Você está na página 1de 10

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA


FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA

Nome: _______________________________________________________. Matrícula: ________________

Subturma: __________. Data: _____/_____/_____.

Avaliação Somativa – Internato 11º Semestre

INSTRUÇÕES
• Escreva seu nome completo, matrícula e assine a lista de frequência de prova.
• Esta prova é referente ao ROTATÓRIO DE CLÍNICA MÉDICA e consta com 10 questões
objetivas.
• Cada questão objetiva, se respondida corretamente, terá o valor de 1,0 ponto.
• Só serão consideradas as respostas assinaladas no cartão-resposta.
• Os cartões-respostas deverão ser preenchidos APENAS com CANETA AZUL ou PRETA.
• Para cada questão objetiva há apenas UMA resposta correta. Então, tenha ATENÇÃO ao
marcar suas respostas.
• RASURAS NÃO SÃO PERMITIDAS E OS CARTÕES-RESPOSTAS ASSINALADOS COM MAIS DE
UMA ALTERNATIVA, NÃO SERÃO CONSIDERADOS!
• O uso de corretivo NÃO É PERMITIDO! Seu uso ANULARÁ sua resposta.
• Não será permitida qualquer espécie de consulta nem o uso de aparelhos eletrônicos.

Boa prova!
Prof. Leonardo de O. Rodrigues da Silva – Coordenador do Internato de Clínica Médica

1. Mulher, 54 anos de idade, hipertensa em tratamento regular, deu entrada no Pronto-Socorro trazida pelo SAMU
acompanhada de colega de trabalho, o qual refere que a paciente foi encontrada caída no banheiro inconsciente. Exame
físico na admissão: paciente sedada, em intubação orotraqueal (realizada no momento do resgate), ventilação mecânica
e pupilas anisocóricas, sendo a pupila direita maior que a esquerda. Baseado na história clínica e exame de tomografia
de crânio sem contraste realizada na admissão, qual é o diagnóstico?

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA

a) Acidente vascular encefálico hemorrágico caracterizado por hemorragia nos espaços subaracnóideos das cisternas basais
do encéfalo.
b) Acidente vascular encefálico de tronco cerebral com extensa isquemia caracterizado por hipodensidade de mesencéfalo.
c) Hemorragia intra-parenquimatosa traumática caracterizada por hemorragia nas cisternas basais e lobos frontais
bilateralmente.
d) Contusão frontal traumática por contra-golpe, caracterizada por hemorragia subaracnóidea e intra-parenquimatosa
frontal bilateral, mais pronunciada à direita.

Justificativa:
Resposta correta letra A.

2. Mulher 78 anos, chega à UPA 24horas de Altamira com agitação importante, acompanhada de seus familiares. No
momento, encontra-se assustada, com discurso confuso e não consegue explicar o motivo de seu medo. Durante a
consulta, fica progressivamente menos colaborativa, recusando-se a conversar. Os familiares negam doença psiquiátrica
prévia e relata que a alteração de comportamento começou na noite anterior. A paciente passou a noite agitada e dormiu
apenas às 5h da manhã. Acordou mais tranquila, porém menos ativa que o usual, preferindo ficar deitada, sem muito
apetite. Não conseguiu realizar as atividades domésticas usuais. Ao entardecer, começou a ficar agitada novamente. Ao
exame físico: regular estado geral, descorada (2+/4+), desidratada (1+/4+), anictérica, acianótica. FC 110bpm, PA 1150 x
95 mmHg, Tax 37,8ºC. O exame físico foi dificultado pela falta de colaboração da paciente, com dor difusa ã palpação do
abdome. Apresenta odor forte na roupa. Qual é a hipótese diagnóstica e conduta inicial?
a) Demência. Sedação com haloperidol 2mg VO e deixar a o paciente em observação em ambiente tranquilo. Aplicar o
miniexame do estado mental assim que possível.
b) Esquizofrenia. Sedação com Haloperidol 1omg VO. Investigar história familiar da doença. Conversar com a família para
autorizar internação em enfermaria psiquiátrica. Pedir hemograma e enzimas hepáticas.
c) Delirium. Sedação com Diazepam 2mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Investigar causa
base com hemograma, rastreamento metabólico e infeccioso, exames de imagem cerebral e urina I (EAS).

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
d) Demência. Sedação com Diazepam 10mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Aplicar o
miniexame do estado mental assim que possível. Investigar acidente vascular cerebral com tomografia computadorizada
de crânio.
Justificativa:
A resposta correta é letra c.
A hipótese diagnóstica mais provável é delirium. O delirium é uma síndrome aguda e reversível, caracterizada por alterações
de consciência, atenção, cognição e comportamento. Os sintomas do delirium geralmente são flutuantes e podem ser de
natureza visual, auditiva, olfativa, gustativa ou tátil.
Os achados clínicos e laboratoriais da paciente são compatíveis com delirium:
• Agitação: é um sintoma comum do delirium.
• Discurso confuso: é um sintoma comum do delirium.
• Dificuldade de colaborar: é um sintoma comum do delirium.
• Alteração do padrão de sono: é um sintoma comum do delirium.
• Perda de apetite: é um sintoma comum do delirium.
• Dor abdominal difusa: pode ser um sintoma de delirium, mas também pode ser um sintoma de outras condições,
como infecção urinária ou gastroenterite.
• Odor forte na roupa: pode ser um sintoma de delirium, mas também pode ser um sintoma de outras condições,
como incontinência urinária ou fecal.
A conduta inicial recomendada é a seguinte:
• Sedação: a sedação é importante para controlar a agitação e garantir a segurança da paciente. O diazepam é uma
boa opção de sedativo, pois tem início de ação rápido e duração curta.
• Observação em ambiente tranquilo: a paciente deve ser observada em ambiente tranquilo, com luzes baixas e sons
suaves.
• Investigação da causa base: é importante investigar a causa base do delirium, pois o tratamento da causa base pode
melhorar os sintomas. Os exames a serem solicitados incluem:
o Hemograma
o Rastreamento metabólico e infeccioso
o Exames de imagem cerebral (tomografia computadorizada ou ressonância magnética)
o Urina I (EAS)
As demais alternativas estão incorretas por:
• Alternativa a: a demência é uma síndrome crônica e progressiva, que não apresenta início agudo, como no caso da
paciente.
• Alternativa b: a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica, que não apresenta início agudo, como no caso da
paciente.
• Alternativa d: a hipótese de acidente vascular cerebral é menos provável, pois a paciente não apresenta outros
sintomas neurológicos, como hemiparesia, afasia ou alterações visuais.

3. Paciente 64 anos, sexo feminino, apresenta diabetes mellitus tipo 2 há 8 anos. Não compareceu às consultas no último
ano, pois “estava com medo de pegar o coronavírus”. Refere ganho ponderal de 4 kg no período, que relaciona com o
fato de ficar mais em casa e comer alimentos hipercalóricos por recompensa. Está em uso de metformina 850mg, 3 vezes
ao dia, e sinvastatina 10 mg ao dia. Ao exame físico: PA 130x80 mmHg, Peso 82kg, Altura 1,62 m, circunferência
abdominal 94cm, avaliação cardiopulmonar e teste do monofilamento sem alterações. Foram solicitados exames
laboratoriais, cujos resultados estão listados abaixo:
• Hemograma: Hb 12,4, Ht 37%
Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23
Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
• Creatinina: 1,5 mg/dL (taxa de filtração glomerular: 40 mL/min/1,73m2; a creatinina de 1 ano atrás tinha o mesmo valor);
• Microalbuminúria: 330 mg/g de creatinina (segunda medida: 310 mg/g de creatinina);
• Urocultura negativa;
• Glicemia em jejum: 167 mg/dL;
• Hemoglobina glicada fração A1c: 7,8%;
• Colesterol total 140 mg/dL, HDL-col 39 mg/dL, Triglicérides 165 mg/dL.
Que condutas terapêuticas você recomendaria para esta paciente?
a) Apesar do ganho ponderal, a paciente ainda possui índice de massa corporal compatível com a idade e circunferência
abdominal normal. Orientar apenas que evite doces e frituras. Diminuir a dose de metformina para 500mg 2
comprimidos ao dia e associar glibenclamida. Manter sinvastatina, pois paciente está dentro da meta lipídica (LDL-
colesterol < 100 mg/dL).
b) Reforçar a orientação nutricional, com preferência para alimentos ricos em fibras e de baixo índice glicêmico, além de
evitar a sobrecarga de carboidratos durante as refeições e o consumo exagerado de gorduras saturadas e açúcares.
Reduzir a metformina para 500mg, 2 comprimidos ao dia, e associar canagliflozina 300mg ao dia. Manter sinvastatina,
pois paciente está dentro da meta lipídica (LDL-colesterol < 70 mg/dL).
c) Reforçar a orientação nutricional, quanto ao uso de alimentos dietéticos no lugar dos doces convencionais, além de
aumentar fibras na alimentação, a fim de retardar a absorção dos carboidratos, evitando picos hiperglicêmicos pós-
prandiais. Manter metformina 850mg, 3 comprimidos ao dia, e associar linagliptina 5mg ao dia. Aumentar sinvastatina
para 20mg/dia pois paciente está fora da meta lipídica (LDLcolesterol < 70 mg/dL).
d) Reforçar a orientação nutricional, com dieta hipocalórica, a fim de promover perda ponderal. Manter metformina 850mg
3 comprimidos ao dia e associar liraglutida 3mg ao dia. Trocar sinvastatina para rosuvastatina 40mg/dia (a paciente está
dentro da meta de LDL-colesterol < 100 mg/dL, porém fora da meta de triglicérides < 150 mg/dL).

Justificativa:
A resposta correta é a letra D.
A paciente apresenta os seguintes achados clínicos e laboratoriais:
• Glicemia em jejum: 167 mg/dL, acima da meta de < 130 mg/dL.
• Hemoglobina glicada fração A1c: 7,8%, acima da meta de < 7,0%.
• Microalbuminúria: 330 mg/g de creatinina, acima da meta de < 30 mg/g de creatinina.
• Colesterol total: 140 mg/dL, dentro da meta de < 200 mg/dL.
• HDL-col: 39 mg/dL, dentro da meta de > 40 mg/dL.
• Triglicérides: 165 mg/dL, acima da meta de < 150 mg/dL.
O ganho ponderal de 4 kg no último ano é um fator de risco para piora do controle glicêmico e do diabetes mellitus tipo 2.
A microalbuminúria também é um fator de risco cardiovascular, e a paciente já apresenta um alto risco cardiovascular,
devido à idade e à presença de diabetes mellitus tipo 2.
Portanto, as condutas terapêuticas recomendadas são:
• Reforçar a orientação nutricional, com dieta hipocalórica, a fim de promover perda ponderal. A paciente deve ser
orientada a diminuir o consumo de alimentos hipercalóricos (com grande teor de gorduras saturadas e açúcares) e
preferir aqueles ricos em fibras, além de evitar grandes quantidades de carboidratos por refeição.
• Manter metformina 850mg 3 comprimidos ao dia. A metformina é o tratamento de primeira linha para o diabetes
mellitus tipo 2.
• Associar liraglutida 3mg ao dia. A liraglutida é um análogo do GLP-1 que promove a perda ponderal e melhora o
controle glicêmico.

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
• Manter rosuvastatina 10mg/dia. A rosuvastatina é um inibidor da HMG-CoA redutase que reduz o colesterol LDL e
triglicérides
Essas condutas visam a melhorar o controle glicêmico, reduzir o risco cardiovascular e promover a perda ponderal.

4. Paciente do sexo masculino, 57 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, comparece na consulta com seu cardiologista
com queixa de dispneia aos esforços há 3 meses. O médico, preocupado com os sintomas do paciente, solicita exames
laboratoriais, eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma e teste ergométrico. O ECG e o ecocardiograma são normais.
Durante o teste ergométrico, foi necessário a interrupção do exame no 3º minuto do esforço, por dispneia
desproporcional. O ECG do pico do esforço encontra-se abaixo:

Com relação ao caso clínico, podemos afirmar que:


a) o exame é positivo para isquemia, e deve ser solicitado angiotomografia de coronárias para estratificação de
doença coronariana.
b) a dispneia apresentada pelo paciente é um equivalente anginoso, e o teste ergométrico apresenta alterações de alto
risco, que sugerem isquemia significativa. É necessária a estratificação invasiva com cateterismo.
c) o teste é positivo para isquemia, porém, não há alto risco. O próximo passo é realizar ecocardiograma de
estresse farmacológico para identificação e confirmação da artéria responsável pela isquemia.
d) o teste é positivo para isquemia, com critérios de alto risco. A artéria envolvida é a circunflexa, e uma angioplastia
com implante de stent é necessária.

Justificativa:
A resposta correta é a letra B.
O paciente apresenta os seguintes fatores de risco para doença coronariana:
• Idade: 57 anos
• Sexo: Masculino
• Hipertensão arterial
• Diabetes mellitus
• Dislipidemia

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
A dispneia aos esforços é um sintoma comum em pacientes com doença coronariana. O teste ergométrico é um exame que
permite avaliar a capacidade funcional do paciente e a presença de isquemia miocárdica durante o esforço.
No caso clínico apresentado, o teste ergométrico foi interrompido no 3º minuto do esforço, por dispneia desproporcional.
O ECG do pico do esforço apresenta depressão do segmento ST de 2 mm em V2 e V3, com morfologia descendente lenta.
Essas alterações são sugestivas de isquemia miocárdica de alto risco. A dispneia desproporcional é também um preditor de
alto risco de doença coronariana.
Portanto, a conduta recomendada é a estratificação invasiva com cateterismo cardíaco. O cateterismo cardíaco permite
avaliar a presença de obstruções das artérias coronárias e, se necessário, realizar procedimentos intervencionistas, como
angioplastia com implante de stent.
As demais alternativas estão incorretas por:
• Alternativa A: A angiotomografia de coronárias é um exame não invasivo que pode ser utilizado para a estratificação
de doença coronariana. No entanto, no caso clínico apresentado, o teste ergométrico apresenta alterações de alto
risco, o que indica a necessidade de estratificação invasiva com cateterismo cardíaco.
• Alternativa C: O ecocardiograma de estresse farmacológico pode ser utilizado para a estratificação de doença
coronariana. No entanto, no caso clínico apresentado, o teste ergométrico apresenta alterações de alto risco, o que
indica a necessidade de estratificação invasiva com cateterismo cardíaco.
• Alternativa D: A artéria envolvida pela isquemia não pode ser identificada com certeza apenas com base no ECG do
teste ergométrico. O cateterismo cardíaco é necessário para confirmar a presença de obstruções das artérias
coronárias e identificar a artéria responsável pela isquemia.

5. Homem de 84 anos, portador de hiperplasia prostática benigna, apresentando episódios de febre e disúria há 5 dias.
Procura o atendimento médico somente hoje, pois iniciou quadro de sonolência e prostração mais intensa. À admissão,
paciente encontra-se em regular estado geral, sonolento, reage pouco aos estímulos. PA: 72 x 44mmHg, FC: 150bpm
SpO2: 94%. Ausculta pulmonar sem alterações. Ritmo cardíaco regular em 2 tempos com sopro sistólico 3+/6+ em foco
aórtico com irradiação para carótidas. Abdome flácido, doloroso à palpação de hipogástrio, peristalse diminuída.
Extremidades frias com pulsos de baixa amplitude. Com base no eletrocardiograma realizado abaixo, qual é sua conduta
inicial nesse paciente?
a) Adenosina 6mg.
b) Amiodarona 300mg.
c) Manobra vagal.
d) Expansão volêmica.

Justificativa:
ANULADA

6. Paciente de 57 anos, sexo feminino é trazida ao pronto atendimento do Hospital de Base por apresentar episódios de
rebaixamento de nível de consciência há quatro horas. Tem como antecedentes pessoais: osteoporose com fratura
lombar há três e diabetes mellitus tipo 2 em uso de metformina, glibenclamida e insulinas NPH/Regular no esquema
basal/bolus. Exame físico: REG, prostrada, confusa e sonolenta, desidratada 4+/4+, frequência respiratória = 8 vpm,
frequência cardíaca = 122 bpm, pressão arterial = 110 x 60 mmHg. Demais sem alterações significativas. Exames
laboratoriais séricos: Glicemia = 100 mg/dL - sódio = 156 mEq/L - potássio = 5,3 mEq/L - cloreto = 115 mEq/L - creatinina
= 2,3 mg/dL - ureia = 102 mg/dL - cálcio total = 13,5 mg/dL – albumina 4,5 mg/dL - hemoglobina 10,1 g/dL - hematócrito
29% - leucócitos 7.800/mm³ (0/58/2/3/27/10) - plaquetas 289.000/mm³. Gasometria arterial: pH 7,19 – pO₂ 65 (ar
ambiente) – pCO₂ 35 – HCO₃ 10. O distúrbio gasométrico completo desse paciente é:
Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23
Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
a) Acidose metabólica hiperclorêmica e acidose respiratória.
b) Acidose metabólica com ânion GAP aumentado, acidose metabólica hiperclorêmica e acidose respiratória.
c) Acidose metabólica com ânion GAP aumentado, alcalose metabólica e acidose respiratória.
d) Acidose metabólica com ânion GAP aumentado e acidose metabólica hiperclorêmica.
Justificativa:
A resposta correta é a letra B.
A paciente apresenta os seguintes achados gasométricos:
pH: 7,19, abaixo da faixa normal de 7,35 a 7,45. Indica acidose.
pCO₂: 35 mmHg, dentro da faixa normal de 35 a 45 mmHg, porém ao se calcular o pCO2 esperado, este deveria estar entre
19 – 26mmHg, indicando acidose respiratória associada – distúrbio acidótico misto.
HCO₃-: 10 mEq/L, abaixo da faixa normal de 22 a 26 mEq/L. Indica acidose metabólica.
O ânion GAP é calculado pela seguinte fórmula:
Ânion GAP = [Na+] + [K+] - [Cl-] - [HCO3-]
No caso da paciente, o ânion GAP é aumentado, pois:
[Na+] = 156 mEq/L
[K+] = 5,3 mEq/L
[Cl-] = 115 mEq/L
[HCO3-] = 10 mEq/L
Ânion GAP = 156 + 5,3 - 115 - 10
Ânion GAP = 56
O aumento do ânion GAP indica a presença de ácidos não-voláteis, como lactato, cetoácidos ou ácidos orgânicos.
No caso da paciente, o aumento do ânion GAP é provavelmente devido à cetoacidose diabética. A cetoacidose diabética é
uma complicação aguda do diabetes mellitus tipo 1, na qual há um acúmulo de corpos cetônicos no sangue. Os corpos
cetônicos são ácidos não-voláteis que causam acidose metabólica.
A paciente também apresenta desidratação, o que pode contribuir para a acidose metabólica. A desidratação leva à
diminuição da excreção renal de ácidos, o que pode agravar a acidose metabólica.
Portanto, o distúrbio gasométrico completo da paciente é acidose metabólica com ânion GAP aumentado e acidose
metabólica hiperclorêmica.
As demais alternativas estão incorretas por:
Alternativa B: A alcalose metabólica é caracterizada por aumento do HCO₃-. No caso da paciente, o HCO₃- está abaixo da
faixa normal.
Alternativa C: A acidose metabólica com ânion GAP aumentado e acidose respiratória é uma combinação improvável.
Alternativa D: está correta porém incompleta!

7. Qual a resposta e justificativa para a questão a seguir: Em uma consulta ambulatorial de pós-internação você atende
uma paciente de 76 anos, 65 kg, que recebeu alta há sete dias do Hospital após período prolongado para tratamento de
uma pneumonia nosocomial. Ela tem como antecedentes: hipertensão arterial, dislipidemia, miocardiopatia isquêmica
e hipotireoidismo. Está em uso de atorvastatina 80 mg a noite, acido acetilsalicílico 100 mg após almoço, enalapril 10
mg 12/12 horas, carvedilol 6,25 mg 12/12 horas e levotiroxina sódica 50 mcg em jejum. Traz exames laboratoriais
colhidos no dia anterior à consulta: TSH 10,56 mU/L (VR 0,5 – 4,5 um/L) e T4 livre 0,96 ng/dL (VR 0,7 – 1,8 ng/dL). Sua
conduta correta neste momento será:
a) Aumentar a dose de levotiroxina em 12,5 mcg.
b) Reduzir a dose de levotiroxina em 12,5 mcg.
c) Aumentar a dose de levotiroxina em 25 mcg.
Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23
Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
d) Manter a dose de levotiroxina.
Justificativa:
A resposta correta é a letra A.
A paciente apresenta os seguintes achados laboratoriais:
TSH: 10,56 mU/L, acima da faixa normal de 0,5 a 4,5 mU/L. Indica hipotireoidismo.
T4 livre: 0,96 ng/dL, abaixo da faixa normal de 0,7 a 1,8 ng/dL. Indica hipotireoidismo.
A paciente está em uso de levotiroxina sódica 50 mcg em jejum. O objetivo do tratamento do hipotireoidismo é manter o
TSH dentro da faixa normal.
No caso da paciente, o TSH está acima da faixa normal, indicando que a dose de levotiroxina está insuficiente. A conduta
correta é aumentar a dose de levotiroxina em 12,5 mcg, para 62,5 mcg.
A dose de levotiroxina deve ser ajustada periodicamente, de acordo com os resultados dos exames laboratoriais.
As demais alternativas estão incorretas por:
Alternativa B: Reduzir a dose de levotiroxina seria inadequado, pois o TSH está acima da faixa normal.
Alternativa C: Aumentar a dose de levotiroxina em 25 mcg seria excessivo, pois o TSH já está dentro da faixa normal, após
o aumento de 12,5 mcg.
Alternativa D: Manter a dose de levotiroxina seria inadequado, pois o TSH está acima da faixa normal.

8. Homem de 55 anos é diagnosticado há 1 semana com hipertensão arterial estágio 1, com risco cardiovascular aumentado
(doença renal crônica e diabetes mellitus). De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, além da terapia
não medicamentosa, qual a conduta indicada?
a) Monoterapia com diurético em dose plena, com reavaliações mensais.
b) Associação de diurético, inibidor da enzima conversora de angiotensina e bloqueador de canal de cálcio, em dose
máxima.
c) Associação de dois fármacos de classes diferentes, em baixas doses.
d) Monoterapia com bloqueador do receptor da angiotensina em dose plena.

Justificativa:
A resposta correta é a letra C.
A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2022) recomenda que, na presença de risco cardiovascular aumentado, o
tratamento inicial da hipertensão arterial seja com a associação de dois fármacos de classes diferentes, em baixas doses.
No caso do paciente apresentado, o risco cardiovascular aumentado é devido à presença de doença renal crônica e diabetes
mellitus.
A associação de dois fármacos de classes diferentes, em baixas doses, é eficaz para o controle da pressão arterial e reduz o
risco de eventos cardiovasculares.
As demais alternativas estão incorretas por:
Alternativa A: A monoterapia com diurético em dose plena pode ser uma opção para pacientes com hipertensão arterial
estágio 1, sem risco cardiovascular aumentado. No entanto, no caso do paciente apresentado, o risco cardiovascular
aumentado indica que a monoterapia com diurético não é suficiente.
Alternativa B: A associação de três fármacos de classes diferentes é uma opção para pacientes com hipertensão arterial
refratária ao tratamento. No entanto, no caso do paciente apresentado, a associação de dois fármacos já é recomendada.
Alternativa D: As modificações no estilo de vida são importantes para o controle da hipertensão arterial, mas não são
suficientes na maioria dos casos, principalmente na presença de risco cardiovascular aumentado.

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
9. São intervenções farmacológicas associadas a aumento da sobrevida dos pacientes, considerando o tratamento da
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida:
a) Carvedilol, enalapril e espironolactona.
b) Bisoprolol, enalapril e digoxina.
c) Metoprolol, digoxina e furosemida.
d) Atenolol, enalapril e espironolactona.

Justificativa:
A resposta correta é letra A.
A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) é uma doença crônica que afeta o coração e reduz a sua
capacidade de bombear sangue para o corpo. A ICFER é uma das principais causas de morte no mundo.
O tratamento da ICFER visa a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o risco de morte. As intervenções
farmacológicas mais eficazes para o tratamento da ICFER são:
• Betabloqueadores: os betabloqueadores reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial, o que reduz o esforço
do coração.
• Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA): os
IECA e os BRA reduzem a pressão arterial e a quantidade de líquido no corpo, o que reduz o estresse no coração.
• Espironolactona: a espironolactona é um diurético que ajuda a reduzir a quantidade de líquido no corpo.
A combinação de betabloqueadores, IECA ou BRA e espironolactona demonstrou aumentar a sobrevida dos pacientes com
ICFER.
As demais alternativas estão incorretas por:
• Alternativa B: a digoxina é um medicamento que ajuda a controlar o ritmo cardíaco, mas não demonstrou aumentar
a sobrevida dos pacientes com ICFER.
• Alternativa C: o metoprolol é um betabloqueador, mas não é o mais eficaz para o tratamento da ICFER.
• Alternativa D: a combinação de atenolol, enalapril e espironolactona é eficaz para o tratamento da ICFER, mas o
atenolol não demonstrou aumentar a sobrevida dos pacientes.

10. Homem, 54 anos de idade, está internado em uma enfermaria de um hospital geral para tratamento de pneumonia. Está
em acompanhamento de uma neoplasia de próstata, metastática para ossos, que foi tratada com orquiectomia. Nega
outras comorbidades ou uso de medicações. Exame clínico sem alterações, exceto por estertores finos em base de
hemitórax direito. Com relação à profilaxia de tromboembolismo venoso neste paciente, a melhor estratégia é:
a) Rivaroxabana 10mg via oral ao dia
b) Enoxaparina 40mg subcutâneas ao dia
c) Heparina não fracionada 5000U subcutâneas ao dia
d) Estímulo a deambulação e fisioterapia motora

Justificativa:
A resposta correta é letra B.
O paciente está internado em um hospital geral para tratamento de pneumonia, o que o coloca em risco de
tromboembolismo venoso (TEV). O TEV é uma condição grave que pode levar à embolia pulmonar, infarto agudo do
miocárdio e morte.
O paciente tem um fator de risco para TEV, que é o câncer de próstata metastático para ossos. Outros fatores de risco para
TEV incluem:
• Idade avançada
Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23
Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
FACULDADE DE MEDICINA – CAMPUS ALTAMIRA
• Obesidade
• Tabagismo
• Inatividade física
• Cirurgia recente
• Lesão de membro inferior
A profilaxia de TEV em pacientes hospitalizados é recomendada para todos os pacientes com pelo menos um fator de risco.
A estratégia de profilaxia mais eficaz é a utilização de anticoagulantes.
A rivaroxabana, a enoxaparina e a fondaparina são anticoagulantes de baixo peso molecular (LMWH) que são eficazes na
prevenção do TEV. A enoxaparina é a primeira escolha para a profilaxia do TEV em pacientes hospitalizados, pois é segura
e eficaz.
A heparina não fracionada (HNF) também é um anticoagulante eficaz, mas é menos segura do que os LMWH. A HNF pode
causar hemorragia, especialmente em pacientes com trombocitopenia ou insuficiência renal.
A estimulação da deambulação e a fisioterapia motora são medidas importantes para a prevenção do TEV, mas não são
suficientes para prevenir todos os casos de TEV.
Assim, a melhor estratégia de profilaxia de TEV para o paciente apresentado é a utilização de enoxaparina 40mg subcutâneas
ao dia.

Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ — UFPA — CNPJ N.º 34.621.748/0001-23


Campus Universitário de Altamira
🖂 Rua Coronel José Porfírio, n.º 2515, Campus II — Bairro: São Sebastião
CEP 68372-040 – Altamira, Pará
🕾 Telefone: (+ 55 93) 2122-0560 / 2122-0561 / 2122-0562
🖰 Correio eletrônico: famedcalt@ufpa.br| 🖳 Internet: www.altamira.ufpa.br

Você também pode gostar