Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
– Infância e Juventude
I – DOS FATOS
Trata-se de Auto de Investigação1 instaurado para apurar o cometimento, em
tese, de ato infracional equiparado ao crime de ameaça em ambiente doméstico, cuja
autoria é apontada ao representado GUILHERME ALVES POMIN, sendo que os fatos se
deram no dia 23/01/2020.
1 AI nº. 00174/2021.100.035-7
Conforme consta nos autos, a ora vítima ADÉLIA MARIA LANÇONI POMIN
compareceu à Unidade Policial, para relatar (pág. 4 do ID nº 24319145) que é avó do
adolescente Guilherme Alves Pomin (à época com 14 anos de idade), tendo registrado em
24 de janeiro de 2020 um Boletim de Ocorrência, relatando que vinha sendo ameaçada de
morte por seu filho (Guerino Pomin), e também por seu neto. Fora realizada nova oitiva em
19.01.2021, em que a vítima ratificou que registrara o citado Boletim de Ocorrência em
virtude de ter sofrido ameaças por parte de ambos. Em relação ao seu neto Guilherme – ora
representado, disse que este, no dia 23.01.2020, por volta das 14h estava almoçando,
ocasião em que a depoente disse que este devia lavar seu prato, tendo o adolescente
passado a ofendê-la moralmente, chamando-lhe de “velha”, e dizendo que “colocaria
chumbinho em sua comida e na comida dos demais moradores da casa”, além de dizer que
a colocaria em um asilo.
A depoente afirmou que, após o ocorrido, o ora representado não mais agiu de
forma agressiva e “melhorou muito de comportamento”, sendo que atualmente este e seu
genitor residem com a ora vítima.
A testemunha, DIANA DO NASCIMENTO SOARES, relatou (pág. 10 do ID nº
24319145) que é nora de Adélia, pois vive em regime de união estável com o senhor
Robson, e em suma corroborou depoimento de Adélia, acrescentando que durante muito
tempo a família viveu sob intenso estresse emocional e, tendo em vista que Guerino (pai do
representado) era usuário de drogas e apresentava comportamento agressivo, seu filho
Guilherme estava ficando rebelde e também agressivo, ocasião em que procurou o
Conselho Tutelar para acompanhá-lo, no entanto, nos dias atuais, Guerino está fazendo
tratamento para abandonar as drogas em uma clínica particular em São Paulo- SP, o que
está contribuindo para a melhora do comportamento do adolescente, que é muito “ligado ao
pai”.
O tio paterno do ora representado, o Sr. ROBSON POMIN, (pág. 16 do ID nº
24319145) em suma, corroborou o depoimento de Adélia e acrescentou que evita ter
contato com o sobrinho e não sabe ele está matriculado em alguma escola ou como está
sua relação com Adélia, visto que, não mora mais no Cipoal.
O ora representado, GUILHERME ALVES POMIN, em seu depoimento perante
a Autoridade Policial (pág. 22 do ID n°24319145) informou que não recorda a data, mas que
estava perturbando de brincadeira o seu tio Robson, quando se iniciou uma discussão e
acabou dizendo que colocaria chumbinho na comida dele e sua avó Adélia, estando
presente, pensou que estava se referindo a ela, sendo que Diana (sua tia) presenciou todo
ocorrido. Ademais, afirma não ter chamado sua avó de velha e nega ter dito que a colocaria
em um asilo e sobre seu tio Robson, disse ter uma boa relação, no entanto com algumas
brigas, utilizando as textuais: “tem hora que ele é chato, tem hora que ele é bom”.
Adicionalmente, disse que está cursando a sexta série do ensino fundamental no Colégio
João XXIII.
III – DO DIREITO:
Tem-se, portanto, que a conduta do representado se amolda, em tese, à prática
do ato infracional equiparado ao crime do art. 147 do Código Penal Brasileiro, c/c art. 7º,
inciso II, da Lei nº. 11.340/2006.
IV – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, o Ministério Público apresenta representação em face de
GUILHERME ALVES POMIN, pelo ato infracional equiparado ao crime do artigo 147 do
Código Penal Brasileiro, c/c art. 7º, inciso II, da Lei nº. 11.340/2006, c/c artigo 103 da Lei nº.
8.069/1990, pugnando seja recebida a presente REPRESENTAÇÃO, e ao final seja julgada
procedente visando à aplicação das medidas socioeducativas que se apresentarem mais
adequadas ao adolescente em conflito com a lei penal, previstas no art. 112 da Lei nº
8.069/90 (ECA).
Requer, de igual modo, a NOTIFICAÇÃO do adolescente em conflito com a lei
penal, bem como de seus responsáveis, para comparecerem à AUDIÊNCIA DE
APRESENTAÇÃO, seguindo o procedimento na forma da lei, com o devido estudo social do
caso (art. 167, ECA), efetuado por equipe interprofissional habilitada, até ulteriores de
Direito, intimando-se, ainda, as testemunhas/informantes ao final arroladas.
Santarém, 12 de abril de 2021.
VÍTIMA:
INFORMANTES: