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Explosivos e lesões por explosão

Por James M. Madsen

, MD, MPH, U.S. Army Medical Research Institute of Chemical Defense (USAMRICD)

Última modificação do conteúdo fev 2021

Clique aqui para acessar Educação para o paciente

Fisiopatologia

Sinais e sintomas

Diagnóstico

Tratamento

Recursos do assunto

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Eventos de alta energia nos quais um líquido ou sólido é rapidamente convertido em gás
podem ocorrer em 3 etapas:

Deflagração: queima rápida, com rajada mínima

Explosão: ignição subsônica e rajada de vento (explosivo de baixo grau)

Detonação: ignição supersônica e onda de explosão (explosivo de alto grau)


Um exemplo de deflagração seria o clarão rápido (sem estrondo) resultante quando uma
pequena quantidade de pólvora dispersa é inflamada. O mesmo pó preto fechado firmemente
em um recipiente provocaria uma explosão de baixo grau. Em explosivos de alto grau, a onda
de ignição atravessa o material em uma velocidade supersônica e provoca uma onda de
explosão supersônica (detonação); os exemplos comuns são a nitroglicerina e o trinitrotolueno
(TNT — Exemplos de explosivos de baixo e alto grau).

Tabela

Exemplos de explosivos de baixo grau e alto grau

Nos incidentes de desastres em massa envolvendo explosões, 3 zonas concêntricas são


identificadas:

Eepicentro da explosão

Perímetro secundário

Periferia da explosão

No epicentro da explosão (zona de morte), os sobreviventes provavelmente são mortalmente


feridos, é provável que haja capacidades técnica de resgate e remoção e suporte avançado de
vida, e uma proporção alta entre as vítimas e o atendimento médico é necessária para todos
os sobreviventes. No perímetro secundário (zona crítica de baixas), os sobreviventes terão
múltiplas lesões, e é necessária uma capacidades padrão de resgate e proporções moderadas
entre as vítimas e o atendimento médico. Na periferia da explosão (zona de feridos que podem
deambular), a maioria das vítimas terá lesões e trauma psicológico não fatais, não há
necessidade de resgate e são necessários suporte básico de vida e autoajuda.

(Ver também Visão geral dos incidentes com armas de destruição em massa.)

Fisiopatologia das lesões explosivas e por explosão

As lesões por explosão englobam tanto o trauma físico como o psicológico. O trauma físico
compreende as fraturas, o comprometimento respiratório, as lesões de tecidos moles e de
órgãos internos, a perda de sangue interna e externa com choque, queimaduras e deficit
sensorial, especialmente de audição e visão. Cinco mecanismos de lesão por explosão foram
descritos (ver tabela Mecanismos da lesão por explosão).

Tabela
Mecanismos da lesão por explosão

A onda de choque supersônica nas lesões primárias por explosão comprime os espaços
contendo ar que então se reexpandem rapidamente, causando forças de corte e laceração que
podem danificar os tecidos e perfurar órgãos. O sangue é forçado a sair da vasculatura e entrar
nos espaços com ar e tecido circundante. O comprometimento pulmonar (lesão pulmonar por
explosão) pode causar contusão pulmonar, embolia sistêmica (especialmente no cérebro e
coluna) e lesões associadas a radicais livres (trombose, lipo-oxigenação e coagulação
intravascular disseminada); é uma causa comum de mortalidade tardia. As lesões primárias por
explosão também envolvem barotrauma intestinal (em particular com explosões
subaquáticas), barotrauma acústico (como a ruptura da membrana timpânica, hemotímpano
sem ruptura, e fratura ou luxação dos ossículos da orelha média) e traumatismo
cranioencefálico.

Sinais e sintomas das lesões explosivas e por explosão

A maioria das lesões (p. ex., fraturas, lacerações e lesões cerebrais) se manifesta da mesma
maneira como nos outros tipos de trauma. A lesão pulmonar por explosão pode causar
dispneia, hemoptise, tosse, precordialgia, taquipneia, sibilos, diminuição dos sons
respiratórios, apneia, hipóxia, cianose e instabilidade hemodinâmica. A embolia aérea pode se
manifestar como acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio, abdome agudo, cegueira,
surdez, lesão medular ou claudicação. As lesões da membrana timpânica e da orelha interna
pode prejudicar a audição, que sempre deve ser avaliada. Os pacientes com lesão abdominal
por explosão podem ter dor abdominal, náuseas, vômitos, hematêmese, dor retal, tenesmo,
dor testicular e hipovolemia inexplicável. O traumatismo cranioencefálico pode se manifestar
imediatamente e se resolver ou deixar efeitos neurocognitivos residuais de graus variados.
Também existe a preocupação de que múltiplas exposições a explosões de nível baixo possam
ter um efeito neurocognitivo deletério cumulativo e talvez levar à encefalopatia traumática
crônica.

Diagnóstico das lesões por explosão e explosão

Avaliação clínica

Exames de imagem como indicação pelos achados

Avaliam-se os pacientes da mesma maneira que a maior parte das vítimas com múltiplos
traumas (ver Abordagem ao paciente com trauma: avaliação e tratamento), exceto que
esforços especiais são direcionados para identificar lesões por explosão, particularmente
trauma pulmonar por explosão (e consequente embolia gasosa), trauma auditivo, lesão
penetrante oculta e lesão por esmagamento. Apneia, bradicardia e hipotensão são a tríade
clínica clássica associada a lesões pulmonares por explosão. Considera-se que a ruptura da
membrana timpânica é um indicador de lesão pulmonar por explosão, mas as petéquias
faríngeas podem ser um preditor melhor. Realizam-se radiografias de tórax, que pode mostrar
um padrão em borboleta característico. Monitoramento cardíaco é realizado em todos os
pacientes. Os pacientes com possível lesão por esmagamento são testados para mioglobinuria,
hiperpotassemia e alterações no ECG.

Triagem

Nas lesões por explosão, os pacientes menos gravemente feridos muitas vezes não passam
pela triagem pré-hospitalar e são encaminhados diretamente para os hospitais, possivelmente
sobrecarregando os recursos médicos antes da chegada tardia de pacientes mais gravemente
feridos. A triagem no local difere da triagem convencional de politraumas, principalmente pelo
fato de que as lesões por explosão podem inicialmente ser mais difíceis de reconhecer, assim a
triagem inicial deve ser direcionada para a identificação de explosão pulmonar, explosão
abdominal e da síndrome de esmagamento aguda, além das lesões mais óbvias.

Tratamento das lesões explosivas e por explosão

Deve-se prestar atenção às vias respiratórias, respiração, circulação, incapacidade (status


neurológico) e exposição do paciente (ver Abordagem ao paciente com trauma: avaliação e
tratamento). O alto fluxo de oxigênio e a administração de líquidos são prioritários, e deve-se
considerar a colocação de precoce de um dreno de tórax. A maioria das lesões (p. ex.,
lacerações, fraturas, queimaduras, lesões internas, lesões na cabeça) é tratada como discutido
em outra partes do Manual.

Como a embolia gasosa pode piorar após o início da ventilação com pressão positiva, deve-se
evitar a ventilação com pressão positiva, a menos que absolutamente necessária. Se usada,
devem ser escolhidas velocidades mais lentas e configurações de pressão inspiratória mais
baixas. Os pacientes com suspeita de embolia aérea/gasosa devem ser colocados na posição
de coma (ou restabelecimento), a meio caminho entre o decúbito lateral esquerdo e o
decúbito ventral com a cabeça no ou abaixo do nível do coração. A terapia hiperbárica com
oxigênio (OHB) pode ser útil (ver Terapia de recompressão).

Se a síndrome de esmagamento aguda for diagnosticada ou suspeita, é feito o cateterismo


urinário para permitir o monitoramento contínuo do débito urinário. A diurese forçada com
solução de manitol alcalino para manter o débito urinário em até 8 L/dia e um pH urinário de ≥
5 podem ajudar. Gasometria arterial, eletrólitos e enzimas musculares devem ser
monitorados. Controlar a hiperpotassemia com cálcio, insulina e glicose (ver Hiperpotassemia:
tratamento). A oxigenoterapia hiperbárica pode ser particularmente útil nos pacientes com
infecção profundas nos tecidos. O monitoramento da síndrome compartimental é feito
clinicamente medindo a pressão do compartimento. Os pacientes podem necessitar de
fasciotomia se a diferença entre a pressão arterial diastólica e a pressão compartimental for <
30 mmHg. Hipovolemia e hipotensão podem não ser aparentes inicialmente, mas podem
ocorrer repentinamente após a liberação e reperfusão tecidual, de modo que grandes volumes
de líquidos por via endovenosa (p. ex., 1 a 2 L de Ringer lactato ou soro fisiológico) são
administrados tanto antes como após a reperfusão. Os líquidos são mantidos em uma
velocidade de infusão suficiente para manter o débito urinário entre 300 a 500 mL/h.

As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem a política oficial do
Departamento das Forças Armadas, Departamento de Defesa ou o Governo dos EUA.

Explosivo: O que é? Definições, Tipos, Classificação, Legislação

Explosivo: O que é? Definições, Tipos, Classificação, LegislaçãoO que é explosivo?

Explosivos são substâncias, ou misturas de substâncias, que reagem rapidamente, sob


determinada condição, produzindo rapidamente grande volume de gases, com grande
liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. São substâncias que se decompõem
rapidamente, com rápida expansão de gases e grande liberação de energia e calor.

Explosivo

A descoberta dos explosivos se deu na China no ano 1000 d.C., com a descoberta da pólvora:
um pó preto formado pela mistura de carvão, enxofre e salitre (nitrato de potássio), utilizado
então apenas para fabricar fogos de artifícios.

Possuem em sua composição química, componentes que possuem alta energia interna, os
quais, quando sensibilizados por um acionador, liberam essa energia na forma de calor e ondas
de choque.

As ondas de choque são, normalmente, responsáveis pela maior quantidade de danos


ocasionados por uma explosão.

Para ser considerado um explosivo a substancia tem que ter uma instabilidade natural que
possa ser acionada por uma chama, choque, atrito ou calor.
Legislação sobre atividade com explosivo

Os explosivos são produtos de interesse militar cujas atividades de fabricação, utilização,


armazenamento, importação, exportação, desembaraço alfandegário, tráfego e comércio
estão sujeitas a legislação específica e controle do Exército.

Os explosivos são considerados Produto controlado pelo Exército e estão sujeitos ao


Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).

O Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do Exército Brasileiro, é


aprovado pelo Decreto n.º 3.665, de 20 de novembro de 2000.

O Comandante Logístico, por meio da Portaria n 03 de 10 de outubro de 2012, estabelece


Normas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios.

O Ministério do Trabalho, por meios da NR 19, também estabelece normas para as atividades
com explosivos.

Definições relacionadas a explosivos

Explosão

A explosão é um violento arrebentamento ou expansão resultante de uma grande pressão,


que pode ser causado pela transformação de um explosivo por detonação, deflagração ou
outra súbita liberação de pressão como a contida em um vaso de pressão.

Detonação

A detonação é um fenômeno no qual uma onda de choque auto sustentada, de alta energia,
percorre o corpo de um explosivo causando a sua transformação em produtos mais estáveis
com a liberação de grande quantidade de calor.

É um fenômeno característico dos chamados altos explosivos.

Deflagração

A deflagração é a autocombustão de um corpo, que pode estar em qualquer estado físico e


que contém em sua composição combustível e comburente intimamente misturados em
proporção adequada.
Ocorre na direção normal à superfície, por camadas, devido à transferência de calor da zona
de chama que se encontra na fase gasosa adjacente à superfície.

É um fenômeno de superfície e é característico dos chamados baixo explosivos.

Combustão

A combustão é a reação química do oxigênio com materiais combustíveis em cujo processo se


apresentam luz e rápida produção de calor.

Classificação dos Explosivos

Os explosivos são classificados de acordo com uma variedade de características, sendo que o
sistema mais comum para classificá-los os divide em:

Explosivos de alto impacto (altos explosivos), e explosivos de baixo impacto (baixos


explosivos).

Altos explosivos e Baixos explosivos

Os altos explosivos e os baixos explosivos (propelentes) se diferem basicamente quanto a sua


velocidade de transformação.

Enquanto os altos explosivos possuem velocidades de detonação geralmente entre 1.500 m/s
e 9.000 m/s e pressões acima de 50.000 psi, os baixos explosivos possuem velocidades
combustão de até 1.500 m/s e pressões abaixo de 50.000 psi.

Esses explosivos liberam grandes volumes de gás nos processos de detonação e deflagração.

No caso dos baixos explosivos, esse processo ocorre de maneira definida e controlável.

Outro aspecto no qual esses explosivos se diferem refere-se aos processos de combustão.

Altos explosivos detonam enquanto baixos explosivos deflagram.


Assim, explosivos de baixo impacto geralmente queimam ao invés de gerar uma explosão,
sendo seus danos provocados pelo calor e pelas chamas ao invés de ondas de choque.

Os baixos explosivos apresentam menor poder destrutivo, quando comparados aos altos
explosivos, em função de sua menor velocidade de transformação.

Se forem acondicionados em recipiente fechado, podem reagir de maneira mais violenta.

Como exemplos, podem ser citados a pólvora negra, o peróxido de hidrogênio e a pólvora sem
fumaça.

Por outro lado, explosivos de alto impacto detonam rapidamente, sendo possível encontrar
vestígios do mesmo nos locais que entram em contato.

Essas reações químicas geralmente são completas e ocorrem em microssegundos após a


ignição.

Altos explosivos primários e altos explosivos iniciadores

Os altos explosivos podem ser classificados, quanto a sua sensibilidade à iniciação, em


primários e secundários

Explosivos primários

Os explosivos primários são altamente sensíveis, podendo ser iniciados por chama, centelha,
impacto e/ou fricção.

São facilmente detonados e, portanto, utilizados para iniciar altos explosivos menos sensíveis.

Azida de chumbo, estifinato de chumbo e tetrazeno, são alguns exemplos de altos explosivos
primários. São geralmente utilizados em espoletas e detonadores.

Por serem perigosos e de difícil manipulação, raramente são utilizados por amadores na
fabricação de bombas caseiras.

Explosivos secundários
Os explosivos secundários ou explosivos de ruptura são os destinados à produção de um
trabalho de destruição pela ação da força dos gases produzidos em sua transformação.

Os explosivos secundários são menos sensíveis que os primários, necessitando de um estímulo


inicial, por exemplo, de um explosivo iniciador.

Assim, se inflamados ao ar livre, queimam silenciosamente, ao invés de explodirem.

A menor sensibilidade dos explosivos secundários implica em serem mais estáveis também,
em relação aos explosivos primários.

Esses explosivos são comumente utilizados no desmonte de rochas.

Como exemplo de explosivo dessa classificação têm-se a nitroglicerina, a nitrocelulose, a


nitroguanidina, a PETN, o TNT, o tetril, o ácido pícrico e o ANFO.

Propriedades dos explosivos

Os explosivos apresentam diversas propriedades que os caracterizam, destacando-se:

a estabilidade química;

a potência explosiva (eficiência);

o calor de combustão;

a temperatura; e

a velocidade de detonação.

Eficiência

A eficiência de um explosivo depende da quantidade de energia do explosivo e da velocidade


com a qual essa energia é liberada numa explosão.

Sensibilidade

A sensibilidade de um explosivo é uma propriedade intrínseca, relacionada com a iniciação e à


propagação da onda de choque.
Assim sendo, está relacionada com a facilidade de um explosivo ser iniciado por um explosivo
iniciador.

Quanto maior a sensibilidade de um determinado explosivo, menor a será a quantidade de


energia necessária para acionar o mesmo, ou seja, romper a resistência do explosivo à
detonação.

Energia dos Explosivos

A energia ou força de um explosivo é descrita como a capacidade deste em realizar trabalho


sobre as vizinhanças.

Em teoria, um explosivo ou um artefato explosivo é capaz de alcançar o valor de 100% de


eficiência.

Na prática, esse valor varia de 30% a 90%.

Velocidade de Detonação

A velocidade de detonação de um explosivo é descrita com a velocidade com a qual a onda de


choque se propaga na massa explosiva.

Em outras palavras, corresponde a velocidade com que o explosivo se decompõe


quimicamente.

A velocidade de detonação define o ritmo com o qual ocorre a liberação de energia.

O conhecimento da velocidade de detonação é importante para otimização do desempenho


do explosivo.

Tipos de aplicações

Explosivos iniciadores

Explosivos muito sensíveis, usados em detonadores, para o acionamento de outros


explosivos.

Explosivos reforçadores
Usados quando o explosivo principal é demasiado insensível para garantir a ignição apenas
com o detonador.

São mais sensíveis e menos potentes que o principal, e menos sensíveis mas mais fortes que os
detonadores.

Explosivos balísticos

Usados em munições ou para criar um efeito de deslocamento.

Explosivos de ruptura

Explosivos com uma detonação forte o suficiente para causar a ruptura dos materiais em vez
do arrastamento.

Explosivos incendiários

Cuja principal função é aumentar a temperatura ou causar que o seu redor entre em
combustão.

Explosivos pirotécnicos

Usados no fogo-de-artifício. Muito barulho, muita luz.

Podem ser misturados a diferentes compostos químicos como Mg, Ca, Ba e P para criar efeitos
coloridos.

Exemplos de Explosivos

Explosivo plastico

Os explosivos plásticos além de serem extremamente potentes, possuem qualidades


invejáveis aos demais: estabilidade, maleabilidade e resistência ao calor.

Os explosivos plasticos podem ser moldados e aquecidos sem perigo de uma detonação
indesejada.

O explosivo plástico moldável, composto por produtos nitrados (altos explosivos),


plastificantes e estabilizantes.
Aplicado em demolições, moldagem e endurecimento superficial de metais e, em soldagem de
placas metálicas.

Pólvora

A pólvora clássica (explosiva) é constituída por salitre, carvão e enxofre. O principal


componente – o salitre ou Nitrato de Sódio, possui alto poder de combustão e explosão.

A pólvora pode ser classificada de duas formas:

– Propelente: é a pólvora usada nas munições, se queima mais lentamente e constante.

– Explosiva: é usada basicamente para fogos de artifício (pólvora negra).

Possui queima média a alta velocidade, é por isso que gera grande volume de gás e explode se
estiver confinada.

Petardo

Artefato explosivo de uso militar destinado, principalmente a destruições e demolições.

Constitui-se de um bloco de TNT prensado, colocado em embalagem plástica ou metálica.

Oferece alta segurança na operação e grande eficiência e aplicabilidade, podendo ser acionado
por espoleta comum ou elétrica.

Anfo

Basicamente composto de nitrato de amônia. Não possuem resistência à água, contém baixa
densidade e baixo custo.

Emulsão Encartuchada
Explosivo encartuchado com alto poder de ruptura, alta resistência à água e grande potencia
de detonação.

Ideal para aplicação em minerações subterrâneas, a céu aberto, desmontes subaquáticos e


construção civil em geral

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José Sérgio Marcondes – Autor Artigo

Referência Bibliográfica

Barcelos Junior, Adão Edson de Análise direta de vestígios de explosivos empregando


espectroscopia vibracional [manuscrito]: uma proposta de auxílio à perícia / Adão Edson de
Barcelos Junior. 2017. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais –
Departamento de Química.

www.profpc.com.br/Química_Explosivos.pdf

www.unesp.br/Home/crh/explosivos.doc

http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR19.pdf
Datei:C4-Sprengstoff

Explosivo

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências.
Conteúdo não verificável pode ser removido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e
acadêmico) (Julho de 2021)

Preparando o explosivo C-4 militar para detonação.

Um explosivo é uma substância ou conjunto de substâncias que podem sofrer o processo de


explosão, liberando grandes quantidades de gases e calor em curto espaço de tempo. Com o
calor, os gases se expandem e, se estiverem num espaço pequeno, a pressão exercida é
enorme até chegar ao ponto de ruptura, com grande onda de choque.

Características

No sentido muito amplo, é um material extremamente instável (metaestável) que se pode


decompor rapidamente formando produtos estáveis.

Os produtos da explosão são acompanhados da libertação de energia sob diversas formas,


entre as quais: uma violenta expansão dos gases (o volume dos produtos é superior ao volume
dos reagentes); elevação brusca da temperatura; luz; ruído.

Os primeiros explosivos, criados há séculos, eram misturas de carvão e salitre com cera
mineral, resinas e areias petrolíferas com a finalidade de produzir fumaça, incêndios e fogos de
artifício. Somente a partir do século XIV passou a ser usado em guerras.

Classificação dos explosivos

Símbolo de risco "E" inerente as substâncias com risco de explosão.

Os explosivos podem ser classificados de diversas formas.

Duas formas muito comuns de os classificar são as seguintes:

Por constituição

Heterogêneos - constituídos por matérias que, separadas, não têm características explosivas
(ex: pólvora, ANFO).
Homogêneos - constituídos por um composto químico com fórmula definida e
autosuficiente do ponto de vista da reação (ex: TNT, nitrocelulose, nitroglicerina).

Mistos - explosivos químicos com adição de outros compostos que melhoram ou alteram as
suas propriedades (ex: dinamite)

Por aplicação

Iniciadores - explosivos muito sensíveis, usados em detonadores.

Reforçadores - usados quando o explosivo principal seja demasiado insensível para garantir
a ignição pelo detonador. Mais sensíveis e menos potentes que o principal, e menos sensíveis
mas mais fortes que os detonadores.

Balísticos - usados em munições ou para criar um efeito de deslocamento. Mais lentos.

Ruptura - explosivos com uma detonação forte o suficiente para causar a ruptura dos
materiais em vez do arrastamento. Mais rápidos.

Incendiários - cuja principal função é aumentar a temperatura ou causar que o seu redor
entre em combustão.

Pirotécnicos - como os usados no fogo-de-artifício. Muito barulho, muita luz. Podem ser
misturados a diferentes compostos químicos como Mg, Ca, Ba e P para criar efeitos coloridos.

É comum reduzir esta segunda forma para Altos Explosivos e Baixos Explosivos, seguindo de
perto a bibliografia de língua inglesa (High Explosives and Low Explosives), para,
respectivamente, os explosivos que apresentem um grande ou pequeno poder. Mesmo assim,
é frequente ler Detonantes e Deflagrantes no equivalente sentido de classificação.

Detonantes

Ou Altos Explosivos:

TNT; RDX; Tetranitrato de pentaeritritol (PETN ou Nitropenta); ANFOS; Ácido pícrico (TNP ou
trinitrofenol); Tricloreto de nitrogênio; H.M.T.D; Astrolite; Nitroglicerina; MMAN; Heptóxido de
Dimanganês; Fulminato de mercúrio; Azida de chumbo; Diazodinitrofenol(DDNP);
Nitrocelulose(tipos com alto teor de nitrogênio compreendendo trinitrocelulose e
hexanitrocelulose); HMX, etc..

Deflagrantes

Ou Baixos Explosivos:
Pólvora negra ; nitrocelulose(tipos com baixo teor de nitrogênio, conhecida também como
"colóide" e "piroxilina" ,mas com a ressalva de que a trinitrocelulose - citada em altos
explosivos - pode ser usada também com finalidades balísticas e/ou propulsivas), etc..

Explosivos primários e secundários

Ver artigo principal: Explosivos primários e secundários

Explosivos ainda são classificados em primários e secundários, e por algumas referências como
terciários. Primários seriam os explosivos mais sensíveis, facilmente detonáveis, que iniciam a
explosão de um explosivo mais seguro ao manuseio em grande quantidade e normalmente de
mais baixo custo, no caso, secundário.

Características dos explosivos

Os explosivos podem ter diversas características, que podem, de uma forma ou de outra, dar
uma ideia da sua aplicabilidade em determinadas circunstancias.

O estudo destas remete-se, geralmente, à Química dos Explosivos.

Entre estas, temos:

Balanço de oxigênio - a suficiência ou não de oxigénio na composição pode gerar condições


perigosas, nomeadamente em minas e locais com baixa ventilação.

Balanço muito negativo - geração de gases tóxicos.

Balanço muito positivo - geração de gases inflamáveis.

Sensibilidade - importante para as condições de manuseamento do explosivo. Estas


condições prevêem geralmente as formas de transmissão de energia a que o explosivos é mais
ou menos sensível (impacto, fricção, calor, etc.).

Estabilidade - para as condições de armazenamento do explosivo.

Calor de Explosão/Temperatura da explosão - diferentes utilizações podem requerer um


elevado calor (soldadura, por exemplo) ou baixo.

Volume de gases/Pressão da explosão - já que é este o factor que determina a onda de


choque.

Densidade - já que a alteração desta (muitas vezes no local de aplicação) pode alterar as
propriedades da explosão.

Velocidade da explosão - que determina, entre outros, a força que esta terá.

Potência específica/Poder de fragmentação (brisance) - que procuram dar uma ideia da


potência do explosivo.
Explosivos vs. Combustíveis

A diferença entre estes dois é a autossuficiência dos primeiros em termos de oxigénio.

Relacionada com esta diferença está a velocidade de reacção de cada um. Por exemplo, a
gasolina tem maior energia potencial que a maior parte dos explosivos, no entanto a sua
velocidade de detonação é de 1 680 m/s, comparada com uma velocidade de 6 940 m/s do
TNT. Assim, o TNT liberta mais energia no mesmo espaço de tempo que a gasolina.

Para uma explicação sobre a onda explosiva e a velocidade da reacção, veja o artigo sobre
explosão.

Explosivos caseiros

Ver artigos principais: Artefato explosivo improvisado e Coquetel molotov

Explosivos caseiros é tudo que pode causar explosão feito com substâncias que podem ser
encontradas facilmente. Essas substancias podem ser qualquer tipo de líquido, como bebidas,
gel de cabelo e cremes. Tornando-se cada vez mais comum atentados terroristas.[1][2][3][4][5]

Ver também

Lista de frases de segurança

Frases de risco

Frases de segurança

Frases de Risco e Segurança

Símbolo de risco

Segurança do trabalho

Referências

Dinamite, Howstuffworks (26 de Dezembro de 2010). Disponivel em:


http://ciencia.hsw.uol.com.br/questao397.htm.
Explosivos, Clube da quimica. Disponivel em:
http://clubedaquimica.awardspace.biz/explosivos.htm.

FOX, Maggie. Explosivos líquidos podem ser encontrados em qualquer banheiro. Uol Noticias,
(10/08/2006 - 15h16). Disponivel em:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/08/10/ult729u59509.jhtm

MOLINE, Luis Luz. Explosivos. Infoescola, (6 dezembro de 2007). Disponivel em:


http://www.infoescola.com/quimica/explosivos/

Química explosiva. Profpc. Disponivel em: http://www.profpc.com.br/Qu


%C3%ADmica_Explosivos.pdf

Portal da química Portal da guerra

Bombas caseiras descobertas pela polícia de Bagdá, Iraque, em novembro de 2005.


Uma coluna de fumaça que se ergueu após a explosão de carro-bomba no Iraque, em 2005.

Um carro-bomba ou carro armadilhado é um automóvel equipado com explosivos que podem


ser guiados por um terrorista ou outra pessoa, provocando um ataque suicida, ou acionados
por algum dispositivo eletrônico como um detonador à distância ou um "timer". São
normalmente utilizados por grupos radicais e forças especiais, principalmente nos países do
Oriente Médio, com o objetivo de causar temor e um número expressivo de mortos.[1]

Carros-bomba podem ser divididos em duas categorias principais: aqueles usados


principalmente para matar os ocupantes do veículo (muitas vezes como um assassinato) e
aqueles usados como meio de matar, ferir ou danificar pessoas e edifícios fora do veículo. O
último tipo pode ser estacionado (o veículo disfarçando a bomba e permitindo que o homem-
bomba fuja), ou o veículo pode ser usado para entregar a bomba (geralmente como parte de
um atentado suicida).[2]

É comumente usado como arma de terrorismo ou guerrilha para matar pessoas perto do local
da explosão ou para danificar edifícios ou outras propriedades. Carros-bomba atuam como
seus próprios mecanismos de lançamento e podem transportar uma quantidade relativamente
grande de explosivos sem atrair suspeitas. Em veículos e caminhões maiores, pesos de cerca
de 7 000 libras (3 200 kg) ou mais foram usados, por exemplo, no atentado de Oklahoma City.
[3] Carro-bomba são ativados de várias maneiras, incluindo abrir as portas do veículo, dar
partida no motor, detonar remotamente, pressionar o acelerador ou os pedais de freio ou
simplesmente acender um fusível ou configurar um dispositivo de cronometragem. A gasolina
no tanque de combustível do veículo pode tornar a explosão da bomba mais potente,
dispersando e inflamando o combustível.[2]

Referências

Mike Davis, Buda's Wagon: A Brief History of the Car Bomb (2007).

Wilkinson, Paul; Christop Harman (1993). Technology and terrorism. Routledge. ISBN 0-7146-
4552-4

News, A. B. C. «Nation's deadliest domestic terrorist inspiring new generation of hate-filled


'monsters,' FBI records show». ABC News (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2022
Uma mina terrestre é um artefato explosivo projetado para destruir alvos inimigos, quando
eles passam sobre ou perto dele. Tal dispositivo é tipicamente detonado automaticamente
quando é usado de outras maneiras.[1]

Minas são utilizadas com a finalidade de evitar ou dificultar o avanço de forças de infantaria ou
de carros de combate em campo de batalha.

Classes

Existem duas classes de minas terrestres:

Minas antitanques ou antiveiculares, destinadas principalmente veículos autopropulsados.


Estes dispositivos contêm cerca de cinco quilos de explosivos.

Minas antipessoais ou anti-individuais, mais leves, têm a função de matar ou ferir várias
pessoas se estiverem próximas a estes artefatos após a sua explosão. Contêm em média meio
quilo de explosivos e fragmentam-se ao explodir.

Funcionamento

É composta por um invólucro com carga explosiva e um detonador. Enterrada a pouca


profundidade, é detonada pelo peso do alvo que se quer atingir. Podem continuar ativas
depois de muito tempo de sua instalação.[1]

Para a instalação de uma mina, em primeiro lugar, elege-se o que se quer atingir. Para tal, é
verificado o grau de fragmentação após a explosão e a dificuldade de detecção do artefato.

O dispositivo é enterrado a pouca profundidade no solo e detonado pelo peso de soldados ou


veículos que passam sobre si, dependendo do tipo.

Para evitar sua detecção magnética através de equipamentos eletrônicos, as modernas


cápsulas de minas são produzidas por materiais não magnéticos e não condutivos. Existem
minas fabricadas com explosivos plásticos, encapsulamento cerâmico e com dispositivos de
disparo fabricados com componentes mecânicos a base de polímeros.

O sistema de disparo pode ser acionado por pressão ao toque exercida sobre uma barra
articulada. O detonador também pode ser eletrônico, acionado por controle remoto ou
temporizador mecânico, pneumático ou eletrônico. Por via de regra, as minas foram banidas.
Em contrapartida, são muito usadas nos países pobres e guerrilhas da América do Sul.
Soldado do Exército dos EUA numa operação de remoção de minas terrestres.

http://www.bragg.army.mil/EOD/images/EOD.6.jpg

Uma mina antipessoal ou mina anti-indivíduo é uma mina terrestre, desenhada com a função
de matar ou ferir várias pessoas que estiverem próximas a estes artefatos após a sua explosão.

A Claymore Inc. é maior indústria de minas antipessoais do mundo, e se encontra nos Estados
Unidos. Esta indústria fabrica um tipo de mina cuja função é destruir e cauterizar após a
explosão os membros inferiores dos elementos atingidos, aleijando-os mas não matando-os. O
objetivo desta técnica é conseguir que o alvo não venha a morrer por hemorragias, mas sim
permanecer vivo, acordado e sentindo dores pela maior quantidade de tempo possível, a fim
de quebrar o moral da tropa em seu avanço.

Existe um tipo de mina fabricada pela Claymore que dispara cerca de três mil projéteis de aço
à base de urânio empobrecido em forma de agulhas (chamados vulgarmente de flexets), cuja
função é causar o maior número de danos ao grupo atingido, desde pessoas até veículos. O
alcance destas agulhas chega a várias centenas de metros.

Este tipo de mina não é permitido pelo Tratado de Ottawa.


Tipos

As minas antipessoais podem ser de explosão ou de fragmentação. As primeiras atingem ao


alvo de forma a causar os maiores danos possíveis aos alvos mais próximos, destroçando e
queimando os elementos atingidos para reduzir o moral do grupo de avanço. O segundo tipo é
projetado para atingir o maior número possível de alvos, próximos ou distantes do ponto de
explosão. Esse tipo expele grande quantidade de fragmentos, em altíssima velocidade, com
alcance considerável. Neste grupo existe o tipo saltador, cuja cápsula, após o disparo, salta de
seu nicho a aproximadamente um metro de altura, explodindo e lançando fragmentos que se
espalham horizontalmente.

Existe ainda um tipo de mina fixa não-direcional, instalada no solo ou imediatamente abaixo
da superfície. Depois da ignição ela projeta seus fragmentos para cima e para fora, em 360
graus, formando um arco de 60 graus. Ao contrário de outros tipos, o objetivo dessa é
meramente destruir o caminhante.

Efeito

Quando uma pessoa pisa em uma mina explosiva e a ativa, a carga principal da mina detona,
criando uma explosão do tipó onda de choque. A onda de choque envia um enorme estresse
de compressão para cima, o que torna muito mais fácil. Quando a onda de impacto atinge a
superfície, transfere rapidamente a força para o calçado e o pé do sujeito. Isso resulta em uma
força de compressão maciça sendo aplicada. Na maioria dos casos, os membros inferiores da
vítima são destruídos pela onda de choque.

O resultado da lesão, a profundidade do corpo, a profundidade, o tipo de solo, é o mais


importante de todos, e é o mesmo. Diferentes tipos de solo serão transferidos para o assunto,
com o solo saturado "argiloso" transferindo-se mais. Cargas de mão maiores resultam em uma
liberação mais severa da pele, levando a lesões mais graves e, em alguns casos, à amputação
traumática grave da perna até o joelho.[1]
Exemplar de uma Mina-S alemã num museu francês.

Granada de mão

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Granada.


Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências.
Conteúdo não verificável pode ser removido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e
acadêmico) (Outubro de 2012)

Granada de mão

1 Tampa de Papelão

2 Tampa Superior

3 Tampa da espoleta

4 Eixo do percussor

5 Mola

6 Percussor

7 Arruela de couro

8 Ranhuras de encaixe

9 Corpo de conexão

10 Pavio

11 Segunda espoleta

12 Detonador

13 Primeira espoleta

14 Parafuso

15 Pino

16 Alavanca

17 Vista interna

Esta caixa:

verdiscutir

Granada (do francês grenade; do latim granatum, "romã"/ granum, "grão") é um artefato
bélico com uma câmara interna que leva uma carga de arrebentamento, o qual em geral se
lança a pequena distância com as mãos ou com o auxílio de uma arma de fogo (fuzil) ou lança-
granadas. O nome "granada" deriva do Francês antigo[1] e do espanhol, significando "romã",
devido a sua semelhança com essa fruta. O primeiro uso desse termo em inglês data dos anos
1590.[2]

A Granada surgiu na China Medieval, durante o século IX, era feita de cebola seca, e enchida
com pólvora, usava-se para destruir muros, fortificações etc.

Antigamente era um projetil com a forma de romã, que se enchia de pólvora, à qual se lançava
fogo. Era uma arma explosiva utilizada por tropas especiais (os granadeiros) do século XVII até
ao século XIX. As granadas modernas datam do início da Primeira Guerra Mundial.

Granadas de mão funcionam de maneira mais ou menos uniforme, sejam elas de explosão, de
fragmentação, de fumaça, de impacto, incendiárias, lacrimogêneas, de gás ou com capacidade
de iluminar. Um pino ou cavilha de segurança é retirado da granada antes que ela seja lançada,
acionando um dispositivo que dispara uma espoleta. A espoleta incendeia-se, detonando a
carga explosiva, e a granada explode, rompendo o invólucro. As granadas disparadas por fuzis
utilizam a energia propulsora dos projéteis. Conforme o tipo, são usadas contra pessoas ou
veículos de transporte blindados, para incendiar ou como meio de identificação, sinalização ou
iluminação.

O coquetel molotov, feito com garrafas de vidro cheias de parafina, gasolina e combustível,
pode ser considerado também um tipo de granada.

Tipos de Granadas

As granadas podem ser de mão ou de bocal.

As granadas de mão podem ser ofensivas, com raio de alcance de 5 metros, e defensivas com
uma camisa de estilhaços e raio de 30 metros.

As de bocal tem alcance de 150 a 400 metros, podendo ser antipessoal, com raio de utilização
de 30 metros, ou anticarro, com raio de utilização de até 50 metros.
O coquetel molotov (português brasileiro) ou cocktail molotov (português europeu) é uma
arma química incendiária geralmente utilizada em protestos e guerrilhas urbanas.

A sua composição inclui uma mistura líquida inflamável e perigosa ao ser transportada, como
petróleo, gasolina, ácido sulfúrico, clorato de potássio, álcool e éter etílico, misturados no
interior de uma garrafa de vidro, e pano embebido do mesmo combustível na mistura dum
pavio. O pavio pode ser desnecessário dependendo da mistura se for arremessado sobre o
alvo, dependendo da composição química no interior a faísca produzida no choque da garrafa
ao se arremessar contra o alvo.

O nome deriva do diplomata soviético Vyacheslav Mikhailovich Molotov. Esse nome foi
atribuído, por ironia, pelos finlandeses durante a invasão da Finlândia pela União Soviética na
Guerra de Inverno em 1939.[1] O então comissário de Relações Exteriores afirmou em
programas de rádio que os soviéticos não estavam jogando bombas sobre os finlandeses, e sim
fornecendo-lhes alimentos. Esses últimos passaram a chamar suas bombas de cesto de pães de
Molotov, e a denominar suas bombas artesanais de "Coquetéis Molotov".

O coquetel molotov na Segunda Guerra Mundial

Soldado finlandês com um coquetel molotov durante a Guerra de Inverno.

Coquetel molotov após o impacto.


Durante a Segunda Guerra Mundial, a Finlândia foi atacada pela União Soviética, em novembro
de 1939. O exército finlandês, que carecia de armas antitanque para enfrentar os tanques do
Exército Vermelho, adotou então este dispositivo incendiário improvisado da Guerra Civil
Espanhola de 1936–1939. Na Espanha, o general Francisco Franco havia ordenado aos
nacionalistas espanhóis que utilizassem a arma contra os tanques soviéticos T-26 que
combatiam ao lado dos republicanos num ataque mal-sucedido, próximo a Toledo, a trinta
quilômetros de Madrid.[1] A arma demonstrou, neste episódio, ser eficaz mesmo contra forças
blindadas. Na Finlândia, a produção em larga escala começou então. A arma era produzida
pela companhia Alko na sua fábrica de Rajamäki, consistindo numa mistura de etanol, gasolina
e alcatrão, com dois fósforos especiais que serviam de pavio.

Um total de 450 mil unidades foram produzidas entre dezembro e março, por uma força de
trabalho de 87 mulheres e 5 homens.

O exército polaco utilizou um dispositivo de ignição por impacto (Éter etílico), tornando
desnecessária a pré-ignição da arma. Este consistia na adição de ácido sulfúrico à mistura, que
iria reagir, após a quebra da garrafa, com uma mistura de clorato de potássio e açúcar,
cristalizada sobre um pano enrolado em torno da garrafa.

Coquetel molotov sendo lançado.

Em confrontos urbanos e guerrilha urbana são ainda utilizados outros tipos de misturas e
dispositivos.

O princípio de funcionamento básico da arma reside na dispersão química de líquido


inflamável após o impacto num alvo ou no chão. A ignição não é imediata, dando tempo para
que uma pequena parte do líquido evapore (éter etílico) o que provocará uma espécie de
explosão de fraca potência, que pode ajudar à dispersão do restante líquido sobre uma área
maior. O agente adicionado (sabão, detergente ou óleo) aumenta a aderência do combustível
ao alvo.

No Brasil

No Brasil, a posse, fabricação ou o uso de tal artefato configura crime de "posse ou porte ilegal
de arma de fogo de uso restrito", estando o infrator sujeito à pena de reclusão de, no mínimo,
três anos até o máximo de seis anos e multa, conforme disposto na Lei 10.826/03, Art. 16,
Inciso 3º.

Ver também

Arma de fogo artesanal

Artefato explosivo improvisado


Coquetel puputov

Referências

Sami Korhonen. «The battles of the winter war» (em inglês). Consultado em 15 de maio de
2012

Ligações externas

Commons

O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Coquetel molotov

Cocktail Molotov na Segunda Grande Guerra

Ícone de esboço Este artigo sobre armas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia
expandindo-o.
Molotow cocktail, Finland, winter war, liquid fuel bottle as anti-tank weapon, fixed storm
match as ignitor.

Coquetel Molotow, Finlândia, guerra de inverno, garrafa de combustível líquido como arma
antitanque, partida de tempestade fixa como ignitor.

Tipo de coquetel molotov usado pelos finlandeses durante a Guerra de Inverno.

Tipo

artefato explosivo improvisado

arma incendiária

granada de mão

modelo de arma (d)

SUBSTANCIAS EXPLOSIVAS: AS 5 MAIS:

1 – TNT

Todo mundo já ouviu falar sobre o TNT — ou trinitrotolueno —, certo? Esse é, sem dúvida, um
dos explosivos mais conhecidos que existem, e consiste em um sólido amarelo que foi criado
em 1863 para ser usado originalmente como pigmento. Isso mesmo! Quem descobriu que o
TNT podia ser utilizado como explosivo foi um químico alemão chamado Carl Häussermann,
cerca de 30 anos depois de o material ser desenvolvido.

Uma das vantagens do TNT é que ele não explode espontaneamente e é fácil de ser
manuseado. O material inclusive pode ser derretido e vertido em recipientes sem que nada de
muito emocionante aconteça, e é necessário um detonador para que esse explosivo libere
toda a sua força. E bota força nisso, já que os grupos nitro do composto se convertem
rapidamente em nitrogênio (gasoso).

Por conta dessa versatilidade toda no manuseio, o TNT — que não deve ser confundido com a
dinamite — é ideal para ser usado em demolições controladas, já que ele pode ser facilmente
distribuído pela estrutura que irá voar pelos ares sem maiores riscos. Veja a seguir um edifício
vindo abaixo com o uso de TNT: Outra curiosidade sobre o TNT é que ele também usado como
base para medir a energia liberada em explosões, especialmente as nucleares, bem como para
estimar o poder de possíveis impactos de asteroides.
2 – RDX

A sigla RDX é usada em referência à ciclotrimetilenotrinitramina, um explosivo cujas


propriedades se devem à presença de muitas ligações entre átomos de nitrogênio — em vez
de oxigênio. Acontece que essas ligações são extremamente instáveis, já que os átomos de
nitrogênio se unem produzindo esse elemento na forma gasosa, e quanto mais ligações de
nitrogênio existirem em uma molécula, mais explosivo será o material.

Pois o RDX contém mais ligações instáveis entre átomos de nitrogênio do que o TNT, o que
significa que ele é mais potente do que bom e velho trinitrotolueno. Sendo assim, o mais
normal é que o RDX — que também é bastante utilizado em demolições controladas — seja
misturado a outros explosivos para torná-lo menos propenso a detonar sozinho.
3 – TATP

O TATP — ou triperóxido de triacetona — é um explosivo quase tão potente como o TNT, só


que muito menos estável e propenso a detonar sozinho devido ao fato das ligações entre os
átomos de oxigênio desse composto serem fracas e instáveis. Tanto que um choque ou
pancada um pouco mais forte podem desencadear a explosão, o que torna até o processo de
produção da “Mãe de Satã” (sim, esse é o apelido carinhoso que arrumaram para o TATP!)
superperigoso.
E falando em processo de produção, um problema que as autoridades enfrentam é que esse
explosivo pode ser facilmente fabricado, e é utilizado frequentemente em bombas
improvisadas associadas com ataques terroristas. Você se recorda dos atentados que
aconteceram no metrô de Londres em 2005? Então... foi a Mãe de Satã!

4 – PETN

Um dos explosivos mais poderosos que existem é o PETN (tetranitrato de pentaeritrina), que
contém grupos nitro parecidos aos que existem no TNT e na nitroglicerina — que é o explosivo
da dinamite —, só que em maior quantidade. Entretanto, como é bastante difícil conseguir que
esse material detone sozinho, o mais normal é que ele seja empregado em combinação com
outros explosivos, como o TNT e o RDX.

O PETN foi muito usado durante a Segunda Guerra Mundial como detonador de explosões, e
hoje em dia é empregado para iniciar detonações de armas nucleares. Curiosamente, esse
material apresenta baixa toxicidade e tem propriedades medicinais — e pode ser utilizado
como vasodilatador para tratar quadros de angina, por exemplo.

Pozinho poderoso
5 – Aziroazida azida

Considerado como a substância química mais explosiva já criada, a aziroazida azida é composta
por moléculas com 14 átomos de nitrogênio, a maioria deles ligados entre si por meio de
ligações sucessivas extraordinariamente instáveis. Na verdade, é impossível encontrar esse
tipo de molécula na natureza, justamente devido à sua instabilidade, mas ela pode ser criada
em laboratório — embora isso não seja nada recomendado!

Para você ter uma ideia, qualquer tentativa de manusear ou tocar a aziroazida azida pode fazer
com que as ligações que existem entre os átomos de nitrogênio se quebrem em várias
moléculas de nitrogênio gasoso — que se expandirá rapidamente, liberando uma enorme
quantidade de energia.

Por conta disso, apenas quantidades bem pequeninas desse material já foram sintetizadas
para teste, e muitos equipamentos pra lá de caros acabaram sendo completamente destruídos
no processo!

*Este texto foi elaborado com base em informações presentes em um artigo de Laura Finney,
publicado pelo portal The Conversation.
Pirotecnia

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Efeitos pirotécnicos tipo gerb utilizados durante evento da WWE.

A pirotecnia é a ciência ou arte que utiliza o fogo e outras substâncias e artefatos explosivos ou
combustíveis para produzir luzes, gases, fumaça, calor ou som. O nome vem da junção das
palavras gregas pur ("fogo") e tekné ("arte" ou "técnica").[1] A pirotecnia inclui, dentre outras
coisas, os fogos de artifício, palitos de fósforo, dispositivos pirotécnicos para acionamento de
assentos ejetores,[2] para inflar o sistema de airbags[3] ou mesmo para salvatagem,
balizamento e emergências de embarcações em alto mar através de foguetes sinalizadores,
sinais de fumaça, etc.[4]

Pessoas que trabalham na fabricação, desenvolvimento, manuseio, utilização profissional e


armazenagem de pirotecnia são denominados como pirotécnicos[5] ou blaster pirotécnico.[6]

Histórico

Ver artigo principal: Pólvora

Ver também: História dos foguetes

Página do livro Elémens de Pyrotechnie (1811), de Claude F. Ruggieri demonstrando os


componentes de um morteiro.

A pirotecnia surgiu como consequência da invenção da pólvora. Não se sabe exatamente


quando iniciou-se a produção ou utilização de pirotécnicos devido a falta de documentação e
registros históricos, porém, alguns de seus primeiros indícios foram durante a existência do
império romano e o início da era Cristã, surgindo entre chineses, indianos e egípcios, sendo
ensinada para os gregos e posteriormente aos romanos. A pirotecnia seria utilizada para fins
militares e comemorativos, permanecendo assim por anos.[1][7]
Por volta do século XI e XII, os árabes trouxeram a pirotecnia de volta a tona, desta vez com
misturas incendiárias novas, agregando seu conhecimento com sais e minerais que
produziriam cores ou luzes mais intensas quando queimadas juntas a pólvora.[7][8] Neste
mesmo período, por volta de 1232, surgem registros que romanos e mongóis teriam utilizado
de flechas foguetes para guerrear, além de registros de venda de pólvoras em países como a
Bélgica, Inglaterra e Escócia nos anos de 1313 e 1327.[9]

Entre 1630 e 1850, os fogos de artifício se popularizavam e começavam a ser desenvolvidos de


maneira similar ao que conhecemos hoje. Claude F. Ruggieri é considerado o pai dos fogos
coloridos, tendo escrito o livro Elemens de Pyritechnie em 1811, ensinando suas técnicas e
experiências com outros compostos químicos para fabricação de fogos de artifício. Em 1878,
era patenteada a primeira pistola sinalizadora, conhecida como Very pistol.[9]

A pirotecnia serviu de base para a indústria de fogos de artifício, para a indústria bélica, para a
pirotecnia militar e até mesmo para o desenvolvimento de foguetes espaciais e tecnologias
variadas utilizadas para fins civis e militares.

Uso no entretenimento

A banda Rammstein utiliza efeitos pirotécnicos com frequência em suas apresentações.

O uso de artefatos pirotécnicos, fogos de artifício e dispositivos para gerar chamas, fagulhas ou
efeitos explosivos no meio do entretenimento é comum em shows e concertos, musicais,
gravações de séries, novelas e filmes, performances e festivais dos mais variados tipos e temas.
Os artefatos utilizados geralmente são seguros para uso em ambiente interno (também
conhecidos como fogos indoor).[10]

Bandas e artistas como Rammstein, KISS, Pink Floyd, Sabaton, Nightwish, Green Day, Lordi,
dentre outras, utilizam efeitos pirotécnicos em suas apresentações com frequência. Efeitos
pirotécnicos também são muito utilizados em eventos esportivos como nas lutas da WWE, em
aberturas ou encerramentos de partidas de futebol e em diversos tipos de premiação ou
apresentação durante estes eventos.

Devido ao fato destes efeitos serem utilizados muitas vezes em lugares fechados ou com certa
proximidade ao público, plateia ou componentes inflamáveis, estes produtos destinados a uso
indoor não podem oferecer riscos de incêndio, por isto geralmente são produzidos com
materiais alternativos como a nitrocelulose.[10]

Shows pirotécnicos

Ver artigo principal: Fogo de artifício

Show pirotécnico de reveillon na cidade de Macapá, no Amapá.


Os shows pirotécnicos (também conhecidos como queimas de fogos) são espetáculos
realizados em céu aberto com a utilização de fogos de artifício. Em geral, são realizados para
simbolizar a comemoração de alguma data ou evento específico como um feriado (ano-novo,
festa junina, natal, carnaval, aniversário de cidade, dentre outros) ou um evento social
(aniversários, inaugurações, shows, festas, eventos esportivos, dentre outros).

No Brasil, estes shows ou queimas de fogos dependem de autorização concedida por


autoridade municipal, pelo Corpo de Bombeiros e de um blaster pirotécnico responsável pela
elaboração do projeto e disparo dos fogos de artifício. A montagem dos fogos deve respeitar
regras de distanciamento seguro da carga explosiva e área de disparo em relação ao público e
a outras construções e estabelecimentos.[11]

Segurança

Um profissional pirotécnico montando uma queima de fogos.

Produtos pirotécnicos são perigosos e devem ser utilizados apenas por profissionais ou
pessoas devidamente treinadas, respeitando regras e normas de segurança para evitar
acidentes, incêndios ou explosões graves.

Produtos de uso interno (fogos indoor) devem ser bem instalados e fixados em locais seguros,
distante de qualquer material inflamável ou combustível. Apesar da segurança e da
possibilidade de uso destes artefatos em ambientes fechados, todos os cuidados devem ser
tomados a fim de evitar incêndios, lesões em pessoas que estejam próximas ou a falha destes
artefatos. Em 1984, o cantor Michael Jackson sofreu um incidente com fogos de artifício
enquanto gravava um comercial de TV para a Pepsi, quando fagulhas atingiram seu cabelo e
causaram queimaduras de segundo grau no couro cabeludo do cantor.[12]

Produtos destinados a uso externo não podem ser utilizados em ambientes fechados,
geralmente estes dispositivos pirotécnicos oferecem um risco grave devido a necessidade do
emprego de fogo para seu funcionamento. Incêndios em lugares fechados como os ocorridos
em 2001 na casa de shows Canecão Mineiro, em 2004 na República Cromañon e em 2012 na
boate Kiss foram causados pelo uso indevido de fogos de artifício que eram destinados a uso
em ambiente externo.

Para shows pirotécnicos ou queimas de fogos, o cuidado deve ser maior e o isolamento
correto da área de detonação deve ser bem feito, pois os explosivos utilizados são maiores e
com poder destrutivo maior. A montagem da área de detonação e preparação do espaço para
o show de fogos deve seguir regras especificadas pela prefeitura, corpo de bombeiros, governo
estadual e só poderá ser realizada por um blaster pirotécnico, que deverá apresentar um
projeto e planta detalhada, além de toda a documentação para a realização de um show de
fogos de artifício. No ano novo de 2019 para 2020, um quiosque na Praia de Itaparica, em Vila
Velha, ES foi multado em quase 6 mil e 600 reais por ter causado um acidente que resultou em
um tumulto com 17 feridos durante uma queima de fogos realizada sem autorização.[13]

Efeitos pirotécnicos tipo gerb utilizados durante evento da WWE.


Página do livro Elémens de Pyrotechnie (1811), de Claude F. Ruggieri demonstrando os
componentes de um morteiro.

Página do livro Elémens de Pyrotechnie (1811), de Claude F. Ruggieri demonstrando os


componentes de um morteiro.
Fogo de artifício

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Disambig grey.svg Nota: Se procura pelo filme japonês de 1997, veja Hana-bi.

Fogos de artifício em Carcassonne, França.

Os fogos de artifício (AO 1990: fogos-de-artifício) são explosivos de efeito pirotécnico ou


sonoro feitos para fins de entretenimento, efeitos estéticos ou visuais. Geralmente são
utilizados em festividades, eventos, celebrações ou para efeitos especiais e visuais em
apresentações, concertos, peças de teatro ou afins.

Fogos de artifício são utilizados nas mais diversas ocasiões, principalmente em ocasiões
festivas, feriados e festas religiosas. Eles também podem ter diversos tipos, formatos e efeitos
diferentes: os mais comuns são os fogos de estampido e fogos de efeitos visuais que são
divididos em diversos tipos (bombas, foguetes, rojões, fontes, etc), classificações (tipos, efeitos
e categorias) e níveis de restrição (leis, regulamentos, licenças para solta-los, etc).

O Brasil atualmente é o segundo maior produtor de fogos de artifício do mundo, perdendo


apenas para a China.[1] A cidade de Santo Antônio do Monte, no estado de Minas Gerais é a
sede do polo brasileiro de fabricação de fogos de artifício.[2]

História

Ver também: História dos foguetes

O show dos Fogos de Artíficio Reais no rio Tâmisa em Londres, na Inglaterra em 1749.

A pirotecnia teria surgido na Ásia no período da pré-história há mais de 2000 anos atrás
quando alquimistas estudavam fórmulas e a partir da mistura de salitre, enxofre e carvão,
inventaram a pólvora. Os fogos de artifício não tem uma origem em um local ou período
específico, os alquimistas do Islã teriam desenvolvido maneiras de criar chamas coloridas com
seus sais oxidantes de potássio no século VII.[3] Também há cerca de 1000 anos atrás, haviam
os primeiros registros de tiros coloridos de morteiros para fins militares na China, a fim de
avisar e comemorar vitórias nas guerras.[4]

Por volta do século XIV, os fogos de artifício fabricados na China começaram a aparecer nos
bazares na Arábia e nos países europeus, não se sabe ao certo se por intermédio dos
comerciantes árabes ou por expedições realizadas por diversos exploradores como Marco
Polo. Nesta época, as exibições de fogos de artifício encantavam os europeus.[5]

No mesmo século, diversos países, principalmente europeus dentre eles a Itália e a Espanha
passaram a se aperfeiçoar nas técnicas de produzir os fogos, tendo até hoje diversas fábricas e
famílias tradicionais produzindo os artefatos. Os fogos de artifício se tornaram populares no
ocidente a partir do século XVII.[6]

Com o tempo, foram surgindo novas tecnologias e estudos para melhorar os produtos, apesar
do processo de fabricação se manter artesanal devido ao risco de acidentes com a carga
explosiva.[4][5]

Fogos de artifício no Brasil

No Brasil, os primeiros registros de fabricação e uso de fogos de artifício datam de um período


entre os séculos XVIII e XIX, se popularizando principalmente neste último devido a chegada da
família real portuguesa ao país e ao período da consolidação do Império do Brasil. Em 1859,
surgem os primeiros registros da produção de fogos de artifício na cidade de Santo Antônio do
Monte, em Minas Gerais, que viria a se tornar anos mais tarde, o principal polo produtor de
pirotecnia do Brasil.[7]

Ao longo dos anos seguintes, a quantidade de fábricas de fogos de artifício na região mineira e
no país crescia cada vez mais, surgindo neste período, diversas empresas tradicionais como a
Fogos Record, a Fogos Caramuru, a Adrianino, a Inbrasfogos, dentre outras centenas de
fabricantes pirotécnicas espalhadas pelo país, estando situadas principalmente nas regiões
sudeste e nordeste do Brasil.

No Brasil também existem diversas entidades de classe associadas aos comerciantes,


fabricantes e especialistas em fogos de artifício para representa-los e auxiliar o governo em
relação as regulamentações, fiscalização e novas legislações referentes ao assunto, as
principais são a Associação Brasileira de Pirotecnia (ASSOBRAPI),[8] a Associação da Indústria e
Comércio de Fogos de Artifício do Paraná[9] e o Sindicato da Indústria de Explosivos no Estado
de Minas Gerais (SINDIEMG), sendo este último o responsável pela realização anual da Feira
Nacional de Pirotecnia (FENAPI), um evento realizado pela indústria de fogos de artifício e
componentes para exibir e demonstrar seus produtos e tecnologias.[10][11]
Composição pirotécnica

Ver artigo principal: Pirotecnia

O cobre quando queimado forma as cores azul ou verde-azulado nos fogos de artifício.

As cores e efeitos pirotécnicos presentes nos fogos de artifícios são geradas por componentes
conhecidos como "baladas" - que produzem uma luz intensa quando entram em ignição. Estas
baladas são produzidas com quatro componentes químicos básicos:

Um combustível (geralmente pólvora negra)

Um oxidante (que em conjunto com o combustível produz calor)

Minerais e sais para cor (quando o combustível em si não gera a cor)

Um aglutinante (para manter todos os componentes juntos)

As cores são definidas por uma variedade de sais e minerais que ao serem queimados geram
diferentes cores (conferir imagem ao lado). Na tabela a seguir, estão listados os principais
minerais e sais utilizados para formar cores em fogos de artifício.

Cor Metal Componentes

Vermelho Estrôncio (vermelho intenso)

Lítio (vermelho mediano)

SrCO3 (carbonato de estrôncio)

Li2CO3 (carbonato de lítio), LiCl (cloreto de lítio)

Laranja Cálcio CaCl2 (cloreto de cálcio)

Amarelo Sódio NaNO3 (nitrato de sódio)

Verde Bário BaCl2 (cloreto de bário)

Azul Haletos de cobre CuCl2 (cloreto de cobre), em baixa temperatura

Indigo Césio CsNO3 (nitrato de césio)

Violeta Potássio

Rubídio (violeta avermelhada)

KNO3 (nitrato de potássio)


RbNO3 (nitrato de rubídio)

Dourado Carvão mineral ou ferro

Branco Titânio, alumínio, berílio ou pó de magnésio

Efeitos

Anel

Uma candela romana por dentro.

Efeito visual em formato circular, podendo formar imagens no céu como anéis, corações ou
até mesmo, desenhos tipo smiley.

Apito

Efeito sonoro bem agudo de apito produzido pela ressonância dos gases. Geralmente são
produzidos com a mistura de compostos como benzoato ou salicilato e um oxidante como o
potássio.

Candela romana

A candela romana é um tubo com diversas baladas ou projéteis organizados com um pequeno
intervalo entre eles, conectados pelo pavio para disparar os componentes sequencialmente.

Crackling

Efeito sonoro similar a um estalo produzido por baladas pequenas. Geralmente se utilizam
vários para se produzir uma sequência de estalos.

Crossette

Baladas maiores que se espalham e se transformam em baladas menores após a explosão do


morteiro, geralmente se rompem em quatro partes causando um efeito onde as baladas se
cruzam.

Crisântemo

Uma explosão esférica com baladas coloridas deixando um rastro visível de efeitos tipo flash.

Um exemplo de efeito kamuro.

Kamuro
Também conhecido como kamurro, é composto por baladas que deixam um rastro dourado e
prateado bem intenso e brilhante quando explode.

Mina

Também conhecidos como pot à feu ou repuxitos, são tubos curtos com uma carga múltipla de
baladas, serpentinas, confetes ou componentes pirotécnicos que são atirados para cima em
uma curta distância. São muito utilizados como efeitos especiais para apresentações.

Múltiplos projéteis

Podem ser utilizados de duas maneiras: como morteiros (que possuem outras bombas ou
morteiros menores dentro, sendo soltos e explodindo no céu após a explosão principal,
podendo ser coloridos ou somente para estampido) ou como foguetes/rojões de múltiplos
tiros (tubos com uma carga de pólvora propulsora e múltiplas bombas com pavios diferentes
para explodir sequencialmente após ser disparado para o céu).

Palmeira

Efeito visual similar ao kamuro, porém com baladas mais coloridas e traçantes de outras cores.

Peônia

Efeito visual mais comum de fogos de artifício coloridos, são espalhadas baladas de uma cor
após a explosão, porém, ao contrário do kamuro ou da palmeira, não possui efeito traçante.

Efeito spider ou aranha em festival de fogos no Japão.

Spider

Também conhecido como aranha, é frequentemente confundido com o kamuro, porém sem
efeitos flash e com característica mais traçante e encorpada. Tende a marcar uma série de
linhas radiais no céu, dando um aspecto de patas de aranha.

Tiro

Efeito sonoro mais comum de fogos de artifício, tecnicamente um estampido.

Legislação e classificações

No Brasil
A regulamentação para fogos de artifício e produtos pirotécnicos no Brasil é feita pelo decreto-
lei nº 4238, de 8 de abril de 1942 que regulamenta a venda, fabricação e a utilização destes
produtos no país. Pela lei, existem quatro classes de fogos de artifício diferentes, sendo elas:

Classe A: venda e uso livre para qualquer pessoa, incluindo menores de idade.

Classe B: venda livre somente para maiores de 16 anos de idade, uso proibido próximo à
escolas e hospitais.

Classe C: venda livre somente para maiores de 18 anos de idade, uso somente com licença
de autoridade competente em hora e local previamente designados.

Classe D: venda livre somente para maiores de 18 anos de idade, uso permitido somente
com licença prévia de autoridade competente.

A lei também proíbe a venda de fogos de artifício em casas e comércios que não possuam
autorização legal para isto, proíbe a soltura, fabricação e venda de balões juninos e fogos que
possuam dinamite em sua composição.[12]

Em Portugal

A regulamentação para fogos de artifício e produtos pirotécnicos em Portugal é feita pelo


decreto-lei nº 34/2010, que autoriza a compra de fogos de artifício por particulares e o uso dos
mesmos em áreas privadas de acordo com os termos da lei. Os fogos de artifício são divididos
nas seguintes categorias:

Categoria 1: venda e uso livre para maiores de 16 anos, podendo ser de utilização interna ou
externa, respeitando uma distância segura recomendada de 1 metro.

Categoria 2: venda e uso livre para maiores de 18 anos, apenas para utilização externa,
respeitando uma distância segura recomendada de 8 metros.

Categoria 3: venda e uso livre para maiores de 18 anos, apenas para utilização externa,
respeitando uma distância segura recomendada de 15 metros.

Categoria 4: venda e uso restritos apenas a pessoal capacitado e habilitado para uso
profissional, respeitando regras de distanciamento e segurança específicas.

A lei também prevê especificações de segurança para os fogos de artifício, estabelecimentos


de venda e outras informações e especificações técnicas.[13]

Uso em festas populares

Fogos de artifício são constantemente utilizados em festas populares, feriados, eventos sociais,
esportivos e religiosos. O feriado mais típico para a utilização de fogos de artifício no mundo é
o Ano Novo, seguido do Ano Novo Lunar e do Dia da Independência dos Estados Unidos onde
somente em 2019, os estadunidenses gastaram cerca de US$ 1.3 bilhões de dólares com
pirotecnia.[14]

No Brasil e em Portugal, assim como em outros países majoritariamente católicos, também é


comum o uso de fogos de artificio em festejos de santos e padroeiros de cidades, estados ou
países, como é o caso da celebração do Senhor do Bonfim, na Bahia[15] ou Nossa Senhora de
Aparecida em todo o Brasil.[16] Fogos de artifício como bombinhas, foguetes e rojões também
estão presentes nos festejos juninos, mais especificamente no dia de São João. Segundo a
tradição, os fogos serviriam para acordar o santo para as festividades.[17]

Também são utilizados frequentemente em inaugurações, eventos políticos e em dias de jogos


de futebol por torcedores como uma maneira de comemorar um gol ou uma vitória do seu
time. Os fogos de artifício mais comuns a serem utilizados nessas ocasiões são os foguetes de
tiro como os foguetes de três tiros ou os foguetes 12x1 que disparam ao céu, respectivamente,
três tiros ou doze tiros comuns e um último tiro mais forte.

Segurança

O uso de fogos de artifício é responsável por inúmeros acidentes todos os anos, como no caso
do raio-X desta mão perdida por um deles.

É importante seguir protocolos de segurança para utilizar fogos de artifício sem riscos de
causar um acidente ou uma lesão grave como amputações, deformações ou a dilaceração total
de um membro. Algumas dicas são essenciais para o uso de fogos de artifício como não
manusear fogos se estiver alcoolizado ou sob efeito de drogas, não armazenar fogos nos
bolsos ou juntos ao corpo, não apontar ou atira-los em direção a outras pessoas e não soltar os
fogos de artifício com as mãos: coloque-o no chão, acenda e afaste-se.[18]

O ortopedista Paulo Marcel Yoshi, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia diz


que: "São bastante comuns nestes casos a amputação de dedos ou até mesmo da mão. E uma
explosão mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço. Lesões desse porte
podem impedir, inclusive, a pessoa de levar uma vida normal".[19]

Menores de idade e crianças não devem brincar com fogos de artifício com exceção daqueles
destinados e classificados para a sua idade com a supervisão de um adulto responsável.
Lembre-se de ler sempre as instruções de segurança fornecidas pelo fabricante, geralmente
elas estão presentes na embalagem do produto. Caso algum fogo de artifício falhe, não tente
reutiliza-lo, molhe-o e descarte depois de um tempo seguro de no mínimo 10 minutos. Não
tente fazer fogos de artifício caseiros ou desmanchar bombas e foguetes, alguns fogos podem
conter pólvora branca que é sensível ao atrito e pode causar explosões inesperadas mesmo
sem a presença de chama aberta.[18][20]
O armazenamento correto de material explosivo também é importante para evitar acidentes e
possíveis defeitos nos fogos. Mantenha-os sempre longe da umidade e do calor em local seco
e seguro, afastado de botijões de gás, aerossóis, isqueiros e longe do alcance de crianças. Evite
estocar grandes quantidades de fogos de artifício.

Riscos e danos

O uso de fogos de artifício pode trazer além dos riscos a integridade física e a audição daquele
que os utiliza, riscos ao meio ambiente (incêndios, liberação de poluentes, perigo aos animais)
e as demais pessoas (traumas físicos e psicológicos, amputações, danos físicos e financeiros).

Fogos de artifício causam muita poluição sonora e atmosférica. Muitos animais sofrem com o
barulho dos fogos de artifício, sejam eles silvestres da fauna natural ou animais domésticos
como cães, gatos e pássaros, podendo causar reações de estresse nestes levando a alterações
fisiológicas como aumento da frequência cardíaca, piloereção e alterações no metabolismo da
glicose.[21] Em 2011 na cidade de Little Rock, nos Estados Unidos, centenas de pássaros
apareceram mortos durante a virada do ano de 2010 para 2011, a principal suspeita é de que
eles teriam se desorientado com o barulho dos fogos de artifício.[22]

Em humanos, reações de estresse e crises podem ocorrer em pessoas que tem autismo.
Geralmente, essas pessoas se sentem perturbadas com barulhos muito altos. Quanto aos
danos a atmosfera, os fogos de artifício causam uma contaminação a curto prazo, levando ao
aumento de partículas em suspensão no ar em até 7,16%, sendo nocivo a quem respira e
aumentando consideravelmente a emissão de partículas de metais, produtos químicos nocivos
e outros componentes que podem causar problemas de saúde, incluindo na tiróide.[21][23]

Acidentes graves

Acidentes e tragédias com fogos de artifício ocorrem com certa frequência devido ao mal uso,
imprudência, armazenagem inadequada e acidentes envolvendo a fabricação de fogos de
artifício e seus componentes, geralmente elas envolvem vítimas fatais e deixam um rastro de
destruição no local. Alguns exemplos de grandes ocorrências, explosões e incêndios causados
por fogos de artifício ocorreram em:

1979 - Explosão na fábrica da Inbrasfogos matou 13 pessoas e feriu outras 24 pessoas em


Santo Antônio do Monte, MG[24]

1988 - Explosão no centro da Cidade do México destrói o Mercado Merced, matando cerca
de 62 pessoas e ferindo mais de 80[25]

1991 - Explosão no Bazar Santa Bárbara matou 21 pessoas em Niterói, RJ[26]

1995 - Explosão na loja Ogum Sete Estrelas matou 15 pessoas e feriu 18 pessoas em Pirituba,
na cidade de São Paulo, SP[27][28]
1998 - Explosão em fábrica ilegal mata 64 pessoas em Santo Antônio de Jesus, BA[29]

2000 - Explosão no depósito da S.E. Fireworks mata 20 pessoas e ferindo quase 1000 em
Enschede, nos Países Baixos[30]

2001 - Incêndio causado por fogos de artifício destrói a casa de shows Canecão Mineiro
matando 7 pessoas e ferindo quase 200 em Belo Horizonte, MG[31]

2001 - Explosão massiva no mercado Mesa Redonda mata 290 pessoas e fere outras
centenas em Lima, no Peru[32]

2003 - Incêndio causado por fogos de artifício destrói a casa de shows Station Nightclub e
mata 100 pessoas em West Warwick, nos Estados Unidos[33]

2004 - Incêndio causado por fogos de artíficio destrói a casa de shows República Cromañón e
mata 194 pessoas em Buenos Aires, na Argentina[34]

2009 - Incêndio causado por fogos de artifício durante as celebrações do ano-novo chinês
destrói um prédio da CCTV, emissora estatal chinesa em Pequim, na China[35]

2012 - Incêndio causado por fogos de artifício destrói a casa de shows Kiss e mata 245
pessoas em Santa Maria, RS[36]

2016 - Explosão no mercado de fogos de San Pablito mata 27 pessoas em Tultepec, no


México[37]

2020 - Explosão em depósito de fogos de artifício atinge um depósito de nitrato de amônio e


causa uma explosão maior que resulta em 202 mortes e mais de 6000 feridos no porto de
Beirute, no Líbano[38][39]
O uso de fogos de artifício é responsável por inúmeros acidentes todos os anos, como no caso
do raio-X desta mão perdida por um deles.

Fogos de artifício em Carcassonne, França.

O show dos Fogos de Artíficio Reais no rio Tâmisa em Londres, na Inglaterra em 1749.

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