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ROTEIRO DE ESTUDOS INTRODUÇÃO AO DIREITO

ORIENTAÇÕES:

• Este material não trata de conteúdo científico, apenas sendo um roteiro para os estudos
da disciplina, sendo necessário a participação nas aulas expositivas e aprofundamento
bibliográfico. As aulas e avaliações não serão baseadas somente neste material e sim, nas
aulas lecionadas e no conteúdo bibliográfico anteriormente indicado.

DIREITO POSITIVO

1. NOÇÕES INTRUDUTÓRIAS
2. DIVISÃO DO DIREITO POSITIVO
3. TEORIA MONISTA – DUALISTA – TRIALISTA
4. CONCEITO DE DIREITO PÚBLICO, PRIVADO, DIFUSO E COLETIVO
5. RAMOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
5.1 DIREITO PÚBLICO INTERNO
a) Direito Constitucional
b) Direito Administrativo
c) Direito Tributário
d) Direito Processual
e) Direito Penal
f) Direito Eleitoral
g) Direito Militar
5.2 DIREITO PÚBLICO EXTERNO
a) Direito Internacional Público
5.3 DIREITO PRIVADO INTERNO
a) Direito Civil
b) Direito Empresarial
5.4 DIREITO PRIVADO EXTERNO
a) Direito Internacional Privado
5.5 DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
a) Direito Ambiental
b) Direito Consumidor
c) Direito do Trabalho
d) Direito Previdenciário
e) Direito Econômico
1 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: Direito Positivo é o Direito institucionalizado pelo Estado.
É a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo. Conquanto, o direito positivo é
conhecido como o pensamento que dispõe a superioridade da norma escrita sobre a não escrita
(direito natural).

A norma positiva é posta pelo homem, possui eficácia limitada, sendo válida somente nos locais
nos quais a observa, bem como, é constantemente alterada.

Os positivistas defendem que o direito positivo é o único capaz de dizer o direito, conforme
menciona Tércio Sampaio Ferraz Júnior em seu livro Introdução ao estudo do direito: “A tese de
que só existe um direito, o positivo nos termos expostos, é o fundamento do chamado positivismo
jurídico […]”.

2 – NOÇÕES DIVISÃO DO DIREITO POSITIVO: Grande parte dos juristas entende ser
impossível ter, dentro do direito positivo, uma perfeita distinção entre o Direito Público e o
Direito Privado, que o direito deve ser visto como um todo, a divisão em Público e Privado,
somente existe por motivos didáticos.

MOTIVO: Para facilitar a aplicação e cumprimento das normas. Na interpretação de suas


normas é comum encontrar com frequência nos diplomas do Direito Privado existem normas
atinentes ao Direito Público e vice-versa.

ATENÇÃO: A tentativa de divisão do Direito Positivo, entre direito público e direito privado e
bem antiga, peculiar aos sistemas jurídicos de tradição romano-germânica.

CURIOSIDADE: Grande parte da discussão, quanto aos domínios do Direito Público e Privado,
foi travada pelo liberalismo e socialismo.

3 – TEORIAS MONISTA – DUALISTA – TRIALISTA: Com a tentativa de fundamentar a


divisão do direito positivo, forma criadas três:

• TEORIAS MONISTA;

• TEORIA DUALISTA;

• TEORIA TRIALISTA.

- TEORIA MONISTA (Hans Kelsen): A teoria monista suprime a bipartição do Direito em


público e privado, quando reduz o fenômeno jurídico apenas ao elemento normativo e este é de
Direito Público. Para ele, todas as formas de produção jurídica se apoiam na vontade do Estado,
inclusive os negócios jurídicos firmados entre particulares que apenas realizam a
individualização de uma norma geral. Assim, deve ser entendido que o Direito é Público, não só
em relação a sua origem, mas também quanto a validez.

ATENÇÃO: Ressaltando a nítida dependência do Direito Privado ao Direito Público, pois o


Direito Privado só é possível porque existe o Direito Público.

- TEORIA DUALISTA: A concepção dualista baseia-se no CONTEÚDO/SUBSTÂNCIA ou


na FORMA DAS NORMAS JURÍDICAS como critério diferenciador.

A teoria dualista se subdivide em:

I. Teoria Substancialista e

II. Teoria Formalista.

I. TEORIA SUBSTANCIALISTA: Toma como critério distintivo entre o Direito Público e o


Direito Privado, o conteúdo da norma e o fim perseguido pela regra jurídica.

A teoria Substancialista se divide em Teoria dos Interesses em Jogo e a Teoria do Fim:

I. a) TEORIA DOS INTERESSES EM JOGO: TEORIA DOS INTERESSES EM


JOGO: Formulada por Domicio Ulpiano é também denominada de CLÁSSICA ou
ROMANA, é a mais antiga das teorias. De acordo com essa teoria o Direito Público é o
que se liga ao interesse do Estado, enquanto o Direito Privado seria o que corresponde à
utilidade dos particulares.

Direito Público: é o conjunto de princípios referentes à constituição e a administração do


Estado, geridas em favor da coletividade.

Direito Privado: abrange as regras que concerne aos interesses dos indivíduos.

CRÍTICA: Essa teoria encontra críticas porque não se deve permitir o critério de separação
dos interesses do Estado e dos particulares, pois o que interessa o Estado deve interessar
ao particular. De igual forma, o interesse do particular repercute de algum modo na
atividade do Estado.

I. b) TEORIA DO FIM: Formulada por Saviny e Stahl, estabelece que a linha divisória
do Direito positivo em Público e Privado, ocorre quando o Direito tem como
FINALIDADE o Estado, já os indivíduos ocupam lugar secundário, caracterizando assim,
o Direito Público.
Se, ao contrário, as normas jurídicas têm por FIM o indivíduo, o Estado figura apenas como
secundário, o Direito será Privado.

CRÍTICA: Este critério não satisfaz porque quando o Estado vier a adquirir um imóvel
por compra e venda ou mesmo alugar, as normas reguladoras serão a de Direito Privado,
mas se aplicada essa teoria, passariam ao Direito Público.

II. TEORIA FORMALISTA: Os Formalistas tomam como critério distintivo entre o Direito
Público e o Direito Privado a FORMA e não o conteúdo das normas.

A teoria formalista é dividida em Teoria do Titular da Ação; Teoria Das Normas


Distributivas e Adaptativas e Teoria da Natureza da Relação Jurídica.

II. a) TEORIA DO TITULAR DA AÇÃO: Essa teoria é definida de acordo com a tutela
jurídica para a hipótese de violação das normas, pois se a iniciativa da ação compete aos
órgãos do Estado, o Direito é Público, ao contrário, se a movimentação jurisdicional for de
competência dos particulares, o Direito será Privado.

II. b) TEORIA DAS NORMAS DISTRIBUTIVAS E ADAPTATIVAS: Concedeu a


distinção partindo da premissa de que o Direito é uma faculdade de se servir de algum bem.
A utilização dos objetos se faz por distribuição ou por adaptação. Os bens que não podem
ser distribuídos, por exemplo o rio navegável, impõe o seu aproveitamento mediante
processos adaptativos.

Segundo a teoria Direito Privado tem por objeto a distribuição e o Direito Público a
adaptação.

CRÍTICA: Direito Penal, pois a sanção penal, apesar de seu caráter distributivo, pertence
exclusivamente ao Direito Público.

II. c) TEORIA DA NATUREZA DA RELAÇÃO JURIDICA: A teoria da natureza da


relação jurídica é a mais aceita na atualidade. Segundo essa teoria, quando a relação jurídica
for de COORDENAÇÃO, isto é, quando o vínculo se der entre particulares, num mesmo
plano de igualdade a norma reguladora será de Direito Privado.

Entretanto, quando o Poder Público participa da relação jurídica, investido de seu império,
impondo a sua vontade, a relação jurídica será de SUBORDINAÇÃO e, em consequência,
a norma disciplinadora será de direito público.
ATENÇÃO: Quando houver predominância de normas de direito privado, o Ramo deverá
ser considerado como de Direito Privado e, de igual modo, quando houver predomínio das
relações de subordinação o ramo será de Direito Público.

Assim, é perfeitamente possível que o Estado participe de uma relação de coordenação,


hipóteses em que não se investe do seu poder soberano, submete-se as normas de Direito
Privado em igualdade de condições com os particulares.

- TEORIA DO TRIALISMO: A nítida dificuldade de distribuição das normas as duas


classificações do Direito levaram alguns juristas a conceberem a existência de um terceiro
gênero, por uns denominados de DIREITO MISTO, como é o caso de Paulo Dourado de Gusmão,
e por outros de DIREITO SOCIAL.

IMPORTANTE: Formados pelo Direito Profissional (composto pelo Direito Comercial, do


Trabalho e legislação Social) e pelo Direito Regulador (Direito Processual e Penal).

Paulo Nader, entende que a criação de um Direito Misto implicaria, praticamente a supressão do
Direito Público e Privado, já que em todos os ramos do Direito há normas de um ou outro gênero.

4 - CONCEITO DE DIREITO PÚBLICO - DIREITO PRIVADO – DIREITO DIFUSO -


DIREITO COLETIVO:

a. DIREITO PÚBLICO: se refere ao conjunto das normas jurídicas de natureza pública,


compreendendo tanto o conjunto de normas jurídicas que regulam a relação entre o particular
e o Estado, como o conjunto de normas jurídicas que regulam as atividades, as funções e
organizações de poderes do Estado e dos seus servidores.

Figurará o ente público no Direito Privado, o Estado aparece na relação jurídica não como
uma pessoa de direito público, mas como simples ente privado. Todo ato praticado pelo Ente
público, como se fosse pessoa comum. Exemplo: contratação de um empregado sob a égide
da CLT, a locação de prédio particular para instalação de órgão da administração.

b. DIREITO PRIVADO: Direito Privado trata-se das relações dos indivíduos na sua
generalidade, como compra e venda de um bem móvel ou imóvel, um testamento, uma doação
etc.

c. DIREITO DIFUSO: Direitos Difusos, são transindividuais, ou seja, que não pertencem a
um único indivíduo, tem natureza indivisível, possuem como titulares, pessoas indeterminadas
e ligadas por circunstâncias de fato não muito bem definido. Exemplo: Direito ao meio
ambiente equilibrado, Proteção à Criança e Adolescente, Portadores de deficiência.

d. DIREITO COLETIVO: Direitos Coletivos, são transindividuais, ou seja, que não


pertencem a um único indivíduo, de natureza indivisível, possuem como titulares grupos,
categorias ou classes de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por um vínculo
jurídico. Exemplo: Categorias sindicais, Grupo de consórcio, Direitos dos alunos de certa
escola, Acionista de uma empresa.

5 - RAMOS DO DIREITO: Assim sendo, diante de um ponto de vista puramente didático,


segue a divisão dos ramos do direito:

Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Tributário
INTERNO Direito Processual
PÚBLICO Direito Penal
Direito Eleitoral
Direito Militar
DIREITO EXTERNO Direito Internacional Público
POSITIVO PRIVADO INTERNO Direito Civil

Direito Empresarial

Direito do Trabalho
INTERNO Direito Previdenciário
DIFUSO E Direito Econômico
COLETIVO Direito do Consumidor
Direito Ambiental
EXTERNO Direito Internacional Privado

Passemos então, a analisar o que trata cada um dos ramos do Direito:

• DIREITOS PÚBLICOS INTERNOS

- DIREITO CONSTITUCIONAL: Pode ser entendido como o ramo do Direito que estuda
a organização jurídica do Estado, a natureza e a forma de seu governo, suas funções e
competência de seus órgãos, a esfera própria da administração pública e estabelece os direitos
fundamentais, assim como as relações de dependência entre os interesses individuais e os
coletivos e os limites em que uns e outros se devem enquadrar.

Pode ainda dizer que o Direito Constitucional estuda a Constituição, a principal lei de um país,
onde estão definidos a organização do Estado e os direitos, as garantias e os deveres
individuais e coletivos.

- DIREITO ADMINISTRATIVO: Trata-se das normas que regulam a Administração


Pública, uma estrutura de que se vale o governante para poder realizar os fins do Estado. A
nomeação é um ato jurídico ligado a esse ramo, a licitação é um instituto afeto ao direito
administrativo.

- DIREITO FINANCEIRO/TRIBUTÁRIO: O direito financeiro é ramo do Direito Público


que disciplina a receita e despesa pública. Para realizar os serviços públicos o Estado necessita
de recursos financeiros que são obtidos, majoritariamente, mediante a cobrança de tributos
que resta regulado pelo direito Tributário que para Rui Barbosa seria “ramo do Direito Público
que disciplina a relação entre o fisco e o contribuinte, concernente a imposição, fiscalização e
arrecadação de impostos, taxas e contribuições”.

Destarte, pode-se dizer que o Direito Tributário estuda as normas que regulam a arrecadação
dos tributos, especialmente os impostos, indispensáveis para que o governo tenha recursos
para realizar seus objetivos. Como exemplo de sua aplicação podemos citar a criação,
majoração de impostos, a isenção ou redução de impostos para empresas que investem em
projetos beneficentes etc.

- DIREITO PENAL: Direito Penal é o conjunto das prescrições emanadas do Estado, que
ligam ao crime, como fato, a pena como consequência.

Em outras palavras pode-se dizer que trata das condutas prejudiciais à sociedade denominadas
crimes, prescritas no Código Penal ou em outras leis, como a Lei dos Crimes Hediondos. O
homicídio é exemplo típico de conduta reprovada pelo Direito Penal.

- DIREITO PROCESSUAL: Direito Processual é ramo da ciência jurídica que trata do


complexo de normas reguladoras da jurisdição.

Compreende, portanto, nas regras para submissão ao Poder Judiciário dos conflitos que
venham a se estabelecer no seio da sociedade. Possibilita a formação e o desenrolar do
processo judicial.
- DIREITO ELEITORAL: Compõe-se do conjunto das normas jurídicas que disciplinam a
escolha dos membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Essas normas estabelecem
os critérios e as condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas
das eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem eleitos, fixando as
bases para a criação e o funcionamento dos partidos políticos etc.

- DIREITO MILITAR: O Direito Militar é aquele que regula as normas que afetam os
militares.

A Constituição Federal regula a questão no art. 42, e há no sistema jurídico o Código Penal
Militar (Dec.-Lei n. 1.001, de 21-10-1969) e o Código de Processo Penal Militar (Dec.-Lei n.
1.002, de 21-10-1969).

• DIREITO PÚBLICO EXTERNO

- DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: O direito internacional é o ramo do direito que


visa regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando
a convivência entre membros da sociedade internacional, que incluem não só os Estados, mas
também os sujeitos internacionais.

• DIREITOS PRIVADOS INTERNO

- DIREITO CIVIL: Direito Civil é o conjunto de preceitos reguladores das relações


particulares entre si, em geral. A exemplo de matérias reguladas por este ramo, podemos citar
as regras que dizem respeito à família, à propriedade, aos contratos e aos bens em geral.

- DIREITO EMPRESARIAL: Direito Empresarial pode ser compreendido como um


conjunto de preceitos reguladores das relações derivadas de atividades mercantis. Tem como
base o Código Comercial, o Código Civil e leis esparsas. Como exemplo, podemos citar o fato
de uma grande empresa, criada sob a égide da Lei das Sociedades Anônimas, que tem natureza
fechada querer se tornar aberta para novos acionistas.

• DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS INTERNOS

- DIREITO AMBIENTAL: Direito Ambiental é composto das normas jurídicas que cuidam
do meio ambiente em geral, tais como a proteção de matas, florestas e animais a serem
preservados, o controle de poluição e do lixo urbano etc. Tais normas jurídicas estão fixadas
numa série de leis esparsas que seguem a diretriz básica da Constituição Federal.
- DIREITO PREVIDENCIÁRIO: É o ramo do Direito que engloba as normas jurídicas que
cuidam da Seguridade Social (compreendendo a Saúde, a Previdência Social e a Assistência
Social) e atua por intermédio de seus órgãos (INSS, SUS etc.), estabelecendo os benefícios e
as formas de sua obtenção — auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria por tempo
de contribuição e por invalidez, direito à pensão na viuvez e na orfandade.

- DIREITO DO CONSUMIDOR: O Direito do Consumidor, um ramo derivado do direito


civil e do direito empresarial, surgiu da necessidade de proteger a parte hipossuficiente – o
consumidor, este entendido como todo aquele que adquire para si ou para outrem, como
destinatário final, bens ou serviços. Do outro lado dessa relação jurídica têm-se o fornecedor,
como aquele que fornece bens e serviços para o consumidor.

- DIREITO DO TRABALHO: Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e normas que


regem as relações de trabalho subordinado. Destarte, trata das regras que dizem respeito à
relação entre patrão e empregado, previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A
admissão, demissão, transferência de um funcionário são assuntos regulados por este ramo.

- DIREITO ECONÔMICO: É o ramo do Direito que se compõe das normas jurídicas que
regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vistas ao desenvolvimento
econômico do País, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, na luta
e disputa lá estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos por elas
para explorarem o mercado. São normas, portanto, que regulam monopólios e oligopólios,
tentam impedir a concorrência desleal etc. Tais normas estão espalhadas em leis esparsas,
dentre as quais se destacam a Lei Antitruste (Lei n. 8.884/94), a Lei de Economia Popular, a
Lei de Livre Concorrência etc.

• DIREITOS DIFUSO E COLETIVO EXTERNO

- DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: O Direito Internacional Privado é, portanto, o


ramo do Direito que visa a resolução dos conflitos de leis no espaço em relações de caráter
privado que tenham conexão internacional, determinando qual a norma jurídica nacional que
se aplica a esses vínculos, que poderá tanto ser uma lei nacional como estrangeira

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