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META
Apresentar metodologias aplicáveis ao processo de Auditoria, através da comparação de
práticas de trabalho do setor de manutenção de uma unidade industrial com as melhores
práticas mundiais adotadas por empresas consideradas referência.
OBJETIVOS:
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INTRODUÇÃO
“Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas" (Albert Einstein).
1) O que é e para que serve a CRITICIDADE dos equipamentos? Qual é o melhor uso da
CRITICIDADE?
2) Qual é a melhor técnica para se criar um plano de manutenção? Qual metodologia você
usaria para o equipamento mais crítico da sua planta?
3) Suponha que você recebeu uma proposta de emprego irrecusável e aceitou o desafio de
trabalhar numa empresa cuja situação da manutenção é caótica, um verdadeiro
QUEBRA–CONSERTA. Qual seria a primeira mudança que você faria? Qual
metodologia ou programa você implantaria primeiro, e por quê?
4) Qual é a principal diferença entre Engenharia de Manutenção e Gestão de Ativos?
Ao final desta aula, sua visão acerca destas perguntas será ampliada. Você deverá ser capaz
de responde-las. Por incrível que possa parecer, muitos Engenheiros de Manutenção, dos
menos aos mais experientes, “patinam” ao tentar responder estas perguntas. Conhecer sobre
gestão de manutenção pode ser um diferencial para você se destacar da multidão, em um
ambiente de competição acirrada como o mercado de trabalho atual.
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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO DE AUDITORIA
É importante ter em mente que o foco de toda auditoria de manutenção é promover uma
mudança de cultura, estabelecendo ações que visam a tirar a empresa auditada de um
cenário reativo, para uma forma de atuação mais proativa.
Vamos começar por uma tabela muito interessante que mostra um processo de mudança
cultural, saindo de uma cultura reativa, onde prevalece a manutenção corretiva, aquela que
a equipe de manutenção se pega constantemente “apagando incêndios”, evoluindo para uma
cultura proativa, onde o foco da equipe de manutenção é evitar a falha, ao invés de
simplesmente corrigir.
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Vamos ver isso na prática. Em algumas empresas é comum ouvir frases do tipo:
“Preciso pôr a máquina que quebrou para rodar, preciso liberar o equipamento, pois o
supervisor e o gerente de operação estão me cobrando”
A tabela cita o termo backlog, que a grosso modo é uma “lista de espera” de tarefas.
Backlog também pode ser uma medida de tempo (dias, horas, etc.) que representa o
período em que uma determinada força de trabalho (equipe) pode finalizar uma
determinada carteira acumulada de serviços. Esta medida de tempo sinaliza a
necessidade de se aumentar ou diminuir o tamanho desta equipe.
Agora que dominamos o conceito, também podemos concluir que um backlog muito alto
pode significar sobrecarga de serviço, falta de mão de obra, ou priorização deficiente dos
serviços.
Voltando a nossa tabela, o lado esquerdo representa um ambiente caótico, e nos causa a
sensação de que a demanda é infinita, chegando ao final da semana exaustos, parecendo
que não fizemos nada (pelo menos nada importante). A equipe que trabalha neste tipo de
cenário está sempre cansada, estressada e insatisfeita. Ao passo de que quem está do lado
oposto já dominou os problemas. E qual passa a ser o foco, então? Confiabilidade,
preventiva, melhorar o equipamento para evitar futuras ações corretivas.
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Quanto ao aspecto pessoas: como engenheiro de Manutenção, já trabalhei de ambos os
lados da tabela, em diferentes empresas. Trabalhando no lado direito da tabela foi o
momento que mais me realizei profissionalmente, e pude enxergar claramente os resultados
do meu esforço, trabalhando dentro de uma célula de Engenharia de Manutenção focada em
desenvolvimento técnico e melhoria de processos.
Mas afinal, a maioria das Indústrias do Brasil se encontram de qual lado da tabela?
Pesquisas realizadas por consultorias especializadas apontam que a maioria se encontra
mais aderente ao lado esquerdo da tabela. Portanto, a forma de atuação e resultados obtidos,
ainda está longe do ideal, e precisa melhorar muito para ser considerada proativa. Ter um
planejamento bem estruturado, planos de manutenção consistentes, contar com células de
Engenharia de Manutenção e Confiabilidade ainda é um sonho para a maioria destas
empresas.
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Figura 3: Disponibilidade x cultura encontrada nas empresas
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Evolução da manutenção em forma de escada:
O caminho a ser percorrido para a excelência em gestão na área de manutenção pode ser
comparado a uma escada, em que na base não existe nada em termos de controle ou
planejamento. Considerando tudo o que já foi dito até aqui, estamos falando de uma cultura
reativa.
Você deve estar pensando por que esse custo aumenta. A resposta é simples, a manutenção
preventiva baseada no tempo é cara pelo simples fato de trocar os componentes (peças)
antes de as mesmas atingirem seu final de vida útil. Ou seja, para garantir que a máquina
não venha a quebrar de forma imprevista, eu troco as peças antes da hora, e isso custa mais.
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Confiabilidade nada mais é que a probabilidade de um item desempenhar a função
requerida em um dado intervalo de tempo, conforme norma NBR 5462 (1994). É um
valor percentual entre 0 e 100%.
Trazendo isto para o dia a dia, imaginem o exemplo de quem tem carro:
- Melhor opção em termos custo x risco x confiabilidade: trocar as velas com base na
condição. Quando as velas se aproximarem do seu limite de vida útil, o carro apresentará
“sintomas”. Perda de potência em subidas, aumento do consumo de combustível, etc. Além
disso, se uma das quatro velas queimar, o veículo funcionará com “um cilindro a menos”, o
motor apresentará trepidação e ruído característico. Um mecânico experiente, ou mesmo
um motorista atento, percebe essa anomalia com facilidade. Só de ouvir o motor
funcionando é possível notar que a vela está queimada e precisa ser substituída. O carro não
chega a parar na estrada, e poderá rodar até uma oficina. Se o motorista conhece o veículo
que opera, e conhece o básico sobre seu funcionamento, conseguirá perceber as alterações
de desempenho que ele apresenta. Assim será possível levar as velas até o seu limite
máximo de vida útil.
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2. ELABORAÇÃO DE PLANO DE AÇÃO PARA MELHORIA DOS RESULTADOS
Antes de criar o plano de ação, temos que entender as etapas do processo de auditoria, que
são as mesmas do PDCA, uma ferramenta de gestão que tem como objetivo promover a
melhoria contínua dos processos, por meio de um ciclo de quatro ações: PLANEJAR
(plan), EXECUTAR (do), VERIFICAR (check) e AGIR (act).
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Para executar uma auditoria, geralmente são utilizados questionários / checklists para medir
o nível de maturidade em relação a determinado processo.
Os questionários são baseados em requisitos de normas, tais como ISO 9000 (auditorias de
qualidade), PAS55 ou ISO 55000 (auditorias de manutenção). As perguntas ou itens de
verificação tem como objetivo pontuar se as melhores práticas de gestão – que levam aos
melhores resultados empresariais – fazem parte da rotina da empresa auditada.
Existem outras abordagens mais práticas, existem checklists criados a partir de trabalhos de
consultoria realizados ao longo de anos, e testados em diversas empresas de diferentes
segmentos. No Brasil, a principal empresa que serviu de laboratório de testes para estas
auditorias foi a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), isso no final dos anos 90 e primeira
década dos anos 2000, através de programas internos que visavam à excelência em
manutenção. Os resultados destes trabalhos foram amplamente divulgados em congressos
do setor, e acabaram tornando-se de domínio público, sendo replicados e melhorados por
outras empresas. Vários destes artigos, publicados por VALE, ALCOA, BRASKEM e
PETROBRAS, citam como fonte a pirâmide de SAMI.
Referência: http://samicorp.com/the-sami-pyramid/
O modelo da Pirâmide de SAMI representa solução completa para a
excelência em qualquer ambiente industrial, e é um método comprovado
para revelar e medir continuamente a "Cultura de Desempenho" da
empresa. Produção, Gestão de Ativos, Cadeia de Suprimentos e Gestão
de Capital são totalmente abordados por seus aspectos funcionais
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Nesta aula, vamos abordar um modelo prático que utiliza a ideia de pirâmide:
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3. VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA E APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Fazendo uma analogia ao ciclo PDCA, a etapa verificação dos resultados de uma auditoria
se refere a fase C (checar) descrita na Figura 5. Mas como verificar a eficácia das ações
implantadas com o plano de ação em uma auditoria? Deverá ser definido um responsável
pela verificação de eficácia, deverá ser estabelecido um prazo para checar se as ações
implantadas alcançaram os resultados esperados, comparando os indicadores (antes e
depois da implantação do plano de ação). É importante registrar o modo de constatação da
efetividade das ações, e fornecer evidencias objetivas que comprovam isto.
Esta forma de apresentar resultados é muito eficaz. Fica nítido onde estão as notas mais
baixas obtidas na auditoria e, portanto, as maiores oportunidades de melhoria.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como exemplo de evolução de uma empresa após a auditoria, podemos citar aumento da
aderência às melhores práticas, incorporação de novas ferramentas de gestão,
(principalmente itens com nota zero no radar). Exemplos: sistemática de análise de causa
raiz, sistematização de planos e procedimentos, consolidação da célula de Engenharia de
Manutenção. Melhoria dos resultados confirmada pelos indicadores.
“As perguntas nos fazem refletir sobre uma série de oportunidades” ligadas a Gestão,
filosofia de manutenção, satisfação do cliente para dar um salto de resultados”.
REFERENCIAS
https://www.voitto.com.br/blog/artigo/o-que-e-o-ciclo-pdca
https://robsoncamargo.com.br/blog/Backlog-o-que-e-e-como-pode-ajudar-em-seus-projetos
http://samicorp.com/the-sami-pyramid/
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