A manutenção, em geral, pode ser definida como os esforços feitos para
manter a condição e o desempenho de uma máquina sempre como se tivesse acabado de ser fabricada. As empresas sabem como sua produtividade depende em parte de seus processos de manutenção industrial.
7.1 NOÇÕES DE MANUTENÇÃO
Quatro tipos de manutenção são recorrentes no setor: preditiva,
preventiva, planejada e corretiva. Esses conceitos nem sempre são fáceis de entender ou não são bem conhecidos por certas pessoas, e é por isso que precisam ser esclarecidos. Cada empresa tem necessidades muito peculiares e, portanto, precisa implementar um tipo específico de manutenção
7.1.1 Manutenção preditiva
O desenvolvimento de soluções de processamento e análise de dados, bem
como de inteligência artificial, permitiu que os fabricantes planejassem a manutenção preditiva com base na previsão de falhas e defeitos, monitorando os principais parâmetros e indicadores da operação e implementando as ações corretivas necessárias para antecipar qualquer falha ou mau funcionamento. Com soluções para monitoramento de condição, planejamento e programação de ordens de manutenção, gestão da execução e gestão da confiabilidade do ativo, a plataforma OKTO, desenvolvida pela Atech, prepara seu negócio para os novos rumos da digitalização na área de gestão de ativos, com um olhar holístico para antecipar necessidades. Esse tipo de manutenção automatizada e inteligente permite às empresas antecipar problemas planejando as intervenções necessárias com base em previsões. Assim, é possível limitar as despesas causadas por falhas inesperadas e interrupções na produção. 7.1.2 Manutenção preventiva
Esse tipo de manutenção é aplicado pelos técnicos responsáveis antes que
ocorra qualquer falha ou mau funcionamento. A digitalização das plantas industriais oferece muitas soluções que permitem aos técnicos executar, monitorar e planejar a manutenção preventiva de forma eficaz. A manutenção preventiva pode ser agendada em uma escala baseada em tempo ou uso. Vamos ver um exemplo para cada um.
7.1.3 Manutenção preventiva com base no tempo
Um exemplo típico de uma escala de manutenção preventiva com base no
tempo é uma inspeção regular em um equipamento crítico que impactaria severamente a produção no caso de uma avaria.
7.1.4 Manutenção preventiva baseada no uso
Escalas baseadas no uso são acionadas após uma certa quantidade de
quilômetros, horas ou ciclos de produção. Um exemplo desse gatilho é a manutenção preventiva de um veículo a motor que pode ser programada a cada 10.000 km.
7.1.5 Manutenção planejada
A manutenção planejada consiste em detectar e tratar as anormalidades dos
equipamentos antes que eles produzam falhas ou perdas. O objetivo principal é o desenvolvimento de um sistema que promova a eliminação de atividades não programadas de manutenção.
7.1.6 Manutenção corretiva
A manutenção corretiva é realizada logo após a detecção de um defeito em um
equipamento ou em uma linha de produção: seu objetivo é fazer com que o equipamento volte a funcionar normalmente, para que ele possa executar a função atribuída. A manutenção corretiva pode ser planejada ou não, dependendo da criação ou não de um plano de manutenção. A manutenção corretiva age quando já existe uma falha, substituindo peças e componentes afetados, visando corrigir, restaurar e recuperar a capacidade de produção de uma instalação ou equipamento que tenha sofrido alteração em seu funcionamento. Entre todos os tipos de manutenção, a corretiva é mais reativa, já que aguarda pela falha para, assim, determinar a ação de manutenção a ser realizada na estratégia de gestão de ativos. Os técnicos aplicam a manutenção corretiva não planejada para reagir assim que uma falha não prevista ocorre e em geral é preciso uma intervenção imediata para que a linha de produção não seja afetada. Mas nem sempre os técnicos contam com peças para reposição, entre outros problemas. A manutenção corretiva não planejada pode rapidamente se tornar mais cara que a planejada, pois pode levar a custos que não poderiam ser previstos. Mesmo que a manutenção preventiva nem sempre permita que as equipes de manutenção antecipem cada falha, pois ainda é muito difícil saber exatamente quais componentes estão prestes a falhar, ainda ajuda a reduzir muito a possibilidade de falhas.
7.2 NOÇÕES DA FILOSOFIA LEAN
O Sistema Enxuto de Manufatura ou Lean Manufacturing foi desenvolvido pela
Toyota na década de 1950, no Japão. Assim, foi o principal combustível que contribuiu na transformação da empresa em uma das principais indústrias do segmento automotivo. Com o constante trabalho para eliminação das atividades que não agregam valor ao processo, a Toyota se tornou o principal exemplo de empresa enxuta no mundo.
Mas, voltando, o que é Lean Manufacturing conceitualmente falando?
É uma filosofia de gestão que busca reduzir desperdícios enquanto aumenta
a produtividade e a qualidade. É aplicada em empresas dos mais variados ramos na busca incessante pelo aumento de competitividade. A Manufatura Enxuta ou Lean Manufacturing é hoje o modo mais lógico para o desenvolvimento de uma empresa que pensa em: Melhoria contínua; Redução de custos; Agilidade na produção; Maior capacidade produtiva; Melhorias do ambiente de trabalho para os funcionários.
5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FILOSOFIA LEAN
1. Especificar valor sob a ótica do cliente (Valor)
O valor, refletido em seu preço de venda e demanda de mercado, deve ser definido pelo cliente apesar de ser produzido pelo fabricante. O valor em um produto é criado pelo fabricante por meio de uma série de combinações, ações, atividades e processos. Por isso que o valor é o ponto de partida para o Lean Thinking. O Lean Thinking , para o português “Mentalidade Enxuta”, baseia-se no STP – Sistema Toyota de Produção e foi desenvolvido na indústria automobilística. O objetivo do Lean Thinking é eliminar as atividades desnecessárias, e preservar e aumentar aquelas que agregam valor para o cliente.
2. Alinhar na melhor sequência as atividades que criam valor (Fluxo de Valor)
Fluxos de valor são as atividades necessárias para a produção de todos os produtos. Inclui todo fluxo de produção, desde a matéria-prima fornecida até chegar ao consumidor final. Inclui também o próprio fluxo do projeto, de sua concepção até o lançamento de um novo produto no mercado. Isso permite aos gestores das empresas enxergarem todo o fluxo de processos e a entenderem melhor o que é Lean Manufacturing na prática. O mapeamento do fluxo de valor é uma ferramenta essencial utilizada no Lean Manufacturing por tais razões: Ajuda a visualizar mais do que simplesmente os processos individuais; Auxilia na identificação das fontes de desperdício no fluxo de valor; Proporciona uma linguagem comum para se entender e discutir os processos; Faz com que as decisões sobre o fluxo fiquem mais aparentes, de modo que se possa analisá-las; Agrega conceitos e técnicas enxutas (lean), evitando a implementação de algumas técnicas de impacto isolado; Forma a base de um plano de implementação enxuta; Mostra de forma clara a ligação entre o fluxo de informação e o fluxo de material; Descreve em detalhes, de forma qualitativa, como a sua unidade produtiva deve operar para criar o fluxo.
3. Realizar essas atividades sem interrupção (Fluxo Contínuo)
O uso do fluxo contínuo proporciona a redução de esperas entre atividades e do nível de estoques. Isso elimina filas e permitir produzir em conformidade com o ritmo da demanda. Afinal, melhorar o fluxo implica em reduzir as etapas, o tempos, os custos e todos os esforços desnecessários. Isso mostra o quanto cada atividade é necessária para o processo, mantendo sempre um fluxo contínuo de pedido e entrega.
4. Sempre que alguém as solicita (Produção Puxada)
A produção puxada é o método de controle da produção em que as atividades de fluxo iniciais (como um pedido, por exemplo) avisam as atividades fluxo posteriores (como retirado do estoque ou embalamento) sobre suas necessidades, ou seja, ela tenta eliminar a produção em excesso. Aqui, a demanda gerada pelo cliente é o “start” da produção. As vontades dele são providenciadas e atendidas na hora que desejar. 5. De maneira cada vez mais eficaz (Perfeição) Com a ajuda do Lean Manufacturing, a meta do controle da qualidade é atingir a perfeição por meio da melhoria contínua. Nesse ponto, vale a pena falarmos do programa 5S. A filosofia 5S, também chamada de 5 Sensos, tem o intuito de organizar e conscientizar todos os envolvidos da empresa para a limpeza e organização no local de trabalho de maneira lógica e eficaz. O programa foi desenvolvido, segundo alguns autores, pelo engenheiro Kaoru Ishikawa, no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. É utilizado até hoje na maioria das empresas que possui a filosofia de combate ao desperdício.
7.3 NOÇÕES DO SISTEMA KANBAN
Kanban é uma abordagem evolucionária e incremental de mudança de
processos para organizações. Usando conceitos Lean como base, o foco no fluxo de trabalho nos ajuda a perceber e resolver as disfunções em nossas organizações, tendo em mente impactar o mínimo possível o ambiente atual e gerando, assim, pouca resistência à mudança.
OS 4 PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE KANBAN
1 — Comece com o que você faz agora Processos não são certos ou errados: eles são o que são, a variável é o contexto. Seu contexto dirá se aquele processo funciona na sua empresa ou não. Kanban não é um framework ou um set de práticas que serão usadas para modificar o seu fluxo de trabalho como ele é hoje, não importando, portanto, qual metodologia, processo ou práticas você usa atualmente. 2 — Concorde em buscar mudanças evolucionárias e incrementais A prática do Kaizen nos incentiva a buscar a melhoria contínua: é um processo sem fim, no qual sempre estamos melhorando de alguma forma. Fazendo isso de forma evolucionária e incremental, ou seja, com pequenas mudanças, de forma constante, atingimos um resultado melhor com menor resistência. 3 — Respeite o processo atual, papéis, títulos e responsabilidades Métodos revolucionários tendem a mudar sua organização de acordo com o que foi estabelecido como padrão no método. Organizações se moldam com base nesse processo. Mudanças como essa tem um impacto grande e, como consequência, geram uma resistência muito grande. Não podemos descartar o fato de que o processo vigente nas organizações tem valor e que o custo de mudar o processo não seja economicamente viável. Respeitar significa diminuir a resistência e eliminar o medo inerente à mudança. 4 — Liderança em todos os níveis Com conceitos muito parecidos com os da gestão 3.0, entende-se que oportunidades de melhoria podem acontecer em todos os níveis da organização. Para isso, todos devem se sentir empoderados para tomar as decisões que forem necessárias, sem medo de retaliação.