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ACÓRDÃO
Documento: 897925 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/07/2009 Página 1 de 5
Superior Tribunal de Justiça
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 104.307 - SP (2009/0053641-3)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
A defesa, por sua vez, impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, alegando a incompetência da Justiça Comum para processar e julgar o
feito.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deferiu a liminar, sobrestando o
andamento do processo até a decisão final.
Posteriormente, decidiu por suscitar o presente conflito, porquanto o crime teria
sido perpetrado por militar no exercício de sua função, enquadrando-se nas hipóteses do art. 9.º
do Código Penal Militar.
A Douta Subprocuradoria-Geral da República manifestou-se às fls. 57/58,
opinando pela competência da Justiça Castrense, em parecer assim ementado:
"CONFLITO DE COMPETÊNCIA. HOMICÍDIO CULPOSO.
SUPOSTA CONDUTA DELITUOSA CAPITULADA TANTO NA LEI PENAL
COMUM COMO NO CÓDIGO PENAL MILITAR E PRATICADA POR
MILITAR NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES POLICIAIS E EM UNIDADE
SOB A ADMINISTRAÇÃO MILITAR. REQUISITOS QUE EVIDENCIAM
TRATAR-SE DE CRIME CASTRENSE. PRECEDENTES DA SUPREMA
CORTE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR." (fl. 57)
É o relatório.
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CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 104.307 - SP (2009/0053641-3)
EMENTA
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administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil.
Observa-se, portanto, que a conduta delituosa seria omissiva imprópria, conforme
o preconizado no art. 29, § 2.º, do Código Penal Militar:
"Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria ocorrido.
[...]
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha
por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra
forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com
seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência."
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA SEÇÃO
Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro PAULO GALLOTTI
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. JULIETA E. FAJARDO C. DE ALBUQUERQUE
Secretária
Bela. VANILDE S. M. TRIGO DE LOUREIRO
AUTUAÇÃO
AUTOR : RODRIGO ROSSI LINHARES
ADVOGADO : JOSE MARQUES DE SOUZA ARANHA
RÉU : JUÍZO DE DIREITO DA 1A VARA DE ITAPEVA - SP
SUSCITANTE : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 3A AUDITORIA DA JUSTIÇA MILITAR DE SÃO
PAULO - SP
ASSUNTO: Penal - Crimes contra a Pessoa (art.121 a 154) - Crimes contra a vida - Homicídio ( art. 121 ) -
Culposo
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Suscitado,
Juízo de Direito da 3ª Auditoria da Justiça Militar de São Paulo, nos termos do voto da Sra.
Ministra Relatora.
Votaram com a Sra. Ministra Relatora os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Maria
Thereza de Assis Moura, Jorge Mussi, Og Fernandes, Celso Limongi (Desembargador convocado
do TJ/SP) e Nilson Naves.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Felix Fischer e Napoleão Nunes Maia Filho.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Paulo Gallotti.
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