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Primeira Edição
1
Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida, com o propósito
de obter dinheiro da sua venda direta. Todos os outros usos são autoriza-
dos, desde que seja fornecida a referência apropriada.
ISBN - Pendente
2
3
índice analítico
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 Mudança de paradigma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 Sabedoria convencional comparada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3 Entendendo os princípios de causa-efeito . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4 Passo 1: Definir o problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5 Passo 2: Determinar as relações causais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
6 Passo 3: Fornecer uma representação gráfica . . . . . . . . . . . . 98
7 Passo 4: Fornecer evidências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4
Prefácio
Ao tempo do meu primeiro livro, Análise Apollo das Causas Raiz, publicado
em 1999, a Internet estava apenas começando a decolar e a maioria dos
computadores era um objeto grande e volumoso. Falava-se de uma
sociedade sem papel e de que os jornais e os livros estavam condenados.
Bem, levou mais tempo do que os especialistas previam, mas hoje jornais
estão falindo e a venda de livros eletrônicos aumentou 400% em 2010.
Como veremos neste livro, que está sendo publicado tradicional e
eletronicamente, a tecnologia não apenas provocou avanços na forma
de consumirmos informações, mas permitiu comunicarmo-nos de modo
muito mais eficiente. Mais especificamente, a tecnologia permitiu-
nos criar o programa RealityCharting® em 2001 e um novo módulo de
aprendizado online, em 2011; ambos permitem um uso mais eficiente do
nosso valioso tempo.
O programa RealityCharting® permite-nos, pela primeira vez na
história, comunicar com facilidade as relações causais de qualquer
evento. Infelizmente, aprender a usar o programa e o processo tem sido
historicamente, difícil e demorado. O processo de desenvolvimento de
um Gráfico da Realidade Coletiva foi ensinado, pela primeira vez, num
ambiente de sala de aula com palestra e exercícios e levou dois dias
para ser concluído. Em 2009, identificamos uma nova forma de ensinar,
melhor do que o estilo de aprendizagem em sala de aula, utilizando
meios eletrônicos; essa nova maneira de ensinar é instigante, interativa,
permite aprender a partir dos erros, fornece retroalimentação instantânea,
e nos possibilita trabalhar no nosso próprio ritmo. Permite refazer ou,
rapidamente rever, e não há nenhum avanço até que os pré-requisitos
sejam aprendidos. O foco é em aprender tudo em cada aula, e através de
exercícios que provem que você aprendeu a lição; não há necessidade
de testes: ou você aprende e mostra competência em todo o assunto,
ou você não avança. Por causa desse novo módulo de aprendizado, a
maioria das pessoas pode aprender o programa e o processo em metade
do tempo (ou menos) do que levaria em um ambiente de sala de aula
5
tradicional. Também garante a uniformidade de uma experiência de
qualidade, em contraponto à possibilidade de um professor inexperiente
destruir o propósito da aula.
Como sabemos que algumas pessoas desejam saber mais sobre o
assunto, do que apenas o processo básico e como usar uma aplicação do
programa, escrevi este livro para atender essa necessidade. Ao mesmo
tempo em que contém algumas das informações básicas, que estavam
no meu livro anterior, este livro tem muito material novo e inclui links
com os módulos de aprendizado interativo online, fornecidos pelo
novo programa, como uma forma de introduzir esse novo estilo de
aprendizagem. Portanto, este é muito mais do que um livro comum: é
uma aventura interativa no mundo da resolução eficaz de problemas, que
mudará sua forma de pensar, comunicar-se e tomar decisões.
6
Agradecimentos
7
pelos comentários críticos daqueles acima mencionados, assim como de
Jim Davis, Mark Hall, Ned Callahan e Mick Drew.
Os editores sempre vencem, no final e, nós escritores, somos gratos
por isso. Quero agradecer a meus editores Paul McIntire e Sue Gano. Quero
agradecer-lhes pela paciência, pela dedicação à obtenção de um livro
fluente, e por tolerarem meus protestos e minha mentalidade analítica.
Quero agradecer, também, a Ethan Edwards, da Allen Interactions,
por me ensinar como criar um treinamento interativo eficaz online.
8
Introdução
Se você alguma vez perguntou “por quê?”
9
Introdução
10
Introdução
Sucesso pessoal
11
1
Mudança de paradigma
—Steve Covey
12
Mudança de paradigma
13
Mudança de paradigma
14
Mudança de paradigma
15
Mudança de paradigma
16
Mudança de paradigma
forma gráfica, que pode ser dividida e discutida, de forma aberta, com
outras partes interessadas. Processos de categorização, simplesmente,
não conseguem delinear relações causais10. Quando outras partes
interessadas não conseguem ver, de modo claro, as razões (relações
causais) por trás de uma decisão, ou não são capazes de compartilhar
sua compreensão das causas do problema, ficam, em geral, relutantes
em aceitar as soluções propostas – o que, na maioria das vezes, resulta
em conflito e discordância.
Um exemplo clássico dessa estratégia de ”fator causal” é o Relatório
da Investigação do Acidente em Deepwater Horizon, apresentado pela
British Petroleum, em setembro de 2010. Esse relatório explica que havia
quatro “fatores críticos” envolvidos, quando a plataforma de perfuração
de poços de petróleo de Deepwater Horizon incendiou-se, causando o
maior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos. Os fatores
críticos identificados foram:
17
Mudança de paradigma
18
Mudança de paradigma
19
Mudança de paradigma
20
Mudança de paradigma
21
Mudança de paradigma
Ação
Causada(o)
Vedação de por
cimento falhou Páre Novo efeito primário
Página 60 R
Ação
Causada(o)
Tubulação não
vedada
por
E
Página 141 R
Condição
Causada(o)
Cimento existe por
Páre Condição desejada
Efeito primário
Causada(o) Página 56 R
Óleo liberado
E
por
Ação
Preventor de
Causada(o)
por
Ver Figura 1.2
explosão deixou de
fazer isolamento na próxima página
Página 141 R
Condição
Causada(o)
IDispositivo de
isolamento
inoperante
por
E
Página 141 R
Condição
Causada(o)
Preventor de por
explosão existe Páre Condição desejada
E
Página 141 R
Condição
Causada(o)
Tubulação do por
poço existe Páre Desired Condition
Observação R
E Ação
O relatório não se Causada(o)
por
Condition refere ao porquê Páre Causas não fornecidas
Ver nota
Não sabia que o Causada(o)
dispositivo de por
Página 173 R
isolamento
estava inoperante
E
Página 152 R
22
Mudança de paradigma
Action
Condição
Requisitos Causada(o)
por
de isolamento Páre Condição desejada
de emergência
Condição
Observação R
Causada(o)
Recalque cego
E
por
existe
Observação R
Condição
Cont. Ambas as
bobinas
Causada(o)
por Deixou de seguir
da inoperantes
IR PARA
as recomendações
E de manutenção
Causada(o)
Sistemas
redundantes de
controle não
por
E
operantes Ação
Página 152 R
Causada(o)
Não energizada por
IR PARA
Baterias descarregadas
em ambos os sistemas
Página 154 R
23
Mudança de paradigma
Condição
Causada(o)
Deixou de seguir por
recomendações ? São necessárias mais
de manutenção informações
Página 154 R
Página 156 R
Condição
Causada(o)
Projeto do sistema
E por
? São necessárias mais
informações
Página 173 R
Ação
Causada(o)
Voltagem não
monitorada
por
E
Continuação da Página 173 R Ação
Condição
Causada(o)
Deixou de corrigir por
as deficiências ? São necessárias mais
conhecidas informações
Página 167 R
24
Mudança de paradigma
Senso comum
Quando, no julgamento dos acusados do bombardeio na cidade de
Oklahoma, o júri não conseguiu decidir pela pena de morte para o terrorista
condenado Terry Nichols, um jurista lamentou, “Se eu aprendi algo com esse
fato foi que duas pessoas podem olhar para a mesma situação e ver duas
coisas completamente diferentes.” De fato, como pode ter ocorrido algo
assim? Onde está o senso comum? A evidência era óbvia, a decisão, clara. O
que há de errado com algumas pessoas, então? Em geral finalizamos essa
linha de pensamento concluindo que algumas pessoas, simplesmente, não
têm nenhum senso comum.
Acreditamos, a maioria de nós, que temos o nosso mundo bem definido
e que somos competentes na resolução de problemas. Também acreditamos
que a maioria das pessoas em volta de nós sabe resolver problemas. De
fato, damos a impressão de acreditar que a realidade é a mesma para todos;
que se somos capazes de pensar em algo, deve ser comum a todo mundo.
Algumas vezes, quando as pessoas não agem de acordo com nossas ideias
preconcebidas, dizemos que elas não têm nenhum senso comum. Podemos
mesmo questionar nossa amizade com essas pessoas, porque certamente
não queremos estar associados a idiotas.
O senso comum é definido como o sentimento comum a toda
a humanidade. Ironicamente, podemos defini-lo como um corpo de
conhecimentos que meus amigos e eu compartilhamos. Qualquer que
seja a definição utilizada, pode ser qualquer coisa menos comum, pois
não temos os mesmos amigos, nem os mesmos sentimentos que o nosso
próximo. O senso comum é uma desculpa muito usada, para explicar por
que os outros não veem as coisas como vemos, e puni-los por isso. Uma
vez ouvi um gerente de uma indústria dizer, “Desde quando nosso pessoal
começou a checar seu senso comum no portão de entrada?”
Cada um de nós é único e nossa individualidade é determinada pela
nossa estrutura genética e pelo ambiente no qual se desenvolveram nossas
percepções. Investigar por que nossas percepções são únicas, ajuda-nos a
refutar a noção de senso comum.
A percepção existe dentro de cada mente e é um processo de quatro
passos.
25
Mudança de paradigma
26
Mudança de paradigma
Processando dados
No seu instigante livro, Descartes’ Error12 (“O Erro de Descartes”),
Antonio R. Damasio, médico, apresenta grandes ideias originais sobre o
funcionamento da mente. Dr. Damasio e outros descobriram as causas do
aprendizado, na natureza física da mente. O cérebro é formado por bilhões
de células conhecidas como “neurônios”, constituídos de um corpo celular,
de uma fibra emissora chamada “axônio” e de várias fibras receptoras
chamadas “dendrites”. Esses neurônios se interconectam formando
circuitos e sistemas dentro do cérebro. As funções cerebrais, inclusive
nossos pensamentos e ideias, ocorrem quando os neurônios são ativados
através de um processo eletroquímico. Cada vez que temos um novo
pensamento, ou uma nova experiência, axônios e dendrites “conectam-se”
por uma sinapse, como parte desse processo eletroquímico. Se o mesmo
pensamento, ou a mesma experiência, for repetido, essas mesmas conexões
tornam-se mais fortes. A FIGURA 1.4 mostra uma versão simplificada desse
processo.
Sinapse
Axônios Axônios
Dendritas Dendritas
27
Mudança de paradigma
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Mudança de paradigma
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Mudança de paradigma
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Mudança de paradigma
31
Mudança de paradigma
mais profunda das causas raiz não é novidade, ao passo que São Tomás
de Aquino parecia não perceber a contradição desses dois argumentos.
A realidade aproxima-se mais da rede causal de Buda, que é
semelhante à FIGURA 1.5, onde se pode ver que, a estrutura causal
mínima de cada evento, é um conjunto sempre crescente de causas
de dois a quatro, de oito a dezesseis, ao infinito, com alguns laços de
retroalimentação incluídos. Pelo fato de existir, potencialmente, um
conjunto infinito de causas para um dado evento, não é possível existir
uma única primeira causa (raiz). Portanto, para garantir soluções eficazes
é necessário, primeiro, ter uma compreensão clara das relações causais
conhecidas. Só então é possível determinar quais as causas que, se
removidas ou controladas, impedirão a recorrência do problema. As
causas às quais as soluções estão associadas são, portanto, por definição,
as causas raiz. Por consequência, as causas raiz são secundárias e
dependentes das soluções, não sendo assim objeto de nossa pesquisa
– como aqueles que utilizam processos de categorização queriam que
acreditássemos.
Por quê? Causa /
Efeito
Causa /
Efeito
Por quê? Causa /
Efeito
Causa /
Efeito
Por quê? Causa /
Efeito
Causa /
Efeito
Causa /
Por quê? Causas aumentam quando perguntamos Por Quê. Efeito
Causa / 2 Mínimo 4 8 16 32
Efeito
de causas
Causa / Por quê?
Efeito
Circuito de retro alimentação
32
Mudança de paradigma
Princípios da causalidade
Com essa breve revisão da resolução de problemas humanos,
podemos ver que, apesar de os grandes pensadores terem tido algumas
boas ideias, as lições do passado não foram totalmente incorporadas aos
processos tradicionais de resolução de problemas. A seguir apresentamos
o que aprendemos nesse passeio através da história, para ajudar-nos a
definir alguns princípios de causa e efeito (FIGURA 1.6) e utilizá-los para
refinar os elementos convencionais da resolução eficaz de problemas.
Primeiro princípio
Causada(o)
Causas e efeitos são por
a mesma coisa
Evidências R
Segundo princípio
Causada(o)
Causas existem em um por
Quarto princípio
Um efeito existe somente Causada(o)
se suas causas existem no por
33
Mudança de paradigma
1) Definir o problema.
2) Determinar as relações causais conhecidas de modo a incluir as
ações e condições de cada efeito.
3) Apresentar uma representação gráfica das relações causais que
inclua a ação específica e as causas condicionais.
4) Fornecer evidências que fundamentem a existência de cada
causa.
5) Determinar se cada conjunto de causas é necessário e suficiente
para provocar o efeito.
6) Prover soluções eficazes que removam, modifiquem, ou
controlem uma ou mais causas do evento. As soluções devem,
comprovadamente, prevenir recorrência, ser coerentes com
nossas metas e nossos objetivos, estar submetidas ao nosso
controle e não causar outros problemas.
7) Implementar as soluções e monitorar sua efetividade.
Cada um desses passos é discutido em capítulos distintos deste livro.
34
Mudança de paradigma
Referências bibliográficas
1) COVEY, Stephen R. Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. Trad.
Cláudia Gerpe Duarte. São Paulo: Best-Seller, 2005.
2) KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. Trad. Beatriz Vianna
Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Best-Seller, 2005.
3) LUANG, Prinyayogavipulya. Concise Principles of Buddhism, Segunda Edição.
Bangkok: Sammajivasilpa Mulnidhi, 1957.
4) RUGGIERO, Vincent Ryan. Beyond Feelings. A Guide to Critical Thinking,
Sétima Edição. Nova Iorque: McGraw–Hill, 2004, pág. 112.
5) “Causal Processes”, Stanford Encyclopedia of Philosophy, 8 de dez., 1996 e
atualizado em 10 set. 2007.
6) BOURKE, Vernon J. The Pocket Aquinas. Nova Iorque: Washington Square
Press, 1960, pág. 67.
7) WILSON, Paul F.; DELL, Larry D.; ANDERSON, Gaylord F. Root Cause Analysis
— A Tool for Total Quality Management, Seattle: Quality Press, 1993, pág. 187.
8) WILSON, Paul F.; DELL, Larry D.; ANDERSON, Gaylord F., op. cit., pág. 48.
9) The Teaching of Buddha, 202a edição revisada. Berkeley: Society for the
Promotion of Buddhism, 1966, pág. 54.
10) BOUKENDOUR, Said; BRISSAUD, Daniel.“A Phenomenological Taxonomy
for Systemizing Knowledge on Nonconformances,” Quality Management Journal,
Vol. 12, Nº. 2, 2005.
11) CARTER, Rita. Mapping the Mind. University of California Press, 1998, pág.
106.
12) DAMASIO, Antonio R. O Erro de Descartes — Emoção Razão e o Cérebro
Humano. Trad. Dora Vicente e Georgina Segurado. São Paulo: Companhia das Letras.
2000.
35
Mudança de paradigma
13) RESTAK, Richard M. Receptors, Nova Iorque: Bantam Books, 1994. / ORNSTEIN,
Robert; THOMPSON, Richard F. The Amazing Brain. Boston: Houghton
Mifflin, 1984.
14) BOURKE, Vernon J., op. cit., pág. 67.
36
2
Sabedoria convencional
comparada
—Dean L. Gano
37
Sabedoria convencional comparada
Critérios de comparação
Para analisar, adequadamente, os muitos métodos e ferramentas
de análise da causa raiz, como é denominada, é necessário um padrão de
comparação. Em geral, se aceita que o propósito da análise da causa raiz
é encontrar soluções eficazes para os problemas relacionados a eventos,
que impeçam sua recorrência. Consequentemente, um processo eficaz
de análise da causa raiz deve permitir uma compreensão clara de como,
exatamente, as soluções propostas preenchem esse requisito. Para
garantir isso, um processo eficaz deveria atender aos seis seguintes
critérios.
1) Definir claramente o problema, e sua relevância, para as partes nele
envolvidas.
2) Delinear com clareza as relações causais conhecidas que se
combinam para criar o problema.
3) Estabelecer, claramente, as relações causais entre a(s) causa(s) raiz e
o problema definido.
4) Apresentar, com clareza, a evidência utilizada para fundamentar a
existência das causas identificadas.
5) Explicar, claramente, como as soluções evitarão a recorrência do
problema definido.
38
Sabedoria convencional comparada
39
Sabedoria convencional comparada
outro método ACR que fornece uma causa específica, não necessariamente
uma causa raiz.
40
Sabedoria convencional comparada
41
Sabedoria convencional comparada
42
Sabedoria convencional comparada
43
Sabedoria convencional comparada
44
Sabedoria convencional comparada
muitas pessoas que usam esse método perguntam apenas por que a
mudança ocorreu e deixam de obter uma análise abrangente.
A análise de barreiras pode fornecer uma excelente ferramenta para
determinar onde iniciar sua análise da causa raiz, mas não é um método
que permite encontrar soluções eficazes, porque não identifica “por que”
uma barreira falha ou “por que” ela não existe. Isso está fora do escopo
da análise de barreiras. Para determinar as causas raiz, as conclusões da
análise de barreiras devem ser acrescentadas a um método baseado em
princípios, para que se possa descobrir por que a barreira falhou.
Diagramas de árvore, também conhecidos como esquemas
de categorização, estão, cada vez mais, sendo substituídos pelo
RealityCharting®, mas ainda continuam mantendo alguns seguidores
porque despertam nosso sentido de ordem e de pensamento do tipo
“aperte o botão” (como discutido no Capítulo 1). Existem, pelo menos,
sete falhas importantes no modelo dos diagramas de árvore.
Falha 1. Um diagrama de árvore não é um gráfico de causa-efeito,
como os defensores desses métodos querem que acreditemos. Este diagrama
simplesmente não mostra todas as relações causais entre o efeito primário e
as causas raiz. Consideremos o seguinte exemplo: dado um evento simples,
organizei as causas de acordo com as regras de um diagrama de espinha de
peixe na FIGURA 2.3.
Pessoal Métodos
Caminhão desviou
Pé no acelerador
D
ire
çã
o
fo
im
ov
id
a
Carro bateu
Accelerator Pushed
Materiais Máquinas
45
Sabedoria convencional comparada
Pé no
acelerador
Máquina Causada(o)
por
Carro
bateu
Material
Caminhão
existe
Pessoal Causada(o)
por
Caminhão
desviou
Pessoal
Direção foi
movida
46
Sabedoria convencional comparada
47
Sabedoria convencional comparada
48
Sabedoria convencional comparada
49
Sabedoria convencional comparada
50
Sabedoria convencional comparada
e pode ser usada como complemento das análises de causa raiz das
seguintes formas:
1) Para encontrar causas através da revisão das hipóteses e das decisões
determinadas durante o planejamento original do sistema;
2) Para determinar a probabilidade de determinados cenários causais; e
3) Para selecionar a solução, ou as soluções apropriadas.
Resumo
Embora as ferramentas tradicionais de análise de causa raiz
contribuam, com alguma estrutura, para o processo de resolução de
problemas humanos relacionados a eventos, esse levantamento mostra
o quanto são limitadas e como, muitas vezes, funcionam por acaso e não
por suas características. Os processos comuns de exposição narrativa e de
categorização são o produto de anos de evolução do nosso pensamento,
mas já está na hora de seguir adiante. O RealityCharting® está se tornando
51
Sabedoria convencional comparada
Referências bibliográficas
1) WILSON, Paul et al. Root Cause Analysis — A Tool for Total Quality
Management. Milwaukee: Quality Press, 1993.
2) CHURCHLAND, Paul M. The Engine of Reason, the Seat of the Soul. Cambridge:
MIT Press, 1996.
3) REISING, Larry; PORTWOOD, Brett. “Root Cause Analysis and Quantitative
Methods — Yin and Yang?” Apresentado na International System Safety
Conference, 2007.
52
3
Entendendo os princípios de
causa-efeito
—John F. Kennedy
54
Entendendo os princípios de causa-efeito
O princípio de causa-efeito
O princípio de causa e efeito tem quatro premissas importantes:
1) Causa e efeito são a mesma coisa.
2) Cada efeito tem no mínimo duas causas, uma ativa e uma
condicional.
55
Entendendo os princípios de causa-efeito
Efeitos Causas
Lesão Causada(o) por Queda
Queda Causada(o) por Escorregou
Escorregou Causada(o) por Superfície molhada
Superfície molhada Causada(o) por Válvula com vazamento
Válvula com vazamento Causada(o) por Falha na vedação
Falha na vedação Causada(o) por Sem manutenção
56
Entendendo os princípios de causa-efeito
Causa
ativa
Causada(o)
por
Efeito
Causa
condicional
57
Entendendo os princípios de causa-efeito
Definições
Condição
Fósforo
existe
Condição Causada(o)
por
Incêndio
Condição
Material
combustível
58
Entendendo os princípios de causa-efeito
Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas
Cp = Causada(o) por
59
Entendendo os princípios de causa-efeito
Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas Causas ocultas
Cp = Causada(o) por
60
Entendendo os princípios de causa-efeito
Causa / 2 Mínimo 4 8 16 32
Efeito
61
Entendendo os princípios de causa-efeito
62
Entendendo os princípios de causa-efeito
63
Entendendo os princípios de causa-efeito
64
Entendendo os princípios de causa-efeito
como efeito, um incêndio. Poderíamos dizer que ações são causas que
reúnem as condições, desde que se entenda que “reunir” não implica
movimento físico. Condições são causas que existem antes de uma ação,
e que são exigidas para que o efeito ocorra. Como os ingredientes de
uma sopa, cada componente é uma condição; e não se trata de uma sopa
até que o cozinheiro diga que é uma sopa. Nesse momento, a mistura
torna-se sopa, até ser consumida.
Ação
Riscar fósforo
Efeito
Incêndio
Espaço = Mesmo
Condição
Fósforo
Condição
Retalhos sujos de óleo
Condição
Oxigênio
65
Entendendo os princípios de causa-efeito
Ação
Estrada construída
Efeito
Estrada existe
Espaço = Mesmo
Condição
Mão de obra
Condição
Asfalto
Condição
Terreno
66
Entendendo os princípios de causa-efeito
67
Entendendo os princípios de causa-efeito
1º olhar:
Pulso Causado
por
Pessoa
quebrado caiu
Pulso Causado
por
quebrado
Pessoa Causado
por
Etc.
caiu
Excesso de Causado
3º olhar: força
por
Posição do Causado
por
Etc.
pulso
Pessoa Causado
por
Etc.
caiu
Mais passos de bebê...
68
Entendendo os princípios de causa-efeito
69
Entendendo os princípios de causa-efeito
Quando for identificar causas, tente ir até o nível que lhe forneça a
melhor compreensão da relação causal. Esse nível pode variar, de acordo
com nossas necessidades.
Para ajudá-lo a internalizar este conceito, faça o exercício na página a
seguir: http://coach.RealityCharting.com/Book/Baby-Steps
70
Entendendo os princípios de causa-efeito
71
Entendendo os princípios de causa-efeito
72
Entendendo os princípios de causa-efeito
73
Entendendo os princípios de causa-efeito
Referências bibliográficas
1) CARTER, Rita. Mapping the Mind. Los Angeles: University of California Press,
1999.
2) GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Trad. Marcos Santarrita. Rio de
Janeiro: Objetiva, 1996.
3) MANUELE, Fred. A. On the Practice of Safety. 2a. ed. Nova Iorque: John Wiley
& Sons, 1997.
4) VAN DOREN, Charles. A History of Knowledge. Nova Iorque: Ballantine Books,
1991.
74
4
Passo 1: Definir o problema
—Charles Kettering
75
Passo 1: Definir o problema
Bem...
Os
Peças
todos nós O
operadores baratas
sabemos qual Falta de empreiteiro Comunicação
fizeram besteira
é a causa raiz procedimentos Você! deficiente
outra vez.
certo?
Wendy C. Mitchell
76
Passo 1: Definir o problema
77
Passo 1: Definir o problema
78
Passo 1: Definir o problema
79
Passo 1: Definir o problema
entender cem causas para encontrar uma solução eficaz. Cada situação é
diferente e você vai aprender, com a experiência, até onde você precisa ir
para encontrar as melhores soluções.
Quanto maior for a relevância, mais importante é conhecer as causas
entre as causas, porque cada nova causa acrescenta mais oportunidades
de encontrar uma solução eficaz. Incluir a relevância na definição do
problema é essencial para a resolução eficaz de problemas.
Ao determinar a relevância é importante ser específico e evitar
declarações categorizadas. Em vez de lesão no pulso, a relevância deve
ser estabelecida para “perdeu o uso da mão” e, em vez de “a fábrica fechou”
deve-se declarar “perda de $50.000 em custos de produção”.
A relevância é função de nossos objetivos e metas. Se nossa
organização tem o objetivo de produzir algo, de forma segura e econômica,
ou de fornecer o melhor serviço possível, a relevância do problema deve
centrar-se nesses objetivos. Com muita frequência, as organizações
deixam de comunicar suas metas e seus objetivos a cada empregado.
Quando os empregados não sabem quais são seus objetivos específicos,
eles acham difícil identificar a relevância de um determinado problema.
Os resultados são: uma definição incompleta do problema e a dificuldade
de determinar uma solução eficaz. Muitas vezes os empregados ficam
tentando adivinhar o que o chefe quer, em vez de pensar por eles mesmos
para atingir um objetivo importante.
Conhecer a relevância, também nos ajuda a saber quais questões
devemos perguntar durante a fase de análise. Ao nos deslocarmos ao
longo dos vários caminhos causais, conhecer a relevância nos ajuda
a decidir quais caminhos podem fornecer as melhores soluções. Por
exemplo, se meu problema é um vazamento de dejetos, então saber de
que dejetos se trata, não apenas me diz qual a relevância, diz também
quais perguntas “por que” preciso perguntar depois. Se for apenas água
suja, talvez eu só precise saber por que saiu do recipiente. Mas se for lixo
tóxico, terei que perguntar “por que” mais vezes, para descobrir por qual
razão o vazamento não foi contido por um sistema secundário de controle.
A relevância é completamente relativa e única para cada problema,
mas se não a definirmos imediatamente, isso vai ter um impacto
tremendamente negativo na nossa capacidade de solucionar problemas
de forma eficaz e eficiente.
Para saber mais, clique em:
http://coach.RealityCharting.com/Book/Significance
80
Passo 1: Definir o problema
81
Passo 1: Definir o problema
Objetivos conflitantes
Em geral, é muito fácil definir o problema, mas quando as partes
interessadas são muitas, como acontece em projetos públicos, vai surgir
uma nova dinâmica e precisamos estar cientes dela. O propósito da
resolução de problemas relacionados a eventos é mover-se de um estado
ou condição atual inaceitável para uma condição desejada. Infelizmente,
a condição desejada nem sempre é fácil de definir, principalmente
quando envolve política. O objetivo de uma das partes interessadas pode
ser diferente do objetivo de outras partes, ou do de uma organização.
Como os objetivos definem o propósito, o propósito define a relevância
e a relevância ajuda a definir o problema, objetivos conflitantes resultarão
em um ambiente onde é impossível a resolução de problemas.
Por exemplo, no noroeste dos Estados Unidos existe um objetivo
político de salvar o salmão dos rios, e a solução proposta é remover todas
as barragens hidrelétricas dos rios Columbia e Snake. Outro objetivo
político é usar as barragens para permitir uma economia viável, através da
produção de eletricidade sem a emissão de carbono, para a região, e ainda
fornecer água para a irrigação de modo que as fazendas possam plantar
alimentos. Infelizmente, os que propuseram a remoção das barragens,
substituíram seu objetivo de salvar os peixes pela solução de remover
as barragens. Sem nenhuma análise causal abrangente, determinaram
que a remoção das barragens seria a única solução para atingirem seus
objetivos. Com essa conclusão, mudaram seu objetivo de “restaurar os
82
Passo 1: Definir o problema
83
5
Passo 2: Determinar as relações
causais
—Ayn Rand
84
Passo 2: Determinar as relações causais
Efeito Causada(o)
por Este ramo é lido como um "e".
primário
Causa Páre
Outros caminhos
causais mais
ativa produtivos
85
Passo 2: Determinar as relações causais
Onde começar
Quando iniciamos o processo de resolução de problemas, em geral
não há informações suficientes para nos sentirmos confiantes com relação
ao efeito primário; assim, podemos ter muitos efeitos e necessitaremos
de muitos gráficos. Mas, não se preocupe em reunir esses vários gráficos
porque o RealityCharting® torna isso muito fácil. Em vez de discutir, ou
perder tempo, tentando decidir-se por um efeito primário, ou ponto de
partida, liste os efeitos primários que você tem e analise cada um deles,
um de cada vez, identificando tantas causas conhecidas quantas for
possível. O que está acontecendo durante este estágio do processo é
que, cada membro do grupo está expressando sua própria realidade em
relação ao que aconteceu, e essas em geral diferem. As pessoas estão
expressando suas perspectivas sobre o evento – ninguém está certo ou
errado, portanto fique focado em capturar essas perspectivas. Vamos
entendê-las depois. O propósito desse processo é perceber todas as
causas e suas relações. Você pode querer que cada pessoa interessada
utilize o RealityCharting Simplified®, para criar facilmente um Gráfico
da Realidade Coletiva. O RealityCharting Simplified® é um programa
gratuito que permite que os interessados respondam algumas perguntas
básicas e, a partir daí, cria automaticamente um Gráfico da Realidade
Coletiva. O arquivo pode ser salvo e enviado por correio eletrônico para
um facilitador, que irá incorporá-lo a um gráfico maior.
Para saber mais, acesse:
http://www.realitycharting.com/realitycharting/simplified
Se você está em um ambiente de reunião e deseja provocar
turbilhões de ideias para começar, o RealityCharting® fornece uma
função “turbilhão de ideias” para ajudá-lo. Para ver como isso funciona,
clique em:
http://coach.RealityCharting.com/Book/Brainstorming
Criar um Gráfico da Realidade Coletiva parece muito com montar um
quebra-cabeça. Começamos com uma peça e tentamos encontrar uma
que se encaixe. Reunimos algumas peças de cada vez e aí esgotamos as
relações entre as peças; então começamos com outra peça e repetimos o
processo. Com cada sucesso criamos um conjunto elementar de causas,
que é uma simples relação causal formada de pelo menos uma causa
condicional e de uma causa ativa, que juntas provocaram o efeito.
86
Passo 2: Determinar as relações causais
87
Passo 2: Determinar as relações causais
Ação
Nitrogênio
migrou
Efeito primário
Anel protetor Causada(o)
por
de cimento
falhou
Condição
Resistência do
cimento abaixo
das exigências
Ação
Barreira da
sapata de
flutuação falhou
Efeito primário
Causada(o)
Hidrocarbonetos por
fluindo
Condição
Sapata de
flutuação existe
88
Passo 2: Determinar as relações causais
como uma causa, já que é tão óbvio. Entretanto, como vamos ver em
seguida, causas condicionais podem ser as melhores para se atrelar uma
solução. Se perguntarmos por que existe a sapata de flutuação, podemos
extrapolar nossa forma usual de pensar e descobrir uma nova maneira
de isolar o fundo do poço. Talvez exista uma melhor forma de fazer isso
e, certamente, você não chegará a esse nível de questionamento se não
listar, no gráfico, as causas condicionais óbvias e contestá-las.
89
Passo 2: Determinar as relações causais
Action
Computador
falhou
Efeito primário
Causada(o)
Cliente por
insatisfeito
(existe)
Condição
Computador
existe
Hora Eventos
19:55 Teste de pressão negativa concluído e considerado bom.
20:00 O preventor interno de explosão e o preventor anular de
explosão abriram-se e começou o bombeamento de água do
mar, ao longo do tubo de perfuração, para afastar a lama e o
distanciador do tubo elevatório.
20:52 Foi calculado que o poço se desestabilizou e começou a vazar.
21:08 Distanciador foi observado na superfície. Com as bombas
desligadas, a pressão do tubo de perfuração aumentou de
1.017 psi para 1.263 psi em 5½ minutos. O influxo do poço foi
calculado em 9 barris/minuto.
21:14 As bombas foram reativadas para continuar o afastamento.
21:31 As bombas foram desligadas.
90
Passo 2: Determinar as relações causais
91
Passo 2: Determinar as relações causais
Ação
Hidrocarbonetos
entraram
no poço
Efeito primário
Causada(o)
Integridade do por
Alta pressão
do poço
Ação
Entrada de
hidrocarboneto
gasoso
Efeito primário
Causada(o)
Excesso de
Omitido na sequência de eventos.
por
velocidade do
gerador
Condição
Hidrocarboneto
gasoso
Fornecido na sequência de eventos. presente
92
Passo 2: Determinar as relações causais
Ação
Causada(o)
Não por
energizada
Efeito primário
Causada(o)
Válvula por
solenoide não
abriu
Condição
Circuito de retro
Defeito nas alimentação
bobinas
93
Passo 2: Determinar as relações causais
94
Passo 2: Determinar as relações causais
95
Passo 2: Determinar as relações causais
Finalizar cada caminho causal com um ponto de interrogação ou uma razão paa parar
96
Passo 2: Determinar as relações causais
97
6
Passo 3: Fornecer uma
representação gráfica
—Autor desconhecido
98
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
99
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
Ação
Causada(o)
Não conseguiu por
impedir gols ? Mais informações
necessárias
Ação Observação R
Causada(o)
Adversário por
marcou mais
pontos
Condição
Observação R
Causada(o)
Placar R Adversários são por
Efeito primário melhores
Causada(o) jogadores
Jogo perdido por
Observação R
Condição
Causada(o)
Time com menos por
pontos perde Páre Condição desejada
Regras R
Condição
Causada(o)
Adversários têm por
mais experiência Páre Condição desejada
Observação R
Ação
Causada(o)
Mais treinamento por Outros caminhos causais
Páre
mais produtivos
Declaração verbal R
100
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
Condição Condição
Ação Ação
Condição Ação
Condição
Separador de
lama e gás existe
Condição
101
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
Filosofias
A elaboração de gráficos não é uma ciência exata, portanto, não
existe um único gráfico de causa-efeito correto para um dado evento. Não
estamos buscando a verdade, ou a mítica causa raiz. Estamos tentando
identificar soluções efetivas. O gráfico de causa-efeito é, simplesmente,
uma representação da realidade comum daqueles que o criam. Se você
se flagrar concordando ou discordando das “causas corretas”, você não
percebeu o objetivo do Gráfico da Realidade Coletiva. O gráfico vai
fornecer um ponto de partida a partir do qual se vai encontrar soluções
efetivas, e mesmo que não seja possível fazer isso com perfeição, será
muito melhor do que com qualquer outro método de resolução de
problemas que você possa utilizar.
Somos muitas vezes prejudicados por nossa disposição de sacrificar
nossa individualidade, em um grupo ou uma equipe, então afaste-se do
grupo para encontrar novas perspectivas e, portanto, causas adicionais.
Tome cuidado também com o pensamento paroquial – muitas vezes
este gera um ponto de vista estreito e paramos muito cedo nossa busca
de causas. Tente encontrar outras pessoas bem informadas, para rever seu
gráfico antes de concluí-lo. Ouça o que têm a dizer, com a mente aberta,
e se você não puder explicar o gráfico, provavelmente você não entende
as causas.
Aprenda a ser humilde e ajude os outros a fazerem o mesmo. Seja
autêntico e honesto com os outros.
Estratégias eficazes para a construção de gráficos
Procure ações e condições, mas se não conseguir vê-las, não fique
emperrado. É mais importante manter-se em movimento no “ciclo de
retorno ao ponto de partida” do que qualquer outra coisa. Se você parar
de perguntar “por que” ou ficar parado, as pessoas perdem o interesse
e o processo se encerra. Siga cada caminho causal até o seu ponto de
ignorância, ou tome uma decisão consciente de parar de perguntar “por
quê”. Não discuta soluções até você terminar o seu Gráfico da Realidade
Coletiva.
Quando os membros de uma equipe não conseguem concordar, ou
fazer com que a equipe comece, o facilitador pode preparar um gráfico
fictício da realidade coletiva. É sempre mais fácil criticar do que criar. (Um
gráfico fictício é um argumento para discussão, que pode ser facilmente
refutado, como um balão experimental).
102
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
103
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
supervisor pode criar um gráfico fictício para dar a partida, mas cada
interessado deve rever e comentar a legitimidade do diagrama de fluxos.
À medida que o processo “elaboração de um diagrama de fluxos” se
desenvolve, erros, omissões e mal-entendidos virão à tona; aí você pode
começar a perguntar “por que” e criar um Gráfico da Realidade Coletiva.
Talvez você também tenha que criar ou encontrar imagens, diagramas ou
desenhos do equipamento, para ajudá-lo a entender as causas.
104
Passo 3: Fornecer uma representação gráfica
105
7
Passo 4: Fornecer evidências
—Richard Wright
106
Passo 4: Fornecer evidências
Definindo evidência
107
Passo 4: Fornecer evidências
Condição
Causada(o)
Com pressa por
Ação
Viu o queimador em brasa R
Causada(o)
Viu o botão de controle em Alto R Girou o botão de por
controle para Alto
Observação R
Condição
Causada(o)
Fogão existe por
Observação R
108
Passo 4: Fornecer evidências
109
Passo 4: Fornecer evidências
Ação
Causada(o)
Combustível por
vaporizado
Temperatura = 140,55° C R
Gráfico de vaporização R
Condição Condição
Causada(o) Causada(o)
Combustível em por Alta temperatura por
estado gasoso do tanque
Efeito primário
Temperatura = 140,55° C R Leitura do registro de temperatura R
Causada(o)
Tanque de por Gráfico de vaporização R
combustível
explodiu Condição
Ação Causada(o)
Causada(o) por Tanque de por
Fagulha combustível existe
Observação R
Electric Motor R
110
Passo 4: Fornecer evidências
Ação
Causada(o)
Menos horas por
dedicadas à
venda
Ação Intuição R
Causada(o)
Diminuição nas por
vendas
Condição
Relatórios mensais R
Causada(o)
Pessoal de por
Efeito primário vendas existe
Causada(o)
Lucro pequeno por
Observação R
Condição
Causada(o)
Divulgação por
inadequada
Opinião do gerente R
111
Passo 4: Fornecer evidências
Condição
Observação de testemunha R
Causada(o)
Trovão e por
Efeito primário relâmpago
Causada(o)
Caiu quatro por
metros e meio Observação R
Condição
Causada(o)
Telhado existe por
Observação R
Fatos não têm valor, a não ser que sejam usados no âmbito das
relações causais. É um fato que o sinal está vermelho porque podemos
vê-lo, mas essa afirmação não tem nenhum valor, até o momento em que
for posicionada dentro de uma relação causal. O sinal vermelho fez com
112
Passo 4: Fornecer evidências
113
8
Passo 5: Determinar se as causas
são necessárias e suficientes
—Abraham Lincoln
114
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
Causas necessárias
Para ajudar a superar essa condição humana, é importante examinar
cuidadosamente cada conjunto causal, garantir que essas causas
realmente ocorrem no mesmo ponto do espaço e do tempo e tornar
o período de tempo que está sendo observado, o mais curto possível.
Tente criar um vídeo do evento na sua mente e use o botão “pausar”
para observar, cuidadosamente, as causas em um dado ponto no tempo.
Vamos ver um exemplo disso. Na FIGURA 8.1 vemos que “perna quebrada”
foi provocada por duas causas: “pulou do telhado” e “caiu quatro metros
e meio”. Embora essas sejam causas da perna quebrada, será que estão
ocorrendo, realmente, no mesmo ponto do espaço e do tempo?
Ação
Causada(o)
Pulou do telhado por
Condição
Causada(o)
Caiu quatro por
metros e meio
Altura medida R
115
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
Vamos olhar mais de perto. Passe o vídeo na sua mente, veja o osso
sendo quebrado e pergunte quais são as causas nesse ponto do vídeo. A
causa é realmente “pulou do telhado”? Pular do telhado ocorreu em um
momento bem anterior, não foi? Então, olhando mais de perto vemos
que foi a força excessiva sobre o osso, portanto talvez devamos expandir
isso, como fizemos na FIGURA 8.2, na qual mostramos a causa do osso
quebrado como sendo o excesso de força, e o impacto no chão, da queda
de uma altura de quatro metros e meio. Certamente, faz mais sentido,
não faz? Além disso, vemos que “cair quatro metros e meio” foi de fato
provocado pelo ato de pular do telhado, e não uma causa associada,
como mostrado na FIGURA 8.1.
Ação
Causada(o)
Sofreu excesso por
de força
Observação de testemunha R
Ação
Declaração verbal R Causada(o)
Pulou do telhado por
Condição
Declaração verbal R
Causada(o)
Telhado existe por
Observação R
116
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
Ação
Causada(o) Declaração verbal R
Sofreu excesso por
de força
Condição
Raios-X R Causada(o)
Efeito primário
Causada(o) Observação R Chão existe por
Perna quebrada por
Observação R
Condição
Causada(o)
Osso da perna por
existe
Observação R
Ação
Causada(o)
Pulou do telhado por
Ação
Causada(o) Declaração verbal R
Condição
Causada(o)
Estava em pé no por Observação R
telhado
Declaração verbal R
Condição
Causada(o)
Telhado a quatro por
metros e meio
do chão
Observação R
Condição
Causada(o)
Chão duro por
Observação R
117
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
Como você pode ver, agora temos uma perspectiva muito melhor
das causas no espaço e no tempo e vemos que, realmente, existem três
conjuntos de causas entre “perna quebrada” e “pulou do telhado”. Vale
notar que poderíamos acrescentar ainda mais causas a “excesso de força
sofrido”, tal como o peso da pessoa que caiu, mas deixei de lado essas e
outras causas para poupar espaço, mas sem prejudicar meu argumento.
Como discutiremos, de forma mais abrangente, no próximo capítulo
sobre soluções, ter mais causas proporciona mais oportunidades de
afetar o resultado do evento. Por exemplo, poderíamos tornar o chão
mais macio, ou perguntar, primeiramente, por que a pessoa estava em pé
no telhado e talvez eliminar essa necessidade. Quando listamos apenas
as duas causas originais de “pulou do telhado” e “caiu de quatro metros e
meio de altura”, existem muito poucas causas às quais podemos vincular
soluções eficazes.
Assegurando-se, cuidadosamente, de que você está cumprindo o
quarto princípio de causa-efeito, você identificará as causas necessárias
de cada efeito, no seu gráfico.
Suficiência
Além de certificar-se de que cada conjunto causal possui causas que
ocorrem no mesmo ponto do tempo e do espaço, você precisa procurar
a suficiência. Para fazer isso, você deve sempre perguntar se há outras
causas que poderiam enfraquecer ou exacerbar o efeito. Isso muitas
vezes ajuda a identificar causas que não foram vistas. Por exemplo, se
“carro destruído” é causado por “carro bateu” e por “carro existe”, pode-se
encontrar mais causas ao procurar causas que exacerbem o efeito. Por
exemplo, deveríamos perguntar “Essas causas são suficientes para
destruir o carro, ou existem outras causas?” Ao responder a essa pergunta
de suficiência, vemos que para o carro ser destruído tinha que ter havido
força suficiente. Outra maneira de formular a pergunta de suficiência é,
“Esse efeito sempre ocorre quando as causas consideradas se reúnem no
mesmo ponto do espaço e do tempo?” Se a resposta for “não”, então você
provavelmente deixou de ver algumas causas; encontre-as e adicione-as
ao gráfico. Cada vez que você acrescenta uma nova causa, o princípio de
causa-efeito estabelece que pode criar pelo menos mais duas causas, a
não ser que você decida parar de perguntar “por quê”. Por exemplo, se
você acrescentar “força suficiente” como outra causa de “carro destruído”,
118
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
então são requeridas mais perguntas “por que”, tais como “indo rápido
demais?”, “distraído?”, “freios falharam?” etc.
Para ajudar a identificar as causas necessárias e suficientes, o
RealityCharting® faz as seguintes perguntas a cada elemento causal,
utilizando o recurso de verificação lógica avançada.
119
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
120
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
121
Passo 5: Determinar se as causas são necessárias e suficientes
Referências bibliográficas
1) SENGE, Peter. A Quinta Disciplina. Arte e Prática da Organização que Aprende.
Trad. Gabriel Zide Neto. São Paulo: Best Seller, 2004.
2) SAGAN, Carl. O Mundo Assombrado pelos Demônios — A Ciência vista como
uma vela no escuro. Trad. Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996.
122
9
Passo 6: Identificar soluções
eficazes
—H. L. Mencken
1) Evitar recorrência
2) Estar sob seu controle.
3) Ser coerente com seus objetivos e metas.
4) Não provocar outros problemas que você já conhece.
123
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Definindo solução
A partir dessa discussão, podemos ver que uma solução pode ser
definida como segue:
Solução: Uma ação realizada sobre uma causa, para afetar uma
condição desejada.
124
Passo 6: Identificar soluções eficazes
125
Passo 6: Identificar soluções eficazes
126
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Todo mundo tem sua própria opinião e sua solução favorita, então
o que torna uma solução melhor do que outra? Ou melhor, o que torna
uma solução mais eficaz do que outra?
Qualquer que seja o problema baseado em eventos; as soluções
têm que ter certas características para funcionar, e “funcionar” é a palavra
de ordem aqui. Durante muitos anos, fiz um experimento no qual pedia às
pessoas para avaliar um problema e identificar qual solução consideravam
a melhor. A maioria das pessoas tem a ideia equivocada de que existe uma
resposta correta. E, é claro, a resposta certa, em geral, é a sua. Eles discutem
uns com os outros e usam várias formas de persuasão para que o grupo
aceite suas soluções. Não reconhecem que não existe uma resposta certa
ou errada para problemas baseados em eventos. Quando perguntados
sobre o que caracteriza uma solução eficaz, a resposta mais comum é “a
solução deve funcionar”. Mas, o que significa “deve funcionar”?
Depois de analisar mais de 25 mil respostas a essa pergunta, descobri
que as respostas sempre se adequavam ao que podemos chamar de
critérios de solução. As melhores soluções têm que atender aos critérios
seguintes:
127
Passo 6: Identificar soluções eficazes
128
Passo 6: Identificar soluções eficazes
129
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Soluções múltiplas
Se você seguir todas as regras ao construir seu Gráfico da
Realidade Coletiva, a garantia de evitar recorrência pode ser alcançada,
independentemente de qual solução, ou quais soluções, escolheu.
Entretanto, em alguns casos, a garantia não é de 100% porque sua
capacidade de controlar a causa pode ser limitada, como por exemplo,
ter a possibilidade de reduzir um vazamento, mas não de eliminá-lo.
Nesses casos, uma solução pode evitar a recorrência em 90% das vezes,
enquanto outra solução evitará a recorrência em 9% do tempo, dando-
lhe a garantia de 99% de prevenção de recorrência. Se essa solução atinge
seus objetivos e metas, pode ser o ponto onde você vai parar. Só você
pode estabelecer esses padrões de qualidade e excelência. Dependendo
da relevância e da consequência do fracasso, você pode contentar-se com
85% de certeza de não-recorrência.
130
Passo 6: Identificar soluções eficazes
131
Passo 6: Identificar soluções eficazes
132
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Os sabotadores de soluções
133
Passo 6: Identificar soluções eficazes
134
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Soluções criativas
135
Passo 6: Identificar soluções eficazes
136
Passo 6: Identificar soluções eficazes
Regra 1: Fale apenas quando for sua vez, o facilitador lhe dirá quando
é sua vez de falar. Não são permitidos comentários de ninguém mais, por
nenhuma razão, durante a sessão de criação. Se você não tiver nada a
oferecer, diga “passo”.
Regra 2: Não explique suas ideias, pois isso é um ato de racionalização.
Escreva sua ideia num adesivo e siga adiante, rapidamente.
Regra 3: Uma solução de cada vez.
137
Passo 6: Identificar soluções eficazes
138
Passo 6: Identificar soluções eficazes
139
Passo 6: Identificar soluções eficazes
âmbito do seu controle, ser coerente com seus objetivos e metas e não
provocar outros problemas inaceitáveis.
A diferença entre o saber convencional e o processo de resolução
de problemas do RealityCharting®, é a crença em uma solução correta.
Como vimos até agora neste livro, não existe uma solução correta para
problemas baseados em eventos, apenas soluções boas, melhores e
ótimas. As soluções ótimas, além de se enquadrarem nos critérios de
soluções, são aquelas que você ou sua empresa escolhem. Ao envolver
interessados-chave no processo de solução de problemas, você cria
uma realidade comum, a partir da qual as soluções eficazes se tornam
óbvias para todos. Se outra pessoa, envolvida no processo de tomada
de decisões, não entender as causas, ela deve ser convidada a incluir
sua realidade no gráfico, para que todos possam se enriquecer com sua
perspectiva diferente. Quando isso acontece, as soluções provavelmente
serão melhores. Remover o conflito encontrado na maioria das tentativas
de resolução de problemas em grupo, significa que as soluções têm
mais chance de ser implementadas porque são adotadas por todos os
interessados.
Embora as soluções obtidas a partir desse método sejam mais
eficazes do que as geradas por outros processos, precisamos saber que
sempre haverá algumas poucas pessoas que não estão dispostas a mudar
seu sistema de crenças. Como disse Henry Ford, “Tanto se você pensar
que pode fazer, como se pensar que não pode, você tem razão.” Ao buscar
incluir todas as perspectivas e seguir as regras básicas do processo do
RealityCharting®, sempre podemos abafar os argumentos derrotistas, e
obter soluções eficazes que tenham a aceitação de todas as partes.
Lembre-se de considerar as intervenções que provocam risos. Em
todo grupo há um engraçadinho, portanto verifique o que o riso significa.
Siga as razões por trás do riso e procure a causa das conexões absurdas.
Em geral, as soluções criativas são as melhores porque identificam um
caminho causal que nunca havia sido compreendido antes. À medida
que adquirir mais competência na utilização do processo do Gráfico da
Realidade Coletiva, você identificará interessantes inter-relações entre a
definição do problema, as causas, a relevância e as soluções. Todos esses
elementos parecem ser interdependentes e, como é fácil compartilhar
uma realidade comum e fazer mudanças, utilizando o programa
RealityCharting®, haverá mais e melhores soluções.
Para ver como o RealityCharting® torna fácil adicionar soluções e
avaliá-las em relação aos critérios, clique em:
140
Passo 6: Identificar soluções eficazes
http://coach.RealityCharting.com/Book/Wizard
Para treinar como acrescentar soluções a um Gráfico da Realidade
Coletiva, acesse:
http://coach.RealityCharting.com/Book/Exercise5.2
Referências bibliográficas
1. Rita Carter. Mapping The Mind. Los Angeles, University of California Press
(1999).
2. Private communication from Charlie Palmgren, SynerChange International,
Atlanta, Georgia.
141
10
Passo 7: Implementar e
monitorar soluções
142
Passo 7: Implementar e monitorar soluções
143
Passo 7: Implementar e monitorar soluções
Crie uma lista separada para ações que demandam revisão, análise,
ou investigação. Projetos de longo prazo, ou tarefas “boas de fazer”, devem
ser guardados separadamente do registro de acompanhamento de ações
corretivas. O registro geral deve incluir somente aqueles itens específicos,
que resultarem de uma investigação formal. Mais especificamente, ações
corretivas são aquelas derivadas de um evento suficientemente relevante
para exigir uma investigação formal, e que atende aos quatro critérios
para uma solução eficaz (evitar recorrência, estar sob nosso controle, ser
coerente com nossos objetivos e metas, e não causar outros problemas).
144
Passo 7: Implementar e monitorar soluções
145
Passo 7: Implementar e monitorar soluções
146
11
A cultura de resolução eficaz de
problemas
—Somerset Maugham
Por mais de vinte anos, temos ensinado uma forma de análise da causa
raiz em indústrias, mas descobrimos que, apesar de termos treinado mais
de cem mil pessoas, em cerca de duas mil empresas, em sete idiomas,
nunca encontramos nenhuma organização que tenha sido capaz de criar
uma cultura de solução eficaz de problemas. Para nos ajudar a entender
melhor as causas disso, realizamos nossa própria análise, utilizando o
programa RealityCharting® e encontramos muitas causas, mas só temos
controle sobre poucas delas. Foram necessários quinze meses, e a ajuda de
nossos amigos para desenvolver soluções para ajudar as organizações a
implantar uma cultura de resolução eficaz de problemas. Precisamos de
um programa que mostre seu valor intrínseco, simplesmente através de
sua utilização. Dessa forma, todas as partes interessadas vão valorizá-lo
e vão querer implementá-lo. A solução eficaz de problemas torna-se,
assim, institucionalizada como uma forma de pensar, e não como um
acessório ou um novo “programa do mês”.
Este capítulo apresenta os elementos básicos de um programa
eficaz, centrado no processo do RealityCharting®.
147
A cultura de resolução eficaz de problemas
Começando da base
Na maioria das organizações, a resolução de problemas é relegada
a algumas poucas pessoas, tais como executivos, supervisores, ou
especialistas – a exemplo de engenheiros, programadores, projetistas, etc.
Como os grandes problemas são, em sua maioria, causados por pequenos
problemas, evitar a recorrência de pequenos problemas deveria ser uma
prioridade para todo negócio. Entretanto, como a maioria das pessoas
não consegue resolver problemas de forma eficaz, e existem muitos
pequenos problemas para serem solucionados, as coisas acontecem. Para
remediar essa situação, criamos o programa RealityCharting Simplified®,
que qualquer um pode utilizar em qualquer tipo de problema relacionado
a eventos, e obter uma boa compreensão das causas por trás do problema.
Trata-se de um aplicativo gratuito, que deveria ser disponibilizado
para todos os que precisam resolver problemas, como parte de suas
atividades comuns de negócios. Inclui três vídeos de treinamento, muito
informativos, aos quais todo mundo deveria assistir. O programa também
deveria ser incorporado a todos os procedimentos relacionados com a
identificação e a correção de deficiências. Um benefício implícito de usar
o RealityCharting Simplified® é que ele ensina ao usuário como pensar
148
A cultura de resolução eficaz de problemas
Fortalecer o meio
A resolução eficaz de problemas deve incluir todas as partes
interessadas, mas a maioria dos processos de resolução de problemas
não acomoda muito bem várias perspectivas diferentes, então perdemos
muito tempo tentando convencer os outros da validade da nossa visão.
Para superar esse relevante problema, use o programa RealityCharting®
para facilitar o processo de resolução de problemas, e criar uma realidade
comum, com a qual todos os interessados possam concordar. Todos os
executivos e supervisores, cujas funções exigem que eles resolvam
problemas relacionados a eventos, devem aprender a usar o programa
RealityCharting®, para que possam comunicar, efetivamente, as relações
causais de um dado evento. Vale notar que o RealityCharting® também
pode ser usado para documentar as causas dos seus sucessos, para que
todos os interessados possam saber como repeti-los. Aprender o processo
de desenvolvimento de um Gráfico da Realidade Coletiva nunca foi tão
fácil. Criamos um módulo de aprendizado online, que se encontra no
Passo 3 do Centro de Aprendizado do RealityCharting®.
Para saber mais, clique em: http://coach.realitycharting.com
Com a compra do programa RealityCharting®, qualquer pessoa
pode aprender o processo em quatro a seis horas. Para aperfeiçoar suas
habilidades e aprender com maior profundidade sobre a resolução eficaz
de problemas, o Centro de Aprendizado do RealityCharting® provê um
simulador de facilitação e uma biblioteca cheia de artigos muito úteis
sobre, por exemplo, como conduzir entrevistas ou encontrar a melhor
evidência.
A chave para tornar isso uma parte do seu trabalho é designar um
ou mais “campeões” de resolução de problemas, cuja função principal
será de facilitar as investigações, através da criação de um Gráfico da
Realidade Coletiva, para todos os principais incidentes e de promover
o pensamento causal em toda a organização, ensinando e revisando o
trabalho dos outros. Você terá que escolher investigadores de incidentes
com certificação que são, a princípio, certificados por um consultor
designado e, em seguida, promovidos, internamente, através de um
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A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
Institucionalizando o processo
Como engenheiro, fui convocado para resolver muitos problemas
técnicos. Lembro-me do medo que sentia, cada vez que era chamado.
Fui muito bem treinado para conhecer as leis da Física, e saber como se
aplicavam à vida quotidiana e à indústria na qual trabalhava, mas ficava
sempre ansioso. Minha ansiedade sempre estava relacionada com o
medo de não ter os conhecimentos específicos adequados para resolver
o problema.
Após internalizar o princípio de causa-efeito e reconhecer as infinitas
possibilidades de resolver qualquer problema, a ansiedade desapareceu, e
agora eu lido com todos os problemas, sem medo de falhar. Embora saiba
que não sei quais serão as causas ou soluções, sei que posso aproveitar os
conhecimentos especializados dos que lidam com o problema, e criar um
Gráfico da Realidade Coletiva para encontrar as melhores soluções, todas
as vezes. Com cada sucesso e sem fracassos, a necessidade de aderir a
um conjunto fixo de regras e preconceitos, desaparece. Uma sensação de
liberdade substitui o medo do fracasso. A diversidade dos pensamentos
das outras pessoas transforma-se em um conjunto de peças de uma
realidade comum, que possibilita o aprendizado.
A institucionalização da resolução eficaz de problemas é mais bem
obtida seguindo as diretrizes listadas anteriormente.
Para um acesso direto a essas informações, vá para:
ht t p : / / w w w. re a l i t yc h a r t i n g. co m / t ra i n i n g / rc - t ra i n i n g /
problem-solving-culture
O RealityCharting Simplified® está disponível para todos fazerem
uma primeira análise dos problemas que encontrarem e, se esses forem
relevantes, podem facilmente informar a análise ao seu supervisor que
tem uma versão completa do RealityCharting®, na qual uma análise
muito mais profunda pode ser realizada. O RealityCharting® é usado para
documentar e compartilhar informações com todas as partes interessadas.
Com o passar do tempo, os interessados terão uma representação muito
boa das causas do seu problema e podem, então, efetuar mudanças para
154
A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
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A cultura de resolução eficaz de problemas
157
A cultura de resolução eficaz de problemas
O relatório deve ser simples. Como disse Albert Einstein: “Se você não
pode expressá-lo de forma simples, provavelmente não o entendeu”.
Como um jovem supervisor, eu acumulava tantos relatórios
quilométricos na minha mesa, que para poder lê-los eu usava o método da
reputação. Lia o tema, o resumo (se fornecido) e o nome de quem escreveu
o relatório. Se tivesse sido escrito por alguém que eu conhecia, e em cuja
capacidade confiava, muitas vezes, eu simplesmente aprovava o relatório.
Não havia tempo suficiente, ao longo do dia, para ler adequadamente todos
os relatórios e, muito menos, para conseguir compreendê-los e avaliá-los.
Considerando minha estratégia (não rara hoje em dia), e o fato de que
apenas 30 por cento dos recursos humanos sabem resolver problemas
com eficácia, não é de surpreender que os problemas continuem a ocorrer.
158
A cultura de resolução eficaz de problemas
Considerações finais
O processo do RealityCharting® é simples e fácil de usar, mas como
vimos no Capítulo 1, conflita com o que fazemos normalmente. Para
superar as tendências naturais de recorrer a narrativas e de comunicar-se
usando categorizações, as pessoas precisam entender o quanto é ineficaz
a forma atual de resolução de problemas, e o quanto pode tornar-se eficaz.
Para ajudá-las a mudar seu paradigma e suas atuais estratégias
ineficientes, faça com que elas assistam ao vídeo de Resolução Eficaz de
Problemas na página:
http://Coach.RealityCharting.com/book/Effective-Problem-Solving
Agora é possível dedicar-se, verdadeiramente, à melhoria continuada,
porque o Gráfico da Realidade Coletiva fornece uma ferramenta simples
que integra as diferentes percepções. Agora, existe incentivo a um
ambiente de questionamento. De fato, o RealityCharting® é aceito por
159
A cultura de resolução eficaz de problemas
Referências bibliográficas
1) COLLINS, Jim. Como as Gigantes Caem. E por que algumas empresas
jamais desistem. Trad. Cristina Yamagami. São Paulo: Campus, 2010.
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Habilidades de facilitação
—Irving Janis
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
que eram todos fabricados pela mesma empresa e que todos estavam
com defeito. O resultado final foi que quando o aço era transformado
em juntas de direção, seu aquecimento era centenas de graus mais alto
do que deveria ser. O problema foi solucionado e as juntas de direção
não apresentaram mais problemas – até recentemente quando o mesmo
problema ocorreu com outro fabricante de veículos nos Estados Unidos.
Além de comprovar a relevância da tenacidade e da perseverança, essa
história mostrou que é importante valorizar suas evidências inferidas,
quando as coisas não estão indo bem.
Preserve as evidências, garantindo a segurança do ambiente, das
pessoas e dos controles do processo. Se você está diante de um equipamento
danificado, não toque nas partes quebradas e leve-as imediatamente para
o especialista em materiais. Limite o acesso à área e ao equipamento,
descubra quem estava envolvido, e o que essas pessoas sabem sobre o
evento. Se os controles do processo, tais como procedimentos, estiverem
envolvidos, identifique-os e investigue seu papel no incidente. É sempre
útil ter à mão uma “maleta profissional” para apoiá-lo no processo de
coleta de informações. A maleta de um investigador típico deve conter os
seguintes itens (faça sua própria lista).
• câmera digital
• papel e lápis
• orientações para entrevistas
• lista de verificação da preservação de evidências
• outras orientações
• papel milimetrado para mapeamento
• fita métrica
• lanterna
• rótulos, etiquetas e fita de vedação.
• régua de aço
• calibrador de lâminas
• marcadores
• sacos de plástico com vedação
• gravador portátil para seus comentários
• lente de aumento
• ímã
• retalhos
• vidros para amostras
• perguntas “por que” – atitude questionadora
• espelho de inspeção
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
respostas para várias perguntas “por que” e para encontrar evidências que
as fundamentem. Lembre-se que o RealityCharting® cria um relatório de
itens de ação para você, se houver um ponto de interrogação na caixa de
evidências, que é a condição padrão, e“são necessárias mais informações”
indica o ponto final de uma cadeia causal. Atribua responsabilidades no
relatório de itens de ação, e envie-o para todas as pessoas responsáveis.
Decida quando vai reunir o grupo outra vez, e dispense a equipe até lá.
Embora as evidências possam ser acrescentadas a qualquer
momento, enquanto você percorre o Gráfico da Realidade Coletiva, em
geral é melhor esperar até que você tenha identificado a maioria das
causas. Se as evidências não estiverem disponíveis, elabore um plano
para obter os dados de apoio.
Complete o Gráfico da Realidade Coletiva da melhor forma possível.
Lembre-se que é impossível conhecer todas as causas. A relevância do
problema o ajudará a saber até onde ir com os “passos de bebê”, ou onde
dar por terminada as cadeias causais. As restrições de tempo também
podem limitar sua investigação, mas não se detenha nisso. Seu propósito
é encontrar uma solução criativa que seja coerente com seus objetivos
e metas, e se você conseguir isso, então terá realizado aquilo a que se
propôs. Quando chegar à etapa de soluções e não conseguir encontrar
uma solução eficaz, trabalhe mais no gráfico. Isso é comum.
Se emergirem narrativas, não dê importância, contanto que você
consiga obter causas a partir dessas histórias. Assim que a narrativa
começar a enveredar por “quem fez o que, a tal hora e em tal lugar”, ponha
um ponto final e volte ao circuito do “quadrado um”.
Assegure-se de não parar prematuramente em cada caminho
causal. Antes de decidir parar, considere a última causa em cada caminho
causal e tente perguntar “por que” duas vezes mais. Se você começar a
ter ideias delirantes, vai saber que você foi longe demais. Se conseguir
boas respostas, siga adiante. A tendência mais comum é parar em
causas categorizadas tais como “treinamento abaixo do adequado”,
ou “manutenção inadequada”. Outro ponto de interrupção comum é
“procedimentos não cumpridos”. Essas são categorias, não causas, e devem
ser explicadas em maiores detalhes. Algumas vezes, é útil perguntar, “o
que você quer dizer com ‘abaixo de adequado’ ou ‘não cumprido’”?
Evite discutir soluções e causas raiz, enquanto estiver construindo o
Gráfico da Realidade Coletiva.
170
Habilidades de facilitação
Identifique soluções
Quando você tiver decidido parar de adicionar causas a seu gráfico,
e tiver completado o Passo 2 do Assistente do RealityCharting®, imprima
o gráfico ou use uma tela para projetá-lo, e comece o turbilhão de ideias
das soluções, com todos os principais interessados. Isso pode ser feito,
eletronicamente, ou em uma reunião. Um fórum funciona melhor porque
permite sinergia. Selecione o Passo 3 e faça um turbilhão de ideias com
as soluções.
Ao questionar cada causa, forneça soluções. O RealityCharting®
oferece duas formas de fazer isso. Você pode, ou selecionar o Passo 3
do Assistente – Criar Soluções – e ele o levará, de forma estruturada, ao
longo de cada causa no gráfico - ou então você pode usar a Ferramenta
Soluções (uma lâmpada no alto da área de trabalho), que lhe permitirá
adicionar soluções a qualquer causa na qual você clicar. Não se preocupe
em cumprir estritamente os critérios de soluções, nesse momento. O
RealityCharting® o ajudará a fazer isso mais adiante. Isso é semelhante
a um turbilhão de ideias, no sentido de permitir um pensamento livre e
não tendencioso. Envolva todos os membros da equipe no processo de
soluções criativas para construir o sentido de posse.
Sugestão: À medida que você vai ganhando experiência com o
processo do Gráfico da Realidade Coletiva, descobrirá que os critérios
para uma boa solução, são parte do seu pensamento, quando você
considera cada causa. Embora você não deva restringir seu pensamento,
isso funciona como um guia para mantê-lo focado numa solução que
evite recorrência, esteja dentro dos limites de seu controle e seja coerente
com seus objetivos e metas.
Continuar questionando as causas. Não perca tempo com causas
que não oferecem boas soluções. Se ninguém no grupo conseguir pensar
em algo, continue. Normalmente, essa atividade em grupo, não deve
levar mais de vinte minutos. Se houver tempo, é uma boa ideia deixar
as soluções “amadurecerem” por alguns minutos. Fale com pessoas de
fora do grupo sobre as soluções propostas, ou vá para o local onde as
soluções vão ser implementadas e tente visualizar essa implementação.
Muitas vezes isso ajuda a identificar outros problemas.
Depois de identificar as soluções, teste cada uma em relação aos
critérios e escolha as melhores. Essas soluções devem atender aos critérios,
inclusive aos de não provocar outros problemas e gerar um bom retorno
do seu investimento.
171
Habilidades de facilitação
Realizar entrevistas
Quando for coletar informações fornecidas por pessoas, habilidades
eficazes de entrevista podem fazer uma grande diferença. Embora seja
melhor conseguir pessoas com conhecimento do problema, para integrar
a equipe que está construindo o Gráfico da Realidade Coletiva, nem
sempre é prático. Nesses casos, as entrevistas formais um-a-um podem
ser a melhor maneira de obter informações. Embora haja muitas fontes
que fornecem informações sobre como conduzir entrevistas eficazes,
acumulei, nos últimos vinte anos, ideias de milhares de alunos meus,
sobre como realizar entrevistas. Algumas dessas ideias podem funcionar
no seu caso, mas nem todas. Use-as a seu critério.
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
poderia dar mais detalhes?” são boas perguntas para manter a linha de
raciocínio. Isso ajuda a tornar os entrevistados confiantes de estarem
fazendo a coisa certa, e de que são necessários.
Mantenha o contato visual tanto quanto possível para detectar
a linguagem corporal. Se você não possuir habilidades na leitura da
linguagem corporal, comece a aprender ou peça a outra pessoa para
realizar a entrevista. O contato visual é aceitável na maioria das culturas
ocidentais, mas pode ser grosseiro e até perigoso em algumas outras
culturas.
Mostre entusiasmo em relação às respostas se o entrevistado
tiver contribuído com novos pontos de vista. Sem ser falso em relação
a isso, diga aos entrevistados que eles estão ajudando na investigação.
Parafraseando, repita a informação. Isso ajuda a entender. Uma boa
paráfrase deve incluir um resumo das palavras essenciais (substantivos e
verbos chave, sem os modificadores), o nível emocional a partir do qual
foram feitas as declarações, e qual o valor que o entrevistado atribui às
respostas.
Evite críticas, reclamações ou comparações, e peça aos entrevistados
que também evitem isso. Quando responder às perguntas, use “eu” e não
“nós” e “eles”, para que não se estabeleça a percepção de que existem
campos diferentes, o que pode induzir os entrevistados a escolherem um
lado.
Tome notas detalhadas ou peça a outra pessoa para tomar notas
enquanto você faz a entrevista. Se você tiver uma pessoa para anotar,
não deixe de explicar sua função ao entrevistado, no início da entrevista.
Fazer silêncio ou pausas longas após uma pergunta, em geral força
o entrevistado a pensar mais profundamente sobre a pergunta. Não
gostamos de silêncio e, portanto, queremos preenchê-lo com alguma
coisa. Quando estamos em silêncio, o tempo parece mais longo do que
realmente é. Esse recurso exige prática e nem sempre funciona, portanto,
use-o de acordo com suas habilidades e a necessidade de continuar a
conversa.
Finalizando a entrevista
Quando as perguntas acabam e parece nada mais haver para saber,
está na hora de finalizar a entrevista. Uma boa pergunta para concluir a
entrevista é, “o que você faria de forma diferente?” ou, “se você tivesse um
milhão de dólares para aplicar nesse problema, o que você faria?”
Faça uma revisão nas suas notas juntamente com o entrevistado. Se
suas anotações forem legíveis, mostre-as aos entrevistados e pergunte
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Habilidades de facilitação
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Habilidades de facilitação
• Atalhos utilizados
• Não compreendeu as instruções
• Padrões de desempenho no trabalho não definidos
• Descrença nas percepções sensoriais
• Uso de uma indicação favorita no lugar de outras opções.
• Atitude indiferente
• Presunção ou arrogância
• Incapacidade de concentração na tarefa
Essa lista pode ser usada para encontrar caminhos causais
possíveis para o baixo desempenho. Por exemplo, você pode querer
perguntar se o indivíduo estava com medo de falhar ou se estava
doente ou cansado no momento da ação. Se nenhum desses casos
se aplica ou leva-o a um entendimento mais claro das causas, então
talvez tenha sido desatenção ou incapacidade de aprender. Não se
esqueça de continuar perguntando “por que” ao romper alguma
barreira emocional com uma dessas causas possíveis.
Um exemplo clássico de quebrar resistências pode ser mostrado ao
se investigar as causas da ação de um operador. Quando perguntamos
por que o operador cometeu um erro, em geral a resposta é, “não
seguiu os procedimentos”.
A investigação para e alguma solução favorita é oferecida e
aceita, a exemplo de “reescrever o procedimento”. O problema aqui
é a interrupção prematura. Ultrapasse essa causa continuando a
perguntar “por que” muitas vezes mais, até chegar à zona confusa ou
dos pensamentos delirantes. Existem muitas razões pelas quais as
pessoas não seguem procedimentos e parar na declaração “não seguiu
os procedimentos” vai resultar na garantia de recorrência do problema.
Armadilhas comuns
Ao longo do caminho para soluções eficazes, encontramos muitas
armadilhas. São principalmente estratégias humanas ineficazes que
interferem com o princípio de causa-efeito. Essas armadilhas às vezes são
exclusivas de um indivíduo e outras vezes se aplicam a uma equipe ou
um grupo. Além das causas comuns da resolução ineficaz de problemas
(tais como narrativa e categorização, atribuir culpa e acreditar no senso
comum), apresento, a seguir, uma lista de armadilhas comuns que tenho
observado: consenso, pensamento grupal, especialistas, mentalidade
paroquial, barreira programática, negação, e tempo como causa.
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Barreira programática
Outra causa que leva as pessoas a interromper a indagação causal
antes de tempo é a “barreira programática”. É semelhante à mentalidade
paroquial, mas tem origens distintas. Quando se está seguindo uma cadeia
causal, a barreira programática ocorre quando chegamos ao ponto em
que a resposta à próxima pergunta “por que” levará ao questionamento
de um programa organizacional. Isso parece ser provocado pelo medo
de discutir um programa institucionalizado. Atacar um programa
estabelecido requer muito esforço e, provavelmente, não provoca
nenhuma mudança, então paramos. Às vezes as soluções associadas
com a última causa são genéricas. Por exemplo, vemos que alguém
parou na causa “com treinamento não adequado”. Saber que o programa
de capacitação é inviolável pode fazer com que a equipe proponha,
como solução, “realizar outra capacitação”, sem considerar as causas do
treinamento ineficaz. Para romper essa barreira, vá sempre até o ponto
de ignorância coletivo em cada caminho causal.
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Habilidades de facilitação
Negação
A negação é o mais forte atributo humano que temos. Suas raízes
estão no apego defensivo às próprias ideias, mas manifesta-se de várias
maneiras. Às vezes, a necessidade de manter nossa própria realidade é mais
forte do que a necessidade de aprender novas relações de causa-efeito.
Há ocasiões em que as percepções interferem com nossas “realidades” e
provocam grandes conflitos.
Recentemente, encontrei um exemplo disso nos comentários de
leitores sobre um artigo da National Geographic Magazine, sobre os
hábitos noturnos de alimentação dos leões. Uma carta ao editor dizia o
seguinte: “Achei as fotografias muito perturbadoras. Os leões capturavam
os animais nos seus momentos mais privados e vulneráveis – momentos
de terror e morte. Estou horrorizada que vocês possam supor que quero
ver essas lutas.”
Essa pessoa expressou, abertamente, seu desejo de negar sua
percepção, porque conflitava com sua “realidade”. Além disso, mostrou-se
“indignada” por haver alguma outra pessoa que pudesse ver outra
realidade e querer compartilhá-la.
Uma realidade diferente foi apresentada em outra carta ao editor,
referente ao mesmo artigo. “Minha filha de quarto anos e nove meses,
estava olhando por cima do meu ombro, enquanto eu lia a edição de
agosto da revista. Estava tão interessada nas fotografias dos leões, que
tive que ler todas as legendas das fotos, tentando adaptar as palavras
difíceis. Agora, ela entende que as noites na vida de um leão não são
iguais às de Simba, no filme O Rei Leão.”
Esse pai, não apenas gostou de ver a realidade de sua filha, mas
compartilhou-a com ela.
Enquanto assistia a um noticiário na televisão, vi outro caso incrível
de negação e observei como opiniões podem se tornar fatos. O chefe
de saúde pública do estado de Kentucky esclarecia os espectadores com
sua lógica. “Se a doença do tabaco fosse real, já saberíamos disso, pois faz
mais de duzentos anos que plantamos tabaco.” Ele afirmou isso, mesmo
sabendo que hospitais e outras instalações médicas tratam centenas
de pessoas, a cada ano, por causa da doença do tabaco. Essa doença
é um problema comum entre as pessoas que trabalham cortando e
armazenando plantas de fumo. O tabaco recém-cortado libera nicotina,
um alcaloide altamente tóxico, que é absorvido através da pele. Provoca
desmaios, fraqueza e algumas vezes, a morte. Mas, de acordo com algumas
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Habilidades de facilitação
Coordenando grupos
Referências bibliográficas
1) CARTER, Rita. Mapping the Mind. Los Angeles: University of California Press,
1999.
2) Human Performance Enhancement System Coordinator Manual, INPO 86-
016 Rev. 3. Atlanta, Georgia: 1986.
3) JANIS, Irving L. Groupthink: Psychological Studies of Policy Decisions and
Fiascoes. Boston: Houghton Mifflin, 1982.
194
13
Sucesso e serendipidade
—Larry King
195
Sucesso e serendipidade
Definindo “serendipidade”
196
Sucesso e serendipidade
bolso existe
Condição
Causada(o)
Bolso é local por
conveniente
para guardar
de Percy transmitiu
Hora: horário de trabalho
Efeito primário Condição
Causada(o) Causada(o)
Sinal de por
Magnetron por
micro-ondas
existe
no ar
Condição
Causada(o)
Transmissor de por
micro-ondas
existe
197
Sucesso e serendipidade
Ação
Causada(o)
Colocou-se na por
frente do
magnetron
Condição Condição
Causada(o) Causada(o)
Bombom por
Bombom por
derretido no bolso
Condição
Causada(o)
Sinal de por
micro-ondas
Efeito primário
Causada(o) no ar
Descoberta do por
forno de
micro-ondas Ação
Causada(o)
Perguntou por
Condição Ciências
Causada(o)
Mente por
curiosa
198
Sucesso e serendipidade
Action
Ação
Causada(o)
Caiu do barco
Fuel Vaporized por
Observação
Temp.= 285 F R
DeclaraçãoChart
Vaporization verbal R
Condition
Condição Condição
Causada(o) Causada(o)
Fuelrio
No In por Barco existe por
Vapor State
Observação R Observação R
Condition
Condição
Causada(o)
Barco no rio
Fuel Tank Exists por
Ação
Declaração verbal R
Causada(o)
Nunca aprendeu por
a nadar
Ação
Declaração verbal R
Causada(o)
Afundou por
Condição
Causada(o)
Observação R
Ignorância por
Condição Observação R
Causada(o)
Não estava por
usando colete
salva-vidas
Ação
Observação R
Causada(o)
Não quis usar por
colete salva-vidas
Declaração verbal R
199
Sucesso e serendipidade
200
Sucesso e serendipidade
o quanto é provável que um dado evento ocorra, mas isso não diz nada
sobre a estrutura da circunstância fortuita.
Para saber mais sobre probabilidade e estatística, clique em:
http://coach.RealityCharting.com/book/probability
201
Sucesso e serendipidade
202
Sucesso e serendipidade
o seu resultado seja benéfico ou, pelo menos, que não seja prejudicial.
Por exemplo, a condição de ter uma educação universitária oferece
oportunidades de controlar mais causas, o que resulta em mais renda e,
portanto, em mais dias ótimos. Ou, o fato de eu estar escrevendo este livro
hoje, foi parcialmente causado pela minha compreensão de que algumas
pessoas são irresponsáveis, e falam ao celular, enquanto dirigem, o que
causa falta de atenção e que, recentemente fez com que uma motorista
cortasse um sinal, a cinquenta milhas por hora, em um cruzamento onde
eu estava esperando o sinal verde. E pelo fato de eu estar esperando que
ela parasse, antes que eu entrasse no cruzamento, e de ter visto que ela
não ia parar, eu não me adiantei quando o sinal ficou verde, evitando
assim um terrível acidente e minha possível morte. Eu tive um ótimo dia,
mas poderia ter sido um dia muito ruim, se eu não compreendesse o
mundo causalmente, e se em vez disso, tivesse confiado no cumprimento
das regras pelas outras pessoas, ou deixado o acaso, ou o destino, seguir
seu curso.
A compreensão desse simples conceito, em um nível filosófico,
nos dá o poder de lutar contra um conjunto de práticas comuns, que
provocam a dedicação à ignorância, tão predominante na condição
humana. As coisas não acontecem simplesmente, e não existe mágica,
apenas causa e efeito, e o desconhecido. Para ser mais bem-sucedido do
que outra pessoa aprenda a perguntar “por que”, até atingir seu ponto de
ignorância e, então, encontre alguém que possa responder o que você
não sabe, até que você tenha uma compreensão causal clara do evento
em questão. Quanto mais eventos entender, em um nível causal, mais
capaz será de predizer e, portanto, afetar, o resultado no início do evento,
e por consequência, você vai ter mais dias bons. Pense causalmente e
tenha um ótimo dia.
Estratégias culturais
203
Sucesso e serendipidade
204
Sucesso e serendipidade
205
Sucesso e serendipidade
206
Sucesso e serendipidade
Liberdade de pensamento
Libertar-se da tirania é uma necessidade humana básica e a
humanidade tem lutado contra a tirania desde o começo dos tempos.
Foi apenas na história recente que algumas poucas culturas conseguiram
libertar-se dos tiranos, e muitas mais estão seguindo esses passos, porque
sua sobrevivência está em jogo e as pessoas sabem disso. Existe uma clara
conexão causal entre a liberdade e a paz mundial. Libertar-se da tirania
significa que os indivíduos têm o direito de buscar sua própria versão
da felicidade, sem o dogma de outros. E, enquanto esse caminho para a
felicidade não infringe os direitos que os outros têm de fazer o mesmo,
e enquanto o respeito é preservado, a prosperidade sempre se segue.
Com a prosperidade vem mais liberdade e felicidade e ficamos menos
propensos a nos envolver em conflitos culturais (guerras). Ao observar
o mundo e identificar os espaços onde há liberdade humana, você vê
prosperidade e a paz dela resultante. Quando você observa aqueles
lugares onde impera a tirania e a ligação com o passado, em geral você
vê pobreza generalizada, turbulência e conflitos. Isso não é por acaso, mas
pelo fato de as culturas não incluírem estratégias eficazes, baseadas em
princípios, inclusive liberdade individual de pensamento e de expressão.
207
Sucesso e serendipidade
Foco
Quando tivermos priorizado as tarefas, nas quais vamos trabalhar,
não devemos nos desviar da tarefa da vez. No mundo de hoje, existe muita
ênfase em desempenhar multitarefas, mas alguns testes mostraram
208
Sucesso e serendipidade
209
Sucesso e serendipidade
Ação
Causada(o)
Causa por
desconhecida 1
Efeito primário
Causada(o)
Última causa por
Humildade
conhecida
Condição
Causada(o)
Causa por
desconhecida 2
210
Sucesso e serendipidade
Tenacidade
“Se você não tiver sucesso na primeira vez, tente e tente de novo,” diz
o velho ditado. Como sabemos que todo efeito é parte de um conjunto
contínuo infinito de causas, podemos ver que tanto o sucesso quanto o
fracasso têm causas; a diferença é que o sucesso é planejado e o fracasso,
não. Quanto melhor entendermos as causas do sucesso, melhor podemos
nos planejar para consegui-lo. O RealityCharting® pode ser usado para
mostrar as causas do sucesso ou as causas do fracasso; essas causas são
definidas e mais bem compreendidas, quando conhecemos as relações
causais. Se ocorrer um fracasso e não conseguirmos compreendê-lo
adequadamente, e aprender com esse fracasso, trata-se de um duplo
fracasso. Compreender as relações causais de um evento pode significar
muito trabalho e exige disciplina – independentemente disso, permaneça
focado e continue a perguntar “por quê”.
211
Sucesso e serendipidade
Referências bibliográficas
1) CARTER, Rita. Mapping The Mind. Los Angeles: University of California
Press, 1999.
2) GOLEMAN, Daniel. Emotional Intelligence. New York: Bantam Books,
1995.
3) WELLS, Spencer. The Journey of Man. Princeton: Princeton University
Press, 2002.
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6) COVEY, Stephen R. Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. Trad.
Cláudia Gerpe Duarte. São Paulo: Best-Seller, 2005.
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numérico formal não foi criado da noite para o dia. Atribuída a Pitágoras,
a Matemática não era considerada um assunto para estudos sérios, até
cerca do ano 500 AC, e só na Renascença do Século XVII ela floresceu e,
em algum momento, conduziu-nos à Revolução Industrial.
Assim como a evolução da matemática, a luta para encontrar uma
forma melhor de comunicação teve um desenvolvimento lento. Não
desenvolvemos um conjunto de regras, através das quais pudéssemos
resolver, eficazmente e consistentemente, problemas baseados em
eventos – até agora. Ao reconhecer a disparidade entre nossa linguagem
linear e o mundo físico não linear, no qual vivemos, podemos reconhecer
a elegância do Gráfico da Realidade Coletiva. Finalmente temos uma
ferramenta que permite que todas as partes interessadas visualizem e
compartilhem as causas de qualquer problema relacionado a eventos.
Nosso raciocínio linear nos desorientou, levando-nos ao
pensamento estreito de uma causa raiz para cada problema. Essa forma
de pensar nasceu da nossa linguagem, ou talvez seja a linguagem que
molda nosso pensamento. De qualquer modo, quando nos limitamos
a pensar apenas em termos de A ser causado por B e B causado por C,
restringimos nossa capacidade de lidar com as questões complexas, que
precisamos enfrentar no nosso mundo, que se transforma rapidamente.
Isso não quer dizer que devemos deixar de usar narrativas, e esquecer
as simples cadeias causais lineares. Isso não vai acontecer, nem deveria
ocorrer. Contar histórias é uma das melhores coisas de ser humano,
e cadeias causais curtas muitas vezes ocorrem nos gráficos de causa-
efeito. Entretanto, devemos deixar as narrativas para o mundo do
entretenimento, e adotar o pensamento causal para todos os assuntos
associados com problemas relacionados a eventos, e com nosso sucesso
no futuro.
Expressar caminhos com ramificações como os aqui apresentados
é difícil demais para nossas linguagens modernas. Ao produzir um
Gráfico da Realidade Coletiva, estamos fornecendo um diálogo visual,
que permite que todos os interessados aprendam conjuntamente, e
cheguem a uma solução comum.
As pessoas saem de uma sessão de construção de um Gráfico da
Realidade Coletiva gratificadas por verem que suas perspectivas foram
incluídas e que as causas fazem sentido. Todos estão confiantes em que
a solução vai funcionar, porque podem ver as conexões causais entre a
solução e o efeito primário. Até a intuição e os sentimentos instintivos
são representados, se o grupo concordar com o valor deles. Existe
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