Ciências Sociais Professor Roney Gusmão “Penso, logo, existo”. (Descartes)
“Penso, ‘penso que penso’, logo, existo”. (Mário
Sérgio Cortella)
“O homem é um animal racional, não por que
pensa, mas por que pensa que está pensando”. (Hermínio Sargentim) Os Valores Os valores são herdados e, posteriormente, ressignificados; (vídeo 8 mimic) Pelas relações sociais, internalizamos conceitos que orientam nossa leitura de mundo; Para que a vida em sociedade seja possível, são estabelecidas regras que organizam a ação. Conceitos iniciais A adequação ou inadequação a norma define o sujeito como sendo moral ou imoral; Moral (do latim mos, “costumes”): conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos em um grupo; Ética (do grego ethikos, “modo de ser”): disciplina filosófica que estuda as noções e princípios que fundamentam a vida moral; A liberdade do sujeito moral As convenções sociais estão subjetivamente traçadas nas relações sociais; Os indivíduos conscientemente aderem às convenções morais da sociedade; O sujeito que não esteja sob normas morais, tem sua liberdade social comprometida; vídeo 1 exclusão Pode-se julgar moralmente um indivíduo, apenas quando seus atos são praticados em liberdade; Responsabilidade (do latim respondere, “responder”), conduz à virtude (do latim virtus, “força essencial”), que se opõem ao vício. Para você, o que é moral / imoral? A corrupção? Colar durante a prova? Roubar? Não devolver o que lhe é emprestado? Sujar ambientes? Infringir o direito do outro? Cooperar com a pirataria? Desrespeitar idosos? Danificar a imagem de outrem por internet? Mentir para tirar proveito de situações? O adultério? (Vídeo 2 - Família G) Escolhas Morais Ação moralmente correta: o indivíduo adere a uma norma moral e a cumpre; Ação moralmente incorreta: o indivíduo infringe determinada norma, sem contestá-la; Conflito ético: o indivíduo recusa a norma conscientemente, por concebe-la como inadequada; Niilismo ético: é a recusa a qualquer forma de norma, numa permissividade individualista pela negação dos valores vigentes; Moral é a forma como respondemos ao: quero, devo, posso; A ética busca combater a banalização que leva à indiferença. (Vídeo 3 – indiferença) ... mas, o que é ser antiético? Teorias da ética: Reflexão grega Para os gregos, o conceito de moral se agregava à política ( politikè, polis+ ethos, a arte política);
Sócrates: sustentou a ideia de uma moral universalmente válida:
“Conhece-te a ti mesmo”. Aqui a verdade está no interior do homem. A ética guia os homens ao bem; (vídeo 4 – ética) Platão: Desenvolveu o racionalismo ético, ao defender a necessidade de purificação do mundo material. O homem, para Platão, pode se desenvolver sozinho, necessitando apenas da Pólis. Sua valoração ética centrava no mundo suprassensível; Aristóteles: A ética como equilíbrio, pela racionalidade da prática contemplativa (inteligência teórica). Aí esta a importância da pólis, como estímulo à consciência; Platão (427 – 347 a. C.) Para Platão o mundo das ideias é fixo, situado num mundo mutável; (Vídeo 5 – Mito das Cavernas) O ideal existe apenas na imaginação do sujeito, havendo então confronto entre o que concebo e o que vejo; Platão conclui que o mundo das ideias é o mundo real. O mundo material é imperfeito, perecível e degenerável; O mundo real (sensível) é finito, enquanto que o mundo das ideias (suprassensível) transita entre gerações e se mantém dinâmico; A concepção de bom x mau; belo x feio; digno x medíocre... Se mantém e perpassa gerações; Esta concepção influencio a moralidade cristã ocidental. A Ética em Aristóteles (384-322 a. C)
Para Aristóteles, o homem é um animal
político, que só se realiza na polis, cidade; A ética com função de educar o indivíduo para o bem comum; Político é aquele capaz de fazer o bem coletivo. Bom político é aquele que pensa nas necessidades do coletivo; Uma lei é ética quando é justa para todos. Vídeo: Suécia x Brasil. Idade Média: ética TEOCÊNTRICA O clero era o único detentor da educação e, portanto, detentor da tradição; Toda a ética se submetia ao teocentrismo; Os valores são transcendentes e eternos; Abandono do racionalismo, apregoando uma ética individual e não social. Idade Moderna: ética antropocêntrica Kant (1724-1804) sugere que a ética humana seja legislada pela razão; Kant sugere a normatização de leis universais; “Age apenas segundo uma máxima tal que pessoas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.” Esta concepção é formalista por que não considera a individualidade dos seres humanos; Hegel (1770-1831) discorda dessa ideia ao afirmar que a moral redesenha contornos no curso da história; Nietzsche (1844-1900) sugere: Moral de Escravos (adestramento do homem pela passividade e culpa) X Moral de Senhores (é o ‘sim’ à vida pela afirmação do potencial humano). A ética contemporânea: MARX Karl Marx (1818-1883) entendeu moral como produção social que atende características sociais; Em Marx, os valores regem a moralidade e são definido pela ideologia hegemônica; O capitalismo “invade a alma” regimentando a moralidade humana; (Vídeo 6 e 7 – Tempos Modernos) A Ética Contemporânea: Habermas Jurgen Habermas (1929-) sugere a ética discursiva, fundada no diálogo entre sujeitos; É uma ética democrática e não- autoritária; Transforma a subjetividade em inter-subjetividade; Para tal, todos os sujeitos necessitam estar em condições equiparadas de diálogos e intervenção; Outras condições precisam ser contempladas para viabilizar o diálogo. Plano econômico: O exercício moral é também garantido por meio de condições materiais que remetam o indivíduo à sua valorização; Plano Social: Além de condições materiais, a vida em sociedade requer o acesso a formação moral, com percepção da individualidade do sujeito; Plano político: O indivíduo, enquanto ser social, necessita da atuação de instâncias que considerem sua relevância no corpo coletivo. É possível universalizar a ética? Referências ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2009. BARRETO, M. O. O papel da consciência face aos desafios atuais da educação. Salvador: Sathyarte. 2005. CHAUI, M. Convite à Filosofia. 13ª ed. São Paulo: Ática, 2003. COTRIM, G. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. COTRIM, G. & FERNANDES, M. Fundamentos da filosofia. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.