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TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS
TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
ECONOMIA
ANA LÍVIA CAZANE
SUMÁRIO
AULA 01 CONCEITOS ECONÔMICOS BÁSICOS 05
AULA 05 DEMANDA 25
AULA 06 OFERTA 32
AULA 08 ELASTICIDADE 39
AULA 13 MOEDA 69
AULA 14 INFLAÇÃO 73
Sou a Professora Ana Lívia Cazane e atuo como docente de graduação e pós-
-graduação na área de Economia desde 2011, quando fazia meu mestrado.
Quantas vezes você já ouviu termos como inflação, crise econômica, desem-
prego, aumento ou diminuição das taxas de juros? Todas essas questões
estão inseridas no âmbito econômico, e trabalharemos ao longo desta dis-
ciplina para que, ao final do curso, você saiba como lidar com todos esses
assuntos, uma vez que o objetivo deste livro é trazer a você as principais
noções dessa ciência.
O conteúdo da Economia pode ser muito fascinante. Se você for curioso, in-
teressado e aplicado, poderá enriquecer sua vida pessoal e profissional por
meio deste conteúdo, pois estará trabalhando um assunto de extrema impor-
tância em nosso dia a dia.
Bom estudo! 3
CONCEITOS
ECONÔMICOS
BÁSICOS
ANOTE ISSO
“Economia é o estudo da escolha sob condições de escassez”.
HALL E LIEBERMAN
RECURSOS X NECESSIDADES
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão
de obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado,
as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam por força do
próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do pa-
drão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, ne-
nhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas
as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de escassez:
recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas (VAS-
CONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
Recursos x Remuneração
FATOR DE PRODUÇÃO REMUNERAÇÃO
ANOTE ISSO
Tendo em conta essa situação, parece estranho à economia abordar
a escassez como um problema universal, isto é, como um problema
que afeta todas as nações. Isso se deve em razão de a economia
considerar o problema como de escassez relativa, uma vez que os
bens e serviços são escassos em relação ao desejo dos indivíduos
Bens escassos: são aqueles que nunca se têm em quantidade suficiente para
satisfazer os desejos dos indivíduos.
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NECESSIDADE
DE ESCOLHA E CUSTO
DE OPORTUNIDADE
Assim, se uma empresa decidir se deve ou não lançar um produto novo, de-
verá avaliar quais serão os custos adicionais associados a este projeto, porto
que precisará contratar mão de obra, comprar mais insumos, mais matérias-
-primas, etc. (VASCONCELLOS, 2014). Além disso, a empresa deverá garantir
que seu proprietário receba pelo menos o rendimento equivalente à melhor
aplicação que poderia realizar com seus recursos financeiros que estaria in-
vestido no lançamento desse produto novo. Ou seja, além dos custos explíci-
tos anteriores, a empresa deverá incluir como despesa, ainda que implícita, o
custo de oportunidade de seu acionista.
Além disso, ainda de acordo com Vasconcellos (2014), também será importan-
te estimar o aumento de receitas (benefícios) que as vendas desse produto
significarão para a empresa. Assim, se os custos superam os benefícios adi-
cionais, sua decisão deverá ser não lançar o produto e vice-versa se a relação
custo-benefício for positiva. Esse tipo de análise configura o que se chama
de análise de viabilidade econômica de um projeto, uma das principais apli-
cações práticas da abordagem de custo-benefício que caracteriza a ciência
econômica.
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14
DIFERENÇAS
ENTRE MACRO E
MICROECONOMIA
Interessante, não é?
Observe como os conceitos se complementam!
16
ANOTE ISSO
Utilizaremos com bastante frequência a expressão ceteris paribus,
que significa “tudo o mais mantido constante”. Como um fenômeno
econômico é normalmente influenciado por vários fatores ao mes-
mo tempo, essa premissa é importante, pois permite analisar certo
fenômeno atribuindo um foco específico ao seu elemento causador.
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FLUXOS
DO SISTEMA
ECONÔMICO
No lugar de “produto” ou “serviço”, por algumas vezes vou usar um único ter-
mo mais genérico: “bem”. Assim, toda vez que mencionarmos “demanda pelo
bem X”, não importa saber se “X” é sorvete, automóvel ou atendimento médi-
co. O objetivo é simplificar a discussão dizendo que X é um bem consumido
por alguém e produzido por outro. Isso será́ suficiente para entendermos as
discussões das próximas aulas.
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Fonte: Adaptado de Dallagnol (2008, p.36)
MERCADO
Mercado é o encontro entre vendedores e compradores. Um mercado pode
estar em qualquer lugar, na esquina de uma rua ou no outro lado do mundo,
ou bem perto, como o telefone ou os classificados do jornal. Não precisa ser
um lugar fixo. Nele, estão presentes os fundamentos da procura e da oferta,
que representam os interesses de consumidores e produtores (ou vendedo-
res).
Ou seja, Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços são troca-
dos livremente. Em geral, o mercado ocorre conforme questões normativas
(ou legais), mas mesmo o mercado ilegal é um mercado – o comércio de
produtos piratas e até́ o contrabando de drogas e armas ocorrem por via do
mercado.
ANOTE ISSO
CONCEITOS IMPORTANTES!
1. Bens: são todas as coisas úteis que satisfazem as necessidades
humanas. Nesse sentido, a casa é um bem que satisfaz a neces-
sidade que o homem tem de abrigar-se; o pão satisfaz a necessi-
dade de se alimentar, etc. Observe que aquilo que não é útil para
uma pessoa pode ser útil para outras. É o caso do cigarro que,
embora seja prejudicial à saúde, é útil e satisfaz a necessidade
de fumar do fumante. Logo, em termos econômicos, o cigarro é
um bem!
2. Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço.
Os bens se dividem em não econômicos (abundantes ou livres) e
econômicos (raros ou escassos). Os bens são ditos “não econôm-
icos” se a eles não se puderem atribuir preços e, portanto, não for
possível transacioná-los no mercado. É o caso do ar que se respi-
ra, da luz solar, das águas dos rios, etc. Os bens econômicos, ao
contrário, são raros, e há que se negociar para adquiri-los. Essa
negociação lhes confere um preço e se processa no mercado.
3. Mercado: é o contexto (e não o local) em que compradores
(do lado da procura) e vendedores (do lado da oferta) realizam
transações. Alternativamente, pode-se dizer que o mercado é a
interação entre as forças de oferta e de procura.
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DEMANDA
ANOTE ISSO
LEI DA DEMANDA: Tudo o mais permanecendo constante (ceteris
paribus), quando o preço de um bem aumenta, a quantidade deman-
dada cai.
1,00 12.000
3,00 8.000
6,00 4.000
8,00 3.000
10,00 2.000
Fonte: Desenvolvido pela autora
De acordo com a lei geral da demanda, ceteris paribus, há uma relação ne-
gativa entre a quantidade adquirida de um bem e seu preço. Esse compor-
tamento pode ser observado na tabela acima e também no gráfico a seguir.
25
Fonte: Desenvolvido pela autora
VARIÁVEIS QUE
INFLUENCIAM A DEMANDA:
26
Fonte: Desenvolvido pela autora
27
29
ANOTE ISSO
30
OFERTA
De acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), oferta (ou função
oferta) é definida como a quantidade de um bem que os produtores (firmas)
desejam produzir e oferecer aos consumidores.
Assim como no caso da demanda, existe uma relação entre o preço do bem
e a quantidade que as empresas estão dispostas a produzir e oferecer aos
consumidores. Diferentemente da função demanda, contudo, a função oferta
estabelece uma relação positiva entre quantidade ofertada e nível de preços,
ceteris paribus (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
É a lei da oferta!
ANOTE ISSO
LEI DA OFERTA: as quantidades ofertadas variam diretamente
com os preços. A quantidade ofertada de um bem diminui quando
seu preço cai.
1,00 1.000
3,00 5.000
6,00 9.000
8,00 11.000
10,00 13.000
Fonte: Desenvolvido pela autora
Em nosso exemplo, note que se o preço unitário do bem for R$6, a quanti-
dade ofertada pela empresa será igual a 9.000 unidades, ao passo que se o
preço unitário do mesmo bem se elevar para R$8, a quantidade ofertada será
de 11.000 unidades.
33
Essa mesma figura pode ser usada para representar uma redução no “preço
dos insumos” porque se a matéria-prima fica mais barata, por exemplo, as
empresas podem adquirir maiores quantidades desse item sem pressionar
seus custos totais e, assim elevar sua produção para qualquer nível de preços
do bem produzido. Outro fenômeno que também seria representado pelo
deslocamento para a direita da função oferta seria a “entrada de novas em-
presas” no mercado do bem, ou seja, com mais firmas produzindo esse bem,
para qualquer nível de preços existiria uma maior quantidade disponível aos
consumidores.
Resumindo:
35
EQUILÍBRIO
DE MERCADO
Exemplo:
ELASTICIDADE
ELASTICIDADE-PREÇO
DA DEMANDA
De acordo com Frank e Bernanke (2012), a elasticidade-preço da demanda
para um produto é a medida da sensibilidade da quantidade demandada
deste produto às variações no seu preço. Formalmente, a elasticidade-pre-
ço da demanda para um produto é definida como a variação percentual na
quantidade demandada resultante de uma mudança de 1% em seu preço. Por
exemplo, se o preço da carne diminuir 1% e a quantidade demandada au-
mentar 2%, então a elasticidade-preço da demanda da carne será́ igual a – 2.
Ainda de acordo com os autores Frank e Bernanke (2012), embora essa defini-
ção esteja se referindo à sensibilidade da quantidade demandada a uma mu-
dança de 1% no preço, ela também pode ser adaptada para outras variações
de preço, desde que sejam relativamente baixas. Nestes casos, calcula-se
a elasticidade-preço da demanda como a variação percentual na quantida-
de demandada dividida pela correspondente variação percentual no preço.
Assim, se uma redução de 2% no preço da carne bovina leva a um aumento
de 6% na quantidade de carne bovina demandada, a elasticidade-preço da
demanda por carne de bovina seria de:
ANOTE ISSO
TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
1. Inelástica: A quantidade demandada não responde com muita
intensidade a alterações nos preços
2. Elástica: A quantidade demandada responde com muita inten-
sidade a alterações nos preços
3. Unitária: A quantidade demandada muda na mesma proporção
que o preço se altera
40
ANOTE ISSO
A elasticidade-preço da demanda para um produto ou serviço ten-
de a ser maior quando os substitutos para este produto são mais
facilmente encontrados, quando a parcela do produto no orçamento
do consumidor é maior e quando os consumidores têm mais tempo
para se ajustar às alterações de preço.
41
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
Do lado do comprador no mercado, utilizamos a elasticidade-preço da de-
manda para medir a sensibilidade da quantidade demandada às alterações
de preço. Do lado do vendedor no mercado, uma medida semelhante é a
elasticidade-preço da oferta, definida como a variação percentual na quan-
tidade ofertada que ocorre em resposta a uma alteração de 1% no preço. Por
exemplo, se um aumento de 1% no preço do amendoim leva a um aumento
de 2% na quantidade ofertada, a elasticidade-preço da oferta de amendoim
é 2 (FRANK, BERNANKE, 2012). 42
ANOTE ISSO
Elasticidade-Preço da Oferta
• Elasticidade-Preço da oferta mede o aumento ou diminuição, em
percentagem, da quantidade ofertada devido a uma mudança
percentual nos preços
• Mede o quanto a quantidade ofertada por um bem muda devido a
uma mudança no preço daquele bem
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ESTRUTURAS
DE MERCADO: CONCORRÊNCIA
PERFEITA E MONOPÓLIO
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46
Pretendemos estudar nesta e nas próximas aulas os mais diversos tipos de
mercado de uma economia. Esses mercados estão organizados de manei-
ra diferente graças a dois fatores principais: número de firmas produtoras
atuando no mercado e homogeneidade ou diferenciação dos produtos.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Um mercado perfeitamente competitivo tem as seguintes características:
Os bens oferecidos
Existem muitos As empresas podem
são essencialmente
compradores e entrar livremente no
os mesmos (bens
vendedores. mercado
homogêneos).
46
Alunos(as), observem que há dois extremos nos mercados. Num deles, está o
monopólio, no qual apenas uma firma vende um bem, e não possui similares
que o substituam.
ANOTE ISSO
Em um mercado de concorrência perfeita muitas firmas vendem
bens que são substitutos perfeitos entre si.
MONOPÓLIO
Nesta seção, consideraremos o extremo oposto da concorrência perfeita, o
monopólio.
Vasconcellos (2011) explica que para que existam monopólios, deve haver
barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado.
Essas barreiras à entrada podem advir das seguintes condições:
• Monopólio puro ou natural / economias de escala: ocorre quando o mer-
cado, por características próprias, exige elevado volume de capital. As em-
presas já́ instaladas operam com grandes plantas industriais, com elevadas
economias de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a
cobrança de preços relativamente baixos por seu produto, o que acaba sen-
do uma grande barreira para a entrada de novos concorrentes; os custos de
produção são tão altos que um único produtor é mais eficiente que vários
pequenos produtores.
• Um monopólio natural existe quando uma única firma pode suprir um bem
para todo um mercado de forma mais eficiente que duas ou mais firmas.
• O monopólio natural surge principalmente quando há ganhos de escala
substanciais durante a produção.
LEGISLAÇÃO ANTITRUSTE
Caro aluno(a), preste atenção, Legislação antitruste é um conjunto de leis
destinadas a controlar o poder dos monopólios.
Desde 1960, o Brasil possui uma extensa legislação que procura coibir abusos
do poder econômico em defesa da concorrência e da proteção aos consumi-
dores, contudo, esse conjunto de normas até meados dos anos de 1990 tinha
sido pouco eficaz devido aos altos níveis de proteção à indústria nacional e
aos elevados índices de inflação. Em consequência, o Estado brasileiro fez
durante muitos anos a opção pelo controle de preços.
Em todas essas funções, o CADE tem por principal objetivo zelar pela condu-
ta concorrencial, impedindo práticas que violem a essência competitiva do
mercado. 50
OLIGOPÓLIO
E COMPETIÇÃO
MONOPOLÍSTICA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52
Prezados(as) alunos(as), até aqui estudamos duas estruturas extremas de
mercado: a concorrência perfeita, em que o mercado é tão competitivo que
nenhuma firma isoladamente é capaz de influenciar seus preços por meio
de suas decisões individuais, e o monopólio, em que não há concorrência de
espécie alguma. Na prática, esses dois extremos são muito raros.
OLIGOPÓLIO
A característica principal desta estrutura de mercado é o pequeno número de
competidores. Existe algum tipo de concorrência, mas que não é tão forte, e
em breve você vai entender o motivo.
Características:
FUNDAMENTOS
DA MACROECONOMIA
Todos os dias é possível que você veja manchetes como: PAÍS PASSA POR
CRISE ECONÔMICA, BANCO CENTRAL INTERVÉM PARA COMBATER A INFLAÇÃO,
ou AÇÕES CAEM POR MEDO DE RECESSÃO. Esses eventos macroeconômicos
podem parecer abstratos, mas afetam a vida de todos nós. Executivos de
empresas que estejam realizando previsões de demanda para seus produtos
precisam avaliar com que rapidez a renda dos consumidores crescerá. Recém-
-graduados em faculdades em busca de empregos esperam que a economia
se aqueça e que as empresas contratem novos profissionais (MANKIW, 2014).
Mas nem sempre foi assim. Um século atrás, os economistas que monitora-
vam a economia contavam com pouca coisa além de observações casuais
para dar sequência a seus estudos. Esse tipo de informação fragmentada di-
ficultava a formulação de políticas econômicas. A experiência de uma pessoa
poderia sugerir que a economia estava indo em uma determinada direção,
enquanto a experiência de outra pessoa sugeria que a economia estava ca-
minhando em outra direção. Os economistas precisavam de alguma manei-
ra de combinar as inúmeras experiências individuais em um todo coerente
(MANKIW, 2014).
Com base nesses levantamentos, são calculadas várias estatísticas que sin-
tetizam as condições da economia. Os economistas usam essas estatísticas
para estudar a economia, enquanto os formuladores de políticas públicas as
utilizam para monitorar os avanços e formular políticas.
Portanto, para encerrar esse que é o primeiro tópico sobre o assunto, que
destacar o objetivo da Macroeconomia.
ANOTE ISSO
Macroeconomia consiste em elevar o nível de renda e produto da
economia, ou seja, promover seu crescimento, acompanhado de um
aumento no nível de empregos e de uma justa distribuição de renda,
com a promoção de maior bem-estar social.
58
QUANTIFICANDO
A RENDA NACIONAL: PIB
De acordo com Mankiw (2014), existem duas maneiras de considerar essa es-
tatística. Uma delas seria considerar o PIB a renda total de todos que inte-
gram a economia. Outro modo seria considerar o PIB o total de gastos em
termos da produção de bens e serviços na economia. Seja de um ponto de
vista ou do outro, fica clara a razão pela qual o PIB é um indicador do de-
sempenho econômico. O PIB mede algo com o qual as pessoas se importam
— suas respectivas rendas.
60
RENDA, GASTO E
FLUXO CIRCULAR
Para entender o PIB, primeiramente precisamos entender os principais agre-
gados macroeconômicos: o Produto, a Renda e a Despesa.
• Produto: é a denominação genérica para toda produção de bens e serviços
finais de uma economia.
• Renda: As famílias recebem remunerações pela venda de seus fatores de
produção às empresas. Essas remunerações são chamadas de Renda. A renda
da terra é o aluguel, a do capital é o lucro (ou os juros, quando o capital é
emprestado por terceiros) e a renda do trabalho é o salário. Assim, aluguéis,
lucros, juros e salários são os principais componentes da Renda Nacional de
um país.
• Despesa: os agentes econômicos (empresários, consumidores, governo, ou-
tros países) compram a produção de bens e serviços da economia nacional.
Essa distribuição do produto entre os agentes que o adquirem é um elemen-
to importante do estudo da Macroeconomia.
Aluno(a), preste atenção, essas duas maneiras de calcular o PIB precisam ser
equivalentes, uma vez que, segundo as regras da contabilidade, a despesa
dos compradores com produtos representa renda para os vendedores desses
produtos. Toda transação que afeta a despesa deve necessariamente afetar
a renda, e toda transação que afeta a renda deve necessariamente afetar a
despesa.
Portanto, o PIB mede duas coisas ao mesmo tempo: a renda total gerada pela
economia e a despesa total com bens e serviços produzidos na economia. A
razão pela qual o PIB pode medir as duas variáveis ao mesmo tempo é que
na verdade essas duas coisas são iguais. Para a economia como um todo, a
renda deve ser igual a despesa.
E por que isso é verdade? A razão pela qual a renda de uma economia seja
igual a sua despesa é que cada transação tem duas partes: um comprador
e um vendedor. Cada real de despesa de um comprador é um real de renda
para algum vendedor.
Vejamos outro exemplo. Imagine que Carolina pague a Severino R$ 100 para
cortar sua grama. Severino ganha R$ 100 e Carolina gasta R$ 100. Portanto, a 62
CÁLCULO DO PIB
Vamos detalhar bem a definição de PIB:
63
O QUE É O PIB:
O vídeo a seguir mostra de maneira divertida uma breve explicação
sobre o Produto Interno Bruto:
https://www.youtube.com/watch?v=DA7CHD9NXEM
Tendo como base o PIB nominal e o PIB real, podemos calcular uma terceira es-
tatística: o deflator do PIB. O deflator do PIB, também conhecido como deflator
implícito de preços para o PIB, é a razão entre o PIB nominal e o PIB real:
O deflator do PIB reflete aquilo que está acontecendo com o nível geral de
preços na economia. Para melhor entender isso, consideremos mais uma vez
um exemplo de Mankiw (2014) que cita uma economia com apenas um bem:
o pão. 65
Aluno (a), é importante estar ciente dos vários indicadores, uma vez que os
economistas e a imprensa costumam se referir a eles.
PNB = PIB + Renda dos Fatores Oriunda do Exterior – Renda dos Fatores
Destinada ao Exterior.
67
MOEDA
MOEDA
Quando dizemos que uma pessoa tem muito dinheiro (ou grande quantidade
de moeda), geralmente queremos dizer que ela é rica. Em contrapartida, os
economistas utilizam o termo “moeda” (ou dinheiro) de uma maneira mais
específica. Para um economista, moeda não se refere a todos os tipos de
riqueza, e sim a um único tipo de riqueza: moeda significa um estoque de
ativos que podem ser prontamente utilizados para realizar transações. Em
suma, os dólares nas mãos da população norte-americana constituem o es-
toque de moeda do país (MANKIW, 2014).
A necessidade de algum tipo de medida de valor dos bens, que servisse tam-
bém para trocá-los entre si, vem desde o final da pré-história.
A moeda simplifica tudo. Vendo meu feijão por moeda e utilizo-a para com-
prar arroz sem precisar achar quem deseja fazer a troca inversa. Os preços
dos bens também acabam se acertando mais facilmente. Enfim, as trocas
frequentes tornaram a moeda uma necessidade.
A moeda teve várias fases. Inicialmente, usava-se algum bem abundante na épo-
ca e no lugar: o sal foi um dos primeiros, daí a palavra salário. Mais tarde, usou-se
algum metal tido como precioso que fosse útil, porém escasso. Daí as moedas de
cobre, bronze, prata e ouro. Essa foi a fase das moedas metálicas, que durou até o
final da Idade Média na Europa. Essas moedas primeiramente eram locais e mais
tarde passaram a ser nacionais (somente o governo do país podia emiti-las).
FUNÇÕES DA MOEDA
A moeda cumpre três funções econômicas fundamentais:
ANOTE ISSO
• MEIO DE TROCA: Como meio de troca, A MOEDA intermedeia
todas as transações econômicas, tanto de bens e serviços quanto
de fatores de produção (é usada para pagar salários, lucros, juros
e aluguéis).
• UNIDADE DE CONTA: Como unidade de conta, a moeda é usada
em todos os cálculos de preços, rentabilidade e comparações de
valores.
• RESERVA DE VALOR: Como reserva de valor, ela permite guard-
ar valores ao ser poupada, isto é, não utilizada imediatamente no
consumo.
71
INFLAÇÃO
Uma inflação aberta caracteriza-se pelo livre aumento de preços dos produ-
tos e insumos. Já numa inflação reprimida, o excesso de demanda não se ma-
nifesta através da alta dos preços, pois há controle de preços e congelamento
de salários e de taxas de juros. No entanto, a inflação acaba se manifestando
através da falta de produtos, filas, racionamentos, etc.
O ÍNDICE DE PREÇOS
O índice de preços ao consumidor (IPC) é utilizado para monitorar as varia-
ções no custo de vida ao longo do tempo. Quando o IPC sobe temos que gastar
mais para manter o mesmo padrão de vida.
O IPC é uma ferramenta extremamente útil, pois permite não apenas medir
variações do custo de vida, como também ajustar dados econômicos para
eliminar os efeitos da inflação.
CAUSAS DE INFLAÇÃO:
INFLAÇÃO DE CUSTOS
Segundo Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), a inflação de custos
pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de deman-
da permanece praticamente o mesmo, mas os custos de certos insumos im-
portantes aumentam e são repassados aos preços dos produtos.
Por outro lado, se sindicatos com maior poder de barganha são capazes de
forçar um aumento de salários a níveis acima dos índices de produtivida-
de, os custos de produção de bens e serviços aumentam. Se os preços dos
produtos finais seguem os custos de produção, resulta em uma inflação im-
pulsionada pelos custos de produção (no caso, pelo aumento de salários)
(VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
76
POLÍTICA
MONETÁRIA
O Banco Central, para exercer sua política, possui quatro papéis principais:
1. Controlar a emissão de moeda: A Casa da Moeda é o órgão responsável pela
produção física do dinheiro. Entretanto, cabe ao BACEN decidir sobre a pro-
dução ou não de mais dinheiro.
2. Ser o banco dos bancos: Os bancos comerciais realizam diversas operações
com o público, recebem depósitos e realizam empréstimos, por exemplo.
Nessas relações com o público, recebe também obrigações de outros bancos
(desconta cheques de outros bancos, por exemplo). Essas transações não
ocorrem sempre na mesma proporção, de modo que pode haver dias que
ocorra uma entrada de dinheiro maior que a saída (mais depósitos que em-
préstimos, por exemplo) e pode haver dias em que as saídas superem as
entradas, de forma que o banco terá que tomar empréstimos para cumprir
suas obrigações. O BACEN empresta dinheiro ao banco com juros iguais à taxa
básica (SELIC) mais uma taxa punitiva (chamada taxa de redesconto).
3. Ser o banqueiro do governo: O BACEN empresta dinheiro também para o
governo. Além disso, todos os recursos que o governo arrecada, na forma de
impostos, contribuições e taxas, são depositados no Banco Central.
4. Gestor do SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: Autoriza o funcionamento das
instituições financeiras e regulamenta suas atividades.
A política monetária pode ser restritiva ou expansionista. É restritiva quando
o Banco Central promove a diminuição dos meios de pagamento da econo-
mia, reduzindo o consumo, o investimento e a atividade econômica.
79
POLÍTICA
FISCAL
82
Caro(a) aluno(a), espero que este estudo possa ser importante na sua vida
profissional, e coloco-me à disposição para quaisquer dúvidas, sugestões e
comentários pelo e-mail ana.nascimento@uca.edu.br
Um grande abraço,
83
Sinopse: Nenhum livro de economia publicado nos últimos anos foi capaz de provocar o furor
internacional causado por “O capital no século XXI”, do francês Thomas Piketty. Seu estudo sobre
a concentração de riqueza e a evolução da desigualdade ganhou manchetes nos principais jornais
do mundo, gerou discussões nas redes sociais e colheu comentários e elogios de diversos ganha-
dores do Prêmio Nobel.
Fruto de quinze anos de pesquisas incansáveis, o livro se apoia em dados que remontam ao século
XVIII, provenientes de mais de vinte países, para chegar a conclusões explosivas. O crescimento
econômico e a difusão do conhecimento impediram que fosse concretizado o cenário apocalíptico
previsto por Karl Marx no século XIX. Porém, os registros históricos demonstram que o capitalismo
tende a criar um círculo vicioso de desigualdade, pois, no longo prazo, a taxa de retorno sobre os
ativos é maior que o ritmo do crescimento econômico, o que se traduz numa concentração cada
vez maior da riqueza. Uma situação de desigualdade extrema pode levar a um descontentamento
geral e até ameaçar os valores democráticos. Mas Piketty lembra também que a intervenção políti-
ca já foi capaz de reverter tal quadro no passado e poderá voltar a fazê-lo.
Essa obra, que já se tornou uma referência entre os estudos econômicos, contribui para renovar
inteiramente nossa compreensão sobre a dinâmica do capitalismo ao colocar sua contradição fun-
damental na relação entre o crescimento econômico e o rendimento do capital. O capital no século
XXI nos obriga a refletir profundamente sobre as questões mais prementes de nosso tempo.
“Piketty transformou nosso discurso econômico; jamais voltaremos a falar sobre renda e desigual-
dade da maneira que fazíamos.” - Paul Krugman (Prêmio Nobel de Economia), The New York Times
FILME
Sinopse: Peter Sullivan (Zachary Quinto), Seth Bregman (Penn Badgley) e Will Emerson (Paul Bet-
tany) trabalham no setor de riscos em uma corretora, que está realizando uma série de demissões.
Cerca de 80% do setor em que trabalham foi demitido, entre eles o chefe do trio, Eric Dale (Stanley
Tucci). Ao pegar o elevador, Eric entrega a Peter um pen drive, que contém algo em que estava
trabalhando no momento. O alerta para que tomasse cuidado com o conteúdo chama a atenção de
Peter, que fica após o horário de trabalho para dar uma olhada no arquivo. Logo ele descobre que
se trata de uma análise da volatilidade da empresa, que indica que há duas semanas ela ultra-
passou e muito o limite de risco o qual pode correr. Desta forma, a empresa está prestes a falir, o
que provoca uma reunião de emergência com diversos setores da empresa, entre eles seu dono, o
acionista John Tuld (Jeremy Irons).
84