tempo com os pais dela.
— Você vai abrir ou apenas ficar aí? — Ela pergunta, aproximando-se e
colocando a mão no meu quadril, enquanto usa a outra para empurrar Ninja um
passo para trás.
— Estou tentando decidir, — resmungo; a ouvindo rir e me empurrar para o
lado para poder abrir a porta.
— Ei mãe. Ei, Pai, — diz em saudação, com um beijo e abraço em cada um de
seus pais. — Sei por que vocês estão aqui, mas tenho notícias maiores. — Ela pula
para cima e para baixo, em seguida, empurra sua mão para seus pais. — Evan me
pediu em casamento! — Ela grita feliz, fazendo com que eles aparecerem aqui valesse
a pena o aborrecimento de não ter a minha manhã livre, só ver o quanto eu a amo
usando meu anel.
— Oh, querida, estou tão feliz por você, — sua mãe grita, abraçando-a quando
entra na casa.

179
— Obrigada, mãe, — sussurra June, em seguida, olha para o seu pai quando
sua mãe a libera. — Pai? — Ela dá um passo em direção a ele, e seus olhos suavizam
quando sua mão se estende para pegar a dela, olhando para o anel lá.
— Estou realmente feliz por você, June Bug.
— Obrigada, pai. — Ela sorri, fechando a distância entre eles e abraçando-o.
— Eu disse que ela adoraria o anel, — November diz, se inclinando para o meu
lado, sorrindo para o marido e filha.
Alguns dias depois que eu pedi a Asher a mão de sua filha, querendo fazer
tudo certo desta vez, liguei para a mãe dela e pedi para ela me ajudar a escolher o
anel. Ela chorou o tempo todo em que estávamos comprando, mas eu poderia dizer
que eu pedindo para ela se envolver foi tudo para ela. O que ela não sabe é que
também significou muito para mim ter a sua aprovação.
— Você disse, — concordo, colocando meu braço em volta dos ombros dela,
dando-lhe um aperto, enquanto o braço dela envolve minha cintura, fazendo o mesmo.
— Agora, não me importo com o que qualquer um de vocês diz. Nós vamos ter
um casamento, um verdadeiro casamento. O tipo de casamento que requer
planejamento. Você não fugirá para o cartório ou a Vegas e se casar, e você
definitivamente não me dará apenas alguns dias para fazer um casamento como sua
irmã fez, — November diz, olhando entre June e eu quando se move para o lado de
seu marido.
— Vamos ver, mãe. — June sorri, inclinando-se para mim.
— Oh não, não vamos ver. Eu quero, pelo menos, uma das minhas meninas
me dando o que eu quero, e desde que July já está casada, ela está fora. Todos nós
sabemos que April nunca se casará, a menos que haja um cara louco o suficiente para
tentar domá-la. May é... — Ela faz uma pausa, olhando para o marido e suaviza o
rosto. — Não sei o que May é, mas duvido que ela vá se casar em breve. E December
é demasiadamente exigente para se estabelecer. Assim, sobra você.
— Baby, — Asher corta, balançando a cabeça.
— Não venha com baby para mim. Eu quero planejar um casamento. Um
verdadeiro casamento.

180
— Talvez você e papai devam renovar seus votos. Você poderia planejar isso,
— June sugere, levando-nos pelo corredor em direção à cozinha.
— Não quero me casar com seu pai de novo, — ela murmura baixinho, mas
ainda ouvimos, seguido por um tapa antes que ela gema, — já casei com você, Asher
Mayson!
— Você pensaria que com o tempo você pararia de ser uma dor na minha
bunda. Nada mudou, — diz ele, e ouço o amor que ele tem por sua esposa em suas
palavras, mesmo que sejam um pouco irritadas.
— Que seja, — ela responde, deixando cair sua bolsa no balcão ao lado da
caixa que June vasculhava anteriormente, enquanto estende a mão para trás a fim de
esfregar a bunda que seu marido, obviamente, deu um tapa.
— Você já tomou café da manhã? — June pergunta, olhando entre seus pais
enquanto pega sua xícara de café e toma um gole.
— Comemos mais cedo, querida, — November diz, sentando em uma das
banquetas. — Não pensávamos em ficar muito tempo. Tentamos ligar, mas como de
costume, você não atendeu ao telefone, assim decidimos apenas passar.
— Oh, não sei onde está o meu telefone. — Ela olha ao redor como se a maldita
coisa fosse aparecer no ar.
— Você precisa começar a manter um melhor controle do mesmo. Quero que
você o mantenha com você em todos os momentos, — Asher disse, soando todo pai
agora.
— Pai. — Ela suspira.
— Não, June Bug, isso é sério. Eu suponho que Evan disse que Lane saiu da
cadeia.
— Ele disse, mas realmente não acho que eu tenha algo para me preocupar.
Lane nun...
— Não diga isso, — eu a corto, antes que ela possa defendê-lo. — Ele poderia
ter colocado você em um monte de merda de problemas, e não tenho dúvida de que
ele sabia dessa merda quando estava te vendo.

181
— Eu sei, Ev. — Ela coloca a xícara de café sobre o balcão, envolvendo os
braços em volta da sua cintura. Esforço-me para não ir para ela e confortá-la agora,
mas ela precisa entender o tipo de homem que Lane realmente é.
— Não, você não sabe, baby. Se soubesse, você não iria sequer pensar em
defendê-lo. Você tem sorte que seu tio estava lá quando eles estavam interrogando
você e os impediu de te mandar para ele novamente. Essa merda poderia ter
terminado mal. A família de Lane é desonesta, e eu quero dizer isso da pior maneira
possível. Eles não têm nenhum problema em matar alguém, e não teriam pensado
duas vezes antes de fazer você desaparecer se achassem que sabia algo que não
deveria, ou que você trabalhava com os federais.
— Você precisa manter um olho nele. Se ele se aproximar de você, fuja e chame
um de nós, ou vá para a delegacia de polícia, — Asher instrui, e vejo os olhos dela se
arregalarem.
— Vocês pensam que é necessário? Tenho certeza que se eu disser para ele me
deixar sozinha, ele o faria.
— Que parte de você não terá contato com ele você não entendeu? — Rosno,
cerrando os punhos em meus lados e seus olhos caem para eles.
— Evan...
— Não, baby, isso não é uma piada. Você o vê na calçada, você vira para o
outro lado e me liga. Você recebe uma ligação dele, você desliga o telefone e me liga.
Você não fala com ele.
— Ok, — ela sussurra, olhando entre seus pais e eu. — Não falarei com ele.
— Bom, — eu concordo, fechando a distância entre nós e a abraço. — Todos
nós só queremos você segura. Eu sei que Lane nunca lhe deu uma razão para
acreditar que ele era perigoso, mas ele é. — Beijo sua cabeça enquanto meus olhos se
fixam nos de Asher. Seus olhos se movem entre sua filha e eu, e eleva seu queixo,
deslizando o braço sobre os ombros de sua esposa, e vendo isso, a força de seu
relacionamento, e o amor que eles têm pela sua filha, me mostra o que eu terei com
June para o resto da minha vida.

182
Capítulo 13

Evan

— Três, dois, um, zero. — Termino a minha contagem regressiva e levanto do


sofá, onde estava sentado com o rosto coberto, e depois olho em volta, fingindo não
ouvir os risos vindos de debaixo da mesa da cozinha, onde Hope está escondida.
Após Asher e November saírem, June e eu comemos o café da manhã na
varanda dos fundos. Ela ficou em silêncio por um tempo, e eu poderia dizer que ela
estava chateada e refletindo sobre seu relacionamento com Lane, o que foi como abrir
uma ferida antiga. Se eu não tivesse fodido, Lane não existiria para ela, para nós, mas
eu não conseguia pensar nisso ou continuar a desenterrar o passado. Dei-lhe tempo
para pensar, mas não traria isso novamente. Eu só sabia que, se ele aparecesse, eu
deixaria claro para ele que ele precisa ficar longe. Não foi até que eu disse a ela que
seríamos babá de Hope por algumas horas que todo seu humor mudou. Ela e o resto
da família se apaixonaram pela menina, e eu tinha que admitir, que eu também.
— Encontrei você. — Sorri, abrindo a cortina de chuveiro no segundo banheiro,
fazendo June gritar, — Droga!
— Baby, a casa não é tão grande. Você não poderia ter pensado que me levaria
um ano para encontrá-la. — Eu rio de seu rosto fazendo beicinho.

183
— Pensei que levaria, pelo menos, alguns minutos, — ela diz, saindo da
banheira.
— Desculpe, mas você perdeu. — Eu a beijo no rosto virado para cima, em
seguida, pego a mão dela e a levo para a sala de estar. — Achei June. Hope, eu espero
que você esteja se escondendo melhor do que ela, — digo, ouvindo-a rir mais alto
quando passo por ela no caminho para a cozinha, onde abro armários, fingindo
procurar por ela. — Eu me pergunto onde ela poderia estar. — Suspiro alto, plantando
as mãos nos quadris enquanto olho ao redor.
— Eu nunca vou dizer, — June diz, sentando em uma das cadeiras na mesa,
e Hope ri novamente, me fazendo sorrir. Voltando para a sala de estar, eu paro na
mesa, e Hope fica em silêncio, então vou para os quartos, voltando um minuto depois.
— Não sei onde ela está, — resmungo para June, que sorri para mim. — Acho
que nós vamos deixá-la aqui enquanto vamos tomar um sorvete.
— Sorvete! — Hope grita, rastejando do seu esconderijo. — Eu estava insiviu10.
— Ela salta para cima e para baixo.
— Como você se torna invisível? — June pergunta a ela, e Hope aperta seu
dedo entre os olhos.
— Assim! — Ela ri, e June olha em volta, então olha para mim com os olhos
arregalados.
— Onde ela foi? Ela estava apenas aqui. — Ela move os braços ao redor como
se estivesse à procura de Hope, que começa a rir.
— Estou bem aqui! — Ela exclama, tirando o dedo dos olhos.
— Oh meu, você me assustou quando simplesmente desapareceu, — June se
abana; pegando-a, a gira, beijando seu rosto e fazendo-a rir.
Afastado, vejo as duas juntas e sinto uma dor no meu peito. Sempre soube
que June seria uma boa mãe, mas vendo-a com Hope, posso ver de perto o tipo de
mãe que ela seria.
Houve momentos em que minha mãe era carinhosa, mas eram poucos e raros
quando eu era criança, e quando comecei a me tornar um homem, aqueles tempos

10 Ela quis dizer Invisível.

184
terminaram. Não poderia sequer dizer a última vez que abracei um membro da minha
família, mas com June e os Maysons, vejo esse fácil afeto cada vez que estão próximos.
— Podemos tomar sorvete agora? — Hope pergunta, olhando para mim assim
que June a coloca no chão.
— Coloque seus sapatos. — Sorrio para ela.
Ela levanta suas mãos no ar, gritando, — Yay! Sorvete! — Então decola em
direção ao sofá, onde sua bolsa está.
— Você está bem?
Olhando nos bonitos olhos de June, eu sorrio e envolvo minha mão em torno
do lado de seu pescoço, puxando-a para mais perto. — Absolutamente.
— Você tinha um olhar estranho em seus olhos um minuto atrás, — ela diz
em voz baixa, observando meu rosto.
— Você será uma incrível mãe um dia, — digo a ela, observando seu rosto
amolecer e os lábios separarem; ela se inclina para mais perto e coloca as mãos no
meu peito.
— E você será um pai incrível. Hope adora você. — Eu não poderia dizer que
eu seria um pai incrível. Eu tinha um exemplo de merda, mas sei que eu nunca vou
querer que nenhuma criança precisasse crescer como eu. — Você será, — ela diz
suavemente, inclinando-se e beijando a parte inferior do meu queixo antes de virar
em direção à sala de estar, parando a poucos passos de distância e olhando para mim
por cima do ombro. — Vamos. Vamos tomar um sorvete.
Como sempre, ela não tem ideia de quanto suas palavras me afetam, o quanto
ela me faz querer ser um homem melhor.

***

— Tem certeza que quer Fruity Pebbles? — Pergunto, olhando para Hope.
— Sim. — Ela sorri brilhantemente para mim, e olho o sorriso fofo e animado
para o copo de iogurte gelado em sua mão transbordando com morango, banana,

185
chocolate e iogurte de kiwi, coberto com chocolate granulado, minhocas de goma,
bolachas de baunilha, mirtilos e biscoitos Oreo.
— Ok, garota, mas acho que essa é a última coisa que vai caber nesse copo,
— digo a ela, e ela olha para mim, seu sorriso se alargando mais.
— Tudo bem. — Ela levanta mais a taça, e coloco um pouco do cereal frutado
e polvilho-o em cima, e a levo ao balcão para pagar, enquanto June segue atrás de
nós com sua própria estranha mistura de amoras e manteiga de amendoim sobre um
iogurte com confetes. Após pagar os quase vinte dólares pelos dois copos de iogurte,
nós seguimos para uma das mesas e sentamos.
— Quer um pouco? — June pergunta, segurando uma colher de sua mistura
em minha direção.
— Não, obrigado. — Balanço minha cabeça, abrindo a garrafa de água.
— Sua perda, mais para mim, — diz ela, empurrando a colher em sua boca e
me fazendo rir.
— Posso ser sua daminha? — Hope pergunta entre uma colherada de iogurte,
e June gira em sua cadeira para encará-la. Assim que Ellie e Jax apareceram para
deixar Hope, June empurrou seu anel nos rostos deles. Jax me deu um tapinha nas
costas enquanto June, Ellie e Hope deram um grito feminino e saltinhos. Fiquei feliz
por June compartilhar esta parte de se casar com sua família. Eles não participaram
antes, e eu poderia dizer que significava muito para ela ser capaz de compartilhar sua
felicidade com as pessoas que ama.
— Eu adoraria isso. — June sorri e olha para mim, perguntando baixinho, —
Eu sei que a mãe quer que eu tenha um grande casamento, mas você quer isso?
— Contanto que você seja minha mulher no final da cerimônia, eu realmente
não me importo com o que fazemos, — digo a ela, honestamente, me encostando à
cadeira, e sua cabeça se inclina para o lado, me estudando.
— Você usará um smoking?
— Se precisar. — Dou de ombros. Odeio usar ternos, mas por ela eu faria
qualquer coisa.
— Então, você realmente não quer usar um smoking?

186
— O que eu quero é que você seja minha esposa e tenha o meu sobrenome.
Todas as outras mer... — Faço uma pausa olhando para Hope. — Todas as outras
coisas realmente não importam para mim, mas vou dizer, eu não esperarei um ano.
Se sua mãe e você pretendem planejar um casamento, então você tem quatro meses
para fazer isso, antes que eu a leve para Vegas e me case com você na frente do Elvis.
Ela revira os olhos. — Elvis não nos casará, — diz ela com naturalidade.
E Hope pergunta, — Quem é Elvis?
— Elvis não está mais vivo, querida, mas ele era um cantor famoso que se
vestia meio louco, e há pessoas que se vestem como ele e fazem shows, ou às vezes
casam pessoas.
— Como o Dia das Bruxas? — Ela pergunta, parecendo confusa.
— Exatamente como o Dia das Bruxas, — confirmo.
— Eu quero ser um pirata no Dia das Bruxas. — Ela encolhe os ombros,
balançando as pernas para frente e para trás enquanto morde a cabeça de uma de
suas minhocas de goma.
— Você não quer ser uma princesa? — June pergunta, e Hope enruga o rosto
e balança a cabeça.
— Não, eu quero ser um pirata. Eles vivem em navios e procuram tesouro. Os
piratas são legais! Eu quero ser um pirata quando crescer.
— Os piratas são definitivamente legais, — June concorda, não deixando Hope
saber que os piratas, ou pelo menos o tipo que ela quer ser, não existem mais. Quando
deixamos a loja de iogurte, Hope já está com um alto nível de açúcar, falando um
milhão de milhas por hora – sobre o que, eu não tenho ideia – mas é bonito pra caralho
escutar seu murmúrio do banco de trás quando vamos para casa.
— Talvez não devêssemos tê-la deixado pegar um grande copo, — murmura
June com uma risada enquanto vemos Hope dançar ao redor da sala, cantando uma
das canções de Frozen, que ela insistiu que víssemos logo que entrou a casa.
— Ela desmaiará em breve, — aposto, deslizando meu braço pelos ombros dela
e puxando-a para mais perto em mim.

187
— Tem certeza que você ainda quer ter filhos agora? — Ela pergunta baixinho,
e tiro meus olhos da TV e olho para Hope, que atravessou a sala para onde Ninja está
deitado, e tem suas pequenas mãos segurando o rosto dele enquanto canta para ele.
Inclinando meu rosto em direção a June, eu falo, — Sim.
— Eu também. — Ela sorri suavemente, e deita a cabeça no meu peito, jogando
seu braço sobre meu abdômen. E é assim que passamos o resto da noite. June e eu
nos aninhamos, assistindo um filme com Hope, que, eventualmente, subiu no sofá ao
nosso lado e caiu no sono, e tão simples quanto a noite foi, foi uma das melhores que
eu já tive.

***

— Está tão quieto, — murmura June, ficando ao meu lado na pia na cozinha,
onde lavo os pratos do café da manhã. É o fim de semana depois que cuidamos de
Hope. A semana passou voando entre trabalho, lidar com a situação de Jordan, e
November vindo todas as noites para falar sobre o casamento. O casamento que, de
alguma maneira, fui obrigado a planejar com elas. Se eu tiver que passar mais um
minuto sentado à mesa com elas olhando para coisas de casamento, falando de
espaços, vestidos, flores e bolos, eu enlouquecerei, porra.
— Sim, — concordo, embora, depois desta última semana, estou gostando de
apenas nós dois em casa, já que não tenho nenhuma ideia quando alguém vai
aparecer.
— Você quer assistir Frozen comigo? — Pergunta, inclinando-se para o meu
lado e pressionando seus peitos no meu braço.
Balançando a cabeça, eu rio. — Não.
— Você acha que Ellie e Jax notariam se eu sequestrasse Hope?
— Provavelmente. — Sorrio, olhando ela fazer beicinho.
— Droga. — Ela suspira, pulando em cima do balcão ao lado da pia. — Estou
aborrecida, e mamãe disse que não chegará por algumas horas.
Desligando a torneira, entro entre suas pernas, coloco minhas mãos na parte
de trás de seus joelhos e arrasto-a contra mim. — Eu sairei quando ela chegar aqui,

188
mas até então, eu vou entretê-la. — Subo minhas mãos molhadas suas coxas,
observando seus olhos esquentarem e as sobrancelhas se unirem.
— Você sairá quando ela chegar aqui?
Movendo minha boca para seu ombro exposto, belisco a pele e murmuro, —
Sim.
Suas mãos se movem pelas minhas costas e as unhas apertam quando a
minha boca se move sobre o seu pescoço, lambendo e mordendo ao longo do caminho
até a orelha. — Estamos planejando um casamento, — ela suspira enquanto minhas
mãos deslizam até seus seios, que estão nus sob sua camiseta, permitindo-me sentir
os mamilos endurecer.
— Não, você está planejando um casamento com a sua mãe. — Belisco sua
orelha.
Empurrando-me para trás, procura meu rosto com os olhos. — Pensei que
você disse que não se importava de ter um grande casamento.
— Eu não, mas não preciso estar aqui quando você estiver planejando isso.
Ela franze a testa. — Você não quer estar envolvido no planejamento de seu
próprio casamento?
— Não, — confesso, deslizando minhas mãos pelos seus quadris, parando lá
antes de subir minhas mãos sob o seu largo short, encontrando-a nua. Meus dedos
deslizam mais profundo, deslizando sobre seu clitóris, fazendo seus quadris pularem.
— Isso não é justo. — Sua cabeça cai para trás e suas pernas se abrem mais,
enquanto seus olhos ficam meio fechados.
— Tudo é justo no amor e na guerra, bonita.
— Isto não é guerra. É planejamento de um casamento. O nosso casamento,
— ela fala através de um gemido.
Ignorando seu comentário, eu rosno, — Tire a camiseta, coloque suas mãos
atrás de você no balcão e se incline para trás. — Movendo-se rapidamente, ela tira
sua camiseta, deixando-a cair no chão, se inclina para trás e arqueia o peito para
frente. Abaixando a boca para seu seio, eu puxo a coisa toda na minha boca, ouvindo-
a gemer quando circulo o mamilo com a língua.
— Ev, — ela sussurra, fazendo meu pau já duro, doer.

189
Afastando-me dela, eu puxo seus shorts para baixo e tiro meu moletom antes
de me mover para seu peito negligenciado, dando-lhe o mesmo tratamento. Ao ouvir
seu gemido, deslizo as mãos pelas suas pernas, e puxo-a para frente, colocando-as
em volta da minha cintura.
— Enrole as pernas, baby. — Beijo entre os seios, inclinando-a até que ela está
sobre o balcão.
— Eu preciso de você, — ela arfa, balançando sua boceta molhada contra mim,
e cerro os dentes, lutando contra a vontade de deslizar para dentro dela e dar o que
ela tanto deseja.
— Você me terá. Agora, enrole as pernas. — Sentindo suas pernas apertarem
em torno de meus quadris, eu me inclino para trás, gemendo com a visão dela. — Tão
bonita pra caralho. — Minhas mãos estendem em seus quadris. Movendo-se da curva
de sua cintura ao peito, onde puxo cada mamilo, fazendo-a arquear para trás. — Tão
gostosa pra caralho. Você sabe quão sexy você parece agora?
Puxo seus mamilos novamente, desta vez torcendo-os suavemente entre meus
dedos. Seus olhos se fecham e a ouço gemer tão alto que não ficaria surpreso se os
vizinhos a ouvissem. — Eu te amo, bonita, mas não ficarei sentado durante mais
merda de casamento. — Deslizo uma das mãos sobre seu estômago, colocando o
polegar sobre seu clitóris.
Seus olhos se abrem, encontrando os meus, e ela implora, — Por favor, me
toque.
— Sem mais merda de casamento, — repito. Seus quadris balançam para
frente e suas mãos deslizam sobre o seu peito, segurando os seios.
— Sem mais merda de casamento, — ela suspira.
Movendo uma mão para seu quadril, eu pego meu pau, deslizando-o para cima
e para baixo da sua buceta, e uso a ponta para circundar o clitóris, observando sua
umidade molhar a ponta. — Porra, mas você fica tão molhada para mim cada vez que
eu toco em você.
— Eu sei, — ela concorda, levantando seus quadris para que a ponta cutuque
sua entrada. — Por favor, me foda, Ev. Preciso de você me enchendo. — Suas palavras

190
são a minha perdição, e seguro fortemente seus quadris deslizando para dentro dela,
sentindo minha pele formigar. Nada parece tão bom quanto estar dentro dela.
— Sim, — ela sussurra, apertando mais suas pernas quando pego meu ritmo.
Manuseando seu clitóris, meus olhos se movem para o meu pau desaparecendo
dentro dela, seus peitos embrulhados por suas mãos, os cabelos espalhados no
balcão, e os olhos fechados, com os lábios entreabertos.
— Porra, você é perfeita, — assobio entre os dentes, moendo os quadris nos
dela enquanto meu polegar manuseia mais rápido. Sentindo-a começar a
convulsionar, a puxo com a mão atrás de seu pescoço. Seus dedos apertam em meus
ombros, e cubro sua boca com a minha, empurrando minha língua dentro,
enredando-a com a dela enquanto suas suaves paredes me apertam, me fazendo gozar
forte e rápido. Retardando meus golpes, eu deslizo dentro e fora dela antes de plantar-
me profundamente.
Nossas bocas nunca se separam, mesmo quando nós dois ofegamos para
respirar e ela sussurra, — Eu te amo.
Afastando minha boca da dela, eu largo minha testa contra o peito dela. — Eu
também te amo, — digo a ela, abraçando-a; embora essas palavras nem sequer
comecem a definir o que sinto por ela.
— Não vou mais pedir para você ajudar com o casamento, — diz ela em voz
baixa após um longo momento, suas mãos trilhando pelas minhas costas.
Afastando-me, eu seguro seu rosto delicadamente em minhas mãos e a beijo,
sussurrando, — Obrigado.
— Você poderia ter dito alguma coisa. — Suas mãos se movem para o meu
queixo e seus olhos assistem seus dedos deslizando sobre minha barba. — Apenas
assumi que você gostaria de ser uma parte.
— Não posso falar por todos os homens, porque tenho certeza que alguns caras
gostam de merda como planejamento de casamentos, mas isso não é comigo, linda.
— Eu meio que sei isso agora. — Ela sorri, levantando os olhos para encontrar
os meus. — Minha mãe realmente estava surpresa com o seu envolvimento nesta
semana. Ela disse que precisava amarrar o meu pai na cadeira se quisesse discutir

191
flores e outras coisas com ele. E você fez isso por cinco dias, não apenas flores, mas
bolos, cores e locais. — Ela sorri, movendo os dedos para deslizar sobre meus lábios.
— Eu faria qualquer coisa por você, baby, até mesmo sentar e discutir essa
merda novamente.
— Então você está dizendo que estará aqui quando minha mãe vir? — Pergunta
ela, mordendo o lábio.
— Porra, não, — eu gemo, e ela derruba a testa para o meu peito, tendo um
ataque de riso que sinto no meu pau, o qual ainda está semi-duro e profundamente
dentro dela.
— Valeu a pena a chance. — Ela ri, e guincha quando a levanto do balcão.
— Vou, no entanto, continuar a entretê-la até que ela chegue aqui, —
murmuro, levantando-a ligeiramente antes de descê-la sobre o meu pau, deixando-a
sentir que estou pronto para ir novamente. Não é preciso muito para ela me deixar
duro. Inferno, a porra de sua voz é suficiente para me colocar na borda.
— Oh, — ela geme, fechando os braços em volta do meu pescoço enquanto a
levo para o quarto. Mantendo minha promessa, eu a entretenho enquanto ela me
monta, e então a levo para o chuveiro e a entretenho com a minha boca, fazendo-a
gozar mais duas vezes antes de carregá-la meio adormecida até a cama, onde a deixo
com um intenso beijo molhado e uma promessa de vê-la em poucas horas.

***

— Yo, — Sage cumprimenta, deslizando dentro da cabine em frente a mim,


empurrando para mim uma pasta amarela antes de olhar ao bar, para as garçonetes.
Com um elevar de seu queixo, ele a chama.
— Suponho que uma vez que você tem isto, — seguro o envelope. — Você tem
alguma coisa.
Seus olhos se voltam para mim. — Não tenho certeza, — ele murmura, depois
olha para a garçonete quando ela para na nossa mesa.
— O que posso fazer por vocês? — Ela pergunta em voz baixa, evitando olhar
nos olhos dele.

192
— Só uma cerveja. Qualquer coisa gelada que tiver, — diz ele, e ela balança a
cabeça, passeando em direção ao bar.
Abrindo o envelope após ela sair, eu puxo uma pilha de fotos e vejo uma por
uma. Nico está trabalhando para fechar as pontas soltas do seu caso enquanto Wes
e os caras constroem o deles. Sabemos que Jordan está tentando construir alianças
dentro do clube. O que não sabemos é exatamente quem ele convenceu a segui-lo,
então Wes me pediu para recrutar Sage para ver o que ele poderia descobrir.
Observando as fotos, faço uma pausa em uma e a estudo.
— O que é? — Sage pergunta, e viro a foto, empurrando-a sobre a mesa.
— Quando foi tirada? — Toco na foto de Jordan ao lado de sua moto,
conversando com uma mulher, uma mulher que eu juro que já vi antes, mas não
posso identificar.
Pegando a imagem, seus olhos a observam e dá de ombros. — No último
sábado, eu o segui até um bar no centro. Quando chegou lá, ele não entrou.
Permaneceu na moto, estacionado por cerca de dez minutos, até que ela saiu pela
porta dos fundos para conversar com ele.
— Por que ela me parece familiar? — Eu me pergunto, estudando a foto.
— Não sei. Você ficou com ela? — Ele pergunta.
Meus olhos se estreitam quando se encontram com os dele. — Não porra, —
rosno.
— Apenas perguntando, cara. Não sei quem ela é. — Ele franze a testa, olhando
a foto. — Ele deu alguma coisa para ela. Não pude ver o que era de onde eu estava.
Mas notei que ela fez questão de se manter longe dele, mesmo quando ele tentou
estender a mão e tocá-la. Ela se afastou antes que ele pudesse fazer contato.
— Porra, — corto, percebendo que a mulher pertence a um dos novos
membros. Não a vi mais do que duas vezes, mas estudando a imagem, eu sei quem é
ela. — Aquele filho da puta.
— O quê? — Sage pergunta, e retiro meu celular, bato o número de Harlen e
pressiono chamar.
— É melhor que seja bom, — Harlen diz, atendendo no terceiro toque.

193
— Qual era o nome do bar? — Pergunto, olhando para Sage, que me observa
de perto.
— O quê? — Harlen pergunta no meu ouvido.
E Sage diz, — Dakota’s.
— A mulher de Lee trabalha em um bar chamado Dakota’s? — Pergunto ao
telefone, observando a garçonete vir em nossa direção com a cerveja de Sage,
colocando-a sobre a mesa antes de mais uma vez sair sem outra palavra.
— Sim, por quê? — Harlen pergunta, e cerro os dentes.
— Jordan a visitou na semana passada e deu-lhe alguma coisa. Não sei o que
ele deu a ela ou o que falou, mas eu posso adivinhar, porra.
— Você tem que estar brincando, porra, — Harlen rosna, sabendo exatamente
o que estou dizendo.
Poucos meses antes de Lee ser dispensado dos fuzileiros navais depois de ser
ferido, sua filha foi diagnosticada com leucemia. O seguro que os militares proviam
antes de sua alta foi o suficiente para garantir que a sua menina tivesse o cuidado
que precisava, mas agora que ele não está mais no serviço militar, seus benefícios
foram cortados. A porra do Jordan sabe dessa merda, e meu palpite é que ele está
usando-a para chegar nele.
— Quantos homens ele já alcançou usando esta mesma tática?
— Não sei, mas vou descobrir. Ligo para você, — corta Harlen, desligando.
Guardando meu celular, olho as fotos novamente, lentamente desta vez, e
observo que Jordan se reuniu com mulheres mais de uma vez. Nenhuma delas são
mulheres com quem estou familiarizado, mas isso não significa nada, pois realmente
não presto atenção com quem os caras passam seu tempo. Esfregando as mãos pelo
meu rosto, luto contra o impulso de pegar a minha garrafa meio vazia de cerveja e
lançá-la ao longo da barra.
— Você está bem, homem? — Sage pergunta baixinho, colocando os cotovelos
sobre a mesa e inclinando-se.
— Não, — eu rosno.
— É... — Interrompe sua fala e sua mandíbula aperta quando seus olhos se
movem por cima do meu ombro. — Porra, — ele rosna, apertando os dedos ao redor

194
da garrafa em sua mão. Virando a cabeça, vejo Kim caminhando em direção ao bar
com o namorado. — Estou fora, cara. Ligue se precisar de qualquer outra coisa.
Meus olhos se movem para ele enquanto ele pega o dinheiro do bolso, jogando-
o sobre a mesa e corre até a porta sem olhar para trás. Olhando para onde Kim está,
eu vejo seus olhos fixos na porta que Sage acabou de sair e sacudir a cabeça.
Eventualmente, um deles cederá a óbvia atração que sentem, e quando fizerem, é
melhor todos saírem de perto.

195
Capítulo 14
June

— Então estamos de acordo que as cores sendo pêssego, taupe e pérola? —


Mamãe pergunta, olhando por cima da mesa bagunçada para mim, e aceno.
A primeira semana de planejamento do casamento foi emocionante. A segunda
semana de planejamento do casamento foi divertida. A terceira semana de
planejamento do casamento me tem querendo pular de uma janela. Todos os dias,
estou cada vez mais tentada a soltar as rédeas e dizer a Evan para reservar um voo
para Las Vegas e deixar Elvis nos casar.
— E o bolo. Você ainda está com o de chocolate com o recheio de framboesa?
— Ela pergunta, anotando algo em seu caderno. Um caderno que deixaria o melhor
planejador de casamento do mundo no chinelo. — Eu meio que gostei do de baunilha
com especiarias, mas é o seu casamento, — ela murmura distraidamente para si
mesma antes que eu possa responder, e reviro meus olhos. Nem acho que este
casamento poderia ser definido como meu mais. Eu amo a minha mãe, mas ela
enlouqueceu e está Mãezilla com toda esta maldita cerimônia.
— Mãe, é quase dez horas. Que tal trabalhar nisto novamente daqui alguns
dias? — Eu bocejo, olhando em direção ao quarto, onde sei que Evan está se
escondendo, assistindo TV com Ninja. Ambos são inteligentes o suficiente para ficar

196
fora de vista quando minha mãe está aqui. É uma loucura, mas sinto falta dele.
Vivemos juntos e o vejo todos os dias, mas sinto falta dele. Esse negócio de
planejamento do casamento está arruinando a minha vida. Eu poderia perfeitamente
estar fazendo sexo agora, mas em vez disso, estou confirmando coisas que já confirmei
cento e cinquenta e dois bilhões de vezes.
— Só precisamos repassar mais algumas coisas, — diz ela, deixando cair sua
caneta na mesa para mover algumas amostras e as coisas em sua superfície,
murmurando para si mesma em voz baixa.
— Já volto, — digo a ela, mas sei que ela está tão perdida em sua terra La-La
de casamento que não me ouve. Indo para a sala de estar, procuro o meu celular lá,
e então vou para a lavanderia fazer o mesmo, antes de finalmente encontrá-lo na
cozinha, sob as cartas que Evan trouxe quando chegou em casa. Escrevendo uma
mensagem de texto para o meu pai, bato os meus dedos nas teclas, em uma rápida
sucessão, irritada.
Pai, faça o que for preciso, mas tire a mulher louca que você chama de esposa
da minha casa, agora! Antes que eu a mate.
Pressiono Enviar, e assisto um balão aparecer na tela, deixando-me saber que
ele está respondendo.
Estou nisso, June Bug.
Suspirando de alívio, volto para a mesa assim que o celular da minha mãe
toca, e sento, rezando para que a minha tortura esteja quase no fim. Pegando o
telefone, ela olha para ele e balança a cabeça, pressionando um botão, fazendo-o
silenciar.
— Não vai atender isso? — Pergunto em pânico, enquanto ela volta a escrever
coisas em seu caderno.
— É apenas o seu pai. Ele pode esperar até terminamos.
Derrubando minha cabeça sobre a mesa, eu debato sobre apenas em deixá-la
aí e ir para o meu quarto. Neste ponto, ela pode até não notar, eu penso, quando seu
telefone começa a tocar novamente.
— Mãe, o telefone está tocando, — aponto, a observando silenciar mais uma
vez.

197
— Ele pode esperar, — ela repete, e olha para o meu telefone quando começa
a tocar. — Não atenda a isso. — Seu tom é um que eu sei que preciso obedecer, o qual
ela usou desde que eu era pequena. Mordendo meu lábio, eu sento e ouço o meu
celular tocar e tocar antes de ir para a caixa postal.
— Agora, — ela continua quando meu telefone silencia. — Acho que o local é
uma escolha entre Southhall Meadows e Springtree Farms. Liguei para ambos, e se
reservar o fim de semana, eles podem reservar a data.
— Ambos são bons, — eu digo, distraída, olhando para o armário em cima da
geladeira onde guardo a minha tequila. Talvez se eu estivesse bêbada, isso não se
sentiria como tortura. Inferno, talvez eu possa convencê-la a tomar algumas doses e
ela desmaie.
— Asher me ligou. Ele disse para atender ao telefone, — Evan diz, me
assustando quando entra na sala, vestindo um moletom solto e uma camisa branca
que se encaixa confortavelmente, mostrando os músculos de seu torso. Vindo atrás
de mim, ele descansa suas mãos em meus ombros, então se inclina, beijando a minha
cabeça.
— Ele ligou para você também? — Mamãe faz carranca, olhando para Evan,
em seguida, olha para seu telefone quando ele começa a tocar novamente. — Olá, —
ela atende no segundo toque, e faz uma pausa, se afastando de Evan e eu. — Asher,
— ela sussurra, e murmura, — Tudo bem, mas não estou feliz, então você não estará
feliz.
— Este é o tipo de coisa que eu preciso esperar mais para frente? — Evan
pergunta, e inclino minha cabeça para olhar para ele, encolhendo os ombros, o que o
faz sacudir a cabeça, sorrir, e me levantar, de forma que possa me beijar.
— Bem, aparentemente eu fui convocada por seu pai, — mamãe diz, revirando
os olhos. — Eu virei amanhã, e falaremos sobre as coisas que não foram resolvidas
está noite, desde que eu preciso voltar para casa.
— Na próxima semana, — Evan corta antes que eu possa dizer qualquer coisa,
e minha mãe olha para ele com os olhos arregalados.
— Estamos planejando seu casamento, um casamento que temos apenas dois
meses para planejar. Temos muito o que fazer. Não podemos parar agora, — mamãe

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esbraveja, e Evan sacode a cabeça, envolvendo o braço em volta da minha cintura e
me trazendo para mais perto.
— Semana que vem. June precisa de uma pausa. Ela está exausta. Vocês
podem voltar ao planejamento após o fim de semana.
Os olhos de mamãe passam de Evan para mim, e tudo o que ela vê faz seus
olhos suavizarem. — Oh, tudo bem, na próxima semana, — ela concorda, me
surpreendendo. — Mas nós realmente precisamos resolver os detalhes.
— Prometo que vamos resolver tudo na próxima semana, — concordo, e ela
estende a mão, tocando o meu rosto suavemente.
— Só quero que o seu casamento seja perfeito, — ela sussurra, fazendo-me
sentir uma idiota por apenas querer que a coisa toda acabasse.
— Eu sei, — sussurro de volta, dando um passo para frente e dando-lhe um
abraço apertado. Afastando-se, ela procura o meu rosto por um momento, em seguida,
beija a minha bochecha.
— É melhor eu me apressar e fazer a mala, para que eu possa chegar em casa
antes que seu pai ligue novamente ou apareça. — Ela revira os olhos, me soltando
para poder arrastar a grande mala que ela trouxe sobre a mesa, onde todo o conteúdo
que estava dentro dela agora está disperso.
— Jesus, você realmente precisa de toda essa merda? — Evan pergunta,
pegando a mala da minha mãe assim que embalamos e guardamos tudo. — Esta mala
tem que pesar pelo menos treze quilos.
— Nós não estamos planejando uma festa. Planejamos um casamento, então
sim, eu preciso de toda essa merda. — Ela olha para ele da mesma forma que ela
encararia meu pai quando ele está irritando-a.
— Apenas perguntando. — Evan sorri, e os olhos da mamãe se estreitam em
sua boca antes de balançar a cabeça em minha direção.
— Ele é tão mau como o seu pai. — Ela joga o polegar para Evan. — Seu pai
queixou-se por uma hora depois que eu o fiz ir até o sótão para pegar a mala. Ele
disse que era uma loucura eu precisar de uma mala para transportar material de
planejamento de casamento.

199
— É um pouco louco. — Dou de ombros, sorrindo para ela, e ela olha para a
mala na mão de Evan. Posso dizer que ela está se perguntando se talvez, apenas
talvez, ela exagerou um pouco. — Eu amo a sua loucura, mãe. Então está tudo bem,
— digo suavemente depois de um momento.
Sei que ela faz tudo isso porque me ama. Tenho sorte de ter uma mãe como
ela, uma mãe que se torceria em nós para me fazer feliz e me dar o casamento perfeito.
Meus pais poderiam ter decidido odiar Evan sem nunca conhecê-lo depois do que
aconteceu entre nós, mas não o fizeram. Não, eles não estavam de braços abertos para
abraçá-lo, mas confiaram o suficiente em meu julgamento para dar a ele uma chance
de provar a si mesmo.
— Também te amo, querida. — Ela sorri, e inclina a cabeça para trás, olhando
para o teto quando seu celular toca em sua mão. Colocando-o em seu ouvido, ela
estala, — Estou saindo da casa dela enquanto conversamos, Asher Mayson.
Rindo, eu viro meus olhos para Evan, e o ar em meus pulmões congela quando
vejo o olhar terno em seu rosto virado para mim. Se eu já não estivesse loucamente
apaixonada por ele, esse olhar teria selado o acordo. Eu te amo, eu murmuro, e seus
olhos suavizam ainda mais.
— Não sei como aguento o homem, — mamãe resmunga, interrompendo o
momento entre Evan e eu.
— Você ama o papai.
— Eu devo, — ela corta, dirigindo-se para a porta.
Seguindo-a para o seu SUV, Evan coloca sua mala no porta-malas enquanto
dou outro abraço nela e prometo ligar. Então, assisto Evan abraçá-la e
silenciosamente agradecê-la, o que a faz sorrir e bater no rosto dele antes de entrar e
bater à porta.
— Sua mãe é incrível, — murmura Evan enquanto a vemos sair da garagem.
— Eu sei, — concordo, acenando para ela, enquanto Evan envolve seu braço
em volta dos meus ombros.
— Você está cansada? — Ele pergunta, deslizando a mão pelo meu braço e
travando os dedos com os meus, me levando de volta para a casa.
— Totalmente exausta, — respondo por meio de um bocejo.

200
— Muito cansada para sentar no meu rosto? — Ele pergunta, e minha mão
espasma na sua quando a imagem de mim fazendo isso simplesmente filtra através
da minha mente.
— Acho que eu poderia manter meus olhos abertos para isso, — suspiro, e ele
tranca a porta, ligando o alarme.
Virando-me para ele, ele murmura, — Imaginei que você poderia, — contra a
minha boca; envolvendo os braços em volta de mim, andamos em direção ao quarto,
onde mantenho meus olhos abertos para muito mais do que apenas sentar em seu
rosto.

***

— Indo! — Grito, andando com meus dedos recém-pintados de rosa, conforme


sigo para a porta da frente quando a campainha toca. Sem olhar pelo olho mágico, eu
abro a porta e sinto meu corpo ficar tenso quando vejo quem está em pé na minha
varanda, exatamente igual a como eu vi na última vez.
— June, — Lane diz. Começo a empurrar a porta para fechá-la, mas ele estende
a mão, impedindo-me de bater em seu rosto. — Eu só quero conversar.
— Não tenho nada para lhe dizer. Vá embora. — Tento novamente fechar a
porta, mas sua mão fica plantada contra ela, me parando.
— Quero pedir desculpas. Por favor, me deixe dizer que sinto muito.
— Feito. Você já disse isso, então vá. — Empurro mais forte, então gemo de
frustração quando ele não se afasta.
— Sei que você está chateada comigo, mas você recebeu a carta que enviei?
— Recebi, li, e ainda não me importo. Não temos nada para falar. Por favor, se
afaste.
— Você... — ele para, concentrado em minha mão. — Isso é um anel de
noivado?
— Lane, se não se afastar, juro por Deus que vou gritar assassino sangrento,
— assobio, ignorando sua pergunta.
— Você vai se casar?

201
— Oh, meu Deus! — Grito de frustração. — Sim, eu vou casar. Será que você
vai apenas ir embora agora?
Suas sobrancelhas se juntam e sua cabeça balança. — Eu era apaixonado por
você.
— Você não saberia o que era amor se ele lhe batesse na cabeça. Só direi isso
mais uma vez. Por favor, se afaste da minha porta e vá embora.
Seus olhos se movem para a minha mão novamente e sua voz cai. — Eu fodi.
Ele fodeu – não que eu estivesse sequer perto de ser apaixonada por ele. Mas
eu me importava com ele, e quem sabe o que poderia ter acontecido com o tempo.
Mas, novamente, mesmo se eu estivesse com ele e Evan voltasse para a minha vida,
provavelmente eu iria querer descobrir onde as coisas poderiam ir com Evan, porque
a ligação que sempre tive com ele é simplesmente muito forte.
— Quem é ele? — Ele pergunta baixinho, movendo os olhos para encontrar os
meus.
— Isso não é da sua conta.
— É o seu ex? Aquele em quem você estava tão presa? — Ele pergunta com
um rosnado, batendo a mão contra a porta.
— Lane, por favor, vá, — imploro suavemente. A maneira como ele age
começando a me assustar.
— É, não é? — Ele pergunta, ficando vermelho conforme o pulso em seu
pescoço bate descontroladamente.
— Sim, — finalmente digo, esperando que ele vá uma vez que digo o que ele
quer.
— Espero que ele te faça feliz, — ele rosna, soltando a porta, mas mantém seu
corpo onde está e meu pulso acelera.
— Lane, por favor, basta ir, — eu sussurro trêmula, mas ele não move o seu
corpo da porta ou os olhos irritados dos meus.
— Dê um passo para trás. — Olhando por cima do ombro de Lane, vejo Evan
andando até a varanda. Não o ouvi parar, o que é uma loucura, já que ele estava de
moto hoje, e sempre o ouço quando está de moto.

202
— Que seja. — Lane olha para mim antes de passar por Evan ao descer os
degraus.
Observando-o se afastar, sinto Evan chegar perto antes de bloquear a minha
vista. Em seguida, seus dedos estão no meu queixo, levantando meus olhos para
encontrar os dele. — Entre. Entrarei em um minuto.
— Não faça nada que me leve a visitá-lo na prisão, — eu sussurro-grito,
descansando minhas mãos contra o peito dele, sentindo a sua raiva saindo em ondas.
— Entre, — ele repete, colocando a mão no meu estômago, empurrando-me
para trás uma polegada antes de puxar a porta, me fechando do lado de dentro.
Debatendo comigo mesma sobre ignorar o pedido, murmuro, — Merda, — e
volto para a sala de estar, para que eu possa ligar para o meu tio. E é quando eu vejo
Ninja através da porta de vidro dos fundos, rosnando e latindo. — Está tudo bem, —
abro, e ele corre atrás de mim para dentro da casa em direção à porta da frente,
voltando um momento depois e sentando perto de mim. Deixo uma mensagem de voz
para o meu tio dizendo que Lane está do lado de fora com Evan. Quando meu telefone
toca um minuto depois, ele diz que está a caminho e para ficar dentro de casa, em
seguida, desliga.
Revirando os olhos para isso, eu me sento no sofá. Alguns minutos mais tarde,
eu salto no lugar quando a porta bate e as botas de Evan pisam no corredor. — Por
que você abriu a porta para ele? — Pergunta, parando na entrada da sala de estar,
com seus pés afastados e braços cruzados sobre o peito.
— Eu não sabia que era ele, — Explico calmamente, lambendo meus lábios
nervosamente quando seus olhos se estreitam.
— Você não verificou o olho mágico? — Sua linguagem corporal e o tom tornam
óbvio que eu fodi tudo.
— Se eu tivesse, não teria aberto a porta.
— Não fique espertinha comigo agora! — Ele ruge, fazendo-me pular
novamente.
— Não estou. — Estou, – precisando e querendo ganhar algum controle da
situação. — Eu nem estava pensando.

203
— Ele poderia ter te forçado para entrar na casa, June. Ele poderia ter feito
alguma coisa para te machucar.
— Ele não o fez. — Franzo a testa, e como uma idiota, eu continuo, — ele não
faria isso.
— Você tem certeza disso? — Ele troveja, inclinando-se com as mãos na
cintura.
Engolindo em seco, eu fecho meus olhos, porque sei que ele está certo. Não
tenho a menor ideia do que Lane faria. Nem sequer sabia que o nome dele era Lane
até que fui arrastada para a delegacia de polícia no meio da noite. E aquele cara que
estava na varanda da frente não era o Lane que eu conhecia.
— Sinto muito, — sussurro depois de um momento, sentindo as lágrimas
queimar minha garganta enquanto eu tento engoli-las.
— Venha aqui. — Abrindo os olhos, meu olhar se conecta com o dele ainda
chateado.
— Você está bravo, — digo o óbvio, mantendo meus pés plantados onde estão.
— Estou fodidamente furioso, bonita, mas ainda quero que você venha aqui.
— Ele aponta para o chão, onde ele está parado.
— Eu me sinto mais segura aqui.
— June, — alerta, e os meus pés se movem. Assim que estou perto, seus braços
se abrem, me envolvendo, e seu rosto cai para meu pescoço, onde ele respira
profundamente.
— Sinto muito. Não vou atender a porta sem olhar de novo, — sussurro,
abraçando-o.
— Eu sei que você não vai, — ele ressoa contra a pele do meu pescoço, me
segurando apertado.
Passando minhas mãos por suas costas, pergunto baixinho, — Você está bem?
— Sabia quem ele era quando parei na casa e o vi parado na porta. Eu vi seu
rosto e poderia dizer que estava com medo. Eu queria matá-lo por colocar esse olhar
em seu rosto.
— Ele estava bem no início, mas depois viu o meu anel de noivado e ficou com
raiva, — Explico, e minhas mãos começam a tremer.

204
— Você não tem nada a temer, — ele promete, afastando-se para olhar para
mim. — Nada, — ele repete, e descanso minha testa em seu peito, sentindo os lábios
dele na minha cabeça. — Você ficará bem por um tempo, enquanto saio e falo com
seu tio?
— Sim. — Aceno contra o peito dele e suas mãos se deslocam para o meu
queixo, inclinando a minha cabeça. — Sinto muito, — repito mais uma vez, encarando
seu olhar preocupado.
— Amo você, baby, pra caralho, que mesmo a ideia de você respirar o ar
daquele filho da puta me irrita. — Sua testa toca a minha e assisto seus olhos se
fecharem brevemente. — Não estou bravo com você, ok?
— Ok, — concordo, apertando minhas mãos em sua camisa, enquanto suas
palavras passam por mim.
— Dê-me alguns minutos, sim?
— Sim. — Sua boca toca a minha em um beijo suave, e que me permite saber
que estamos bem antes que ele me solte e desapareça no corredor.

***

— Não atenda a porta novamente sem Ninja estar em casa, — Evan instrui, e
inclino minha cabeça para olhar para ele da minha posição contra o seu peito na
cama.
— Não vou. — Após Evan voltar da conversa com o meu tio, ele não mencionou
a visita de Lane novamente. Mesmo após perceber que a porta dos fundos tinha
marcas de mordida na madeira em torno do batente da porta e saliva em todo o vidro
dos latidos de Ninja, quando ele tentava entrar, sentindo em sua maneira de
cachorrinho que sua mãe estava em apuros. Quando Evan viu o estrago, expliquei
que Ninja estava no quintal quando a campainha tocou. Como a gente não tem uma
porta de cachorro e sendo o meio do verão, eu fechei a porta, deixando Ninja no
quintal, então não perderia o ar frio da casa enquanto ele vagava na grama por horas.
Algo que ele gosta de fazer. Eu poderia dizer que ele estava chateado, mas não disse
nada sobre isso, até agora.

205
— Seu tio vai conversar com o juiz amanhã sobre a obtenção de uma ordem
de restrição. Agora que ele fez contato, nós temos uma melhor chance de conseguir a
aprovação, — diz, tirando-me dos meus pensamentos. Sento, colocando meu cotovelo
na cama, para poder olhar para ele.
— Você acha que ele voltará? — Pergunto, e seus dedos percorrem meu cabelo,
deslizando por cima do meu ombro nu.
— Eu quero dizer que não, mas não posso garantir que ele não irá.
— Ótimo. — Suspiro, caindo de costas e cobrindo o rosto.
Suas mãos seguram a minha, puxando-as do meu rosto, e seus olhos ficam
apreensivos. — Tudo dará certo.
— Eu acredito em você. — Levanto minhas mãos, correndo os dedos sobre o
queixo dele, observando seus olhos amolecerem. — Enquanto eu tiver você, não tenho
nada com que me preocupar. Sei isso, na minha alma, — eu falo; ele abaixa a cabeça,
me beijando e me fazendo esquecer tudo.

***

— Oh... — com minhas pernas tensas e meus olhos abertos, vejo a luz da
manhã derramando através do teto.
— Dia.
Olhando ao longo do meu corpo, eu pego o sorriso travesso de Evan em seu
rosto caindo entre as minhas pernas e suas mãos segurando minha bunda, tomando-
me mais profundo em sua boca. Acordar preparada e pronta pelo seu toque se tornou
uma das minhas maneiras favoritas de começar o dia. Acrescentando o fato que ele
parece gostar tanto quanto eu, me faz amá-lo ainda mais.
— Ev. — Meus dentes mordem meu lábio e minhas mãos em punho em seu
cabelo, quando um dedo, depois outro, entra em mim lentamente, e sua língua circula
meu clitóris. Levantando ainda mais meus quadris, silenciosamente imploro por mais.
— Que porra é essa? — Ele rosna, e minha mente nebulosa tem um momento
para registrar que a campainha está tocando.
— Não pare. Eles vão embora, — imploro, não muito longe da mendicância.

206
— Faça isso rápido, baby. — Seus dedos trabalham mais rápido, curvando-se
para bater o meu ponto G, e sua boca trava no meu clitóris, chupando com força,
enviando-me em espiral através de um curto, mas doce orgasmo, enquanto a
campainha continua a tocar.
— Eu vou matar quem está na porta. — Ele corta, saindo da cama, jogando o
cobertor sobre a metade inferior do meu corpo nu.
— Ok, — concordo, e ele sorri com um aceno de cabeça, vagando os olhos em
mim, vestindo seu moletom.
— Não se mova, — ele ordena, rosnando, — Porra.
Levanto os braços sobre a minha cabeça para espreguiçar. — A porta, —
lembro-o.
Quando ele vem em minha direção. — É melhor que seja bom, — ele resmunga,
virando e saindo do quarto sem outro olhar para a cama, onde estou esparramada.
— Cadela, traga seu traseiro aqui fora! — JJ grita, e sento, balançando os
olhos para o relógio na mesa de cabeceira. Sabia que era cedo, a julgar pela luz que
vinha através das cortinas, mas não era sequer 7:00 ainda.
— Que diabos? — Rolando para fora da cama, eu corro para o banheiro e puxo
meu roupão, amarrando-o em minha cintura, em seguida, paro na minha cômoda e
visto a calcinha antes de sair do quarto. Quando chego na cozinha, Evan está de pé
perto da cafeteira, observando JJ, que se fez em casa na cozinha, atualmente
vasculhando a geladeira.
— Está tudo bem? — Pergunto, e sua cabeça deixa a geladeira para olhar para
mim.
— Não sei. — Ela joga alguma carne do almoço em cima do balcão, junto com
um vidro de maionese, e depois vai para o suporte de pão, abrindo-o e tirando um
pedaço de pão. — Não vi ou ouvi falar de você em três semanas, e tive que descobrir
por meio de Brew, de todas as pessoas, que a minha menina está noiva. Que porra é
essa? — Ela pergunta, colocando as mãos nos quadris.
— Sou uma idiota, — eu murmuro, sentindo-me horrível por não contar a
minha boa notícia. Mas, honestamente, tem havido muito na minha cabeça
ultimamente, incluindo o fato de descobrir há poucos dias que estou grávida. Ainda

207
estou em choque por ver as duas linhas cor-de-rosa no teste que fiz e estive tentando
encontrar uma maneira de dizer a Evan que vamos ter um bebê.
— Você não é idiota, mas Jesus... poderia ter ligado, — diz ela, abrindo gavetas
e fechando-as até achar o que procura. — É melhor eu ser convidada para o
casamento.
— Você está, — concordo. — Quer ajuda? — Pergunto ao vê-la massacrar o
sanduíche que tenta fechar.
— Não. — Ela esmaga os dois pedaços de pão juntamente com carne de peru
e maionese no meio deles. — Quando Brew me deu essa notícia esta manhã, saí antes
que pudesse terminar o meu café da manhã. — Ela pega uma toalha de papel,
envolvendo seu sanduíche nele.
— Oh, — murmuro, lançando um olhar na direção de Evan, que não se moveu
de sua posição perto da cafeteira. Posso dizer pela expressão dele, que ele não sabia
se ria ou gritava.
— Agora, deixe-me ver o seu anel. — Estendendo a mão, ela segura a minha
mão e olha o anel. — É lindo. Estou feliz por você, — ela diz calmamente, encontrando
o meu olhar.
— Obrigada, JJ. Desculpe-me, por não ligar.
— Não se preocupe com isso. Você pode me pagar com tequila uma noite. —
Ela sorri, e olha para Evan. — Você fez bem. — Ele levanta o queixo, e ela balança a
cabeça, olhando para mim e sorrindo. — Eu preciso ir trabalhar, mas estaremos
juntas em breve.
— Eu te ligo, — prometo, e a vejo sair pelo corredor, levando o sanduíche que
fez.
— Essa mulher é louca, — murmura Evan, pegando uma caneca e servindo-
se de uma xícara de café.
— Ela é doce. — Sorrio, e ele olha para o balcão, onde todos os seus
suprimentos do sanduíche ainda estão largados, levantando uma sobrancelha.
— Penso que ela chutaria o seu traseiro se você não ligar para ela.
Ele provavelmente estava certo, mas em vez de confirmar isso, eu apenas vou
até o balcão e guardo tudo. Encostando uma vez que acabei, eu cruzo os braços sobre

208
o peito. — Você está com fome? — Pergunto, e seus olhos correm sobre mim da cabeça
aos pés, me fazendo tremer.
— A minha refeição matinal foi apressada. Você está oferecendo voltar para a
cama e abrir as pernas para mim?
Olhando para o relógio do micro-ondas, oro para que eu tenha tempo, ouvindo-
o rir quando eu faço. — Preciso me arrumar para o trabalho, — faço beicinho, o que
o faz rir mais forte.
Fechando a curta distância entre nós, suas mãos se deslocam para meus
quadris e inclina seu rosto para o meu. — Vá se arrumar. — Ele me beija suavemente,
movendo as mãos para apertar a minha bunda. — Eu levarei café para você.
— Não me importo de me atrasar, — suspiro, pressionando mais perto dele
enquanto passo os braços em volta do seu pescoço.
Sorrindo, ele me beija mais uma vez, e afasta meus braços dele, movendo um
passo para trás. — Você não pode se atrasar. É o seu último dia, — ele me lembra.
Hoje é o último dia de escola de verão, e espero que seja o dia em que descobrirei se
ensinarei no próximo ano.
— Acho que vou me arrumar. — Suspiro, ouvindo sua risada atrás de mim
quando saio da cozinha e vou para o chuveiro começar a me arrumar para o trabalho.

***

— Tenha um bom resto do verão, pessoal. — Sorrio para meus alunos deixando
a sala de aula, e ganhando, Você também, Srta. Mayson, ou Até logo, de cada um deles
quando passam, um-a-um. Sei que estão todos tão animados como eu para sair daqui
para podermos desfrutar de duas semanas de dormir tarde e nenhuma lição de casa
antes de voltarem às aulas.
Assim que todos saíram, eu pego minha bolsa da mesa e tranco a sala. Não
posso esperar para contar a Evan que me foi oferecida a posição de ensino em tempo
integral. Eu sabia que havia uma boa chance de conseguir o trabalho, mas com o
ensino, você nunca sabe se será passado para alguém com mais experiência. Para
minha sorte, minhas aulas de verão acabaram, e agora tenho um trabalho de tempo

209
integral e minha própria sala de aula, ensinando alunos da terceira série, o que
começará em duas curtas semanas.
Caminhando no estacionamento para o meu carro, meu celular toca em minha
bolsa. Paro e o desenterro, sorrindo quando vejo que Evan está ligando. — Hey, —
respondo, e franzo a testa quando ouço vozes embaralhadas e abafadas que não posso
distinguir do outro lado. — Evan? — Eu chamo, não obtendo nenhuma resposta.
Minha mão envolvida no telefone aperta e minha visão nubla quando alguém ruge, —
Vocês, filhos da puta, estão mortos!
Correndo para o meu carro, abro a porta e entro. Assim que o carro está ligado,
o telefone se conecta ao Bluetooth e o som de vozes abafadas preenche o espaço
silencioso. — O que eu faço? O que eu faço? — Sussurro para mim enquanto dirijo.
Não quero desligar a chamada, mas preciso chamar a polícia. Realmente preciso saber
para onde enviar a polícia.
— Porra, Wes, — distingo através da bagunça ilegível de farfalhar e vozes
abafadas. Rezando para que minha suposição esteja certa e que eles estejam na loja
de motos, eu paro ao lado da estrada. Pegando meu celular eu olho para a tela,
sabendo que tem que haver uma maneira de conectar mais de uma chamada.
Encontrando o caractere que procuro, eu coloco o telefonema de Evan em espera e
disco 911.
— 911, qual é sua emergência? — Um homem atende.
— O meu noivo me ligou por acidente, — falo através de arfadas, enquanto
minhas mãos apertam freneticamente.
— Senhora, este é o 911...
— Eu sei disso! — Eu o interrompo, gritando dentro do carro. — Ele me ligou
por acidente, mas acho que ele está em apuros. Você tem que ajudar.
— Ok, acalme-se e diga-me o que você ouviu.
— Não pude ouvir muito, mas ouvi o nome de meu cunhado e alguém dizendo
algo sobre pessoas morrendo. Acho que eles estão na loja de conserto de moto dos
Broken Eagles, — digo, ouvindo-o digitar. — A ligação dele ainda está em espera.
Posso unir a sua ligação com a dele?

210
— Faça isso agora, querida, — ele diz, então pressiono o botão para ligar as
duas chamadas e assim que eu faço, dois tiros saem, um após o outro.
— Oh, Deus. — Coloco meu carro em movimento, necessitando chegar a Evan,
não ouvindo qualquer outra coisa que o atendente diz. Assim que chego, eu vejo todo
o lugar cercado por carros de polícia. Vendo tio Nico, eu saio, deixando o carro e a
porta aberta. Corro para onde ele está de pé, ignorando os oficiais gritando comigo
para voltar para o meu carro.
— June, — tio Nico diz, assim que me vê correndo na direção dele.
— O que está acontecendo? Evan está bem?
— Querida, você precisa voltar para o carro.
— Diga-me agora! — Eu grito, e seu rosto suaviza. Pegando minha mão, ele me
leva a um dos carros-patrulha, me instala no banco de trás, e depois ajoelha na minha
frente.
— Não é seguro agora, — ele diz, gentilmente limpando meu rosto que eu nem
percebi estar encharcado de lágrimas.
— Diga o que está acontecendo. Por favor, me diga que Evan está bem, —
sussurro, sentindo mais lágrimas correrem em minhas bochechas.
— Sabemos que há pelo menos dois suspeitos armados no interior do edifício.
Agora, isso é toda a informação que nós temos.
— Ouvi tiros, — digo em pânico, imaginando se Evan levou um tiro, se um
desses tiros estava apontado para ele.
— Preciso que você tome algumas respirações profundas e espere aqui
enquanto converso com meus homens. Você pode fazer isso por mim?
Cobrindo meu rosto, eu aceno e começo a rezar.

211
Capítulo 15
Evan

A besta dentro de mim acordou e está fora por vingança. Vendo o sangue
escorrer da ferida no ombro de Harlen, eu ando sem pensar na minha posição de
joelhos e jogo Jordan no chão, com o meu ombro em seu estômago. Com o impacto,
a arma voa de sua mão e patina pelo chão.
Eu sabia que algo acontecia quando parei na loja e encontrei o lugar vazio. Há
sempre pelo menos um rapaz trabalhando em um carro ou moto no meio do dia,
mesmo durante o almoço. Quando entrei no composto em busca de todos e entrei na
sala comum, a visão que me cumprimentou deu calafrios na espinha. Não tive tempo
para pensar ou fazer um telefonema. Mal tive tempo para apertar ligar na minha
última chamada e enfiar meu celular no bolso de trás antes de Jordan e outro homem
segurando os caras com uma arma me visse.
— Filho da puta, — rosno, apertando as minhas mãos no pescoço de Jordan.
Enquanto vejo seu rosto ficar roxo e seu corpo empurrar, eu registro o som de luta ao
redor de mim. Os dedos de Jordan arranham as minhas mãos.
— Não o mate, — diz alguém. Mas é tarde demais. Observando seus olhos
começarem a fechar, eu sinto seu pulso lento sob meus dedos e adiciono mais pressão.

212
— Evan. — Ouço meu nome através da neblina, mas minha visão nubla com um
objetivo em mente. Sendo atingido no lado, eu rujo, lutando com tudo em mim, mas,
em seguida, uma dor aguda acerta o meu crânio e tudo escurece.

***

Meus olhos apertam fortemente e minhas mãos se movem para a cabeça,


colocando pressão sobre o crânio, que parece ter sido aberto. — Que porra é essa? —
Assobio de dor.
— Oh, Deus, — ouço June gemer quando seu peso se acomoda ao meu lado e
seu braço enrola sobre a minha cintura. Segurando-a, eu respiro através da dor na
minha cabeça e congelo quando as memórias do que aconteceu voltam para mim com
força total. — Os caras? Harlen? — Tento sentar, mas seu pequeno corpo me segura
na cama.
— Eles estão bem, — ela diz em voz baixa, seus dedos percorrendo meu
pescoço, e meus olhos se abrem. — Harlen está bem. — Ela se move para olhar para
mim, e isso é quando eu percebo que estou em um quarto de hospital.
— Por que estou aqui? — Franzo a testa, olhando ao redor da pequena sala de
estéril, tentando lembrar o que aconteceu depois que Harlen foi baleado, mas tudo
está branco.
— Você teve um episódio, — diz ela suavemente, correndo os olhos e as mãos
sobre mim.
— Episódio? — Repito, tentando entender o que ela diz.
— Os caras disseram que você ficou louco. Não podiam fazer com que você se
acalmasse. Você continuou indo para Jordan, mesmo ele estando inconsciente e o
outro homem desarmado.
— Cristo. — Fecho os olhos, sentindo sua cabeça apoiar contra meu peito e os
braços apertarem o meu corpo.
— Eu estava tão assustada, — ela sussurra, cavando mais perto.

213
Rolando-nos para o lado, eu a coloco em minha frente e corro minhas mãos
por suas costas quando a ouço chorar. — Está tudo bem, — murmuro gentilmente,
sentindo seu corpo balançar com a força de suas lágrimas.
— Qu... quando ouvi um ti... tiro, eu pensei...
— Eu estou bem, — a corto antes que ela pudesse terminar. — Estou aqui.
Não vou a lugar nenhum, — eu juro. Sua cabeça inclina para trás e seus olhos cheios
de lágrimas encontram os meus.
— Nunca mais me assuste assim de novo, — ela exige, e luto com um sorriso
que me pega desprevenido.
— Eu não vou.
— E você não tem mais permissão para ajudar o meu tio. Eu o proíbo, —
Continua, fechando os olhos.
— Ficará tudo bem. — Beijo sua testa, descansando meu queixo no topo de
sua cabeça, e abraço-a.
— Preciso dizer ao médico e todos os outros que você acordou, — ela murmura
no meu peito, mas se aconchega no meu lado.
— Em um minuto, — murmuro de volta, fechando os olhos e imaginando o
que diabos aconteceu, e por que não me lembro de nada disso.

***

— Porra, cara, eu estou feliz que esteja bem, — murmura Wes, após se sentar
na cadeira ao lado da cama de hospital, onde estou na cama com uma June dormindo
enrolada à minha frente.
Ela não disse ao médico que eu estava acordado. Ela caiu no sono, e não me
incomodei em acordá-la; apenas apertei a campainha para o posto de enfermagem e
eles souberam que eu acordei e precisava de algo para a minha cabeça. Logo depois,
o médico veio me checar e dizer que eles me manteriam em observação durante a
noite. Aparentemente, na minha luta para alcançar a Jordan para acabar com ele,
Wes ficou com nenhuma escolha, exceto me apagar, deixando-me inconsciente com
uma concussão menor.

214
— Já pensou em ir para o MMA? — Eu brinco, e sua mandíbula aperta.
— Você nos assustou, irmão, — ele rosna, afastando o olhar de mim. —
Éramos três sobre você, e ainda não podíamos controlá-lo. — Sua cabeça balança
antes de seus olhos encontrarem os meus mais uma vez.
— Não me lembro de nada. Minha última lembrança é de Jordan apontando a
arma para Harlen e puxando o gatilho, — eu admito, correndo a mão pelo meu rosto.
— Sabíamos que você não era você mesmo. Eu sabia que precisávamos te
impedir de fazer algo pelo qual se arrependeria. Mesmo esse filho da puta merecendo
pagar pelo que fez, você não merece viver com a morte dele na consciência, — diz em
voz baixa, abaixando os olhos para June por um segundo antes de encontrar o meu
olhar novamente. — Se você não tivesse aparecido...
— Não diga isso, — resmungo, sentindo o corpo de June tensionar contra o
meu. Eu sei, pela minha conversa com Nico anteriormente, que o plano de Jordan
não envolvia deixar qualquer um do composto vivo. O pai de Jordan foi levado no
início da manhã, e ele sabia que os policiais estavam na caça dele e no resto de sua
tripulação.
— Você sabe que tem meu coração, irmão.
— O mesmo, — concordo, segurando seu olhar, querendo dizer essa merda do
fundo da minha alma.
Balançando a cabeça, ele levanta, enfiando as mãos nos bolsos. — É melhor
eu ir, e só para você saber, as meninas já planejam uma reunião para quando chegar
em casa, então descanse enquanto puder. — Ele sorri pela primeira vez desde que
entrou no quarto, e balanço minha cabeça, nem um pouco surpreso com a notícia.
— Como está Harlen? — Pergunto quando ele alcança a porta.
— O cara é uma casa de tijolos. Precisará muito mais do que uma bala para
derrubá-lo.
— Verdade. — Levantando o queixo, eu assisto a porta se fechar, em seguida,
eu coloco meus dedos sob o queixo de June e o levanto. — Eu sei que você está
acordada, bonita.
— Quanto tempo eu dormi? — Ela boceja, olhando ao redor.
— Um tempo.

215
— O médico veio? — Ela franze a testa, tentando se sentar, mas a seguro no
lugar.
— Você dormiu durante todo mundo que entrou, inclusive sua família, — digo,
correndo meu polegar sobre seu lábio inferior e sob os olhos. — Você parece cansada.
— Estou bem.
— Você deveria ir para casa e obter algum des...
— Não deixarei você, — ela diz, me cortando, descansando a mão no meu rosto.
— O que o médico disse?
— Preciso passar a noite em observação, — eu respondo, olhando-a encher-se
com preocupação. — É apenas uma precaução. Eles querem ter certeza de que estou
bem.
— Oh. — Ela esvazia, relaxando em mim. — Está tudo bem?
Suas palavras suaves me dão uma pausa. Sei que ela não fala sobre a minha
cabeça, mas sobre o meu episódio.
— Falarei com alguém quando for liberado, — a tranquilizo, movendo minha
mão sob sua camisa para poder tocar sua pele.
Seus olhos procuram meu rosto por um momento, e sua voz pergunta
suavemente, — Já aconteceu antes?
— Não comigo, mas sei que não é incomum, — digo, e seu rosto suaviza, sua
mão no meu rosto se move e seus dedos deslizam sobre a minha boca.
— Eu te amo, — ela sussurra depois de um momento.
— Eu sei que você ama, — concordo, e sua cabeça balança para frente e para
trás.
— Você não sabe. Você não entende que é impossível eu respirar sem você. Eu
não posso so...
— Baby, — a corto, não querendo que ela vá lá.
— Estou grávida, — ela deixa escapar, e meu corpo congela. — Sinto muito.
Eu tinha todo esse plano grande de como eu queria dizer a você hoje à noite, mas
depois de hoje, eu realmente quero que você saiba que não é mais só você e eu. Nós
vam...

216
— Você está grávida? — Interrompo, enquanto suas palavras tocam em meus
ouvidos.
— Sim.
— Há quanto tempo você sabe?
— Alguns dias. Eu fui...
— Você terá um bebê meu? — Confirmo, cortando-a de novo e rapidamente
movendo meus olhos para seu estômago.
— Sim. — Ela franze a testa, me estudando. — Você está bem?
— Porra, você está grávida, — ressoo, deixando o fato de que a mulher que eu
amo está carregando meu filho me levar. — Talvez nós devêssemos pedir ao médico
para examiná-la de novo. — Pego o botão de chamada só para ser tirado da minha
mão.
— Não terei o médico me checando, estamos muito bem, o bebê está bem. —
Ela revira os olhos.
— Porra, você está grávida. — Balanço minha cabeça em descrença e movo
minha mão para seu estômago ainda plano. — Nós vamos para Vegas.
— Meu Deus. Digo que estou grávida, e você enlouquece. — Ela ri, e deita na
cama cobrindo o rosto.
— Eu te amo, e nós vamos para Vegas. Não vamos esperar por você e sua mãe
planejar um casamento. Vamos nos casar agora. — Eu pairo sobre ela, descansando
minha mão levemente em seu estômago.
— Não vamos nos casar em Las Vegas. Não seja louco, — ela estala, batendo
no meu braço. — Nós vamos nos casar em três meses. O casamento está quase todo
planejado, e Mãezilla vai enlouquecer se você tentar tirar o casamento dela.
— Mãezilla?
Sorrio e ela revira os olhos, e em seguida, encontra os meus novamente,
perguntando suavemente, — Você está feliz?
— Não, baby. O que sinto, não pode ser descrito como feliz. — Eu a beijo
suavemente, e esfrego seu estômago. — Você está realmente grávida?

217
Seu rosto suaviza e suas mãos seguram o meu rosto. — Você será um pai, o
melhor pai do mundo. — Olhando para o seu bonito rosto, eu sei que enquanto a
tiver, eu trabalharei até a morte para provar que suas palavras são verdadeiras.
— Você verá o médico antes de deixar o hospital. — Murmuro, e cubro sua
boca com a minha antes que ela possa responder.

***

— Tchau! — June grita quando JJ sai com Brew, caminhando pelo quintal de
sua casa. Wes não estava mentindo sobre a festa que as irmãs de June, mãe e tias
estavam organizando.
Assim que chegamos em casa do hospital, todos apareceram com alimentos e
bebidas. Harlen, que também foi liberado hoje, veio por um par de horas antes que
Harmony, filha de Nico, que acontece de estar estudando para ser uma enfermeira, se
oferecer para lhe dar uma carona para casa após ver que a ferida o incomodava. O
grandalhão não sabia o que fazer com a menina mandona. Eu precisava admitir, eles
se encaixavam nesse, Os opostos se atraem, mas observar Nico assistir Harlen com
sua filha foi divertido como o inferno. Pensei que o cara ia enlouquecer. No lado
positivo, o médico verificou June antes de eu ser liberado e tudo parecia perfeito.
— Isso foi divertido. — June sorri, fechando a porta atrás de nosso último
convidado, e a giro, movendo-nos pelo corredor com as minhas mãos em sua bunda.
— Se sente bem? — Ela pergunta, estudando-me com as mãos contra meu peito.
— Não, — murmuro, colocando a minha boca em seu pescoço, lambendo até
sua orelha.
— Qual o problema? — Ela suspira, tentando afastar seu rosto.
— Preciso estar dentro de você. — Belisco sua orelha e suas mãos deslizam em
meu pescoço enquanto seu corpo amolece no meu. Movendo-se para o quarto, eu a
levanto, e coloco um joelho na cama, em seguida, o outro, antes de derrubá-la de
costas no meio da cama.
— Você tem uma porra de enorme família, — eu a informo, arrancando sua
camisa sobre a cabeça. — E temos um monte de amigos. Pensei que nunca sairiam.

218
— Temos uma enorme família. Eles são a sua família agora, também. — Ela
levanta os quadris, ofegante, para que eu possa tirar seus shorts jeans e a calcinha
sobre seu traseiro.
— Eu estava morrendo para estar dentro de você toda a noite. Juro que estava
pronto para chutar todo mundo para fora horas atrás. — Desengancho o sutiã e o
lanço atrás de mim.
— Eles se preocupam com você, — ela sussurra quando seguro seus seios e
belisco seus mamilos.
— Eu sei, — concordo, me recostando para ajudá-la a tirar minha camisa. —
Mas eles poderiam ter esperado uma semana ou duas antes de aparecer, — eu
reclamo, e ela ri, cobrindo meu rosto.
— Bem-vindo à família, querido. Você nunca estará sozinho novamente. — Ela
sorri, e sorrio de volta. Tanto quanto odeio admitir isso, essa merda se sente bem. —
Agora, pare de falar, — ela sussurra, exercendo pressão sobre a parte de trás do meu
pescoço. Dando a ela o que ela quer, eu a beijo, percorrendo a minha mão entre as
pernas dela, encontrando-a molhada e pronta para mim.
— Ev, — ela geme, montando meus dedos enquanto minha boca cobre o peito
dela.
— Estou bem aqui, baby.
— Preciso de você dentro de mim. — Retirando os dedos dela, eu os lambo,
removo o meu jeans e volto para ficar entre suas pernas espalhadas.
— Não sei se posso ser suave, — digo a ela, afastando seu cabelo do rosto.
— Por que você precisa ser suave? — Ela pergunta, envolvendo sua mão em
volta do meu pau, deslizando-a para cima e para baixo.
— O bebê.
— O bebê está bem. Agora, por favor, me foda. — Ela levanta os quadris, e me
afundo lentamente dentro dela.
— Mais forte, — ela implora, e inclino para trás, procurando os olhos dela,
pegando meu ritmo. Suas pernas levantam, segurando-me apertado, e as suas costas
arqueiam para fora da cama.
— Porra, — eu rosno, pegando o ritmo ao ver que ela está perto.

219
— Simmm. — Suas unhas apertam em minhas costas enquanto sua boceta
convulsiona ao meu redor, me levando com ela através de seu orgasmo.
— Casa, — eu rosno, olhando em seus olhos bonitos. — Você é a minha casa.
— Deslizo para fora, para novamente enterrar meu rosto em seu pescoço e meu pau
profundamente.
— Você é a minha casa, — ela sussurra em meu ouvido. — Eu te amo.
— Eu também te amo, linda. — Afasto-me para olhar para ela, sabendo que
posso ter fodido, mas de maneira nenhuma eu a perderei novamente.
Epílogo

Três meses depois

— Você pode agora beijar a noiva.


Com essas palavras, eu pego June pela cintura, inclino-a para trás e cubro
sua boca com a minha, enquanto a nossa família e amigos vibram alto. Quando a vi
vindo pelo corredor em direção a mim, segurando o braço de seu pai, eu tive que
apertar minha mão para não correr para frente e afastá-la dele em direção ao altar.
Relutantemente afastando minha boca da dela, olho para ela, sabendo que sou
o filho da puta mais sortudo do planeta. Ela é sempre bonita, mas usando esse vestido
de marfim, de ombro caído, com sua pele brilhando desde a gravidez, o cabelo preso,
mostrando o seu rosto e pescoço, ela está de tirar o fôlego.
— Eu te amo, — ela suspira, correndo os dedos sobre os lábios, conforme seus
olhos se enchem de lágrimas.
— Sempre, bonita, até o dia que eu morrer. — Eu a levanto comigo, e um
rugido explode em torno de nós. Levantando-a em meus braços, eu escuto a sua
risada enquanto a levo pelo o corredor, ouvindo algumas risadas quando passamos
por todos sem parar.
— Para onde vamos? — June pergunta quando entro no prédio, onde ambos
nos preparamos esta tarde.

220
— Sua mãe me impediu de ver você na noite passada. E hoje, eu fiquei longe
quando ela me pediu, mas agora você é minha esposa, todas as regras estão fora, —
murmuro, indo em direção ao quarto onde ela se vestiu. Assim que chego à porta, eu
rosno, — Abra, — em seguida, chuto a porta para fechá-la e atravesso a sala para o
sofá, colocando-a delicadamente. — Quão difícil seria eu tirar esse vestido de você? —
Pergunto, passando minhas mãos sobre a renda cobrindo as laterais e os intrincados
botões ao longo das costas.
— Levou vinte minutos para a minha mãe e irmãs abotoarem tudo. — Ela ri,
puxando meu rosto para o dela. — Mas podemos descobrir algo. — Ela sorri contra a
minha boca e coloco a minha língua entre seus lábios entreabertos, cobrindo seu
corpo com o meu.
— Se vocês dois não saírem daí agora, eu juro que vou quebrar essa porta! —
November grita, quebrando nosso momento, e olhando nos olhos sorridentes de June,
murmuro, — Sua mãe é uma louca.
— Essa não é minha mãe. Essa é Mãezilla, — ela sussurra, empurrando o
rosto no meu pescoço, rindo quando November bate novamente. Desta vez mais forte.
— É melhor ir lá antes que ela perceba que a porta não está fechada, —
resmungo, olhando para a porta, surpreso que ela ainda não tenha aberto.
— Temos uma semana de apenas nós e uma praia particular, — ela diz,
lembrando-me suavemente do nosso presente de casamento de seu tio Trevor e tia
Liz, que nos deixarão usar a casa de praia deles na Jamaica por uma semana. Uma
semana durante a qual eu pretendo tirar completa vantagem do nosso tempo sozinho
sem a família e drama. Não que tenha havido mais qualquer drama. Lane ficou longe
desde que ele tem uma ordem de restrição, e tenho visto alguém sobre o meu episódio.
O casamento é a única coisa que tem me impedido de ter June completamente, e a
partir de hoje, isso acabou. Embora eu tenha que admitir, o local da recepção e do
casamento está perfeito. Todas as noitadas de June com sua mãe, irmãs e tias foram
recompensados. Elas fizeram um trabalho incrível.
— Não quero dividir você com ninguém. Não gostei de ficar longe de você na
noite passada ou hoje, — eu admito, e seu rosto suaviza.
— Só mais algumas horas.

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— Mais algumas horas, — concordo, levantando ela comigo, então movo
minhas mãos para seu cabelo e o aliso de volta no lugar. — Você está bonita.
— E você está muito bonito em seu smoking. Não posso acreditar que mamãe
realmente te convenceu a vestir.
— Ela não me deixou escolha. — Sorrio, procurando seu rosto. — Como você
se sente?
— Tudo bem. — Ela sorri inclinando-se para mim. — Fiquei um pouco enjoada
esta manhã, mas desde então, eu estive bem.
— Não gosto de você doente sem que eu estivesse lá para cuidar de você. —
Franzo a testa, movendo minhas mãos em seu estômago.
— Eu não estava doente, apenas náuseas, e é normal, de modo que desmanche
esse olhar de seu rosto. — Ela balança a cabeça, sorrindo.
— É o meu trabalho me preocupar com você, — a lembro. Justo então, a porta
se abre e November entra com os olhos cobertos.
— Vocês dois, melhor estarem decentes! — Ela grita para a parede à nossa
frente.
— Mãe, você está segura. — June ri, e November descobre o rosto, olhando
para a parede, em seguida, balança a cabeça para nós. — O que vocês estão fazendo?
A recepção começará a qualquer minuto.
— Vamos agora. Só queria alguns minutos a sós com minha esposa, — digo a
ela, gentilmente colocando June no meu lado.
— Oh, — ela diz suavemente, olhando entre nós dois. — Você poderia apenas
ter dito isso.
— Você está no modo Mãezilla. Você teria nos parado, — June a informa, e os
lábios de November se contraem.
— Verdade, — ela concorda com um suspiro. — Eu darei mais alguns minutos
para vocês, mas então estou arrastando vocês dois daqui.
— Nós sairemos em um segundo, mãe, — June diz, e November acena, olhando
para mim, ela fala, — Não mexa no cabelo dela. Vocês ainda têm fotos para tirar, —
antes de sair do quarto, fechando a porta atrás dela.

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— Tem certeza que não posso tirar o vestido? — Pergunto, ouvindo November
gritar através da porta, — Faça e morra, Evan!
Tapando a boca gargalhando de June com a minha, eu oro em silêncio que a
noite termine rapidamente.

***

— Você está se divertindo? — June pergunta do meu lado, e olho para seu belo
rosto, em seguida, em torno da grande sala. Ver todos os nossos amigos e familiares
me fez perceber como sou sortudo. Posso ter tido uma infância de merda e pais
fodidos, os quais até hoje ainda não se importaram o suficiente para pensar em seu
filho, mas tenho bons homens cuidando das minhas costas, e uma mulher ao meu
lado que se encaixa perfeitamente comigo. E na verdade, o que mais há para pedir na
vida?

***

June

Quatro anos depois

Finalmente pegando minha filha, e tenho certeza que ela foi colocada nesta
terra para me deixar louca, eu a balanço em meus braços e viro o rosto para um
senhor mais velho quando ele bate no meu ombro.
— Sim? — Pergunto, segurando as mãos pequenas de Tia para baixo, de modo
que ela não pode me acertar no rosto enquanto grita, doces, doces, doces, os quais ela
não ganhará. Ela não precisa de doces. Ela não gosta de vegetais e frutas. Mas doce
é o meu pior pesadelo.

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— É o seu filho? — Pergunta o homem, dando um passo para o lado, e quando
o faz, sinto meus lábios pressionarem fortemente.
Quero dizer que não, que o pequeno adorável diabinho não é meu, mas ele é –
ou ele é todo seu pai. — Ele é meu, — murmuro, levando minha filha comigo até o
seu irmão, Conner, que aparentemente está usando a máquina de distribuição
automática de manteiga de pipoca para lavar as mãos na manteiga.
— Jesus, — ouço Evan rugir atrás de mim, e sua mão instalando-se contra as
minhas costas. — Eu saí por dois minutos, — murmura; espantado.
— Sim, — concordo, tentando não rir. — Ele é todo seu. — Eu o vejo aproximar-
se de Conner, puxar as mãos dele de debaixo do rio de manteiga, e pegar alguns
guardanapos. Nossa vida é uma loucura, caos completo. Nunca há um momento de
tédio, mas também nunca há um momento em que eu não aprecie o que temos.

FIM

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