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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PARCIAL 1

Curso: Direito ( ) Cursando Período Normal


Professor(a): Julio Cesar Mendes Brasil ( ) Desperiodizado(a)

Disciplina: Direito Processual Civil III Semestre: 2023.2

Aluno(a): Matricula:

Turma: Sala: Período: 6° Turno: Noturno

Data: ___/____2023 Avaliação: ADP1 (x) ADP2 () ADP3 ( ) Nota: Nota por extenso:

INSTRUÇÕES:
1. Questões respondidas a lápis e ou questões rasuradas serão anuladas não serão consideradas (para efeito
de nota, será atribuído 0,0 a respectiva questão);
2. Proibido o uso de celular; relógios; empréstimo de qualquer material durante a realização da prova.
3. Tempo mínimo para entrega da prova será de 50 minutos, portanto o aluno não poderá se ausentar antes
desse tempo.
4. Após finalização e entrega da prova, o aluno deve assinar a Ata de Avaliação e sair da sala.
5. Não serão permitidos a realização da avaliação aos alunos que chegarem após a saída do 1º aluno de sala
de aula durante a aplicação da mesma e nem aluno que não esteja matriculado(a).

CRITÉRIOS:
O aluno será avaliado considerando os seguintes aspectos:
1. Fundamentação teórica, capacidade de análise e interpretação;
2. Apresentação / objetividade / ortografia / uso correto dos conceitos solicitados;
3. Análise crítica da situação evidenciada.
HABILIDADES NECESSÁRIAS:
Assimilação do conteúdo e criatividade para elaborar uma prática reflexiva, evidenciando aprendizagens
significativas.
METODOLOGIA:
A avaliação em questão será pautada em Questões Objetivas e Discursivas, onde os educandos devem
articular os conceitos da disciplina mediante as perguntas do teste.
VALOR DA PROVA: 7,0
QUESTÕES DISCURSIVAS

QUESTÃO 2. (2 pts.): “Em sessão em Brasilia, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de


Recurso Especial Repetitivo, estabeleceu a sumula de n. 356, onde padronizou três teses, até então
diversas, que passarão a orientar os magistrados em julgamentos de processos que versam sobre
cobranças por pacotes de serviços bancários, judicializados no âmbito do Poder Judiciário nacional.

A mencionada sessão teve a participação de representantes da Defensoria Pública do Estado, da


comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa dos Estados, do Ministério Público
Estadual, de advogados de instituições bancárias e algumas associações, habilitadas na condição de
amicus curiae.

Após aproximadamente três horas de debate, foram acatadas três teses.

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A de que “é vedado às instituições financeiras realizar descontos a título de tarifa de pacote de
serviços bancários sem prévia e expressa autorização do consumidor, mediante contrato com
cláusula específica e destacada, nos termos do art. 54, §4º, do Código de Defesa do Consumidor”.

A tese de que “o desconto indevido da cesta de serviços bancários não configura ocorrência de
danos morais in re ipsa (dano que decorre do próprio fato), devendo a repercussão danosa ser
verificada pelo julgador no caso concreto”.

E por fim, a tese de que “a reiteração de descontos de valores a título de tarifa de pacote de serviços
bancários não é engano justificável. Presentes tais requisitos (má-fé e inexistência de engano
justificável) a indenização por danos materiais deve se dar na forma do art. 42, parágrafo único, do
Código de Defesa do Consumidor”.

Os três entendimentos – que vinham sendo observados de forma diversa pelos Juizados Especiais –
passarão a ser considerados, uniformemente, pelos magistrados (que atuam nos Juizados Especiais)
durante a análise dos processos sobre o tema, e cujos julgamentos são de suas competências.”

Com base no texto acima, análise a seguinte questão, abaixo elaborada:

O escritório de advocacia RBL Advogados é especialista na tratativa de direito do consumidor,


sendo responsável por vários processos voltados a indenização de consumidores que tiveram seus
direitos lesados.
Em dada oportunidade, o escritório é procurado por Augusto, que é cliente do banco Lex. Ao
chegar no escritório, Augusto informa que o banco Lex realiza descontos mensais no valor de R$
49,90 (Quarenta e nove reais e noventa centavos) mensalmente e indica que nunca foi informado
das razoes desse desconto.

De imediato, um dos advogados que laboram no escritório RBL, indica que é possível realizar o
requerimento da devolução dos valores, em dobro, de todos os descontos realizados nos últimos 5
anos, nos termos do entendimento firmado pelo TJ/AM.

Deste modo e de posse dos extratos bancários de Augusto, o escritório RBL ajuíza uma ação em
face do banco LEX, com os seguintes pedidos:

A. Devolução integral, corrigida e em dobro de todos os valores descontados indevidamente a


título de dano material, no valor de R$ 7.940,00 (Sete mil, novecentos e quarenta reais);
B. Dano moral, no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais), em decorrência do transtorno causado, o
que configura dano in re ipsa;
C. Interrupção das cobranças, a título de tutela provisória, com a concessão liminar do pedido.

A ação é protocolada junto a 11ª vara cível da comarca de Manaus/AM, com o recebimento da
petição e a citação da Requerida para apresentar contestação, caso não haja sucesso na realização da
audiência de conciliação.

O banco Lex apresenta sua contestação, justificando que o Requerido poderia ter cancelado o
pagamento das cestas bancárias a qualquer momento, não havendo justo motivo para fazê-lo
naquela oportunidade. Apesar de não apresentar nenhum termo ou contrato assinado onde o
consumidor expressamente anui com o pagamento das cestas bancárias, o Requerido alega que não
há justo motivo para a devolução dos valores, ainda mais em dobro, haja vista que o consumidor,
apesar de não ter assinado qualquer documento, usufruiu plenamente dos serviços que pagava.

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Ainda, justificou que no caso concreto não houve a devida comprovação do dano moral, não sendo
permitido o cabimento do dano moral in re ipsa no caso concreto, haja vista que é ônus probatório
do Requerente a demonstração do dano efetivamente suportado.

Após a tramitação adequada do processo, com a realização de resposta a contestação, saneamento


processual e instrução probatória adequada, o juízo proferiu sentença, condenando o banco a
devolução integral, no valor requisitado em petição inicial e condenando o banco ao pagamento de
R$ 3.000,00, a título de dano moral, com fundamento in re ipsa.

Insatisfeito com a decisão, o banco LEX recorre, apresentando recurso de apelação, alegando que o
juízo de primeiro grau se enganou e desobedeceu precedente estabelecido pelo STJ que, na sumula
356, entendeu que não é devido a devolução em dobro quando provado que o consumidor, de fato,
usou os serviços contratados.

Ainda, alegou também que o juízo de primeiro grau não obedeceu a sumula ao estabelecer dano
moral sem comprovação efetiva, haja vista que o STJ proibiu a aplicação do chamado dano in re
ipsa, isto é, aquele dano que se presume.

Ao final, requereu ao Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas que a decisão seja reformada,
com a declaração de improcedência de todos os pedidos realizados pelo Autor/Recorrido.

Desta feita, tendo em vista todos os elementos da questão, bem como o Código de Processo Civil e
a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, além da (fictícia) sumula n. 356, responda:

a. Quanto ao entendimento realizado pelo juízo da 11ª vara cível da comarca de Manaus, é
correto afirmar que, quanto a devolução do indébito, o juízo seguiu o entendimento firmado
pelo Superior Tribunal de Justiça? Se sim, fundamente. Se não, fundamente.
b. Quanto ao entendimento realizado pelo juízo da 11ª vara cível da comarca de Manaus, é
correto afirmar que, quanto ao dano moral, o juízo seguiu o entendimento firmado pelo
Superior Tribunal de Justiça? Se sim, fundamente. Se não, fundamente.

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QUESTÃO 02 (0,75 pt.): É comum a prática comercial de vendas de apartamentos em edifícios


imobiliários serem realizados nas mais diversas condições. Muitas vezes, estes apartamentos são
vendidos com a prática conhecida enquanto “venda de apartamento na planta”. Tal modalidade
consiste, em resumo, na venda de determinado bem ainda em construção ou em planejamento,
sendo estabelecido um prazo limite para a entrega do imóvel em condições de habitação.

Como base neste exemplo, a construtora RPV, com forte atuação no mercado imobiliário da cidade
de Ando, decide realizar a venda de um conglomerado de apartamentos sob a modalidade de “venda
de apartamento na planta”. As vendas foram realizadas para 580 pessoas. No ato de aquisição, ficou
ajustado que as unidades habitacionais seriam entregues até 22/01/2025.

Todavia, apesar da obrigação contratual dar conta da data limite de 22/01/2025 para entrega de
todas as unidades, a Construtora RPV não realizou a entrega das unidades habitacionais em tempo
hábil, de modo que, em 22/07/2025, 40% dos adquirentes das unidades habitacionais passaram a
ajuizar ações individuais, requerendo o desfazimento do contrato, com devolução integral dos
valores pagos devidamente corrigidos, além de danos materiais e morais suportados pela demora
indevida.

Os pedidos de todos os adquirentes que ajuizaram ações rescisórias e indenizatórias tinham como
fundamento a obrigação contratual não obedecida. Por sua vez, a Construtora RPV alegava em
contestações, feitas individualmente em cada um dos processos ajuizados, que o fato da entrega das
unidades habitacionais ter atrasado não era capaz de gerar dever de indenização por parte da
Construtora RPV.

Com base no caso narrado e nos mandamentos processuais civis do CPC/2015 acerca do Incidente
de Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR, responda:

É possível, com base nas informações acima, propor um IRDR junto ao Tribunal de Justiça?

Se sim, fundamente.

Se não, fundamente.

Fundamentações genéricas não serão consideradas.

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