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INSTRUMENTOS DE

CONTROLE SOCIAL
(Espécies de Normas
Éticas)

Direito não é o único


instrumento responsável
pela harmonia da vida social

Outros instrumentos:
Moral,
Religião,
Regras de Trato Social
Instrumentos de Controle
Social
• Moral, Religião, Regras de Trato
Social – descrevem modelos de
conduta;

• Direito – descreve modelos de


conduta + pretensão de
efetividade (coatividade)
Instrumentos de Controle
Social
• Por quê apenas o Direito com
pretensão de coatividade?
• Sociabilidade;
• Instrumentos de controle social -
liberdade vs opressão;
Instrumentos de Controle
Social
• Qual é a importância de
conhecer os limites do Direito
em relação aos demais
instrumentos?

• preservação das potencialidades


humanas vs despersonalização do
homem
DIREITO E RELIGIÃO

• ANTIGUIDADE: religião
explicava tudo;

• DIREITO: mergulhado na
religião; expressão da vontade
divina:
• a)Grécia Antiga – sacerdotes
recebiam dos oráculos;
• b) Antigo Testamento – Moisés
recebeu decálogo no Monte
Sinai;
• c) Mesopotâmia – Imperador
recebeu Código Hamurabi
(2.000 a.C.) do deus Schamasch;
DIREITO E RELIGIÃO

• IDADE MÉDIA: Juízos de


Deus - Deus acompanhava
os julgamentos e interferia
na justiça;
• Casos simples: regras
divulgadas para o povo;
Casos complexos: levados à
autoridade religiosa;
• Decisões condicionadas a
um jogo de sorte e azar;
DIREITO E RELIGIÃO
(Laicização)
• IDADE MODERNA: Hugo GRÓCIO
(Século XVII) - ‘O Direito Natural
existiria, mesmo que Deus não
existisse ou, existindo, não
cuidasse dos assuntos humanos’;

• Iluminismo (Século XVIII, período


anterior à Revolução Francesa):
institutos jurídicos –
desvinculação da Religião –
assistência pública, ensino, estado
civil;
DIREITO E RELIGIÃO
(Laicização)
• Religião tem seu valor;

• ‘A religião tem sido sempre um dos


mais relevantes instrumentos de
controle social. Se esse fator de
controle enfraquece, apresenta-se
perigo de retrocesso do homem às
formas primitivas e antissociais de
conduta, de retorno ao paganismo
social e moral. O que a razão faz
pelas ideias; a religião faz pelos
sentimentos’ (NELSON HUNGRIA)
DIREITO E RELIGIÃO
(Convergências)
• Direito quer o bem – justiça,
causa final do Direito, integra a
ideia de bem;

• Religião quer o bem – justiça


analisada em relação ao outro,
como também na relação com o
Criador;
DIREITO E RELIGIÃO
(Diferenças, conforme Legaz y Lacambra)
• Alteridade (existência do outro):
a) Robinson Crusoé;
b) ‘o próximo não é um elemento
necessário da ideia religiosa’ (MAYER)

• Segurança:
a) Direito tem por meta a segurança
(das coisas palpáveis);
b) Religião tem por meta a segurança
(das questões transcendentais)
DIREITO E MORAL

• Filosofia do Direito – estudo da


Moral;

• Introdução ao Estudo do Direito –


estudo dos limites da Moral e do
Direito;

• ‘Direito e Moral são conceitos que


se distinguem, mas não se
separam’ (GIORGIO DEL
VECCHIO)
DIREITO E MORAL
(Setores da Moral)
• Moral Natural – não resulta de
convenção humana; não tem
como referência o que há de
peculiar num povo, mas o que há
de permanente no gênero
humano (da natureza humana);
não varia no tempo ou lugar;
serve de critério à Moral Positiva;
• Moral Positiva – revela-se dentro
de uma dimensão histórica; varia
em razão do tempo e do lugar;
DIREITO E MORAL
(Setores da Moral)
• 3 Esferas da Moral Positiva
(HEINRICH HENKEL):
• a) moral autônoma – homem é
legislador da própria consciência e
conduta – autonomia;
• b) ética superior dos sistemas
religiosos – religião orienta
consciência e conduta dos seus
seguidores – heteronomia;
• c) moral social – sociedade orienta
consciência e conduta dos seus
indivíduos – heteronomia;
DIREITO E MORAL
(Distinções formais, conforme Alessandro
Groppali)

• Determinação do Direito e Forma


não Concreta da Moral

• Direito – conjunto de regras que


permite vislumbrar a conduta
exigida ou esperada;

• Moral – diretiva mais geral, sem


particularizações;
DIREITO E MORAL
(Distinções formais, conforme
Alessandro Groppali)

• Bilateralidade do Direito – a cada


direito corresponde um dever;

• Unilateralidade da Moral – impõe


deveres apenas;
DIREITO E MORAL
(Distinções formais, conforme
Alessandro Groppali)
• Exterioridade do Direito – cuida das
ações humanas em primeiro plano e,
em função destas, quando necessário
investiga a intenção do agente;

• Interioridade da Moral – preocupa com


a vida interior das pessoas, como a
consciência;

• Relevância dessa distinção: direito não


deve interferir no plano do pensamento,
da consciência, dos atos que não se
exteriorizam
DIREITO E MORAL
(Distinções formais, conforme
Alessandro Groppali)
• Autonomia da Moral – querer
espontâneo (próprio da moral
autonôma);

• Heteronomia do Direito – sujeição


ao querer alheio – indivíduo não
cria o dever ser como na moral
autônoma – adesão espontânea
não descaracteriza a
heteronomia do direito;
DIREITO E MORAL
(Distinções formais, conforme
Alessandro Groppali)

• Coercibilidade do direito – para


garantir seu respeito usa a força
organizada do Estado;

• Incoercibilidade do direito – não


há coercibilidade, mas há
intimidação;
DIREITO E MORAL
(Distinções quanto ao conteúdo, conforme
Alessandro Groppali)

• Significado da Ordem do Direito –


garantia da ordem, dar
consistência ao edifício social
(sociedade);

• Sentido de Aperfeiçoamento da
Moral – visa aperfeiçoamento do
homem.
DIREITO E MORAL
(Distinções quanto ao conteúdo,
conforme Alessandro Groppali)

• Teoria dos Círculos e o ‘Mínimo


Ético’
• a) teoria dos círculos
concêntricos (BENTHAM, 1748-
1833) – moral mais ampla que
direito; direito subordina-se à
moral;
• b) teoria dos círculos secantes
(DU PASQUIER) – possuem uma
faixa comum (assistência material
aos filhos) e outra faixa
independente (competência das
Justiças)
DIREITO E MORAL
(Distinções quanto ao conteúdo, conforme
Alessandro Groppali)

• c) visão kelseniana (KELSEN) –


esferas independentes;
• d) teoria do mínimo ético
(JELLINEK) – toda sociedade
converte em Direito os axiomas
morais estritamente necessários à
garantia e preservação de suas
instituições – se direito não objetiva
aperfeiçoamento do homem, mas
segurança da sociedade, logo o
direito não deve ser uma cópia do
amplo campo da moral;
DIREITO E REGRAS DE TRATO
SOCIAL
• Regras de Trato Social – Padrões
de conduta, elaboradas pela
sociedade e que, não
resguardando os interesses da
segurança do homem, visam a
tornar o ambiente social mais
ameno, sob pressão da própria
sociedade – exemplos: regras de
etiqueta, cortesia, protocolo,
cerimonial, moda, linguagem,
educação, decoro,
companheirismo, amizade, etc.
DIREITO E REGRAS DE TRATO
SOCIAL
• Regras de Trato Social – objetivo
identificado por exclusão:
• Se Direito objetiva segurança; se
Moral e Religião objetivam
aperfeiçoamento do homem;
Regras de Trato Social objetivam
aprimorar o nível de relações
sociais, tornar agradável a
convivência
DIREITO E REGRAS DE TRATO
SOCIAL
• Características das regras de
trato social:
a) aspecto social – ninguém é
cortês consigo próprio;
b) exterioridade – dever social que
não requer intencionalidade;
c) unilateralidade – impõem
deveres e não atribuem poderes de
exigir;
d) heteronomia – obrigam
indivíduos independente de suas
vontades;;
DIREITO E REGRAS DE TRATO
SOCIAL

e) Incoercibilidade – aplicabilidade
não depende de intervenção do
Estado;
f) sanção difusa – reprovação,
enfraquecimento da amizade ou até
mesmo o seu rompimento (exclusão
do grupo) – duelo (indivíduo prefere
agir contra legem do que fugir da
praxe social);
g) isonomia por classes e níveis de
cultura – não se destinam de igual
modo aos membros da sociedade
ESQUEMATIZAÇÃO

DIREITO MORAL REGRAS RELIGIÃO


DE TRATO
SOCIAL
bilateral unilateral unilaterais unilateral
heterôno autônoma, heterôno principalme
mo salvo Ética mas nte
Superior e autônomas
Moral
Social
exterior interior exteriores Interior
Coercível incoercíve Incoercíve incoercível
l is
sanção sanção sanção sanção
prefixada difusa difusa geralmente
prefixada

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