Você está na página 1de 13

A Constituição da

República
Portuguesa de
1976
ORIGEM, ESTRUTURA E CARACTERIZAÇÃO
O exercício do poder constituinte
originário

 O que é o poder constituinte?


 É o poder de o povo, através de um ato constituinte,
criar uma lei superior juridicamente ordenadora da
ordem política
 Poder constituinte originário: poder de criar uma
Constituição
 Poder constituinte derivado: poder de rever a Constituição
O exercício do poder constituinte
originário antes da CRP

Constitucionalismo vintista Constituição de 1822

Constitucionalismo da Carta Constitucional de


Restauração 1826
Constitucionalismo Constituição de 1838
setembrista
Constitucionalismo Constituição de 1911
republicano
Constitucionalismo Constituição de 1933
corporativo
A CRP: Momentos constitucionais
Momento Momento extraordinário Momento
revolucionário maquiavélico
Revolução política Momento de ruptura (25 de Incapacidades
(democratização e Abril de 1974) cívicas
descolonização)
Revolução Momento revolucionário (de Proibição de
económica 11 de Março a 25 de organizações
(reforma agrária, Novembro de 1975) fascistas
nacionalizações)
Revolução social Momento estabilizador (de 25 Incriminação
(sindicalismo) de Novembro à aprovação retroactiva dos
da Constituição em 2 de Abril agentes da PIDE
de 1976)
Momento restaurativo Admissibilidade de
(contestação da Constituição expropriações sem
e propostas plebiscitárias) indemnização
Momento europeu
Procedimento Constituinte

 Procedimento constituinte representativo


 Eleição de deputados constituintes, por sufrágio universal,
igual, direto e secreto (Decretos-Leis n.os 621-A,
621-B e 621-C/74, de 15 de Novembro);
 Formação da assembleia constituinte;
 Atribuição de soberania constituinte à assembleia
(elaboração+aprovação do texto constitucional) 
assembleia constituinte soberana:
uma assembleia eleita livremente
pelo povo faz e aprova uma
constituição.
Procedimento constituinte: alguns
problemas

 A inexistência de referendo constituinte: a contestação da


legitimidade material da CRP;

 A existência de coação sobre os deputados constituintes: a


observância das cláusulas constantes da Plataforma de Acordo
Constitucional (Pactos MFA-Partidos) – “A Constituição não nasce
num vácuo histórico-cultural”.
A Constituição da
República Portuguesa:
Sistematização
 A Constituição dos princípios jurídicos
fundamentais, princípios fundantes (o princípio
da dignidade da pessoa humana e o princípio
da vontade popular) e princípios estruturantes
(o princípio democrático, o princípio
republicano, o princípio da independência, o
princípio da separação e interdependência
dos poderes, o princípio da legalidade
democrática, o princípio da unidade do
Estado) – artigos 1.º a 11.º.

 Parte I
 A constituição de direitos e deveres
fundamentais – artigos 12.º a 79.º.
 Parte II
 A constituição económica – artigos 80.º a
107.º(confronto com a constituição económica
europeia).

 Parte III
A constituição organizatória é formada pelas
normas que identificam os órgãos de soberania,
como são instituídos, e quais as suas competências
– artigos 108.º a 276.º.

 Parte IV
 As normas relativas à garantia (os processos de
fiscalização da constitucionalidade e da
legalidade) – artigos 277.º a 283.º – e à revisão
(disciplina e limites do exercício do poder
constituinte derivado) – artigos 284.º a 296.º.
Características formais da
Constituição

 Constituição unitextual (confronto com as Constituições francesa e


norte-americana);

 Constituição rígida (normas sobre a revisão);

 Constituição longa;

 Constituição programática (a existência de normas-fim e normas-


tarefa);

 Constituição compromissória (nível histórico, forma de Governo).


As revisões da CRP: o exercício do
poder constituinte derivado

 A primeira revisão (1982): a normalização política


(libertação da entorse militar e criação do Tribunal
Constitucional);

 A segunda revisão (1989): a normalização


económica;

 A revisão que veio de cima:


Maastricht (terceira revisão
— 1992)
 A quarta revisão (1997)
 Reforma do sistema político
 Consolidação e avanço das autonomias regionais
 Fim do modelo republicano clássico de serviço militar: da
obrigatoriedade ao voluntariado
 Liberdades: entre a expansão (“novos” direitos, por exemplo,
desenvolvimento da personalidade e direito à identidade genética do ser
humano) e a contração (a admissibilidade – limitada – da extradição de
cidadãos nacionais)
 A quinta revisão (2001)
 O impulso para a revisão: o tratado constitutivo do
Tribunal Penal Internacional
 Domínios da reforma
 A possibilidade de aceitação da jurisdição do Tribunal
Penal Internacional
 Outras alterações: do português como língua oficial às
restrições à inviolabilidade do domicílio
 Sexta Revisão (2004)
 União Europeia
 As mudanças relativas às Regiões Autónomas

 Sétima Revisão (2005): o referendo sobre o Tratado


constitucional europeu

Você também pode gostar